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Conceito e dimensões
A sexualidade como um dom de Deus para o homem
 Idéias equivocadas sobre a sexualidade (genitalidade).
 os que consideravam a sexualidade como algo
intrinsecamente negativo;
 os que entendiam a sexualidade como algo bom, porém,
buscando apenas o prazer genital.
A sexualidade como um dom de Deus para o homem
 As duas concepções “coincidem numa visão físico-
anatômica do sexo, como se se tratasse de fenômeno
puramente biológico, sem mais transcendência e
significado” (Eduardo Lopez Azpitarte).
 A genitalidade será sempre uma forma concreta de viver a
relação sexual, mas não a única nem tampouco a mais
frequente e necessária.
A sexualidade como um dom de Deus para o homem
 Uma primeira afirmação: a sexualidade abarca a pessoa
humana como um todo (corpo e alma).
 A sexualidade não é uma parte da pessoa, mas uma
dimensão que envolve todos os seus níveis.
A sexualidade como um dom de Deus para o homem
 A Congregação para a Doutrina da Fé afirma:
 A pessoa humana, segundo os dados da pesquisa
científica contemporânea, é tão profundamente afetada
pela sexualidade, que esta deve ser considerada como
um dos fatores que conferem à vida de cada um dos
indivíduos os traços principais que a distinguem. É do
sexo, efetivamente, que a pessoa humana recebe
aqueles caracteres que, no plano biológico, psicológico
e espiritual, a fazem homem e mulher, condicionando
por isso, em grande escala, a sua consecução da
maturidade e a sua inserção na sociedade.
A sexualidade como um dom de Deus para o homem
 O Magistério da Igreja ainda diz: “a sexualidade […] diz
respeito ao núcleo íntimo da pessoa humana como tal”
(FC 11).
 A Sagrada Congregação para a Educação Católica
reforça: “é uma componente fundamental da
personalidade, um modo de ser, de manifestar-se, de
comunicar com os outros, de sentir, de exprimir e viver
o amor humano”.
 A sexualidade adquire assim conteudo muito mais extenso
que em épocas anteriores, onde ficava reduzida ao âmbito
do exclusivamente genital. Ela designa as características
que determinam e condicionam nossa forma de ser
masculina ou feminina. É exigência enraizada no mais
profundo da pessoa humana. Só podemos viver como
homens ou como mulheres. E o diálogo, que surge da
relação entre ambos, não tem nem pode ter o mesmo signo
que o mantido com as pessoas do mesmo sexo. No primeiro
caso, existe um confronto recípocro, que não ocorre no
outro, como consequência da bissexualidade humana em
todos os níveis. Neste sentido, o simples fato de nossa
existência nos faz sexuados e converte nossa comunicação
em encontro sexual.
 AZPITARTE, Eduardo Lopez. Ética da sexualidade e do matrimonio. Paulus,
São Paulo, 1997, p. 50.
Dimensões da sexualidade
 Dimensão genética: desde o início da vida humana,
ou seja, a sua formação genética, já se torna visível uma
distinção sexual: homem ou mulher. Sexo
cromossômico ou genético.
O zigoto já define se a pessoa é homem (XY) ou
mulher (XX). Daí que, a sexualidade do homem e da
mulher é definida desde a primeira constituição do ser
humano.
Dimensões da sexualidade
 Dimensão morfológico-genital:
 Sexo gonádico: glândulas sexuais (testículos, ovários).
 Sexo hormonal: hormônios que contribuem para a
diferenciação sexual.
 Sexo genital: orgãos externos.
Dimensões da sexualidade
 Dimensão morfológico-genital:
Como consequência da distinção genética, homem e
mulher serão diferentes organicamente, isto é,
diferentes em relação aos membros do seu corpo.
Tal distinção não se refere somente aos órgãos genitais.
A sexualidade não abarca somente o aspecto genital;
este é apenas um dos seus elementos.
Dimensões da sexualidade
 Dimensão racional: O ser humano possui e faz uso
da razão, por isso, a sua sexualidade é determinada por
essa faculdade e não meramente por instinto.
