O documento discute a importância do planejamento na catequese. Ele explica que planejar ajuda a tornar a ação catequética mais eficiente e organizada. Além disso, discute como o planejamento pode ajudar a diminuir a improvisação e promover uma catequese mais eficaz na evangelização.
3. O OBJETIVO
A função do planejamento é "tornar clara e precisa
a ação, organizar o que fazemos, sintonizar ideias,
realidade e recursos para tornar mais eficiente a
nossa ação" (GANDIN, 2010, p.20).
O Diretório Nacional de Catequese, DNC, nos orienta:
"Para frutificar, a catequese necessita de
organização, planejamento e recursos" (DNC 236).
4. Planejar é pensar antes qual o melhor
caminho para chegar depois. Quando
não se planeja, se improvisa,
prejudicando o êxito do que se quer e
causando um incansável desperdício
de energia e recursos (ORFANO, 2004,
p. 21)
5. PLANEJAR SOB A LUZ
DO EVANGELHO
Lucas 14,28-29a
"De fato, se alguém quer construir uma
torre, será que não vai primeiro sentar-se
e calcular os gastos, para ver se tem o
suficiente para terminar? Caso contrário,
lançará os alicerces e não será capaz de
acabar".
6. QUAL O ALVO A SER ATINGIDO POR
MEIO DO PLANEJAMENTO
CATEQUÉTICO?
11. O PLANEJAMENTO DEVE AJUDAR A
DECIDIR:
"O que se vai fazer".
"Para que fazê-lo".
12. O planejamento deve ser
instrumento metodológico da
realidade, de ideias que superam
o mero domínio cognitivo de
informações
13. CARACTERÍSTICAS DE UM BOM
MODELO DE PLANEJAMENTO
CATEQUÉTICO, DEVE POSSUIR:
Leitura da realidade
O estabelecimento de objetivos
A organização das ações
A orientação na transformação
da realidade
A interação entre a proposta
(fé) e a vida dos intercolutores
A avaliação das ações
catequéticas
1.
2.
3.
4.
5.
6.
14. O planejamento é uma
metodologia para construir (ou
transformar) a realidade
15. POR ONDE COMEÇAR?
Para que o planejamento catequético
participativo seja ativo e criativo, é
necessário que em todas as fases dessa
metodologia sejam envolvidos no
processo de educação da fé os
seguintes agentes: pároco, catequistas,
pais/responsáveis e catequizandos).
16. CASO CONTRÁRIO ...
... não alcançaremos a adesão e o
compromisso desses agentes nesse
processo de planejamento,
desvinculando-o da realidade com
a qual se pretende interagir.
17. O marco referencial é o primeiro
passo para se começar um
planejamento entendido como
processo
18. MAS O QUE É UM
DIAGNÓSTICO?
"O diagnóstico não é,
essencialmente, uma descrição da
realidade, mas o juízo dela. É
necessária a descrição da realidade
(o que estamos fazendo), mas o
essencial é o julgamento dessa
realidade, na comparação com
aquilo que queríamos que fosse."
19. PARÂMETROS DE
JULGAMENTO PARA UM
BOM DIAGNÓSTICO:
O que estamos
fazendo?
A que distância
estamos daquilo
que pretendemos
alcançar?
20. O diagnóstico compara aquilo que
se pensa e se quer com aquilo que
se faz na prática. O diagnóstico é
sempre um julgamento da
realidade e da prática, à luz de um
referencial. A intermediação entre
o pensar e o agir é feita pelo
diagnóstico
21. Durante o diagnóstico devemos
procurar os sintomas positivos da
realidade em que atuamos
(prática), que nos aproximam da
realidade desejada, e os sintomas
negativos (nós críticos), que nos
distanciam da realidade
desejada. Se possível, buscando
as causas positivas e negativas
22. PLANEJAMENTO E
PROGRAMAÇÃO
Se são diferentes, qual a
relação entre programação e
planejamento?
Qual o papel da programação
no processo de planejamento?
Como toda essa concepção
poderá se aplicar à catequese?
AFINAL, SÃO A MESMA COISA?
23. A programação é parte do
planejamento, assim como o
marco referencial é o diagnóstico.
Portanto, respondendo a primeira
questão em conjunto com a
segunda, a programação é parte
integrante do planejamento. E, se
tratando de um processo, essas
partes são inter-relacionadas
24. PORTANTO, PLANEJAMENTO (NA CATEQUESE) É?
UM PROCESSO
COMPOSTO DE FASES, ETAPAS OU PASSOS
CONTÍNUO
CONSTITUÍDO DE UNIDADE ENTRE AS ETAPAS
25. Sendo a catequese um processo
de educação da fé e de
evangelização, ela deve ser
realizada, também, de acordo
com a pedagogia divina da
Revelação: lenta, gradual e
progressiva; como vemos nas
Sagradas escrituras e na forma
que Jesus conduziu o diálogo com
os discíulos, no episódio de
Emaús.
26. A Sagrada Escritura apresenta
Deus como educador da nossa fé.
