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As áreas rurais em mudança
A. O que são áreas rurais?
B. Quais são os fatores que as influenciam?
C. Que caracterís cas apresentam as áreas rurais em Portugal?
D. Como tem evoluído a a vidade agrícola em Portugal?
E. Que oportunidades e desafios se apresentam às áreas
rurais?
2
D - COMO TEM EVOLUÍDO A ATIVIDADE AGRÍCOLA
EM PORTUGAL?
3
A evolução da agricultura na segunda metade do século XX
• Em meados do século passado, o setor
primário era o setor dominante da
população a va em Portugal. O país era
«essencialmente agrícola», com poucas
a vidades industriais e uma taxa de
urbanização insignificante.
• A par r da segunda metade do século
XX, enquanto o setor secundário crescia,
de forma pouco consolidada e o setor
terciário conhecia um crescimento
acentuado, o setor primário perdeu
população.
• A agricultura manteve-se tradicional e
sem se modernizar, com falta de
compe vidade nos mercados nacionais
e internacionais, e com um crescente
abandono dos campos.
4
Evolução da estrutura da população a va, em
Portugal,
entre 1950 e 2011.
A sua contribuição para o emprego e para a criação de riqueza, em
termos rela vos, tem vindo a decrescer, como o demonstra a estrutura da
população a va e a evolução do Valor Acrescentado Bruto.
Problemas estruturais da agricultura portuguesa
6
População agrícola envelhecida, com
pouca instrução e pouca formação, o
que dificulta:
- a inovação e a modernização da
produção;
- a adaptação às normas comunitárias e
o acesso aos apoios financeiros
europeus;
- a organização e a integração no
mercado nacional e internacional;
- a diversificação das a vidades
lucra vas das explorações.
Predomínio de explorações agrícolas de
pequena dimensão, exceto no Alentejo,
o que prejudica:
- o inves mento na formação
profissional e em tecnologia (sistemas de
rega, máquinas, etc.);
- a modernização das prá cas agrícolas e
a produ vidade agrícola;
- a especialização da produção;
- a capacidade de negociação no
mercado.
Contribuem para a pequena dimensão económica da maioria das explorações, que
tem como efeito uma fraca capacidade de autofinanciamento e de acesso ao
crédito.
Fraca capacidade compe va nos mercados nacional, europeu e mundial dos
produtores portugueses, devido:
- à pequena dimensão do país e das empresas agrícolas, que concorrem com
outras de maior dimensão e que pra cam preços inferiores;
- a polí cas pouco eficazes na promoção de marcas e produtos alimentares
portugueses.
Reduzida área de solos com boa ap dão agrícola e o seu uso inadequado – solos
bons para a agricultura são usados para outros fins e muitas explorações
encontram-se em solos com fraca ap dão agrícola.
Fraca ligação da produção agroflorestal à indústria transformadora, perdendo
valor acrescentado.
Problemas estruturais da agricultura portuguesa
Problemas estruturais da agricultura portuguesa
- >50% dos solos são bons para floresta,
mas apenas cerca de 25% são aptos para a
agricultura. Porém, a área ocupada com
a vidade agrícola é maior do que a dos
solos bons para esse fim, acrescentando o
facto de haver solos com boa ap dão
agrícola que têm outros usos. Ou seja,
muitas explorações agrícolas u lizam solos
pouco adequados.
- Raramente se procede a estudos dos
solos, de modo a garan r uma boa
adequação entre estes e as culturas.
- A monocultura pode levar ao empobrecimento e
esgotamento do solo.
- A excessiva u lização de máquinas pesadas leva à
compactação dos solos.
- A u lização do pousio absoluto facilita a erosão
dos solos.
- A u lização excessiva ou incorreta de
agroquímicos degrada e polui os solos, diminuindo
a sua fer lidade, provocando a perda de
biodiversidade e pode ainda ser prejudicial para a
saúde humana.
- O cul vo das terras segundo o declive pode
colocar em causa a sustentabilidade da agricultura.
O papel da Polí ca Agrícola Comum (PAC)
10
* A Polí ca Agrícola Comum entrou em funcionamento em 1962, com três princípios/pilares:
- o mercado agrícola único, eliminando as barreiras alfandegárias entre os Estados-membros e
harmonizando as regras sanitárias e as normas técnicas.
- a preferência comunitária, que protegia os produtos agrícolas produzidos na UE e os
colocava no mercado a preços compe vos, evitando a concorrência dos produtos
estrangeiros, estabelecendo preços mínimos para as importações e subsídios para as
exportações.
- a solidariedade financeira, com a criação de um Fundo Comunitário, o FEOGA – Fundo
Europeu de Orientação e Garan a Agrícola –, para financiamento das medidas da PAC, o que
permi a um apoio financeiro à agricultura.
https://app.escolavirtual.pt/lms/playerteacher/resource/546844/L?se=3223&seTyp
e=&coId=130140
Principais reformas
1992
PAC pós-2020 (2021-2027):
- Manutenção da a vidade produ va na UE, assegurando a resiliência agrícola,
a ocupação e a vitalidade das áreas rurais;
- Desenvolvimento de uma agricultura eficiente e inovadora, capaz de garan r
rendimentos justos aos agricultores na relação produção-distribuição e de
sa sfazer as necessidades alimentares e nutricionais dos cidadãos europeus;
- Preservação dos recursos naturais: o solo, a água e a biodiversidade, das
paisagens diversificadas do território europeu, assim como uma resposta
concertada para a mi gação e a adaptação às alterações climá cas.
