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52 questões FCC 2015
SUMÁRIO
EDITAL TRT MG ...............................................................................................................................................01
PROVAS ..........................................................................................................................................................02
ORTOGRAFIA ..................................................................................................................................................02
PRONOME ......................................................................................................................................................04
VERBO .............................................................................................................................................................05
PERÍODO COMPOSTO ...................................................................................................................................06
CONCORDÂNCIA ............................................................................................................................................07
REGÊNCIA .......................................................................................................................................................09
PONTUAÇÃO ...................................................................................................................................................10
COESÃO E COERÊNCIA - REESCRITURA DE FRASES .....................................................................................12
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO ..........................................................................................................................18
EDITAL TRT MG 2015
Domínio da ortografia oficial = ORTOGRAFIA.
Emprego da acentuação gráfica = ACENTUAÇÃO.
Emprego dos sinais de pontuação = PONTUAÇÃO.
Flexão nominal e verbal = CONCORDÂNCIA.
Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação = PRONOME.
Domínio dos mecanismos de coesão textual = COESÃO (conjunção, pronome relativo etc.)
Emprego de tempos e modos verbais = VERBO.
Vozes do verbo = VERBO.
Concordância nominal e verbal = CONCORDÂNCIA.
Regência nominal e verbal = REGÊNCIA.
Sintaxe = ANÁLISE SINTÁTICA e PERÍODO COMPOSTO.
Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas). Compreensão e interpretação
de textos de gêneros variados = COESÃO e COERÊNCIA, REESCRITURA DE FRASES.
Reconhecimento de tipos e gêneros textuais = INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (bom rever a teoria de tipos
de textos e gêneros - disponível no curso de interpretação de texto).
Adequação da linguagem ao tipo de documento = INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (inclui diferença entre
linguagem culta e linguagem coloquial).
Adequação do formato do texto ao gênero = INTERPRETAÇÃO DE TEXTO.
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PROVAS
1. Prova aplicada em Março/2015 - CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, Analista do CNMP
Tecnologia da Informação e Comunicação
Desenvolvimento de Sistemas
2. Prova aplicada em Fevereiro/2015
GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ - SECRETARIA DA FAZENDA
Analista do Tesouro Estadual
3. Prova aplicada em Março/2015
TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE RORAIMA
Analista Judiciário
Área Apoio Especializado - Especialidade Análise de Sistemas
4. Prova aplicada em Abril/2015
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15a REGIÃO
Analista Judiciário - Área Apoio Especializado
Especialidade Tecnologia da Informação
ORTOGRAFIA
No edital: Domínio da ortografia oficial.
Trechos para a questão.
Falsificações na internet
Quem frequenta páginas da internet, sobretudo nas redes sociais, volta e meia se depara com
textos atribuídos a grandes escritores. Qualquer leitor dos mestres da literatura logo perceberá a
fraude: a citação está longe de honrar a alegada autoria. (...)
São muitas as justificativas prováveis. Atrás de todas está a vaidade simplória de quem gostaria
de ser tomado por um grande escritor e usa o nome deste para promover um texto tolo, ingênuo,
piegas, carregado de chavões. Os leitores incautos mordem a isca e parabenizam o fraudulento,
expandindo a falsificação e o mau gosto. Mas há também o ressentimento malicioso de quem conhece
seus bem estreitos limites literários e, não se conformando com eles, dispõe-se a iludir o público com a
assinatura falsa, esperando ser confundido com o grande escritor. (...)
Provavelmente jamais leram Shakespeare ou qualquer outro gênio citado: conhecem apenas a
fama do nome, e a usam como moeda corrente no mercado virtual da fama.
Tais fraudes devem deixar um gosto amargo em quem as pratica, sobretudo quando ganham o
ingênuo acolhimento de quem, enganado, as aplaude. É próprio dos vícios misturar prazer e corrosão
em quem os sustenta. Disfarçar a mediocridade pessoal envergando a máscara de um autêntico criador
só pode aprofundar a rejeição da identidade própria. É um passo certo para alargar os ressentimentos e
a infelicidade de quem não se aceita e não se estima.
(Terêncio Cristobal, inédito)
1. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um segmento em:
(A) honrar a alegada autoria = enobrecer a presunção de um autor
(B) ressentimento malicioso = remorso astuto
(C) a usam como moeda corrente = gastam-na perdulariamente
(D) o ingênuo acolhimento = a recepção incrédula
(E) Disfarçar a mediocridade = dissimular a banalidade
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Trecho para a questão.
Filosofia de borracharia
O borracheiro coçou a desmatada cabeça e proferiu a sentença tranquilizadora: nenhum problema
com o nosso pneu,aliás quase tão calvo quanto ele. Estava apenas um bocado murcho.
- Camminando si sgonfia* - explicou o camarada, com um sorriso de pouquíssimos dentes e
enorme simpatia.
O italiano vem a ser um dos muitos idiomas em que a minha abrangente ignorância é especializada,
mas ainda assim compreendi que o pneu do nosso carro periclitante tinha se esvaziado ao longo da estrada.
Não era para menos. Tendo saído de Paris, havíamos rodado muito antes de cair naquele emaranhado de
fronteiras em que você corre o risco de não saber se está na Áustria, na Suíça ou na Itália. Soubemos que
estávamos no norte, no sótão da Itália, vendo um providencial borracheiro dar nova carga a um pneu
sgonfiato.
(...) O que pode a fome, em especial na juventude: à beira de um himalaia de sofrível espaguete
fumegante, julguei ver fumaças filosóficas na sentença do tosco borracheiro. E, entre garfadas, sob o olhar
zombeteiro dos companheiros de viagem, me pus a teorizar.(...)
* Camminando si sgonfia= andando se esvazia. Sgonfiatoé vazio; sgonfiatié a forma plural.
(Adaptado de: WERNECK, Humberto – Esse inferno vai acabar. Porto Alegre, Arquipélago, 2011, p. 85-
86)
2. Sem prejuízo para o sentido do contexto, pode-se substituir o elemento sublinhado no segmento
(A) sob o olhar zombeteiro por exame indolente.
(B) proferiu a sentença tranquilizadora poropinião consoladora.
(C) nosso carro periclitante por indomável.
(D) um providencial borracheiro por previdente.
(E) julguei ver fumaças filosóficas por presunções de filosofia.
Trechos para a questão.
“O povo não gosta de música clássica”
(...) Um dia convidei um grupinho dos mais chegados pra ir à minha casa ouvir música. “Música
clássica”, adverti. Preparei um programinha meio didático, dentro da sequência histórica,com peças mais
ou menos breves que iam do canto gregoriano a Villa-Lobos. Comentava as diferenças de estilo, de
sentimento,de complexidade. A sessão toda durou quase duas horas, incluindo minhas tagarelices.
Gostaram muito.(....)
Ao final do ano letivo despediu-se de mim (sairia da escola,concluído o primeiro grau) e me deixou
na mão um bilhetinho.Não decorei as palavras, que eram poucas, mais ou menos estas: “Professor, muito
obrigado por me fazer gostar de música clássica”. Desmoronei um pouco, pensando em comoeste país
poderia ser diferente. Não lhe disse, na hora, que agente pode gostar naturalmente de qualquer música: é
preciso que não obstruam nosso acesso a todos os gêneros musicais. E embora seja quase impossível que
estas palavras cheguem ao meu antigo aluno, pergunto-lhe agora, com mais de quatro décadas de atraso:
“Então, seu Carlos, gostou do Tchaikovsky?”
(Teotônio Ramires, inédito)
3. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido do seguinte segmento:
(A) não obstruam nosso acesso = não demovam nossa interdição
(B) dentro da sequência histórica = incluída a consequência dos fatos
(C) comentava as diferenças de estilo = observava as dissensões elegantes
(D) incluindo minhas tagarelices = contando o meu papaguear
(E) desmoronei um pouco = fiquei um tanto espavorido
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GABARITO
Dica: Consultar o dicionário http://www.dicio.com.br/
1. E
– DISFARÇAR = Deixar de mostrar; ocultar um sentimento; dissimular ou esconder;
- DISSIMULAR = Fazer com que fique oculto; tornar imperceptível; disfarçar;
- MEDIOCRIDADE = Sentido pejorativo: Que não possui valor; desprovido de mérito; pequenez:
mediocridade de ideias; a mediocridade daquele texto mal escrito.
- BANALIDADE = Característica ou particularidade do que é banal; em que há ou demonstra
trivialidade; lugar-comum.
2. E – Sentido conotativo.
3. D – desmoronar: abater; espavorido: amedrontado.
PRONOME
No edital: emprego, formas de tratamento e colocação.
1. Na frase As músicas ...... eu lhes ia dando informação foram ouvidas pelos alunos com uma
compenetração ......sinceridade ninguém poderia duvidar, preenchem adequadamente as lacunas:
(A) pelas quais - da qual
(B) sobre cujas - cuja
(C) de que - na qual
(D) com que - onde a
(E) sobre as quais - de cuja
02. Ganhei uma lanterna e passei a explorar a lanterna,projetando a luz que emanava da lanterna para
transfigurar os cantos e objetos familiares da casa, dotando a lanterna desse poder divino de criar as
coisas ao mesmo tempo que ilumina as coisas.
Evitam-se as viciosas repetições acima substituindo-se os segmentos sublinhados, na ordem dada, por:
(A) explorá-la − dela emanava − dotando-a − as ilumina
(B) explorar-lhe− lhe emanava − dotando-a − ilumina-as
(C) explorá-la − a emanava − dotando-lhe− as ilumina
(D) a explorar − nela emanava − dotando-lhe− lhes ilumina
(E) lhe explorar − emanava dela − dotando-a − ilumina-lhes
3. Mas é possível retirar uma segunda conclusão...
... pode relembrar ao mundo algumas vergonhas...
... não têm final feliz.
Os segmentos sublinhados acima são corretamente substituídos por pronomes em:
(A) retirá-la - relembrar-lhe - o têm
(B) retirá-la - relembrá-las - têm-no
(C) retirar-lhe - lhe relembrar - têm-no
(D) a retirar - relembrá-lo - o têm
(E) lhe retirar - o relembrar - o têm
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GABARITO
1. E - Questão clássica de pronome relativo e regência.
Ordem direta:
- Eu lhes ia dando informação sobre as músicas ou das músicas. Eliminadas alternativas A, B e D.
- Ninguém poderia duvidar da sinceridade. Uso obrigatório do pronome relativo “cuja”
(concorda com o termo posterior e indica posse do anterior). Eliminada alternativa C.
Em questões de emprego do pronome pessoal, há, também, colocação pronominal.
2. A
3. A
VERBO
No edital: Emprego de tempos e modos verbais; vozes do verbo.
1. Muita gente nos engana valendo-se das páginas da internet.
A transposição da frase acima para a voz passiva implicará
(A) a utilização da forma verbal enganam-nos.
(B) em que o sujeito de valendo-se passe a ser internet.
(C) em que o sujeito de enganar passe a ser nós.
(D) a utilização de muita gente como sujeito.
(E) a utilização de páginas da internet como sujeito.
2. Como há de fato quem confunda a gritante aberração com a alta criação, o falsário dá-se por
recompensado enquanto recebe os parabéns de quem o “curtiu”.
Caso a frase acima iniciasse com a expressão Se houvesse de fato, as formas verbais sublinhadas
deveriam ser substituídas, na ordem dada, por:
(A) confundisse - dar-se-ia - recebesse - curtisse
(B) confundiria - dera-se - recebera - curtia
(C) confundisse - deu-se - receberia - curte
(D) confundira - dar-se-á - recebera - curta
(E) confundira - dera-se - receba – curtisse
3. Se numa transformação da frase O borracheiro coçou a desmatada cabeça e proferiu a sentença
tranquilizadora atribuirmos aos termos sublinhados a função de sujeito,as formas verbais que lhes
correspondem deverão ser, na ordem dada:
(A) foi coçada -foi proferida
(B) havia coçado -tinha proferido
(C) coçara -proferira
(D) tinha coçado -teria proferido
(E) estava sendo coçada -tinha sido proferida
4. Há adequada correlação entre os tempos e modos verbais presentes na seguinte frase:
(A) Apesar de não ser provável que a pergunta chegara ao seu antigo aluno, o professor decidia
formulá-la para expressar uma curiosidade ainda viva.
(B) Como bom professor, já havia se programado para que pudera bem informar aos alunos que terão
ouvido músicas clássicas.
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(C) O aluno Carlos se dispusera a comprar um disco de Tchaikovsky, vindo em seguida perguntar ao
professor e havia feito uma boa escolha.
(D) Como ele pediu um disco de música clássica não tendo sido muito caro, vender-lhe-iam uma
gravação nacional das mais baratas.
(E) Pudessem todos os jovens brasileiros ter oportunidade de ouvir música clássica, compositores como
Tchaikovsky haverão de encantar a muitos.
GABARITO
1. C – Na ativa: Muita gente (sujeito) nos (objeto direto) engana (V.T.D.)
Na passiva: Nós (sujeito paciente) somos enganados (verbo SER + particípio) por muita gente
(agente da passiva).
2. A – Tempos condicionais.
Se houvesse de fato quem confundisse a gritante aberração com a alta criação, o falsário dar-se-ia
por recompensado enquanto recebesse os parabéns de quem o “curtisse”.
3. A – Questão de voz verbal e concordância.
- A cabeça desmatada foi coçada pelo borracheiro = transposição da voz ativa para a passiva.
- A sentença tranquilizadora foi proferida = transposição da voz ativa para a passiva.
4. C
ERRATA QUESTÃO 5 VERBO (material de apoio da videoaula)
Gabarito: E
Motivo: tempo composto = têm sido chamados – a ação iniciou no passado e se prolonga.
PERÍODO COMPOSTO
No edital: Sintaxe.
1. Mas vou parar,que não pretendi nesta crônica escrever um manual do perfeito candidato.
Identifica-se, no segmento sublinhado acima,
(A) noção de causa, que justifica a decisão tomada pelo autor.
( B) a consequência de uma ação deliberada anteriormente.
( C) ressalva que restringe o sentido da afirmativa anterior.
(D) uma finalidade, que reafirma as intenções do autor,expostas no texto.
(E) condição, pois o autor conclui não ter conseguido aconselhar o candidato.
2. De fato, a grande originalidade da Europa não foi a escravidão; foi, pelo contrário, a existência de
movimentos abolicionistas que terminaram com ela.
Mantém-se, em linhas gerais, o sentido da frase, substituindo-se o segmento grifado por:
(A) foi não obstante a escravidão, apesar da existência
(B) não só foi a escravidão, mas também a existência
(C) ao invés de ter sido a escravidão, mas a existência
(D) não foi a escravidão, mas, sim, a existência
(E) não foi a escravidão, todavia, sem a existência
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Trechos para a questão.
(...)
No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza:
- Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um
ordenado, um ordenado que...
- Oh! meu senhô! fico.
- ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste
imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver;
olha, és mais alto quatro dedos...
- Artura não qué dizê nada, não, senhô...
- Pequeno ordenado, repito, uns seis mil réis; mas é de grão em grão que a galinha enche o seu
papo. Tu vales muito mais que uma galinha. Justamente. Pois seis mil réis. No fim de um ano, se andares
bem, conta com oito. Oito ou sete.(...)
(Adaptado de: ASSIS, Machado de. "Bons dias!", Gazeta de Notícias, 19 de maio de 1888)
3. Com recurso à subordinação das orações, os parágrafos iniciais estão reescritos corretamente em:
(A) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza, que és livre, podes ir para onde
quiseres, além de que aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que...
(B) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe, com rara franqueza, que era livre e podia ir para
onde quisesse; que aqui, no entanto, tinha casa amiga, já conhecida, além de ter mais um ordenado, um
ordenado que...
(C) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza: Tu és livre; por isso, podes ir
para onde quiseres, ao passo que aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um
ordenado que...
(D) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe, com rara franqueza, que seria livre, poderia ir para
onde queria, mas que aqui teria casa amiga, já conhecida, além de ter mais um ordenado, um ordenado
que...
(E) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza, que fosse livre e pudesse ir para
onde quisesse; aqui, no entanto, teria casa amiga, já conhecida, com que teria mais um ordenado, um
ordenado que...
GABARITO
1. A – causa e consequência.
2. D
3. B
CONCORDÂNCIA
No edital: Concordância nominal e verbal.
1. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se concordando com o termo sublinhado na frase:
(A) O autor do texto acha que (ser) de se lamentar que tantas pessoas sejam enganadas pelos falsários
da internet.
(B) Seria preciso que se (aplicar) a esses falsários alguma sanção, para que não houvesse tantos abusos.
(C) Quem jamais leu Shakespeare nem (imaginar) as lições literárias e as discussões éticas que está
perdendo.
(D) Não (dever) caber aos usuários da internet o direito de publicar o que quer que seja com assinatura
falsa.
(E) Infelizmente não se (punir) esses falsos gênios da internet com medidas rigorosas e exemplares.
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2. As normas de concordância verbal encontram-se plenamente observadas na frase:
(A) Muita gente gostaria de se aventurarem pelas estradas europeias, ainda que num carrinho
periclitante e sem conhecimento das línguas que se fala nos diferentes países.
(B) Entre os muitos idiomas de que o autor se confessou ignorante estava o italiano, mas acabaram por
lhe parecer inteligíveis as palavras ditas pelo borracheiro.
(C) É comum que, ao longo de uma viagem, a condição adversa das estradas descuidadas venham a
desgastar os pneus de um carro já periclitante.
(D) Não ocorreram aos jovens viajantes que aquele emaranhado de estradas fronteiriças poderiam ser
esclarecidas com um detalhado mapa daquela região.
(E) Não é incomum que se atribuam a palavras ditas inocentemente um sentido filosófico inteiramente
fora do alcance e da previsão de quem as proferiram.
3. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar com o elemento
sublinhado na frase:
(A) É possível que a muitos deles ...... (interessar) repetir aquela experiência, que não deixara de ser
uma grande revelação.
(B) Foi gratificante notar que, ao final da sessão, o gosto pelos clássicos ...... (começar) a se incutir em
todos eles.
(C) Nenhum dos alunos que estavam ouvindo as músicas que eu selecionara se ...... (dispor) a
interromper a sessão.
(D) A variação dos compositores apresentados ......(indicar) minha preocupação didática: fazê-los ouvir
um pouco de tudo.
(E) Percebi que os andamentos mais melancólicos, sobretudo os do Romantismo, ...... (deixar) em cada
um deles uma expressão nostálgica.
Trechos para a questão (adaptada).
(...)
Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão,como o tráfico de mulheres na Europa ou
nos Estados Unidos. A escravidão que denunciava com dureza era a velha escravidão clássica - a exploração
braçal e brutal de milhares ou milhões de seres humanos trabalhando em plantações ou pedreiras ao som
do chicote. [...]
A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava,continua a espantar o mundo em termos
absolutos com um número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões de escravos.Falamos, na
grande maioria, de gente que continua a trabalhar
uma vida inteira para pagar as chamadas "dívidas transgeracionais" em condições semelhantes às dos
escravos do Brasil nas roças.(...)
(Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. "Os Escravos". Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br)
4. O verbo em negrito deve sua flexão ao elemento sublinhado em:
(A) A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava...
(B) ...comum número que hoje oscila entre os 13milhões...
(C) Pessoalmente, interessam-me duas.
(D) A escravidão que denunciava com dureza...
(E) ...o ruidoso silêncio que a escravidão moderna merece...