Apresenta-se como sábio que
assume as pessoas nas condições
em que elas se encontram (cf. Sl
103,3-6), liberta-as do mal e
convida-as a viverem no amor a
fim de crescerem
progressivamente na fé, até a
maturidade em Cristo (cf. Ef 4,13-
15 e DNC, 138)
27. A programação dentro de um
plano, é uma proposta de ação
para diminuir a distância entre a
realidade da instituição planejada
e o definido no seu marco
operativo. Dito de outra forma, é a
porposta de ação para sanar as
necessidades apresentadas pelo
diagnóstico
28. A programação, a partir do
diagnóstico (investigação da
realidade), é um meio que
procura articular os conteúdos,
através de sua proposta de ação
(plano de ação); e também uma
forma de intervenção na
realidade com chances de
transformá-la. Por isso, utiizar o
planejamento na catequese é de
grande valia para uma
evangelização eficaz e encarnada
30. A falta de planejamento pelo não
conhecimento e formação leva os
catequistas a se utilizar da
improvisação como rotina, e não
como exceção
31. A ação catequética precisa passar pelo
planejamento para diminuir a
improvisação e ser um instrumento eficaz
de evangelização, pois só a boa intenção é
incapaz de resolver situações complexas
capazes de levar o ser humano a porpor
mudanças de cunho existencial para si,
movido pela fé. A missão catequética não
se improvisa nem fica ao sabor do
imediatismo ou do gosto de uma pessoa. A
catequese é uma ação da Igreja e um
projeto assumido pela comunidade, como "
um processo de educação comunitária,
permanente, prograssiva, ordenada,
orgânica e sistemática da fé" (CR, 318)
32. É preciso que o CATEQUISTA seja
competente em sua ação
catequética, superando a
improvisação e a simples boa
vontade (DNC, 270)
33. PLANEJAMENTO CATEQUÉTICO,
REALIDADE DINÂMICA E FORMAÇÃO
Ler a a realidade.
Saber ler a realidade.
Aprimorar o conhecimento através da
formação.
Ver-iluminar-agir-celebrar-rever
PARTE II
34. PLANEJAMENTO NO CONTEXTO
DE UMA REALIDADE DINÂMICA
O método ver-iluminar-agir tem
sido utilizado na catequese como
meio de educar para a fé e a vida, a
partir da Bíblia e de uma leitura da
realidade em que se pretende
atuar, tendo o próprio Deus como
modelo de educador do seu povo
35. Deus, como educador da fé, comunica-se
através dos acontecimentos da vida do seu
povo, de forma adequada à situação
pessoal e cultural de cada um, levando-o a
fazer a experiência do seu mistério. A
pedagogia catequética tem como modelo,
sobretudo, o proceder de Jesus Cristo, que
a partir da convivência com as pessoas,
deu continuidade ao processo pedagógico
do Pai (DNC, 139-140).
36. NO ANTIGO
TESTAMENTO
Deus ouviu o clamor do seu povo.
Deus se lembrou da aliança que fizera
com Abraão, Isac e Jacó.
Deus viu a condição de opressão e
miséria de seu povo.
Deus conheceu os seus sofrimentos e
os levou em consideração.
Deus desceu para libertá-lo.
Deus decidiu fazê-lo subir para uma
terra fértil.
Deus chamou Moisés e o enviou ao
faraó para tirar o seu povo do Egito.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
ÊXODO 3,7-14
37. NO NOVO
TESTAMENTO
Jesus se aproxima.
Jesus pergunta.
Jesus escuta.
Jesus dialoga.
Jesus explica as escrituras.
Jesus toca o coração dos dois
discípulos e os faz enxergar,
avaliar, agir e retornar à
comunidade.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
LUCAS 24,13-25
38. Na ação catequética, a
mensagem e fonte da catequese é
a Palavra de Deus. Portanto,
conhecê-la profundamente, bem
como conhecer a realidade em
que se atua, é fundamental.
39. Além do conhecimento bíblico e da
realidade, deve haver também uma
grande sintonia entre a realidade socio-
cultural-religiosa e o contexto bíblico
que se pretende iluminar com a Palavra
de Deus. Caso contrário, não há como
comunicar a Palavra revelada para
iluminar essa realidade. Assim, a
evangelização perde em eficácia.
Também devemos levar em
consideração as necessidades
psicopedagógicas dos interlocutores.
40. Como é possível realizar um
trabalho com a criança,
adolescente, jovem ou adulto sem
conhecê-los adequada e
profundamente?
41. Ao lado da Palavra, existe a
necessidade de conhecê-la,
acolhê-la, estudá-la,
compreendê-la e contextualizá-la
para que ela possa ser repassada
com fidelidade e cumpra seu
papel evangelizador
43. A catequese deve se colocar como agente
transformador nessa mudança de época, para
não perder o seu papel missionário de ajudar
sues interlocutores no encontro pessol e
comunitário com Jesus Cristo. Essa missão
poderá ser potencializada com planejamento,
lembrando que o diagnóstico bem feito procura
fazer uma descrição da realidade atual, o
julgamento da mesma, e extrai dela suas
novas necessidades, propiciando a aplicação
de ações transformadoras, a partir de suas
reais necessidades e demandas
44. PROCESSO DE EDUCAÇÃO DA FÉ
E PLANEJAMENTO
A fé, uma das virtudes teologais,
nos é dada por Deus como "dom"
(presente), mas em forma de
semente, e esta amadurece e
germina como resposta humana à
Graça divina. A fé enquanto
resposta, pode e deve ser educada.
45. É tarefa da catequese
educar (a fé) para o agir
cristão
47. É tarefa da catequese educar para o
exercício da caridade e do serviço (sinal
da diaconia). Cabe à catequese educar
para o sentido da comunhão e para a
vida comunitária (sinal da koinonia). É
tarefa da catequese iniciar à escuta e ao
anúncio da Palavra (sinal da martyria).
É também tarefa da catequese iniciar ao
mistério da celebração cristã (sinal da
liturgia)
48. O planejamento procura
articular e organizar ações,
visando um objetivo
transformador da realidade.