FORTALECER A RESILIÊNCIA
DO SETOR
REFORÇAR O CUIDADO
AMBIENTAL & AÇÃO CLIMÁTICA
MELHORAR O NÍVEL DE VIDA
NAS ÁREAS RURAIS
A POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM PARA O PERÍODO 2023-2027
• NOS PRIMEIROS 20 ANOS DO SÉCULO XXI, A PAC TEVE IMPORTANTES
CONSEQUÊNCIAS POSITIVAS NA AGRICULTURA PORTUGUESA:
• Melhoria das condições de produção agrícola,
• Introdução de novas técnicas de produção, de inves mentos, aumento da
mecanização,
• Alteração estrutural nas explorações agrícolas,
• Aumento do grau de instrução e formação profissional,
• Incremento da agricultura biológica e valorização de produtos tradicionais.
• Expansão do comércio externo agro-florestal
Redução de explorações de pequena dimensão
32
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Distribuição do número de explorações agrícolas e da SAU, por classes de SAU, em 1999 e 2009.
Distribuição do número de explorações agrícolas e da SAU, por classes de SAU, em 2009 e 2019.
-5%, ou seja, -15,5 mil = 290 mil explorações em 2019
Evolução da SAU, do nº de explorações e das dimensões médias
EXERCÍCIOS
1. Descreve a evolução da SAU, nos úl mos 30 anos.
2. Como tem evoluído o nº de explorações agrícolas?
3. A dimensão média das explorações agrícolas tem aumentado. Jus fica.
Estrutura da SAU
37
As culturas permanentes são cons tuídas pelas
árvores de fruto, pela oliveira e pela vinha.
Estas culturas são muito caracterís cas do espaço
agrário português, principalmente devido à sua
adaptação ao clima quente e seco e aos solos pobres.
As culturas temporárias são cons tuídas pelos cereais,
a batata, as leguminosas secas, as culturas industriais,
a hor cultura e a floricultura.
Evolução das culturas temporárias (1999-2009)
Exercício
- Descreve a evolução da SAU, por culturas temporárias, entre 1999 e 2009.
Evolução da u lização das terras agrícolas (1989-2019)
- As terras aráveis (culturas
temporárias + pousio) têm maior
importância na Beira Litoral e Entre
Douro e Minho.
- As culturas permanentes ocupam
mais SAU na Madeira, no Algarve e em
Trás-os-Montes, onde a produção de
fruta e vinho é
importante.
- As pastagens permanentes ocupam
quase toda a SAU nos Açores e cerca
de metade em Entre Douro e Minho,
regiões com condições climá cas
favoráveis à formação de prados
naturais.
No Alentejo, as pastagens permanentes também
ocupavam, em 2009, um pouco mais de metade
da SAU, o que reflete o inves mento na criação de
prados ar ficiais.
Evolução das culturas temporárias (1989-2019)
Exercício
- Descreve a evolução da SAU, por culturas temporárias, entre 2009 e 2019.
Evolução das culturas permanentes (1989-2019)
Exercício
- Descreve a evolução da SAU, por culturas permanentes, entre 2009 e 2019.
O QUE NOS CONTA O RECENSEAMENTO GERAL AGRÁRIO DE 2019...
1) Nº de explorações = -5%, ou seja, -15,5 mil = 290 mil explorações em 2019
2) SAU = +7%, para 3,9 milhões de hectares (43% da super cie nacional)
3) Dimensão média das explorações = 13,6 ha de SAU por exploração (+1,6 ha do que em 2009)
4) Terras aráveis = -12%
Culturas permanentes = +24%
Pastagens permanentes = +14%
= Forte aposta na instalação, modernização e rega de olivais e pomares, principalmente de frutos pequenos
de baga, subtropicais e amendoais.
5) Forte reestruturação da pecuária:
- abandono de pequenos produtores;
- aumento generalizado da dimensão média do efe vo por exploração.
6) Cresceu a empresarialização da agricultura:
- duplicou o nº de sociedades agrícolas (passando de 27% para 36% da SAU; possuindo 56% dos efe vos
pecuários, bem acima dos 41% registados em 2009).
7) Envelhecimento da agricultura familiar: a média de idade dos produtores singulares passou para 62 anos (+2
de que em 2009).
Vegetal Animal Florestal
A distribuição das principais culturas
A produção agrícola
Tem-se verificado uma tendência de aumento do valor da produção vegetal e animal.
- A produção vegetal é a componente mais importante da produção agrícola, cerca de
60% do total. As condições meteorológicas influenciam a evolução da produção vegetal.