Através da razão, o indivíduo pode chegar ao
conhecimento da outra pessoa e, desse modo, surge o
amor entre o homem e a mulher.
A vida sexual ultrapassa o campo meramente biológico
para instalar-se no mais profundo da relação homem-
mulher, que acontece mediante o amor.
 O amor, que se alimenta e se exprime no encontro do
homem e da mulher, é dom de Deus; é, por isso, força
positiva, orientada à sua maturação enquanto pessoas; é
também uma preciosa reserva para o dom de si que todos,
homens e mulheres, são chamados a realizar para a sua
própria realização e felicidade, num plano de vida que
representa a vocação de todos. O ser humano, com efeito, é
chamado ao amor como espírito encarnado, isto é, alma e
corpo na unidade da pessoa. O amor humano abarca
também o corpo e o corpo exprime também o amor
espiritual. A sexualidade, portanto, não é qualquer coisa de
puramente biológico, mas refere-se antes ao núcleo íntimo
da pessoa. O uso da sexualidade como doação física tem a
sua verdade e atinge o seu pleno significado quando é
expressão da doação pessoal do homem e da mulher até à
morte. (Sexualidade Humana: verdade e significado).
Dimensões da sexualidade
 Dimensão afetivo-sentimental: a sexualidade tem
também fatores psíquicos, os quais influenciam
fortemente a questão afetiva, os sentimentos do
homem e da mulher, como já vimos na dimensão
racional, que fala do amor como resultado do
conhecimento.
 A sexualidade humana, que desde a genética tem um
sentido de complementaridade entre homem e
mulher, está relacionada aos afetos e ao amor.
Dimensões da sexualidade
 A linguagem corrente reduz o instinto sexual somente ao
aspecto genital, porém, trata-se de uma realidade que pode
ser expressa como desejo de amar e ser amado, em sentido
mais geral e indeterminado.
 Freud adotou o termo “libido” para falar dessa componente
da sexualidade humana.
Dimensões da sexualidade
 Dimensão voluntária-responsável: O exercício da
sexualidade no ser humano é realizado de modo livre,
ou seja, de acordo com o seu querer e vontade.
 Assume caráter de responsabilidade.
 Sexo psicológico: percepção e convicção de pertença.
 É de suma importância o processo de assunção
(assumir) da identidade de gênero, que é o caminho que,
a partir do momento que a pessoa toma consciência do
próprio sexo leva a um comportamento que indica a sua
aceitação.
Dimensões da sexualidade
 O grande valor antropológico e teológico da
sexualidade é a possibilidade de comunhão.
 A distinção sexual é potencialidade e vocação à
comunhão.
 Uma insegura assunção da própria identidade de
gênero ou ainda uma rejeição do próprio sexo pode
ocasionar desvios na orientação sexual.
Dimensões da sexualidade
 Dimensão prazerosa: A prática sexual dos homens
tem como uma componente fundamental o prazer, o
qual não se restringe somente ao caráter genital da
sexualidade, mas se refere também à vida afetivo-
sentimental.
A dimensão prazerosa deve estar em sintonia com as
demais dimensões da sexualidade.
Dimensões da sexualidade
 Dimensão procriadora: A procriação surge como
uma finalidade da atividade sexual entre o homem e a
mulher.
 É fruto da complementar união de amor entre homem
e mulher, sendo um dom do Criador para ambos.
Dimensões da sexualidade
 A genitalidade orientada para a procriação é a
expressão máxima, no plano físico, da comunhão de
amor dos cônjuges. Fora deste contexto de dom
recíproco - realidade que o cristão vive sustentado e
enriquecido de maneira particular pela graça de Deus -
ela perde o seu sentido, dá lugar ao egoísmo e é uma
desordem moral.
(Orientações educativas sobre o amor humano).
Dimensões da sexualidade
 O homem deve equilibrar bem todas as dimensões na
vivência da sua sexualidade ou, do contrário, esta não
alcançará sua plena realização.