Nesse sentido, o planejamento
ajudará o catequista no passo a
passo de sua ação (processual e
gradual), na qual o segundo
passo dependa do primeiro e
assim por diante, para evitar
perder-se em improvisações
49. PLANEJAMENTO: FACILITADOR
DO PRINCÍPIO METOLÓGICO DA
INTERAÇÃO FÉ E VIDA
O desafio da catequese é ser uma ação
transformadora da realidade (dimensão vida) e
evangelizadora do ser humano (dimensão fé), pois
ela procura agir na realidade e transformá-la a partir
so ser humano que busca respostas na Palavra de
Deus para seus questionamentos, conflitos e
problemas. Em virtude da mudança de época e
também de valores profundos da vida humana,
precisamos da contribuição de instrumentos
metodológicos na catequese para que tornemos
nossa missão evangelizadora mais eficaz.
50. Na catequese realiza-se uma inter-ação
(= um relacionamento mútuo e eficaz)
entre experiência de vida e a formulação
da fé; De um lado a experiência de vida
levanta perguntas; de outro, a
formulação da fé busca a explicação das
respostas a essas perguntas. Essa
confrontação possibilita uma formação
cristã mais consciente, coerente e
generosa (DNC, 152)
51. Diante de toda essa complexidade, que
atitudes os agentes evangelizadores, como
são os catequistas, devem tomar na
interação entre vida e fé: agir
improvisadamente ou planejadamente?
Evangelizar é coisa que não se pode fazer às
cegas ou e de improviso. Para alcançar
objetivos evangelizadores, o trabalho deve,
necessariamente, desenvolver-se de forma
planejada. O prodesso de planejamento
presta indispoensável serviço à missão
evangelizadora da Igreja
52. ENGAJAMENTO NA COMUNIDADE
O engajamento na comunidade é um dos objetivos da catequese.
Portanto, é de suma importância inserí-lo ao processo de
planejamento catequético para que se possa estabelecer linhas
de ação a fim de alcançá-lo.
53. Se o lugar do cristão é na comunidade e a
catequese deve ser por natureza uma ação
eclesial voltada para essa comunidade de
fé. Por ser educação orgânica e sistemática
da fé, a catequese se concentra naquilo que
é comum para o cristão, educa para a vida
na comunidade, celebra e testemunha o
compromisso com Jesus. É um processo de
educação gradual e progressivo,
respeitando os ritmos de cada um (DNC, 41)
54. Jesus, ao iniciar a sua missão, primeiro
formou uma comunidade de discípulos.
"Jesus propõe um caminho. No seu esforço
de ser um com seus discípulos (as), Jesus
oferece a todos uma convivência". Seguindo
essa pedagoga, a catequese busca no
planejamento um caminho, visando
articular sua ação para interagir junto à
comuniade de todos os baizados
(discípulos), para renová-la e troná-la viva,
através do testemunho e do engajamento
na missão que lhe foi confiada
55. CATEQUESE: NOVOS TEMPOS,
NOVOS DESAFIOS
A ação catequética improvisada e sem direção
não é capaz de transformar realidades
complexas simplesmente porque se utiliza da
simples boa vontade, age superficialmente e
sem objetivos concretos. O improviso acontece
na hora da ação, sem uma prévia preparação. O
planejamento antecede a ação, facilitando a
articulação desta com os objetivos previamente
estabelecidos.
56. A época atual surge de modo acelerado,
fazendo com que a mesma geraçõ sinta a
mudança na pele, algumas vezes de modo
bastante agudo. Os perigos são dois.
Atingem todas dimnesoes da vida e, por
consequência, também a catequese. O
primeiro é o não reconhecimento da
mudança de época. É dizer que as coisas
sempre funcionaram do jeito que
conhecemos e, portanto, o caminho, no
caso, da evangelização consiste em
continuar fazendo o que sempre foi feito.
57. O segundo perigo consiste em mergulhar de
tal modo na nova realidade que já não se
consiga fazer o discernimento entre o que é
evangélico e o que nao é. Esse perigo
consiste na total identificação da época que
está surgindo, de modo que a ação
evangelizadora acabe perdendo sua
capacidade de interpelação, de
questionamento, de profetismo e dimensão
escatológica (PORTELLA, 3º Semana
Brasileira de Catequese, 2010, p.50)
58. No planejamento deve-se fazer
uma boa leitura de uma realidade
dinâmica e das novidades
tecnológicas. Esses recursos
muito nos ajudam na
comunicação que tanto atrai os
interlocutores da catequese
59. É preciso encantar os nossos
catequizandos e as nossas
catequizandas a partir da pessoa
de Jesus Cristo
60. FORMAÇÃO: PRÉ REQUISITO
PARA O PLANEJAMENTO
O DNC estabelece como fonte inspiradora da
formação do catequista a pessoa de Jesus Cristo. É
ele que faz o convite: "Vinde e vede" (Jo 1,39); e
propõe maior profundidade, mais audácia no
compromisso: "Avançai mais para o fundo, e ali
lançai vossas redes para a pesca" (Lc 5,4). É ele
mesmo que se apresenta como mestre, educador
e servidor: "Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os
pés, também vós deveis lavar os pés uns dos
outros" (Jo 13,14) (DNC, 253).
61. Com pouca formação ou com a
sua falta, o catequista empobrece
a sua ação e nao tem como se
sustentar. O catequista mal
preparado não conseguirá
planejar de forma satisfatória
seus encontros, deixando de
imprimir qualidade no que faz.