- A produção animal,menos dependente das condições meteorológicas, apresenta menor
irregularidade na tendência de crescimento.
A evolução do valor da
produção agrícola, de
que o ramo vegetal
representa 60%, tem
uma tendência
crescente, refle ndo a
modernização agrícola e
a influência das
condições naturais:
- oscilações da produção,
pelas diferenças
interanuais de
temperatura e
precipitação.
A distribuição das principais culturas
46
Estrutura da produção vegetal em Portugal, em 2013
Destacaram-se os vegetais e
produtos hor colas
seguidos dos frutos e dos vinhos.
Distribuição regional das produções
Maçã, pêra, cereja e pêssego
OESTE:
Maçã de Alcobaça
Pêra-rocha
(COVA DA BEIRA:)
Cereja
TRÁS OS
MONTES:
Cereja
Maçã
Pêssego
BEIRA INTERIOR:
Maçã
ALENTEJO
Pêssego
Douro:
Laranja
Ribatejo:
Laranja
Alentejo:
Laranja e
tangerina
Algarve:
Laranja e
tangerina
Trás os Montes:
Amendoeira (Douro
e Terra Quente)
Castanheiro
(Terra Fria)
Alentejo:
Amendoeira
(novas plantações)
Castanheiro
(Serra de
S.Mamede)
Algarve:
Amendoeira
Beira Interior:
Castanheiro
EDM
Vinhos verdes
TM
Vinhos do Douro (incl.
Vinho do Porto)
Vinhos de TM
BI
Vinhos da Beira I.
RO
Vinhos do Tejo
Vinhos de Lisboa
Vinhos de
Setúbal
ALT
Vinhos do
Alentejo
ALG
Vinhos do Algarve
BL
Vinhos do Dão
Vinhos da
Bairrada
AÇO: Vinhos do Pico
MAD: Vinhos da Madeira
Regiões vi vinícolas ou demarcadas:
ins tuídas para garan r a qualidade
do vinho.
h ps://www.ivv.gov.pt/np4/regioes/
OLIVAL
A área de cultura do olival
tradicional (extensivo, de
sequeiro), encontra-se em
retração, subs tuída pelo olival
intensivo (regadio).
DOP Azeites de Trás-os-Montes
DOP Azeites da Beira Interior
DOP Azeites do Ribatejo
DOP Azeites do Norte Alentejano
DOP Azeites do Alentejo Interior
DOP Azeites de Moura
- Sendo o olival uma cultura mediterrânica por excelência, a produção de
azeite na UE situa-se, predominantemente, na bacia do Mediterrâneo. Os
invernos amenos e os verões quentes e secos propiciam a olivicultura.
- Como se vê no quadro 1, na maior parte dos países os valores de produção
de azeite registaram aumentos irregulares, o que se explica pela
irregularidade das condições meteorológicas.
A distribuição regional das culturas está diretamente associada às caracterís cas de cada
região:
• A batata é um tubérculo que se dá em todo o território. Como é muito u lizada na alimentação,
cul va-se mais no norte (Trás-os-Montes) e centro (Oeste e Beira Litoral).
• O trigo é um cereal de sequeiro que, tradicionalmente, se cul va em todo o interior do país,
sobretudo no Alentejo, onde a modernização agrícola permi u tornar a sua produção mais rentável.
• O milho é um cereal de regadio que, tradicionalmente, se cul vava mais nas regiões de Entre Douro e
Minho e Beira Litoral. Porém, com a modernização dos sistemas de rega, o Alentejo apostou na
irrigação ar ficial e aumentou a sua produção, sendo o maior produtor, em parte por passar a incluir a
Lezíria do Tejo.
• O tomate para indústria, assim como a beterraba sacarina e o girassol, são culturas industriais –
des nam-se à transformação industrial – sendo o Alentejo a apresentar maior produção, pois inclui a
Lezíria do Tejo.
A Agricultura Biológica é um modo de produção que visa produzir alimentos e fibras
têxteis de elevada qualidade, saudáveis, ao mesmo tempo que promove prá cas
sustentáveis e de impacto posi vo no ecossistema agrícola. Assim, através do uso
adequado de métodos preven vos e culturais, tais como as rotações, os adubos verdes,
a compostagem, as consociações e a instalação de sebes vivas, entre outros, fomenta a
melhoria da fer lidade do solo e a biodiversidade.
A Agricultura Biológica
A Agricultura Biológica é
também conhecida como
“agricultura orgânica” (Brasil e
países de língua inglesa),
“agricultura ecológica”
(Espanha, Dinamarca) ou
“agricultura natural” (Japão).
Os pes cidas de
síntese são proibidos
salvo exceções
(u lizações especiais)
e nunca em aplicação
direta sobre as
culturas ou o solo.
A legislação europeia
de Agricultura
Biológica inclui apenas
uma lista restrita de
pes cidas de origem
natural: mineral,
vegetal, animal ou
microbiana, sem
perigo para o
ambiente e a saúde.
