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PLANEJAMENTO
CATEQUÉTICO
Pastoral Catequética
Paróquia Imaculada Conceição
2023
A IMPORTÂNCIA DO
PLANEJAMENTO NA CATEQUESE
INTRODUÇÃO
O OBJETIVO
A função do planejamento é "tornar clara e precisa
a ação, organizar o que fazemos, sintonizar ideias,
realidade e recursos para tornar mais eficiente a
nossa ação" (GANDIN, 2010, p.20).
O Diretório Nacional de Catequese, DNC, nos orienta:
"Para frutificar, a catequese necessita de
organização, planejamento e recursos" (DNC 236).
Planejar é pensar antes qual o melhor
caminho para chegar depois. Quando
não se planeja, se improvisa,
prejudicando o êxito do que se quer e
causando um incansável desperdício
de energia e recursos (ORFANO, 2004,
p. 21)
PLANEJAR SOB A LUZ
DO EVANGELHO
Lucas 14,28-29a
"De fato, se alguém quer construir uma
torre, será que não vai primeiro sentar-se
e calcular os gastos, para ver se tem o
suficiente para terminar? Caso contrário,
lançará os alicerces e não será capaz de
acabar".
QUAL O ALVO A SER ATINGIDO POR
MEIO DO PLANEJAMENTO
CATEQUÉTICO?
PLANEJAMENTO E CATEQUESE
Como fazer?
Com quem fazer?
Para que fazer?
Para quem estamos fazendo?
PARTE I
O QUE É PLANEJAR?
Planejar é organizar a própria
ação
Planejar é transformar a realidade
numa direção escolhida
O PLANEJAMENTO DEVE AJUDAR A
DECIDIR:
"O que se vai fazer".
"Para que fazê-lo".
O planejamento deve ser
instrumento metodológico da
realidade, de ideias que superam
o mero domínio cognitivo de
informações
CARACTERÍSTICAS DE UM BOM
MODELO DE PLANEJAMENTO
CATEQUÉTICO, DEVE POSSUIR:
Leitura da realidade
O estabelecimento de objetivos
A organização das ações
A orientação na transformação
da realidade
A interação entre a proposta
(fé) e a vida dos intercolutores
A avaliação das ações
catequéticas
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O planejamento é uma
metodologia para construir (ou
transformar) a realidade
POR ONDE COMEÇAR?
Para que o planejamento catequético
participativo seja ativo e criativo, é
necessário que em todas as fases dessa
metodologia sejam envolvidos no
processo de educação da fé os
seguintes agentes: pároco, catequistas,
pais/responsáveis e catequizandos).
CASO CONTRÁRIO ...
... não alcançaremos a adesão e o
compromisso desses agentes nesse
processo de planejamento,
desvinculando-o da realidade com
a qual se pretende interagir.
O marco referencial é o primeiro
passo para se começar um
planejamento entendido como
processo
MAS O QUE É UM
DIAGNÓSTICO?
"O diagnóstico não é,
essencialmente, uma descrição da
realidade, mas o juízo dela. É
necessária a descrição da realidade
(o que estamos fazendo), mas o
essencial é o julgamento dessa
realidade, na comparação com
aquilo que queríamos que fosse."
PARÂMETROS DE
JULGAMENTO PARA UM
BOM DIAGNÓSTICO:
O que estamos
fazendo?
A que distância
estamos daquilo
que pretendemos
alcançar?
O diagnóstico compara aquilo que
se pensa e se quer com aquilo que
se faz na prática. O diagnóstico é
sempre um julgamento da
realidade e da prática, à luz de um
referencial. A intermediação entre
o pensar e o agir é feita pelo
diagnóstico
Durante o diagnóstico devemos
procurar os sintomas positivos da
realidade em que atuamos
(prática), que nos aproximam da
realidade desejada, e os sintomas
negativos (nós críticos), que nos
distanciam da realidade
desejada. Se possível, buscando
as causas positivas e negativas
PLANEJAMENTO E
PROGRAMAÇÃO
Se são diferentes, qual a
relação entre programação e
planejamento?
Qual o papel da programação
no processo de planejamento?
Como toda essa concepção
poderá se aplicar à catequese?
AFINAL, SÃO A MESMA COISA?
A programação é parte do
planejamento, assim como o
marco referencial é o diagnóstico.
Portanto, respondendo a primeira
questão em conjunto com a
segunda, a programação é parte
integrante do planejamento. E, se
tratando de um processo, essas
partes são inter-relacionadas
PORTANTO, PLANEJAMENTO (NA CATEQUESE) É?
UM PROCESSO
COMPOSTO DE FASES, ETAPAS OU PASSOS
CONTÍNUO
CONSTITUÍDO DE UNIDADE ENTRE AS ETAPAS
Sendo a catequese um processo
de educação da fé e de
evangelização, ela deve ser
realizada, também, de acordo
com a pedagogia divina da
Revelação: lenta, gradual e
progressiva; como vemos nas
Sagradas escrituras e na forma
que Jesus conduziu o diálogo com
os discíulos, no episódio de
Emaús.
A Sagrada Escritura apresenta
Deus como educador da nossa fé.
Apresenta-se como sábio que
assume as pessoas nas condições
em que elas se encontram (cf. Sl
103,3-6), liberta-as do mal e
convida-as a viverem no amor a
fim de crescerem
progressivamente na fé, até a
maturidade em Cristo (cf. Ef 4,13-
15 e DNC, 138)
A programação dentro de um
plano, é uma proposta de ação
para diminuir a distância entre a
realidade da instituição planejada
e o definido no seu marco
operativo. Dito de outra forma, é a
porposta de ação para sanar as
necessidades apresentadas pelo
diagnóstico
A programação, a partir do
diagnóstico (investigação da
realidade), é um meio que
procura articular os conteúdos,
através de sua proposta de ação
(plano de ação); e também uma
forma de intervenção na
realidade com chances de
transformá-la. Por isso, utiizar o
planejamento na catequese é de
grande valia para uma
evangelização eficaz e encarnada
IMPROVISAÇÃO:
LIMITAÇÃO DA
PRÁTICA SEM
PLANEJAMENTO
O improviso leva ao (a):
Reducionismo
Desestímulo
Enfraquecimento da missão
A falta de planejamento pelo não
conhecimento e formação leva os
catequistas a se utilizar da
improvisação como rotina, e não
como exceção
A ação catequética precisa passar pelo
planejamento para diminuir a
improvisação e ser um instrumento eficaz
de evangelização, pois só a boa intenção é
incapaz de resolver situações complexas
capazes de levar o ser humano a porpor
mudanças de cunho existencial para si,
movido pela fé. A missão catequética não
se improvisa nem fica ao sabor do
imediatismo ou do gosto de uma pessoa. A
catequese é uma ação da Igreja e um
projeto assumido pela comunidade, como "
um processo de educação comunitária,
permanente, prograssiva, ordenada,
orgânica e sistemática da fé" (CR, 318)
É preciso que o CATEQUISTA seja
competente em sua ação
catequética, superando a
improvisação e a simples boa
vontade (DNC, 270)
PLANEJAMENTO CATEQUÉTICO,
REALIDADE DINÂMICA E FORMAÇÃO
Ler a a realidade.
Saber ler a realidade.
Aprimorar o conhecimento através da
formação.
Ver-iluminar-agir-celebrar-rever
PARTE II
PLANEJAMENTO NO CONTEXTO
DE UMA REALIDADE DINÂMICA
O método ver-iluminar-agir tem
sido utilizado na catequese como
meio de educar para a fé e a vida, a
partir da Bíblia e de uma leitura da
realidade em que se pretende
atuar, tendo o próprio Deus como
modelo de educador do seu povo
Deus, como educador da fé, comunica-se
através dos acontecimentos da vida do seu
povo, de forma adequada à situação
pessoal e cultural de cada um, levando-o a
fazer a experiência do seu mistério. A
pedagogia catequética tem como modelo,
sobretudo, o proceder de Jesus Cristo, que
a partir da convivência com as pessoas,
deu continuidade ao processo pedagógico
do Pai (DNC, 139-140).
NO ANTIGO
TESTAMENTO
Deus ouviu o clamor do seu povo.
Deus se lembrou da aliança que fizera
com Abraão, Isac e Jacó.
Deus viu a condição de opressão e
miséria de seu povo.
Deus conheceu os seus sofrimentos e
os levou em consideração.
Deus desceu para libertá-lo.
Deus decidiu fazê-lo subir para uma
terra fértil.
Deus chamou Moisés e o enviou ao
faraó para tirar o seu povo do Egito.
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ÊXODO 3,7-14
NO NOVO
TESTAMENTO
Jesus se aproxima.
Jesus pergunta.
Jesus escuta.
Jesus dialoga.
Jesus explica as escrituras.
Jesus toca o coração dos dois
discípulos e os faz enxergar,
avaliar, agir e retornar à
comunidade.
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LUCAS 24,13-25
Na ação catequética, a
mensagem e fonte da catequese é
a Palavra de Deus. Portanto,
conhecê-la profundamente, bem
como conhecer a realidade em
que se atua, é fundamental.
Além do conhecimento bíblico e da
realidade, deve haver também uma
grande sintonia entre a realidade socio-
cultural-religiosa e o contexto bíblico
que se pretende iluminar com a Palavra
de Deus. Caso contrário, não há como
comunicar a Palavra revelada para
iluminar essa realidade. Assim, a
evangelização perde em eficácia.
Também devemos levar em
consideração as necessidades
psicopedagógicas dos interlocutores.
Como é possível realizar um
trabalho com a criança,
adolescente, jovem ou adulto sem
conhecê-los adequada e
profundamente?
Ao lado da Palavra, existe a
necessidade de conhecê-la,
acolhê-la, estudá-la,
compreendê-la e contextualizá-la
para que ela possa ser repassada
com fidelidade e cumpra seu
papel evangelizador
VIVEMOS UMA
MUNDAÇA DE ÉPOCA
EG 41 e 52
DAP 44
A catequese deve se colocar como agente
transformador nessa mudança de época, para
não perder o seu papel missionário de ajudar
sues interlocutores no encontro pessol e
comunitário com Jesus Cristo. Essa missão
poderá ser potencializada com planejamento,
lembrando que o diagnóstico bem feito procura
fazer uma descrição da realidade atual, o
julgamento da mesma, e extrai dela suas
novas necessidades, propiciando a aplicação
de ações transformadoras, a partir de suas
reais necessidades e demandas
PROCESSO DE EDUCAÇÃO DA FÉ
E PLANEJAMENTO
A fé, uma das virtudes teologais,
nos é dada por Deus como "dom"
(presente), mas em forma de
semente, e esta amadurece e
germina como resposta humana à
Graça divina. A fé enquanto
resposta, pode e deve ser educada.