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A sexualidade humana em suas múltiplas dimensões

  • 2. A sexualidade como um dom de Deus para o homem  Idéias equivocadas sobre a sexualidade (genitalidade).  os que consideravam a sexualidade como algo intrinsecamente negativo;  os que entendiam a sexualidade como algo bom, porém, buscando apenas o prazer genital.
  • 3. A sexualidade como um dom de Deus para o homem  As duas concepções “coincidem numa visão físico- anatômica do sexo, como se se tratasse de fenômeno puramente biológico, sem mais transcendência e significado” (Eduardo Lopez Azpitarte).  A genitalidade será sempre uma forma concreta de viver a relação sexual, mas não a única nem tampouco a mais frequente e necessária.
  • 4. A sexualidade como um dom de Deus para o homem  Uma primeira afirmação: a sexualidade abarca a pessoa humana como um todo (corpo e alma).  A sexualidade não é uma parte da pessoa, mas uma dimensão que envolve todos os seus níveis.
  • 5. A sexualidade como um dom de Deus para o homem  A Congregação para a Doutrina da Fé afirma:  A pessoa humana, segundo os dados da pesquisa científica contemporânea, é tão profundamente afetada pela sexualidade, que esta deve ser considerada como um dos fatores que conferem à vida de cada um dos indivíduos os traços principais que a distinguem. É do sexo, efetivamente, que a pessoa humana recebe aqueles caracteres que, no plano biológico, psicológico e espiritual, a fazem homem e mulher, condicionando por isso, em grande escala, a sua consecução da maturidade e a sua inserção na sociedade.
  • 6. A sexualidade como um dom de Deus para o homem  O Magistério da Igreja ainda diz: “a sexualidade […] diz respeito ao núcleo íntimo da pessoa humana como tal” (FC 11).  A Sagrada Congregação para a Educação Católica reforça: “é uma componente fundamental da personalidade, um modo de ser, de manifestar-se, de comunicar com os outros, de sentir, de exprimir e viver o amor humano”.
  • 7.  A sexualidade adquire assim conteudo muito mais extenso que em épocas anteriores, onde ficava reduzida ao âmbito do exclusivamente genital. Ela designa as características que determinam e condicionam nossa forma de ser masculina ou feminina. É exigência enraizada no mais profundo da pessoa humana. Só podemos viver como homens ou como mulheres. E o diálogo, que surge da relação entre ambos, não tem nem pode ter o mesmo signo que o mantido com as pessoas do mesmo sexo. No primeiro caso, existe um confronto recípocro, que não ocorre no outro, como consequência da bissexualidade humana em todos os níveis. Neste sentido, o simples fato de nossa existência nos faz sexuados e converte nossa comunicação em encontro sexual.  AZPITARTE, Eduardo Lopez. Ética da sexualidade e do matrimonio. Paulus, São Paulo, 1997, p. 50.
  • 8. Dimensões da sexualidade  Dimensão genética: desde o início da vida humana, ou seja, a sua formação genética, já se torna visível uma distinção sexual: homem ou mulher. Sexo cromossômico ou genético. O zigoto já define se a pessoa é homem (XY) ou mulher (XX). Daí que, a sexualidade do homem e da mulher é definida desde a primeira constituição do ser humano.
  • 9. Dimensões da sexualidade  Dimensão morfológico-genital:  Sexo gonádico: glândulas sexuais (testículos, ovários).  Sexo hormonal: hormônios que contribuem para a diferenciação sexual.  Sexo genital: orgãos externos.
  • 10. Dimensões da sexualidade  Dimensão morfológico-genital: Como consequência da distinção genética, homem e mulher serão diferentes organicamente, isto é, diferentes em relação aos membros do seu corpo. Tal distinção não se refere somente aos órgãos genitais. A sexualidade não abarca somente o aspecto genital; este é apenas um dos seus elementos.