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GABARITO
1. E – Esses falsos gênios da internet não são punidos = não se punem.
a) que tantas pessoas sejam enganadas pelos falsários da internet é de se lamentar.
b) que alguma sanção fosse aplicada = que se aplique.
c) Quem jamais leu Shakespeare nem imagina.
d) o direito de publicar o que quer que seja com assinatura falsa não deve caber aos usuários da
internet.
2. B
3. E - os andamentos mais melancólicos deixam em cada um deles uma expressão nostálgica.
a) Repetir aquela experiência (sujeito oracional) interessa...
b) gosto (núcleo do sujeito) começa...
c) Nenhum dos alunos (sujeito) se dispôs...
d) variação (núcleo do sujeito) indica...
4. B – o que oscila? Um número (sujeito).
a) Sem voltar ao texto seria impossível acertar: “A Índia”é sujeito de “continua”; o sujeito de
“anunciava” é “o livro de Benjamin Skinner”.
A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava,continua a espantar o mundo em
termos absolutos com um número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões de
escravos.
c) Duas (sujeito) interessam a mim (me = O.I.).
d) Skinner denunciava a escravidão. Sujeito: ele.
Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão, como o tráfico de mulheres na
Europa ou nos Estados Unidos. A escravidão que denunciava com dureza era a velha escravidão
clássica - a exploração braçal e brutal de milhares ou milhões de seres humanos trabalhando em
plantações ou pedreiras ao som do chicote.
e) Ordem direta: a escravidão moderna (sujeito) merece (V.T.D.)o ruidoso silêncio (O.D.).
REGÊNCIA
No edital: Regência nominal e verbal.
1. Não impressionou ao conde Afonso Celso, de quem contam que respondeu assim a um sujeito ...
A expressão sublinhada acima preenche corretamente a lacuna existente em:
(A) Aqueles ...... caberia manifestar apoio aos defensores da causa em discussão ainda não haviam
conseguido chegar à tribuna.
(B) O acadêmico, ...... todos esperavam um vigoroso aparte contrário ao pleito, permaneceu em silêncio
na tumultuada sessão.
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(C) Em decisão unânime, os acadêmicos ofereceram dados da agremiação ...... desejasse participar da
discussão daquele dia.
(D) O novo acadêmico demonstrou grande afeição ......compartilha das mesmas ideias literárias e
aborda os mesmos temas.
(E) O discurso de recepção do novo integrante do grupo deveria ser pronunciado ...... apresentasse
maior afinidade entre ambos.
2. No contexto dado, possui a mesma regência do verbo presente no segmento A escravidão que
denunciava com dureza, o que se encontra sublinhado em:
(A) Quem fala, hoje, dos 30 milhões de escravos...
(B) ...número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões...
(C) ...antes de portugueses ou espanhóis comprarem negros na África rumo ao Novo Mundo.
(D) ...o Global Slavery Index é um belo retrato da nossa miséria...
(E) Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão...
3. O termo entre parênteses preenche corretamente a lacuna da frase em:
(A) A mudança, começaram ...... senti-la apenas os descendentes dos escravos. (à)
(B) Não foi apenas com o intuito de libertar ...... escravos que se promulgou a lei Áurea. (aos)
(C) As condições iniciais dos libertos eram muito próximas ...... de escravidão. (as)
(D) ...... vésperas do século XX ainda eram debatidas questões como a escravidão. (Às)
(E) Muito embora lhes fosse conferida ...... condição de liberto, muitos continuavam subjugados. (à)
GABARITO
1. B
Ordem direta: todos esperavam um vigoroso aparte do acadêmico = de que ou do qual.
2. C – denunciar e comprar são transitivos diretos e exigem objeto direto como complemento.
3. D – A crase, em FCC, é exigida como regência.
Substituindo por termos masculinos:
a) Começaram a senti-la = não se usa crase em pronome pessoal oblíquo.
b) libertar os escravos = verbo transitivo direto.
c) as condições eram próximas às (condições) = os projetos eram próximos aos (projetos).
d) Às vésperas = locução adverbial.
e) a condição = sujeito. Não há preposição (crase) no sujeito.
PONTUAÇÃO
No edital: Emprego dos sinais de pontuação.
1. Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase:
(A) Atualmente, ocorre na internet com cansativa frequência, a atribuição de textos insípidos aos
grandes autores da nossa literatura, o que concorre certamente para a propagação do mau gosto, e a
banalização da fraude.
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(B) Atualmente ocorre na internet, com cansativa frequência, a atribuição de textos insípidos, aos
grandes autores da nossa literatura, o que concorre certamente, para a propagação do mau gosto e a
banalização da fraude.
(C) Atualmente, ocorre na internet, com cansativa frequência, a atribuição de textos insípidos aos
grandes autores da nossa literatura, o que concorre, certamente, para a propagação do mau gosto e a
banalização da fraude.
(D) Atualmente ocorre, na internet com cansativa frequência, a atribuição de textos insípidos, aos
grandes autores, da nossa literatura o que concorre, certamente, para a propagação do mau gosto e a
banalização da fraude.
(E) Atualmente ocorre, na internet, com cansativa frequência a atribuição, de textos insípidos, aos
grandes autores da nossa literatura, o que concorre, certamente para a propagação do mau gosto, e a
banalização da fraude.
2. Atente para as seguintes frases:
I. Com atenção, eles ouviam as músicas que eu selecionara para eles.
II. Eles gostavam especialmente dos movimentos lentos,que lhes pareciam mais poéticos.
III. Atenção especial foi dada aos compositores românticos,sobre os quais fiz comentários
emocionados.
A exclusão da vírgula acarretará mudança de sentido APENAS em
(A) II e III.
(B) I.
(C) II.
(D) III.
(E) I e III.
Trechos para a questão.
Eu pertenço a uma família de profetas après coup, postfactum*, depois do gato morto, ou como
melhor nome tenha em holandês. Por isso digo, e juro se necessário for, que toda a história desta lei de 13
de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos debates, tratei de alforriar
um molecote que tinha, pessoa de seus dezoito anos, mais ou menos.Alforriá-lo era nada; entendi que,
perdido por mil, perdido por mil
e quinhentos, e dei um jantar.(...)
No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza:
- Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um
ordenado, um ordenado que...
- Oh! meu senhô! fico.
- ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste
imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver;
olha, és mais alto quatro dedos...
- Artura não qué dizê nada, não, senhô...
- Pequeno ordenado, repito, uns seis mil réis; mas é de grão em grão que a galinha enche o seu
papo. Tu vales muito mais que uma galinha. Justamente. Pois seis mil réis. No fim de um ano, se andares
bem, conta com oito. Oito ou sete.
Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar
bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um
impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Ele continuava livre, eu
de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos.(...)
(Adaptado de: ASSIS, Machado de. "Bons dias!", Gazeta deNotícias, 19 de maio de 1888)
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3. Sobre a pontuação do texto, considere:
I. Mantém-se a correção alterando-se a pontuação da frase Oh! meu senhô! fico. Para Oh,meu senhô, fico!
II. O ponto e vírgula, no segmento ...por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade...,pode ser
substituído por dois-pontos.
III. No segmento Por isso digo, e juro se necessário for,que toda a história desta lei de 13 de maio...,pode-se
acrescentar uma vírgula imediatamente após juro.
Está correto o que consta em
(A) I, II e III.
(B) II e III, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) I, apenas.
(E) II, apenas.
GABARITO
1. C
Inversão e intercalações.
2. A
Excluir pontuação (aqui, a vírgula) anteposta ao pronome relativo sempre acarretará mudança
de sentido, já que passa de explicação para restrição.
3. A
COESÃO E COERÊNCIA - REESCRITURA DE FRASES
No edital: Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas).
1. Está inteiramente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto Falsificações na
internet:
(A) É natural que muitos dos usuários da internet se irritem com este fenômeno generalizado: a pessoa
publica um medíocre texto de sua autoria como se fosse da lavra de algum escritor consagrado.
(B) Tratando-se de um fenômeno generalizado na internet, implica na irritação de quem toma os textos
de alguém famoso cujo o teor foi estabelecido por quem escreveu uma mera banalidade.
(C) Está cada vez mais usual o seguinte fato: alguém mal intencionado, publica sob um nome de autor
conhecido um texto de que este jamais teria interesse em escrever, por banal que seja.
(D) Muitas pessoas, provavelmente com má fé, dão como de outros autores, textos seus, imaginando
que as assinaturas famosas encobrem as debilidades do texto de cujos são criadores.
(E) Certamente são irritantes essas falsificações da internet, mormente nas redes sociais, aonde
escritores sem qualquer talento plageiam autores famosos, tentando se fazer passar pelos mesmos.
2. Considere as seguintes afirmações sobre aspectos da construção do texto Falsificações na internet:
I. Na frase É próprio dos vícios misturar prazer e corrosão em quem os sustenta, o pronome os refere-se
aos nomes prazer e corrosão.
II. Atentando para a regência verbal, o segmento Os grandes atores, apoiando-se no talento que lhes é
próprio permanecerá correto caso se substitua apoiando-se no por valendo-se do ou contando com o.
III. Ao observar que ninguém deve enganar-se a si mesmo, o autor poderia ter optado pela forma do
imperativo e nos lançar a seguinte frase, de modo correto e solene: “Não deveis enganar-se a vós
mesmos”.
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Está correto o que se afirma em
(A) I, II e III.
(B) I e II, apenas.
(C) I e III, apenas.
(D) II, apenas.
(E) III, apenas.
3. Por apresentar falha estrutural de construção, deve-se reelaborar a redação da seguinte frase:
(A) Há quem busque disfarçar a falta de talento atribuindo a autores famosos os textos medíocres que
publica nas páginas da internet.
(B) A falta de talento faz com que artistas famosos passem por ser alegados como genuínos autores
daqueles textos de escritores medíocres que não o têm.
(C) Alguns nomes de grandes escritores brasileiros são muitas vezes indicados na internet como autores
de textos que jamais escreveriam.
(D) É fácil entender que alguém cometa uma fraude para enganar os outros; difícil é aceitar que alguém
se proponha a enganar a si mesmo.
(E) Leitores ingênuos deixam-se enganar pelos falsários da internet, mostrando que não reconhecem a
diferença entre a boa e a má literatura.
4. Está inteiramente correta a redação deste livre comentário sobre o texto Filosofia de borracharia:
(A) Em meio à países em cujas fronteiras se entrelaçam é difícil buscar-se orientação precisa, sobretudo
quando se desconhece a língua de uma região.
(B) O tosco borracheiro italiano seria incapaz de suspeitar que se atribuíssem aquela sua frase o alto
sentido filosófico que dela se derivou.
(C) Um dos jovens viajantes se dispôs à filosofar, atribuindo-se um sentido superior à frase que o
simplório borracheiro jamais poderia conter.
(D) Por vezes, é possível atribuir às palavras de uma frase simples, ou mesmo banal, um sentido
outro,que elas acabam por sugerir aos imaginosos.
(E) Já envelhecido, o autor da crônica confessa-nos deque a vida, de fato, lhe incutiu na frase do
borracheiro um sentido cada vez mais oportuno e atualizado.
5. Atente para a seguinte frase do texto:
A lanterna passava pelas coisas com uma fantasia criativa e destrutiva que subvertia o real.
Uma nova, clara e correta redação revela adequada compreensão do que diz a frase acima em:
(A) Passando pelas coisas, a lanterna acesa fantasiava e destruía a subversão do real iluminado.
(B) A fantasia e a criação da lanterna, cuja luz passava pelas coisas, subvertia-se diante do real.
(C) Ao passar pelas coisas, a iluminação da lanterna fantasiosa criava o real, para em seguida destruí-lo.
(D) O real ficava subvertido pela ação da lanterna, da fantasia que criava e destruía as coisas.
(E) A realidade das coisas projetava sua fantasia criativa conforme passava por ela a luz da lanterna.
6. Atente para as seguintes frases:
I. Deram-me uma lanterna de bolso.
II. Passei a projetar a luz da lanterna nos cantos da casa.
III. Os cantos da casa não me eram mais familiares.
IV. A luz da lanterna transfigurava os cantos da casa.
As frases acima estão articuladas de modo claro, coerente e correto no seguinte período:
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(A) A lanterna de bolso que me deram tinha uma luz que me pus a projetar sobre os cantos da casa, cuja
familiaridade era agora como que se estivessem transfigurados.
(B) A lanterna de bolso, que me deram, passei a projetar sua luz nos cantos da casa que, antes
familiares, eram assim transfigurados por aquela luz.
(C) A luz da lanterna de bolso que me deram passei a projetar nos cantos da casa, tão familiares, cujos
passaram a ser então transfigurados.
(D) Me deram uma lanterna de bolso em cuja luz passeia projetar nos cantos da casa que, à essa altura,
nãome eram mais familiares, porquanto transfigurados.
(E) Deram-me uma lanterna de bolso, cuja luz passei a projetar nos cantos da casa, que, até então
familiares,estavam agora transfigurados.
Texto para as questões.
[...] ser independente significa bem mais do que ser livre para viver como se quer: significa,
basicamente, viver com valores que façam a vida ser digna de ser vivida. Não basta um estado de espírito.
Não basta, como diz o samba, “vestir a camisa amarela e sair por aí”. Tampouco basta sentir-se autônomo,
fazendo parte do bando. É preciso algo mais. Ora,
um dos valores que vêm sendo retomados pelos filósofos e que cabem como uma luva nessa questão é o da
resistência. Na raiz da palavra resistere se encontra um sentido: “ficar de pé”. E
ficar de pé implica manter vivas, intactas dentro de si, as forças da lucidez. Essa é uma exigência que se
impõe tanto em tempos de guerra quanto em tempos de paz. Sobretudo nesses últimos, quando
costumamos achar que está tudo bem, que está tudo “numa boa”; quando recebemos informações de
todos os lados, sem tentar, nem ao menos, analisá-las, e terminamos por engolir qualquer coisa.
Resistir como forma de ser independente é, talvez, uma maneira de encontrar um significado no
mundo. Daí que, para celebrar a independência, vale mesmo é desconstruir o mundo,desnudar suas
estruturas, investigar a informação. Fazer isso sem cansaço para depois termos vontade de,
novamente,desejá-lo, inventá-lo e construí-lo; de reencontrar o caminho da sensibilidade diante de uma
paisagem, ao abrir um livro ou aporta de um museu. Independência, sim, para defendermos a vida, para
defendermos valores para ela, para que ela tenha um sentido. Independência de pé, com lucidez e
prioridades.Clareza, sim, para não continuarmos a assistir, impotentes, ao espetáculo da própria
impotência.
(PRIORE, Mary Del. Histórias e conversas de mulher. São Paulo: Planeta, 2013, p. 281)
7. Não basta um estado de espírito. Não basta, como diz o samba, “vestir a camisa amarela e sair por aí”.
Tampouco basta sentir-se autônomo, fazendo parte do bando. (primeiro parágrafo)
O sentido do segmento transcrito acima está exposto, de maneira diversa, porém com correção, clareza
e fidelidade,em:
Para ser independente, ...
(A) é preciso ter vontade própria, tomar decisões, como diz a letra da música, ou nem mesmo buscar
nas ideias dos outros o mesmo estado de espírito, participando,portanto, do grupo em que se identifica
essa sua maneira de ser.
(B) deve haver correspondência entre a própria maneira de viver, com atitudes baseadas em escolhas
marcadamente pessoais, e a experiência de todo o conjunto,ainda que possa considerar-se único, sem
imposição de ideias alheias.
(C) não é suficiente tomar decisões sem a devida deliberação,nem considerar-se capaz de determinar as
próprias normas de conduta, sem imposição alheia,se estiver vivendo de acordo com o ideário da
maioria.
(D) não é necessário viver sem rumo, a esmo, como um estado de espírito, se o fato de sentir-se livre de
imposições da maioria pudesse mantê-lo inserido no convívio social, apesar de defender as próprias
ideias.
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(E) seria importante manter-se segundo as normas de conduta estabelecidas por si mesmo, deliberadas
com determinação, compartilhando, porém, das mesmas ideias do grupo em que se encontra inserido.
8. Considere as alterações propostas nas alternativas abaixo para alguns segmentos do texto. Mantém-
se a correção gramatical no que consta em:
( A) Na raiz da palavra resistere se encontra um sentido ...
Na raiz da palavra resistere se encontra algumas indicações de seu significado ...
( B) Não basta um estado de espírito.
Não basta algumas decisões tomadas nesse sentido.
(C) Essa é uma exigência que se impõe tanto em tempos de guerra quanto em tempos de paz.
Essa é uma das exigências que se impõem tanto em tempos de guerra quanto em tempos de paz.
(D) É preciso algo mais.
Faz-se necessário as mudanças de visão e de atitudes.
(E) ...para que ela tenha um sentido.
... para que as metas estabelecidas a cada um tenha um sentido.
9. O crescimento da vida urbana aumentou a visibilidade das mulheres.
Hoje elas estão menos obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica.
Hoje as mulheres podem investir numa carreira.
A revolução das comunicações começou com o telefone e prossegue no Facebook.
O Facebook contribuiu para diluir as fronteiras entre o isolamento e a vida social.
As frases isoladas acima compõem um único parágrafo, devidamente pontuado, com clareza e lógica,
em:
(A) A revolução das comunicações começou com o telefone e prossegue no Facebook. Que contribuiu
para diluir as fronteiras entre o isolamento e a vida social.
E ainda, com o crescimento da vida urbana aumentou a visibilidade das mulheres. Hoje elas estão menos
obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica; que podem investir numa carreira.
(B) Com o crescimento da vida urbana, aumentou-se a visibilidade das mulheres, às quais estão hoje
menos obrigadas a se consagrar exclusivamente a vida doméstica, assim como podem investir numa
carreira.
Para diluir as fronteiras entre o isolamento e a vida social, veio a revolução das comunicações, tendo
começado com o telefone e prossegue no Facebook,que contribuiu para esse fato.
(C) A visibilidade das mulheres, depois do crescimento da vida urbana, hoje estão menos obrigadas a se
consagrar exclusivamente à vida doméstica e poder investir numa carreira. Em razão da revolução das
comunicações, que começou com o telefone e prossegue no Facebook, o qual contribuiu para diluir as
fronteiras entre o isolamento e a vida social.
(D) Hoje as mulheres estão menos obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica, com o
crescimento da vida urbana, que aumentou sua visibilidade,podendo investir numa carreira. E ainda a
diluição das fronteiras entre o isolamento e a vida social com a revolução das comunicações que, tendo
começado com o telefone, prossegue no Facebook, contribuiu para isso.
(E) O crescimento da vida urbana aumentou a visibilidade das mulheres, que hoje estão menos
obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica, além de poderem investir numa carreira. A
revolução das comunicações, que começou com o telefone e prossegue no Facebook, contribuiu para
diluir as fronteiras entre o isolamento e a vida social.
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Texto para as questões.
Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão para saber que a prática foi uma das maiores
vergonhas da humanidade. Mas é preciso corrigir o tempo do verbo. Foi? Melhor escrever a frase no
presente. A escravidão ainda é uma das maiores vergonhas da humanidade. E o fato de o Ocidente não
ocupar mais o topo da lista como responsável pelo crime não deve ser motivo para esquecermos ou
escondermos a infâmia.
Anos atrás, lembro-me de um livro aterrador de BenjaminSkinner que ficou gravado nos meus
neurônios. Seu título era A Crime So Monstrous (Um crime tão monstruoso) e Skinner ocupava-se da
escravidão moderna para chegar à conclusão aterradora: existem hoje mais escravos do que em qualquer
outra época da história humana.
Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão,como o tráfico de mulheres na Europa ou
nos Estados Unidos. A escravidão que denunciava com dureza era a velha escravidão clássica - a exploração
braçal e brutal de milhares ou milhões de seres humanos trabalhando em plantações ou pedreiras ao som
do chicote. [...]