É tarefa da catequese
educar (a fé) para o agir
cristão
TAREFAS DA CATEQUESE
ENQUANTO MEDIAÇÕES
ECLESIAIS
Diaconia
Koinonia
Martyria
Liturgia
É tarefa da catequese educar para o
exercício da caridade e do serviço (sinal
da diaconia). Cabe à catequese educar
para o sentido da comunhão e para a
vida comunitária (sinal da koinonia). É
tarefa da catequese iniciar à escuta e ao
anúncio da Palavra (sinal da martyria).
É também tarefa da catequese iniciar ao
mistério da celebração cristã (sinal da
liturgia)
O planejamento procura
articular e organizar ações,
visando um objetivo
transformador da realidade.
Nesse sentido, o planejamento
ajudará o catequista no passo a
passo de sua ação (processual e
gradual), na qual o segundo
passo dependa do primeiro e
assim por diante, para evitar
perder-se em improvisações
PLANEJAMENTO: FACILITADOR
DO PRINCÍPIO METOLÓGICO DA
INTERAÇÃO FÉ E VIDA
O desafio da catequese é ser uma ação
transformadora da realidade (dimensão vida) e
evangelizadora do ser humano (dimensão fé), pois
ela procura agir na realidade e transformá-la a partir
so ser humano que busca respostas na Palavra de
Deus para seus questionamentos, conflitos e
problemas. Em virtude da mudança de época e
também de valores profundos da vida humana,
precisamos da contribuição de instrumentos
metodológicos na catequese para que tornemos
nossa missão evangelizadora mais eficaz.
Na catequese realiza-se uma inter-ação
(= um relacionamento mútuo e eficaz)
entre experiência de vida e a formulação
da fé; De um lado a experiência de vida
levanta perguntas; de outro, a
formulação da fé busca a explicação das
respostas a essas perguntas. Essa
confrontação possibilita uma formação
cristã mais consciente, coerente e
generosa (DNC, 152)
Diante de toda essa complexidade, que
atitudes os agentes evangelizadores, como
são os catequistas, devem tomar na
interação entre vida e fé: agir
improvisadamente ou planejadamente?
Evangelizar é coisa que não se pode fazer às
cegas ou e de improviso. Para alcançar
objetivos evangelizadores, o trabalho deve,
necessariamente, desenvolver-se de forma
planejada. O prodesso de planejamento
presta indispoensável serviço à missão
evangelizadora da Igreja
ENGAJAMENTO NA COMUNIDADE
O engajamento na comunidade é um dos objetivos da catequese.
Portanto, é de suma importância inserí-lo ao processo de
planejamento catequético para que se possa estabelecer linhas
de ação a fim de alcançá-lo.
Se o lugar do cristão é na comunidade e a
catequese deve ser por natureza uma ação
eclesial voltada para essa comunidade de
fé. Por ser educação orgânica e sistemática
da fé, a catequese se concentra naquilo que
é comum para o cristão, educa para a vida
na comunidade, celebra e testemunha o
compromisso com Jesus. É um processo de
educação gradual e progressivo,
respeitando os ritmos de cada um (DNC, 41)
Jesus, ao iniciar a sua missão, primeiro
formou uma comunidade de discípulos.
"Jesus propõe um caminho. No seu esforço
de ser um com seus discípulos (as), Jesus
oferece a todos uma convivência". Seguindo
essa pedagoga, a catequese busca no
planejamento um caminho, visando
articular sua ação para interagir junto à
comuniade de todos os baizados
(discípulos), para renová-la e troná-la viva,
através do testemunho e do engajamento
na missão que lhe foi confiada
CATEQUESE: NOVOS TEMPOS,
NOVOS DESAFIOS
A ação catequética improvisada e sem direção
não é capaz de transformar realidades
complexas simplesmente porque se utiliza da
simples boa vontade, age superficialmente e
sem objetivos concretos. O improviso acontece
na hora da ação, sem uma prévia preparação. O
planejamento antecede a ação, facilitando a
articulação desta com os objetivos previamente
estabelecidos.
A época atual surge de modo acelerado,
fazendo com que a mesma geraçõ sinta a
mudança na pele, algumas vezes de modo
bastante agudo. Os perigos são dois.
Atingem todas dimnesoes da vida e, por
consequência, também a catequese. O
primeiro é o não reconhecimento da
mudança de época. É dizer que as coisas
sempre funcionaram do jeito que
conhecemos e, portanto, o caminho, no
caso, da evangelização consiste em
continuar fazendo o que sempre foi feito.
O segundo perigo consiste em mergulhar de
tal modo na nova realidade que já não se
consiga fazer o discernimento entre o que é
evangélico e o que nao é. Esse perigo
consiste na total identificação da época que
está surgindo, de modo que a ação
evangelizadora acabe perdendo sua
capacidade de interpelação, de
questionamento, de profetismo e dimensão
escatológica (PORTELLA, 3º Semana
Brasileira de Catequese, 2010, p.50)
No planejamento deve-se fazer
uma boa leitura de uma realidade
dinâmica e das novidades
tecnológicas. Esses recursos
muito nos ajudam na
comunicação que tanto atrai os
interlocutores da catequese
É preciso encantar os nossos
catequizandos e as nossas
catequizandas a partir da pessoa
de Jesus Cristo
FORMAÇÃO: PRÉ REQUISITO
PARA O PLANEJAMENTO
O DNC estabelece como fonte inspiradora da
formação do catequista a pessoa de Jesus Cristo. É
ele que faz o convite: "Vinde e vede" (Jo 1,39); e
propõe maior profundidade, mais audácia no
compromisso: "Avançai mais para o fundo, e ali
lançai vossas redes para a pesca" (Lc 5,4). É ele
mesmo que se apresenta como mestre, educador
e servidor: "Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os
pés, também vós deveis lavar os pés uns dos
outros" (Jo 13,14) (DNC, 253).
Com pouca formação ou com a
sua falta, o catequista empobrece
a sua ação e nao tem como se
sustentar. O catequista mal
preparado não conseguirá
planejar de forma satisfatória
seus encontros, deixando de
imprimir qualidade no que faz.
Todo cuidado é pouco. O ato de
catequizar é complexo, não é
brincadeira, pois envolve a vida
da pessoa humana
O momento histórico em que
vivemos, com seus valores e
contravalores, desafios e
mudanças, exige dos
evangelizadores preparo,
qualificação e atualização.
"Qualquer atividade pastoral que
não conte, para sua realização,
com pessoas formadas e
preparadas coloca em risco a sua
qualidade" DNC 252; DGC 234; cf.
CDC 773 a 780).
PLANEJAMENTO NA CATEQUESE
Planejar a catequese, como ação educativa da vida e fé.
Método catequético, meio de se educar na vida e na fé.
Dos conteúdos a mensagem
Da improvisação ao planejamento.
Do cronograma de ações à programação catequética.
Planejamento catequético geral.
PARTE III
PLANEJAMENTO NA CATEQUESE
O Manual de Catequética/CELAM
estabelece de forma clara e objetiva a
importância de se planejar a pastoral
catequética: "O planejamento (da pastoral
catequética) é uma expressão de
fidelidade a Deus e de respeito aos agentes
interlocutores" (CELAM, 2007, p. 259).
O modelo de planejamento
catequético deve ser simples,
mas não simplista e reducionista.
Deve ter o menor grau de
dificuldade possível, mas sem
perder qualidade, para que possa
ser elaborado e executado pelos
próprios catequistas
A catequese, como ação
educativa, não prescinde do
planejamento educacional que se
utilizará da pedagogia e da
didática no sentido de viabilizar
um verdadeiro processo
educativo, só que agora no
âmbito da fé. Como nos orienta o
Manual de Catequética do CELAM:
O ministério da catequese nutre-se
constantemente de dois mananciais: as
ciências teológicas, que determinam a
sua natureza e finalidade última; e as
ciências pedagógicas, que iluminam a
forma e o caminho a seguir, para
projetar e levar a termo o processo e o
ato catequético. A catequese, portanto,
sempre esteve vinculada à pedagogia.
A pedagogia faz parte das ciências da
educação (CELAM, 2007, p. 227-228)
PLANEJAR A CATEQUESE, COMO
AÇÃO EDUCATIVA DA VIDA E FÉ
"O planejamento (catequético) consiste no
ordenamento e na previsão dos processos de ensino
e aprendizagem da educação na fé" (CELAM, 2007, p.
259).
"Um bom plano, que contribui para a ação
evangelizadora, é sempre fruto de um processo de
planejamento [...] Todo processo precisa ser
preparado. Uma ação que não tiver um antes não
terá um depois" (DGAE, 2011-2015, p. 92).
Todo planejamento deve ser transformador, pois é
obra do Espírito Santo.
Entretanto, nenhum planejamento está
acima da ação do Espírito Santo e da
liberdade humana. Requer-se, portanto,
que todo agente de catequese esteja
imbuído da responsabilidade de fazer da
catequese uma ação devidamente
ordenada. Porém sabendo que quem a
faz realmente eficaz é o Espírito, que age
no interior das pessoas, de acordo com a
livre abertura destas a sua ação (CELAM,
2007 p. 251)
Planejar é construir a realidade
desejada.
Na catequese, a realidade que
pretendemos construir é aquela que
permite a vivência fraterna, tanto nos
níveis pessoal e familiar quanto no nível
comunitário, através da evangelização,
da educação da fé e do engajamento
das pessoas na comunidade de fé.
O planejamento serve para que a
catequese na prática possa ser por
excelência, uma ação transformadora
pela Boa-Nova de Jesus Cristo. Deve
promover que as pessoas encontrem
nos valores evangélicos, a práxis de
suas vidas, a sua renovação pessoal e
comunitária, e assim possam se tornar
pessoas melhores, para poder ajudar a
diminuir o mal do mundo.
O catequista juntamente com a
comunidade e o grupo dos catequistas é o
responsável pela prática catequética, pela
pedagogia a ser aplicada e pelo
planejamento de sua ação e pela aplicação
prática. O grupo de catequistas deve
buscar ferramentas simples e eficazes que
ajude a ecoar a Palavra de Deus da melhor
forma possível.
A vocação do leigo à catequese tem origem
no sacramento do Batismo e se fortalece
pela Confirmação (DGC 231)
Percebe-se, em grande parte das paróquias,
que a catequese é mal conduzida e prescinde
de planejamento adequado. Nesse cenário, o
conteúdo é supervalorizado em detrimento
das questões metológicas. É bastnte comum
subestimar o método em relação ao
conteúdo. Pensa-se que o que realmente
interessa à catequese é a mensagem a
transmitir, enquanto as questões
metodológicas e de planejamento
(programação do roteiro catequético, escolha
e articulação dos conteúdos, linguagem a ser
usada, técnicas e subsídios práticos etc.) são
coisas de menor importância, problemas
meramente "práticos".