Fig. Mercado de produtos biológicos
A CERTIFICAÇÃO BIOLÓGICA, com sistema de rotulagem e uso do logó po:
- permite aumentar a visibilidade para o consumidor;
- garante ao consumidor que o produto final é autên co e merecedor da sua
preferência;
- obedece às normas europeias que regulam a agricultura biológica.
Este logó po garante que:

> 95% dos ingredientes do produto foram
produzidos em modo biológico;

O produto cumpre as regras do esquema oficial
de controlo;

O produto veio diretamente do produtor ou do
transformador numa embalagem selada;

O produto tem indicado o nome do produtor,
transformador ou revendedor e o nome ou
código do organismo de controlo.
Tendo por referência os dados de 2015, a distribuição da ocupação cultural por região
destacando-se que:
 A super cie cul vada com pastagens, culturas forrageiras, culturas arvenses, pousio e
olival têm a sua maior representa vidade na ocupação cultural das explorações em
agricultura biológica do Alentejo.
 A fru cultura tem a sua maior expressão na ocupação cultural das explorações em
agricultura biológica da Beira Interior e do Alentejo.
 A super cie cul vada com hor cultura tem a sua maior expressão na ocupação
cultural das explorações em agricultura biológica do Alentejo.
 A super cie cul vada com frutos secos tem a sua maior expressão na ocupação
cultural das explorações em agricultura biológica de Trás-os-Montes.
A super cie cul vada com plantas aromá cas tem a sua maior expressão na ocupação
cultural das explorações em agricultura biológica do Ribatejo e Oeste.
Curiosidades
Reforma da PAC de 2003
Medidas horizontais Medidas setoriais
O pagamento anual da totalidade das
ajudas diretas aos produtores passa a ser
em função do respeito das condições que
impliquem a conservação do ambiente, a
segurança alimentar e o bem estar animal.
Permi ram a modernização e transformação do
setor agrícola, com maior ênfase na qualidade dos
produtos.
Obje vos, entre outros:
- promoção de uma agricultura
sustentável, orientada para o mercado;
- promoção da qualidade dos alimentos;
- respeito pelas normas ambientais.
A crescente aposta na agricultura biológica e a PAC
Figs. U lização de apps, ligadas a sensores e drones.
A pecuária
• A criação de gado está, desde sempre, associada à a vidade agrícola,
como complemento de rendimento, como ajuda nas tarefas agrícolas
e ainda como modo de fer lização das terras.
68
Caracterização:
• A vidade especializada.
• Normas específicas de modernização.
• Privilegia as espécies mais
compe vas.
Tipo de regime:
• Normalmente feita em regime fechado
(intensivo) -> controlo sobre alimentação
e saúde dos animais.
• Incen vos atuais para a criação em regime
aberto (extensivo) -> alimentação mais
natural, evita abuso de rações.
Fig. Aviário.
A pecuária
O valor da produção da a vidade pecuária representava, em 2013, menos de metade do
total do setor agrícola.
A distribuição geográfica dos diferentes pos de gado não é uniforme e evidencia as
condições naturais,mas sobretudo as opções de inves mento em unidades de produção
intensiva.
No valor da produção sobressai o setor do leite, seguido do gado bovino e do gado suíno
Efe vos de gado bovino, ovino, caprino e suíno, por região agrária, em 2018.
Fonte: Dados esta s cos, INE, 2019.
Importância das espécies em Portugal para a produção de carne:
Aves > gado bovino > gado suíno > gado ovino > gado caprino
As aves são também importantes para a produção de ovos.
O gado bovino é também importante para a produção de leite e derivados (predominante sobre o ovino e
caprino).
Fig. Aviário de galinhas poedeiras
Fig. Vacaria orientada à
produção de leite
A exploração florestal
• A principal ap dão do solo em
Portugal é a exploração florestal.
• A floresta ocupa um terço do
território de Portugal con nental.
• Se se aproveitassem os terrenos
incultos e os solos improdu vos,
este valor subiria para o dobro:
cerca de 7 milhões de hectares.
• Os incêndios são o principal
problema da exploração florestal.
• A limpeza periódica das matas e
florestas, a instalação de pontos
de água e a abertura de caminhos
florestais são uma ajuda essencial
no combate aos incêndios.
72
Ocupação florestal em
Portugal, por NUT II, em 2015
Fonte: ICNF
Criptomérias
Pinheiro-bravo
(pinus pinaster)
- A região do Alentejo destaca-se pela elevada proporção de área de ocupação com
sobreiros e azinheiras, que cons tuem o importante montado.
- O pinheiro bravo domina na região Centro, o pinheiro manso a sul do Tejo.
- O eucalipto é a espécie dominante no território nacional.
A floresta desempenha funções de grande importância, tanto a nível ambiental como a
nível económico e social.
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DA FLORESTA PORTUGUESA E OS FOGOS FLORESTAIS
- Estrutura fundiária arcaica;
- Falta de inves mento em inves gação silvícola;
- Escassez de recursos humanos qualificados;
- Ausência de ordenamento florestal;
- Arborização inadequada face às condições edafo-climá cas;
- Gestão a va inadequada;
- Insuficiente inves mento na prevenção.