Todo cuidado é pouco. O ato de
catequizar é complexo, não é
brincadeira, pois envolve a vida
da pessoa humana
62. O momento histórico em que
vivemos, com seus valores e
contravalores, desafios e
mudanças, exige dos
evangelizadores preparo,
qualificação e atualização.
"Qualquer atividade pastoral que
não conte, para sua realização,
com pessoas formadas e
preparadas coloca em risco a sua
qualidade" DNC 252; DGC 234; cf.
CDC 773 a 780).
63. PLANEJAMENTO NA CATEQUESE
Planejar a catequese, como ação educativa da vida e fé.
Método catequético, meio de se educar na vida e na fé.
Dos conteúdos a mensagem
Da improvisação ao planejamento.
Do cronograma de ações à programação catequética.
Planejamento catequético geral.
PARTE III
64. PLANEJAMENTO NA CATEQUESE
O Manual de Catequética/CELAM
estabelece de forma clara e objetiva a
importância de se planejar a pastoral
catequética: "O planejamento (da pastoral
catequética) é uma expressão de
fidelidade a Deus e de respeito aos agentes
interlocutores" (CELAM, 2007, p. 259).
65. O modelo de planejamento
catequético deve ser simples,
mas não simplista e reducionista.
Deve ter o menor grau de
dificuldade possível, mas sem
perder qualidade, para que possa
ser elaborado e executado pelos
próprios catequistas
66. A catequese, como ação
educativa, não prescinde do
planejamento educacional que se
utilizará da pedagogia e da
didática no sentido de viabilizar
um verdadeiro processo
educativo, só que agora no
âmbito da fé. Como nos orienta o
Manual de Catequética do CELAM:
67. O ministério da catequese nutre-se
constantemente de dois mananciais: as
ciências teológicas, que determinam a
sua natureza e finalidade última; e as
ciências pedagógicas, que iluminam a
forma e o caminho a seguir, para
projetar e levar a termo o processo e o
ato catequético. A catequese, portanto,
sempre esteve vinculada à pedagogia.
A pedagogia faz parte das ciências da
educação (CELAM, 2007, p. 227-228)
68. PLANEJAR A CATEQUESE, COMO
AÇÃO EDUCATIVA DA VIDA E FÉ
"O planejamento (catequético) consiste no
ordenamento e na previsão dos processos de ensino
e aprendizagem da educação na fé" (CELAM, 2007, p.
259).
"Um bom plano, que contribui para a ação
evangelizadora, é sempre fruto de um processo de
planejamento [...] Todo processo precisa ser
preparado. Uma ação que não tiver um antes não
terá um depois" (DGAE, 2011-2015, p. 92).
Todo planejamento deve ser transformador, pois é
obra do Espírito Santo.
69. Entretanto, nenhum planejamento está
acima da ação do Espírito Santo e da
liberdade humana. Requer-se, portanto,
que todo agente de catequese esteja
imbuído da responsabilidade de fazer da
catequese uma ação devidamente
ordenada. Porém sabendo que quem a
faz realmente eficaz é o Espírito, que age
no interior das pessoas, de acordo com a
livre abertura destas a sua ação (CELAM,
2007 p. 251)
70. Planejar é construir a realidade
desejada.
Na catequese, a realidade que
pretendemos construir é aquela que
permite a vivência fraterna, tanto nos
níveis pessoal e familiar quanto no nível
comunitário, através da evangelização,
da educação da fé e do engajamento
das pessoas na comunidade de fé.
71. O planejamento serve para que a
catequese na prática possa ser por
excelência, uma ação transformadora
pela Boa-Nova de Jesus Cristo. Deve
promover que as pessoas encontrem
nos valores evangélicos, a práxis de
suas vidas, a sua renovação pessoal e
comunitária, e assim possam se tornar
pessoas melhores, para poder ajudar a
diminuir o mal do mundo.
72. O catequista juntamente com a
comunidade e o grupo dos catequistas é o
responsável pela prática catequética, pela
pedagogia a ser aplicada e pelo
planejamento de sua ação e pela aplicação
prática. O grupo de catequistas deve
buscar ferramentas simples e eficazes que
ajude a ecoar a Palavra de Deus da melhor
forma possível.
A vocação do leigo à catequese tem origem
no sacramento do Batismo e se fortalece
pela Confirmação (DGC 231)
73. Percebe-se, em grande parte das paróquias,
que a catequese é mal conduzida e prescinde
de planejamento adequado. Nesse cenário, o
conteúdo é supervalorizado em detrimento
das questões metológicas. É bastnte comum
subestimar o método em relação ao
conteúdo. Pensa-se que o que realmente
interessa à catequese é a mensagem a
transmitir, enquanto as questões
metodológicas e de planejamento
(programação do roteiro catequético, escolha
e articulação dos conteúdos, linguagem a ser
usada, técnicas e subsídios práticos etc.) são
coisas de menor importância, problemas
meramente "práticos".
74. Os problemas metológicos ficam, então, por conta
de um programa qualquer ou simplesmente da
experiência prática. Em muitas paróquias e
comunidades, desenvolve-se a catequese sem um
sério esforço de reflexão e de planejamento.
"A catequese precisa de uma pedagogia para
responder adequadamente a sua tarefa
fundamental de educar a fé" (CELAM, p. 228-229)
Tudo isso se torna eficaz se aplicado dentro de um
processo, de uma metodologia (caminho). O
processo se constitui de uma série de ações
articuladas entre si e conduzidas por um fio
condutor: a linha de ação. É assim que devemos
fazer catequese, entendendo as suas
nomenclaturas e conceitos. Dessa forma
saberemos em que chão estamos pisando.