Os problemas metológicos ficam, então, por conta
de um programa qualquer ou simplesmente da
experiência prática. Em muitas paróquias e
comunidades, desenvolve-se a catequese sem um
sério esforço de reflexão e de planejamento.
"A catequese precisa de uma pedagogia para
responder adequadamente a sua tarefa
fundamental de educar a fé" (CELAM, p. 228-229)
Tudo isso se torna eficaz se aplicado dentro de um
processo, de uma metodologia (caminho). O
processo se constitui de uma série de ações
articuladas entre si e conduzidas por um fio
condutor: a linha de ação. É assim que devemos
fazer catequese, entendendo as suas
nomenclaturas e conceitos. Dessa forma
saberemos em que chão estamos pisando.
MÉTODO CATEQUÉTICO, MEIO DE
SE EDUCAR NA VIDA E NA FÉ
A escolha e a aplicação de métodos na
catequese respondem à pergunta:
COMO FAZER CATEQUESE?
Na catequese, o método é um meio para educar a
fé. O método pode ser descrito como o conjunto de
procedimentos seguidos de maneira sistemática e
ordenada para alcançar um fim determinado. Há
dois grandes grupos de métodos: os que partem
da vida para chegar à fé (indutivos), e os partem
do anúncio da mensagem cristã para chegar à
vida (dedutivos). Entre método e conteúdo há uma
profunda correação e interação. Um critério
fundamental para a seleção e emprego dos
métodos na catequese: os métodos devem estar
em sintonia com a pedagogia da fé (CELAM, 2007,
p. 245).
O planejamento, como instrumento
metodológico, conduz o ato
catequético e articula seus elementos,
dando-lhe início, meio e fim. O método
integra e dinamiza criativamente os
elementos do ato catequético
(experiência humana, Palavra de Deus
e expressão da fé) (CELAM, p. 245)
Um bom método catequético é
garantia de fidelidade ao conteúdo.
DOS CONTEÚDOS A
MENSAGEM
O planejamento deve imprimir
qualidade ao ato de catequizar.
Deve transformar conteúdos
em mensagem.
Não deve ser "conteúdo
cristalizado" e sim mensagem
encarnada e inserida na
cultura.
São João Paulo II nos recorda sobre
mensagem: Quem diz mensagem diz
algo mais que doutrina. Quantas
doutrinas jamais chegaram a ser
mensagem. A mensagem não se limita
a propor ideias: ela exige resposta, pois
é interpelação entre pessoas; entre
aquele que propõe e aquele que
responde. A mensagem é vida (DNC,97)
O QUE É PRECISO PARA QUE O
CONTEÚDO SE TRANSFORME EM
MENSAGEM?
É necessário que ele chegue ao
coração (interiorização) e transforme
a vida das pessoas.
Para que isso aconteça, esse
processo deve ser bem preparado e
planejado.
A MENSAGEM DE
JESUS
"Não estava ardendo o
nosso coração quando Ele
nos falava pelo caminho e
nos explicava as
escrituras?" (Lc 24,32)
DA IMPROVISAÇÃO AO
PLANEJAMENTO
O planejamento nos
ajuda a reduzir ou
evitar a improvisação
como prática rotineira
na catequese.
No âmbito da paróquia, as ações
práticas requerem um planejamento
adequado dos recursos, das
prioridades, dos métodos e dos
processos de avaliação - elementos
que ajudarão a fazer da catequese não
uma ação improvisada, e sim uma
tarefa à qual a Igreja dedica sua
atenção e seus esforços com a
seriedade devida (CELAM, 2007, p. 254)
Havendo planejamento, haverá uma
ação que tem mais possibilidades de
ser eficaz e de provocar
transformações. No caso de
improvisação, haverá um simples
ativismo, com resultados menos
eficientes, o que poderá deixar todo
mundo iludido de ter feito uma coisa
boa, porém apenas isso
Percebemos que a improvisação é uma
grande fábrica de ilusões com pouco
ou nenhum resultado plausível na
complexa ação catequética. Já uma
ação planejada, se bem feita e
executada, poderá surtir efeitos
extraordinários na realidade em que se
atua
ENTÃO:
Uma ação pastoral é considerada
eficiente quando é bem feita. Quando,
além de eficiente, ela for também
transformadora, ela será considerada
eficaz. As ações apenas eficientes não
contribuirão em nada para a
transformação das estruturas injustas
que nos rodeiam
Eficiente é o que executa uma tarefa
com qualidade, competência,
excelência, com nenhum ou com o
mínimo de erros. A eficiência está
ligada ao modo de fazer uma tarefa. O
eficaz faz o que é certo para atingir o
objetivo inicialmente planejado. O
eficiente faz com qualidade, mas nem
sempre atinge um objetivo
DO CRONOGRAMA DE AÇÕES À
PROGRAMAÇÃO CATEQUÉTICA
O cronograma de ações é uma mera lista de
ações esparsas a serem trabalhadas ao longo
de um tempo estabelecido, sem articulação e
linha condutora para interferir com eficácia
na realidade. Isso não é planejar, pois o
cronograma de ações não se origina no
julgamento criterioso da realidade, que é o
diagnóstico. Não é, portanto, produto de um
processo planejado. Programação é muito
mais que um rol de atividades.
A programação catequética é
parte integrante do processo de
planejamento, se nele é gerada e
articulada. Ela não pode ser
concebida de forma isolada e
desarticulada
No contexto do planejamento,
programar-se bem é buscar soluções
para as urgências constatadas, as
necessidades de estabelecer
prioridades e mudanças, tendo
presentes as reais possibilidades de
execução (meios e pessoas). É um
caminho para a realização dos
objetivos. Portanto, a programação é a
etapa final do processo de
planejamento e não a etapa inicial ou
única da ação de planejar
PLANEJAMENTO
CATEQUÉTICO GERAL
Fonte: DGAE, 2011-2015
Os 7 (sete) passos
metodológicos para o
planejamento pastoral
PASSOS METODOLÓGICOS PARA O PLANEJAMENTO PASTORAL
O melhor ponto de partida é sempre aquele onde nos
encontramos. Trata-se de colocar os pés no chão. Se
ignoramos a realidade, não evangelizamos; as boas
respostas pastorais dependem da identificação das
verdadeiras necessidades de evangelização (DGAE,
127).
1º Passo - Onde estamos
Na ação evangelizadora o ponto de chegada está em
olhar para o horizonte do Evangelho, mostrado em
Jesus Cristo (DGAE, 128).
2º Passo - Onde precisamos estar
Debruçar-se sobre a realidade sociocultural e religioso-
eclesial, à luz do horizonte da fé cristã, nos leva a
identificaralgumas urgências pastorais, no contexto
atual (DGAE, 131).
3º Passo - Nossas urgências pastorais
Os resultados almejados por um processo de
evangelização estão registrados nos objetivos: geral e
específicos (DGAE, 132).
4º Passo - O que queremos alcançar
Tanto a unidade eclesial quanto e eficácia na obra
evangelizadora exigem critérios comuns na ação (DGAE,
133).
5º Passo - Como vamos agir
É o momento da programação (DGAE, 136).
6º Passo - Intervir na realidade
"Vinho novo, odres novos" (Mt 9,17); mudadas as ações,
é preciso igualmente mudar as estruturas que lhe dão
suporte (DGAE, p. 93-103).
7º Passo - A renovação das estruturas
A vida e a missão do discípulo
missionário de Jesus Cristo, segundo a
DGAE, consiste no exercício do tríplice
múnus (dever, obrigação), recebido no
Batismo: serviço da Palavra, serviço da
Liturgia e serviço da Caridade. Essa
vivência tríplice da vocação, se dá no
âmbito da pessoa, da comunidade e da
sociedade
PASSOS DO PLANEJAMENTO NO ITINERÁRIO CATEQUÉTICO
Apresenta uma visão global da realidade (contexto) e ação do
grupo (prática). Descreve a realidade em que se vive e se
trabalha.
1º Passo - Marco referencial situacional
É sempre um confronto entre o que se faz, o que existe e o
ideal. Não se deve confundir diagnóstico com duas outras
coisas: com a descrição da realidade e com um levantamento
de problemas. A pergunta a ser feita é a seguinte: qual a
distância entre a realidade em que se atua e a que se deseja?
3º Passo - Diagnóstico
Parte do que se deseja e para que se deseja realizar algo. Nele
se propõe uma ação para uma finalidade. Ao elaborarmos os
objetivos, devemos direcionar nossa ação e finalidade ao
desejo do Pai, revelado por Jesus Cristo, na força do Espírito.
4º Passo - Objetivos
São atitudes a serem tomadas para sanar as necessidades
diagnosticadas e, assim transformar a realidade definidas
no marco operativo. O conjunto de estratégias é aquele
espírito que serve de guia a tudo que faremos.
5º Passo - Estratégias
A programação temática propicia a escolha de
conteúdos que respondem às necessidades surgidas no
diagnóstico, a partir da realidade que se atua. Momento
de detalhar os temas, por etapas da catequese e suas
respectivas leituras bíblicas.
A programação da ação catequética corresponde à
discriminação das ações permanentes e de outras ações
inerentes à atividade catequética: encontros, eventos
externos, formação, calendários, locação de recursos
6º Passo - Programação temática e da ação
catequética
O processo avaliativo deve ser participativo. É necessária a
participação de todos os envolvidos e responsáveis pela
pastoral (padre, catequistas, pais/responsáveis e outras
pastorais envolvidas. Deve ocorrer durante toda ação
catequética (cada encontro) e, também, na sua conclusão
(anual e/ou término do período catequético). Deve
contribuir para elaboração dos marcos referenciais
(situacional e operativo).
7º Passo - Processo avaliativo
O marco doutrinal apresenta as orientações para a ação que se
quer programar, os princípios básicos da catequese. Apoia-se,
sobretudo, nos ensinamentos do Evangelho e nos documentos
da igreja. O marco operativo define para onde a pastoral
catequética quer ir, como vai se organizar; é a linha de ação a
ser assumida, como se quer agir. Define, também, o
posicionamento pedagógico da pastoral.
2º Passo - Marco referencial, operativo e
doutrinal
Para se elaborar uma programação, as
questões básicas são as seguintes: que
necessidades aparecem no diagnóstico?
Que objetivos, estratégias, normas,
atividades permanentes são aptas e
possíveis para superá-las em parte ou
totalmente? A programação é a proposta
concreta para fazer acontecer,
gradativamente, os valores, os princípios,
as prioridades e as opções ideais
estabelecidas.
Toda ação eclesial brota de Jesus
Cristo e se volta para Ele e para o
Reino do Pai. Jesus Cristo é nossa
razão de ser, origem do nosso agir,
motivo do nosso pensar e sentir.
Nele e com Ele mergulhamos no
mistério trinitário, construindo uma
vida pessoal e comunitária (DGAE,
2011-2015, p. 17).