Medidas para a salvaguarda da floresta
Reorganização
fundiária
Prevenção de
incêndios Reflorestação

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  • 1. As áreas rurais em mudança
  • 2. A. O que são áreas rurais? B. Quais são os fatores que as influenciam? C. Que caracterís cas apresentam as áreas rurais em Portugal? D. Como tem evoluído a a vidade agrícola em Portugal? E. Que oportunidades e desafios se apresentam às áreas rurais? 2
  • 3. D - COMO TEM EVOLUÍDO A ATIVIDADE AGRÍCOLA EM PORTUGAL? 3
  • 4. A evolução da agricultura na segunda metade do século XX • Em meados do século passado, o setor primário era o setor dominante da população a va em Portugal. O país era «essencialmente agrícola», com poucas a vidades industriais e uma taxa de urbanização insignificante. • A par r da segunda metade do século XX, enquanto o setor secundário crescia, de forma pouco consolidada e o setor terciário conhecia um crescimento acentuado, o setor primário perdeu população. • A agricultura manteve-se tradicional e sem se modernizar, com falta de compe vidade nos mercados nacionais e internacionais, e com um crescente abandono dos campos. 4 Evolução da estrutura da população a va, em Portugal, entre 1950 e 2011.
  • 5. A sua contribuição para o emprego e para a criação de riqueza, em termos rela vos, tem vindo a decrescer, como o demonstra a estrutura da população a va e a evolução do Valor Acrescentado Bruto.
  • 6. Problemas estruturais da agricultura portuguesa 6 População agrícola envelhecida, com pouca instrução e pouca formação, o que dificulta: - a inovação e a modernização da produção; - a adaptação às normas comunitárias e o acesso aos apoios financeiros europeus; - a organização e a integração no mercado nacional e internacional; - a diversificação das a vidades lucra vas das explorações. Predomínio de explorações agrícolas de pequena dimensão, exceto no Alentejo, o que prejudica: - o inves mento na formação profissional e em tecnologia (sistemas de rega, máquinas, etc.); - a modernização das prá cas agrícolas e a produ vidade agrícola; - a especialização da produção; - a capacidade de negociação no mercado. Contribuem para a pequena dimensão económica da maioria das explorações, que tem como efeito uma fraca capacidade de autofinanciamento e de acesso ao crédito.
  • 7. Fraca capacidade compe va nos mercados nacional, europeu e mundial dos produtores portugueses, devido: - à pequena dimensão do país e das empresas agrícolas, que concorrem com outras de maior dimensão e que pra cam preços inferiores; - a polí cas pouco eficazes na promoção de marcas e produtos alimentares portugueses. Reduzida área de solos com boa ap dão agrícola e o seu uso inadequado – solos bons para a agricultura são usados para outros fins e muitas explorações encontram-se em solos com fraca ap dão agrícola. Fraca ligação da produção agroflorestal à indústria transformadora, perdendo valor acrescentado. Problemas estruturais da agricultura portuguesa
  • 8. Problemas estruturais da agricultura portuguesa - >50% dos solos são bons para floresta, mas apenas cerca de 25% são aptos para a agricultura. Porém, a área ocupada com a vidade agrícola é maior do que a dos solos bons para esse fim, acrescentando o facto de haver solos com boa ap dão agrícola que têm outros usos. Ou seja, muitas explorações agrícolas u lizam solos pouco adequados. - Raramente se procede a estudos dos solos, de modo a garan r uma boa adequação entre estes e as culturas. - A monocultura pode levar ao empobrecimento e esgotamento do solo. - A excessiva u lização de máquinas pesadas leva à compactação dos solos. - A u lização do pousio absoluto facilita a erosão dos solos. - A u lização excessiva ou incorreta de agroquímicos degrada e polui os solos, diminuindo a sua fer lidade, provocando a perda de biodiversidade e pode ainda ser prejudicial para a saúde humana. - O cul vo das terras segundo o declive pode colocar em causa a sustentabilidade da agricultura.
  • 9.
  • 10. O papel da Polí ca Agrícola Comum (PAC) 10 * A Polí ca Agrícola Comum entrou em funcionamento em 1962, com três princípios/pilares: - o mercado agrícola único, eliminando as barreiras alfandegárias entre os Estados-membros e harmonizando as regras sanitárias e as normas técnicas. - a preferência comunitária, que protegia os produtos agrícolas produzidos na UE e os colocava no mercado a preços compe vos, evitando a concorrência dos produtos estrangeiros, estabelecendo preços mínimos para as importações e subsídios para as exportações. - a solidariedade financeira, com a criação de um Fundo Comunitário, o FEOGA – Fundo Europeu de Orientação e Garan a Agrícola –, para financiamento das medidas da PAC, o que permi a um apoio financeiro à agricultura.
  • 12.
  • 13.
  • 15. 1992
  • 16.
  • 17.
  • 18.