Pois bem: o livro de Skinner tem novos desenvolvimentos com o maior estudo jamais feito sobre a
escravidão atual.Promovido pela Associação WalkFree, o Global Slavery Index é
um belo retrato da nossa miséria contemporânea. [...]
A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava,continua a espantar o mundo em termos
absolutos com um número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões de escravos.Falamos, na
grande maioria, de gente que continua a trabalhar
uma vida inteira para pagar as chamadas "dívidas transgeracionais"em condições semelhantes às dos
escravos do Brasil nas roças.
Conclusões principais do estudo? Pessoalmente,interessam-me duas. A primeira, segundo o Global
Slavery Index, é que a escravidão é residual, para não dizer praticamente
inexistente, no Ocidente branco e "imperialista".
De fato, a grande originalidade da Europa não foi a escravidão;foi, pelo contrário, a existência de
movimentos abolicionistas que terminaram com ela. A escravidão sempre existiu antes de portugueses ou
espanhóis comprarem negros na África rumo ao Novo Mundo. Sempre existiu e, pelo visto, continua a
existir.
Mas é possível retirar uma segunda conclusão: o ruidoso silêncio que a escravidão moderna merece
da intelectualidade progressista. Quem fala, hoje, dos 30 milhões de escravos que continuam acorrentados
na África, na Ásia e até na América Latina? [...]
O filme de Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão, pode relembrar ao mundo algumas vergonhas
passadas. Mas confesso que espero pelo dia em que Hollywood também irá filmar as vergonhas presentes:
as vidas anônimas dos infelizes da Mauritânia ou do Haiti que, ao contrário do escravo do filme, nãotêm
final feliz.
(Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. "Os Escravos". Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br)
10. Os termos infâmia (primeiro parágrafo), Promovido (quarto parágrafo) e que (sétimo parágrafo)
referem-se respectivamente a:
(A) lista - Global Slavery Index - escravidão
(B) humanidade - um belo retrato - existência
(C) escravidão - um belo retrato - existência
(D) escravidão - Global Slavery Index – movimentos abolicionistas
(E) lista - livro - movimentos abolicionistas
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11. Atente para as afirmações, abaixo, sobre o texto:
I. Com a substituição de que (primeiro parágrafo) por "se", atribui-se caráter hipotético ao que se diz em
seguida.
II. Sem prejuízo para a correção, pode-se isolar com vírgulas o título do livro A Crime So Monstrous
(segundo parágrafo), como ocorre, no último parágrafo, com o título do filme 12 Anos de Escravidão.
III. O travessão empregado no terceiro parágrafo introduz uma explicação, função semelhante à dos
dois-pontos empregados no último parágrafo.
Está correto o que consta APENAS em
(A) I e III.
(B) I.
(C) I e II.
(D) II.
(E) II e III.
GABARITO
1. A – Erros de regência, pontuação, ortografia e pronome relativo.
Algumas observações:
b) implica irritação.
c) alguém mal intencionado publica sobre...
d) pontuação errada.
e) onde.
2. D
I.Sustenta os vícios.
II.Certo.
III.Não devais.
3. B
4. D
5. D
6. E
7. C
8. C
9. E
10. D
Começando a resolver de trás para frente, ou seja, do último para o penúltimo facilita muito.
Que = movimentos abolicionistas. Eliminadas A, B e C.
O que foi promovido? O livro. Eliminada E.
11. A – Não se separa o complemento do verbo (nem o verbo do sujeito).
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INTERPRETAÇÃO DE TEXTO
No edital: Reconhecimento de tipos e gêneros textuais;adequação da linguagem ao tipo de documento;
adequação do formato do texto ao gênero.
Texto para as questões.
Falsificações na internet
Quem frequenta páginas da internet, sobretudo nas redes sociais, volta e meia se depara com
textos atribuídos a grandes escritores. Qualquer leitor dos mestres da literatura logo perceberá a
fraude: a citação está longe de honrar a alegada autoria. Drummond, Clarice Lispector, Guimarães Rosa
e Fernando Pessoa, por exemplo, jamais escreveriam banalidades recheadas de lugares comuns, em
linguagem capenga e estilo indefinido. Mas fica a pergunta: o que motiva essas falsificações grosseiras
de artistas da palavra e da imaginação?
São muitas as justificativas prováveis. Atrás de todas está a vaidade simplória de quem gostaria
de ser tomado por um grande escritor e usa o nome deste para promover um texto tolo, ingênuo,
piegas, carregado de chavões. Os leitores incautos mordem a isca e parabenizam o fraudulento,
expandindo a falsificação e o mau gosto. Mas há também o ressentimento malicioso de quem conhece
seus bem estreitos limites literários e, não se conformando com eles, dispõe-se a iludir o público com a
assinatura falsa, esperando ser confundido com o grande escritor. Como há de fato quem confunda a
gritante aberração com a alta criação, o falsário dá-se por recompensado enquanto recebe os parabéns
de quem o “curtiu”.
Tais casos são lamentáveis por todas as razões, e constituem transgressões éticas, morais,
estéticas e legais. Mas fiquemos apenas com a grave questão da identidade própria que foi rejeitada em
nome de outra, inteiramente postiça. Enganar-se a si mesmo, quando não se trata de uma psicopatia
grave, é uma forma dolorosa de trair a consciência de si. Os grandes atores, apoiando-se no talento que
lhes é próprio, enobrecem esse desejo tão humano de desdobramento da personalidade e o legitimam
artisticamente no palco ou nas telas; os escritores criam personagens com luz própria, que se tornam
por vezes mais famosos que seus criadores (caso de Cervantes e seu Dom Quixote, por exemplo); mas
os falsários da internet, ao não assinarem seu texto medíocre, querem que o tomemos como um grande
momento de Shakespeare. Provavelmente jamais leram Shakespeare ou qualquer outro gênio citado:
conhecem apenas a fama do nome, e a usam como moeda corrente no mercado virtual da fama.
Tais fraudes devem deixar um gosto amargo em quem as pratica, sobretudo quando ganham o
ingênuo acolhimento de quem, enganado, as aplaude. É próprio dos vícios misturar prazer e corrosão
em quem os sustenta. Disfarçar a mediocridade pessoal envergando a máscara de um autêntico criador
só pode aprofundar a rejeição da identidade própria. É um passo certo para alargar os ressentimentos e
a infelicidade de quem não se aceita e não se estima.
(Terêncio Cristobal, inédito)
1. No texto manifesta-se, essencialmente, uma censura a quem,
(A) frequentando páginas da internet, deixa-se seduzir com facilidade pelos textos de grandes autores,
sem antes certificar-se quanto à sua autenticidade.
(B) por falta de talento literário e por ressentimento, costuma ressaltar nos textos dos autores clássicos
as passagens menos inspiradas ou mais infelizes.
(C) levado pelo sentimento da vaidade, porta-se como se fosse um grande escritor, tratando de temas
profundos num estilo elevado, próprios dos grandes talentos.
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(D) cometendo uma fraude, publica na internet textos medíocres, atribuídos a escritores célebres,
buscando com isso, entre outras coisas, ganhar o aplauso de quem lê.
(E) com intenção maliciosa, cita autores famosos em páginas da internet, afetando uma familiaridade
que de fato jamais teve com esses grandes escritores.
2. Considere as seguintes afirmações:
I. No primeiro parágrafo, o autor do texto imagina que muitos usuários das redes sociais, mesmo os
versados em literatura, podem se deixar enganar pela fraude das citações, uma vez que o estilo destas
lembra muito de perto a linguagem dos alegados autores.
II. No segundo parágrafo, duas razões são indicadas para explicar a iniciativa dos fraudulentos: o gosto
pela ironia, empregada para rebaixar os escritores de peso, e a busca da notoriedade de quem quer ser
identificado como um artista superior.
III. Nos dois parágrafos finais, o que o autor ressalta como profundamente grave é o fato de os falsários
mentirem para si mesmos, dissolvendo a identidade que lhes é própria e assumindo, ilusoriamente, a
personalidade de alguém cujo valor já está reconhecido.
Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.
Texto para as questões.
Filosofia de borracharia
O borracheiro coçou a desmatada cabeça e proferiu a sentença tranquilizadora: nenhum problema
com o nosso pneu,aliás quase tão calvo quanto ele. Estava apenas um bocado murcho.
- Camminando si sgonfia* - explicou o camarada, com um sorriso de pouquíssimos dentes e
enorme simpatia.
O italiano vem a ser um dos muitos idiomas em que a minha abrangente ignorância é especializada,
mas ainda assim compreendi que o pneu do nosso carro periclitante tinha se esvaziado ao longo da estrada.
Não era para menos. Tendo saído de Paris, havíamos rodado muito antes de cair naquele emaranhado de
fronteiras em que você corre o risco de não saber se está na Áustria, na Suíça ou na Itália. Soubemos que
estávamos no norte, no sótão da Itália, vendo um providencial borracheiro dar nova carga a um pneu
sgonfiato.
Dali saímos -éramos dois jovens casais num distante verão europeu, embarcados numa aventura
que, de camping em camping, nos levaria a Istambul – para dar carga nova a nossos estômagos, àquela
altura não menos sgonfiati. O que pode a fome, em especial na juventude: à beira de um himalaia de
sofrível espaguete fumegante, julguei ver fumaças filosóficas na sentença do tosco borracheiro. E, entre
garfadas, sob o olhar zombeteiro dos companheiros de viagem, me pus a teorizar.
Sim, camminando si sgonfia, e não apenas quando se é,nesta vida, um pneu. Também nós, de
tanto rodar, vamos aos poucos desinflando. E por aí fui, inflado e inflamado num papo delirante. Fosse
hoje, talvez tivesse dito, infelizmente com conhecimento de causa, que a partir de determinado ponto
carecemos todos de alguma espécie de fortificante, de um novo alento para o corpo, quem sabe para a
alma.
* Camminando si sgonfia= andando se esvazia. Sgonfiatoé vazio; sgonfiatié a forma plural.
(Adaptado de: WERNECK, Humberto – Esse inferno vai acabar. Porto Alegre, Arquipélago, 2011, p. 85-
86)
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3. A expressão em italiano, dirigida aos dois jovens casais pelo borracheiro,
(A) deu oportunidade a que todos reconhecessem na frase do borracheiro a filosofia que ele havia
incutido nela para orientar os jovens.
(B) foi tomada em sentido puramente metafórico, já que parecia não se aplicar ao problema que os fez
parar na borracharia.
(C) confundiu ainda mais aqueles aventureiros, que já se sentiam um tanto perdidos no emaranhado de
estradas fronteiriças.
(D) deu aos turistas a certeza de que se encontravam na Itália, embora eles não atinassem com o
sentido daquelas palavras.
(E) acabou propiciando uma interpretação mais abrangente,que resultou numa teoria posteriormente
levantada numa refeição.
4. Atente para as seguintes afirmações:
I. A frase dita pelo borracheiro nada indiciou aos jovens turistas, que não sabiam em que país estavam- o
que só veio a se esclarecer durante a refeição tipicamente italiana.
II. A familiaridade que um dos jovens revelou ter como idioma italiano permitiu-lhe deduzir da frase do
borracheiro uma súmula filosófica.
III. Como conclusão do antigo episódio narrado, o cronista lembra o quanto a vida acaba por nos tornar
necessitados de novo ânimo para seguir vivendo-a.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma em
(A) III, apenas.
(B) I, II e III.
(C) I e II, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I e III, apenas.
5. Por valorizar recursos expressivos da linguagem, o autor da crônica,
(A) em inflado e inflamado (5o parágrafo), vale-se de sinônimos para reforçar o estado de espírito
reflexivo da personagem.
(B) na expressão quase tão calvo quanto ele (1o parágrafo), qualifica o borracheiro com um termo
familiarmente aplicado a um pneu já muito gasto.
(C) no segmento minha abrangente ignorância é especializada (3o parágrafo), é irônico ao atribuir a
ignorância qualidades aplicáveis a um alto conhecimento.
(D) na expressão num distante verão europeu (4o parágrafo), utiliza um indicador de tempo para
denotar a extensão do território percorrido.
(E) em à beira de um Himalaia (4o parágrafo), deixa claro que os viajantes agora se acercavam de uma
alta cordilheira, semelhante à asiática.
6. Atente para a seguinte construção: O borracheiro explicou-nos que os pneus haviam esvaziado com o
uso, e que era fácil resolver aquele problema.
Empregando-se o discurso direto, a frase deverá ser: O borracheiro explicou-nos:
(A) - Com o uso os pneus estão esvaziando, problema este que seria fácil resolver.
(B) - Os pneus com o uso tinham esvaziado, mas seria fácil resolver o problema.
(C) - Os pneus se esvaziaram com o uso, é fácil resolver este problema.
(D) - Com o uso os pneus terão se esvaziado, seria fácil resolver esse problema.
(E) - Os pneus com o uso estavam vazios, vai ser fácilr esolver seu problema.
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Texto para as questões.
“O povo não gosta de música clássica”
Estudante de Letras, mal chegado à faculdade, comecei a dar aulas de Português numa escola
pública da periferia da cidade.Estava feliz porque gostei do trabalho de professor, nessa escola estadual
frequentada sobretudo por comerciários, office boys, aprendizes de ofício, feirantes etc. Éramos quase
todos da mesma idade, havia camaradagem entre nós.
Um dia convidei um grupinho dos mais chegados pra ir à minha casa ouvir música. “Música
clássica”, adverti. Preparei um programinha meio didático, dentro da sequência histórica,com peças mais
ou menos breves que iam do canto gregoriano a Villa-Lobos. Comentava as diferenças de estilo, de
sentimento,de complexidade. A sessão toda durou quase duas horas, incluindo minhas tagarelices.
Gostaram muito.
Dois ou três dias depois, um deles (pobre, como os outros) apareceu na aula com um embrulho na
mão.“Professor, comprei hoje isso pra mim. O senhor acha que essa música é boa?” Era um LP de
Tchaikovsky, talvez com sinfonias ou aberturas, não me lembro. Disse que sim, e ele saiu todo sorridente.
Imaginei a cena do dia: ele entrando numa casa de disco do centro da cidade e pedindo um “disco de
música clássica”. Venderam-lhe uma gravação barata, nacional.
Ao final do ano letivo despediu-se de mim (sairia da escola,concluído o primeiro grau) e me deixou
na mão um bilhetinho.Não decorei as palavras, que eram poucas, mais ou menos estas: “Professor, muito
obrigado por me fazer gostar de música clássica”. Desmoronei um pouco, pensando em comoeste país
poderia ser diferente. Não lhe disse, na hora, que agente pode gostar naturalmente de qualquer música: é
preciso que não obstruam nosso acesso a todos os gêneros musicais. E embora seja quase impossível que
estas palavras cheguem ao meu antigo aluno, pergunto-lhe agora, com mais de quatro décadas de atraso:
“Então, seu Carlos, gostou do Tchaikovsky?”
(Teotônio Ramires, inédito)
7. No título do texto formula-se um preconceito que pode ser combatido, o que decorreria tomada a
precaução expressa em:
(A) (...) é preciso que não obstruam nosso acesso a todos os gêneros musicais.
(B) Desmoronei um pouco, pensando em como este país poderia ser diferente.
(C) Éramos quase todos da mesma idade, havia camaradagem entre nós.
(D) Estava feliz porque gostei do trabalho de professor.
(E) (...) ele entrando numa casa de disco do centro da cidade e pedindo um “disco de música clássica”.
8. Atente para as seguintes afirmações:
I. As informações do primeiro parágrafo do texto ressaltam a responsabilidade que teriam nossas
escolas públicas de oferecerem em seu currículo atividades culturais até então negligenciadas.
II. A providência do jovem professor junto a um grupo de alunos seguiu um certo método, tal como o
indicam expressões como programinha meio didático e sequência histórica.
III. No quarto parágrafo, o autor sugere que sua emoção de jovem professor diante do bilhetinho do
aluno deveu-se à convicção de que muitos brasileiros poderiam beneficiar-se da mesma iniciativa.
Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em
(A) II.
(B) II e III.
(C) I e III.
(D) I e II.
(E) I.
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9. Da pressuposição de que ...... passa-se à inferência deque ......
Em relação ao texto, a frase acima expressará um pensamento coerente preenchendo-se as lacunas, na
ordem dada, com os segmentos:
(A) toda música clássica é de alta qualidade –quem gosta de música popular não lhe dará atenção.
(B) os estudantes não gostam de música clássica –nãohá atividade escolar que os leve a apreciá-la.
(C) os adolescentes não gostam de música clássica− quando forem adultos saberão apreciá-la.
(D) a música clássica é para ouvidos refinados –todos podem gostar dela se a ouvirem com constância.
(E) a música clássica tem um mesmo sentido para todos - pouca gente aprecia-a com sinceridade.
Texto para a questão.
A lanterninha
Apaguei todas as luzes, e não foi por economia; foi porque me deram uma lanterna de bolso, e tive
a ideia de fazer a experiência de luz errante.
A casa, com seus corredores, portas, móveis e ângulos que recebiam iluminação plena, passou a ser
um lugar estranho,variável, em que só se viam seções de paredes e objetos,
nunca a totalidade. E as seções giravam, desapareciam, transformavam-se. Isso me encantou. Eu descobria
outra casa dentro da casa.
A lanterna passava pelas coisas com uma fantasia criativa e destrutiva que subvertia o real. Mas que
é o real, senão o acaso da iluminação? Apurei que as coisas não existem por si,
mas pela claridade que as modela e projeta em nossa percepção visual. E que a luz é Deus.
A partir daí entronizei minha lanterninha em pequeno nicho colocado na estante, e dispensei-me de
ler os tratados que me perturbavam a consciência. Todas as noites retiro-a de
lá e mergulho no divino. Até que um dia me canse e tenha de inventar outra divindade.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985, p. 25)
10. Nas expressões a luz é Deus (3o parágrafo) e mergulho no divino (4o parágrafo), ressalta-se um
respeito religioso, o qual também está sugerido no seguinte segmento:
(A) só se viam seções de paredes e objetos.
(B) entronizei minha lanterninha em pequeno nicho.
(C) tive a ideia de fazer a experiência de luz errante.
(D) passou a ser um lugar estranho, variável.
(E) dispensei-me de ler os tratados.
Texto para as questões.
Conselhos a o candidato
Certa vez um enamorado da Academia, homem ilustre e aliás perfeitamente digno de pertencer a
ela, escreveu-me sondando-me sobre as suas possibilidades como candidato. Não pude deixar de sentir o
bem conhecido calefrio aquerôntico, porque então éramos quarenta na Casa de Machado de Assis e falar de
candidatura aos acadêmicos sem que haja vaga é um pouco desejar secretamente a morte de um deles. O
consultado poderá dizer consigo que “praga de urubu não mata cavalo”.Mas, que diabo, sempre
impressiona. Não impressionou ao conde Afonso Celso, de quem contam que respondeu assim a um sujeito
que lhe foi pedir o voto para uma futura vaga:
Não posso empenhar a minha palavra. Primeiro porque o voto é secreto; segundo porque não há
vaga; terceiro porque a futura vaga pode ser a minha, o que me poria na posição de não poder cumprir com
a minha palavra, coisa a que jamais faltei em minha vida.
Se eu tivesse alguma autoridade para dar conselhos ao meu eminente patrício, dir-lhe-ia que o
primeiro dever de um candidato é não temer a derrota, não encará-la como uma capitis diminutio, não
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enfezar com ela. Porque muitos dos que se sentam hoje nas poltronas azuis do Trianon, lá entraram a duras
penas, depois de uma ou duas derrotas. Afinal a entrada para a Academia depende muito da oportunidade
e de uma coisa bastante indefinível que se chama “ambiente”. Fulano?Não tem ambiente. [...]