As estratégias se diferenciam dos
objetivos. As estratégias propõem
uma atitude para sanar uma ou
mais necessidades e esta atitude
perdura. Os objetivos propõem uma
ação, também para sanar uma ou
mais necessidades, mas que se
esgota ao alcançar o resultado
esperado (finalidade)
PLANEJAMENTO POR
ETAPAS DA CATEQUESE
O planejamento por etapas
catequéticas corresponde ao
planejamento setorial no qual os
critérios bíblico-catequéticos são
definidos. Corresponde à
programação temática das diversas
etapas do processo educativo da fé e
conduzirá o planejamento dos
respectivos encontros catequéticos.
A iniciação cristã é um desafio que
devemos encarar com decisão, com
coragem e criatividade, visto que
em muitas partes a iniciação cristã
tem sido pobre e fragmentada. Ou
educamos na fé, colocando as
pessoas realmente em contato com
Jesus Cristoe convidando-as ao seu
seguimento, ou não cumprimos a
nossa missão evangelizadora (DAp
278)
PLANEJAMENTO DOS
ENCONTROS CATEQUÉTICOS
O encontro catequético corresponde
à fase finalística da ação
evangelizadora, pela catequese. É
atraves dele que é comunicada a
mensagem revelada.
O ato catequético possui diversos elementos
em sua composição (experiências humanas,
palavra de Deus, confissão de fé. oração e
celebração). Deve ser bem planejado, para
que possamos articular os seus elementos
constitutivos, a fim de transformá-lo em
verdadeiros espaços de evangelização. É sinal
de responsabilidade e de respeito aos
catequizandos fazer uma preparação
antecipada e preventiva acerca dos objetivos,
dos conteúdos, das situações de ensino e de
aprendizagem, dos recursos, do tempo e dos
critérios de avaliação com respeito a cada
encontro e processo catequético (CELAM.
Manual de Catequética, 2007, p.253)
A PEDAGOGIA DIVINA NOS
ENCONTROS DE CATEQUESE
A ação catequizadora é uma pedagogia da
fé em ato. (DCG 144). Quando se fala da
pedagogia da fé, não se trata de transmitir
um saber humano; trata-se de comunicar,
em sua integridade, a Revelação de Deus.
Na catequese, uma técnica só tem valor à
medida que se põe a serviço da
transmissão da fé e da educação para a fé
(CT 58).
Falamos da pedagogia divina
quando nos referimos à forma como
Deus se revela para educar o ser
humano ao longo da história, nas
etapas do processo revelatório.
"Como um pai educa seu filho,
assim Deus educa seu povo" (Dt
8,5).
A Bíblia é uma revelação
progressiva do agir e do ser de Deus.
No antigo Testamento, Deus se
revela como o libertador do povo
escolhido, revela-se de maneira
gradual, progressiva e paciente.
Não tem pressa, respeita o
caminhar da gente e o ritmo do seu
povo. Sabe esperar a hora de cada
um chegar a crer, sem desesperar-
se nem pressionar ou violentar
ninguém (CELAM, 2007, p. 214).
No Novo Testamento, a pedagogia
divina é revelada plena e
continuadamente por Jesus Cristo,
e se caracteriza em sintese, por
atenção e respeito às pessoas;
partir da sua vida concreta;
acolhida aos que estão à margem;
denúncia profética; formação de
comunidade; fidelidade ao Pai e
docilidade ao Espírito (CELAM, 2007,
p 217).
Um exemplo surpreendente e
criativo do método pedagógico de
Jesus são as parábolas. Jesus se
utilizava de histórias ou fatos
comuns e corriqueiros na vida das
pessoas, como pescaria,
plantações, semeadura etc. As
parábolas vão além da
comparação. Elas são um convite à
reflexão. Partem de uma realidade
visível (vida concreta das pessoas)
para mostrar uma realidade
invisível do Reino de Deus.
As parábolas estão a disposição
para serem aplicadas na catequese.
Três merecem grande destaque,
são as parábolas do perdão: a da
ovelha perdida (Lc 15, 4-7); a da
moeda perdida (Lc 15, 8-10, a do
filho perdido (Lc 15, 11-32). Através
delas, Jesus nos revela o rosto terno
e misericordioso de Deus Pai.
Por isso, à luz da pedagogia de
Jesus Cristo, é importante que na
catequese procuremos mudar,
através do processo de educação
da fé, a imagem de um Deus cruel e
castigador que, às vezes, nos foi
apresentado, para o Deus de Jesus
Cristo, Deus de pura gratuidade e
infinito amor.
A ação pedagógica da catequese deve
ser fiel à pedagogia de Jesus Cristo,
ensinando por parábolas, histórias ou por
extratos da vida e projeto dele. Essa
fidelidade é que nos levará do conteúdo à
mensagem, para atingir o coração dos
interlocutores, o que poderá provocar
uma tomada de posição rumo à
transformação da realidade, por meio de
valores evangélicos. Não esqueçamos de
que a pedagogia divina é intermediada
pela ação humana, cabe ao catequista o
protagonismo dessa mediação.
ENCONTROS CATEQUÉTICOS
COMO ESPAÇO DE EDUCAÇÃO
DA VIDA E FÉ
O ato catequético tem como fundamento a
verdade revelada e se viabilizará no
encontro catequético, cujo objeto é a
própria Palavra de Deus.
Deus nos fala, comunica-se
conosco por meio de sua palavra,
que é Jesus Cristo, Verbo feito carne
[...] Assim, a expressão "Palavra de
Deus" acaba por indicar aqui a
pessoa de Jesus Cristo, Filho eterno
do Pai feito homem (DGAE, 2011-
2015, p. 18-19).
O planejamento organiza as ações
para alcançar os objetivos, aplicá-
lo nos encontros catequéticos
constitui um casamento perfeito
para tornar essa ação eficaz.
O objetivo maior da catequese é ajudar
as pessoas a realizar o encontro
verdadeiro e pessoal com Jesus Cristo
(dimensão pessoal da fé). E, assim a
partir dessa experiência no terreno da
fé, inserir-se na comunidade Igreja
(dimensão comunitária da fé). Essas
dimensões são como duas faces da
mesma moeda, inseparáveis, e se
concretizam no acolhimento da pessoa
de Jesus e de seu projeto.
O encontro de catequese, ao ser
planejado, exige do catequista:
Formação.
Estar aberto(a) à própria criatividade.
Diálogo permanente com a sua realidade e a
que seus interlocutores vivenciam.
Zelo e cuidado.
Propriciar resposta por parte dos interlocutores,
por ser um ato de fé.
O planejamento prévio é uma ótima
alternativa para interligar, de forma
eficaz e, portanto, transformadora,
os encontros catequéticos no
contexto geral da catequese. É num
contexto de planejamento que os
procedimentos didáticos e
educativos encontram seu próprio
lugar e realização.
No encontro catequético, o catequista
se torna mediador, em nome da Igreja,
para ajudar os interlocutores no
conhecimento, na acolhida da Palavra
de Deus e no seguimento a Jesus
Cristo. O ato catequético se realiza pela
mediação do catequista (CELAM, 2007,
p. 236)
Se considerarmos o encontro
catequético como veículo, como forma
de sintonia e mediador da Palavra,
teremos, através dele, uma catequese
viva e responsável, capaz de
transformar pessoas em pessoas
melhores, para que elas possam
transformar a realidade social, ou seja,
assumimos a catequese como veículo
de comunicação e de implantação do
Reino de Deus aqui e agora.
ENCONTROS CATEQUÉTICOS
COMO ESPAÇO DE INTERAÇÃO
ENTRE VIDA E FÉ
O papel da catequese é viabilizar uma
interação entre vida (realidade) e um
horizonte que dá maior autonomia aoser
humano ou que o faz enxergar além do
próprio umbigo, e que transcende aos seus
sentidos: a abertura da fé.
É preciso ajudar as pessoas a
conhecer Jesus Cristo, fascinar-
se por ele e optar por seguí-lo
(DGAE p. 42).
O MÉTODO VER-ILUMINAR-
AGIR-CELEBRAR-REVER, NO
ENCONTRO CATEQUÉTICO
Parte do conhecimento da realidade
sociocultural para depois julgá-la (iluminá-
la) com a Palavra revelada, assim se
constitui um processo normal de
planejamento, aplicado à catequese,
potencializado pela ação da Palavra de
Deus.
Nisto se manifesta Jesus Cristo
presente e atuante em meio à
realidade; à sua luz compreendemos a
realidade e com ela nos relacionamos
no firme desejo de que nosso olhar, ser
e agir sejam reflexos do seguimento
cada vez mais fiel ao Senhor Jesus.
Não há, pois, como executar
planejamentos pastorais sem antes
pararmos e nos colocarmos diante de
Jesus Cristo. Em atitude orante,
contemplativa, fraterna e servidora
(DGAE, 2011-2015, p. 17)
PRIMEIRO PASSO - VER
"É um olhar crítico e concreto a
partir da realidade da pessoa,
dos acontecimentos e dos
fatos da vida" (DNC 158). No
processo do planejamento,
corresponde ao marco
referencial da realidade que se
quer planejar.
SEGUNDO PASSO -
IMUMINAR
"É o momento de escutar a Palavra de
Deus. Implica reflexão e o estudo que
iluminam a realidade, questionando-a
pessoal e comunitariamente" (DNC
159). Já na técnica do planejamento é
momento de se identificar o
diagnóstico, a diferença entre o ideal,
o que se deseja e as prováveis
correções para se atingir os objetivos
propostos.
TERCEIRO PASSO - AGIR
"É o momento de tomar
decisões, orientando a vida na
direção das exigências do
projeto de Deus; no processo
do planejamento, é o momento
de identificar ações, projetos,
programações para serem
desenvolvidos.
QUARTO PASSO -
CELEBRAR
É o momento privilegiado para a
experiência da graça divina. "É o
feliz encontro com Deus, na oração
e no louvor, que anima e
impulsiona o processo
catequético" (DNC 161). Esse
passo se encontra no âmbito da fé,
portanto não faz parte dos demais
métodos de planejamento.
QUINTO PASSO - REVER
"É o momento para sintetizar a
caminhada catequética, valorizar os
catequistas e os catequizandos,
aprofundar as etapas do
planejamento prposto, revendo os
conteúdos e os compromissos
assumidos" (DNC, 162). Essa etapa
corresponde à avaliação, presente na
catequese e em todos os métodos do
planejamento.
A experiência de Emaús foi, por
excelência, um modelo de encontro
catequético. Nesse trecho, Jesus se
coloca como catequista, explicando as
excrituras e propiciando o verdadeiro
encontro pessoal dos discípulos com
ele: "Então seus olhos se abriram e o
reconheceram" (Lc 24,30).