75. MÉTODO CATEQUÉTICO, MEIO DE
SE EDUCAR NA VIDA E NA FÉ
A escolha e a aplicação de métodos na
catequese respondem à pergunta:
COMO FAZER CATEQUESE?
76. Na catequese, o método é um meio para educar a
fé. O método pode ser descrito como o conjunto de
procedimentos seguidos de maneira sistemática e
ordenada para alcançar um fim determinado. Há
dois grandes grupos de métodos: os que partem
da vida para chegar à fé (indutivos), e os partem
do anúncio da mensagem cristã para chegar à
vida (dedutivos). Entre método e conteúdo há uma
profunda correação e interação. Um critério
fundamental para a seleção e emprego dos
métodos na catequese: os métodos devem estar
em sintonia com a pedagogia da fé (CELAM, 2007,
p. 245).
77. O planejamento, como instrumento
metodológico, conduz o ato
catequético e articula seus elementos,
dando-lhe início, meio e fim. O método
integra e dinamiza criativamente os
elementos do ato catequético
(experiência humana, Palavra de Deus
e expressão da fé) (CELAM, p. 245)
Um bom método catequético é
garantia de fidelidade ao conteúdo.
78. DOS CONTEÚDOS A
MENSAGEM
O planejamento deve imprimir
qualidade ao ato de catequizar.
Deve transformar conteúdos
em mensagem.
Não deve ser "conteúdo
cristalizado" e sim mensagem
encarnada e inserida na
cultura.
79. São João Paulo II nos recorda sobre
mensagem: Quem diz mensagem diz
algo mais que doutrina. Quantas
doutrinas jamais chegaram a ser
mensagem. A mensagem não se limita
a propor ideias: ela exige resposta, pois
é interpelação entre pessoas; entre
aquele que propõe e aquele que
responde. A mensagem é vida (DNC,97)
80. O QUE É PRECISO PARA QUE O
CONTEÚDO SE TRANSFORME EM
MENSAGEM?
É necessário que ele chegue ao
coração (interiorização) e transforme
a vida das pessoas.
Para que isso aconteça, esse
processo deve ser bem preparado e
planejado.
81. A MENSAGEM DE
JESUS
"Não estava ardendo o
nosso coração quando Ele
nos falava pelo caminho e
nos explicava as
escrituras?" (Lc 24,32)
83. No âmbito da paróquia, as ações
práticas requerem um planejamento
adequado dos recursos, das
prioridades, dos métodos e dos
processos de avaliação - elementos
que ajudarão a fazer da catequese não
uma ação improvisada, e sim uma
tarefa à qual a Igreja dedica sua
atenção e seus esforços com a
seriedade devida (CELAM, 2007, p. 254)
84. Havendo planejamento, haverá uma
ação que tem mais possibilidades de
ser eficaz e de provocar
transformações. No caso de
improvisação, haverá um simples
ativismo, com resultados menos
eficientes, o que poderá deixar todo
mundo iludido de ter feito uma coisa
boa, porém apenas isso
85. Percebemos que a improvisação é uma
grande fábrica de ilusões com pouco
ou nenhum resultado plausível na
complexa ação catequética. Já uma
ação planejada, se bem feita e
executada, poderá surtir efeitos
extraordinários na realidade em que se
atua
87. Uma ação pastoral é considerada
eficiente quando é bem feita. Quando,
além de eficiente, ela for também
transformadora, ela será considerada
eficaz. As ações apenas eficientes não
contribuirão em nada para a
transformação das estruturas injustas
que nos rodeiam
88. Eficiente é o que executa uma tarefa
com qualidade, competência,
excelência, com nenhum ou com o
mínimo de erros. A eficiência está
ligada ao modo de fazer uma tarefa. O
eficaz faz o que é certo para atingir o
objetivo inicialmente planejado. O
eficiente faz com qualidade, mas nem
sempre atinge um objetivo
89. DO CRONOGRAMA DE AÇÕES À
PROGRAMAÇÃO CATEQUÉTICA
O cronograma de ações é uma mera lista de
ações esparsas a serem trabalhadas ao longo
de um tempo estabelecido, sem articulação e
linha condutora para interferir com eficácia
na realidade. Isso não é planejar, pois o
cronograma de ações não se origina no
julgamento criterioso da realidade, que é o
diagnóstico. Não é, portanto, produto de um
processo planejado. Programação é muito
mais que um rol de atividades.
90. A programação catequética é
parte integrante do processo de
planejamento, se nele é gerada e
articulada. Ela não pode ser
concebida de forma isolada e
desarticulada
91. No contexto do planejamento,
programar-se bem é buscar soluções
para as urgências constatadas, as
necessidades de estabelecer
prioridades e mudanças, tendo
presentes as reais possibilidades de
execução (meios e pessoas). É um
caminho para a realização dos
objetivos. Portanto, a programação é a
etapa final do processo de
planejamento e não a etapa inicial ou
única da ação de planejar
93. PASSOS METODOLÓGICOS PARA O PLANEJAMENTO PASTORAL
O melhor ponto de partida é sempre aquele onde nos
encontramos. Trata-se de colocar os pés no chão. Se
ignoramos a realidade, não evangelizamos; as boas
respostas pastorais dependem da identificação das
verdadeiras necessidades de evangelização (DGAE,
127).
