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Dicas e Orientações
para o Ensino não
Preencial
DICA:
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SUMÁRIO
1. A Universidade de Brasília e a formação docente nos (e para os) tempos da
Pandemia: um convite à reflexão................................................................................03
2. O Ensino Superior em tempos de Pandemia: rumos e estratégias das universidades
nacionaiseinternacionais............................................................................................05
2.1 E-learning en la enseñanza superior en tiempos de Covid 19............................05
2.2 Docência Online: integrando as TDIC para potencializar a aprendizagem..........10
3. Assíncrono vs. Síncrono no Contexto da Educação Superior Pós-Pandemia........12
4. O Moofle como plataforma de ensino aprendizagem na Educação Superior.........15
4.1 Editando o ambiente virtual de aprendizagem (AVA)........................................15
4.2 Configurando Recursos.....................................................................................17
4.3 Configurando Atividades....................................................................................20
4.4 Formatos de cursos no Moodle da UnB: tópico, grade e trilha..........................23
5. Elementos norteadores da qualidade do plano de aula integrando os recursos
digitais........................................................................................................................31
6. Sequência didática: elementos para reflexão e desenvolvimento..........................34
7. Práticas efetivas de aprendizagem mediadas pelas tecnologias da informação e
comunicação na cultura digital....................................................................................37
7.1 Execute sua aula ao vivo com o Teams.............................................................37
7.2 Vídeoaulas: uma versão online das aulas expositivas? Indicações de uso e como
gravar uma vídeoaula.................................................................................................40
7.3 Como manter seu aluno com o foco em suas aulas?........................................46
7.4 Criação de playlist de vídeos para ensinar e aprender......................................50
7.5 Experimentações nas vídeoconferências online................................................54
7.6 Utilização de múltiplos recursos digitais para incrementar a aula......................56
7.7 O uso de filmes como recurso pedagógico........................................................66
8. Comunicação dialógica como aproximação didático-pedagógica.........................70
8.1 Estratégias de aproximação e socialização nos ambientes virtuais de
aprendizagem.............................................................................................................70
8.2 Construindo espaços de convivência, processos dialógicos e redes de cooperação
em tempo de pandemia..............................................................................................72
8.3 Flexibilização dos processos educativos e acolhimento das emoções.............75
9. Fórum como espaço de construção de conhecimentos.........................................77
10. REA - Recursos Educacionais Abertos.................................................................80
11. Avaliação da Aprendizagem..................................................................................81
03
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
1. A Universidade de Brasília e a formação docente nos (e para os) tempos
da Pandemia: um convite à reflexão
No período de pandemia do COVID-19, enfrentamos dificuldades de execução
das ações cotidianas da Universidade de Brasília. Isso nos demanda mudanças de
procedimentos a curto, médio e longo prazo, visando ao fortalecimento do papel
social da Universidade
Não conhecemos – e sequer podemos prever – a duração e o vasto feixe de
novas dinâmicas e restrições que envolvem este momento muito particular da história
da humanidade. Mesmo assim, a Universidade de Brasília, cumprindo a sua missão
institucional de produzir e disseminar conhecimentos de alto nível e com referência
social, tem se ocupado de estudar e prospectar ações estratégicas, para melhor
planejamento do retorno às aulas, em formatos distintos do ensino presencial e
compatíveis às contingências que se apresentam.
Coordenados pelo Cead, professores e técnicos vêm contribuir na proposição
de repensar o trabalho docente, em tempos de pandemia, em dimensões técnico-
pedagógicas e ético-estéticas que assegurem e potencializem a interação social e
acadêmica mediada pelas tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC).
A dimensão ético-estética envolve prever e planejar condições de atendimento aos
perfis diferenciados discentes e docentes e oportunizar o acesso às oportunidades
distintas de formação e inclui considerar as condições adversas que cada um, professor,
estudante, poderá estar vivenciando, oferecendo acolhimento e apoio socioemocional
e educativo.
Isso se dá pelo desenho de um percurso formativo e experiencial dedicado
à reflexão e adaptação do planejamento do ensino universitário em condições de
isolamento físico, assegurando e potencializando a interação social e acadêmica
mediada pelas tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC).
Pesquisadores, professores e técnicos, experientes na docência on-line e
comprometidos com os avanços no campo da pesquisa e do ensino, ajudaram a
compor os conteúdos para dinamizar uma ambiência formativa. a partir de narrativas
singulares e influenciadas por visões, epistemologias e metodologias diversas.
Os textos que sintetizam esses conteúdos encontram-se organizados numa
página web, no site do Cead, constituindo-se recursos abertos à comunidade e a
Conteudistas
Profa. Dra. Wilsa Maria Ramos
Instituto de Psicologia
Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento/UnB
Currículo Lattes
Prof. Dr. Marcello Ferreira
Instituto de Física/UnB
Currículo Lattes
04
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
contribuições de outros autores/professores. Neste mesmo ambiente, estarão ainda
informativos, tutoriais, indicações de recursos e estratégias, links, registros de
experiências nacionais e internacionais, divulgações de eventos acadêmicos, espaços
para interação e compartilhamento de soluções entre professores, além de outras
ações colaborativas.
O curso de formação continuada “Recursos digitais e estratégias de aula possíveis
para planejar o ensino não presencial” dará ambiência, sequencialidade e produtividade
a esse conjunto de conteúdos, sendo certificado pelo DEX como extensão. Ele está
emoldurado pelos fundamentos epistemológicos da construção do conhecimento
baseado na aprendizagem personalizada, processual e dinâmica, que se prolonga ao
longo da vida, superando a ideia do conhecimento como algo despersonalizado do
aprendiz. A aprendizagem não é reprodução: ela envolve a tensão de uma produção
própria ante a possibilidade de alimentar, com sua experiência, aquilo que aprende,
retroalimentando recursivamente a sua ação docente. Esse é o caminho formativo que
esperamos pautar-se na tríade ação-reflexão-recriação. Esse curso é destinado aos
professores da UnB que, tensionados pela necessidade de recriar suas estratégias
de ensino, buscam soluções para a reinvenção e a criatividade no planejamento e
na execução do ensino em tempos de pandemia. Não pretendemos que o ele seja
um especialista em tecnologias, mas que ele busque conhecer as possibilidades de
desenvolvimento e aplicação TDIC no seu planejamento do ensino.
Aprender no Século XXI implica reconhecer a internet como campo/arena de
relações complexas, configuradas pela tecnologia, pela cultura e pelas humanidades
que alimentam e retroalimentam o que os especialistas vieram a denominar “cultura
digital”: um “campo vasto e potente” (BOLL; KREUTZ, 2009), produto das TIC
(tecnologias da informação e comunicação) e da convergência das telecomunicações
e informática, que estabelece uma relação simbiótica específica entre a sociedade e
a informática (LEMOS; LÉVY, 2010). Pensar o ensino e a aprendizagem no contexto
da cultura digital coloca o professor e o estudante frente à abertura dos diferentes
horizontes de como ensinar e aprender, favorece a expressão criativa, a participação
e dá visibilização à produção acadêmica de conhecimentos.
Esperamos que esse desenho induza reflexões e outros modos de pensar e
executar a docência universitária em tempos de adversidades. Acheguem-se!
Referências
BOLL, C. I.; KREUTZ, J. R. Caderno Cultura Digital. Brasília: PDE - MEC, 2009.
51 p. (Cadernos Pedagógicos - Mais Educação). Disponível em: http://portal.mec.
gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=12330-culturadigital-
pdf&Itemid=30192.
LEMOS, A; LÉVY, P. O futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia
planetária. São Paulo: Paulus, 2010.
2. S
05
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
2. O Ensino Superior em tempos de Pandemia: rumos e estratégias
das universidades nacionais e internacionais
2.1 E-learning en la enseñanza superior en tiempos de Covid 19
La crisis generada por la pandemia del Covid-19 nos ha llevado, en todo el mundo,
al cierre de las universidades. Incluso las universidades abiertas, a distancia o en
línea se han visto urgidas a repensar, de la noche a la mañana, su acción educativa.
La unidad de intervención más importante, el triángulo interactivo, es el espacio
más significativo para la continuidad de los procesos de formación en la universidad
en tiempos de confinamiento. Por ello, las decisiones del profesorado, con el necesario
apoyo institucional, son ahora mismo la mejor herramienta para distribuir la influencia
educativa en entornos digitales cuando antes lo gestionábamos siempre desde el
aula. En esta conferencia que impartí hace algunos años, propongo, a propósito,
de la virtualidad en el aula, que debemos repensar la relación entre lo on-line y lo
presencial en la educación superior. Explico la idea central de influencia educativa y
cómo se puede concretar en nuestras aulas híbridas. Empieza por aquí la revisión de
estos recursos para que luego puedas seguir con el resto de propuestas que te hago.
Podrás profundizar en estas ideas:
•	 El potencial transformador de las TIC en educación superior.
•	 Usos de los entornos virtuales para extender la acción eficaz en el marco de la
actividad conjunta
•	 Retos de la Educación Superior en el marco de la interrelación entre lo presencial
y lo virtual.
La virtualidad en el aula: repensar la relación entre lo on-line y lo presencial en la
educación superior
Conteudista
Prof. Dr. Alfonso Bustos
Universitat Pompeu Fabra / BSM - Barcelona, España
06
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
Ahora te propongo las siguientes ideas sencillas para que, como profesores,
pensemos un plan de acción en términos de la generación de un entorno digital para
la influencia educativa distribuida.
Piensa en tu aula digital como Comunidades Virtuales de Aprendizaje e incluso
como Entornos Personales de Aprendizaje (PLE).
No son una mera réplica de un aula, sino un nuevo espacio de interacción social
que plantea demandas diferentes a todos los participantes y que, al mismo tiempo,
puede proporcionar nuevas herramientas, metodologías innovadoras y posibilidades
de interacción enriquecida para promover el aprendizaje.
•	 Diseña para que tus alumnos se encuentren, progresivamente, con un conjunto
de contextos de “actividad”, es decir, entornos de naturaleza diversa que nos
permiten trabajar-aprender, y que están compuestos por configuraciones
de actividades, recursos materiales y relaciones. El mundo digital ofrece
posibilidades de interconectar dichos contextos y crear nuevas ecologías del
aprendizaje.
•	 Si estás usando ya un entorno virtual de aprendizaje (Moodle, Canvas, Sakai,
Claroline, Blackboard o incluso Google Suite for Education) usa los contextos
que ya existen, pero que podemos/deberíamos reconfigurar para plantearlo
como Entornos Personales de Trabajo y Aprendizaje (EPTA), Personales /
grupales, Públicos / privados.
•	 Puedesconsultarestetrabajoparateneralgunasideas.Lautilizacióndeespacios
personales de trabajo y aprendizaje -EPTA- en la formación universitaria
07
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
•	 Recuerda que en un entorno digital para la influencia educativa distribuida los
contextos están interconectados
•	 Se conectan personas
•	 Se conectan ideas
•	 Se conectan contextos variados y los conectan para “influirse mutuamente”
•	 Permiten la potencial distribución de Influencia Educativa: ayuda para
aprender, ayudas ajustadas, ayudas múltiples y variadas en su forma,
duración, origen, alcance..
•	 Conectan posibilidades de ayudar a otros a aprender, “ergo” mis propias
posibilidades de aprender.
•	 Puedes ver esta presentación para tener algunas ideas: Enseñar y aprender
en entornos virtuales. La distribución de la ayuda educativa
08
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
o También puedes consultar este video: What's the Use of Technology in Learning?
Introducing Seven e-Affordances
•	 Ten presente la gran oportunidad que tenemos si entendemos que los contextos
interconectados y la potencial distribución de la influencia educativa “retan”
(movilizan/dinamizan/activan) nuestra (mi / su) representación personal sobre:
•	 o Cómo aprendo
•	 o Quién soy y qué hago cuando aprendo
•	 o Con quiénes aprendo y qué aprendo con ellos
•	 o A quiénes, cómo y sobre qué ayudo a aprender
•	 o Dicha movilización puede ayudar a “atribuir sentido a lo que aprendemos”
pero sobre todo a reconfigurar las prácticas en las que se participa.