Sempre ponderei aos medrosos ou despeitados da derrota que é preciso considerar a Academia
com certo senso de humour. Não tomá-la como o mais alto sodalício intelectual do país. Sobretudo nunca
se servir da palavra “sodalício”, a que muitos acadêmicos são alérgicos. Em mim, por exemplo, provoca
sempre urticária.
No mais, é desconfiar sempre dos acadêmicos que prometem:“Dou-lhe o meu voto e posso
arranjar-lhe mais um”.Nenhum acadêmico tem força para arranjar o voto de um colega.
Mas vou parar, que não pretendi nesta crônica escrever um manual do perfeito candidato.
(BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993, vol. único, p. 683-
684)
*aquerôntico- relativo ou pertencente a Aqueronte, um dos rios do Inferno, atravessado pelos mortos
na embarcação conduzida pelo barqueiro Caronte.
*capitis diminutio: expressão latina de caráter jurídico empregada para designar a diminuição de
capacidade legal.
11. No desenvolvimento do texto, o autor deixa transparecer
(A) incentivo a quem lhe escreve, de consultar outros acadêmicos, dado que se trata de candidato
merece dor de pertencer ao grupo.
(B) extrema seriedade ao tentar instruir um candidato,com o objetivo de garantir-lhe sucesso na
eleição,ainda que não haja vaga para essa pretensão.
(C) indecisão sobre se haverá meios eficazes para orientar um candidato, já que o próprio autor é um
dos escritores que fazem parte do quadro da Academia.
(D) aconselhamento ao candidato que desista de seu intento,com a certeza de que será um perdedor,
visto que muitos outros já não conseguiram ser eleitos.
(E) tratamento irônico a respeito das pretensões de um candidato a vaga na Academia, pretensão
extemporânea, pois o quadro está completo.
12. A resposta dada pelo conde Afonso Celso, transcrita no2o parágrafo, é exemplo de
(A) uma resposta evasiva, em razão da intempestiva consulta feita pelo candidato.
(B) certa incoerência voluntária na sequência de dados oferecidos pelo acadêmico citado.
(C) um capcioso jogo de palavras cujo sentido, no entanto,não permite conclusão alguma.
(D) um raciocínio completo, com as razões que justificam o posicionamento de quem fala.
(E) argumentos que se sucedem, aparentemente, de modo lógico, porém sem resultado objetivo.
13. O consultado poderá dizer consigo que “praga de urubu não mata cavalo”.
Infere-se, a partir da referência ao dito popular, que o autor
(A) se considera inteiramente livre de quaisquer compromissos relativos à consulta que lhe foi enviada,
esquivando-se, também, de tentar conseguir votos para o suposto candidato.
(B) deseja, secretamente e de antemão, que o candidato não consiga comprovar que tem o mérito
necessário para justificar sua pretensão de fazer parte da Academia.
(C) procura justificar sua isenção quanto ao questionamento do candidato, mesmo pondo de lado o fato
de perceber certo mau agouro embutido na consulta que lhe foi enviada.
(D) busca questionar o mal-estar que sentiu ao recebera consulta do provável candidato, apoiando-se
na sabedoria popular, fato que contraria sua formação erudita de acadêmico.
(E) se vale da sabedoria popular para considerar-se imune a um eventual desejo secreto do candidato
deque surja a vaga com a morte de um dos acadêmicos,até mesmo a dele.
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14. No Dicionário Houaiss encontra-se que sodalício é palavra que designa grupo ou sociedade de pessoas
que vivemjuntas ou convivem em uma agremiação; confraria.
Deduz-se corretamente que, segundo o autor, o emprego da palavra reflete
(A) conhecimento aprofundado, pois se trata de um grupo formado por escritores eruditos.
(B) pedantismo, tendo em vista tratar-se de termo praticamente desconhecido no uso diário da língua.
(C) ignorância que, já de início, se torna obstáculo intransponível para a eleição pretendida.
(D) prepotência, como demonstração de conhecimentos que ultrapassam o dos demais acadêmicos.
(E) insistência, na tentativa de angariar adeptos para o ingresso no grupo de escritores.
Texto para a questão.
[...] ser independente significa bem mais do que ser livre para viver como se quer: significa,
basicamente, viver com valores que façam a vida ser digna de ser vivida. Não basta um estado de espírito.
Não basta, como diz o samba, “vestir a camisa amarela e sair por aí”. Tampouco basta sentir-se autônomo,
fazendo parte do bando. É preciso algo mais. Ora,
um dos valores que vêm sendo retomados pelos filósofos e que cabem como uma luva nessa questão é o da
resistência. Na raiz da palavra resistere se encontra um sentido: “ficar de pé”. E
ficar de pé implica manter vivas, intactas dentro de si, as forças da lucidez. Essa é uma exigência que se
impõe tanto em tempos de guerra quanto em tempos de paz. Sobretudo nesses últimos, quando
costumamos achar que está tudo bem, que está tudo “numa boa”; quando recebemos informações de
todos os lados, sem tentar, nem ao menos, analisá-las, e terminamos por engolir qualquer coisa.
Resistir como forma de ser independente é, talvez, uma maneira de encontrar um significado no
mundo. Daí que, para celebrar a independência, vale mesmo é desconstruir o mundo,desnudar suas
estruturas, investigar a informação. Fazer isso sem cansaço para depois termos vontade de,
novamente,desejá-lo, inventá-lo e construí-lo; de reencontrar o caminho da sensibilidade diante de uma
paisagem, ao abrir um livro ou aporta de um museu. Independência, sim, para defendermos a vida, para
defendermos valores para ela, para que ela tenha um sentido. Independência de pé, com lucidez e
prioridades.Clareza, sim, para não continuarmos a assistir, impotentes, ao espetáculo da própria
impotência.
(PRIORE, Mary Del. Histórias e conversas de mulher. São Paulo: Planeta, 2013, p. 281)
15. De acordo com o texto, a afirmativa correta é:
(A) O excesso de informações hoje à nossa disposição,em bons ou em maus momentos, nos propicia
elementos para uma vida de liberdade, baseada na independência e na escolha de novos valores e de
novos paradigmas que possam resistir às inúmeras mudanças que ocorrem habitualmente.
(B) Uma independência de atitudes e de valores perante a vida baseia-se, especialmente, no grau de
liberdade de escolha que cabe a cada um, de modo a garantir que as informações recebidas se
transformem nos fundamentos de uma vida livre e bem vivida.
(C) A resistência ao acúmulo de informações recebidas aleatoriamente direciona as escolhas feitas
durante a vida, pois nem sempre a liberdade se mostra comoo caminho mais favorável a ser percorrido,
principalmente se forem deixados de lado os valores básicos da existência humana.
(D) A liberdade de escolha que poderá tornar-nos seres independentes exige lucidez diante da
enxurrada de informações que recebemos atualmente, e resistência em prol de valores fundamentais
que atribuam significado à existência.
(E) Uma vida realmente digna de ser vivida deve ter como fundamentos essenciais a ampla liberdade de
escolha de valores que se coadunam com as transformações atuais e a independência para afastar
obstáculos que possam impedir a realização total de nossos objetivos.
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Texto para a questão.
Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão para saber que a prática foi uma das maiores
vergonhas da humanidade. Mas é preciso corrigir o tempo do verbo. Foi? Melhor escrever a frase no
presente. A escravidão ainda é uma das maiores vergonhas da humanidade. E o fato de o Ocidente não
ocupar mais o topo da lista como responsável pelo crime não deve ser motivo para esquecermos ou
escondermos a infâmia.
Anos atrás, lembro-me de um livro aterrador de BenjaminSkinner que ficou gravado nos meus
neurônios. Seu título era A Crime So Monstrous (Um crime tão monstruoso) e Skinner ocupava-se da
escravidão moderna para chegar à conclusão aterradora: existem hoje mais escravos do que em qualquer
outra época da história humana.
Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão,como o tráfico de mulheres na Europa ou
nos Estados Unidos. A escravidão que denunciava com dureza era a velha escravidão clássica - a exploração
braçal e brutal de milhares ou milhões de seres humanos trabalhando em plantações ou pedreiras ao som
do chicote. [...]
Pois bem: o livro de Skinner tem novos desenvolvimentos com o maior estudo jamais feito sobre a
escravidão atual.Promovido pela Associação WalkFree, o Global Slavery Index é
um belo retrato da nossa miséria contemporânea. [...]
A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava,continua a espantar o mundo em termos
absolutos com um número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões de escravos.Falamos, na
grande maioria, de gente que continua a trabalhar
uma vida inteira para pagar as chamadas "dívidas transgeracionais"em condições semelhantes às dos
escravos do Brasil nas roças.
Conclusões principais do estudo? Pessoalmente,interessam-me duas. A primeira, segundo o Global
Slavery Index, é que a escravidão é residual, para não dizer praticamente
inexistente, no Ocidente branco e "imperialista".
De fato, a grande originalidade da Europa não foi a escravidão;foi, pelo contrário, a existência de
movimentos abolicionistas que terminaram com ela. A escravidão sempre existiu antes de portugueses ou
espanhóis comprarem negros na África rumo ao Novo Mundo. Sempre existiu e, pelo visto, continua a
existir.
Mas é possível retirar uma segunda conclusão: o ruidoso silêncio que a escravidão moderna merece
da intelectualidade progressista. Quem fala, hoje, dos 30 milhões de escravos que continuam acorrentados
na África, na Ásia e até na América Latina? [...]
O filme de Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão, pode relembrar ao mundo algumas vergonhas
passadas. Mas confesso que espero pelo dia em que Hollywood também irá filmar as vergonhas presentes:
as vidas anônimas dos infelizes da Mauritânia ou do Haiti que, ao contrário do escravo do filme, nãotêm
final feliz.
(Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. "Os Escravos". Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br)
16. De acordo com o texto,
(A) é de se estranhar o silêncio votado à questão escravocrata,muito provavelmente por envolver
regiões como a Europa, que se utilizam, ainda que indiretamente,de trabalho escravo.
(B) nunca houve tantos escravos no mundo, a despeito de terem sidos bem-sucedidos os primeiros
movimentos, surgidos na Europa, que lutaram por extinguir a escravidão dos negros africanos.
(C) as novas formas de escravidão, se não constituem a maioria dos casos, obscurecem a importância
devida à antiga escravidão, ainda bastante disseminada,como mostra o filme 12 Anos de Escravidão.
(D) a escravidão moderna, como ocorre na Mauritânia e no Haiti, é, em termos sociais, diferente da
escravidão antiga, visto que dissimulada, pois se trata de trabalho formal, mas em condições sub-
humanas.
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(E) o número de escravos aumentou no século XX, sobretudo em países pobres, muito embora
movimentos abolicionistas da Europa a tenham eliminado das nações sulamericanas.
Texto para as questões.
Eu pertenço a uma família de profetas après coup, postfactum*, depois do gato morto, ou como
melhor nome tenha em holandês. Por isso digo, e juro se necessário for, que toda a história desta lei de 13
de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos debates, tratei de alforriar
um molecote que tinha, pessoa de seus dezoito anos, mais ou menos.Alforriá-lo era nada; entendi que,
perdido por mil, perdido por mil
e quinhentos, e dei um jantar.
Neste jantar, a que meus amigos deram o nome de banquete, em falta de outro melhor, reuni umas
cinco pessoas,conquanto as notícias dissessem trinta e três (anos de Cristo), no intuito de lhe dar um
aspecto simbólico.
No golpe do meio (coup dumilieu, mas eu prefiro falar a minha língua), levantei-me eu com a taça
de champanha e declarei que acompanhando as ideias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, restituía a
liberdade ao meu escravo Pancrácio; que entendia que a nação inteira devia acompanhar as mesmas ideia
se imitar o meu exemplo; finalmente, que a liberdade era um dom de Deus, que os homens não podiam
roubar sem pecado.
Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como um furacão, e veio abraçar-me os pés. Um
dos meus amigos (creio que é ainda meu sobrinho) pegou de outra taça, e pediu à ilustre assembleia que
correspondesse ao ato que acabava de publicar,brindando ao primeiro dos cariocas. Ouvi cabisbaixo; fiz
outro discurso agradecendo, e entreguei a carta ao molecote. Todos os lenços comovidos apanharam as
lágrimas de admiração. Caí na cadeira e não vi mais nada. De noite, recebi muitos cartões. Creio que estão
pintando o meu retrato, e suponho que a óleo.
No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza:
- Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um
ordenado, um ordenado que...
- Oh! meu senhô! fico.
- ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste
imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver;
olha, és mais alto quatro dedos...
- Artura não qué dizê nada, não, senhô...
- Pequeno ordenado, repito, uns seis mil réis; mas é de grão em grão que a galinha enche o seu
papo. Tu vales muito mais que uma galinha. Justamente. Pois seis mil réis. No fim de um ano, se andares
bem, conta com oito. Oito ou sete.
Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar
bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um
impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Ele continuava livre, eu
de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos.
Tudo compreendeu o meu bom Pancrácio; daí pra cá,tenho-lhe despedido alguns pontapés, um ou
outro puxão de orelhas, e chamo-lhe besta quando lhe não chamo filho do
diabo; cousas todas que ele recebe humildemente, e (Deus me perdoe!) creio que até alegre. [...]
*Literalmente, “depois do golpe”, “depois do fato”.
(Adaptado de: ASSIS, Machado de. "Bons dias!", Gazeta de Notícias, 19 de maio de 1888)
17. O texto
(A) reconhece o mérito das mudanças políticas de então,ironizando a hierarquia social que antes
predominava entre escravo e senhor.
(B) mostra como um avanço social, na verdade, beneficia a todos: o escravo se torna livre, seu antigo
dono adquire prestígio social.
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(C) reflete o entusiasmo com que foi tomada a libertação dos escravos no Brasil, a partir do relato de
uma situação particular.
(D) faz ressalvas ao processo político que envolveu o fim da escravidão, visto que os títulos concedidos
nãopossuíam valor legal.
(E) trata o fim da escravidão com ironia, mostrando como uma simples carta de alforria não significava
mudança da condição social do escravo.
18. O diálogo que se desenvolve a partir do quinto parágrafo
(A) contrasta a altura do empregado com a pequenez inicial de seu salário, de maneira que se
compreenda a prosperidade da nova condição de assalariado.
(B) evidencia, em frases como Tu vales muito mais que uma galinha, o valor humano que passam a ter os
que eram antes considerados simples mercadoria.
(C) ilustra, em frases como Artura não quédizê nada, não,senhô..., a mentalidade a que estava
condicionado o escravo, que chega a falar em detrimento de si próprio.
(D) prevê o novo padrão das relações de trabalho, pautado por diálogo e negociação de direitos,
persistente até a atualidade com empregados domésticos.
(E) demonstra a afeição que ligava senhor e escravo,rompida com o fim do regime de escravidão, como
se pode ver nos parágrafos seguintes.
GABARITO
1. D
No penúltimo parágrafo: “... mas os falsários da internet, ao não assinarem seu texto medíocre,
querem que o tomemos como um grande momento de Shakespeare. Provavelmente jamais leram
Shakespeare ou qualquer outro gênio citado: conhecem apenas a fama do nome, e a usam como
moeda corrente no mercado virtual da fama.”; no último parágrafo: “Tais fraudes devem deixar um
gosto amargo em quem as pratica, sobretudo quando ganham o ingênuo acolhimento de quem,
enganado, as aplaude. É próprio dos vícios misturar prazer e corrosão em quem os sustenta.
Disfarçar a mediocridade pessoal envergando a máscara de um autêntico criador só pode
aprofundar a rejeição da identidade própria. É um passo certo para alargar os ressentimentos e a
infelicidade de quem não se aceita e não se estima.”
2. C
I. Errado: mesmo os versados em literatura. No texto: "Qualquer leitor dos mestres da
literatura logo perceberá a fraude..."
II. Errado. Primeira razão: "Atrás de todas está a vaidade simplória de quem gostaria de ser
tomado por um grande escritor e usa o nome deste para promover um texto tolo, ingênuo,
piegas, carregado de chavões.”; segunda razão: "Mas há também o ressentimento
malicioso de quem conhece seus bem estreitos limites literários e, não se conformando
com eles, dispõe-se a iludir o público com a assinatura falsa, esperando ser confundido com
o grande escritor."
III. Certo: Mas fiquemos apenas com a grave questão da identidade própria que foi rejeitada
em nome de outra, inteiramente postiça. Enganar-se a si mesmo, quando não se trata de
uma psicopatia grave, é uma forma dolorosa de trair a consciência de si."; "Disfarçar a
mediocridade pessoal envergando a máscara de um autêntico criador só pode aprofundar a
rejeição da identidade própria"
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3. E
No texto:
" - Camminando si sgonfia* - explicou o camarada, com um sorriso de pouquíssimos dentes e
enorme simpatia.
O italiano vem a ser um dos muitos idiomas em que a minha abrangente ignorância é especializada,
mas ainda assim compreendi que o pneu do nosso carro periclitante tinha se esvaziado ao longo da
estrada...."
" E, entre garfadas, sob o olhar zombeteiro dos companheiros de viagem, me pus a teorizar.
Sim, camminando si sgonfia, e não apenas quando se é, nesta vida, um pneu. Também nós, de tanto
rodar, vamos aos poucos desinflando.
Camminando si sgonfia= andando se esvazia.
4. A
I. Errado.Eles se deram conta que estavam na Itália com a frase do borracheiro.
II. Errado.O texto menciona apenas o jovem que não conhece o idioma.
III. Certo: Determinado ponto carecemos todos de alguma espécie de fortificante, de um novo
alento para o corpo, quem sabe para a alma.
5. C
6. C
7. A-...é preciso que não obstruam nosso acesso a todos os gêneros musicais. Muitas vezes as
pessoas possuem preconceito sobre músicas clássicas por não conhecê-las e para combater isso
é necessário que elas tenham acesso a esse gênero musical.
8. B
I. Errado. O parágrafo cita a matéria que o professor ministrava e quem eram os alunos.
II. Certo: Preparei um programinha meio didático, dentro da sequência histórica, com peças mais ou
menos breves que iam do canto gregoriano a Villa-Lobos. Comentava as diferenças de estilo, de
sentimento, de complexidade.
III. Certo: Ao final do ano letivo despediu-se de mim (sairia da escola, concluído o primeiro grau) e
me deixou na mão um bilhetinho. Não decorei as palavras, que eram poucas, mais ou menos estas:
“Professor, muito obrigado por me fazer gostar de música clássica". Desmoronei um pouco,
pensando em como este país poderia ser diferente.
9. B
10. B
11. E
12. D
29 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você?
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Primeiro, segundo, terceiro...
Não posso empenhar a minha palavra. Primeiro porque o voto é secreto; segundo porque não
há vaga; terceiro porque a futura vaga pode ser a minha, o que me poria na posição de não
poder cumprir com a minha palavra, coisa a que jamais faltei em minha vida.
13. E
... porque então éramos quarenta na Casa de Machado de Assis e falar de candidatura aos
acadêmicos sem que haja vaga é um pouco desejar secretamente a morte de um deles.
14. B
- Pedante
adj. Característica do que ou de quem ostenta certa cultura ou erudição.
s.m e s.f. Pessoa que exibe conhecimentos os quais não possui.
Pessoa que se autovaloriza mostrando conhecimentos ou qualidades superiores aos que realmente
dispõe; pretensioso.