1º Passo - Onde estamos
Na ação evangelizadora o ponto de chegada está em
olhar para o horizonte do Evangelho, mostrado em
Jesus Cristo (DGAE, 128).
2º Passo - Onde precisamos estar
Debruçar-se sobre a realidade sociocultural e religioso-
eclesial, à luz do horizonte da fé cristã, nos leva a
identificaralgumas urgências pastorais, no contexto
atual (DGAE, 131).
3º Passo - Nossas urgências pastorais
Os resultados almejados por um processo de
evangelização estão registrados nos objetivos: geral e
específicos (DGAE, 132).
4º Passo - O que queremos alcançar
Tanto a unidade eclesial quanto e eficácia na obra
evangelizadora exigem critérios comuns na ação (DGAE,
133).
5º Passo - Como vamos agir
É o momento da programação (DGAE, 136).
6º Passo - Intervir na realidade
"Vinho novo, odres novos" (Mt 9,17); mudadas as ações,
é preciso igualmente mudar as estruturas que lhe dão
suporte (DGAE, p. 93-103).
7º Passo - A renovação das estruturas
94. A vida e a missão do discípulo
missionário de Jesus Cristo, segundo a
DGAE, consiste no exercício do tríplice
múnus (dever, obrigação), recebido no
Batismo: serviço da Palavra, serviço da
Liturgia e serviço da Caridade. Essa
vivência tríplice da vocação, se dá no
âmbito da pessoa, da comunidade e da
sociedade
95.
96. PASSOS DO PLANEJAMENTO NO ITINERÁRIO CATEQUÉTICO
Apresenta uma visão global da realidade (contexto) e ação do
grupo (prática). Descreve a realidade em que se vive e se
trabalha.
1º Passo - Marco referencial situacional
É sempre um confronto entre o que se faz, o que existe e o
ideal. Não se deve confundir diagnóstico com duas outras
coisas: com a descrição da realidade e com um levantamento
de problemas. A pergunta a ser feita é a seguinte: qual a
distância entre a realidade em que se atua e a que se deseja?
3º Passo - Diagnóstico
Parte do que se deseja e para que se deseja realizar algo. Nele
se propõe uma ação para uma finalidade. Ao elaborarmos os
objetivos, devemos direcionar nossa ação e finalidade ao
desejo do Pai, revelado por Jesus Cristo, na força do Espírito.
4º Passo - Objetivos
São atitudes a serem tomadas para sanar as necessidades
diagnosticadas e, assim transformar a realidade definidas
no marco operativo. O conjunto de estratégias é aquele
espírito que serve de guia a tudo que faremos.
5º Passo - Estratégias
A programação temática propicia a escolha de
conteúdos que respondem às necessidades surgidas no
diagnóstico, a partir da realidade que se atua. Momento
de detalhar os temas, por etapas da catequese e suas
respectivas leituras bíblicas.
A programação da ação catequética corresponde à
discriminação das ações permanentes e de outras ações
inerentes à atividade catequética: encontros, eventos
externos, formação, calendários, locação de recursos
6º Passo - Programação temática e da ação
catequética
O processo avaliativo deve ser participativo. É necessária a
participação de todos os envolvidos e responsáveis pela
pastoral (padre, catequistas, pais/responsáveis e outras
pastorais envolvidas. Deve ocorrer durante toda ação
catequética (cada encontro) e, também, na sua conclusão
(anual e/ou término do período catequético). Deve
contribuir para elaboração dos marcos referenciais
(situacional e operativo).
7º Passo - Processo avaliativo
O marco doutrinal apresenta as orientações para a ação que se
quer programar, os princípios básicos da catequese. Apoia-se,
sobretudo, nos ensinamentos do Evangelho e nos documentos
da igreja. O marco operativo define para onde a pastoral
catequética quer ir, como vai se organizar; é a linha de ação a
ser assumida, como se quer agir. Define, também, o
posicionamento pedagógico da pastoral.
2º Passo - Marco referencial, operativo e
doutrinal
97. Para se elaborar uma programação, as
questões básicas são as seguintes: que
necessidades aparecem no diagnóstico?
Que objetivos, estratégias, normas,
atividades permanentes são aptas e
possíveis para superá-las em parte ou
totalmente? A programação é a proposta
concreta para fazer acontecer,
gradativamente, os valores, os princípios,
as prioridades e as opções ideais
estabelecidas.
98. Toda ação eclesial brota de Jesus
Cristo e se volta para Ele e para o
Reino do Pai. Jesus Cristo é nossa
razão de ser, origem do nosso agir,
motivo do nosso pensar e sentir.
Nele e com Ele mergulhamos no
mistério trinitário, construindo uma
vida pessoal e comunitária (DGAE,
2011-2015, p. 17).
99. As estratégias se diferenciam dos
objetivos. As estratégias propõem
uma atitude para sanar uma ou
mais necessidades e esta atitude
perdura. Os objetivos propõem uma
ação, também para sanar uma ou
mais necessidades, mas que se
esgota ao alcançar o resultado
esperado (finalidade)
100. PLANEJAMENTO POR
ETAPAS DA CATEQUESE
O planejamento por etapas
catequéticas corresponde ao
planejamento setorial no qual os
critérios bíblico-catequéticos são
definidos. Corresponde à
programação temática das diversas
etapas do processo educativo da fé e
conduzirá o planejamento dos
respectivos encontros catequéticos.