•	 o Puedes consultar este excelente video: Ten Tips for Emergency Remote
Teaching
What's the Use of Technology in Learning? Introducing Seven e-Affordances
ResearchEDHome 2020 Paul Kirschner: Ten Tips for Emergency Remote
Teaching
09
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
Tambíén te recomendamos estas dos experiencias prácticas:
Pairing practice and feedback with animations optimizes student learning in online
module
Factors impacting students' online learning experience in a learner‐centred course
Para terminar, te propongo que revises este capítulo Una experiencias b-learning
enfocada a la construcción colaborativa de WebQuest con estudiantes de posgrado
en Psicología y Pedagogía que forma parte de este libro que puedes descargar
completo Experiencias educativas con recursos digitales: prácticas de uso y diseño
tecnopedagógico.
Deseo que todos estos recursos te resulten de utilidad y que podamos conversar
pronto para diseñar juntos la universidad que queremos en el futuro.
Otros recursos de interés:
e-Learning Ecologies: Innovative Approaches to Teaching and Learning for the
Digital Age
Learning Design: European Approaches
010
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
2.2 Docência Online: integrando as TDIC para potencializar a aprendizagem
Educação Online
Falar de Educação Online (EOL) é compreender a educação mediada por
computador (EMC), mas derivada das diferentes formas de EaD advindas dos
processos educativos motivados pela internet.
Para o Prof. Moran (2003), a educação online ocorre em diferentes situações e
segmentos educacionais, desde a educação infantil até a pós-graduação, do ensino
formal ao informal, e compreende desde cursos totalmente online, semipresenciais,
até cursos presenciais com atividades online complementares que extrapolam a sala
de aula dada a utilização da Internet.
A educação online, na perspectiva da cultura digital, pressupõe o processo de
autoria, de interação social, o movimento comunicacional e pedagógico dos sujeitos
envolvidos para a garantia da interatividade e da cocriação (Santos).
As chamadas Tecnologias digitais da Informação e Comunicação (TDIC) estão
cada vez mais presentes em nosso cotidiano. As TDIC influenciam grande parte das
nossas ações e têm alterado o nosso modo de viver, de aprender e de ensinar.
As tecnologias associadas à educação possibilitam novas perspectivas para o
desenvolvimento da educação, seja no campo formal ou informal, na modalidade
online ou em desenhos híbridos (presencial e a distância).
Docência online
Adocência online surge na sociedade tecnológica e traz como referência os saberes
da docência presencial, além de demandar que novos saberes sejam acrescentados.
O contexto de atuação também se altera, entretanto, a base dessa construção
se dará fundamentalmente na relação professor-aluno. Ainda, o novo contexto
de atuação pressupõe um rompimento com a lógica da concepção tradicional e
Conteudista
Profa. Dra. Rosana Amaro
Faculdade de Educação Física/UnB
Currículo Lattes
Acesse o texto Uso das TIC na educação superior a distância de autoria de
Welinton Baxto, Vânia Lúcia Quintão Carneiro
O artigo discute como os professores que se envolvem em processos de
formação mediados pelas TDIC ampliam seus saberes e buscam articular a sua
forma de ensino integrando as tecnologias e design.
011
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
prospecta estratégias comunicacionais que sejam capazes de assegurar a interação
e a mediação entre os sujeitos.
Abordagem: funções do professor online
A função pedagógica refere-se a ações que auxiliam o processo de aprendizagem
do estudante ou de seu grupo. As ações decorrentes da função pedagógica estão
intimamenteligadasàsquestõesdeconteúdo,situaçõeseestratégiasdeaprendizagem
e, por isso, influenciam significativamente o desenvolvimento de um ambiente favorável
e facilitador para a aprendizagem.
Na função social, o professor deve valorizar o processo comunicativo com o
estudante, função essa que está associada a um contexto social de aprendizagem
propício ao desenvolvimento e fortalecimento das relações interpessoais.
Na função gerencial, o professor deve desempenhar atividades que desencadeiam
ações eficientes, principalmente, questões administrativas de gerenciamento da sala
de aula virtual. Essa função envolve ações para resolução de problemas nos diversos
níveis da oferta do curso.
Já a função de suporte técnico compreende amplo domínio tecnológico e fluxo de
aprendizagem e inclui, ainda, as contribuições do professor para facilitar a apropriação
e o uso das tecnologias, favorecendo ao estudante o desenvolvimento das suas
atividades acadêmicas.
Docência Online em prática
Abordagem: competências na docência online
Vamos pensar as competências da Docência Online na prática?
O professor na docência online assume papéis e funções que são indissociáveis
das competências necessárias para atuar em processo de educação online.
A concepção (design), organização e gestão do plano docente requer um conjunto
de ações e atividades sobre a concepção da disciplina. Envolve, principalmente, os
aspectos de planejamento, de organização e de gestão do plano de ensino.
012
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
3. Assíncrono vs. Síncrono no Contexto da Educação Superior Pós-Pandemia
No documento do Comitê de Coordenação das Ações de Recuperação (CCAR),
intitulado Plano Geral para a Retomada das Atividades Acadêmicas (2020, pg. 15),
descrevem-se algumas possibilidades de previsão de atividades não presenciais,
síncrona e assíncrona, principalmente, para as disciplinas de exercícios domiciliares.
Então, compreender a diferença entre o uso de atividades assíncronas ou síncronas
torna-se essencial para planejar o retorno as atividades.
As Interfaces das Atividades Assíncronas e Síncronas
Para a retomada das atividades acadêmicas na Etapa 0 (ver o Plano de Retomada
da CCAR), é necessário refletir sobre as metodologias que podem ser usadas no
planejamento do ensino não presencial que envolvem os contextos de atividades
síncronas ou assíncronas. Os objetivos do ensino, as estratégias pedagógicas, o
tipo de disciplina (Prática; Teórica; Teórico-Prática) e os recursos tecnológicos que os
estudantes dispõem deverão ser considerados na escolha da interface do estudante
com o ambiente virtual de aprendizagem (AVA).
Por atividades síncronas compreende-se aquelas que dispõem de um espaço-
tempo comum, previamente estabelecido, entre estudante-professor para sua
realização, momento esse em que estudantes e professores precisam estar presentes,
ao mesmo tempo, na plataforma escolhida para a realização.
•	 São exemplos dessas atividades na cultura digital: o chat (que pode ser usado,
por exemplo, no moodle, em uma sala de bate-papo via Teams-do office
365, no WhatsApp, nos dispositivos Google, entre outros); o webinar (como
Facebook, YouTube, Google Meet, Skype, Twitch, GoToWebinar, WebinarJam,
entre outros); as lives (via YouTube, Instagram, Facebook, para citar as mais
comuns); as webconferências ou videoconferências (por aplicativos específicos,
Zoom, Teams, Google Meet, entre outros).
É importante ressaltar que as atividades síncronas podem ser realizadas de forma
escrita ou oral, a depender da estratégia e desenho da atividade planejada.
Já por atividades assíncronas compreende-se aquelas que não dispõem de um
tempo comum para serem realizadas pelos estudantes. Nesse sentido, o estudante
pode realizar sua intervenção de resposta participando a qualquer momento (em
um período estipulado previamente ou não), sem, necessariamente, estar de forma
simultânea presente com outros colegas ou com o professor no ambiente escolhido
Conteudistas
Profa. Dra. Wilsa Maria Ramos
Instituto de Psicologia
Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento/UnB
Currículo Lattes
013
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
para interação.
•	 São exemplos dessas atividades: os fóruns, e-mail, blog, diário, wiki, glossário
de terminologias da área (todas estas estão no Moodle), mas podemos citar,
também,ose-mails,gruposdoGoogleDrive,entreoutros.Aferramentaescolhida
nessa ação indicará os meios de produção e de interação dos agentes da ação
pedagógica e podem ocorrer por meio de linguagens escritas ou audiovisuais,
lista de exercícios, produção de vídeos, imagens, áudios, ou outras.
Em ambos os casos, a interação professor-estudante e estudante-estudante são
fundamentais no processo de aprendizagem e para a permanência do estudante com
a conclusão da disciplina. Nesse sentido, a assincronicidade é uma forma de evitar
a exclusão ou a desistência de estudantes, ao oferecer ao estudante a condição de
se conectar no seu próprio tempo, ou seja, uma conectividade própria. Ademais, o
planejamento de atividades assíncronas favorece os estudantes que não possuem
internet banda larga e dedicada, uma vez que eles podem acessar a atividade a
posteriori, além de o tempo de resposta ser uma questão importante, isto é, o estudante
pode ter tempo de retomar a leitura do texto básico, de modo a consultá-lo, pode reler
um fórum e buscar um local com conexão para subir a tarefa.
Desafios para o Planejamento: Atividades Assíncrona e/ou Síncronas
No período de isolamento social, é preciso considerar não apenas o acesso
dos computadores de mesa ou notebooks, por parte dos estudantes, mas o que os
estudantes já têm em suas mãos, como os celulares smartphones. Nesse sentido,
o Moodle versão 3.6 apresenta possibilidades de interatividade pelo celular, mas o
desenho de atividades para a aprendizagem móvel necessita de outros domínios pelo
professor.
Uma questão importante é a transposição didática do ensino presencial para
o ensino online. Não se trata de uma transposição didática plena do planejamento
do ensino presencial para o planejamento do ensino não presencial, pois é preciso
compreender que o arranjo espaço-tempo integrador das Tecnologias Digitais da
InformaçãoeComunicaçãotrazoutroselementosaoprocessodeensinoaprendizagem.
Planejar as aulas para o ensino não presencial, então, traz outras reflexões
acerca das questões postas pela CCAR. Há alternativas pedagógicas não presenciais
compatíveis com a fase da pandemia em curso? Quais disciplinas são possíveis de
serem ofertadas de maneira não presencial?
Outras questões também se impõem: como organizar o conjunto de disciplinas
de um curso, sem sobrecarregar o estudante com horas no computador ou na tela do
notebook?
Tomemos como exemplo a situação de um estudante de graduação que cursa
simultaneamente 5 ou 6 disciplinas por semestre. Se todos os professores oferecerem
suas disciplinas de modo não presencial, e, se se mantiver a organização semestral
de 17 semanas, corre-se o risco de excluir ou perder muitos estudantes no caminho.
Pode-se, à vista disso, propor um desenho diferenciado, flexibilizado, do planejamento
da disciplina, ou, se mantiver o semestre de 17 semanas, sistematizar a oferta em
grupos de disciplinas, por periodicidade mensal ou bimestral, por exemplo, ofertando
014
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
um grupo de disciplinas por dois meses e outro grupo nos meses subsequentes. Outra
ideia interessante é propor projetos e temas problematizadores que pudessem ser
organizados por núcleos de disciplinas, integrando-as em um único ambiente.
Nossas experiências do passado com a educação, por si só, não auxiliarão no
momento atual se não observarmos as condições concretas. Tudo que fizermos em
termos de nossas atividades de ensino deve contemplar o contexto atual e visar a uma
leitura das situações diárias que demandarão atenção, novas estratégias e rearranjos
do/no nosso fazer pedagógico, além de se ter em vista os casos que podem ocorrer
com os estudantes e docentes envolvem a área de saúde, a área econômica, social,
cultural etc.
Retornando ao Ponto de Partida
Ampliando a discussão sobre o uso de atividades assíncronas ou síncronas como
recursos para o desenvolvimento dos estudantes, pudemos observar que a escolha
de uma ou outra modalidade dependerá dos objetivos do ensino, das estratégias
pedagógicas e dos recursos que os estudantes dispõem. Portanto, não existe uma
opção melhor que a outra, ambas, síncronas e assíncronas, dependem de fatores
que não estão no controle do professor. O ideal é conhecer as tecnologias que os
estudantes têm em suas mãos, se celulares, se computadores e o tipo de internet.
