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PROF. ROUBIER MUNIZ DE SOUSA
GEOTECIFPE@GMAIL.COM
ATRITO NEGATIVO
Fundações
Profundas
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
ATRITO NEGATIVO
▐ 3.48 atrito negativo (NBR 6122/2010)
▐ o atrito lateral é considerado negativo quando o recalque do solo 4 maior
que o recalque da estaca ou tubulão. Esse fenômeno ocorre no caso de o
solo estar em processo de adensamento, provocado pelo seu peso próprio,
por sobrecargas lançadas na superfície, por rebaixamento do lençol
freático, pelo amolgamento da camada mole compressível decorrente de
execução de estaqueamento etc.
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
ATRITO NEGATIVO
▐ 5.8 Atrito negativo (NBR 6122/10)
▐ A ação do atrito negativo, quando atuante, deve ser considerada no
dimensionamento geotécnico e estrutural do elemento da fundação. A ação
do atrito negativo também pode ocorrer em blocos de coroamento, vigas
enterradas, reservatórios enterrados etc.
▐ Quando o atrito negativo for uma solicitação de valor significativo, é
recomendável que sua determinação seja mais bem avaliada através da
realização de provas de carga em estacas de comprimento tal que o atrito
positivo possa ser considerado igual ao atrito negativo nas estacas da obra.
Nestes casos as provas de carga podem ser feitas à tração, desde que a
estaca tenha armadura suficiente para suportar os esforços. Podem ser
utilizados recursos (como, por exemplo, pintura betuminosa), visando
minimizar os efeitos do atrito negativo.
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
ATRITO NEGATIVO
▐ Influência na carga admissível da estaca (NBR 6122, 2010)
▐ Método das tensões admissíveis
▐ Método dos valores de projeto
Padm = carga admissível geotécnica
PP = resistência de ponta na ruptura
PL = resistência lateral na ruptura
FSg = fator de segurança global
Qn = atrito negativo
Prd = carga geotécnica resistente de projeto
PP = resistência de ponta na ruptura
PL = resistência lateral na ruptura
Qn = atrito negativo
γx = fator de minoração da resistência
γf = fator de majoração das ações
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
ATRITO NEGATIVO
▐ Atrito Negativo
▐ Atrito lateral estaca solo
▐ Deslocamento relativo entre o solo e a estaca
▐ Atrito positivo
A estaca recalca mais que o solo envolta
Capacidade de carga geotécnica
▐ Atrito negativo
O solo recalca mais que a estaca
A estaca é sobrecarregada
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
ATRITO NEGATIVO
▐ Causas do atrito
negativo:
(a) adensamento
de argila
amolgada;
(b) adensamento
de argila por
aterro;
(c) idem por
rebaixamento do
lençol d’água;
(d) idem por
alívio de poro
pressões em
lençol confinado
(Lopes e Velloso,
2010)
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
ATRITO NEGATIVO
▐ O atrito negativo
como sobrecarga:
(a) caso de Qn
forte;
(b) caso de Qn
fraco;
(c) aplicações de
sobrecargas
temporárias
(Lopes e Velloso,
2010)
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
ATRITO NEGATIVO
▐ Estimativa da sobrecarga do atrito negativo
▐ Estimativa de Qn (Alonso, 1989)
U = perímetro da estaca
∆l = trechos de solo com rl constante
rl = adesão estaca-solo
Valor de rl
• Se for argila mole = coesão das argilas
• Pode ser adotado igual ao atrito lateral no caso de aterros
Estacas pré-moldadas
• rl não deverá exceder o peso do volume de solo amolgado
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
ATRITO NEGATIVO
▐ Estimativa da sobrecarga do atrito negativo
▐ Estimativa de Qn (Velloso e Lopes, 2010)
a = aderência estaca-solo (geralmente desprezada)
σ’v = tensão vertical efetiva junto da estaca na profundidade em estudo
K = coeficiente de empuxo lateral (≠ K0)
δ = ângulo de atrito solo-estaca
βξ = fator que considera a redução da tensão vertical efetiva geostática
em decorrência da transferência de carga para o solo
σ’v0 = tensão vertical efetiva geostática na profundidade em estudo
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
ATRITO NEGATIVO
▐ Exemplo:
▐ Calcular o atrito negativo em uma estaca tipo escavada (com D = 50cm) que
atravessa uma camada de aterro de 4 m de espessura constituído de uma
argila arenosa.