101. A iniciação cristã é um desafio que
devemos encarar com decisão, com
coragem e criatividade, visto que
em muitas partes a iniciação cristã
tem sido pobre e fragmentada. Ou
educamos na fé, colocando as
pessoas realmente em contato com
Jesus Cristoe convidando-as ao seu
seguimento, ou não cumprimos a
nossa missão evangelizadora (DAp
278)
102. PLANEJAMENTO DOS
ENCONTROS CATEQUÉTICOS
O encontro catequético corresponde
à fase finalística da ação
evangelizadora, pela catequese. É
atraves dele que é comunicada a
mensagem revelada.
103. O ato catequético possui diversos elementos
em sua composição (experiências humanas,
palavra de Deus, confissão de fé. oração e
celebração). Deve ser bem planejado, para
que possamos articular os seus elementos
constitutivos, a fim de transformá-lo em
verdadeiros espaços de evangelização. É sinal
de responsabilidade e de respeito aos
catequizandos fazer uma preparação
antecipada e preventiva acerca dos objetivos,
dos conteúdos, das situações de ensino e de
aprendizagem, dos recursos, do tempo e dos
critérios de avaliação com respeito a cada
encontro e processo catequético (CELAM.
Manual de Catequética, 2007, p.253)
104. A PEDAGOGIA DIVINA NOS
ENCONTROS DE CATEQUESE
A ação catequizadora é uma pedagogia da
fé em ato. (DCG 144). Quando se fala da
pedagogia da fé, não se trata de transmitir
um saber humano; trata-se de comunicar,
em sua integridade, a Revelação de Deus.
Na catequese, uma técnica só tem valor à
medida que se põe a serviço da
transmissão da fé e da educação para a fé
(CT 58).
105. Falamos da pedagogia divina
quando nos referimos à forma como
Deus se revela para educar o ser
humano ao longo da história, nas
etapas do processo revelatório.
"Como um pai educa seu filho,
assim Deus educa seu povo" (Dt
8,5).
106. A Bíblia é uma revelação
progressiva do agir e do ser de Deus.
No antigo Testamento, Deus se
revela como o libertador do povo
escolhido, revela-se de maneira
gradual, progressiva e paciente.
Não tem pressa, respeita o
caminhar da gente e o ritmo do seu
povo. Sabe esperar a hora de cada
um chegar a crer, sem desesperar-
se nem pressionar ou violentar
ninguém (CELAM, 2007, p. 214).
107. No Novo Testamento, a pedagogia
divina é revelada plena e
continuadamente por Jesus Cristo,
e se caracteriza em sintese, por
atenção e respeito às pessoas;
partir da sua vida concreta;
acolhida aos que estão à margem;
denúncia profética; formação de
comunidade; fidelidade ao Pai e
docilidade ao Espírito (CELAM, 2007,
p 217).
108. Um exemplo surpreendente e
criativo do método pedagógico de
Jesus são as parábolas. Jesus se
utilizava de histórias ou fatos
comuns e corriqueiros na vida das
pessoas, como pescaria,
plantações, semeadura etc. As
parábolas vão além da
comparação. Elas são um convite à
reflexão. Partem de uma realidade
visível (vida concreta das pessoas)
para mostrar uma realidade
invisível do Reino de Deus.
109. As parábolas estão a disposição
para serem aplicadas na catequese.
Três merecem grande destaque,
são as parábolas do perdão: a da
ovelha perdida (Lc 15, 4-7); a da
moeda perdida (Lc 15, 8-10, a do
filho perdido (Lc 15, 11-32). Através
delas, Jesus nos revela o rosto terno
e misericordioso de Deus Pai.
110. Por isso, à luz da pedagogia de
Jesus Cristo, é importante que na
catequese procuremos mudar,
através do processo de educação
da fé, a imagem de um Deus cruel e
castigador que, às vezes, nos foi
apresentado, para o Deus de Jesus
Cristo, Deus de pura gratuidade e
infinito amor.
111. A ação pedagógica da catequese deve
ser fiel à pedagogia de Jesus Cristo,
ensinando por parábolas, histórias ou por
extratos da vida e projeto dele. Essa
fidelidade é que nos levará do conteúdo à
mensagem, para atingir o coração dos
interlocutores, o que poderá provocar
uma tomada de posição rumo à
transformação da realidade, por meio de
valores evangélicos. Não esqueçamos de
que a pedagogia divina é intermediada
pela ação humana, cabe ao catequista o
protagonismo dessa mediação.
112. ENCONTROS CATEQUÉTICOS
COMO ESPAÇO DE EDUCAÇÃO
DA VIDA E FÉ
O ato catequético tem como fundamento a
verdade revelada e se viabilizará no
encontro catequético, cujo objeto é a
própria Palavra de Deus.
113. Deus nos fala, comunica-se
conosco por meio de sua palavra,
que é Jesus Cristo, Verbo feito carne
[...] Assim, a expressão "Palavra de
Deus" acaba por indicar aqui a
pessoa de Jesus Cristo, Filho eterno
do Pai feito homem (DGAE, 2011-
2015, p. 18-19).
114. O planejamento organiza as ações
para alcançar os objetivos, aplicá-
lo nos encontros catequéticos
constitui um casamento perfeito
para tornar essa ação eficaz.
115. O objetivo maior da catequese é ajudar
as pessoas a realizar o encontro
verdadeiro e pessoal com Jesus Cristo
(dimensão pessoal da fé). E, assim a
partir dessa experiência no terreno da
fé, inserir-se na comunidade Igreja
(dimensão comunitária da fé). Essas
dimensões são como duas faces da
mesma moeda, inseparáveis, e se
concretizam no acolhimento da pessoa
de Jesus e de seu projeto.