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  • 20. PAC pós-2020 (2021-2027): - Manutenção da a vidade produ va na UE, assegurando a resiliência agrícola, a ocupação e a vitalidade das áreas rurais; - Desenvolvimento de uma agricultura eficiente e inovadora, capaz de garan r rendimentos justos aos agricultores na relação produção-distribuição e de sa sfazer as necessidades alimentares e nutricionais dos cidadãos europeus; - Preservação dos recursos naturais: o solo, a água e a biodiversidade, das paisagens diversificadas do território europeu, assim como uma resposta concertada para a mi gação e a adaptação às alterações climá cas.
  • 21. FORTALECER A RESILIÊNCIA DO SETOR REFORÇAR O CUIDADO AMBIENTAL & AÇÃO CLIMÁTICA MELHORAR O NÍVEL DE VIDA NAS ÁREAS RURAIS A POLÍTICA AGRÍCOLA COMUM PARA O PERÍODO 2023-2027
  • 22.
  • 23.
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  • 25.
  • 26.
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  • 28. • NOS PRIMEIROS 20 ANOS DO SÉCULO XXI, A PAC TEVE IMPORTANTES CONSEQUÊNCIAS POSITIVAS NA AGRICULTURA PORTUGUESA: • Melhoria das condições de produção agrícola, • Introdução de novas técnicas de produção, de inves mentos, aumento da mecanização, • Alteração estrutural nas explorações agrícolas, • Aumento do grau de instrução e formação profissional, • Incremento da agricultura biológica e valorização de produtos tradicionais. • Expansão do comércio externo agro-florestal
  • 29.
  • 30.
  • 31.
  • 32. Redução de explorações de pequena dimensão 32 voltar Distribuição do número de explorações agrícolas e da SAU, por classes de SAU, em 1999 e 2009.
  • 33. Distribuição do número de explorações agrícolas e da SAU, por classes de SAU, em 2009 e 2019. -5%, ou seja, -15,5 mil = 290 mil explorações em 2019
  • 34. Evolução da SAU, do nº de explorações e das dimensões médias
  • 35. EXERCÍCIOS 1. Descreve a evolução da SAU, nos úl mos 30 anos. 2. Como tem evoluído o nº de explorações agrícolas? 3. A dimensão média das explorações agrícolas tem aumentado. Jus fica.
  • 36.
  • 37. Estrutura da SAU 37 As culturas permanentes são cons tuídas pelas árvores de fruto, pela oliveira e pela vinha. Estas culturas são muito caracterís cas do espaço agrário português, principalmente devido à sua adaptação ao clima quente e seco e aos solos pobres. As culturas temporárias são cons tuídas pelos cereais, a batata, as leguminosas secas, as culturas industriais, a hor cultura e a floricultura.
  • 38. Evolução das culturas temporárias (1999-2009) Exercício - Descreve a evolução da SAU, por culturas temporárias, entre 1999 e 2009.
  • 39. Evolução da u lização das terras agrícolas (1989-2019) - As terras aráveis (culturas temporárias + pousio) têm maior importância na Beira Litoral e Entre Douro e Minho. - As culturas permanentes ocupam mais SAU na Madeira, no Algarve e em Trás-os-Montes, onde a produção de fruta e vinho é importante. - As pastagens permanentes ocupam quase toda a SAU nos Açores e cerca de metade em Entre Douro e Minho, regiões com condições climá cas favoráveis à formação de prados naturais. No Alentejo, as pastagens permanentes também ocupavam, em 2009, um pouco mais de metade da SAU, o que reflete o inves mento na criação de prados ar ficiais.
  • 40. Evolução das culturas temporárias (1989-2019) Exercício - Descreve a evolução da SAU, por culturas temporárias, entre 2009 e 2019.
  • 41. Evolução das culturas permanentes (1989-2019) Exercício - Descreve a evolução da SAU, por culturas permanentes, entre 2009 e 2019.
  • 42. O QUE NOS CONTA O RECENSEAMENTO GERAL AGRÁRIO DE 2019... 1) Nº de explorações = -5%, ou seja, -15,5 mil = 290 mil explorações em 2019 2) SAU = +7%, para 3,9 milhões de hectares (43% da super cie nacional) 3) Dimensão média das explorações = 13,6 ha de SAU por exploração (+1,6 ha do que em 2009) 4) Terras aráveis = -12% Culturas permanentes = +24% Pastagens permanentes = +14% = Forte aposta na instalação, modernização e rega de olivais e pomares, principalmente de frutos pequenos de baga, subtropicais e amendoais. 5) Forte reestruturação da pecuária: - abandono de pequenos produtores; - aumento generalizado da dimensão média do efe vo por exploração. 6) Cresceu a empresarialização da agricultura: - duplicou o nº de sociedades agrícolas (passando de 27% para 36% da SAU; possuindo 56% dos efe vos pecuários, bem acima dos 41% registados em 2009). 7) Envelhecimento da agricultura familiar: a média de idade dos produtores singulares passou para 62 anos (+2 de que em 2009).
