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T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
MEDIDAS DE TENDÊNCIA
CENTRAL
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T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
DISPERSÃO OU VARIABILIDADE
É a maior ou menor diversificação dos valores de uma
variável em torno de um valor de tendência central (média
ou mediana ) tomado como ponto de comparação.
A média - ainda que considerada como um número que tem
a faculdade de representar uma série de valores - não pode,
por si mesma, destacar o grau de homogeneidade ou
heterogeneidade que existe entre os valores que compõem
o conjunto.
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T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
Consideremos os seguintes conjuntos de valores das
variáveis X, Y e Z:
X = { 70, 70, 70, 70, 70 }
Y = { 68, 69, 70 ,71 ,72 }
Z = { 5, 15, 50, 120, 160 }
Observamos então que os três conjuntos apresentam a mesma
média aritmética = 350/5 = 70
O conjunto X é mais homogéneo que os conjuntos Y e Z.
O conjunto Y, por sua vez, é mais homogéneo que o conjunto Z.
O conjunto X apresenta dispersão nula, o conjunto Y apresenta
uma dispersão menor que o conjunto Z.
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T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
Amplitude Total
É a única medida de dispersão que não tem na média o ponto de
referência.
Quando os dados não estão agrupados a amplitude total é a
diferença entre o maior e o menor valor observado:
AT = X máximo - X mínimo.
Exemplo:
Para os valores 40, 45, 48, 62 e 70
AT = 70 - 40 = 30
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T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
Quando os dados estão agrupados sem intervalos de classe
temos : AT = X máximo - X mínimo.
Exemplo:
xi fi
0 2
1 6
3 5
4 3
AT = 4 - 0 = 4
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T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
Com intervalos de classe
a amplitude total é a diferença entre o limite superior da última
classe e o limite inferior da primeira classe.
Então: AT = L máximo - l mínimo
Exemplo:
Classes fi
4 |------------- 6 6
6 |------------- 8 2
8 |----------- 10 3
AT = 10 - 4 = 6
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T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
Desvio médio absoluto
Para dados brutos
É a média aritmética dos valores absolutos dos desvios
tomados em relação a uma das seguintes medidas de
tendência central: média ou mediana. Símbolo = Dm
Fórmula : para a Média = Σ | Xi - | / n
Fórmula : para a Mediana = Σ | Xi – Md | / n
Formador: Fernando Esperança
T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
Exemplo: Calcular o desvio médio do conjunto de números
{ - 4 , - 3 , - 2 , 3 , 5 }
= - 0, 2 e Md = - 2
Tabela auxiliar para cálculo do desvio médio
Xi Xi - Xi - Md
-4 (- 4) - (-0,2) = -3,8 3,8 (- 4) - (-2) = - 2 2
-3 (- 3) - (-0,2) = -2,8 2,8 (- 3) - (-2) = - 1 1
-2 (- 2) - (-0,2) = -1,8 1,8 (- 2) - (-2) = 0 0
3 3 - (-0,2) = 3,2 3,2 3 - (-2) = 5 5
5 5 - (-0,2) = 5,2 5,2 5 - (-2) = 7 7
Σ =16,8 Σ =15
Pela Média : Dm = 16,8 / 5 = 3,36 Pela Mediana : Dm = 15 / 5 = 3
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Desvio médio para Dados Tabulados
Se os valores vierem dispostos em uma tabela de
frequências, agrupados ou não em classes, serão usadas
as seguintes fórmulas:
Cálculo pela média: Dm = (Σ |Xi - |. fi ) / Σ fi
Cálculo pela mediana: Dm = (Σ |Xi - Md |. fi ) / Σ fi
Desvio médio absoluto
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Exemplo de cálculo pela média:
Xi f i Xi . f i Xi - | Xi - | | Xi - | . f i
3 2 6 4,7 - 1,7 1,7 3,4
4 2 8 4,7 - 0,7 0,7 1,4
5 3 15 4,7 0,3 0,3 0,9
6 3 18 4,7 1,3 1,3 3,9
Σ = 10 47 Σ =9,6
Dm = 9,6 / 10 = 0,96
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Desvio médio pela mediana segue o mesmo raciocínio.
Xi f i Md Xi - Md | Xi - Md | | Xi - Md | . f i
3 2 5 - 2 2 4
4 2 5 - 1 1 2
5 3 5 0 0 0
6 3 5 1 1 1
Σ =10 Σ =7
Dm = 7 / 10 = 0,70
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DESVIO PADRÃO
É a medida de dispersão mais usada, pois leva em consideração
a totalidade dos valores da variável em estudo.