Isso, em suma, ajudaria o docente a tomar a melhor decisão.
015
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
4. O Moofle como plataforma de ensino aprendizagem na Educação Superior
4.1 Editando o ambiente virtual de aprendizagem (AVA)
O Moodle é um software, um LMS (learning management system), ou seja, um
ambiente virtual de aprendizagem (AVA), criado em 2002 pelo australiano Martin
Dougiamas, pedagogo e técnico em informática. É um ambiente de gestão de
aprendizagem que oferece espaço e recursos on-line para a organização e gestão
do processo de ensino e aprendizagem. Como é um software com código aberto
e muito utilizado por instituições de ensino, pesquisadores do mundo inteiro
colaboram para atualizar e desenvolver novas funcionalidades. Saiba mais no site:
https://moodle.org/.
O Moodle oferece ferramentas de comunicação e interação síncronas
e assíncronas, com suporte de conteúdos em diversos formatos digitais e
hipertextuais. Ele também permite integrar diversos recursos multimidiáticos,
como áudio, vídeo, simulações em laboratórios etc.
Conteudistas
Profa. Dra. Danielle Xabregas Pamplona Nogueira
Faculdade de Educação - Departamento de Planejamento e
Administração/UnB
Currículo Lattes
Profa. Msc. Janaína Angelina Teixeira
Secretaria de Educação do DF (SEDF)
Currículo Lattes
Profa. Dra. Lívia Veleda de Sousa e Melo
Centro de Educação a Distância da UnB
Currículo Lattes
Profa. Dra. Wilsa Maria Ramos
Instituto de Psicologia
Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento/UnB
Currículo Lattes
Prof. Dr. Marcello Ferreira
Instituto de Física/UnB
Currículo Lattes
016
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
O AVA possibilita:
1.	 gerenciamento de cursos on-line;
2.	 configuração de recursos para disponibilizar conteúdos;
3.	 organização de atividades de ensino;
4.	 registro do desempenho e itinerários dos alunos; e
5.	 avaliação dos seus resultados de aprendizagem.
Na Universidade de Brasília, o Moodle é utilizado há mais de 10 anos visando
facilitar e oportunizar processos de ensino e aprendizagem. Professores e alunos
podem contar com esse AVA para apoiar o desenvolvimento de aulas presenciais ou
aulas e cursos completamente a distância.
Entenda como o Moodle está estruturado e como navegar no AVA assistindo ao
tutorial: Aprenda a navegar. Caso tenha acesso a uma sala no Moodle, você pode
abrir o navegador e iniciar a experimentação da ferramenta clicando aqui.
Disponibilizamos, também tutoriais para utilizar o editor de texto no Moodle,
configurar perfil e o próprio curso, sua sala virtual. Clique aqui para acessá-lo.
Explorar estes recursos ajudará você a compreender as possibilidades do ambiente
e pensar o planejamento pedagógico, associando as necessidades didáticas às
potencialidades da ferramenta.
As ferramentas do Moodle podem ser divididas em dois grandes grupos: recursos
e atividades. Cada uma destas ferramentas pode contribuir para alcançar os objetivos
de seu planejamento, funcionando como estratégias didáticas.
Vamos entender o que significa cada um deles:
1.	 RECURSO: ferramenta indicada para apresentar os conteúdos de sua disciplina,
podendo ser em formato de textos, ebook, vídeos ou links.
2.	 ATIVIDADE: ferramentas que podem disponibilizar atividades avaliativas ou
exercícios.
Para encerrar este tema, assista à Live: o planejamento do ensino on-line e as
possibilidades de uso do Moodle, realizada durante a primeira oferta da Oficina de
Moodle Básico.
017
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
4.2 Configurando os Recursos
Neste tópico, vamos conversar especificamente a respeito da seleção e
configuração dos recursos para a sua sala no Moodle. Neste momento, você deve
olhar seu planejamento e escolher o melhor recurso, ferramenta ou atividade para
alcançar o objetivo de aprendizagem proposto. Veja algumas dicas:
a) Selecionando os Recursos:
Arquivo: O recurso arquivo permite que você insira diversos arquivos no ambiente
virtual de aprendizagem, em formato Word, PDF, Excel, entre outros.
Você pode utilizar o PDF para inserção dos conteúdos da disciplina. Para deixar
esse arquivo mais agradável, você pode utilizar os recursos gráficos disponíveis na
página do CEAD, bem como alguns softwares de criação de conteúdo, como o Canva.
Conteudistas
Profa. Dra. Danielle Xabregas Pamplona Nogueira
Faculdade de Educação - Departamento de Planejamento e
Administração/UnB
Currículo Lattes
Profa. Msc. Janaína Angelina Teixeira
Secretaria de Educação do DF (SEDF)
Currículo Lattes
Profa. Dra. Lívia Veleda de Sousa e Melo
Centro de Educação a Distância da UnB
Currículo Lattes
Profa. Dra. Wilsa Maria Ramos
Instituto de Psicologia
Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento/UnB
Currículo Lattes
Prof. Dr. Marcello Ferreira
Instituto de Física/UnB
Currículo Lattes
DICA!
Para deixar seus arquivos mais agradáveis visualmente, você pode utilizar o “Canva”
para criação de capas, edição do arquivo como um todo e a criação de banners e revistas.
Veja como é simples. Utilizaremos como exemplo, a plataforma Canva, que é um programa
on-line de produção de conteúdos visuais.
018
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
Clique aqui e assista o tutorial! Acesse a plataforma Canva clicando aqui.
Atenção: quando iniciamos a produção de material didático para cursos on-line,
precisamos pensar na perspectiva do estudante para que os materiais elaborados
atendam às suas necessidades educacionais e, assim, os objetivos de aprendizagem
do curso/disciplina sejam alcançados.
Na página do CEAD, você encontrará estilos para as nove áreas do conhecimento
da Capes, com os seguintes materiais:
a) modelo de banner: para utilização no topo da disciplina;
b) modelo de grids: para utilização em cada módulo/unidade;
c) modelo de protótipo de template: para elaboração de telas com conteúdos
interativos;
d) modelo de Word com a mesma arte do protótipo da área: para elaboração do
conteúdo da disciplina;
e) modelos de avatares: para utilização como interlocutores do conteúdo, trazendo
mais dialogicidade ao material didático.
Caso você opte por não utilizar os modelos disponíveis na página do CEAD,
sugere-se que escolha até cinco cores para pensar a paleta de cores da sua disciplina,
sendo duas cores principais e três complementares, assim, seu material ficará mais
harmônico para o leitor!
Livro: o livro é um recurso em que você consegue inserir texto, links e vídeos, bem
como um sumário para o conteúdo a ser criado. Esse recurso pode ser utilizado para
criação de conteúdo da disciplina.
Página: o recurso página permite que você crie um link para uma tela que pode
exibir diversos tipos de conteúdos, como imagem, vídeo, áudio, texto ou todos eles na
mesma página. Você pode utilizar esse recurso para inserir conteúdos que necessitam
de várias mídias ou como Roteiro da Semana.
Exemplos:
Roteiro da Semana:
“Olá, alun@!
Hoje (xx/xx/xxxx), iniciamos o Módulo xx – xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Esse módulo
é composto pelas seguintes atividades:
•	 realizar a leitura do conteúdo do Módulo xxx, cujo material está disponível
019
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
na biblioteca ou navegar pelas telas interativas do Módulo xx;
•	 participar do Fórum Temático do Módulo xx (atividade pontuada);
•	 responder ao Questionário – Módulo xx (atividade pontuada).
Lembre-se de que o prazo para participar do fórum temático termina às 23h55 do
dia xx/xx/xxxx; para responder ao questionário, o prazo é até às 23h55 do dia xx/
xx/xxxx.
Dica: Não deixe as atividades para o último dia, pois a plataforma pode ficar lenta
com o grande número de acessos concomitantes e você pode não conseguir realizar
as atividades propostas.
Aguardo sua participação e me coloco à disposição para esclarecer quaisquer
dúvidas.
Fechamento (Abraço:/Atenciosamente/Saudações!)
Fulano de tal”
Pasta: muito utilizado como “Biblioteca” da disciplina, basta renomeá-lo. Alguns
professores utilizam a biblioteca por Unidade/módulo e outros preferem uma biblioteca
geral para toda a disciplina. Acerca das duas opções:
•	 Biblioteca geral: mesmo sendo geral, você consegue organizar subpastas o
que facilita para o estudante no momento de encontrar o material desejado;
•	 Biblioteca por unidade/módulo: os materiais dos módulos/unidades podem ficar
disponíveis no próprio tópico/grid. Um ponto a se analisar é a quantidade de
pastas que o professor terá que criar e administrar.
Rótulo: é utilizado, principalmente quando o professor escolhe utilizar o formato
de curso “tópico”, assim o recurso é utilizado para marcar a entrada de um novo
assunto na sala de aula e para separar materiais.
Clicando nos textos a seguir, você tem acesso a tutoriais para ajudá-lo na
configuração de alguns destes recursos do Moodle:
•	 Criação de recurso: página
•	 Criação de recurso: arquivo
•	 Criação de recurso: rótulo
020
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
4.3 Configurando as Atividades
b) Selecionando atividades
fórum:éoespaçoquepermiteinteraçãoassíncronaentreestudanteseprofessores.
Você pode utilizar o fórum de diversas maneiras:
•	 fórum temático/discussão: espaço que favorece a/o interação/diálogo entre
os estudantes do curso, motivada por meio da discussão de um determinado
tema e/ou assunto do curso/disciplina. Essa ferramenta deve ser utilizada para
favorecer maior reflexão e pesquisa, possibilitando o aprofundamento de ideias
e conceitos, bem como a interação e a colaboração entre os estudantes.
•	 fórum de dúvidas: espaço destinado aos estudantes para que as dúvidas dos
participantes sejam compartilhadas e sanadas.
•	 fórum de apresentação: espaço destinado para apresentação e interação
entre a turma.
•	 fórum de notícias: espaço dedicado a informes gerais (único fórum em que os
estudantes não possuem a permissão para interagir).
Conteudistas
Profa. Dra. Danielle Xabregas Pamplona Nogueira
Faculdade de Educação - Departamento de Planejamento e
Administração/UnB
Currículo Lattes
Profa. Msc. Janaína Angelina Teixeira
Secretaria de Educação do DF (SEDF)
Currículo Lattes
Profa. Dra. Lívia Veleda de Sousa e Melo
Centro de Educação a Distância da UnB
Currículo Lattes
Profa. Dra. Wilsa Maria Ramos
Instituto de Psicologia
Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento/UnB
Currículo Lattes
Prof. Dr. Marcello Ferreira
Instituto de Física/UnB
Currículo Lattes
021
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
Pratique a construção de um fórum na sua disciplina.
Veja aqui o tutorial
Lembre-se de que ele possui diferentes formatos e tipos! Para isso, defina uma
unidade de ensino e escolha um tipo de fórum que poderia apoiá-lo na interação
com os alunos e entre eles. Escolha um Tópico para criar o Fórum coerente com o
conteúdo. Para aprender mais sobre a configuração de Fóruns, assista o tutorial aqui.
Questionário: essa atividade pode ter várias aplicações, tais como autoavaliação,
lista de exercícios para verificação de aprendizagem, teste rápido ou prova virtual.
Podem ser criados questionários com diferentes tipos de questões, escolhidas a
partir de um banco de questões.As atividades em um questionário podem ser de vários
tipos como múltipla escolha, verdadeiro/falso, resposta curta, associação, calculada,
cloze. No tema 3, você aprenderá como configurar o questionário.
Assista nesta playlist vários tutoriais sobre a configuração do questionário.