  • 43. Vegetal Animal Florestal A distribuição das principais culturas
  • 44. A produção agrícola Tem-se verificado uma tendência de aumento do valor da produção vegetal e animal. - A produção vegetal é a componente mais importante da produção agrícola, cerca de 60% do total. As condições meteorológicas influenciam a evolução da produção vegetal. - A produção animal,menos dependente das condições meteorológicas, apresenta menor irregularidade na tendência de crescimento.
  • 45. A evolução do valor da produção agrícola, de que o ramo vegetal representa 60%, tem uma tendência crescente, refle ndo a modernização agrícola e a influência das condições naturais: - oscilações da produção, pelas diferenças interanuais de temperatura e precipitação.
  • 46. A distribuição das principais culturas 46
  • 47. Estrutura da produção vegetal em Portugal, em 2013 Destacaram-se os vegetais e produtos hor colas seguidos dos frutos e dos vinhos.
  • 49.
  • 50.
  • 51. Maçã, pêra, cereja e pêssego OESTE: Maçã de Alcobaça Pêra-rocha (COVA DA BEIRA:) Cereja TRÁS OS MONTES: Cereja Maçã Pêssego BEIRA INTERIOR: Maçã ALENTEJO Pêssego
  • 53. Trás os Montes: Amendoeira (Douro e Terra Quente) Castanheiro (Terra Fria) Alentejo: Amendoeira (novas plantações) Castanheiro (Serra de S.Mamede) Algarve: Amendoeira Beira Interior: Castanheiro
  • 54. EDM Vinhos verdes TM Vinhos do Douro (incl. Vinho do Porto) Vinhos de TM BI Vinhos da Beira I. RO Vinhos do Tejo Vinhos de Lisboa Vinhos de Setúbal ALT Vinhos do Alentejo ALG Vinhos do Algarve BL Vinhos do Dão Vinhos da Bairrada AÇO: Vinhos do Pico MAD: Vinhos da Madeira
  • 55. Regiões vi vinícolas ou demarcadas: ins tuídas para garan r a qualidade do vinho. h ps://www.ivv.gov.pt/np4/regioes/
  • 56. OLIVAL A área de cultura do olival tradicional (extensivo, de sequeiro), encontra-se em retração, subs tuída pelo olival intensivo (regadio).
  • 57. DOP Azeites de Trás-os-Montes DOP Azeites da Beira Interior DOP Azeites do Ribatejo DOP Azeites do Norte Alentejano DOP Azeites do Alentejo Interior DOP Azeites de Moura
  • 58. - Sendo o olival uma cultura mediterrânica por excelência, a produção de azeite na UE situa-se, predominantemente, na bacia do Mediterrâneo. Os invernos amenos e os verões quentes e secos propiciam a olivicultura. - Como se vê no quadro 1, na maior parte dos países os valores de produção de azeite registaram aumentos irregulares, o que se explica pela irregularidade das condições meteorológicas.
  • 59. A distribuição regional das culturas está diretamente associada às caracterís cas de cada região: • A batata é um tubérculo que se dá em todo o território. Como é muito u lizada na alimentação, cul va-se mais no norte (Trás-os-Montes) e centro (Oeste e Beira Litoral). • O trigo é um cereal de sequeiro que, tradicionalmente, se cul va em todo o interior do país, sobretudo no Alentejo, onde a modernização agrícola permi u tornar a sua produção mais rentável. • O milho é um cereal de regadio que, tradicionalmente, se cul vava mais nas regiões de Entre Douro e Minho e Beira Litoral. Porém, com a modernização dos sistemas de rega, o Alentejo apostou na irrigação ar ficial e aumentou a sua produção, sendo o maior produtor, em parte por passar a incluir a Lezíria do Tejo. • O tomate para indústria, assim como a beterraba sacarina e o girassol, são culturas industriais – des nam-se à transformação industrial – sendo o Alentejo a apresentar maior produção, pois inclui a Lezíria do Tejo.
  • 60. A Agricultura Biológica é um modo de produção que visa produzir alimentos e fibras têxteis de elevada qualidade, saudáveis, ao mesmo tempo que promove prá cas sustentáveis e de impacto posi vo no ecossistema agrícola. Assim, através do uso adequado de métodos preven vos e culturais, tais como as rotações, os adubos verdes, a compostagem, as consociações e a instalação de sebes vivas, entre outros, fomenta a melhoria da fer lidade do solo e a biodiversidade. A Agricultura Biológica A Agricultura Biológica é também conhecida como “agricultura orgânica” (Brasil e países de língua inglesa), “agricultura ecológica” (Espanha, Dinamarca) ou “agricultura natural” (Japão).
  • 61. Os pes cidas de síntese são proibidos salvo exceções (u lizações especiais) e nunca em aplicação direta sobre as culturas ou o solo. A legislação europeia de Agricultura Biológica inclui apenas uma lista restrita de pes cidas de origem natural: mineral, vegetal, animal ou microbiana, sem perigo para o ambiente e a saúde. Fig. Mercado de produtos biológicos
  • 62. A CERTIFICAÇÃO BIOLÓGICA, com sistema de rotulagem e uso do logó po: - permite aumentar a visibilidade para o consumidor; - garante ao consumidor que o produto final é autên co e merecedor da sua preferência; - obedece às normas europeias que regulam a agricultura biológica. Este logó po garante que:  > 95% dos ingredientes do produto foram produzidos em modo biológico;  O produto cumpre as regras do esquema oficial de controlo;  O produto veio diretamente do produtor ou do transformador numa embalagem selada;  O produto tem indicado o nome do produtor, transformador ou revendedor e o nome ou código do organismo de controlo.