É um indicador de variabilidade bastante estável.
O desvio padrão baseia-se nos desvios em torno da média
aritmética e a sua fórmula básica pode ser traduzida como:
A raiz quadrada da média aritmética dos quadrados dos
desvios e é representada por S.
O desvio-padrão de uma população é representado por .
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Esta fórmula é empregada quando tratamos de uma
amostra de dados não-agrupados.
Quando a amostra é grande (n > 30) usa-se n no
denominador, se não a média calcula-se sobre n-1.
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T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
Exemplo:
Calcular o desvio padrão da população representada por
- 4 , -3 , -2 , 3 , 5
Xi
-4 - 0,2 - 3,8 14,44
-3 - 0,2 - 2,8 7,84
-2 - 0,2 - 1,8 3,24
3 - 0,2 3,2 10,24
5 - 0,2 5,2 27,04
Σ =62,8
Sabemos que n = 5 e 62,8 / 4 = 15,7
A raiz quadrada de 15,7 é o desvio padrão = 3,96
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O desvio padrão goza de algumas propriedades:
1ª = Somando-se (ou subtraindo-se) uma constante a todos os
valores de uma variável, o desvio padrão não se altera.
2ª = Multiplicando-se (ou dividindo-se) todos os valores de uma
variável por uma constante (diferente de zero), o desvio padrão fica
multiplicado ( ou dividido) por essa constante.
Quando os dados estão agrupados (temos a presença de frequências)
a fórmula do desvio padrão ficará :
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T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
Exemplo:
Calcule o desvio padrão populacional da tabela abaixo:
Xi f i Xi . f i . f i
0 2 0 2,1 -2,1 4,41 8,82
1 6 6 2,1 -1,1 1,21 7,26
2 12 24 2,1 -0,1 0,01 0,12
3 7 21 2,1 0,9 0,81 5,67
4 3 12 2,1 1,9 3,61 10,83
Total 30 63 Σ =32,70
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Sabemos que Σ fi = 30 e 32,7 / 30 = 1,09.
A raiz quadrada de 1,09 é o desvio padrão = 1,044
Se considerarmos os dados como sendo de uma amostra o
desvio padrão seria :
a raiz quadrada de 32,7 / (30 -1) = 1,062
Obs: Nas tabelas de frequências com intervalos de classe
a fórmula a ser utilizada é a mesma do exemplo anterior.
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T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
VARIÂNCIA
É o desvio padrão elevado ao quadrado e é
simbolizado por S2
A variância é uma medida que tem pouca utilidade
como estatística descritiva, porém é extremamente
importante na inferência estatística e em
combinações de amostras.
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T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
CVP: Coeficiente de Variação de Pearson
Na estatística descritiva o desvio padrão por si só tem
grandes limitações. Assim, um desvio padrão de 2 unidades
pode ser considerado pequeno para uma série de valores
cujo valor médio é 200; no entanto, se a média for igual a
20, o mesmo não pode ser dito.
Além disso, o facto de o desvio padrão ser expresso na
mesma unidade dos dados limita o seu emprego quando
desejamos comparar duas ou mais séries de valores,
relativamente à sua dispersão ou variabilidade, quando
expressas em unidades diferentes.
Formador: Fernando Esperança
T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
Para contornar essas dificuldades e limitações, podemos
caracterizar a dispersão ou variabilidade dos dados em
termos relativos a seu valor médio, medida essa denominada
de CVP: Coeficiente de Variação de Pearson (é a razão entre
o desvio padrão e a média referentes a dados de uma mesma
série).
A fórmula do CVP = (S / ) x 100 ( o resultado neste
caso é expresso em percentagem, entretanto pode ser
expresso também através de um factor decimal, desprezando
assim o valor 100 da fórmula).
CVP: Coeficiente de Variação de Pearson
Formador: Fernando Esperança
T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
Exemplo:
Tomemos os resultados das estaturas e dos pesos de um
mesmo grupo de indivíduos:
Discriminação M É D I A DESVIO PADRÃO
ESTATURA 175 cm 5,0 cm
PESO 68 kg 2,0 kg
Qual das medidas (Estatura ou Peso) possui maior
homogeneidade ?
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T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES
Resposta:
Teremos que calcular o CVP da Estatura e o CVP do
Peso. O resultado menor será o de maior
homogeneidade ( menor dispersão ou
variabilidade).
CVP estatura = ( 5 / 175 ) x 100 = 2,85 %
CVP peso = ( 2 / 68 ) x 100 = 2,94 %.
Logo, nesse grupo de indivíduos, as estaturas
apresentam menor grau de dispersão que os pesos.