Pesquisa:esseéumexcelenterecursoparaaplicaçãodedoistiposdeinstrumentos:
1.	 Pesquisa diagnóstica: pesquisa elaborada pelo professor para verificar o nível
de conhecimento dos estudantes acerca dos temas a serem abordados na
disciplina. Pode ser elaborada com base nos objetivos de aprendizagem da
disciplina em que os estudantes respondem, realizando uma autoavaliação de
seus conhecimentos prévios. Para o diagnóstico também pode ser aplicado um
pré-teste de conhecimentos, nesse caso, sugere-se o uso do questionário.
2.	 avaliação de reação da disciplina: pesquisa elaborada pelo professor para
avaliação da disciplina. No caso dos cursos da UAB/UnB, a avaliação da
disciplina será disponibilizada no Moodle, seguindo instrumento padronizado
para todas as disciplinas.
Tarefa: é a atividade que permite ao estudante postar ou entregar um trabalho que
foi elaborado por ele (on-line ou off-line), em formato digital, como resultado de uma
solicitação do tutor/professor, podendo ou não ser avaliado. Na plataforma Moodle, a
atividade denominada tarefa pode ser classificada em três formatos:
DICA!
Elabore propostas de discussões com interações criativas. Para isso,
você pode inserir uma charge, uma história em quadrinhos, o trecho de uma
música, entre outras. O importante é despertar o interesse do estudante em
participar do fórum.
DICA!
Ao elaborar as questões, busque realizar a interlocução com os conteúdos
trabalhados na disciplina, acrescentando ícones, imagens, esquemas, entre
outras linguagens que despertem o interesse do estudante
022
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
•	 modalidade avançada de carregamento de arquivos: permite ao estudante
enviar mais de um arquivo por vez, com qualquer tipo de extensão (doc, zip.,
imagens, PDF. etc.);
•	 atividade off-line: pode ser realizada em algum lugar da rede, ou presencial, e
permite a visualização das informações, mas não o envio de arquivos.
•	 envio de arquivo único: permite ao estudante enviar apenas um arquivo, com
qualquer tipo de extensão (doc, zip., imagens, PDF etc.).
Assista ao tutorial e pratique a configuração da tarefa
Lembre-se de que ela pode ser utilizada para vários objetivos. Defina o objetivo
e crie a sua tarefa associada a um Tópico do seu ambiente virtual de aprendizagem.
H5P: é uma solução completa para criação e manutenção de atividades interativas
para cursos on-line, que podem ser utilizados em plataformas como o Moodle. O
objetivo da ferramenta é disponibilizar todos os recursos necessários para criação
de vídeos interativos, jogos educacionais e conteúdos dinâmicos, que podem ser
integrados a qualquer sistema ou aplicação, inclusive proprietários.
Conheça algumas ferramentas clicando aqui: Descrição das Ferramentas H5P
Aqui você tem acesso ao tutorial a respeito do course presentation, um dos
recursos do H5P que permite a apresentação de conteúdo em telas, como diversas
possibilidades de interação.
Se você quiser saber mais acerca do H5P, acesse: https://h5p.org/.
BBB: permite criar salas de aula em tempo real usando BigBlueButton, um sistema
de conferência web de código aberto para educação a distância. Saiba mais navegando
nas seções sobre webconferências e nos tutoriais disponibilizados na página do CEAD
(http://riu.cead.unb.br/acervo/ferramentas).
Nas demais seções deste menu, você pode avançar na compreensão acerca da
docência on-line e de ferramentas para elaboração de suas aulas!
DICA!
Veja algumas possibilidades que você pode utilizar a atividade tarefa:
entrega de relatórios; atividades de pesquisa de campo; listas de exercício;
ensaios teóricos e artigos, entre outras possibilidades.
DICA!
Para criar conteúdos interativos, você pode utilizar os protótipos de
templates, disponíveis na página do CEAD.
023
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
4.4 Formatos de cursos no Moodle da UnB: tópico, grade e trilha
Quando o usuário do Moodle entra na plataforma, a primeira percepção que tem é
de como o conteúdo foi disposto na tela, isto é, do formato do curso. Essa disposição
dos conteúdos não deve ser pensada apenas como uma maneira visual de dispor a
sequência de tópicos e atividades dos usuários na tela principal. Longe dessa acepção
simplista, cada formato do Moodle ancora-se em uma concepção didático-pedagógica
que é assumida pelo professor-tutor no momento da escolha desse formato e não
de outro. Compreende-se, assim, que, apresentar o curso no Ambiente Virtual de
Aprendizagem (AVA) em formato de tópicos ou em formato de trilha faz toda a diferença,
seja para o mediador do conhecimento (professor-tutor), seja para quem fará uso e irá
(inter)agir no AVA em busca da aquisição e consolidação de competências (usuário-
aluno). Vamos aprender sobre essas concepções didático-pedagógicas que estão por
trás dos formatos do Moodle?
Como configurar o formato no Moodle do Aprender 3?
É um processo muito simples. Estando no Aprender 3, com o perfil de professor,
acione o botão . Essa opção está na área de , localizada no canto inferior da tela. Em
seguida, faça os seguintes comandos:
1º Passo: Ainda na área de Administração do curso, clicar na opção Editar
configurações.
2º Passo: A página de Editar configurações do curso se abrirá e, então, clique na
aba Formato do curso, que está em azul.
3º Passo: Na opção Formato, clique na seta e escolha uma das opções: formato
grade; formato atividade única; formato social; formato tópicos; formato trilha.
4º Passo: Clique, no final da página, no botão azul Salvar e mostrar.
Depois de configurado o formato, a disposição dos conteúdos vai se adequar a
opção escolhida. Destaca-se que, em alguns formatos – como o formato social –,
certos itens ficam ocultos, todavia não se perde nenhuma informação e/ou conteúdo
ao se trocar de formato.
Conteudista
Prof. Dr. Marcos Rogério Martins Costa
Instituto de Letras: Departamento de Linguística,
Português e Letras Clássicas/UnB
Currículo Lattes
024
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
Agora, que você já sabe como configurar um formato no Moodle do Aprender 3,
serão apresentadas, de maneira resumida e não exaustiva, as concepções didático-
pedagógicas que estão associadas a cada formato. Desse modo, poderá escolher o
formato mais adequado ao seu estilo e metodologia de ensino e aprendizagem.
As concepções didático-pedagógicas de cada formato
a) Formato grade
Figura 1. Tela de disciplina no formato grade
Fonte: Moodle Aprender 3/UnB
O formato grade objetiva apresentar ao usuário um curso modular e visual. Isso pode
ser verificado pela disposição dos conteúdos em módulos. Um módulo representa uma
etapa no AVA do processo de ensino-aprendizagem do usuário-aluno. A visualização
de cada módulo facilita a estruturação dos conteúdos. Destaca-se que, quando um
módulo está aberto, os demais estão ocultos na tela. O título de cada ícone é curto.
Cada módulo possui um ícone, formando, assim, quando reunidos, uma grade de
ícones – daí vem o nome desse formato.
Considerando esses aspectos, a concepção didático-pedagógica desse formato
se sustenta na sequência modular da disciplina. Cada módulo vai ser responsável
por apresentar, discutir e promover a reflexão de determinados conteúdos. Não
necessariamente poderá haver uma avaliação em cada módulo. O que garante a
independência de cada módulo e não induz o usuário-aluno, necessariamente,
a linearidade e a hierarquização de conteúdos e atividades. Embora o professor-
tutorpossa indicar uma sequência linear para os ícones – podendo inclusive numerar os
ícones a partir dos títulos –, a disposição em grade não favorece essa condução linear,
uma vez que a proposta didática que subjaz a esse formato é fazer de cada módulo
uma experiência de ensino-aprendizagem. Com isso, o usuário-aluno é conduzido a
aprenderem seu próprio ritmo ao explorar as diferentes e diversas possibilidades de
cada módulo.
025
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
b) Formato atividade única
Figura 2. Tela de disciplina no formato atividade única
Fonte: Moodle Aprender 3/UnB
O formato de atividade única promove a inserção de uma atividade ou recurso.
É utilizado para inserir um recurso como o Quiz ou um pacote Shareable Content
Object Reference Model (SCORM) na página do curso. A sigla SCORM significa, em
tradução livre, Modelo de Referência de Objeto de Conteúdo Compartilhável. O uso
prático desse pacote é que o SCORM permite estabelecer uma comunicação entre
diferentes plataformas de Learning Management System (LMS) – sigla em inglês que
designa Sistema de Gestão de Aprendizagem. Em outras palavras, caso se tenha
atividades ou recursos em outras plataformas LMS que não estejam presentes no
Moodle é possível transferir para esse espaço a partir de um pacote SCORM que é
compatível com o formato de atividade única.
A concepção didático-pedagógica desse formato é a concentração da interação em
um recurso ou atividade. Compreende-se, assim, que o uso desse formato pode ser
limitado se comparado aos demais, bem como que exigirá do professor-tutor condução
e monitoração atentas para com a participação dos usuários-alunos. A vantagem do
uso desse formato advém, sobretudo, da exportação de atividade de outra LMS. As
desvantagens são decorrentes da centralização dos conteúdos do plano de ensino
em uma única atividade ou recurso.
c) Formato social
Figura 3. Tela de disciplina no formato social
Fonte: Moodle Aprender 3/UnB
O formato social é a criação de uma grande rede social digital interna. Todos os
026
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
tópicos e conteúdos são ocultos na tela principal e o que fica em evidência é um
fórum central. Com isso, a perspectiva é que a interação no referido fórum seja a força
motriz para o desenvolvimento dos conteúdos e das atividades. Todos os recursos do
fórum podem ser explorados com maior atenção pelo professor-tutor e pelos usuários-
alunos.
A concepção didático-pedagógica subjacente a esse formato é que a interação no
fórum vai permitir a troca de ideias e de experiências. É uma forma de centralizar os
procedimentos didáticos a partir do recurso dialógico presente no fórum. A experiência
do processo de ensino-aprendizagem dependerá substancialmente da condução do
professor-tutor e de como este fará a costura textual dos comentários dos usuários-
alunos. Em suma, o formato social é usado para criar umAVAcujo objetivo é, sobretudo,
colocar à disposição dos discentes um grande fórum de discussão.
d) Formato tópicos
Figura 4. Tela de disciplina no formato tópicos
Fonte: Moodle Aprender 3/UnB
O formato tópico é mais utilizado no Moodle e, por isso, é o formato padrão que é
sugerido quando a disciplina é criada. Não é por acaso. Esse formato tem diversas
características que explicam essa popularidade. Primeiramente, o formato em tópico
traz uma divisão dos conteúdos em seções que podem ser segmentadas e configuradas
conforme a metodologia de cada professor-tutor e o estilo de aprendizagem do alunado.
Em segundo lugar, esse formato proporciona uma sequencialidade das seções
e tópicos, as quais delineiam como a disciplina será desenvolvida. Em terceiro, o
professor-tutor tem a possibilidade de ocultar, criar e remover tópicos, bem como
seções. Essa diversidade de opções é apresentada, visualmente, ao usuário na
página principal.