(Etm. do italiano: pedante)
15. D
ser independente significa bem mais do que ser livre para viver como se quer: ... É preciso algo
mais. ... E ficar de pé implica manter vivas, intactas dentro de si, as forças da lucidez.
16. B
No texto:... existem hoje mais escravos do que em qualquer outra época da história humana. ..De fato, a
grande originalidade da Europa não foi a escravidão; foi, pelo contrário, a existência de movimentos
abolicionistas que terminaram com ela.
17. E – O texto é muito irônico (libertação dos escravos).
18. C

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Questões de Português FCC 2015

  • 1. 1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ Duda Nogueira – Língua Portuguesa 52 questões FCC 2015 SUMÁRIO EDITAL TRT MG ...............................................................................................................................................01 PROVAS ..........................................................................................................................................................02 ORTOGRAFIA ..................................................................................................................................................02 PRONOME ......................................................................................................................................................04 VERBO .............................................................................................................................................................05 PERÍODO COMPOSTO ...................................................................................................................................06 CONCORDÂNCIA ............................................................................................................................................07 REGÊNCIA .......................................................................................................................................................09 PONTUAÇÃO ...................................................................................................................................................10 COESÃO E COERÊNCIA - REESCRITURA DE FRASES .....................................................................................12 INTERPRETAÇÃO DE TEXTO ..........................................................................................................................18 EDITAL TRT MG 2015 Domínio da ortografia oficial = ORTOGRAFIA. Emprego da acentuação gráfica = ACENTUAÇÃO. Emprego dos sinais de pontuação = PONTUAÇÃO. Flexão nominal e verbal = CONCORDÂNCIA. Pronomes: emprego, formas de tratamento e colocação = PRONOME. Domínio dos mecanismos de coesão textual = COESÃO (conjunção, pronome relativo etc.) Emprego de tempos e modos verbais = VERBO. Vozes do verbo = VERBO. Concordância nominal e verbal = CONCORDÂNCIA. Regência nominal e verbal = REGÊNCIA. Sintaxe = ANÁLISE SINTÁTICA e PERÍODO COMPOSTO. Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas). Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados = COESÃO e COERÊNCIA, REESCRITURA DE FRASES. Reconhecimento de tipos e gêneros textuais = INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (bom rever a teoria de tipos de textos e gêneros - disponível no curso de interpretação de texto). Adequação da linguagem ao tipo de documento = INTERPRETAÇÃO DE TEXTO (inclui diferença entre linguagem culta e linguagem coloquial). Adequação do formato do texto ao gênero = INTERPRETAÇÃO DE TEXTO.
  • 2. 2 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ PROVAS 1. Prova aplicada em Março/2015 - CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO, Analista do CNMP Tecnologia da Informação e Comunicação Desenvolvimento de Sistemas 2. Prova aplicada em Fevereiro/2015 GOVERNO DO ESTADO DO PIAUÍ - SECRETARIA DA FAZENDA Analista do Tesouro Estadual 3. Prova aplicada em Março/2015 TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE RORAIMA Analista Judiciário Área Apoio Especializado - Especialidade Análise de Sistemas 4. Prova aplicada em Abril/2015 TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 15a REGIÃO Analista Judiciário - Área Apoio Especializado Especialidade Tecnologia da Informação ORTOGRAFIA No edital: Domínio da ortografia oficial. Trechos para a questão. Falsificações na internet Quem frequenta páginas da internet, sobretudo nas redes sociais, volta e meia se depara com textos atribuídos a grandes escritores. Qualquer leitor dos mestres da literatura logo perceberá a fraude: a citação está longe de honrar a alegada autoria. (...) São muitas as justificativas prováveis. Atrás de todas está a vaidade simplória de quem gostaria de ser tomado por um grande escritor e usa o nome deste para promover um texto tolo, ingênuo, piegas, carregado de chavões. Os leitores incautos mordem a isca e parabenizam o fraudulento, expandindo a falsificação e o mau gosto. Mas há também o ressentimento malicioso de quem conhece seus bem estreitos limites literários e, não se conformando com eles, dispõe-se a iludir o público com a assinatura falsa, esperando ser confundido com o grande escritor. (...) Provavelmente jamais leram Shakespeare ou qualquer outro gênio citado: conhecem apenas a fama do nome, e a usam como moeda corrente no mercado virtual da fama. Tais fraudes devem deixar um gosto amargo em quem as pratica, sobretudo quando ganham o ingênuo acolhimento de quem, enganado, as aplaude. É próprio dos vícios misturar prazer e corrosão em quem os sustenta. Disfarçar a mediocridade pessoal envergando a máscara de um autêntico criador só pode aprofundar a rejeição da identidade própria. É um passo certo para alargar os ressentimentos e a infelicidade de quem não se aceita e não se estima. (Terêncio Cristobal, inédito) 1. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de um segmento em: (A) honrar a alegada autoria = enobrecer a presunção de um autor (B) ressentimento malicioso = remorso astuto (C) a usam como moeda corrente = gastam-na perdulariamente (D) o ingênuo acolhimento = a recepção incrédula (E) Disfarçar a mediocridade = dissimular a banalidade
  • 3. 3 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ Trecho para a questão. Filosofia de borracharia O borracheiro coçou a desmatada cabeça e proferiu a sentença tranquilizadora: nenhum problema com o nosso pneu,aliás quase tão calvo quanto ele. Estava apenas um bocado murcho. - Camminando si sgonfia* - explicou o camarada, com um sorriso de pouquíssimos dentes e enorme simpatia. O italiano vem a ser um dos muitos idiomas em que a minha abrangente ignorância é especializada, mas ainda assim compreendi que o pneu do nosso carro periclitante tinha se esvaziado ao longo da estrada. Não era para menos. Tendo saído de Paris, havíamos rodado muito antes de cair naquele emaranhado de fronteiras em que você corre o risco de não saber se está na Áustria, na Suíça ou na Itália. Soubemos que estávamos no norte, no sótão da Itália, vendo um providencial borracheiro dar nova carga a um pneu sgonfiato. (...) O que pode a fome, em especial na juventude: à beira de um himalaia de sofrível espaguete fumegante, julguei ver fumaças filosóficas na sentença do tosco borracheiro. E, entre garfadas, sob o olhar zombeteiro dos companheiros de viagem, me pus a teorizar.(...) * Camminando si sgonfia= andando se esvazia. Sgonfiatoé vazio; sgonfiatié a forma plural. (Adaptado de: WERNECK, Humberto – Esse inferno vai acabar. Porto Alegre, Arquipélago, 2011, p. 85- 86) 2. Sem prejuízo para o sentido do contexto, pode-se substituir o elemento sublinhado no segmento (A) sob o olhar zombeteiro por exame indolente. (B) proferiu a sentença tranquilizadora poropinião consoladora. (C) nosso carro periclitante por indomável. (D) um providencial borracheiro por previdente. (E) julguei ver fumaças filosóficas por presunções de filosofia. Trechos para a questão. “O povo não gosta de música clássica” (...) Um dia convidei um grupinho dos mais chegados pra ir à minha casa ouvir música. “Música clássica”, adverti. Preparei um programinha meio didático, dentro da sequência histórica,com peças mais ou menos breves que iam do canto gregoriano a Villa-Lobos. Comentava as diferenças de estilo, de sentimento,de complexidade. A sessão toda durou quase duas horas, incluindo minhas tagarelices. Gostaram muito.(....) Ao final do ano letivo despediu-se de mim (sairia da escola,concluído o primeiro grau) e me deixou na mão um bilhetinho.Não decorei as palavras, que eram poucas, mais ou menos estas: “Professor, muito obrigado por me fazer gostar de música clássica”. Desmoronei um pouco, pensando em comoeste país poderia ser diferente. Não lhe disse, na hora, que agente pode gostar naturalmente de qualquer música: é preciso que não obstruam nosso acesso a todos os gêneros musicais. E embora seja quase impossível que estas palavras cheguem ao meu antigo aluno, pergunto-lhe agora, com mais de quatro décadas de atraso: “Então, seu Carlos, gostou do Tchaikovsky?” (Teotônio Ramires, inédito) 3. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido do seguinte segmento: (A) não obstruam nosso acesso = não demovam nossa interdição (B) dentro da sequência histórica = incluída a consequência dos fatos (C) comentava as diferenças de estilo = observava as dissensões elegantes (D) incluindo minhas tagarelices = contando o meu papaguear (E) desmoronei um pouco = fiquei um tanto espavorido
  • 4. 4 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ GABARITO Dica: Consultar o dicionário http://www.dicio.com.br/ 1. E – DISFARÇAR = Deixar de mostrar; ocultar um sentimento; dissimular ou esconder; - DISSIMULAR = Fazer com que fique oculto; tornar imperceptível; disfarçar; - MEDIOCRIDADE = Sentido pejorativo: Que não possui valor; desprovido de mérito; pequenez: mediocridade de ideias; a mediocridade daquele texto mal escrito. - BANALIDADE = Característica ou particularidade do que é banal; em que há ou demonstra trivialidade; lugar-comum. 2. E – Sentido conotativo. 3. D – desmoronar: abater; espavorido: amedrontado. PRONOME No edital: emprego, formas de tratamento e colocação. 1. Na frase As músicas ...... eu lhes ia dando informação foram ouvidas pelos alunos com uma compenetração ......sinceridade ninguém poderia duvidar, preenchem adequadamente as lacunas: (A) pelas quais - da qual (B) sobre cujas - cuja (C) de que - na qual (D) com que - onde a (E) sobre as quais - de cuja 02. Ganhei uma lanterna e passei a explorar a lanterna,projetando a luz que emanava da lanterna para transfigurar os cantos e objetos familiares da casa, dotando a lanterna desse poder divino de criar as coisas ao mesmo tempo que ilumina as coisas. Evitam-se as viciosas repetições acima substituindo-se os segmentos sublinhados, na ordem dada, por: (A) explorá-la − dela emanava − dotando-a − as ilumina (B) explorar-lhe− lhe emanava − dotando-a − ilumina-as (C) explorá-la − a emanava − dotando-lhe− as ilumina (D) a explorar − nela emanava − dotando-lhe− lhes ilumina (E) lhe explorar − emanava dela − dotando-a − ilumina-lhes 3. Mas é possível retirar uma segunda conclusão... ... pode relembrar ao mundo algumas vergonhas... ... não têm final feliz. Os segmentos sublinhados acima são corretamente substituídos por pronomes em: (A) retirá-la - relembrar-lhe - o têm (B) retirá-la - relembrá-las - têm-no (C) retirar-lhe - lhe relembrar - têm-no (D) a retirar - relembrá-lo - o têm (E) lhe retirar - o relembrar - o têm
  • 5. 5 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ GABARITO 1. E - Questão clássica de pronome relativo e regência. Ordem direta: - Eu lhes ia dando informação sobre as músicas ou das músicas. Eliminadas alternativas A, B e D. - Ninguém poderia duvidar da sinceridade. Uso obrigatório do pronome relativo “cuja” (concorda com o termo posterior e indica posse do anterior). Eliminada alternativa C. Em questões de emprego do pronome pessoal, há, também, colocação pronominal. 2. A 3. A VERBO No edital: Emprego de tempos e modos verbais; vozes do verbo. 1. Muita gente nos engana valendo-se das páginas da internet. A transposição da frase acima para a voz passiva implicará (A) a utilização da forma verbal enganam-nos. (B) em que o sujeito de valendo-se passe a ser internet. (C) em que o sujeito de enganar passe a ser nós. (D) a utilização de muita gente como sujeito. (E) a utilização de páginas da internet como sujeito. 2. Como há de fato quem confunda a gritante aberração com a alta criação, o falsário dá-se por recompensado enquanto recebe os parabéns de quem o “curtiu”. Caso a frase acima iniciasse com a expressão Se houvesse de fato, as formas verbais sublinhadas deveriam ser substituídas, na ordem dada, por: (A) confundisse - dar-se-ia - recebesse - curtisse (B) confundiria - dera-se - recebera - curtia (C) confundisse - deu-se - receberia - curte (D) confundira - dar-se-á - recebera - curta (E) confundira - dera-se - receba – curtisse 3. Se numa transformação da frase O borracheiro coçou a desmatada cabeça e proferiu a sentença tranquilizadora atribuirmos aos termos sublinhados a função de sujeito,as formas verbais que lhes correspondem deverão ser, na ordem dada: (A) foi coçada -foi proferida (B) havia coçado -tinha proferido (C) coçara -proferira (D) tinha coçado -teria proferido (E) estava sendo coçada -tinha sido proferida 4. Há adequada correlação entre os tempos e modos verbais presentes na seguinte frase: (A) Apesar de não ser provável que a pergunta chegara ao seu antigo aluno, o professor decidia formulá-la para expressar uma curiosidade ainda viva. (B) Como bom professor, já havia se programado para que pudera bem informar aos alunos que terão ouvido músicas clássicas.
  • 6. 6 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ (C) O aluno Carlos se dispusera a comprar um disco de Tchaikovsky, vindo em seguida perguntar ao professor e havia feito uma boa escolha. (D) Como ele pediu um disco de música clássica não tendo sido muito caro, vender-lhe-iam uma gravação nacional das mais baratas. (E) Pudessem todos os jovens brasileiros ter oportunidade de ouvir música clássica, compositores como Tchaikovsky haverão de encantar a muitos. GABARITO 1. C – Na ativa: Muita gente (sujeito) nos (objeto direto) engana (V.T.D.) Na passiva: Nós (sujeito paciente) somos enganados (verbo SER + particípio) por muita gente (agente da passiva). 2. A – Tempos condicionais. Se houvesse de fato quem confundisse a gritante aberração com a alta criação, o falsário dar-se-ia por recompensado enquanto recebesse os parabéns de quem o “curtisse”. 3. A – Questão de voz verbal e concordância. - A cabeça desmatada foi coçada pelo borracheiro = transposição da voz ativa para a passiva. - A sentença tranquilizadora foi proferida = transposição da voz ativa para a passiva. 4. C ERRATA QUESTÃO 5 VERBO (material de apoio da videoaula) Gabarito: E Motivo: tempo composto = têm sido chamados – a ação iniciou no passado e se prolonga. PERÍODO COMPOSTO No edital: Sintaxe. 1. Mas vou parar,que não pretendi nesta crônica escrever um manual do perfeito candidato. Identifica-se, no segmento sublinhado acima, (A) noção de causa, que justifica a decisão tomada pelo autor. ( B) a consequência de uma ação deliberada anteriormente. ( C) ressalva que restringe o sentido da afirmativa anterior. (D) uma finalidade, que reafirma as intenções do autor,expostas no texto. (E) condição, pois o autor conclui não ter conseguido aconselhar o candidato. 2. De fato, a grande originalidade da Europa não foi a escravidão; foi, pelo contrário, a existência de movimentos abolicionistas que terminaram com ela. Mantém-se, em linhas gerais, o sentido da frase, substituindo-se o segmento grifado por: (A) foi não obstante a escravidão, apesar da existência (B) não só foi a escravidão, mas também a existência (C) ao invés de ter sido a escravidão, mas a existência (D) não foi a escravidão, mas, sim, a existência (E) não foi a escravidão, todavia, sem a existência
  • 7. 7 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ Trechos para a questão. (...) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza: - Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que... - Oh! meu senhô! fico. - ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos... - Artura não qué dizê nada, não, senhô... - Pequeno ordenado, repito, uns seis mil réis; mas é de grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito mais que uma galinha. Justamente. Pois seis mil réis. No fim de um ano, se andares bem, conta com oito. Oito ou sete.(...) (Adaptado de: ASSIS, Machado de. "Bons dias!", Gazeta de Notícias, 19 de maio de 1888) 3. Com recurso à subordinação das orações, os parágrafos iniciais estão reescritos corretamente em: (A) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza, que és livre, podes ir para onde quiseres, além de que aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que... (B) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe, com rara franqueza, que era livre e podia ir para onde quisesse; que aqui, no entanto, tinha casa amiga, já conhecida, além de ter mais um ordenado, um ordenado que... (C) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza: Tu és livre; por isso, podes ir para onde quiseres, ao passo que aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que... (D) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe, com rara franqueza, que seria livre, poderia ir para onde queria, mas que aqui teria casa amiga, já conhecida, além de ter mais um ordenado, um ordenado que... (E) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza, que fosse livre e pudesse ir para onde quisesse; aqui, no entanto, teria casa amiga, já conhecida, com que teria mais um ordenado, um ordenado que... GABARITO 1. A – causa e consequência. 2. D 3. B CONCORDÂNCIA No edital: Concordância nominal e verbal. 1. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se concordando com o termo sublinhado na frase: (A) O autor do texto acha que (ser) de se lamentar que tantas pessoas sejam enganadas pelos falsários da internet. (B) Seria preciso que se (aplicar) a esses falsários alguma sanção, para que não houvesse tantos abusos. (C) Quem jamais leu Shakespeare nem (imaginar) as lições literárias e as discussões éticas que está perdendo. (D) Não (dever) caber aos usuários da internet o direito de publicar o que quer que seja com assinatura falsa. (E) Infelizmente não se (punir) esses falsos gênios da internet com medidas rigorosas e exemplares.
  • 8. 8 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ 2. As normas de concordância verbal encontram-se plenamente observadas na frase: (A) Muita gente gostaria de se aventurarem pelas estradas europeias, ainda que num carrinho periclitante e sem conhecimento das línguas que se fala nos diferentes países. (B) Entre os muitos idiomas de que o autor se confessou ignorante estava o italiano, mas acabaram por lhe parecer inteligíveis as palavras ditas pelo borracheiro. (C) É comum que, ao longo de uma viagem, a condição adversa das estradas descuidadas venham a desgastar os pneus de um carro já periclitante. (D) Não ocorreram aos jovens viajantes que aquele emaranhado de estradas fronteiriças poderiam ser esclarecidas com um detalhado mapa daquela região. (E) Não é incomum que se atribuam a palavras ditas inocentemente um sentido filosófico inteiramente fora do alcance e da previsão de quem as proferiram. 3. O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se de modo a concordar com o elemento sublinhado na frase: (A) É possível que a muitos deles ...... (interessar) repetir aquela experiência, que não deixara de ser uma grande revelação. (B) Foi gratificante notar que, ao final da sessão, o gosto pelos clássicos ...... (começar) a se incutir em todos eles. (C) Nenhum dos alunos que estavam ouvindo as músicas que eu selecionara se ...... (dispor) a interromper a sessão. (D) A variação dos compositores apresentados ......(indicar) minha preocupação didática: fazê-los ouvir um pouco de tudo. (E) Percebi que os andamentos mais melancólicos, sobretudo os do Romantismo, ...... (deixar) em cada um deles uma expressão nostálgica. Trechos para a questão (adaptada). (...) Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão,como o tráfico de mulheres na Europa ou nos Estados Unidos. A escravidão que denunciava com dureza era a velha escravidão clássica - a exploração braçal e brutal de milhares ou milhões de seres humanos trabalhando em plantações ou pedreiras ao som do chicote. [...] A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava,continua a espantar o mundo em termos absolutos com um número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões de escravos.Falamos, na grande maioria, de gente que continua a trabalhar uma vida inteira para pagar as chamadas "dívidas transgeracionais" em condições semelhantes às dos escravos do Brasil nas roças.(...) (Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. "Os Escravos". Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br) 4. O verbo em negrito deve sua flexão ao elemento sublinhado em: (A) A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava... (B) ...comum número que hoje oscila entre os 13milhões... (C) Pessoalmente, interessam-me duas. (D) A escravidão que denunciava com dureza... (E) ...o ruidoso silêncio que a escravidão moderna merece...