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Medidas de dispersão e variabilidade

  • 1. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES MEDIDAS DE TENDÊNCIA CENTRAL
  • 2. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES DISPERSÃO OU VARIABILIDADE É a maior ou menor diversificação dos valores de uma variável em torno de um valor de tendência central (média ou mediana ) tomado como ponto de comparação. A média - ainda que considerada como um número que tem a faculdade de representar uma série de valores - não pode, por si mesma, destacar o grau de homogeneidade ou heterogeneidade que existe entre os valores que compõem o conjunto.
  • 3. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Consideremos os seguintes conjuntos de valores das variáveis X, Y e Z: X = { 70, 70, 70, 70, 70 } Y = { 68, 69, 70 ,71 ,72 } Z = { 5, 15, 50, 120, 160 } Observamos então que os três conjuntos apresentam a mesma média aritmética = 350/5 = 70 O conjunto X é mais homogéneo que os conjuntos Y e Z. O conjunto Y, por sua vez, é mais homogéneo que o conjunto Z. O conjunto X apresenta dispersão nula, o conjunto Y apresenta uma dispersão menor que o conjunto Z.
  • 4. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Amplitude Total É a única medida de dispersão que não tem na média o ponto de referência. Quando os dados não estão agrupados a amplitude total é a diferença entre o maior e o menor valor observado: AT = X máximo - X mínimo. Exemplo: Para os valores 40, 45, 48, 62 e 70 AT = 70 - 40 = 30
  • 5. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Quando os dados estão agrupados sem intervalos de classe temos : AT = X máximo - X mínimo. Exemplo: xi fi 0 2 1 6 3 5 4 3 AT = 4 - 0 = 4
  • 6. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Com intervalos de classe a amplitude total é a diferença entre o limite superior da última classe e o limite inferior da primeira classe. Então: AT = L máximo - l mínimo Exemplo: Classes fi 4 |------------- 6 6 6 |------------- 8 2 8 |----------- 10 3 AT = 10 - 4 = 6
  • 7. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Desvio médio absoluto Para dados brutos É a média aritmética dos valores absolutos dos desvios tomados em relação a uma das seguintes medidas de tendência central: média ou mediana. Símbolo = Dm Fórmula : para a Média = Σ | Xi - | / n Fórmula : para a Mediana = Σ | Xi – Md | / n
  • 8. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Exemplo: Calcular o desvio médio do conjunto de números { - 4 , - 3 , - 2 , 3 , 5 } = - 0, 2 e Md = - 2 Tabela auxiliar para cálculo do desvio médio Xi Xi - Xi - Md -4 (- 4) - (-0,2) = -3,8 3,8 (- 4) - (-2) = - 2 2 -3 (- 3) - (-0,2) = -2,8 2,8 (- 3) - (-2) = - 1 1 -2 (- 2) - (-0,2) = -1,8 1,8 (- 2) - (-2) = 0 0 3 3 - (-0,2) = 3,2 3,2 3 - (-2) = 5 5 5 5 - (-0,2) = 5,2 5,2 5 - (-2) = 7 7 Σ =16,8 Σ =15 Pela Média : Dm = 16,8 / 5 = 3,36 Pela Mediana : Dm = 15 / 5 = 3
  • 9. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Desvio médio para Dados Tabulados Se os valores vierem dispostos em uma tabela de frequências, agrupados ou não em classes, serão usadas as seguintes fórmulas: Cálculo pela média: Dm = (Σ |Xi - |. fi ) / Σ fi Cálculo pela mediana: Dm = (Σ |Xi - Md |. fi ) / Σ fi Desvio médio absoluto
  • 10. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Exemplo de cálculo pela média: Xi f i Xi . f i Xi - | Xi - | | Xi - | . f i 3 2 6 4,7 - 1,7 1,7 3,4 4 2 8 4,7 - 0,7 0,7 1,4 5 3 15 4,7 0,3 0,3 0,9 6 3 18 4,7 1,3 1,3 3,9 Σ = 10 47 Σ =9,6 Dm = 9,6 / 10 = 0,96
  • 11. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Desvio médio pela mediana segue o mesmo raciocínio. Xi f i Md Xi - Md | Xi - Md | | Xi - Md | . f i 3 2 5 - 2 2 4 4 2 5 - 1 1 2 5 3 5 0 0 0 6 3 5 1 1 1 Σ =10 Σ =7 Dm = 7 / 10 = 0,70
  • 12. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES DESVIO PADRÃO É a medida de dispersão mais usada, pois leva em consideração a totalidade dos valores da variável em estudo. É um indicador de variabilidade bastante estável. O desvio padrão baseia-se nos desvios em torno da média aritmética e a sua fórmula básica pode ser traduzida como: A raiz quadrada da média aritmética dos quadrados dos desvios e é representada por S. O desvio-padrão de uma população é representado por .