A concepção didático-pedagógica subjacente a esse formato é a promoção de um
processo de ensino-aprendizagem diretivo e objetivo. É diretivo porque o professo-
027
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
tutor direciona a sequência de seções e os tópicos a serem desenvolvidos, podendo,
inclusive, fazer uma seção ser uma espécie de “pré-requisito” para se acessar a
seguinte. É objetiva, porque os comandos e os conteúdos são distribuídos em seções
logo na página principal. Projeta-se, assim, um processo de ensino-aprendizagem
com maior controle e direcionamento do professor-tutor, embora, ressalva-se, as
seções possam conter elementos que favoreçam a interatividade e a participação
ativa dos usuários-alunos. Por conseguinte, a maior ou a menor centralização do
processo de ensino-aprendizagem se dará pelas escolhas e pelos direcionamentos
que o professor-tutor fizer das atividades e avaliações a serem incluídas em cada
seção.
e) Formato trilha
Até o presente momento, o formato trilha possui, na versão Moodle do Aprender
3, três opções de trilha: Pista; Rio; Quebra-Cabeça 1. Essas opções encontram-se
representadas nas figuras a seguir:
Figura 5. Tela de disciplina no formato trilha – Opção Pista
Fonte: Moodle Aprender 3/UnB
028
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
Figura 6. Tela de disciplina no formato trilha – Opção Rio
Fonte: Moodle Aprender 3/UnB
Figura 7. Tela de disciplina no formato trilha – Opção Quebra-cabeça 1
Fonte: Moodle Aprender 3/UnB
Independentemente do tipo de trilha a ser escolhido pelo professor-tutor, as trilhas
de aprendizagem partem de um mesmo fundamento: constituem um conjunto integrado
e sistemático de ações de desenvolvimento de competências. Esse conjuntorecorre a
múltiplas formas de aprendizagem que são apresentadas aos usuários-alunos em um
029
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
formato de percurso. Esse percurso pode ser figurativizado de distintas formas: como
pista (figura 5), como rota de um rio (figura 6) ou como um quebra-cabeça (figura7).
Cada estágio desse percurso visa à aquisição e à produção de conhecimentos
necessários para o desenvolvimento de competências, as quais, por sua vez, podem
envolver conhecimentos, habilidades e atitudes. É esperado que o percurso da trilha
requeira o desempenho de diferentes níveis e espaços de aprendizagem, motivando
o usuário-aluno a construir raciocínios lógicos e estratégicos para chegar até o final
da trilha de aprendizagem – daí, em não raros casos, se inserir nesse tipo de formato
características de gamificação como recompensas e desafios.
A concepção didático-pedagógica que está por trás do formato trilhas é a
compreensão de diferentes e distintos níveis e graus de aprendizagem que podem
ser incentivados e (trans)formados ao longo do percurso da trilha. Uma limitação da
versão de trilha de aprendizagem do Moodle é a impossibilidade de se criar trilhas
alternativas, uma vez que é previsto um único percurso para todos os usuários-alunos.
Por isso, é importante que os estágios possuam uma maior diversidade de recursos
e atividadespara que a concepção didático-pedagógica supracitada não se esvaneça.
Na trilha de aprendizagem, é necessário definir um curso de ação a ser seguido
para o desenvolvimento das competências previstas no conteúdo programático
do curso, presente no plano de ensino. Desse modo, a estruturação dos níveis de
complexidade dos estágios na trilha deve se pautar na compreensão do grau crescente
de habilidades cognitivas, sendo esperado que as atividades e os recursos sejam
estimulados do mais simples para o mais complexo tanto em termos de profundidade
do aprendizado, como da construção da experiência da aprendizagem. Em geral,
sugere-se que as ações sigam os seguintes comandos pedagógicos, de forma cíclica
e gradual: conhecer, compreender, aplicar, analisar, sintetizar e avaliar.
f) Formato semanal
Figura 8. Tela de disciplina no formato semanal
Fonte: Moodle Aprender 3/UnB
030
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
Esse formato é bastante semelhante ao formato de tópicos.Adiferença fundamental
desse tipo é que o formato semanal se baseia na construção das seções do curso a
partir da agenda da disciplina. Em outras palavras, cada semana prevista no período
de vigência da disciplina vai gerar uma seção. Em cada seção, o professor-tutor tem
à disposição todas as possibilidades de recursos e atividades que já dispunha no
formato de tópicos – bem como tinha nos demais formatos, só que nos formatos
tópicos e semanal essas possibilidades ficam mais visíveis em cada seção.
Aconcepção didático-pedagógica presente nesse formato é a condução cronológica
do conteúdo programático do curso, presente no plano de ensino da disciplina. É
um formato voltado para a premissa temporal. Logo, todas as atividades criadas são
vinculadas a um determinado de período de vigência que é destacado no título de
cada seção.
Para saber mais sobre esse tema e outros correlatos a ele, sugere-se a leitura dos
seguintes textos:
ALVES, Lynn; BARROS, Daniela; OKADA, Alexandra (Orgs.). Moodle: estratégias
pedagógicas e estudo de caso. Salvador: EDUNEB, 2009.
CARLINI, Alda Luiza. Procedimentos de ensino: escolher e decidir. In: SCARPATO,
Marta (Org.). Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. São Paulo:
Avercamp, 2004, p. 25-84.
COSCARELLI, Carla Viana. Novas tecnologias, novos textos, novas formas de
pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
PARA SABER MAIS
A escolha de um formato no Moodle deve ser pautada, sobretudo, pela
metodologia desenvolvida pelo professor-tutor em consonância com o
estilo de aprendizagem de seu alunado. Por isso é importante saber as
concepções didático-pedagógicas que subjazem a cada um dos formatos
disponíveis no Moodle.
031
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
5. Elementos norteadores da qualidade do plano de aula integrando os
recursos digitais
Preparamos um documento norteador para a complexa missão de dialogar com
diversas áreas do conhecimento na elaboração do plano de aula.
O plano de aula visibiliza o caminho que o professor propõe para o ambiente virtual
de aprendizagem (AVA), com foco na seleção dos recursos e atividades do Moodle ou
de outras plataformas, tais como: fóruns, wikis, simulações, estudos de caso, análises
de situações-problema, incidentes críticos do contexto real de trabalho etc.). Ele deverá
contemplar estratégias pedagógicas diversificadas, adequadas ao contexto de ensino
e aos diferentes estilos de aprendizagem, compatibilizando-as com as competências
a serem desenvolvidas.
Vejamos, a seguir, os elementos norteadores da qualidade do plano de aula:
1.	 prever uma sequência didática com atividades e formas de avaliação
diversificadas, que permitam ao estudante ter uma participação e aprendizagem
ativa;
2.	 apresentar, na sequência didática, a seleção de recursos digitais que compõem
a aula, como gravação de vídeos ou de áudios (podcast), uso de um jogo
digital, ou solicitar a produção, pelos estudantes, de um conteúdo em formato
audiovisual, entre outros recursos ;
3.	 prever mecanismos de comunicação e interação social em ambiente acadêmico,
entre estudantes e entre estudantes e professor;
4.	 prever materiais de estudo/leituras (textos, hipertextos, blogs, e-book etc.),
baseados em critérios qualitativos de leveza e profundidade, evitando textos
que não sejam essenciais à aprendizagem, e focados no essencial;
5.	 apresentar clareza na elaboração dos objetivos de aprendizagem da aula e nas
instruções das atividades a serem realizadas;
6.	 dispor de orientações acerca dos tempos estimados para os estudos, por
atividade e por plano de aula;
7.	 definir o tipo de avaliação (diagnóstica, formativa e somativa) e respectivos
instrumentos e indicadores, recorrendo a técnicas diversificadas, de acordo
com os objetivos da disciplina, tais como: questionários de resposta fechada,
exercícios de resposta aberta, simulações, tarefas específicas, exercícios
colaborativos, atividade de pesquisa, portfólios etc.;
Conteudista
Profa. Dra. Wilsa Maria Ramos
Instituto de Psicologia
Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento/UnB
Currículo Lattes
032
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
8.	 explicitar como será o feedback e a correção das atividades de estudo e
avaliativas por parte dos professores ou pela avaliação em pares.
Para ampliarmos a compreensão da complexidade da tarefa docente, destacamos
os sete Princípios de Aprendizagem para desenho de ambientes de aprendizagem
elaborados pela OCDE (2017):
OECD (2017). The principles of learning to design learning environments. In The
OECD Handbook for Innovative Learning Environments (chapter 1, pp. 21-40). Paris:
OECD Publishing. Accesible en: http://www.oecd-ilibrary.org/education/the-oecd-
handbook-for-innovative-learning-environments_9789264277274-en
1.	 O aprendiz está no centro da aprendizagem. O ambiente de aprendizagem
reconhece os estudantes como protagonistas e estimula seu compromisso
ativo e os ajuda a compreender o sentido das atividades;
2.	 a aprendizagem é de natureza social. O ambiente de aprendizagem promove a
comunicação, a interação e a aprendizagem colaborativa entre os estudantes;
3.	 as emoções são essenciais para a aprendizagem. O ambiente de aprendizagem
leva em consideração a dimensão simbólica e emocional da aprendizagem
como papel fundamental nas conquistas do estudante;
4.	 o aprendizado deve considerar as diferenças individuais. O ambiente de
aprendizagem é sensível às diferenças individuais (conhecimentos prévios,
habilidades, estratégias, interesses, motivações etc.);
5.	 esforço/desafio é a chave para o aprendizado. O ambiente de aprendizagem
deve projetar atividades que exijam esforço e despertem o desejo de aprimorar
seus conhecimentos, mas sem sobrecarregar excessivamente os estudantes;
6.	 a avaliação contínua/formativa favorece o aprendizado. O ambiente de
aprendizagem deve operar com expectativas claras e aplicar estratégias de
avaliação consistentes. A avaliação formativa deve ser substancial e regular;
7.	 aprender envolve construir conexões horizontais. O ambiente de aprendizagem
promove conexões horizontais entre diferentes disciplinas e com a comunidade
local, regional com o mundo.
Para cada princípio, podemos prever ações que o professor poderia realizar para
que o princípio seja cumprido. Por exemplo, no princípio 1 (Aprendizagem centrada no
estudante), ele poderia propor um contexto de atividades composto por:
•	 estratégias de exploração do conteúdo de forma autônoma;
•	 atividades que considerem e incluam as contribuições dos estudantes;
•	 foco no processo de autoaprendizagem, levando o estudante a planejar,
supervisionar e valorizar seus próprios processos de aprendizagem;
•	 tarefa com margem de decisão e controle do estudante sobre suas atividades;
•	 momentos de reflexão por parte do estudante acerca do próprio processo de
aprendizagem, incentivando a conscientização a respeito de como ele aprende,
ou seja, qual a sua identidade de aprendiz.
033
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
Por último, recomendamos que, ao planejar a sua aula, se retorne aos sete princípios
da aprendizagem e verifique quantos deles você consegue abranger; tente dosar as
suas escolhas didáticas para contemplar o maior número de princípios, tornando a sua
aula em uma tecnologia social, emancipatória, que gera aprendizagem com sentido
para os estudantes e gere sentido em aprender.
Em tempos de pandemia da Covid_19, nos diversos segmentos educacionais,
as Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC) têm ocupado o
espaço do diálogo e aproximação pedagógica, viabilizando a interação, a produção
de conhecimentos e a disseminação de informações. No universo das produções
digitais acadêmicas, de forma assincrona e síncrona, ubíqua e flexivel, podemos
exercer um papel ressignificado de docência, ao abrirmos portas para o protagonismo
dos estudantes como “espect-autores”, produtores de conhecimentos e não mero
consumidores. Afinal, todos somos aprendizes e artífices, nesses tempos de
contingenciamento e isolamento social na cultura digital.
034
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
6. Sequência didática: elementos para reflexão e desenvolvimento
Organizar o ensino é uma das ações que integra o trabalho docente. A tarefa
não é simples, pois exige método, técnica, planejamento e escolhas de estratégias
didáticas, recursos e atividades adequados para que os estudantes alcancem com
êxito os objetivos de aprendizagem. Em situação emergencial, como a provocada pela
pandemia da COVID-19, a organização do ensino se torna mais complexa devido,
entre outros aspectos, à ruptura com a presencialidade física e a organização do
espaço virtual onde as atividades ocorrerão.
O que é a sequência didática?
A sequência didática é uma das estratégias que pode auxiliar na organização
do ensino/aprendizagem, tanto na modalidade presencial, quanto no ensino não
presencial emergencial.