  • 63.
  • 64.
  • 65. Tendo por referência os dados de 2015, a distribuição da ocupação cultural por região destacando-se que:  A super cie cul vada com pastagens, culturas forrageiras, culturas arvenses, pousio e olival têm a sua maior representa vidade na ocupação cultural das explorações em agricultura biológica do Alentejo.  A fru cultura tem a sua maior expressão na ocupação cultural das explorações em agricultura biológica da Beira Interior e do Alentejo.  A super cie cul vada com hor cultura tem a sua maior expressão na ocupação cultural das explorações em agricultura biológica do Alentejo.  A super cie cul vada com frutos secos tem a sua maior expressão na ocupação cultural das explorações em agricultura biológica de Trás-os-Montes. A super cie cul vada com plantas aromá cas tem a sua maior expressão na ocupação cultural das explorações em agricultura biológica do Ribatejo e Oeste. Curiosidades
  • 66. Reforma da PAC de 2003 Medidas horizontais Medidas setoriais O pagamento anual da totalidade das ajudas diretas aos produtores passa a ser em função do respeito das condições que impliquem a conservação do ambiente, a segurança alimentar e o bem estar animal. Permi ram a modernização e transformação do setor agrícola, com maior ênfase na qualidade dos produtos. Obje vos, entre outros: - promoção de uma agricultura sustentável, orientada para o mercado; - promoção da qualidade dos alimentos; - respeito pelas normas ambientais. A crescente aposta na agricultura biológica e a PAC
  • 67. Figs. U lização de apps, ligadas a sensores e drones.
  • 68. A pecuária • A criação de gado está, desde sempre, associada à a vidade agrícola, como complemento de rendimento, como ajuda nas tarefas agrícolas e ainda como modo de fer lização das terras. 68 Caracterização: • A vidade especializada. • Normas específicas de modernização. • Privilegia as espécies mais compe vas. Tipo de regime: • Normalmente feita em regime fechado (intensivo) -> controlo sobre alimentação e saúde dos animais. • Incen vos atuais para a criação em regime aberto (extensivo) -> alimentação mais natural, evita abuso de rações. Fig. Aviário.
  • 69. A pecuária O valor da produção da a vidade pecuária representava, em 2013, menos de metade do total do setor agrícola. A distribuição geográfica dos diferentes pos de gado não é uniforme e evidencia as condições naturais,mas sobretudo as opções de inves mento em unidades de produção intensiva. No valor da produção sobressai o setor do leite, seguido do gado bovino e do gado suíno
  • 70. Efe vos de gado bovino, ovino, caprino e suíno, por região agrária, em 2018. Fonte: Dados esta s cos, INE, 2019.
  • 71. Importância das espécies em Portugal para a produção de carne: Aves > gado bovino > gado suíno > gado ovino > gado caprino As aves são também importantes para a produção de ovos. O gado bovino é também importante para a produção de leite e derivados (predominante sobre o ovino e caprino). Fig. Aviário de galinhas poedeiras Fig. Vacaria orientada à produção de leite
  • 72. A exploração florestal • A principal ap dão do solo em Portugal é a exploração florestal. • A floresta ocupa um terço do território de Portugal con nental. • Se se aproveitassem os terrenos incultos e os solos improdu vos, este valor subiria para o dobro: cerca de 7 milhões de hectares. • Os incêndios são o principal problema da exploração florestal. • A limpeza periódica das matas e florestas, a instalação de pontos de água e a abertura de caminhos florestais são uma ajuda essencial no combate aos incêndios. 72
  • 73.
  • 74.
  • 75. Ocupação florestal em Portugal, por NUT II, em 2015 Fonte: ICNF Criptomérias Pinheiro-bravo (pinus pinaster)
  • 76. - A região do Alentejo destaca-se pela elevada proporção de área de ocupação com sobreiros e azinheiras, que cons tuem o importante montado. - O pinheiro bravo domina na região Centro, o pinheiro manso a sul do Tejo. - O eucalipto é a espécie dominante no território nacional. A floresta desempenha funções de grande importância, tanto a nível ambiental como a nível económico e social.
  • 77. CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DA FLORESTA PORTUGUESA E OS FOGOS FLORESTAIS - Estrutura fundiária arcaica; - Falta de inves mento em inves gação silvícola; - Escassez de recursos humanos qualificados; - Ausência de ordenamento florestal; - Arborização inadequada face às condições edafo-climá cas; - Gestão a va inadequada; - Insuficiente inves mento na prevenção. Medidas para a salvaguarda da floresta Reorganização fundiária Prevenção de incêndios Reflorestação