  • 13. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Esta fórmula é empregada quando tratamos de uma amostra de dados não-agrupados. Quando a amostra é grande (n > 30) usa-se n no denominador, se não a média calcula-se sobre n-1.
  • 14. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Exemplo: Calcular o desvio padrão da população representada por - 4 , -3 , -2 , 3 , 5 Xi -4 - 0,2 - 3,8 14,44 -3 - 0,2 - 2,8 7,84 -2 - 0,2 - 1,8 3,24 3 - 0,2 3,2 10,24 5 - 0,2 5,2 27,04 Σ =62,8 Sabemos que n = 5 e 62,8 / 4 = 15,7 A raiz quadrada de 15,7 é o desvio padrão = 3,96
  • 15. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES O desvio padrão goza de algumas propriedades: 1ª = Somando-se (ou subtraindo-se) uma constante a todos os valores de uma variável, o desvio padrão não se altera. 2ª = Multiplicando-se (ou dividindo-se) todos os valores de uma variável por uma constante (diferente de zero), o desvio padrão fica multiplicado ( ou dividido) por essa constante. Quando os dados estão agrupados (temos a presença de frequências) a fórmula do desvio padrão ficará :
  • 16. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Exemplo: Calcule o desvio padrão populacional da tabela abaixo: Xi f i Xi . f i . f i 0 2 0 2,1 -2,1 4,41 8,82 1 6 6 2,1 -1,1 1,21 7,26 2 12 24 2,1 -0,1 0,01 0,12 3 7 21 2,1 0,9 0,81 5,67 4 3 12 2,1 1,9 3,61 10,83 Total 30 63 Σ =32,70
  • 17. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Sabemos que Σ fi = 30 e 32,7 / 30 = 1,09. A raiz quadrada de 1,09 é o desvio padrão = 1,044 Se considerarmos os dados como sendo de uma amostra o desvio padrão seria : a raiz quadrada de 32,7 / (30 -1) = 1,062 Obs: Nas tabelas de frequências com intervalos de classe a fórmula a ser utilizada é a mesma do exemplo anterior.
  • 18. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES VARIÂNCIA É o desvio padrão elevado ao quadrado e é simbolizado por S2 A variância é uma medida que tem pouca utilidade como estatística descritiva, porém é extremamente importante na inferência estatística e em combinações de amostras.
  • 19. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES CVP: Coeficiente de Variação de Pearson Na estatística descritiva o desvio padrão por si só tem grandes limitações. Assim, um desvio padrão de 2 unidades pode ser considerado pequeno para uma série de valores cujo valor médio é 200; no entanto, se a média for igual a 20, o mesmo não pode ser dito. Além disso, o facto de o desvio padrão ser expresso na mesma unidade dos dados limita o seu emprego quando desejamos comparar duas ou mais séries de valores, relativamente à sua dispersão ou variabilidade, quando expressas em unidades diferentes.
  • 20. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Para contornar essas dificuldades e limitações, podemos caracterizar a dispersão ou variabilidade dos dados em termos relativos a seu valor médio, medida essa denominada de CVP: Coeficiente de Variação de Pearson (é a razão entre o desvio padrão e a média referentes a dados de uma mesma série). A fórmula do CVP = (S / ) x 100 ( o resultado neste caso é expresso em percentagem, entretanto pode ser expresso também através de um factor decimal, desprezando assim o valor 100 da fórmula). CVP: Coeficiente de Variação de Pearson
  • 21. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Exemplo: Tomemos os resultados das estaturas e dos pesos de um mesmo grupo de indivíduos: Discriminação M É D I A DESVIO PADRÃO ESTATURA 175 cm 5,0 cm PESO 68 kg 2,0 kg Qual das medidas (Estatura ou Peso) possui maior homogeneidade ?
  • 22. Formador: Fernando Esperança T. H. S. T NOÇÕES B. E. PROBABILIDADES Resposta: Teremos que calcular o CVP da Estatura e o CVP do Peso. O resultado menor será o de maior homogeneidade ( menor dispersão ou variabilidade). CVP estatura = ( 5 / 175 ) x 100 = 2,85 % CVP peso = ( 2 / 68 ) x 100 = 2,94 %. Logo, nesse grupo de indivíduos, as estaturas apresentam menor grau de dispersão que os pesos.