6 passos iniciais para que seu projeto de Social CRM tenha sucesso
200516_Vida Económica
1. Tiragem: 12750
País: Portugal
Period.: Semanal
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 24
Cores: Cor
Área: 25,44 x 29,78 cm²
Corte: 1 de 2ID: 64526020 20-05-2016
Desde março que Céu
Mendonça assumiu o
comando da portuguesa
Ciben. Um rosto bem
conhecido das TI já que
passou por casas como
a Primavera BSS, a Sage
e, mais recentemente, a
PHC, onde era diretora
comercial. Agora é
CEO. Está no topo da
cadeia executiva e quer
elevar a regional Ciben
a um patamar nacional,
contou-nos naquela
que foi a sua primeira
entrevista enquanto chief
executive officer.
SUSANA MARVÃO
s.marvao@vidaeconomica.pt
Vida Económica - Passou pela
Primavera BSS, onde esteve 11
anos, pela Sage, onde esteve
quatro, e acabou por aterrar
na PHC, onde permaneceu
cerca de três. E agora,
quando demos por si,
estava a anunciar
ser CEO da portu-
guesa Ciben…
Céu Mendon-
ça - Sim, em
outubro tomei
a decisão de
sair da PHC.
Deixei passar
o final do ano,
entretanto as
coisas começa-
ram a alinhar-se
e acabei por aceitar
o desafio da Ciben,
que está a festejar 24
anos. E eu conheço
esta empresa há mui-
tos anos, lidei com ela
quando estava ainda
na Primavera, foi um
dos primeiros parceiros
com os quais trabalhei.
Começou por ser um
projeto local, que nasceu
em Benavente e que, isto
nos anos 90, vendia infor-
mática. Vendiam compu-
tadores, instalações de rede.
Mas já nessa altura a Ciben
fazia algum desenvolvimento
de software, na altura multimedia.
E há cerca de dez anos começou a
adquirir alguns parques de clientes
de parceiros que foram abando-
nando a área de software de ges-
tão. Atualmente, temos cerca de
700 clientes ativos.
VE - E então hoje como é que
a Ciben se apresenta ao merca-
do?
CM - Somos uma empresa de
consultoria em sistemas e soluções
de apoio à gestão. E trabalhamos
com ferramentas como as da Pri-
mavera e da Sage. Temos uma
área de desenvolvimento que faz a
customização do produto e, em al-
guns casos, desenvolvemos módu-
los específicos para os clientes, em
cima da solução dos fabricantes.
VE - Pessoalmente, chegou
ao topo da cadeia de gestão. Vai
ser um desafio diferente.
CM - Claramente. Do ponto
de vista pessoal e de carreira, é um
grande desafio. Isto apesar de, por
ter estado nas áreas comerciais,
sempre lidei com a componente
de negócio. Mas, em termos de
carreira claramente é um grande
desafio. Porque uma coisa é sermos
responsáveis por uma área dentro
de uma empresa. Outra coisa é sa-
bermos que, agora, a navegação é
minha. É uma empresa pequena,
quando comparado com outros
players, mas também por isso é um
desafio ainda maior.
VE - E que grandes diferen-
ças tem sentido entre os dois
papéis de diretora comercial e
agora CEO?
CM - Sempre tive cargos que
envolvessem gerir pessoas. E, por
exemplo, na PHC fazia parte da
equipa de gestão da empresa, na
área comercial acabamos um pou-
co por estar envolvidos na estraté-
gia da organização. Mas a questão
é que agora, enquanto CEO, sou
eu que tenho de ter a visão para
o futuro. E há que ter uma visão
mais alargada do que antes. Tenho
de olhar não só para o negócio,
mas também para as pessoas, para
as áreas mais técnicas. Aqui, a em-
presa vai ser o que eu conseguir
imaginar e a forma como eu im-
plementar essa estratégia. E as op-
ções que eu tomar. Com a questão
de que a Ciben tem crescido, tem
tido bons resultados, mas agora
quer impulsionar de forma notória
esse crescimento. E eu claramente
penso e assumo: se daqui a um ano
não houver um resultado expressi-
vo, falhei. E depois há que gerir as
expetativas, porque obviamente
não as queremos defraudar.
VE - Hoje, dada a volatilidade
do mercado, essa visão a médio
e longo prazo está mais compli-
cada?