▐ Dados:
Coesão = 10 kPa
Ângulo de atrito = 22º
Peso específico do solo = 16 kN/m³
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
ATRITO NEGATIVO
▐ Métodos para reduzir Qn
▐ Pré-carregamento da camada compressível antes da instalação
das estacas
Atenção ao cronograma e aos custos
▐ Eliminação do contato direto da estaca com o solo
Instalação das estacas dentro de tubos de maior diâmetro
Limpa-se o solo dentro do tubo e depois crava-se a estaca
▐ Inviável quando há carga horizontais
Pintura da superfície externa da estaca com mistura betuminosa
especial
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
ATRITO NEGATIVO
▐ Emprego de
metodologias
construtivas para
redução do efeito
do atrito negativo
de estacas em
aterros sanitários
/lixões, como o
uso de camada
betuminosa na
face lateral da
estaca
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
ATRITO NEGATIVO
▐ Efeito TSCHEBOTARIOFF
▐ deslocamentos no interior da massa de solo, tanto na direção vertical como
na horizontal. No caso de haver estacas nas proximidades da área
carregada (e a sobrecarga situar-se de forma assimétrica em rela9ao as
estacas), estas se constituirão num impedimento a deformação do solo e,
consequentemente, ficarão sujeitas aos esforços dessa restrição
▐ Esse fen6meno foi descrito em detalhes pela primeira vez por Tschebotarioff,
em 1962, e passou a ser conhecido como efeito Tschebotariojf.
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
ATRITO NEGATIVO
▐ Exemplos clássicos do
chamado efeito
Tschebotarioff são:
a. armazém
estaqueado apenas
na periferia, onde o
material armazenado
transmite tensões
à camada
compressivel, que se
desloca lateralmente
e pressiona as
estacas periféricas;
b. tanque de
armazenamento de
fluidos estaqueado
apenas na periferia
(semelhante ao
caso acima);
c. muros de arrimo
sabre estacas;
d. muros de encontro
de pontes
(semelhante ao caso
acima)
e. aterro de acesso a
pontes.
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
ATRITO NEGATIVO
▐ Efeito TSCHEBOTARIOFF
▐ As medidas que podem ser tomadas para evitar ou minimizar o fen6meno são
(Lopes e Velloso, 2012):
1. remoção da argila mole (solução viável se a camada não for muito
espessa);
2. melhoria da argila mole por pre-carregamento, com emprego de drenos
verticais para acelerar os recalques;
3. utilização de reforço com geogrelhas na base do aterro;
4. execução de laje estaqueada para receber a sobrecarga;
5. no caso de aterros, diminuição da sobrecarga pela utilização de material
com peso especifico reduzido (como argila expandida) ou pela utilização de
aterro com vazios constituídos por bueiros (Aoki, 1970) ou isopor5;
6. utilização de estacas com adequada resistência 11 f1exao e orientadas
com seu eixo de maior inercia normal 11 direção do movimento;
7. encamisamento (com folgas) das estacas no trecho sujeito aos maiores
movimentos
FUNDAÇÕES PROFUNDAS
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FUNDAÇÕES
▐ EFEITO TSCHEBOTARIOFF

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  • 1. PROF. ROUBIER MUNIZ DE SOUSA GEOTECIFPE@GMAIL.COM ATRITO NEGATIVO Fundações Profundas
  • 2. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRITO NEGATIVO ▐ 3.48 atrito negativo (NBR 6122/2010) ▐ o atrito lateral é considerado negativo quando o recalque do solo 4 maior que o recalque da estaca ou tubulão. Esse fenômeno ocorre no caso de o solo estar em processo de adensamento, provocado pelo seu peso próprio, por sobrecargas lançadas na superfície, por rebaixamento do lençol freático, pelo amolgamento da camada mole compressível decorrente de execução de estaqueamento etc.
  • 3. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRITO NEGATIVO ▐ 5.8 Atrito negativo (NBR 6122/10) ▐ A ação do atrito negativo, quando atuante, deve ser considerada no dimensionamento geotécnico e estrutural do elemento da fundação. A ação do atrito negativo também pode ocorrer em blocos de coroamento, vigas enterradas, reservatórios enterrados etc. ▐ Quando o atrito negativo for uma solicitação de valor significativo, é recomendável que sua determinação seja mais bem avaliada através da realização de provas de carga em estacas de comprimento tal que o atrito positivo possa ser considerado igual ao atrito negativo nas estacas da obra. Nestes casos as provas de carga podem ser feitas à tração, desde que a estaca tenha armadura suficiente para suportar os esforços. Podem ser utilizados recursos (como, por exemplo, pintura betuminosa), visando minimizar os efeitos do atrito negativo.