  • 9. 9 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ GABARITO 1. E – Esses falsos gênios da internet não são punidos = não se punem. a) que tantas pessoas sejam enganadas pelos falsários da internet é de se lamentar. b) que alguma sanção fosse aplicada = que se aplique. c) Quem jamais leu Shakespeare nem imagina. d) o direito de publicar o que quer que seja com assinatura falsa não deve caber aos usuários da internet. 2. B 3. E - os andamentos mais melancólicos deixam em cada um deles uma expressão nostálgica. a) Repetir aquela experiência (sujeito oracional) interessa... b) gosto (núcleo do sujeito) começa... c) Nenhum dos alunos (sujeito) se dispôs... d) variação (núcleo do sujeito) indica... 4. B – o que oscila? Um número (sujeito). a) Sem voltar ao texto seria impossível acertar: “A Índia”é sujeito de “continua”; o sujeito de “anunciava” é “o livro de Benjamin Skinner”. A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava,continua a espantar o mundo em termos absolutos com um número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões de escravos. c) Duas (sujeito) interessam a mim (me = O.I.). d) Skinner denunciava a escravidão. Sujeito: ele. Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão, como o tráfico de mulheres na Europa ou nos Estados Unidos. A escravidão que denunciava com dureza era a velha escravidão clássica - a exploração braçal e brutal de milhares ou milhões de seres humanos trabalhando em plantações ou pedreiras ao som do chicote. e) Ordem direta: a escravidão moderna (sujeito) merece (V.T.D.)o ruidoso silêncio (O.D.). REGÊNCIA No edital: Regência nominal e verbal. 1. Não impressionou ao conde Afonso Celso, de quem contam que respondeu assim a um sujeito ... A expressão sublinhada acima preenche corretamente a lacuna existente em: (A) Aqueles ...... caberia manifestar apoio aos defensores da causa em discussão ainda não haviam conseguido chegar à tribuna. (B) O acadêmico, ...... todos esperavam um vigoroso aparte contrário ao pleito, permaneceu em silêncio na tumultuada sessão.
  • 10. 10 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ (C) Em decisão unânime, os acadêmicos ofereceram dados da agremiação ...... desejasse participar da discussão daquele dia. (D) O novo acadêmico demonstrou grande afeição ......compartilha das mesmas ideias literárias e aborda os mesmos temas. (E) O discurso de recepção do novo integrante do grupo deveria ser pronunciado ...... apresentasse maior afinidade entre ambos. 2. No contexto dado, possui a mesma regência do verbo presente no segmento A escravidão que denunciava com dureza, o que se encontra sublinhado em: (A) Quem fala, hoje, dos 30 milhões de escravos... (B) ...número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões... (C) ...antes de portugueses ou espanhóis comprarem negros na África rumo ao Novo Mundo. (D) ...o Global Slavery Index é um belo retrato da nossa miséria... (E) Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão... 3. O termo entre parênteses preenche corretamente a lacuna da frase em: (A) A mudança, começaram ...... senti-la apenas os descendentes dos escravos. (à) (B) Não foi apenas com o intuito de libertar ...... escravos que se promulgou a lei Áurea. (aos) (C) As condições iniciais dos libertos eram muito próximas ...... de escravidão. (as) (D) ...... vésperas do século XX ainda eram debatidas questões como a escravidão. (Às) (E) Muito embora lhes fosse conferida ...... condição de liberto, muitos continuavam subjugados. (à) GABARITO 1. B Ordem direta: todos esperavam um vigoroso aparte do acadêmico = de que ou do qual. 2. C – denunciar e comprar são transitivos diretos e exigem objeto direto como complemento. 3. D – A crase, em FCC, é exigida como regência. Substituindo por termos masculinos: a) Começaram a senti-la = não se usa crase em pronome pessoal oblíquo. b) libertar os escravos = verbo transitivo direto. c) as condições eram próximas às (condições) = os projetos eram próximos aos (projetos). d) Às vésperas = locução adverbial. e) a condição = sujeito. Não há preposição (crase) no sujeito. PONTUAÇÃO No edital: Emprego dos sinais de pontuação. 1. Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase: (A) Atualmente, ocorre na internet com cansativa frequência, a atribuição de textos insípidos aos grandes autores da nossa literatura, o que concorre certamente para a propagação do mau gosto, e a banalização da fraude.
  • 11. 11 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ (B) Atualmente ocorre na internet, com cansativa frequência, a atribuição de textos insípidos, aos grandes autores da nossa literatura, o que concorre certamente, para a propagação do mau gosto e a banalização da fraude. (C) Atualmente, ocorre na internet, com cansativa frequência, a atribuição de textos insípidos aos grandes autores da nossa literatura, o que concorre, certamente, para a propagação do mau gosto e a banalização da fraude. (D) Atualmente ocorre, na internet com cansativa frequência, a atribuição de textos insípidos, aos grandes autores, da nossa literatura o que concorre, certamente, para a propagação do mau gosto e a banalização da fraude. (E) Atualmente ocorre, na internet, com cansativa frequência a atribuição, de textos insípidos, aos grandes autores da nossa literatura, o que concorre, certamente para a propagação do mau gosto, e a banalização da fraude. 2. Atente para as seguintes frases: I. Com atenção, eles ouviam as músicas que eu selecionara para eles. II. Eles gostavam especialmente dos movimentos lentos,que lhes pareciam mais poéticos. III. Atenção especial foi dada aos compositores românticos,sobre os quais fiz comentários emocionados. A exclusão da vírgula acarretará mudança de sentido APENAS em (A) II e III. (B) I. (C) II. (D) III. (E) I e III. Trechos para a questão. Eu pertenço a uma família de profetas après coup, postfactum*, depois do gato morto, ou como melhor nome tenha em holandês. Por isso digo, e juro se necessário for, que toda a história desta lei de 13 de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos debates, tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa de seus dezoito anos, mais ou menos.Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido por mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar.(...) No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza: - Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que... - Oh! meu senhô! fico. - ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos... - Artura não qué dizê nada, não, senhô... - Pequeno ordenado, repito, uns seis mil réis; mas é de grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito mais que uma galinha. Justamente. Pois seis mil réis. No fim de um ano, se andares bem, conta com oito. Oito ou sete. Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Ele continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos.(...) (Adaptado de: ASSIS, Machado de. "Bons dias!", Gazeta deNotícias, 19 de maio de 1888)
  • 12. 12 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ 3. Sobre a pontuação do texto, considere: I. Mantém-se a correção alterando-se a pontuação da frase Oh! meu senhô! fico. Para Oh,meu senhô, fico! II. O ponto e vírgula, no segmento ...por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade...,pode ser substituído por dois-pontos. III. No segmento Por isso digo, e juro se necessário for,que toda a história desta lei de 13 de maio...,pode-se acrescentar uma vírgula imediatamente após juro. Está correto o que consta em (A) I, II e III. (B) II e III, apenas. (C) I e III, apenas. (D) I, apenas. (E) II, apenas. GABARITO 1. C Inversão e intercalações. 2. A Excluir pontuação (aqui, a vírgula) anteposta ao pronome relativo sempre acarretará mudança de sentido, já que passa de explicação para restrição. 3. A COESÃO E COERÊNCIA - REESCRITURA DE FRASES No edital: Redação (confronto e reconhecimento de frases corretas e incorretas). 1. Está inteiramente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto Falsificações na internet: (A) É natural que muitos dos usuários da internet se irritem com este fenômeno generalizado: a pessoa publica um medíocre texto de sua autoria como se fosse da lavra de algum escritor consagrado. (B) Tratando-se de um fenômeno generalizado na internet, implica na irritação de quem toma os textos de alguém famoso cujo o teor foi estabelecido por quem escreveu uma mera banalidade. (C) Está cada vez mais usual o seguinte fato: alguém mal intencionado, publica sob um nome de autor conhecido um texto de que este jamais teria interesse em escrever, por banal que seja. (D) Muitas pessoas, provavelmente com má fé, dão como de outros autores, textos seus, imaginando que as assinaturas famosas encobrem as debilidades do texto de cujos são criadores. (E) Certamente são irritantes essas falsificações da internet, mormente nas redes sociais, aonde escritores sem qualquer talento plageiam autores famosos, tentando se fazer passar pelos mesmos. 2. Considere as seguintes afirmações sobre aspectos da construção do texto Falsificações na internet: I. Na frase É próprio dos vícios misturar prazer e corrosão em quem os sustenta, o pronome os refere-se aos nomes prazer e corrosão. II. Atentando para a regência verbal, o segmento Os grandes atores, apoiando-se no talento que lhes é próprio permanecerá correto caso se substitua apoiando-se no por valendo-se do ou contando com o. III. Ao observar que ninguém deve enganar-se a si mesmo, o autor poderia ter optado pela forma do imperativo e nos lançar a seguinte frase, de modo correto e solene: “Não deveis enganar-se a vós mesmos”.
  • 13. 13 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ Está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II, apenas. (E) III, apenas. 3. Por apresentar falha estrutural de construção, deve-se reelaborar a redação da seguinte frase: (A) Há quem busque disfarçar a falta de talento atribuindo a autores famosos os textos medíocres que publica nas páginas da internet. (B) A falta de talento faz com que artistas famosos passem por ser alegados como genuínos autores daqueles textos de escritores medíocres que não o têm. (C) Alguns nomes de grandes escritores brasileiros são muitas vezes indicados na internet como autores de textos que jamais escreveriam. (D) É fácil entender que alguém cometa uma fraude para enganar os outros; difícil é aceitar que alguém se proponha a enganar a si mesmo. (E) Leitores ingênuos deixam-se enganar pelos falsários da internet, mostrando que não reconhecem a diferença entre a boa e a má literatura. 4. Está inteiramente correta a redação deste livre comentário sobre o texto Filosofia de borracharia: (A) Em meio à países em cujas fronteiras se entrelaçam é difícil buscar-se orientação precisa, sobretudo quando se desconhece a língua de uma região. (B) O tosco borracheiro italiano seria incapaz de suspeitar que se atribuíssem aquela sua frase o alto sentido filosófico que dela se derivou. (C) Um dos jovens viajantes se dispôs à filosofar, atribuindo-se um sentido superior à frase que o simplório borracheiro jamais poderia conter. (D) Por vezes, é possível atribuir às palavras de uma frase simples, ou mesmo banal, um sentido outro,que elas acabam por sugerir aos imaginosos. (E) Já envelhecido, o autor da crônica confessa-nos deque a vida, de fato, lhe incutiu na frase do borracheiro um sentido cada vez mais oportuno e atualizado. 5. Atente para a seguinte frase do texto: A lanterna passava pelas coisas com uma fantasia criativa e destrutiva que subvertia o real. Uma nova, clara e correta redação revela adequada compreensão do que diz a frase acima em: (A) Passando pelas coisas, a lanterna acesa fantasiava e destruía a subversão do real iluminado. (B) A fantasia e a criação da lanterna, cuja luz passava pelas coisas, subvertia-se diante do real. (C) Ao passar pelas coisas, a iluminação da lanterna fantasiosa criava o real, para em seguida destruí-lo. (D) O real ficava subvertido pela ação da lanterna, da fantasia que criava e destruía as coisas. (E) A realidade das coisas projetava sua fantasia criativa conforme passava por ela a luz da lanterna. 6. Atente para as seguintes frases: I. Deram-me uma lanterna de bolso. II. Passei a projetar a luz da lanterna nos cantos da casa. III. Os cantos da casa não me eram mais familiares. IV. A luz da lanterna transfigurava os cantos da casa. As frases acima estão articuladas de modo claro, coerente e correto no seguinte período:
  • 14. 14 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ (A) A lanterna de bolso que me deram tinha uma luz que me pus a projetar sobre os cantos da casa, cuja familiaridade era agora como que se estivessem transfigurados. (B) A lanterna de bolso, que me deram, passei a projetar sua luz nos cantos da casa que, antes familiares, eram assim transfigurados por aquela luz. (C) A luz da lanterna de bolso que me deram passei a projetar nos cantos da casa, tão familiares, cujos passaram a ser então transfigurados. (D) Me deram uma lanterna de bolso em cuja luz passeia projetar nos cantos da casa que, à essa altura, nãome eram mais familiares, porquanto transfigurados. (E) Deram-me uma lanterna de bolso, cuja luz passei a projetar nos cantos da casa, que, até então familiares,estavam agora transfigurados. Texto para as questões. [...] ser independente significa bem mais do que ser livre para viver como se quer: significa, basicamente, viver com valores que façam a vida ser digna de ser vivida. Não basta um estado de espírito. Não basta, como diz o samba, “vestir a camisa amarela e sair por aí”. Tampouco basta sentir-se autônomo, fazendo parte do bando. É preciso algo mais. Ora, um dos valores que vêm sendo retomados pelos filósofos e que cabem como uma luva nessa questão é o da resistência. Na raiz da palavra resistere se encontra um sentido: “ficar de pé”. E ficar de pé implica manter vivas, intactas dentro de si, as forças da lucidez. Essa é uma exigência que se impõe tanto em tempos de guerra quanto em tempos de paz. Sobretudo nesses últimos, quando costumamos achar que está tudo bem, que está tudo “numa boa”; quando recebemos informações de todos os lados, sem tentar, nem ao menos, analisá-las, e terminamos por engolir qualquer coisa. Resistir como forma de ser independente é, talvez, uma maneira de encontrar um significado no mundo. Daí que, para celebrar a independência, vale mesmo é desconstruir o mundo,desnudar suas estruturas, investigar a informação. Fazer isso sem cansaço para depois termos vontade de, novamente,desejá-lo, inventá-lo e construí-lo; de reencontrar o caminho da sensibilidade diante de uma paisagem, ao abrir um livro ou aporta de um museu. Independência, sim, para defendermos a vida, para defendermos valores para ela, para que ela tenha um sentido. Independência de pé, com lucidez e prioridades.Clareza, sim, para não continuarmos a assistir, impotentes, ao espetáculo da própria impotência. (PRIORE, Mary Del. Histórias e conversas de mulher. São Paulo: Planeta, 2013, p. 281) 7. Não basta um estado de espírito. Não basta, como diz o samba, “vestir a camisa amarela e sair por aí”. Tampouco basta sentir-se autônomo, fazendo parte do bando. (primeiro parágrafo) O sentido do segmento transcrito acima está exposto, de maneira diversa, porém com correção, clareza e fidelidade,em: Para ser independente, ... (A) é preciso ter vontade própria, tomar decisões, como diz a letra da música, ou nem mesmo buscar nas ideias dos outros o mesmo estado de espírito, participando,portanto, do grupo em que se identifica essa sua maneira de ser. (B) deve haver correspondência entre a própria maneira de viver, com atitudes baseadas em escolhas marcadamente pessoais, e a experiência de todo o conjunto,ainda que possa considerar-se único, sem imposição de ideias alheias. (C) não é suficiente tomar decisões sem a devida deliberação,nem considerar-se capaz de determinar as próprias normas de conduta, sem imposição alheia,se estiver vivendo de acordo com o ideário da maioria. (D) não é necessário viver sem rumo, a esmo, como um estado de espírito, se o fato de sentir-se livre de imposições da maioria pudesse mantê-lo inserido no convívio social, apesar de defender as próprias ideias.
  • 15. 15 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ (E) seria importante manter-se segundo as normas de conduta estabelecidas por si mesmo, deliberadas com determinação, compartilhando, porém, das mesmas ideias do grupo em que se encontra inserido. 8. Considere as alterações propostas nas alternativas abaixo para alguns segmentos do texto. Mantém- se a correção gramatical no que consta em: ( A) Na raiz da palavra resistere se encontra um sentido ... Na raiz da palavra resistere se encontra algumas indicações de seu significado ... ( B) Não basta um estado de espírito. Não basta algumas decisões tomadas nesse sentido. (C) Essa é uma exigência que se impõe tanto em tempos de guerra quanto em tempos de paz. Essa é uma das exigências que se impõem tanto em tempos de guerra quanto em tempos de paz. (D) É preciso algo mais. Faz-se necessário as mudanças de visão e de atitudes. (E) ...para que ela tenha um sentido. ... para que as metas estabelecidas a cada um tenha um sentido. 9. O crescimento da vida urbana aumentou a visibilidade das mulheres. Hoje elas estão menos obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica. Hoje as mulheres podem investir numa carreira. A revolução das comunicações começou com o telefone e prossegue no Facebook. O Facebook contribuiu para diluir as fronteiras entre o isolamento e a vida social. As frases isoladas acima compõem um único parágrafo, devidamente pontuado, com clareza e lógica, em: (A) A revolução das comunicações começou com o telefone e prossegue no Facebook. Que contribuiu para diluir as fronteiras entre o isolamento e a vida social. E ainda, com o crescimento da vida urbana aumentou a visibilidade das mulheres. Hoje elas estão menos obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica; que podem investir numa carreira. (B) Com o crescimento da vida urbana, aumentou-se a visibilidade das mulheres, às quais estão hoje menos obrigadas a se consagrar exclusivamente a vida doméstica, assim como podem investir numa carreira. Para diluir as fronteiras entre o isolamento e a vida social, veio a revolução das comunicações, tendo começado com o telefone e prossegue no Facebook,que contribuiu para esse fato. (C) A visibilidade das mulheres, depois do crescimento da vida urbana, hoje estão menos obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica e poder investir numa carreira. Em razão da revolução das comunicações, que começou com o telefone e prossegue no Facebook, o qual contribuiu para diluir as fronteiras entre o isolamento e a vida social. (D) Hoje as mulheres estão menos obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica, com o crescimento da vida urbana, que aumentou sua visibilidade,podendo investir numa carreira. E ainda a diluição das fronteiras entre o isolamento e a vida social com a revolução das comunicações que, tendo começado com o telefone, prossegue no Facebook, contribuiu para isso. (E) O crescimento da vida urbana aumentou a visibilidade das mulheres, que hoje estão menos obrigadas a se consagrar exclusivamente à vida doméstica, além de poderem investir numa carreira. A revolução das comunicações, que começou com o telefone e prossegue no Facebook, contribuiu para diluir as fronteiras entre o isolamento e a vida social.