116. O encontro de catequese, ao ser
planejado, exige do catequista:
Formação.
Estar aberto(a) à própria criatividade.
Diálogo permanente com a sua realidade e a
que seus interlocutores vivenciam.
Zelo e cuidado.
Propriciar resposta por parte dos interlocutores,
por ser um ato de fé.
117. O planejamento prévio é uma ótima
alternativa para interligar, de forma
eficaz e, portanto, transformadora,
os encontros catequéticos no
contexto geral da catequese. É num
contexto de planejamento que os
procedimentos didáticos e
educativos encontram seu próprio
lugar e realização.
118. No encontro catequético, o catequista
se torna mediador, em nome da Igreja,
para ajudar os interlocutores no
conhecimento, na acolhida da Palavra
de Deus e no seguimento a Jesus
Cristo. O ato catequético se realiza pela
mediação do catequista (CELAM, 2007,
p. 236)
119. Se considerarmos o encontro
catequético como veículo, como forma
de sintonia e mediador da Palavra,
teremos, através dele, uma catequese
viva e responsável, capaz de
transformar pessoas em pessoas
melhores, para que elas possam
transformar a realidade social, ou seja,
assumimos a catequese como veículo
de comunicação e de implantação do
Reino de Deus aqui e agora.
120. ENCONTROS CATEQUÉTICOS
COMO ESPAÇO DE INTERAÇÃO
ENTRE VIDA E FÉ
O papel da catequese é viabilizar uma
interação entre vida (realidade) e um
horizonte que dá maior autonomia aoser
humano ou que o faz enxergar além do
próprio umbigo, e que transcende aos seus
sentidos: a abertura da fé.
121. É preciso ajudar as pessoas a
conhecer Jesus Cristo, fascinar-
se por ele e optar por seguí-lo
(DGAE p. 42).
122. O MÉTODO VER-ILUMINAR-
AGIR-CELEBRAR-REVER, NO
ENCONTRO CATEQUÉTICO
Parte do conhecimento da realidade
sociocultural para depois julgá-la (iluminá-
la) com a Palavra revelada, assim se
constitui um processo normal de
planejamento, aplicado à catequese,
potencializado pela ação da Palavra de
Deus.
123. Nisto se manifesta Jesus Cristo
presente e atuante em meio à
realidade; à sua luz compreendemos a
realidade e com ela nos relacionamos
no firme desejo de que nosso olhar, ser
e agir sejam reflexos do seguimento
cada vez mais fiel ao Senhor Jesus.
Não há, pois, como executar
planejamentos pastorais sem antes
pararmos e nos colocarmos diante de
Jesus Cristo. Em atitude orante,
contemplativa, fraterna e servidora
(DGAE, 2011-2015, p. 17)
124. PRIMEIRO PASSO - VER
"É um olhar crítico e concreto a
partir da realidade da pessoa,
dos acontecimentos e dos
fatos da vida" (DNC 158). No
processo do planejamento,
corresponde ao marco
referencial da realidade que se
quer planejar.
125. SEGUNDO PASSO -
IMUMINAR
"É o momento de escutar a Palavra de
Deus. Implica reflexão e o estudo que
iluminam a realidade, questionando-a
pessoal e comunitariamente" (DNC
159). Já na técnica do planejamento é
momento de se identificar o
diagnóstico, a diferença entre o ideal,
o que se deseja e as prováveis
correções para se atingir os objetivos
propostos.
126. TERCEIRO PASSO - AGIR
"É o momento de tomar
decisões, orientando a vida na
direção das exigências do
projeto de Deus; no processo
do planejamento, é o momento
de identificar ações, projetos,
programações para serem
desenvolvidos.
127. QUARTO PASSO -
CELEBRAR
É o momento privilegiado para a
experiência da graça divina. "É o
feliz encontro com Deus, na oração
e no louvor, que anima e
impulsiona o processo
catequético" (DNC 161). Esse
passo se encontra no âmbito da fé,
portanto não faz parte dos demais
métodos de planejamento.
128. QUINTO PASSO - REVER
"É o momento para sintetizar a
caminhada catequética, valorizar os
catequistas e os catequizandos,
aprofundar as etapas do
planejamento prposto, revendo os
conteúdos e os compromissos
assumidos" (DNC, 162). Essa etapa
corresponde à avaliação, presente na
catequese e em todos os métodos do
planejamento.
129. A experiência de Emaús foi, por
excelência, um modelo de encontro
catequético. Nesse trecho, Jesus se
coloca como catequista, explicando as
excrituras e propiciando o verdadeiro
encontro pessoal dos discípulos com
ele: "Então seus olhos se abriram e o
reconheceram" (Lc 24,30).
130. Verificou-se em Emaús a interiorização ou
abertura de coração: "Não ardia o nosso
coração, quando ele nos falava pelo
caminho, quando nos explicava as
Escrituras?" (Lc 24,32). Acabou-se o medo
e houve mudança de atitude: "Naquela
mesma hora, levantaram-se e voltaram
para Jerusalém" (Lc 24,33). Antes, porém,
tinham medo de ficar em Jerusalém e de
caminhar à noite. Por fim, voltam à
comunidade, onde testemunharam a
profissão de fé: "É verdade! O Senhor
ressuscitou e apareceu a Simão!" (Lc
24,34)
131. A catequese não pode
ser como uma hora de
escola, mas é uma
experiência viva de fé”.
Papa Francisco