Verificou-se em Emaús a interiorização ou
abertura de coração: "Não ardia o nosso
coração, quando ele nos falava pelo
caminho, quando nos explicava as
Escrituras?" (Lc 24,32). Acabou-se o medo
e houve mudança de atitude: "Naquela
mesma hora, levantaram-se e voltaram
para Jerusalém" (Lc 24,33). Antes, porém,
tinham medo de ficar em Jerusalém e de
caminhar à noite. Por fim, voltam à
comunidade, onde testemunharam a
profissão de fé: "É verdade! O Senhor
ressuscitou e apareceu a Simão!" (Lc
24,34)
A catequese não pode
ser como uma hora de
escola, mas é uma
experiência viva de fé”.
Papa Francisco

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Planejamento catequético para 2023

  • 2. A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO NA CATEQUESE INTRODUÇÃO
  • 3. O OBJETIVO A função do planejamento é "tornar clara e precisa a ação, organizar o que fazemos, sintonizar ideias, realidade e recursos para tornar mais eficiente a nossa ação" (GANDIN, 2010, p.20). O Diretório Nacional de Catequese, DNC, nos orienta: "Para frutificar, a catequese necessita de organização, planejamento e recursos" (DNC 236).
  • 4. Planejar é pensar antes qual o melhor caminho para chegar depois. Quando não se planeja, se improvisa, prejudicando o êxito do que se quer e causando um incansável desperdício de energia e recursos (ORFANO, 2004, p. 21)
  • 5. PLANEJAR SOB A LUZ DO EVANGELHO Lucas 14,28-29a "De fato, se alguém quer construir uma torre, será que não vai primeiro sentar-se e calcular os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, lançará os alicerces e não será capaz de acabar".
  • 6. QUAL O ALVO A SER ATINGIDO POR MEIO DO PLANEJAMENTO CATEQUÉTICO?
  • 7. PLANEJAMENTO E CATEQUESE Como fazer? Com quem fazer? Para que fazer? Para quem estamos fazendo? PARTE I
  • 8. O QUE É PLANEJAR?
  • 9. Planejar é organizar a própria ação
  • 10. Planejar é transformar a realidade numa direção escolhida
  • 11. O PLANEJAMENTO DEVE AJUDAR A DECIDIR: "O que se vai fazer". "Para que fazê-lo".
  • 12. O planejamento deve ser instrumento metodológico da realidade, de ideias que superam o mero domínio cognitivo de informações
  • 13. CARACTERÍSTICAS DE UM BOM MODELO DE PLANEJAMENTO CATEQUÉTICO, DEVE POSSUIR: Leitura da realidade O estabelecimento de objetivos A organização das ações A orientação na transformação da realidade A interação entre a proposta (fé) e a vida dos intercolutores A avaliação das ações catequéticas 1. 2. 3. 4. 5. 6.
  • 14. O planejamento é uma metodologia para construir (ou transformar) a realidade
  • 15. POR ONDE COMEÇAR? Para que o planejamento catequético participativo seja ativo e criativo, é necessário que em todas as fases dessa metodologia sejam envolvidos no processo de educação da fé os seguintes agentes: pároco, catequistas, pais/responsáveis e catequizandos).
  • 16. CASO CONTRÁRIO ... ... não alcançaremos a adesão e o compromisso desses agentes nesse processo de planejamento, desvinculando-o da realidade com a qual se pretende interagir.
  • 17. O marco referencial é o primeiro passo para se começar um planejamento entendido como processo
  • 18. MAS O QUE É UM DIAGNÓSTICO? "O diagnóstico não é, essencialmente, uma descrição da realidade, mas o juízo dela. É necessária a descrição da realidade (o que estamos fazendo), mas o essencial é o julgamento dessa realidade, na comparação com aquilo que queríamos que fosse."
  • 19. PARÂMETROS DE JULGAMENTO PARA UM BOM DIAGNÓSTICO: O que estamos fazendo? A que distância estamos daquilo que pretendemos alcançar?
  • 20. O diagnóstico compara aquilo que se pensa e se quer com aquilo que se faz na prática. O diagnóstico é sempre um julgamento da realidade e da prática, à luz de um referencial. A intermediação entre o pensar e o agir é feita pelo diagnóstico
  • 21. Durante o diagnóstico devemos procurar os sintomas positivos da realidade em que atuamos (prática), que nos aproximam da realidade desejada, e os sintomas negativos (nós críticos), que nos distanciam da realidade desejada. Se possível, buscando as causas positivas e negativas
  • 22. PLANEJAMENTO E PROGRAMAÇÃO Se são diferentes, qual a relação entre programação e planejamento? Qual o papel da programação no processo de planejamento? Como toda essa concepção poderá se aplicar à catequese? AFINAL, SÃO A MESMA COISA?
  • 23. A programação é parte do planejamento, assim como o marco referencial é o diagnóstico. Portanto, respondendo a primeira questão em conjunto com a segunda, a programação é parte integrante do planejamento. E, se tratando de um processo, essas partes são inter-relacionadas
  • 24. PORTANTO, PLANEJAMENTO (NA CATEQUESE) É? UM PROCESSO COMPOSTO DE FASES, ETAPAS OU PASSOS CONTÍNUO CONSTITUÍDO DE UNIDADE ENTRE AS ETAPAS
  • 25. Sendo a catequese um processo de educação da fé e de evangelização, ela deve ser realizada, também, de acordo com a pedagogia divina da Revelação: lenta, gradual e progressiva; como vemos nas Sagradas escrituras e na forma que Jesus conduziu o diálogo com os discíulos, no episódio de Emaús.
  • 26. A Sagrada Escritura apresenta Deus como educador da nossa fé. Apresenta-se como sábio que assume as pessoas nas condições em que elas se encontram (cf. Sl 103,3-6), liberta-as do mal e convida-as a viverem no amor a fim de crescerem progressivamente na fé, até a maturidade em Cristo (cf. Ef 4,13- 15 e DNC, 138)
  • 27. A programação dentro de um plano, é uma proposta de ação para diminuir a distância entre a realidade da instituição planejada e o definido no seu marco operativo. Dito de outra forma, é a porposta de ação para sanar as necessidades apresentadas pelo diagnóstico
  • 28. A programação, a partir do diagnóstico (investigação da realidade), é um meio que procura articular os conteúdos, através de sua proposta de ação (plano de ação); e também uma forma de intervenção na realidade com chances de transformá-la. Por isso, utiizar o planejamento na catequese é de grande valia para uma evangelização eficaz e encarnada
  • 29. IMPROVISAÇÃO: LIMITAÇÃO DA PRÁTICA SEM PLANEJAMENTO O improviso leva ao (a): Reducionismo Desestímulo Enfraquecimento da missão
  • 30. A falta de planejamento pelo não conhecimento e formação leva os catequistas a se utilizar da improvisação como rotina, e não como exceção
  • 31. A ação catequética precisa passar pelo planejamento para diminuir a improvisação e ser um instrumento eficaz de evangelização, pois só a boa intenção é incapaz de resolver situações complexas capazes de levar o ser humano a porpor mudanças de cunho existencial para si, movido pela fé. A missão catequética não se improvisa nem fica ao sabor do imediatismo ou do gosto de uma pessoa. A catequese é uma ação da Igreja e um projeto assumido pela comunidade, como " um processo de educação comunitária, permanente, prograssiva, ordenada, orgânica e sistemática da fé" (CR, 318)
  • 32. É preciso que o CATEQUISTA seja competente em sua ação catequética, superando a improvisação e a simples boa vontade (DNC, 270)
  • 33. PLANEJAMENTO CATEQUÉTICO, REALIDADE DINÂMICA E FORMAÇÃO Ler a a realidade. Saber ler a realidade. Aprimorar o conhecimento através da formação. Ver-iluminar-agir-celebrar-rever PARTE II
  • 34. PLANEJAMENTO NO CONTEXTO DE UMA REALIDADE DINÂMICA O método ver-iluminar-agir tem sido utilizado na catequese como meio de educar para a fé e a vida, a partir da Bíblia e de uma leitura da realidade em que se pretende atuar, tendo o próprio Deus como modelo de educador do seu povo
  • 35. Deus, como educador da fé, comunica-se através dos acontecimentos da vida do seu povo, de forma adequada à situação pessoal e cultural de cada um, levando-o a fazer a experiência do seu mistério. A pedagogia catequética tem como modelo, sobretudo, o proceder de Jesus Cristo, que a partir da convivência com as pessoas, deu continuidade ao processo pedagógico do Pai (DNC, 139-140).
  • 36. NO ANTIGO TESTAMENTO Deus ouviu o clamor do seu povo. Deus se lembrou da aliança que fizera com Abraão, Isac e Jacó. Deus viu a condição de opressão e miséria de seu povo. Deus conheceu os seus sofrimentos e os levou em consideração. Deus desceu para libertá-lo. Deus decidiu fazê-lo subir para uma terra fértil. Deus chamou Moisés e o enviou ao faraó para tirar o seu povo do Egito. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. ÊXODO 3,7-14
  • 37. NO NOVO TESTAMENTO Jesus se aproxima. Jesus pergunta. Jesus escuta. Jesus dialoga. Jesus explica as escrituras. Jesus toca o coração dos dois discípulos e os faz enxergar, avaliar, agir e retornar à comunidade. 1. 2. 3. 4. 5. 6. LUCAS 24,13-25
  • 38. Na ação catequética, a mensagem e fonte da catequese é a Palavra de Deus. Portanto, conhecê-la profundamente, bem como conhecer a realidade em que se atua, é fundamental.
  • 39. Além do conhecimento bíblico e da realidade, deve haver também uma grande sintonia entre a realidade socio- cultural-religiosa e o contexto bíblico que se pretende iluminar com a Palavra de Deus. Caso contrário, não há como comunicar a Palavra revelada para iluminar essa realidade. Assim, a evangelização perde em eficácia. Também devemos levar em consideração as necessidades psicopedagógicas dos interlocutores.
  • 40. Como é possível realizar um trabalho com a criança, adolescente, jovem ou adulto sem conhecê-los adequada e profundamente?
  • 41. Ao lado da Palavra, existe a necessidade de conhecê-la, acolhê-la, estudá-la, compreendê-la e contextualizá-la para que ela possa ser repassada com fidelidade e cumpra seu papel evangelizador
  • 42. VIVEMOS UMA MUNDAÇA DE ÉPOCA EG 41 e 52 DAP 44
  • 43. A catequese deve se colocar como agente transformador nessa mudança de época, para não perder o seu papel missionário de ajudar sues interlocutores no encontro pessol e comunitário com Jesus Cristo. Essa missão poderá ser potencializada com planejamento, lembrando que o diagnóstico bem feito procura fazer uma descrição da realidade atual, o julgamento da mesma, e extrai dela suas novas necessidades, propiciando a aplicação de ações transformadoras, a partir de suas reais necessidades e demandas
  • 44. PROCESSO DE EDUCAÇÃO DA FÉ E PLANEJAMENTO A fé, uma das virtudes teologais, nos é dada por Deus como "dom" (presente), mas em forma de semente, e esta amadurece e germina como resposta humana à Graça divina. A fé enquanto resposta, pode e deve ser educada.