  • 16. 16 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ Texto para as questões. Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão para saber que a prática foi uma das maiores vergonhas da humanidade. Mas é preciso corrigir o tempo do verbo. Foi? Melhor escrever a frase no presente. A escravidão ainda é uma das maiores vergonhas da humanidade. E o fato de o Ocidente não ocupar mais o topo da lista como responsável pelo crime não deve ser motivo para esquecermos ou escondermos a infâmia. Anos atrás, lembro-me de um livro aterrador de BenjaminSkinner que ficou gravado nos meus neurônios. Seu título era A Crime So Monstrous (Um crime tão monstruoso) e Skinner ocupava-se da escravidão moderna para chegar à conclusão aterradora: existem hoje mais escravos do que em qualquer outra época da história humana. Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão,como o tráfico de mulheres na Europa ou nos Estados Unidos. A escravidão que denunciava com dureza era a velha escravidão clássica - a exploração braçal e brutal de milhares ou milhões de seres humanos trabalhando em plantações ou pedreiras ao som do chicote. [...] Pois bem: o livro de Skinner tem novos desenvolvimentos com o maior estudo jamais feito sobre a escravidão atual.Promovido pela Associação WalkFree, o Global Slavery Index é um belo retrato da nossa miséria contemporânea. [...] A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava,continua a espantar o mundo em termos absolutos com um número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões de escravos.Falamos, na grande maioria, de gente que continua a trabalhar uma vida inteira para pagar as chamadas "dívidas transgeracionais"em condições semelhantes às dos escravos do Brasil nas roças. Conclusões principais do estudo? Pessoalmente,interessam-me duas. A primeira, segundo o Global Slavery Index, é que a escravidão é residual, para não dizer praticamente inexistente, no Ocidente branco e "imperialista". De fato, a grande originalidade da Europa não foi a escravidão;foi, pelo contrário, a existência de movimentos abolicionistas que terminaram com ela. A escravidão sempre existiu antes de portugueses ou espanhóis comprarem negros na África rumo ao Novo Mundo. Sempre existiu e, pelo visto, continua a existir. Mas é possível retirar uma segunda conclusão: o ruidoso silêncio que a escravidão moderna merece da intelectualidade progressista. Quem fala, hoje, dos 30 milhões de escravos que continuam acorrentados na África, na Ásia e até na América Latina? [...] O filme de Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão, pode relembrar ao mundo algumas vergonhas passadas. Mas confesso que espero pelo dia em que Hollywood também irá filmar as vergonhas presentes: as vidas anônimas dos infelizes da Mauritânia ou do Haiti que, ao contrário do escravo do filme, nãotêm final feliz. (Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. "Os Escravos". Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br) 10. Os termos infâmia (primeiro parágrafo), Promovido (quarto parágrafo) e que (sétimo parágrafo) referem-se respectivamente a: (A) lista - Global Slavery Index - escravidão (B) humanidade - um belo retrato - existência (C) escravidão - um belo retrato - existência (D) escravidão - Global Slavery Index – movimentos abolicionistas (E) lista - livro - movimentos abolicionistas
  • 17. 17 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ 11. Atente para as afirmações, abaixo, sobre o texto: I. Com a substituição de que (primeiro parágrafo) por "se", atribui-se caráter hipotético ao que se diz em seguida. II. Sem prejuízo para a correção, pode-se isolar com vírgulas o título do livro A Crime So Monstrous (segundo parágrafo), como ocorre, no último parágrafo, com o título do filme 12 Anos de Escravidão. III. O travessão empregado no terceiro parágrafo introduz uma explicação, função semelhante à dos dois-pontos empregados no último parágrafo. Está correto o que consta APENAS em (A) I e III. (B) I. (C) I e II. (D) II. (E) II e III. GABARITO 1. A – Erros de regência, pontuação, ortografia e pronome relativo. Algumas observações: b) implica irritação. c) alguém mal intencionado publica sobre... d) pontuação errada. e) onde. 2. D I.Sustenta os vícios. II.Certo. III.Não devais. 3. B 4. D 5. D 6. E 7. C 8. C 9. E 10. D Começando a resolver de trás para frente, ou seja, do último para o penúltimo facilita muito. Que = movimentos abolicionistas. Eliminadas A, B e C. O que foi promovido? O livro. Eliminada E. 11. A – Não se separa o complemento do verbo (nem o verbo do sujeito).
  • 18. 18 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ INTERPRETAÇÃO DE TEXTO No edital: Reconhecimento de tipos e gêneros textuais;adequação da linguagem ao tipo de documento; adequação do formato do texto ao gênero. Texto para as questões. Falsificações na internet Quem frequenta páginas da internet, sobretudo nas redes sociais, volta e meia se depara com textos atribuídos a grandes escritores. Qualquer leitor dos mestres da literatura logo perceberá a fraude: a citação está longe de honrar a alegada autoria. Drummond, Clarice Lispector, Guimarães Rosa e Fernando Pessoa, por exemplo, jamais escreveriam banalidades recheadas de lugares comuns, em linguagem capenga e estilo indefinido. Mas fica a pergunta: o que motiva essas falsificações grosseiras de artistas da palavra e da imaginação? São muitas as justificativas prováveis. Atrás de todas está a vaidade simplória de quem gostaria de ser tomado por um grande escritor e usa o nome deste para promover um texto tolo, ingênuo, piegas, carregado de chavões. Os leitores incautos mordem a isca e parabenizam o fraudulento, expandindo a falsificação e o mau gosto. Mas há também o ressentimento malicioso de quem conhece seus bem estreitos limites literários e, não se conformando com eles, dispõe-se a iludir o público com a assinatura falsa, esperando ser confundido com o grande escritor. Como há de fato quem confunda a gritante aberração com a alta criação, o falsário dá-se por recompensado enquanto recebe os parabéns de quem o “curtiu”. Tais casos são lamentáveis por todas as razões, e constituem transgressões éticas, morais, estéticas e legais. Mas fiquemos apenas com a grave questão da identidade própria que foi rejeitada em nome de outra, inteiramente postiça. Enganar-se a si mesmo, quando não se trata de uma psicopatia grave, é uma forma dolorosa de trair a consciência de si. Os grandes atores, apoiando-se no talento que lhes é próprio, enobrecem esse desejo tão humano de desdobramento da personalidade e o legitimam artisticamente no palco ou nas telas; os escritores criam personagens com luz própria, que se tornam por vezes mais famosos que seus criadores (caso de Cervantes e seu Dom Quixote, por exemplo); mas os falsários da internet, ao não assinarem seu texto medíocre, querem que o tomemos como um grande momento de Shakespeare. Provavelmente jamais leram Shakespeare ou qualquer outro gênio citado: conhecem apenas a fama do nome, e a usam como moeda corrente no mercado virtual da fama. Tais fraudes devem deixar um gosto amargo em quem as pratica, sobretudo quando ganham o ingênuo acolhimento de quem, enganado, as aplaude. É próprio dos vícios misturar prazer e corrosão em quem os sustenta. Disfarçar a mediocridade pessoal envergando a máscara de um autêntico criador só pode aprofundar a rejeição da identidade própria. É um passo certo para alargar os ressentimentos e a infelicidade de quem não se aceita e não se estima. (Terêncio Cristobal, inédito) 1. No texto manifesta-se, essencialmente, uma censura a quem, (A) frequentando páginas da internet, deixa-se seduzir com facilidade pelos textos de grandes autores, sem antes certificar-se quanto à sua autenticidade. (B) por falta de talento literário e por ressentimento, costuma ressaltar nos textos dos autores clássicos as passagens menos inspiradas ou mais infelizes. (C) levado pelo sentimento da vaidade, porta-se como se fosse um grande escritor, tratando de temas profundos num estilo elevado, próprios dos grandes talentos.
  • 19. 19 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ (D) cometendo uma fraude, publica na internet textos medíocres, atribuídos a escritores célebres, buscando com isso, entre outras coisas, ganhar o aplauso de quem lê. (E) com intenção maliciosa, cita autores famosos em páginas da internet, afetando uma familiaridade que de fato jamais teve com esses grandes escritores. 2. Considere as seguintes afirmações: I. No primeiro parágrafo, o autor do texto imagina que muitos usuários das redes sociais, mesmo os versados em literatura, podem se deixar enganar pela fraude das citações, uma vez que o estilo destas lembra muito de perto a linguagem dos alegados autores. II. No segundo parágrafo, duas razões são indicadas para explicar a iniciativa dos fraudulentos: o gosto pela ironia, empregada para rebaixar os escritores de peso, e a busca da notoriedade de quem quer ser identificado como um artista superior. III. Nos dois parágrafos finais, o que o autor ressalta como profundamente grave é o fato de os falsários mentirem para si mesmos, dissolvendo a identidade que lhes é própria e assumindo, ilusoriamente, a personalidade de alguém cujo valor já está reconhecido. Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. Texto para as questões. Filosofia de borracharia O borracheiro coçou a desmatada cabeça e proferiu a sentença tranquilizadora: nenhum problema com o nosso pneu,aliás quase tão calvo quanto ele. Estava apenas um bocado murcho. - Camminando si sgonfia* - explicou o camarada, com um sorriso de pouquíssimos dentes e enorme simpatia. O italiano vem a ser um dos muitos idiomas em que a minha abrangente ignorância é especializada, mas ainda assim compreendi que o pneu do nosso carro periclitante tinha se esvaziado ao longo da estrada. Não era para menos. Tendo saído de Paris, havíamos rodado muito antes de cair naquele emaranhado de fronteiras em que você corre o risco de não saber se está na Áustria, na Suíça ou na Itália. Soubemos que estávamos no norte, no sótão da Itália, vendo um providencial borracheiro dar nova carga a um pneu sgonfiato. Dali saímos -éramos dois jovens casais num distante verão europeu, embarcados numa aventura que, de camping em camping, nos levaria a Istambul – para dar carga nova a nossos estômagos, àquela altura não menos sgonfiati. O que pode a fome, em especial na juventude: à beira de um himalaia de sofrível espaguete fumegante, julguei ver fumaças filosóficas na sentença do tosco borracheiro. E, entre garfadas, sob o olhar zombeteiro dos companheiros de viagem, me pus a teorizar. Sim, camminando si sgonfia, e não apenas quando se é,nesta vida, um pneu. Também nós, de tanto rodar, vamos aos poucos desinflando. E por aí fui, inflado e inflamado num papo delirante. Fosse hoje, talvez tivesse dito, infelizmente com conhecimento de causa, que a partir de determinado ponto carecemos todos de alguma espécie de fortificante, de um novo alento para o corpo, quem sabe para a alma. * Camminando si sgonfia= andando se esvazia. Sgonfiatoé vazio; sgonfiatié a forma plural. (Adaptado de: WERNECK, Humberto – Esse inferno vai acabar. Porto Alegre, Arquipélago, 2011, p. 85- 86)
  • 20. 20 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ 3. A expressão em italiano, dirigida aos dois jovens casais pelo borracheiro, (A) deu oportunidade a que todos reconhecessem na frase do borracheiro a filosofia que ele havia incutido nela para orientar os jovens. (B) foi tomada em sentido puramente metafórico, já que parecia não se aplicar ao problema que os fez parar na borracharia. (C) confundiu ainda mais aqueles aventureiros, que já se sentiam um tanto perdidos no emaranhado de estradas fronteiriças. (D) deu aos turistas a certeza de que se encontravam na Itália, embora eles não atinassem com o sentido daquelas palavras. (E) acabou propiciando uma interpretação mais abrangente,que resultou numa teoria posteriormente levantada numa refeição. 4. Atente para as seguintes afirmações: I. A frase dita pelo borracheiro nada indiciou aos jovens turistas, que não sabiam em que país estavam- o que só veio a se esclarecer durante a refeição tipicamente italiana. II. A familiaridade que um dos jovens revelou ter como idioma italiano permitiu-lhe deduzir da frase do borracheiro uma súmula filosófica. III. Como conclusão do antigo episódio narrado, o cronista lembra o quanto a vida acaba por nos tornar necessitados de novo ânimo para seguir vivendo-a. Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) III, apenas. (B) I, II e III. (C) I e II, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I e III, apenas. 5. Por valorizar recursos expressivos da linguagem, o autor da crônica, (A) em inflado e inflamado (5o parágrafo), vale-se de sinônimos para reforçar o estado de espírito reflexivo da personagem. (B) na expressão quase tão calvo quanto ele (1o parágrafo), qualifica o borracheiro com um termo familiarmente aplicado a um pneu já muito gasto. (C) no segmento minha abrangente ignorância é especializada (3o parágrafo), é irônico ao atribuir a ignorância qualidades aplicáveis a um alto conhecimento. (D) na expressão num distante verão europeu (4o parágrafo), utiliza um indicador de tempo para denotar a extensão do território percorrido. (E) em à beira de um Himalaia (4o parágrafo), deixa claro que os viajantes agora se acercavam de uma alta cordilheira, semelhante à asiática. 6. Atente para a seguinte construção: O borracheiro explicou-nos que os pneus haviam esvaziado com o uso, e que era fácil resolver aquele problema. Empregando-se o discurso direto, a frase deverá ser: O borracheiro explicou-nos: (A) - Com o uso os pneus estão esvaziando, problema este que seria fácil resolver. (B) - Os pneus com o uso tinham esvaziado, mas seria fácil resolver o problema. (C) - Os pneus se esvaziaram com o uso, é fácil resolver este problema. (D) - Com o uso os pneus terão se esvaziado, seria fácil resolver esse problema. (E) - Os pneus com o uso estavam vazios, vai ser fácilr esolver seu problema.
  • 21. 21 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ Texto para as questões. “O povo não gosta de música clássica” Estudante de Letras, mal chegado à faculdade, comecei a dar aulas de Português numa escola pública da periferia da cidade.Estava feliz porque gostei do trabalho de professor, nessa escola estadual frequentada sobretudo por comerciários, office boys, aprendizes de ofício, feirantes etc. Éramos quase todos da mesma idade, havia camaradagem entre nós. Um dia convidei um grupinho dos mais chegados pra ir à minha casa ouvir música. “Música clássica”, adverti. Preparei um programinha meio didático, dentro da sequência histórica,com peças mais ou menos breves que iam do canto gregoriano a Villa-Lobos. Comentava as diferenças de estilo, de sentimento,de complexidade. A sessão toda durou quase duas horas, incluindo minhas tagarelices. Gostaram muito. Dois ou três dias depois, um deles (pobre, como os outros) apareceu na aula com um embrulho na mão.“Professor, comprei hoje isso pra mim. O senhor acha que essa música é boa?” Era um LP de Tchaikovsky, talvez com sinfonias ou aberturas, não me lembro. Disse que sim, e ele saiu todo sorridente. Imaginei a cena do dia: ele entrando numa casa de disco do centro da cidade e pedindo um “disco de música clássica”. Venderam-lhe uma gravação barata, nacional. Ao final do ano letivo despediu-se de mim (sairia da escola,concluído o primeiro grau) e me deixou na mão um bilhetinho.Não decorei as palavras, que eram poucas, mais ou menos estas: “Professor, muito obrigado por me fazer gostar de música clássica”. Desmoronei um pouco, pensando em comoeste país poderia ser diferente. Não lhe disse, na hora, que agente pode gostar naturalmente de qualquer música: é preciso que não obstruam nosso acesso a todos os gêneros musicais. E embora seja quase impossível que estas palavras cheguem ao meu antigo aluno, pergunto-lhe agora, com mais de quatro décadas de atraso: “Então, seu Carlos, gostou do Tchaikovsky?” (Teotônio Ramires, inédito) 7. No título do texto formula-se um preconceito que pode ser combatido, o que decorreria tomada a precaução expressa em: (A) (...) é preciso que não obstruam nosso acesso a todos os gêneros musicais. (B) Desmoronei um pouco, pensando em como este país poderia ser diferente. (C) Éramos quase todos da mesma idade, havia camaradagem entre nós. (D) Estava feliz porque gostei do trabalho de professor. (E) (...) ele entrando numa casa de disco do centro da cidade e pedindo um “disco de música clássica”. 8. Atente para as seguintes afirmações: I. As informações do primeiro parágrafo do texto ressaltam a responsabilidade que teriam nossas escolas públicas de oferecerem em seu currículo atividades culturais até então negligenciadas. II. A providência do jovem professor junto a um grupo de alunos seguiu um certo método, tal como o indicam expressões como programinha meio didático e sequência histórica. III. No quarto parágrafo, o autor sugere que sua emoção de jovem professor diante do bilhetinho do aluno deveu-se à convicção de que muitos brasileiros poderiam beneficiar-se da mesma iniciativa. Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em (A) II. (B) II e III. (C) I e III. (D) I e II. (E) I.
  • 22. 22 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ 9. Da pressuposição de que ...... passa-se à inferência deque ...... Em relação ao texto, a frase acima expressará um pensamento coerente preenchendo-se as lacunas, na ordem dada, com os segmentos: (A) toda música clássica é de alta qualidade –quem gosta de música popular não lhe dará atenção. (B) os estudantes não gostam de música clássica –nãohá atividade escolar que os leve a apreciá-la. (C) os adolescentes não gostam de música clássica− quando forem adultos saberão apreciá-la. (D) a música clássica é para ouvidos refinados –todos podem gostar dela se a ouvirem com constância. (E) a música clássica tem um mesmo sentido para todos - pouca gente aprecia-a com sinceridade. Texto para a questão. A lanterninha Apaguei todas as luzes, e não foi por economia; foi porque me deram uma lanterna de bolso, e tive a ideia de fazer a experiência de luz errante. A casa, com seus corredores, portas, móveis e ângulos que recebiam iluminação plena, passou a ser um lugar estranho,variável, em que só se viam seções de paredes e objetos, nunca a totalidade. E as seções giravam, desapareciam, transformavam-se. Isso me encantou. Eu descobria outra casa dentro da casa. A lanterna passava pelas coisas com uma fantasia criativa e destrutiva que subvertia o real. Mas que é o real, senão o acaso da iluminação? Apurei que as coisas não existem por si, mas pela claridade que as modela e projeta em nossa percepção visual. E que a luz é Deus. A partir daí entronizei minha lanterninha em pequeno nicho colocado na estante, e dispensei-me de ler os tratados que me perturbavam a consciência. Todas as noites retiro-a de lá e mergulho no divino. Até que um dia me canse e tenha de inventar outra divindade. (ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985, p. 25) 10. Nas expressões a luz é Deus (3o parágrafo) e mergulho no divino (4o parágrafo), ressalta-se um respeito religioso, o qual também está sugerido no seguinte segmento: (A) só se viam seções de paredes e objetos. (B) entronizei minha lanterninha em pequeno nicho. (C) tive a ideia de fazer a experiência de luz errante. (D) passou a ser um lugar estranho, variável. (E) dispensei-me de ler os tratados. Texto para as questões. Conselhos a o candidato Certa vez um enamorado da Academia, homem ilustre e aliás perfeitamente digno de pertencer a ela, escreveu-me sondando-me sobre as suas possibilidades como candidato. Não pude deixar de sentir o bem conhecido calefrio aquerôntico, porque então éramos quarenta na Casa de Machado de Assis e falar de candidatura aos acadêmicos sem que haja vaga é um pouco desejar secretamente a morte de um deles. O consultado poderá dizer consigo que “praga de urubu não mata cavalo”.Mas, que diabo, sempre impressiona. Não impressionou ao conde Afonso Celso, de quem contam que respondeu assim a um sujeito que lhe foi pedir o voto para uma futura vaga: Não posso empenhar a minha palavra. Primeiro porque o voto é secreto; segundo porque não há vaga; terceiro porque a futura vaga pode ser a minha, o que me poria na posição de não poder cumprir com a minha palavra, coisa a que jamais faltei em minha vida. Se eu tivesse alguma autoridade para dar conselhos ao meu eminente patrício, dir-lhe-ia que o primeiro dever de um candidato é não temer a derrota, não encará-la como uma capitis diminutio, não
  • 23. 23 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ enfezar com ela. Porque muitos dos que se sentam hoje nas poltronas azuis do Trianon, lá entraram a duras penas, depois de uma ou duas derrotas. Afinal a entrada para a Academia depende muito da oportunidade e de uma coisa bastante indefinível que se chama “ambiente”. Fulano?Não tem ambiente. [...] Sempre ponderei aos medrosos ou despeitados da derrota que é preciso considerar a Academia com certo senso de humour. Não tomá-la como o mais alto sodalício intelectual do país. Sobretudo nunca se servir da palavra “sodalício”, a que muitos acadêmicos são alérgicos. Em mim, por exemplo, provoca sempre urticária. No mais, é desconfiar sempre dos acadêmicos que prometem:“Dou-lhe o meu voto e posso arranjar-lhe mais um”.Nenhum acadêmico tem força para arranjar o voto de um colega. Mas vou parar, que não pretendi nesta crônica escrever um manual do perfeito candidato. (BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1993, vol. único, p. 683- 684) *aquerôntico- relativo ou pertencente a Aqueronte, um dos rios do Inferno, atravessado pelos mortos na embarcação conduzida pelo barqueiro Caronte. *capitis diminutio: expressão latina de caráter jurídico empregada para designar a diminuição de capacidade legal. 11. No desenvolvimento do texto, o autor deixa transparecer (A) incentivo a quem lhe escreve, de consultar outros acadêmicos, dado que se trata de candidato merece dor de pertencer ao grupo. (B) extrema seriedade ao tentar instruir um candidato,com o objetivo de garantir-lhe sucesso na eleição,ainda que não haja vaga para essa pretensão. (C) indecisão sobre se haverá meios eficazes para orientar um candidato, já que o próprio autor é um dos escritores que fazem parte do quadro da Academia. (D) aconselhamento ao candidato que desista de seu intento,com a certeza de que será um perdedor, visto que muitos outros já não conseguiram ser eleitos. (E) tratamento irônico a respeito das pretensões de um candidato a vaga na Academia, pretensão extemporânea, pois o quadro está completo. 12. A resposta dada pelo conde Afonso Celso, transcrita no2o parágrafo, é exemplo de (A) uma resposta evasiva, em razão da intempestiva consulta feita pelo candidato. (B) certa incoerência voluntária na sequência de dados oferecidos pelo acadêmico citado. (C) um capcioso jogo de palavras cujo sentido, no entanto,não permite conclusão alguma. (D) um raciocínio completo, com as razões que justificam o posicionamento de quem fala. (E) argumentos que se sucedem, aparentemente, de modo lógico, porém sem resultado objetivo. 13. O consultado poderá dizer consigo que “praga de urubu não mata cavalo”. Infere-se, a partir da referência ao dito popular, que o autor (A) se considera inteiramente livre de quaisquer compromissos relativos à consulta que lhe foi enviada, esquivando-se, também, de tentar conseguir votos para o suposto candidato. (B) deseja, secretamente e de antemão, que o candidato não consiga comprovar que tem o mérito necessário para justificar sua pretensão de fazer parte da Academia. (C) procura justificar sua isenção quanto ao questionamento do candidato, mesmo pondo de lado o fato de perceber certo mau agouro embutido na consulta que lhe foi enviada. (D) busca questionar o mal-estar que sentiu ao recebera consulta do provável candidato, apoiando-se na sabedoria popular, fato que contraria sua formação erudita de acadêmico. (E) se vale da sabedoria popular para considerar-se imune a um eventual desejo secreto do candidato deque surja a vaga com a morte de um dos acadêmicos,até mesmo a dele.