  • 4. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRITO NEGATIVO ▐ Influência na carga admissível da estaca (NBR 6122, 2010) ▐ Método das tensões admissíveis ▐ Método dos valores de projeto Padm = carga admissível geotécnica PP = resistência de ponta na ruptura PL = resistência lateral na ruptura FSg = fator de segurança global Qn = atrito negativo Prd = carga geotécnica resistente de projeto PP = resistência de ponta na ruptura PL = resistência lateral na ruptura Qn = atrito negativo γx = fator de minoração da resistência γf = fator de majoração das ações
  • 5. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRITO NEGATIVO ▐ Atrito Negativo ▐ Atrito lateral estaca solo ▐ Deslocamento relativo entre o solo e a estaca ▐ Atrito positivo A estaca recalca mais que o solo envolta Capacidade de carga geotécnica ▐ Atrito negativo O solo recalca mais que a estaca A estaca é sobrecarregada
  • 6. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRITO NEGATIVO ▐ Causas do atrito negativo: (a) adensamento de argila amolgada; (b) adensamento de argila por aterro; (c) idem por rebaixamento do lençol d’água; (d) idem por alívio de poro pressões em lençol confinado (Lopes e Velloso, 2010)
  • 7. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRITO NEGATIVO ▐ O atrito negativo como sobrecarga: (a) caso de Qn forte; (b) caso de Qn fraco; (c) aplicações de sobrecargas temporárias (Lopes e Velloso, 2010)
  • 8. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRITO NEGATIVO ▐ Estimativa da sobrecarga do atrito negativo ▐ Estimativa de Qn (Alonso, 1989) U = perímetro da estaca ∆l = trechos de solo com rl constante rl = adesão estaca-solo Valor de rl • Se for argila mole = coesão das argilas • Pode ser adotado igual ao atrito lateral no caso de aterros Estacas pré-moldadas • rl não deverá exceder o peso do volume de solo amolgado
  • 9. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRITO NEGATIVO ▐ Estimativa da sobrecarga do atrito negativo ▐ Estimativa de Qn (Velloso e Lopes, 2010) a = aderência estaca-solo (geralmente desprezada) σ’v = tensão vertical efetiva junto da estaca na profundidade em estudo K = coeficiente de empuxo lateral (≠ K0) δ = ângulo de atrito solo-estaca βξ = fator que considera a redução da tensão vertical efetiva geostática em decorrência da transferência de carga para o solo σ’v0 = tensão vertical efetiva geostática na profundidade em estudo
  • 10. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRITO NEGATIVO ▐ Exemplo: ▐ Calcular o atrito negativo em uma estaca tipo escavada (com D = 50cm) que atravessa uma camada de aterro de 4 m de espessura constituído de uma argila arenosa. ▐ Dados: Coesão = 10 kPa Ângulo de atrito = 22º Peso específico do solo = 16 kN/m³
  • 11. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRITO NEGATIVO ▐ Métodos para reduzir Qn ▐ Pré-carregamento da camada compressível antes da instalação das estacas Atenção ao cronograma e aos custos ▐ Eliminação do contato direto da estaca com o solo Instalação das estacas dentro de tubos de maior diâmetro Limpa-se o solo dentro do tubo e depois crava-se a estaca ▐ Inviável quando há carga horizontais Pintura da superfície externa da estaca com mistura betuminosa especial
  • 12. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRITO NEGATIVO ▐ Emprego de metodologias construtivas para redução do efeito do atrito negativo de estacas em aterros sanitários /lixões, como o uso de camada betuminosa na face lateral da estaca
  • 13. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRITO NEGATIVO ▐ Efeito TSCHEBOTARIOFF ▐ deslocamentos no interior da massa de solo, tanto na direção vertical como na horizontal. No caso de haver estacas nas proximidades da área carregada (e a sobrecarga situar-se de forma assimétrica em rela9ao as estacas), estas se constituirão num impedimento a deformação do solo e, consequentemente, ficarão sujeitas aos esforços dessa restrição ▐ Esse fen6meno foi descrito em detalhes pela primeira vez por Tschebotarioff, em 1962, e passou a ser conhecido como efeito Tschebotariojf.
  • 14. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRITO NEGATIVO ▐ Exemplos clássicos do chamado efeito Tschebotarioff são: a. armazém estaqueado apenas na periferia, onde o material armazenado transmite tensões à camada compressivel, que se desloca lateralmente e pressiona as estacas periféricas; b. tanque de armazenamento de fluidos estaqueado apenas na periferia (semelhante ao caso acima); c. muros de arrimo sabre estacas; d. muros de encontro de pontes (semelhante ao caso acima) e. aterro de acesso a pontes.
  • 15. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ATRITO NEGATIVO ▐ Efeito TSCHEBOTARIOFF ▐ As medidas que podem ser tomadas para evitar ou minimizar o fen6meno são (Lopes e Velloso, 2012): 1. remoção da argila mole (solução viável se a camada não for muito espessa); 2. melhoria da argila mole por pre-carregamento, com emprego de drenos verticais para acelerar os recalques; 3. utilização de reforço com geogrelhas na base do aterro; 4. execução de laje estaqueada para receber a sobrecarga; 5. no caso de aterros, diminuição da sobrecarga pela utilização de material com peso especifico reduzido (como argila expandida) ou pela utilização de aterro com vazios constituídos por bueiros (Aoki, 1970) ou isopor5; 6. utilização de estacas com adequada resistência 11 f1exao e orientadas com seu eixo de maior inercia normal 11 direção do movimento; 7. encamisamento (com folgas) das estacas no trecho sujeito aos maiores movimentos