  • 45. É tarefa da catequese educar (a fé) para o agir cristão
  • 46. TAREFAS DA CATEQUESE ENQUANTO MEDIAÇÕES ECLESIAIS Diaconia Koinonia Martyria Liturgia
  • 47. É tarefa da catequese educar para o exercício da caridade e do serviço (sinal da diaconia). Cabe à catequese educar para o sentido da comunhão e para a vida comunitária (sinal da koinonia). É tarefa da catequese iniciar à escuta e ao anúncio da Palavra (sinal da martyria). É também tarefa da catequese iniciar ao mistério da celebração cristã (sinal da liturgia)
  • 48. O planejamento procura articular e organizar ações, visando um objetivo transformador da realidade. Nesse sentido, o planejamento ajudará o catequista no passo a passo de sua ação (processual e gradual), na qual o segundo passo dependa do primeiro e assim por diante, para evitar perder-se em improvisações
  • 49. PLANEJAMENTO: FACILITADOR DO PRINCÍPIO METOLÓGICO DA INTERAÇÃO FÉ E VIDA O desafio da catequese é ser uma ação transformadora da realidade (dimensão vida) e evangelizadora do ser humano (dimensão fé), pois ela procura agir na realidade e transformá-la a partir so ser humano que busca respostas na Palavra de Deus para seus questionamentos, conflitos e problemas. Em virtude da mudança de época e também de valores profundos da vida humana, precisamos da contribuição de instrumentos metodológicos na catequese para que tornemos nossa missão evangelizadora mais eficaz.
  • 50. Na catequese realiza-se uma inter-ação (= um relacionamento mútuo e eficaz) entre experiência de vida e a formulação da fé; De um lado a experiência de vida levanta perguntas; de outro, a formulação da fé busca a explicação das respostas a essas perguntas. Essa confrontação possibilita uma formação cristã mais consciente, coerente e generosa (DNC, 152)
  • 51. Diante de toda essa complexidade, que atitudes os agentes evangelizadores, como são os catequistas, devem tomar na interação entre vida e fé: agir improvisadamente ou planejadamente? Evangelizar é coisa que não se pode fazer às cegas ou e de improviso. Para alcançar objetivos evangelizadores, o trabalho deve, necessariamente, desenvolver-se de forma planejada. O prodesso de planejamento presta indispoensável serviço à missão evangelizadora da Igreja
  • 52. ENGAJAMENTO NA COMUNIDADE O engajamento na comunidade é um dos objetivos da catequese. Portanto, é de suma importância inserí-lo ao processo de planejamento catequético para que se possa estabelecer linhas de ação a fim de alcançá-lo.
  • 53. Se o lugar do cristão é na comunidade e a catequese deve ser por natureza uma ação eclesial voltada para essa comunidade de fé. Por ser educação orgânica e sistemática da fé, a catequese se concentra naquilo que é comum para o cristão, educa para a vida na comunidade, celebra e testemunha o compromisso com Jesus. É um processo de educação gradual e progressivo, respeitando os ritmos de cada um (DNC, 41)
  • 54. Jesus, ao iniciar a sua missão, primeiro formou uma comunidade de discípulos. "Jesus propõe um caminho. No seu esforço de ser um com seus discípulos (as), Jesus oferece a todos uma convivência". Seguindo essa pedagoga, a catequese busca no planejamento um caminho, visando articular sua ação para interagir junto à comuniade de todos os baizados (discípulos), para renová-la e troná-la viva, através do testemunho e do engajamento na missão que lhe foi confiada
  • 55. CATEQUESE: NOVOS TEMPOS, NOVOS DESAFIOS A ação catequética improvisada e sem direção não é capaz de transformar realidades complexas simplesmente porque se utiliza da simples boa vontade, age superficialmente e sem objetivos concretos. O improviso acontece na hora da ação, sem uma prévia preparação. O planejamento antecede a ação, facilitando a articulação desta com os objetivos previamente estabelecidos.
  • 56. A época atual surge de modo acelerado, fazendo com que a mesma geraçõ sinta a mudança na pele, algumas vezes de modo bastante agudo. Os perigos são dois. Atingem todas dimnesoes da vida e, por consequência, também a catequese. O primeiro é o não reconhecimento da mudança de época. É dizer que as coisas sempre funcionaram do jeito que conhecemos e, portanto, o caminho, no caso, da evangelização consiste em continuar fazendo o que sempre foi feito.
  • 57. O segundo perigo consiste em mergulhar de tal modo na nova realidade que já não se consiga fazer o discernimento entre o que é evangélico e o que nao é. Esse perigo consiste na total identificação da época que está surgindo, de modo que a ação evangelizadora acabe perdendo sua capacidade de interpelação, de questionamento, de profetismo e dimensão escatológica (PORTELLA, 3º Semana Brasileira de Catequese, 2010, p.50)
  • 58. No planejamento deve-se fazer uma boa leitura de uma realidade dinâmica e das novidades tecnológicas. Esses recursos muito nos ajudam na comunicação que tanto atrai os interlocutores da catequese
  • 59. É preciso encantar os nossos catequizandos e as nossas catequizandas a partir da pessoa de Jesus Cristo
  • 60. FORMAÇÃO: PRÉ REQUISITO PARA O PLANEJAMENTO O DNC estabelece como fonte inspiradora da formação do catequista a pessoa de Jesus Cristo. É ele que faz o convite: "Vinde e vede" (Jo 1,39); e propõe maior profundidade, mais audácia no compromisso: "Avançai mais para o fundo, e ali lançai vossas redes para a pesca" (Lc 5,4). É ele mesmo que se apresenta como mestre, educador e servidor: "Se eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros" (Jo 13,14) (DNC, 253).
  • 61. Com pouca formação ou com a sua falta, o catequista empobrece a sua ação e nao tem como se sustentar. O catequista mal preparado não conseguirá planejar de forma satisfatória seus encontros, deixando de imprimir qualidade no que faz. Todo cuidado é pouco. O ato de catequizar é complexo, não é brincadeira, pois envolve a vida da pessoa humana
  • 62. O momento histórico em que vivemos, com seus valores e contravalores, desafios e mudanças, exige dos evangelizadores preparo, qualificação e atualização. "Qualquer atividade pastoral que não conte, para sua realização, com pessoas formadas e preparadas coloca em risco a sua qualidade" DNC 252; DGC 234; cf. CDC 773 a 780).
  • 63. PLANEJAMENTO NA CATEQUESE Planejar a catequese, como ação educativa da vida e fé. Método catequético, meio de se educar na vida e na fé. Dos conteúdos a mensagem Da improvisação ao planejamento. Do cronograma de ações à programação catequética. Planejamento catequético geral. PARTE III
  • 64. PLANEJAMENTO NA CATEQUESE O Manual de Catequética/CELAM estabelece de forma clara e objetiva a importância de se planejar a pastoral catequética: "O planejamento (da pastoral catequética) é uma expressão de fidelidade a Deus e de respeito aos agentes interlocutores" (CELAM, 2007, p. 259).
  • 65. O modelo de planejamento catequético deve ser simples, mas não simplista e reducionista. Deve ter o menor grau de dificuldade possível, mas sem perder qualidade, para que possa ser elaborado e executado pelos próprios catequistas
  • 66. A catequese, como ação educativa, não prescinde do planejamento educacional que se utilizará da pedagogia e da didática no sentido de viabilizar um verdadeiro processo educativo, só que agora no âmbito da fé. Como nos orienta o Manual de Catequética do CELAM:
  • 67. O ministério da catequese nutre-se constantemente de dois mananciais: as ciências teológicas, que determinam a sua natureza e finalidade última; e as ciências pedagógicas, que iluminam a forma e o caminho a seguir, para projetar e levar a termo o processo e o ato catequético. A catequese, portanto, sempre esteve vinculada à pedagogia. A pedagogia faz parte das ciências da educação (CELAM, 2007, p. 227-228)
  • 68. PLANEJAR A CATEQUESE, COMO AÇÃO EDUCATIVA DA VIDA E FÉ "O planejamento (catequético) consiste no ordenamento e na previsão dos processos de ensino e aprendizagem da educação na fé" (CELAM, 2007, p. 259). "Um bom plano, que contribui para a ação evangelizadora, é sempre fruto de um processo de planejamento [...] Todo processo precisa ser preparado. Uma ação que não tiver um antes não terá um depois" (DGAE, 2011-2015, p. 92). Todo planejamento deve ser transformador, pois é obra do Espírito Santo.
  • 69. Entretanto, nenhum planejamento está acima da ação do Espírito Santo e da liberdade humana. Requer-se, portanto, que todo agente de catequese esteja imbuído da responsabilidade de fazer da catequese uma ação devidamente ordenada. Porém sabendo que quem a faz realmente eficaz é o Espírito, que age no interior das pessoas, de acordo com a livre abertura destas a sua ação (CELAM, 2007 p. 251)
  • 70. Planejar é construir a realidade desejada. Na catequese, a realidade que pretendemos construir é aquela que permite a vivência fraterna, tanto nos níveis pessoal e familiar quanto no nível comunitário, através da evangelização, da educação da fé e do engajamento das pessoas na comunidade de fé.
  • 71. O planejamento serve para que a catequese na prática possa ser por excelência, uma ação transformadora pela Boa-Nova de Jesus Cristo. Deve promover que as pessoas encontrem nos valores evangélicos, a práxis de suas vidas, a sua renovação pessoal e comunitária, e assim possam se tornar pessoas melhores, para poder ajudar a diminuir o mal do mundo.
  • 72. O catequista juntamente com a comunidade e o grupo dos catequistas é o responsável pela prática catequética, pela pedagogia a ser aplicada e pelo planejamento de sua ação e pela aplicação prática. O grupo de catequistas deve buscar ferramentas simples e eficazes que ajude a ecoar a Palavra de Deus da melhor forma possível. A vocação do leigo à catequese tem origem no sacramento do Batismo e se fortalece pela Confirmação (DGC 231)
  • 73. Percebe-se, em grande parte das paróquias, que a catequese é mal conduzida e prescinde de planejamento adequado. Nesse cenário, o conteúdo é supervalorizado em detrimento das questões metológicas. É bastnte comum subestimar o método em relação ao conteúdo. Pensa-se que o que realmente interessa à catequese é a mensagem a transmitir, enquanto as questões metodológicas e de planejamento (programação do roteiro catequético, escolha e articulação dos conteúdos, linguagem a ser usada, técnicas e subsídios práticos etc.) são coisas de menor importância, problemas meramente "práticos".