No campo da educação, compreende-se sequência didática, como uma série
ordenada e articulada de atividades que compõem cada unidade temática (ZABALA,
1998). Em outras palavras, é a especificação de cada ação que ocorrerá na aula ou nas
aulas, com estimativa de tempo de realização, incluindo a avaliação da aprendizagem.
As ações escolhidas precisam dialogar entre si, para se constituir numa totalidade
coerente e significativa, com sentido, para o estudante.
As sequências didáticas dizem muito sobre as concepções docentes de ensino/
aprendizagem e os princípios educativos.
Por exemplo, quanto mais interativa é a atividade desenhada no passo a passo,
mas se evidencia o princípio do estudante como protagonista do seu processo de
aprendizagem. O professor mobiliza a participação do estudante por meio de um
Conteudistas
Profa. Dra. Andréia Mello Lacé
Faculdade de Educação
Departamento de Planejamento e Administração/UnB
Currículo Lattes
Profa. Dra. Danielle Xabregas Pamplona Nogueira
Faculdade de Educação - Departamento de Planejamento e
Administração/UnB
Currículo Lattes
SD: pressupõe um encadeamento ordenado, uma sequenciação lógica
de temas/conteúdos, envolvendo ações, atos, fatos, procedimentos por
meio de recursos didáticos diversos.
035
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
conjunto de estratégias de aprendizagem ativa, desafiadoras e oferece andaimes,
apoios pedagógicos, para o desenvolvimento do estudante em níveis de maior
complexidade. A proposição de atividades e recursos diversificados são essenciais na
sequência didática. Inclusive, identificar os conhecimentos prévios e as experiências
anteriores dos estudantes podem resultar em bons subsídios para a elaboração da
sequência didática.
A SD deve apresentar um conjunto de ações para a construção do conhecimento
científico compreendendo que é do conflito cognitivo que a aprendizagem se constrói
(ZABALA, 1998). Nesse contexto, se temos como princípio o protagonismo dos
estudantes, podermos partilhar com eles a sequência didática para sugestões,
proposições de melhorias e para promover ainda mais o engajamento e o compromisso
com a aula.
Na elaboração da sequência didática contemple os elementos descritos a seguir.
a) Definição do tema a ser tratado e dos objetivos de aprendizagem
Após a definição do tema, é importante que uma sequência didática tenha sempre
como referência os objetivos de aprendizagem. Assim, ela deve expressar etapas para
que o objetivo seja alcançado ao final da aula. Entendemos objetivo de aprendizagem
como aquele que expressa os comportamentos, com base em níveis cognitivos, que o
estudante deve alcançar. Você poderá usar a Taxonomia de Bloom para guiar a escrita
desses objetivos. Veja uma referência a respeito: https://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/
a15v17n2.pdf
Assim, a constituição de um objetivo de aprendizagem seria:
No final desta aula, o estudante será capaz de VERBO + OBJETO, onde:
O VERBO estabelece o processo cognitivo que será empregado para que se atinja
o objetivo (por exemplo, memorizar, compreender, executar ou classificar).
O OBJETO deve indicar o tipo de conhecimento que constitui o foco do processo
mental.
Ainda sobre os objetivos de aprendizagem, reconhecemos que eles se dão de forma
hierarquizada, do menos complexo para o mais complexo. Por isso, a sequência
didática deve promover esse percurso do estudante, iniciando pelas atividades
mais simples até chegar nas atividades mais complexas.
b) Proposição das atividades e dos recursos digitais
Recomendamos que as atividades e os recursos a serem aplicados à sequência
didática sejam diversificados. Cabe relembrar que a sequência representa uma
ordenação lógica, iniciando com o levantamento de conhecimentos prévios dos
estudantes. Portanto, as atividades devem sempre ser organizadas de maneira lógica,
deixando clara a continuidade de cada etapa.
036
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
Lembramos, também, que no ensino não-presencial, os recursos que usamos
como apoio para nossa atuação presencial precisarão ser repensados em razão de
assumirem, em muitos casos, o papel de mediador com o nosso estudante. Então,
cada atividade deve conter sua respectiva descrição e/ou orientação, bem como do
recurso a ser utilizado.
c) Avaliação formativa
A sequência didática é concluída com a verificação do alcance do objetivo de
aprendizagem proposto. É o momento que permite que o estudante e o professor
saibam o quanto do objetivo lançado foi alcançado e se há a necessidade de um
apoio pedagógico para algum tema. Caso a sequência não tenha proporcionado o
esperado, deve ser complementada por outra atividade.
Referência
ZABALA, Antoni. A prática educativa – como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.
037
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
7. Práticas efetivas de aprendizagem mediadas pelas tecnologias da informação
e comunicação na cultura digital
7.1 Execute sua aula ao vivo com o Teams
No contexto atual, os países estão tomando decisões e medidas preventivas e
emergenciais para conter o avanço do COVID-19. Escolas e Universidades têm, por
sua vez, se mobilizado na promoção de ações que possibilitem o acesso ao ensino.
Nesse contexto, a aula on-line torna-se uma opção diante da realidade atual para
promover a interação entre professor e estudante, além de assegurar a continuidade
das atividades acadêmicas.
Entre as soluções tecnológicas e pedagógicas para o ensino não presencial
destacamos um bem difundido no meio acadêmico, o Microsoft Teams, pertencente
ao pacote Office 365 Education da Microsoft.
O Teams é um software que permite a criação de um ambiente de aprendizado
remoto por meio de uma sala de aula on-line. Esse ambiente possibilita conexões
virtuais, envio de tarefas e de arquivos, criação de conversas com a turma e chats
personalizados. Os serviços são oferecidos por uma plataforma acessível para
qualquer aparelho smartphone, tablet, PC ou navegador de SmartTV e também possui
uma versão gratuita para alunos, professores e equipe administrativa.
Vamos entender o que a Microsoft Teams permite fazer? Vejamos algumas de suas
funções:
•	 Criar salas colaborativas e gerenciar as atividades escolares nelas inseridas;
•	 Compartilhar materiais de aula para os alunos cadastrados a partir de seus
e-mails;
•	 Realizar aulas remotas e depositá-las em armazenamento em nuvem (Google
Cloud; OneBox; OneDrive etc);
•	 Utilizar os aplicativos do Office 365 (Word; Excel; PowerPoint, dentre outros) de
maneira integrada à plataforma;
•	 Acessar outros aplicativos na plataforma, como: Exchange, School Data Sync,
OneDrive, Sway. Forms, Stream e SharePoint;
•	 Acompanharindividualmenteasatividadeseasaçõesdecadaalunocadastrado;
•	 Adaptar as tarefas individualmente de cada aluno conforme suas necessidades;
•	 Personalizar as notificações com emojis, gifs, figuras e outros recursos
interativos, dentre outras possibilidades.
Conteudista
Prof. Dr. Marcos Rogério Martins Costa
Instituto de Letras: Departamento de Linguística,
Português e Letras Clássicas/UnB
Currículo Lattes
038
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
Para acessar o Teams, é muito fácil, vejamos os passos a seguir:
1º Passo: abra o sítio www.office.com no seu navegador da Web.
2º Passo: coloque seu e-mail e a senha (o cadastro é gratuito para professores,
alunos e equipe administrativa das instituições de ensino, procure se informar em sua
unidade).
3º Passo: selecione o aplicativo Teams na página principal.
Para criar uma sala de aula, também é um processo rápido e simplificado. Siga as
instruções a seguir:
1º Passo: selecione Teams, clicando no botão Teams na barra de aplicativos.
2º Passo: quando o Teams abrir, clique no ícone “Criar uma equipe ou ingressar
nela”.
3º Passo: escolha o tipo de equipe que quer criar: “Classe” (professor e alunos);
“PLC” (grupo de professores); “Equipe” (administração e gestão escolar) ou “Outro”
(clubes de leitura, grupos de estudo, dentre outros).
4º Passo: dê um nome à equipe (para se organizar entre as diversas turmas que
possa criar e gerenciar, uma sugestão é seguir essa sequência: Disciplina – Série/Ano
- Escola) e uma descrição (item opcional), depois clique no botão “Próximo”.
5º Passo: insira os e-mails de seus alunos e o seu próprio e-mail nas abas
nomeadas “Alunos e Professor”, clicando no botão “Adicionar”. Ao finalizar o
cadastro de todos os e-mails, clique no botão “Finalizar”.
6º Passo: a sua equipe foi criada e você pode utilizar os diversos recursos da
plataforma, clicando no botão “Carregar materiais e aula” ou buscar ajuda para
descobrir como usar os demais recursos da plataforma, clicando no botão “Encontrar
ajuda e treinamento”.
Algumas ponderações podem ser feitas a respeito do software Teams. Embora
se tenha uma versão gratuita, que está sendo amplamente divulgada, também existe
uma versão paga, que oferece recursos distintos. Na versão gratuita do Teams,
encontramos os seguintes limites:
A ferramenta na versão gratuita também não permite reunião agendada, nem
gravação de reunião. Outro recurso que não é disponibilizado é o de chamadas
telefônicas e conferências de áudio. Para o setor administrativo, não são oferecidas
ferramentas de gerenciamento de usuários nem relatórios de serviços. Para maiores
informações das diferenças entre a versão gratuita e a paga, acesse o link clicando
Recursos Quantidade
Número máximo de 500.000
membros
Armazenamento de 2 GB/usuário e 10 GB de
arquivos armazenamento cmpartilhado
039
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
aqui.
Ainda considerando essas limitações, o Teams é uma ferramenta que pode
contribuir para esse momento de contingenciamento do ensino presencial, já que
possibilita o ensino não presencial.
Para maiores esclarecimentos, adicionamos links que oferecem informações e
dicas sobre o uso e as aplicações do Teams:
•	 Treinamento em vídeo do Microsoft Teams, da Microsoft: Acesse aqui
•	 Teams para Alunos, da Professora Andréia de Cássia: Acesse aqui
•	 Execute sua aula ao vivo com o Teams: Acesse aqui
040
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
7.2 Vídeoaulas: uma versão online das aulas expositivas? Indicações de
uso e como gravar uma vídeoaula
Um dos métodos mais tradicionais na oferta de uma disciplina de graduação são as
aulas expositivas. Aqui, vamos discutir como produzir videoaulas, uma versão online
dessas aulas expositivas, mas começarei argumentando contra elas, ao menos em
termos.
Estamos em um momento de mudanças. Por que não aproveitar e romper, também,
com a nossa dependência ou privilégio das aulas expositivas? A videoaula expositiva
tem sido criticada como recurso pedagógico. Talvez essa seja a oportunidade para
descobrirmos que a aula expositiva presencial, em alguns casos, também não é um
bom recurso metodológico. Melhor ainda será se questionarmos se nosso objetivo
deveria mesmo ser, meramente, transmitir informações.
O Átila Iamarino, uma figura que ganhou muita notoriedade na pandemia do COVID
19 – e com quem trabalhei no período em que éramos blogueiros -, disse uma vez que
nós professores universitários nos colocamos frente aos alunos como um bebedouro
no meio de um deserto de informações, quando, na verdade, deveríamos estar os
ensinando a nadar nesse dilúvio.
Aulas expositivas e videoaula: quando usar?
Ainda assim, aulas expositivas e videoaulas são indicadas em várias situações,
segundo o Chicago Handbook for teachers.
•	 Originalidade: se o professor tem um caminho pedagógico muito específico,
com uma lógica própria e diferente dos materiais didáticos já disponíveis, uma
série de aulas expositivas bem organizada pode ser uma ótima saída.
•	 Curadoria: se, por algum motivo, você não quiser investir tempo deixando
seus alunos descobrirem informações por conta própria, você pode fazer esse
trabalho de curadoria e entregar-lhes o conteúdo já selecionado em uma aula
expositiva.
•	 Apresentação: aulas expositivas podem ser um bom primeiro contato com um
tema geral o qual, depois, será esmiuçado em aulas subsequentes, focadas em
outras modalidades de aprendizado mais centrado nos alunos.