  • 11. Dimensões da sexualidade  Dimensão racional: O ser humano possui e faz uso da razão, por isso, a sua sexualidade é determinada por essa faculdade e não meramente por instinto. Através da razão, o indivíduo pode chegar ao conhecimento da outra pessoa e, desse modo, surge o amor entre o homem e a mulher. A vida sexual ultrapassa o campo meramente biológico para instalar-se no mais profundo da relação homem- mulher, que acontece mediante o amor.
  • 12.  O amor, que se alimenta e se exprime no encontro do homem e da mulher, é dom de Deus; é, por isso, força positiva, orientada à sua maturação enquanto pessoas; é também uma preciosa reserva para o dom de si que todos, homens e mulheres, são chamados a realizar para a sua própria realização e felicidade, num plano de vida que representa a vocação de todos. O ser humano, com efeito, é chamado ao amor como espírito encarnado, isto é, alma e corpo na unidade da pessoa. O amor humano abarca também o corpo e o corpo exprime também o amor espiritual. A sexualidade, portanto, não é qualquer coisa de puramente biológico, mas refere-se antes ao núcleo íntimo da pessoa. O uso da sexualidade como doação física tem a sua verdade e atinge o seu pleno significado quando é expressão da doação pessoal do homem e da mulher até à morte. (Sexualidade Humana: verdade e significado).
  • 13. Dimensões da sexualidade  Dimensão afetivo-sentimental: a sexualidade tem também fatores psíquicos, os quais influenciam fortemente a questão afetiva, os sentimentos do homem e da mulher, como já vimos na dimensão racional, que fala do amor como resultado do conhecimento.  A sexualidade humana, que desde a genética tem um sentido de complementaridade entre homem e mulher, está relacionada aos afetos e ao amor.
  • 14. Dimensões da sexualidade  A linguagem corrente reduz o instinto sexual somente ao aspecto genital, porém, trata-se de uma realidade que pode ser expressa como desejo de amar e ser amado, em sentido mais geral e indeterminado.  Freud adotou o termo “libido” para falar dessa componente da sexualidade humana.
  • 15. Dimensões da sexualidade  Dimensão voluntária-responsável: O exercício da sexualidade no ser humano é realizado de modo livre, ou seja, de acordo com o seu querer e vontade.  Assume caráter de responsabilidade.  Sexo psicológico: percepção e convicção de pertença.  É de suma importância o processo de assunção (assumir) da identidade de gênero, que é o caminho que, a partir do momento que a pessoa toma consciência do próprio sexo leva a um comportamento que indica a sua aceitação.
  • 16. Dimensões da sexualidade  O grande valor antropológico e teológico da sexualidade é a possibilidade de comunhão.  A distinção sexual é potencialidade e vocação à comunhão.  Uma insegura assunção da própria identidade de gênero ou ainda uma rejeição do próprio sexo pode ocasionar desvios na orientação sexual.
  • 17. Dimensões da sexualidade  Dimensão prazerosa: A prática sexual dos homens tem como uma componente fundamental o prazer, o qual não se restringe somente ao caráter genital da sexualidade, mas se refere também à vida afetivo- sentimental. A dimensão prazerosa deve estar em sintonia com as demais dimensões da sexualidade.
  • 18. Dimensões da sexualidade  Dimensão procriadora: A procriação surge como uma finalidade da atividade sexual entre o homem e a mulher.  É fruto da complementar união de amor entre homem e mulher, sendo um dom do Criador para ambos.
  • 19. Dimensões da sexualidade  A genitalidade orientada para a procriação é a expressão máxima, no plano físico, da comunhão de amor dos cônjuges. Fora deste contexto de dom recíproco - realidade que o cristão vive sustentado e enriquecido de maneira particular pela graça de Deus - ela perde o seu sentido, dá lugar ao egoísmo e é uma desordem moral. (Orientações educativas sobre o amor humano).
  • 20. Dimensões da sexualidade  O homem deve equilibrar bem todas as dimensões na vivência da sua sexualidade ou, do contrário, esta não alcançará sua plena realização.