  • 74. Os problemas metológicos ficam, então, por conta de um programa qualquer ou simplesmente da experiência prática. Em muitas paróquias e comunidades, desenvolve-se a catequese sem um sério esforço de reflexão e de planejamento. "A catequese precisa de uma pedagogia para responder adequadamente a sua tarefa fundamental de educar a fé" (CELAM, p. 228-229) Tudo isso se torna eficaz se aplicado dentro de um processo, de uma metodologia (caminho). O processo se constitui de uma série de ações articuladas entre si e conduzidas por um fio condutor: a linha de ação. É assim que devemos fazer catequese, entendendo as suas nomenclaturas e conceitos. Dessa forma saberemos em que chão estamos pisando.
  • 75. MÉTODO CATEQUÉTICO, MEIO DE SE EDUCAR NA VIDA E NA FÉ A escolha e a aplicação de métodos na catequese respondem à pergunta: COMO FAZER CATEQUESE?
  • 76. Na catequese, o método é um meio para educar a fé. O método pode ser descrito como o conjunto de procedimentos seguidos de maneira sistemática e ordenada para alcançar um fim determinado. Há dois grandes grupos de métodos: os que partem da vida para chegar à fé (indutivos), e os partem do anúncio da mensagem cristã para chegar à vida (dedutivos). Entre método e conteúdo há uma profunda correação e interação. Um critério fundamental para a seleção e emprego dos métodos na catequese: os métodos devem estar em sintonia com a pedagogia da fé (CELAM, 2007, p. 245).
  • 77. O planejamento, como instrumento metodológico, conduz o ato catequético e articula seus elementos, dando-lhe início, meio e fim. O método integra e dinamiza criativamente os elementos do ato catequético (experiência humana, Palavra de Deus e expressão da fé) (CELAM, p. 245) Um bom método catequético é garantia de fidelidade ao conteúdo.
  • 78. DOS CONTEÚDOS A MENSAGEM O planejamento deve imprimir qualidade ao ato de catequizar. Deve transformar conteúdos em mensagem. Não deve ser "conteúdo cristalizado" e sim mensagem encarnada e inserida na cultura.
  • 79. São João Paulo II nos recorda sobre mensagem: Quem diz mensagem diz algo mais que doutrina. Quantas doutrinas jamais chegaram a ser mensagem. A mensagem não se limita a propor ideias: ela exige resposta, pois é interpelação entre pessoas; entre aquele que propõe e aquele que responde. A mensagem é vida (DNC,97)
  • 80. O QUE É PRECISO PARA QUE O CONTEÚDO SE TRANSFORME EM MENSAGEM? É necessário que ele chegue ao coração (interiorização) e transforme a vida das pessoas. Para que isso aconteça, esse processo deve ser bem preparado e planejado.
  • 81. A MENSAGEM DE JESUS "Não estava ardendo o nosso coração quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as escrituras?" (Lc 24,32)
  • 82. DA IMPROVISAÇÃO AO PLANEJAMENTO O planejamento nos ajuda a reduzir ou evitar a improvisação como prática rotineira na catequese.
  • 83. No âmbito da paróquia, as ações práticas requerem um planejamento adequado dos recursos, das prioridades, dos métodos e dos processos de avaliação - elementos que ajudarão a fazer da catequese não uma ação improvisada, e sim uma tarefa à qual a Igreja dedica sua atenção e seus esforços com a seriedade devida (CELAM, 2007, p. 254)
  • 84. Havendo planejamento, haverá uma ação que tem mais possibilidades de ser eficaz e de provocar transformações. No caso de improvisação, haverá um simples ativismo, com resultados menos eficientes, o que poderá deixar todo mundo iludido de ter feito uma coisa boa, porém apenas isso
  • 85. Percebemos que a improvisação é uma grande fábrica de ilusões com pouco ou nenhum resultado plausível na complexa ação catequética. Já uma ação planejada, se bem feita e executada, poderá surtir efeitos extraordinários na realidade em que se atua
  • 87. Uma ação pastoral é considerada eficiente quando é bem feita. Quando, além de eficiente, ela for também transformadora, ela será considerada eficaz. As ações apenas eficientes não contribuirão em nada para a transformação das estruturas injustas que nos rodeiam
  • 88. Eficiente é o que executa uma tarefa com qualidade, competência, excelência, com nenhum ou com o mínimo de erros. A eficiência está ligada ao modo de fazer uma tarefa. O eficaz faz o que é certo para atingir o objetivo inicialmente planejado. O eficiente faz com qualidade, mas nem sempre atinge um objetivo
  • 89. DO CRONOGRAMA DE AÇÕES À PROGRAMAÇÃO CATEQUÉTICA O cronograma de ações é uma mera lista de ações esparsas a serem trabalhadas ao longo de um tempo estabelecido, sem articulação e linha condutora para interferir com eficácia na realidade. Isso não é planejar, pois o cronograma de ações não se origina no julgamento criterioso da realidade, que é o diagnóstico. Não é, portanto, produto de um processo planejado. Programação é muito mais que um rol de atividades.
  • 90. A programação catequética é parte integrante do processo de planejamento, se nele é gerada e articulada. Ela não pode ser concebida de forma isolada e desarticulada
  • 91. No contexto do planejamento, programar-se bem é buscar soluções para as urgências constatadas, as necessidades de estabelecer prioridades e mudanças, tendo presentes as reais possibilidades de execução (meios e pessoas). É um caminho para a realização dos objetivos. Portanto, a programação é a etapa final do processo de planejamento e não a etapa inicial ou única da ação de planejar
  • 92. PLANEJAMENTO CATEQUÉTICO GERAL Fonte: DGAE, 2011-2015 Os 7 (sete) passos metodológicos para o planejamento pastoral
  • 93. PASSOS METODOLÓGICOS PARA O PLANEJAMENTO PASTORAL O melhor ponto de partida é sempre aquele onde nos encontramos. Trata-se de colocar os pés no chão. Se ignoramos a realidade, não evangelizamos; as boas respostas pastorais dependem da identificação das verdadeiras necessidades de evangelização (DGAE, 127). 1º Passo - Onde estamos Na ação evangelizadora o ponto de chegada está em olhar para o horizonte do Evangelho, mostrado em Jesus Cristo (DGAE, 128). 2º Passo - Onde precisamos estar Debruçar-se sobre a realidade sociocultural e religioso- eclesial, à luz do horizonte da fé cristã, nos leva a identificaralgumas urgências pastorais, no contexto atual (DGAE, 131). 3º Passo - Nossas urgências pastorais Os resultados almejados por um processo de evangelização estão registrados nos objetivos: geral e específicos (DGAE, 132). 4º Passo - O que queremos alcançar Tanto a unidade eclesial quanto e eficácia na obra evangelizadora exigem critérios comuns na ação (DGAE, 133). 5º Passo - Como vamos agir É o momento da programação (DGAE, 136). 6º Passo - Intervir na realidade "Vinho novo, odres novos" (Mt 9,17); mudadas as ações, é preciso igualmente mudar as estruturas que lhe dão suporte (DGAE, p. 93-103). 7º Passo - A renovação das estruturas
  • 94. A vida e a missão do discípulo missionário de Jesus Cristo, segundo a DGAE, consiste no exercício do tríplice múnus (dever, obrigação), recebido no Batismo: serviço da Palavra, serviço da Liturgia e serviço da Caridade. Essa vivência tríplice da vocação, se dá no âmbito da pessoa, da comunidade e da sociedade
  • 95.
  • 96. PASSOS DO PLANEJAMENTO NO ITINERÁRIO CATEQUÉTICO Apresenta uma visão global da realidade (contexto) e ação do grupo (prática). Descreve a realidade em que se vive e se trabalha. 1º Passo - Marco referencial situacional É sempre um confronto entre o que se faz, o que existe e o ideal. Não se deve confundir diagnóstico com duas outras coisas: com a descrição da realidade e com um levantamento de problemas. A pergunta a ser feita é a seguinte: qual a distância entre a realidade em que se atua e a que se deseja? 3º Passo - Diagnóstico Parte do que se deseja e para que se deseja realizar algo. Nele se propõe uma ação para uma finalidade. Ao elaborarmos os objetivos, devemos direcionar nossa ação e finalidade ao desejo do Pai, revelado por Jesus Cristo, na força do Espírito. 4º Passo - Objetivos São atitudes a serem tomadas para sanar as necessidades diagnosticadas e, assim transformar a realidade definidas no marco operativo. O conjunto de estratégias é aquele espírito que serve de guia a tudo que faremos. 5º Passo - Estratégias A programação temática propicia a escolha de conteúdos que respondem às necessidades surgidas no diagnóstico, a partir da realidade que se atua. Momento de detalhar os temas, por etapas da catequese e suas respectivas leituras bíblicas. A programação da ação catequética corresponde à discriminação das ações permanentes e de outras ações inerentes à atividade catequética: encontros, eventos externos, formação, calendários, locação de recursos 6º Passo - Programação temática e da ação catequética O processo avaliativo deve ser participativo. É necessária a participação de todos os envolvidos e responsáveis pela pastoral (padre, catequistas, pais/responsáveis e outras pastorais envolvidas. Deve ocorrer durante toda ação catequética (cada encontro) e, também, na sua conclusão (anual e/ou término do período catequético). Deve contribuir para elaboração dos marcos referenciais (situacional e operativo). 7º Passo - Processo avaliativo O marco doutrinal apresenta as orientações para a ação que se quer programar, os princípios básicos da catequese. Apoia-se, sobretudo, nos ensinamentos do Evangelho e nos documentos da igreja. O marco operativo define para onde a pastoral catequética quer ir, como vai se organizar; é a linha de ação a ser assumida, como se quer agir. Define, também, o posicionamento pedagógico da pastoral. 2º Passo - Marco referencial, operativo e doutrinal
  • 97. Para se elaborar uma programação, as questões básicas são as seguintes: que necessidades aparecem no diagnóstico? Que objetivos, estratégias, normas, atividades permanentes são aptas e possíveis para superá-las em parte ou totalmente? A programação é a proposta concreta para fazer acontecer, gradativamente, os valores, os princípios, as prioridades e as opções ideais estabelecidas.
  • 98. Toda ação eclesial brota de Jesus Cristo e se volta para Ele e para o Reino do Pai. Jesus Cristo é nossa razão de ser, origem do nosso agir, motivo do nosso pensar e sentir. Nele e com Ele mergulhamos no mistério trinitário, construindo uma vida pessoal e comunitária (DGAE, 2011-2015, p. 17).