•	 Aprendizado do professor: aulas expositivas são excelentes oportunidades
para o professor aprender. Então, se algum conteúdo não te é tão familiar,
Conteudista
Prof. Dr. Eduardo Bessa
Faculdade UnB Planaltina
Currículo Lattes
041
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
talvez valha abordá-lo de forma expositiva.
•	 Pessoalidade: acima de tudo, se você pretende apresentar sua personalidade,
seus conhecimentos e a sua visão de mundo aos seus alunos, uma aula
expositiva gera uma boa oportunidade para isso.
A lista sumariza bem as principais situações em que a aula expositiva e a videoaula
funcionam de maneira positiva. Em outras situações, recomendo que você considere
outras metodologias para dar a sua aula.
Pontos positivos das Vídeoaulas
Neste momento, espero que sua cabeça esteja cheia de contrapontos e com
resistência ao uso da videoaula. Deixe-me, então, apresentar alguns pontos positivos.
•	 Ninguém fica para trás. Videoaulas pré-gravadas oferecem aos alunos um
novo ritmo para aprender. Elas permitem que o aluno pare o vídeo para tomar
notas, volte o vídeo em pontos que não ficaram claros e repita a aula inteira na
véspera da avaliação para revisar o conteúdo.
•	 Você não pune bons alunos ensinando o que já sabem. Alunos mais
adiantados podem pular trechos do vídeo ou aulas inteiras cujos conteúdos
já conheçam. Alguns tocadores de vídeos, como o YouTube, permitem que
se acelere a velocidade do vídeo (sem aquele efeito de deixar a voz mais
aguda). Minha esposa, que tem usado muitas videoaulas para estudar, acha
extremamente tedioso conversar comigo depois de um dia inteiro assistindo
vídeos em velocidade 1,5, ou seja, 50% mais rápido do que uma fala normal.
•	 Você respeita o relógio biológico e a agenda de cada um. As videoaulas
podem ser assistidas no horário em que o aluno estiver mais intelectualmente
ativo. Se ele acorda às 5h e é superprodutivo, pode assistir sua aula logo cedo.
Se ele está alerta até depois da meia-noite, sua aula também pode ser assistida
aí. Mais do que isso, o estudante pode ver sua aula quando tiver o tempo ou a
atenção e a tranquilidade necessárias, otimizando melhor o seu dia.
•	 Sua mensagem se propaga muito além. Dependendo de onde suas aulas
ficarem disponíveis, você pode ajudar muito mais gente do que seus alunos
diretos. Tem uma videoaula minha que já foi assistida pelo que corresponderia
a 500 anos de trabalho na graduação em que atuo. Pense nesses pontos
positivos com cuidado quando estiver avaliando o uso das videoaulas.
Vantagens da videoaula
Quando bem aplicado, o uso das videoaulas tem grande potencial em aumentar
o aprendizado dos seus alunos e desenvolver seu interesse pelo tópico ensinado de
forma personalizada e com horário flexível.
Lembre-se de que a videoaula, assim como qualquer metodologia que você use,
deve estar alinhada com seus objetivos pedagógicos.
Uso assíncrono e offline
Outro ponto, que contrasta com o uso recorrente de reuniões com apresentação
042
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
de slides via compartilhamento de tela – como muitos têm feito usando ferramentas
como o Teams ou o Zoom - , é que as videoaulas pré-gravadas permitem que o aluno
estude até sem uma conexão com a internet. Já passei vários vídeos de minha autoria
em MP4 para pendrives e até CD-ROMs para alunos que não dispunham de internet.
Há uma versão do YouTube, o YouTube Go, que permite baixar os vídeos para assistir
depois e compartilhá-los por bluetooth. Nada disso é possível numa aula online em
tempo real.
Como gravar suas videoaulas?
Um dos obstáculos apontados por muitos professores para usar videoaulas é a
dificuldade técnica. Esta seção irá te ajudar a começar a gravar suas videoaulas.
Para os iniciantes: não busque perfeição. Palavras de Incentivo.
Antes de começarmos, uma palavra de incentivo. Não se preocupe com a perfeição
logo de cara. Se você decidir que só irá publicar videoaulas quando elas tiverem
uma aparência profissional, há uma chance enorme de que você nunca as publique.
Comece de maneira mais simples e seja paciente consigo mesmo. Especialmente
neste momento em que precisaremos começar a usar essas ferramentas, é provável
que não saiam perfeições logo da primeira vez. Você pode prescindir de uma pós-
edição e precisar lançar logo a aula com vários defeitos de vídeo, pode não ter o
microfone ideal e provavelmente irá ignorar vários dos detalhes de enquadramento
que irei apresentar a seguir. Não se preocupe, com o tempo, você poderá aprimorá-
las.
Planejamento
Tema e Objetivo
Para começar, você precisa ter claro em mente (e, de preferência, no papel
também) qual o seu objetivo para aquela videoaula. Defina muito bem que assunto
será tratado e, se parecer que a aula ficará longa demais, quebre esse assunto em
outros menores. Defina não só o conteúdo, mas também o que quer que seu aluno
termine o vídeo sabendo. O ideal é pensar mais no que ele saberá fazer do que em
que informações terá aprendido.
Duração
Recomendofortementequesuasaulasonlinesejammaiscurtas.Olimitegeralmente
advogado é de menos de dez minutos, mas prefiro deixar isso a seu critério. Assuntos
mais densos podem se alongar um pouco mais, vejo muitas aulas de 30 a 40 minutos;
as minhas, em geral, têm cerca de 12.
Material
Produza o seu material de apoio. Em geral, pelo menos para as minhas aulas,
043
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
isso significa preparar os slides. Mas você pode precisar fazer anotações, escolher
exercícios para resolver diante da turma, colecionar exemplos ou aplicações do que
será demonstrado, buscar figuras na internet (veja a seção sobre direitos autorais
abaixo) etc.
Fases da Execução
Como produzir as imagens?
Com seu material pronto, você precisará apresentar sua aula. Há diversas formas
de fazer isso. Hoje o Power Point (versões 2010 em diante) permite que você grave
uma narração para cada slide e exporte isso no formato de um vídeo. A opção que eu
uso é abrir meus slides em tela cheia e iniciar um programa de gravação da própria
tela (no momento uso a versão gratuita do Screencast-o-Matic, veja um tutorial aqui).
Dessa mesma maneira, mas usando um slide completamente em branco e a função
“caneta” do Power Point, você pode fazer anotações na tela da mesma forma que faria
num quadro branco. Escrever usando um mouse é uma tarefa difícil, mas facilita se
você tiver periféricos especiais para isso, como uma mesa digitalizadora.
Aparecer ou não na videoaula
Quanto mais forte o senso de comunidade de uma turma online, menor a chance
dos estudantes desistirem da disciplina. Para isso, saber que existem pessoas do
outro lado da tela, e não apenas avatares cibernéticos, é fundamental. Uma forma de
fazer isso é incluir na sua aula aparições suas. Pode ser um trecho no início do vídeo
em que apareça apenas o seu rosto, pode ser uma janela num canto da tela de onde
você fala com os alunos. Aparecer na videoaula é uma forma de dar personalidade a
ela e criar vínculo com seus alunos, além de ser mais agradável do que assistir slides
acompanhados de uma voz vinda sabe-se lá de onde.
Como fazer o enquadramento?
Cuide para que o enquadramento seja agradável, com a câmera posicionada na
altura dos seus olhos. Prefira uma iluminação que venha em ângulo de cerca de 30°
com a câmera (em vez de paralela à câmera), procure um enquadramento de torso
(pegando do meio de peito para cima) a um enquadramento no estilo “talking heads”,
em que só sua cabeça aparece. Também cuide do que também irá aparecer contigo
no vídeo, o seu fundo não deve chamar mais a atenção do que sua aula.
Preciso comprar equipamentos de áudio e vídeo?
Aswebcamsdoslaptopsouaquelaswebcamsqueacoplamosadesktopscostumam
ter qualidade mais que suficiente para nossas aulas. É muito mais importante que a
imagem do slide e o nosso som estejam claros do que a imagem do nosso rosto. Se
for para investir num equipamento, invista em um microfone. Em geral, os que vêm
nos laptops e webcams são de baixa qualidade. Fones de ouvido com microfone,
inclusive esses que já vêm acompanhando os celulares, funcionam muito bem na
044
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
maioria das vezes. Sua narração da aula precisa estar cristalina.
Ingredientes para uma boa videoaula
Curta
Não quero ser determinista com relação aos 6 a 10 minutos recomendados em
geral, mas mantenha sua aula o mais curta possível. Na internet, é ainda mais fácil ter
sua atenção desviada, vídeos mais curtos reduzem a chance de isso acontecer. Além
disso, é mais fácil arrumar tempo na rotina para assistir 3 aulas de 15 minutos do que
conseguir sentar focado por 45 minutos seguidos.
Objetiva
Quando falo em aulas de 10 minutos, muitos professores se assustam. É mesmo
pouco tempo, mas considere que primeiro você poderá editar gaguejadas, lapsos de
memória e outros probleminhas técnicos. Segundo, você poderá quebrar uma aula
longa em algumas mais curtas. Por fim, é fundamental que haja objetividade. Na
videoaula, é importante ir direto ao ponto sem muitas historinhas, distrações ou piadas
desnecessárias. Aulas objetivas são mais valorizadas pelos alunos, especialmente
em educação a distância.
Ilustrada
Ser objetivo não significa deixar de ilustrar suas aulas. Ilustrar é importante
tanto literalmente, usando fotografias ou desenhos sempre atentando aos direitos
autorais, quanto figurativamente. Procure exemplos concretos da teoria que você está
apresentando, mostre aplicações daquele conhecimento, inclua questões comentadas
que abordam o tema da aula ou narre histórias que envolvam o assunto, tudo com
moderação.
Dinâmica
Você pode usar mudanças de slides ou de enquadramentos da câmera para
dar dinamismo à imagem. Animações reforçam o que o professor está falando, por
exemplo, tópicos e imagens podem aparecer à medida que são comentados nos
slides. Você pode usar ferramentas de marca texto, sublinhar ou circular elementos
do slide, apontar com a ferramenta “laser point”. Dar uma cadência maior à sua fala e
mudar a entonação e ritmo também ajudam a prender sua audiência.
Pós-produção
Você terminou de gravar a videoaula. Salve o arquivo num drive seguro mesmo
sem edição. A seguir, você pode usar um editor de vídeo para aprimorar sua videoaula.
Não se preocupe se isso for inviável agora. A vantagem da pós-produção é que esse
pós pode estar até bem longe da produção e aproveitar dos primeiros semestres em
que você usou o vídeo para direcionar sua edição.
045
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
Em geral, nessa fase você irá limpar sua videoaula de imperfeições como erros,
gaguejadas, uma moto, cachorro ou criança fazendo barulho no fundo. Também pode
ser útil para incluir mais dinamismo às imagens, com alternância entre os slides e
seu rosto. Existem muitos programas para editar vídeos, alguns dos mais usados no
contexto das videoaulas são o Cantasia, Windows Movie Maker e o OBS studio, este
último gratuito.
Pessoas mais habilidosas podem até criar vinhetas e banners em primeiro plano
que informem o tema da aula, a disciplina ou subtemas que serão apresentados.
Como sempre, não exagere nos efeitos e não se preocupe se sua aula não ficar com
um visual muito profissional na primeira tentativa.
A questão dos direitos autorais
Muitos professores têm o mau hábito de usar materiais da internet sem deter os
diretos de uso das imagens. Ao mesmo tempo em que somos super ciosos em coibir
que nossos alunos cometam plágio em textos, nós mesmos nem sempre temos o
mesmo cuidado com nossas imagens e vídeos nos slides que usamos. Ao contrário
dos textos, apenas citar o autor da imagem nem sempre resolve. O ideal é utilizar
imagens e vídeos com direitos autorais abertos. A modalidade mais comum desses
recursos é a licença Creative Commons. Não vou detalhar as clausulas para uso
desse recurso, que podem ser acessadas no link acima, mas em geral ela exige que
você:
CC-BY: cite o autor da imagem;
CC-SA: permita que os outros compartilhem sua videoaula na mesma modalidade
do material que você usou;
CC-NC: não use o material em videoaulas de cursos pagos, por exemplo.