  • 24. 24 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ 14. No Dicionário Houaiss encontra-se que sodalício é palavra que designa grupo ou sociedade de pessoas que vivemjuntas ou convivem em uma agremiação; confraria. Deduz-se corretamente que, segundo o autor, o emprego da palavra reflete (A) conhecimento aprofundado, pois se trata de um grupo formado por escritores eruditos. (B) pedantismo, tendo em vista tratar-se de termo praticamente desconhecido no uso diário da língua. (C) ignorância que, já de início, se torna obstáculo intransponível para a eleição pretendida. (D) prepotência, como demonstração de conhecimentos que ultrapassam o dos demais acadêmicos. (E) insistência, na tentativa de angariar adeptos para o ingresso no grupo de escritores. Texto para a questão. [...] ser independente significa bem mais do que ser livre para viver como se quer: significa, basicamente, viver com valores que façam a vida ser digna de ser vivida. Não basta um estado de espírito. Não basta, como diz o samba, “vestir a camisa amarela e sair por aí”. Tampouco basta sentir-se autônomo, fazendo parte do bando. É preciso algo mais. Ora, um dos valores que vêm sendo retomados pelos filósofos e que cabem como uma luva nessa questão é o da resistência. Na raiz da palavra resistere se encontra um sentido: “ficar de pé”. E ficar de pé implica manter vivas, intactas dentro de si, as forças da lucidez. Essa é uma exigência que se impõe tanto em tempos de guerra quanto em tempos de paz. Sobretudo nesses últimos, quando costumamos achar que está tudo bem, que está tudo “numa boa”; quando recebemos informações de todos os lados, sem tentar, nem ao menos, analisá-las, e terminamos por engolir qualquer coisa. Resistir como forma de ser independente é, talvez, uma maneira de encontrar um significado no mundo. Daí que, para celebrar a independência, vale mesmo é desconstruir o mundo,desnudar suas estruturas, investigar a informação. Fazer isso sem cansaço para depois termos vontade de, novamente,desejá-lo, inventá-lo e construí-lo; de reencontrar o caminho da sensibilidade diante de uma paisagem, ao abrir um livro ou aporta de um museu. Independência, sim, para defendermos a vida, para defendermos valores para ela, para que ela tenha um sentido. Independência de pé, com lucidez e prioridades.Clareza, sim, para não continuarmos a assistir, impotentes, ao espetáculo da própria impotência. (PRIORE, Mary Del. Histórias e conversas de mulher. São Paulo: Planeta, 2013, p. 281) 15. De acordo com o texto, a afirmativa correta é: (A) O excesso de informações hoje à nossa disposição,em bons ou em maus momentos, nos propicia elementos para uma vida de liberdade, baseada na independência e na escolha de novos valores e de novos paradigmas que possam resistir às inúmeras mudanças que ocorrem habitualmente. (B) Uma independência de atitudes e de valores perante a vida baseia-se, especialmente, no grau de liberdade de escolha que cabe a cada um, de modo a garantir que as informações recebidas se transformem nos fundamentos de uma vida livre e bem vivida. (C) A resistência ao acúmulo de informações recebidas aleatoriamente direciona as escolhas feitas durante a vida, pois nem sempre a liberdade se mostra comoo caminho mais favorável a ser percorrido, principalmente se forem deixados de lado os valores básicos da existência humana. (D) A liberdade de escolha que poderá tornar-nos seres independentes exige lucidez diante da enxurrada de informações que recebemos atualmente, e resistência em prol de valores fundamentais que atribuam significado à existência. (E) Uma vida realmente digna de ser vivida deve ter como fundamentos essenciais a ampla liberdade de escolha de valores que se coadunam com as transformações atuais e a independência para afastar obstáculos que possam impedir a realização total de nossos objetivos.
  • 25. 25 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ Texto para a questão. Não é preciso assistir a 12 Anos de Escravidão para saber que a prática foi uma das maiores vergonhas da humanidade. Mas é preciso corrigir o tempo do verbo. Foi? Melhor escrever a frase no presente. A escravidão ainda é uma das maiores vergonhas da humanidade. E o fato de o Ocidente não ocupar mais o topo da lista como responsável pelo crime não deve ser motivo para esquecermos ou escondermos a infâmia. Anos atrás, lembro-me de um livro aterrador de BenjaminSkinner que ficou gravado nos meus neurônios. Seu título era A Crime So Monstrous (Um crime tão monstruoso) e Skinner ocupava-se da escravidão moderna para chegar à conclusão aterradora: existem hoje mais escravos do que em qualquer outra época da história humana. Skinner não falava apenas de novas formas de escravidão,como o tráfico de mulheres na Europa ou nos Estados Unidos. A escravidão que denunciava com dureza era a velha escravidão clássica - a exploração braçal e brutal de milhares ou milhões de seres humanos trabalhando em plantações ou pedreiras ao som do chicote. [...] Pois bem: o livro de Skinner tem novos desenvolvimentos com o maior estudo jamais feito sobre a escravidão atual.Promovido pela Associação WalkFree, o Global Slavery Index é um belo retrato da nossa miséria contemporânea. [...] A Índia, tal como o livro de Benjamin Skinner já anunciava,continua a espantar o mundo em termos absolutos com um número que hoje oscila entre os 13 milhões e os 14 milhões de escravos.Falamos, na grande maioria, de gente que continua a trabalhar uma vida inteira para pagar as chamadas "dívidas transgeracionais"em condições semelhantes às dos escravos do Brasil nas roças. Conclusões principais do estudo? Pessoalmente,interessam-me duas. A primeira, segundo o Global Slavery Index, é que a escravidão é residual, para não dizer praticamente inexistente, no Ocidente branco e "imperialista". De fato, a grande originalidade da Europa não foi a escravidão;foi, pelo contrário, a existência de movimentos abolicionistas que terminaram com ela. A escravidão sempre existiu antes de portugueses ou espanhóis comprarem negros na África rumo ao Novo Mundo. Sempre existiu e, pelo visto, continua a existir. Mas é possível retirar uma segunda conclusão: o ruidoso silêncio que a escravidão moderna merece da intelectualidade progressista. Quem fala, hoje, dos 30 milhões de escravos que continuam acorrentados na África, na Ásia e até na América Latina? [...] O filme de Steve McQueen, 12 Anos de Escravidão, pode relembrar ao mundo algumas vergonhas passadas. Mas confesso que espero pelo dia em que Hollywood também irá filmar as vergonhas presentes: as vidas anônimas dos infelizes da Mauritânia ou do Haiti que, ao contrário do escravo do filme, nãotêm final feliz. (Adaptado de: COUTINHO, João Pereira. "Os Escravos". Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br) 16. De acordo com o texto, (A) é de se estranhar o silêncio votado à questão escravocrata,muito provavelmente por envolver regiões como a Europa, que se utilizam, ainda que indiretamente,de trabalho escravo. (B) nunca houve tantos escravos no mundo, a despeito de terem sidos bem-sucedidos os primeiros movimentos, surgidos na Europa, que lutaram por extinguir a escravidão dos negros africanos. (C) as novas formas de escravidão, se não constituem a maioria dos casos, obscurecem a importância devida à antiga escravidão, ainda bastante disseminada,como mostra o filme 12 Anos de Escravidão. (D) a escravidão moderna, como ocorre na Mauritânia e no Haiti, é, em termos sociais, diferente da escravidão antiga, visto que dissimulada, pois se trata de trabalho formal, mas em condições sub- humanas.
  • 26. 26 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ (E) o número de escravos aumentou no século XX, sobretudo em países pobres, muito embora movimentos abolicionistas da Europa a tenham eliminado das nações sulamericanas. Texto para as questões. Eu pertenço a uma família de profetas après coup, postfactum*, depois do gato morto, ou como melhor nome tenha em holandês. Por isso digo, e juro se necessário for, que toda a história desta lei de 13 de maio estava por mim prevista, tanto que na segunda-feira, antes mesmo dos debates, tratei de alforriar um molecote que tinha, pessoa de seus dezoito anos, mais ou menos.Alforriá-lo era nada; entendi que, perdido por mil, perdido por mil e quinhentos, e dei um jantar. Neste jantar, a que meus amigos deram o nome de banquete, em falta de outro melhor, reuni umas cinco pessoas,conquanto as notícias dissessem trinta e três (anos de Cristo), no intuito de lhe dar um aspecto simbólico. No golpe do meio (coup dumilieu, mas eu prefiro falar a minha língua), levantei-me eu com a taça de champanha e declarei que acompanhando as ideias pregadas por Cristo, há dezoito séculos, restituía a liberdade ao meu escravo Pancrácio; que entendia que a nação inteira devia acompanhar as mesmas ideia se imitar o meu exemplo; finalmente, que a liberdade era um dom de Deus, que os homens não podiam roubar sem pecado. Pancrácio, que estava à espreita, entrou na sala, como um furacão, e veio abraçar-me os pés. Um dos meus amigos (creio que é ainda meu sobrinho) pegou de outra taça, e pediu à ilustre assembleia que correspondesse ao ato que acabava de publicar,brindando ao primeiro dos cariocas. Ouvi cabisbaixo; fiz outro discurso agradecendo, e entreguei a carta ao molecote. Todos os lenços comovidos apanharam as lágrimas de admiração. Caí na cadeira e não vi mais nada. De noite, recebi muitos cartões. Creio que estão pintando o meu retrato, e suponho que a óleo. No dia seguinte, chamei o Pancrácio e disse-lhe com rara franqueza: - Tu és livre, podes ir para onde quiseres. Aqui tens casa amiga, já conhecida e tens mais um ordenado, um ordenado que... - Oh! meu senhô! fico. - ...Um ordenado pequeno, mas que há de crescer. Tudo cresce neste mundo; tu cresceste imensamente. Quando nasceste, eras um pirralho deste tamanho; hoje estás mais alto que eu. Deixa ver; olha, és mais alto quatro dedos... - Artura não qué dizê nada, não, senhô... - Pequeno ordenado, repito, uns seis mil réis; mas é de grão em grão que a galinha enche o seu papo. Tu vales muito mais que uma galinha. Justamente. Pois seis mil réis. No fim de um ano, se andares bem, conta com oito. Oito ou sete. Pancrácio aceitou tudo; aceitou até um peteleco que lhe dei no dia seguinte, por me não escovar bem as botas; efeitos da liberdade. Mas eu expliquei-lhe que o peteleco, sendo um impulso natural, não podia anular o direito civil adquirido por um título que lhe dei. Ele continuava livre, eu de mau humor; eram dois estados naturais, quase divinos. Tudo compreendeu o meu bom Pancrácio; daí pra cá,tenho-lhe despedido alguns pontapés, um ou outro puxão de orelhas, e chamo-lhe besta quando lhe não chamo filho do diabo; cousas todas que ele recebe humildemente, e (Deus me perdoe!) creio que até alegre. [...] *Literalmente, “depois do golpe”, “depois do fato”. (Adaptado de: ASSIS, Machado de. "Bons dias!", Gazeta de Notícias, 19 de maio de 1888) 17. O texto (A) reconhece o mérito das mudanças políticas de então,ironizando a hierarquia social que antes predominava entre escravo e senhor. (B) mostra como um avanço social, na verdade, beneficia a todos: o escravo se torna livre, seu antigo dono adquire prestígio social.
  • 27. 27 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ (C) reflete o entusiasmo com que foi tomada a libertação dos escravos no Brasil, a partir do relato de uma situação particular. (D) faz ressalvas ao processo político que envolveu o fim da escravidão, visto que os títulos concedidos nãopossuíam valor legal. (E) trata o fim da escravidão com ironia, mostrando como uma simples carta de alforria não significava mudança da condição social do escravo. 18. O diálogo que se desenvolve a partir do quinto parágrafo (A) contrasta a altura do empregado com a pequenez inicial de seu salário, de maneira que se compreenda a prosperidade da nova condição de assalariado. (B) evidencia, em frases como Tu vales muito mais que uma galinha, o valor humano que passam a ter os que eram antes considerados simples mercadoria. (C) ilustra, em frases como Artura não quédizê nada, não,senhô..., a mentalidade a que estava condicionado o escravo, que chega a falar em detrimento de si próprio. (D) prevê o novo padrão das relações de trabalho, pautado por diálogo e negociação de direitos, persistente até a atualidade com empregados domésticos. (E) demonstra a afeição que ligava senhor e escravo,rompida com o fim do regime de escravidão, como se pode ver nos parágrafos seguintes. GABARITO 1. D No penúltimo parágrafo: “... mas os falsários da internet, ao não assinarem seu texto medíocre, querem que o tomemos como um grande momento de Shakespeare. Provavelmente jamais leram Shakespeare ou qualquer outro gênio citado: conhecem apenas a fama do nome, e a usam como moeda corrente no mercado virtual da fama.”; no último parágrafo: “Tais fraudes devem deixar um gosto amargo em quem as pratica, sobretudo quando ganham o ingênuo acolhimento de quem, enganado, as aplaude. É próprio dos vícios misturar prazer e corrosão em quem os sustenta. Disfarçar a mediocridade pessoal envergando a máscara de um autêntico criador só pode aprofundar a rejeição da identidade própria. É um passo certo para alargar os ressentimentos e a infelicidade de quem não se aceita e não se estima.” 2. C I. Errado: mesmo os versados em literatura. No texto: "Qualquer leitor dos mestres da literatura logo perceberá a fraude..." II. Errado. Primeira razão: "Atrás de todas está a vaidade simplória de quem gostaria de ser tomado por um grande escritor e usa o nome deste para promover um texto tolo, ingênuo, piegas, carregado de chavões.”; segunda razão: "Mas há também o ressentimento malicioso de quem conhece seus bem estreitos limites literários e, não se conformando com eles, dispõe-se a iludir o público com a assinatura falsa, esperando ser confundido com o grande escritor." III. Certo: Mas fiquemos apenas com a grave questão da identidade própria que foi rejeitada em nome de outra, inteiramente postiça. Enganar-se a si mesmo, quando não se trata de uma psicopatia grave, é uma forma dolorosa de trair a consciência de si."; "Disfarçar a mediocridade pessoal envergando a máscara de um autêntico criador só pode aprofundar a rejeição da identidade própria"
  • 28. 28 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ 3. E No texto: " - Camminando si sgonfia* - explicou o camarada, com um sorriso de pouquíssimos dentes e enorme simpatia. O italiano vem a ser um dos muitos idiomas em que a minha abrangente ignorância é especializada, mas ainda assim compreendi que o pneu do nosso carro periclitante tinha se esvaziado ao longo da estrada...." " E, entre garfadas, sob o olhar zombeteiro dos companheiros de viagem, me pus a teorizar. Sim, camminando si sgonfia, e não apenas quando se é, nesta vida, um pneu. Também nós, de tanto rodar, vamos aos poucos desinflando. Camminando si sgonfia= andando se esvazia. 4. A I. Errado.Eles se deram conta que estavam na Itália com a frase do borracheiro. II. Errado.O texto menciona apenas o jovem que não conhece o idioma. III. Certo: Determinado ponto carecemos todos de alguma espécie de fortificante, de um novo alento para o corpo, quem sabe para a alma. 5. C 6. C 7. A-...é preciso que não obstruam nosso acesso a todos os gêneros musicais. Muitas vezes as pessoas possuem preconceito sobre músicas clássicas por não conhecê-las e para combater isso é necessário que elas tenham acesso a esse gênero musical. 8. B I. Errado. O parágrafo cita a matéria que o professor ministrava e quem eram os alunos. II. Certo: Preparei um programinha meio didático, dentro da sequência histórica, com peças mais ou menos breves que iam do canto gregoriano a Villa-Lobos. Comentava as diferenças de estilo, de sentimento, de complexidade. III. Certo: Ao final do ano letivo despediu-se de mim (sairia da escola, concluído o primeiro grau) e me deixou na mão um bilhetinho. Não decorei as palavras, que eram poucas, mais ou menos estas: “Professor, muito obrigado por me fazer gostar de música clássica". Desmoronei um pouco, pensando em como este país poderia ser diferente. 9. B 10. B 11. E 12. D
  • 29. 29 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar – e você? Cursos de Língua Portuguesa - http://www.portuguescomdudanogueira.com.br/ Primeiro, segundo, terceiro... Não posso empenhar a minha palavra. Primeiro porque o voto é secreto; segundo porque não há vaga; terceiro porque a futura vaga pode ser a minha, o que me poria na posição de não poder cumprir com a minha palavra, coisa a que jamais faltei em minha vida. 13. E ... porque então éramos quarenta na Casa de Machado de Assis e falar de candidatura aos acadêmicos sem que haja vaga é um pouco desejar secretamente a morte de um deles. 14. B - Pedante adj. Característica do que ou de quem ostenta certa cultura ou erudição. s.m e s.f. Pessoa que exibe conhecimentos os quais não possui. Pessoa que se autovaloriza mostrando conhecimentos ou qualidades superiores aos que realmente dispõe; pretensioso. (Etm. do italiano: pedante) 15. D ser independente significa bem mais do que ser livre para viver como se quer: ... É preciso algo mais. ... E ficar de pé implica manter vivas, intactas dentro de si, as forças da lucidez. 16. B No texto:... existem hoje mais escravos do que em qualquer outra época da história humana. ..De fato, a grande originalidade da Europa não foi a escravidão; foi, pelo contrário, a existência de movimentos abolicionistas que terminaram com ela. 17. E – O texto é muito irônico (libertação dos escravos). 18. C