  • 99. As estratégias se diferenciam dos objetivos. As estratégias propõem uma atitude para sanar uma ou mais necessidades e esta atitude perdura. Os objetivos propõem uma ação, também para sanar uma ou mais necessidades, mas que se esgota ao alcançar o resultado esperado (finalidade)
  • 100. PLANEJAMENTO POR ETAPAS DA CATEQUESE O planejamento por etapas catequéticas corresponde ao planejamento setorial no qual os critérios bíblico-catequéticos são definidos. Corresponde à programação temática das diversas etapas do processo educativo da fé e conduzirá o planejamento dos respectivos encontros catequéticos.
  • 101. A iniciação cristã é um desafio que devemos encarar com decisão, com coragem e criatividade, visto que em muitas partes a iniciação cristã tem sido pobre e fragmentada. Ou educamos na fé, colocando as pessoas realmente em contato com Jesus Cristoe convidando-as ao seu seguimento, ou não cumprimos a nossa missão evangelizadora (DAp 278)
  • 102. PLANEJAMENTO DOS ENCONTROS CATEQUÉTICOS O encontro catequético corresponde à fase finalística da ação evangelizadora, pela catequese. É atraves dele que é comunicada a mensagem revelada.
  • 103. O ato catequético possui diversos elementos em sua composição (experiências humanas, palavra de Deus, confissão de fé. oração e celebração). Deve ser bem planejado, para que possamos articular os seus elementos constitutivos, a fim de transformá-lo em verdadeiros espaços de evangelização. É sinal de responsabilidade e de respeito aos catequizandos fazer uma preparação antecipada e preventiva acerca dos objetivos, dos conteúdos, das situações de ensino e de aprendizagem, dos recursos, do tempo e dos critérios de avaliação com respeito a cada encontro e processo catequético (CELAM. Manual de Catequética, 2007, p.253)
  • 104. A PEDAGOGIA DIVINA NOS ENCONTROS DE CATEQUESE A ação catequizadora é uma pedagogia da fé em ato. (DCG 144). Quando se fala da pedagogia da fé, não se trata de transmitir um saber humano; trata-se de comunicar, em sua integridade, a Revelação de Deus. Na catequese, uma técnica só tem valor à medida que se põe a serviço da transmissão da fé e da educação para a fé (CT 58).
  • 105. Falamos da pedagogia divina quando nos referimos à forma como Deus se revela para educar o ser humano ao longo da história, nas etapas do processo revelatório. "Como um pai educa seu filho, assim Deus educa seu povo" (Dt 8,5).
  • 106. A Bíblia é uma revelação progressiva do agir e do ser de Deus. No antigo Testamento, Deus se revela como o libertador do povo escolhido, revela-se de maneira gradual, progressiva e paciente. Não tem pressa, respeita o caminhar da gente e o ritmo do seu povo. Sabe esperar a hora de cada um chegar a crer, sem desesperar- se nem pressionar ou violentar ninguém (CELAM, 2007, p. 214).
  • 107. No Novo Testamento, a pedagogia divina é revelada plena e continuadamente por Jesus Cristo, e se caracteriza em sintese, por atenção e respeito às pessoas; partir da sua vida concreta; acolhida aos que estão à margem; denúncia profética; formação de comunidade; fidelidade ao Pai e docilidade ao Espírito (CELAM, 2007, p 217).
  • 108. Um exemplo surpreendente e criativo do método pedagógico de Jesus são as parábolas. Jesus se utilizava de histórias ou fatos comuns e corriqueiros na vida das pessoas, como pescaria, plantações, semeadura etc. As parábolas vão além da comparação. Elas são um convite à reflexão. Partem de uma realidade visível (vida concreta das pessoas) para mostrar uma realidade invisível do Reino de Deus.
  • 109. As parábolas estão a disposição para serem aplicadas na catequese. Três merecem grande destaque, são as parábolas do perdão: a da ovelha perdida (Lc 15, 4-7); a da moeda perdida (Lc 15, 8-10, a do filho perdido (Lc 15, 11-32). Através delas, Jesus nos revela o rosto terno e misericordioso de Deus Pai.
  • 110. Por isso, à luz da pedagogia de Jesus Cristo, é importante que na catequese procuremos mudar, através do processo de educação da fé, a imagem de um Deus cruel e castigador que, às vezes, nos foi apresentado, para o Deus de Jesus Cristo, Deus de pura gratuidade e infinito amor.
  • 111. A ação pedagógica da catequese deve ser fiel à pedagogia de Jesus Cristo, ensinando por parábolas, histórias ou por extratos da vida e projeto dele. Essa fidelidade é que nos levará do conteúdo à mensagem, para atingir o coração dos interlocutores, o que poderá provocar uma tomada de posição rumo à transformação da realidade, por meio de valores evangélicos. Não esqueçamos de que a pedagogia divina é intermediada pela ação humana, cabe ao catequista o protagonismo dessa mediação.
  • 112. ENCONTROS CATEQUÉTICOS COMO ESPAÇO DE EDUCAÇÃO DA VIDA E FÉ O ato catequético tem como fundamento a verdade revelada e se viabilizará no encontro catequético, cujo objeto é a própria Palavra de Deus.
  • 113. Deus nos fala, comunica-se conosco por meio de sua palavra, que é Jesus Cristo, Verbo feito carne [...] Assim, a expressão "Palavra de Deus" acaba por indicar aqui a pessoa de Jesus Cristo, Filho eterno do Pai feito homem (DGAE, 2011- 2015, p. 18-19).
  • 114. O planejamento organiza as ações para alcançar os objetivos, aplicá- lo nos encontros catequéticos constitui um casamento perfeito para tornar essa ação eficaz.
  • 115. O objetivo maior da catequese é ajudar as pessoas a realizar o encontro verdadeiro e pessoal com Jesus Cristo (dimensão pessoal da fé). E, assim a partir dessa experiência no terreno da fé, inserir-se na comunidade Igreja (dimensão comunitária da fé). Essas dimensões são como duas faces da mesma moeda, inseparáveis, e se concretizam no acolhimento da pessoa de Jesus e de seu projeto.
  • 116. O encontro de catequese, ao ser planejado, exige do catequista: Formação. Estar aberto(a) à própria criatividade. Diálogo permanente com a sua realidade e a que seus interlocutores vivenciam. Zelo e cuidado. Propriciar resposta por parte dos interlocutores, por ser um ato de fé.
  • 117. O planejamento prévio é uma ótima alternativa para interligar, de forma eficaz e, portanto, transformadora, os encontros catequéticos no contexto geral da catequese. É num contexto de planejamento que os procedimentos didáticos e educativos encontram seu próprio lugar e realização.
  • 118. No encontro catequético, o catequista se torna mediador, em nome da Igreja, para ajudar os interlocutores no conhecimento, na acolhida da Palavra de Deus e no seguimento a Jesus Cristo. O ato catequético se realiza pela mediação do catequista (CELAM, 2007, p. 236)
  • 119. Se considerarmos o encontro catequético como veículo, como forma de sintonia e mediador da Palavra, teremos, através dele, uma catequese viva e responsável, capaz de transformar pessoas em pessoas melhores, para que elas possam transformar a realidade social, ou seja, assumimos a catequese como veículo de comunicação e de implantação do Reino de Deus aqui e agora.
  • 120. ENCONTROS CATEQUÉTICOS COMO ESPAÇO DE INTERAÇÃO ENTRE VIDA E FÉ O papel da catequese é viabilizar uma interação entre vida (realidade) e um horizonte que dá maior autonomia aoser humano ou que o faz enxergar além do próprio umbigo, e que transcende aos seus sentidos: a abertura da fé.
  • 121. É preciso ajudar as pessoas a conhecer Jesus Cristo, fascinar- se por ele e optar por seguí-lo (DGAE p. 42).
  • 122. O MÉTODO VER-ILUMINAR- AGIR-CELEBRAR-REVER, NO ENCONTRO CATEQUÉTICO Parte do conhecimento da realidade sociocultural para depois julgá-la (iluminá- la) com a Palavra revelada, assim se constitui um processo normal de planejamento, aplicado à catequese, potencializado pela ação da Palavra de Deus.
  • 123. Nisto se manifesta Jesus Cristo presente e atuante em meio à realidade; à sua luz compreendemos a realidade e com ela nos relacionamos no firme desejo de que nosso olhar, ser e agir sejam reflexos do seguimento cada vez mais fiel ao Senhor Jesus. Não há, pois, como executar planejamentos pastorais sem antes pararmos e nos colocarmos diante de Jesus Cristo. Em atitude orante, contemplativa, fraterna e servidora (DGAE, 2011-2015, p. 17)
  • 124. PRIMEIRO PASSO - VER "É um olhar crítico e concreto a partir da realidade da pessoa, dos acontecimentos e dos fatos da vida" (DNC 158). No processo do planejamento, corresponde ao marco referencial da realidade que se quer planejar.
  • 125. SEGUNDO PASSO - IMUMINAR "É o momento de escutar a Palavra de Deus. Implica reflexão e o estudo que iluminam a realidade, questionando-a pessoal e comunitariamente" (DNC 159). Já na técnica do planejamento é momento de se identificar o diagnóstico, a diferença entre o ideal, o que se deseja e as prováveis correções para se atingir os objetivos propostos.
  • 126. TERCEIRO PASSO - AGIR "É o momento de tomar decisões, orientando a vida na direção das exigências do projeto de Deus; no processo do planejamento, é o momento de identificar ações, projetos, programações para serem desenvolvidos.
  • 127. QUARTO PASSO - CELEBRAR É o momento privilegiado para a experiência da graça divina. "É o feliz encontro com Deus, na oração e no louvor, que anima e impulsiona o processo catequético" (DNC 161). Esse passo se encontra no âmbito da fé, portanto não faz parte dos demais métodos de planejamento.
  • 128. QUINTO PASSO - REVER "É o momento para sintetizar a caminhada catequética, valorizar os catequistas e os catequizandos, aprofundar as etapas do planejamento prposto, revendo os conteúdos e os compromissos assumidos" (DNC, 162). Essa etapa corresponde à avaliação, presente na catequese e em todos os métodos do planejamento.
  • 129. A experiência de Emaús foi, por excelência, um modelo de encontro catequético. Nesse trecho, Jesus se coloca como catequista, explicando as excrituras e propiciando o verdadeiro encontro pessoal dos discípulos com ele: "Então seus olhos se abriram e o reconheceram" (Lc 24,30).
  • 130. Verificou-se em Emaús a interiorização ou abertura de coração: "Não ardia o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras?" (Lc 24,32). Acabou-se o medo e houve mudança de atitude: "Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém" (Lc 24,33). Antes, porém, tinham medo de ficar em Jerusalém e de caminhar à noite. Por fim, voltam à comunidade, onde testemunharam a profissão de fé: "É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!" (Lc 24,34)
  • 131. A catequese não pode ser como uma hora de escola, mas é uma experiência viva de fé”. Papa Francisco