CM - Há que ser mais ágil nas
reações. Há que ter essa tal visão,
até porque a tal visão, para ser atin-
gida, ter de ser um trabalho con-
tinuado no tempo, mas temos de
estar muito mais atentos do ponto
de vista da monitorização e contro-
lo. Porque uma variável pode apa-
recer, nomeadamente uma variável
externa, e mudar tudo. Quando
chegou a “troika”, o país, as empre-
sas tiveram de se ajustar. Por outro
lado, relativamente ao software, há
novos paradigmas. Há a entrada
de novos players, é um mercado
muito maduro. No fundo, temos
de navegar com uma visão de três,
cinco anos, mas tendo uma aten-
ção ao dia a dia redobrada.
VE - Que grandes linhas tra-
çou?
CM - Primeiro, queremos que
a Ciben atinja claramente um
âmbito nacional. Ou seja, a am-
bição de crescimento é o princi-
pal foco, pelo que a abrangência
nacional é obrigatória. Queremos
também reafirmarmo-nos no
segmento de “mid-market” até
porque existem imensas oportu-
nidades neste nicho. Há muitas
empresas em Portugal que estão
satisfeitas ao nível do seu ERP
mas que se estão a internacionali-
zar e precisam de outras soluções.
Acima de tudo, para crescer pre-
QUER ORGÂNICO, QUER POR VIA DA AQUISIÇÃO
Céu Mendonça assume
com olhos postos no
Queremos que a Ciben atinja claramente
um âmbito nacional. Ou seja, a ambição de
crescimento é o principal foco pelo que a
abrangência nacional é obrigatória
Depois da Primavera BSS e da PHC, Céu Mendonça abraça o desafio de ser
CEO da Ciben.
2. Tiragem: 12750
País: Portugal
Period.: Semanal
Âmbito: Economia, Negócios e.
Pág: 25
Cores: Preto e Branco
Área: 25,53 x 29,57 cm²
Corte: 2 de 2ID: 64526020 20-05-2016
cisamos de ter massa crítica, pelo
que estamos a analisar a hipótese
de incorporar pequenas empresas
ou parques de outras empresas. E
eventualmente adquirir empresas
que complementem aquilo que é
a oferta da Ciben.
VE - Ou seja, preveem um
crescimento orgânico mas tam-
bém por aquisição.
CM - Exatamente. Em termos
de crescimento orgânico, no prazo
de 3-5 anos queremos duplicar o
volume de negócios que hoje te-
mos.
VE - Que é de?
CM - Registámos 1,3 milhões
de euros. Ou seja, ainda é um pe-
queno valor e por isso queremos
crescer não só organicamente mas
também adquirindo. Em vez de
um caminho mais longo, iremos,
digamos, através de um atalho
para garantir um crescimento mais
acelerado. Até porque temos uma
excelente equipa técnica, com ex-
periência, o que é fundamental.
Entretanto, já foi apresentado à
empresa o novo desenho organi-
zacional. Antes a Ciben – desde a
mensagem ao plano de ação - não
estava segmentada e por isso criou-
-se uma espécie de unidades de
negócio para assim conseguirmos
pensar e trabalhar de uma forma
mais clara, de acordo com o perfil
do cliente. Isso vai-nos ajudar a ser-
mos mais eficientes.
VE - De entre essas áreas de
negócio há alguma que parti-
cularmente acredita ir ter um
maior peso no crescimento do
próximo ano?
CM - Penso que vai ser o desen-
volvimento próprio, de resto onde
nos diferenciamos, onde resolve-
mos problemas. Por outro lado, es-
tamos a lançar dois produtos nos-
sos, customizados. Um portal para
a área de colaboradores e um siste-
ma de apoio ao suporte, áreas que
nos abrem portas a novos clientes.
Por exemplo, podemos agora ter
um cliente que, tendo já Primave-
ra, não é nosso cliente de ERP. E
isso irá dar-nos alguma escala.
VE - Foi uma boa altura para
este salto? Sente que o mercado
já está a mudar?
CM - Portugal terá sempre pro-
blemas de crescimento enquanto
não mudarmos uma série de ques-
tões ao nível infraestruturante do
país. Creio que a nossa forma de
estar estrutural e organizacional é
muito mais reativa do que proa-
tiva. Penso que, se as empresas
começarem a adotar uma postura
mais proativa, os resultados apare-
cem. Temos é de ser consistentes
no que fazemos. Acredito mesmo
que se trabalharmos de forma siste-
matizada há sempre retorno. E há
oportunidades em Portugal.
liderança da Ciben
crescimento