Existem muitas formas de conseguir materiais online com licença de
compartilhamento. O CEAD disponibilizou algumas opções de canais para acesso a
imagens livres de direitos autorais aqui.
Avance passo a passo
Não é fácil abandonar nossas práticas didáticas mais tradicionais, mas seria muito
bom se o único resultado dessa pandemia fosse a renúncia às aulas expositivas.
Espero que você aproveite este período de profundas mudanças e encare, também,
a mudança da sua forma de ensinar. Com sorte, as explicações acima te deixaram
um pouco menos inseguro e você se sente confiante o suficiente para experimentar
gravar suas primeiras videoaulas.
046
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
7.3 Como manter seu aluno com o foco em suas aulas?
Como organizar as aulas para que tenhamos a atenção necessária à disciplina em
sua versão online? Nós sabemos que esse não é um desafio exclusivo das disciplinas
em EAD. Quantos de nós já não nos surpreendemos ao descobrir que, depois da
nota da primeira prova, nossos alunos se mostram muito mais participativos? Como
transpor os mecanismos que já conhecemos para estimular nossos alunos a se
dedicarem mais para as atividades online ou híbridas?
Estratégias para aumentar as chances de engajamento dos estudantes
Histórias que prendem a atenção
Você se queixa de que os estudantes de hoje já não têm mais a concentração
dos estudantes de antigamente? Agora, foco: o seu aluno é capaz de sair da sua aula
e, entre sexta e domingo, maratonar os 13 episódios da temporada nova da sua série
preferida? Será que ele não tem foco? O que a série tem que suas aulas não têm são
histórias envolventes e empolgantes.
Avalie se dá para inserir personagens em suas disciplinas. Incluir os famosos
“cases”desucesso(pareceque casesdesucesso,eminglês, têmsempre maissucesso
do que casos de sucesso, em português mesmo). Apresente uma teoria científica nova
contando como seu descobridor, antes um iniciante sem reconhecimento nenhum
entre os pares, desafiou os maiores nomes de sua época até se fazer ouvir graças a
seus experimentos elegantes, suas previsões precisas e sua tenacidade incansável.
Conte um caso raro e extravagante sobre um personagem histórico relacionado ao
conteúdo da aula. Relacione o conteúdo a uma experiência pessoal na sua carreira.
Pessoas amam histórias! Conte uma boa história nas suas aulas e você terá a atenção
que deseja.
Outro elemento das histórias que prende a audiência, e que pode ser adaptado
às aulas, é o dinamismo. Aulas curtas, com alguma dinâmica no enquadramento da
câmera, povoadas por uma sucessão de dados ricos e exemplos precisos e narradas
com uma voz bem modulada tendem a prender mais a audiência. Deixe seu aluno
curioso para saber o que vem a seguir. Surpreenda-o.
Torne seu aluno responsável
Conteudista
Prof. Dr. Eduardo Bessa
Faculdade UnB Planaltina
Currículo Lattes
047
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
A condição de sujeito é muito mais difícil do que a de objeto de uma ação. É mais
fácil ser ensinado do que aprender. No entanto, muitas pessoas se satisfazem em
trabalhar duro, em sair da passividade. Se você estimular seu aluno a trabalhar, ele se
envolverá mais com a sua aula.
Gosto de usar uma dinâmica chamada equipe analítica para dar responsabilidade
aos alunos numa aula expositiva. Antes de começar uma aula, divido minha turma
em quatro partes. O primeiro grupo ficará responsável por elaborar um resumo do
que foi dito. O segundo, irá parafrasear o ponto principal da aula que apresento
logo no primeiro slide. O terceiro, ficará responsável por elaborar um contraponto ao
que apresentarei. O último, indicará aplicações práticas do conteúdo. Ao final, eles
compartilharão suas produções. Pronto, cada aluno tem um motivo para focar na aula
e os colegas criam expectativa sobre o trabalho uns dos outros. Será que é possível
fazer essa atividade online? Você pode dividir os alunos em grupos e cada grupo
assumirá um papel na dinâmica.
Uma outra forma de fazer isso em aulas não expositivas é a dinâmica de quebra-
cabeças. Divido um conteúdo num determinado número de partes - digamos que
tenho uma turma de 30 alunos para estudar como os animais vertebrados ocuparam
o ambiente terrestre - divido a turma em cinco grupos de seis alunos. Na fase de
aprendizagem, um grupo irá estudar como evoluíram as patas, um segundo como a
coluna vertebral e as costelas ajudaram a resistir à gravidade, um terceiro estudará
como a respiração aquática/branquial tornou-se aérea/pulmonar, o quarto grupo
analisará como os rins passaram a lidar com a escassez de água e o quinto estudará
a impermeabilização da pele e dos ovos. Então, cada membro do grupo deverá
produzir um resumo do que estudou e esse será, rapidamente, apresentado a mim
e corrigido. Na fase de compartilhamento, são desmanchados os grupos de estudo
e são montados seis grupos de compartilhamento, formados por cinco alunos, com
um integrante de cada grupo de estudo. A seguir, cada estudante deverá explicar aos
colegas a sua abordagem da adaptação dos vertebrados para a vida sobre a terra.
Os alunos aprenderão uns com os outros e, por ficarem responsáveis por ensinar,
os estudantes se dedicam muito mais a compreender o conteúdo. Além disso, é
perfeitamente possível fazer isso usando salas de reunião virtuais via Zoom ou Teams.
De forma assíncrona, você pode usar fóruns de discussão no AVA.
Socialize, nenhum homem é uma ilha
Aulas expositivas tendem a ser solitárias e pobres em interações. Então, uma
forma de estimular o interesse é pedir que seus alunos interajam durante as aulas.
O Prof. Erik Mazur, de Harvard, tem uma metodologia interessante de trabalhar a
interação em suas aulas de eletromagnetismo, inclusive em turmas numerosas, por
meio de instruções por pares. Ele faz uma breve exposição do conteúdo e então
apresenta um experimento ou desafio baseado na teoria exposta. A partir deste
experimento ou desafio, ele apresenta uma pergunta de múltipla escolha e pede que
os alunos respondam individualmente e digam para ele a alternativa escolhida (ele usa
um dispositivo via radiofrequência chamado clicker, parece um controle remoto desses
de portão automático). De posse do resultado, ele pede aos alunos que encontrem um
colega na turma que deu uma resposta diferente da deles e discutam até os dois se
convencerem de uma resposta em comum, que, então, será informada ao professor
048
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
novamente. Ele repete o método, eventualmente dando dicas, até que toda a turma
convirja para a resposta correta. Já usei o Socrative (conheça a ferramenta aqui) e
o MentiMeter (conheça a ferramenta aqui) para transpor essa metodologia às aulas
online
Uma outra dinâmica que eu gosto, que tem a finalidade de colocar os alunos para
interagir, é a pense-pareie-partilhe. O professor apresenta uma questão de resposta
aberta e, preferencialmente, uma que envolva criatividade. Em seguida, aos alunos
que elaborem soluções individuais à questão. Depois, os alunos devem formar duplas
e discutir suas soluções até criar uma síntese das propostas. Ao final, todas as duplas
compartilham suas soluções com a sala de maneira suscinta. Chats em grupos, fóruns
ou ferramentas de videoconferência permitem fazer essa dinâmica online.
Crie um propósito
Um senso de objetivo, percepção clara de progresso e feedback em tempo real são
algumas das características dos jogos de videogame. Elas fazem com que aquele
seu aluno mais disperso mergulhe por horas a fio num game em seu tempo livre. Não
é à toa que muitos educadores têm se voltado para a estratégia da gamificação. Há
diversas ferramentas online e plugins do AVA que permitem incluir elementos de jogos
eletrônicos à sua disciplina. Há pouco, citamos o Socrative, que permite fazer alguns
jogos com os alunos, mas outra opção de ferramenta popular é o Kahoot.
Uma insegurança que me acompanhou por alguns semestres foi a de se meus
alunos estavam, de fato, assistindo e prestando atenção às minhas videoaulas. Um
jeito que encontrei de medir isso foi incluir um teste com questões objetivas associado
a cada aula. A opção mais simples consiste em suceder a videoaula com um teste no
AVA, por exemplo. De maneira aprimorada, eu usei, por muito tempo, uma ferramenta
chamada Playposit para fazer isso concomitantemente. O Playposit permite que o
professor insira perguntas objetivas ou discursivas no meio da sua videoaula. Num
dado momento escolhido pelo professor, o vídeo é interrompido, surge uma questão
na tela e o vídeo só recomeça depois que o aluno responder.
Essas questões podem ser usadas de muitas maneiras. Elas podem ser, apenas,
um feedback de rendimento do aluno, mas podem, também, servir para ser atribuída
presença, indicar progresso da turma, pontos de dificuldade ou falhas da videoaula e
podem ser até um dos componentes da nota final. Já experimentei diferentes usos e
sigo explorando o potencial dessa ferramenta.
E agora, a responsabilidade dos estudantes
Um problema recorrente nas disciplinas a distância é que o estudante não tem claro
o que se espera que ele faça. Aprender num ambiente virtual não é uma tarefa trivial,
a ponto da PROCAP UnB ter um curso sobre como aprender em cursos à distância.
Assim, o estudante precisa ter clareza sobre como se portar frente ao conteúdo online.
Isso deve ser incluído no plano de aulas da disciplina e estar disponível também
no AVA. Eu gosto de convidar um aluno que teve bom rendimento na disciplina em
semestres anteriores para explicar como ele obteve sucesso para a turma que está
049
Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial
chegando.
A turma precisa estar ciente de que assistir a uma videoaula é... assistir a uma aula.
Você não assiste a uma aula no sofá da sala comendo pipoca ou de pé no metrô.
Você se senta, prepara seu material para anotações, se isola de ruídos e interrupções
e, então, assiste à sua aula. É claro que cada aluno tem suas estratégias, mas o
importante é levar as videoaulas a sério.
Por fim, não seja tão duro consigo mesmo nesses momentos de pandemia. É
normal que seus alunos se dispersem às vezes. Na aula presencial, você pode flagrá-
los tirando um cochilo, conversando ou mexendo no celular. Na EAD, isso raramente
fica visível, mas, com tantas tentações ao redor, é perfeitamente compreensível que
seu aluno perca o foco. Não se culpe, não desista do uso integrado das TDIC ao seu
plano de ensino e tente trazê-lo de volta da melhor maneira que conseguir. Tanto
quanto nossos estudantes, ao ensinar, nós também estamos aprendendo.
Dicas para ensino não presencial
Dicas para ensino não presencial
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Dicas para ensino não presencial

  • 1. Dicas e Orientações para o Ensino não Preencial DICA: Use o atalho (CTRL+F) para localizar o termo que deseja.
  • 2. SUMÁRIO 1. A Universidade de Brasília e a formação docente nos (e para os) tempos da Pandemia: um convite à reflexão................................................................................03 2. O Ensino Superior em tempos de Pandemia: rumos e estratégias das universidades nacionaiseinternacionais............................................................................................05 2.1 E-learning en la enseñanza superior en tiempos de Covid 19............................05 2.2 Docência Online: integrando as TDIC para potencializar a aprendizagem..........10 3. Assíncrono vs. Síncrono no Contexto da Educação Superior Pós-Pandemia........12 4. O Moofle como plataforma de ensino aprendizagem na Educação Superior.........15 4.1 Editando o ambiente virtual de aprendizagem (AVA)........................................15 4.2 Configurando Recursos.....................................................................................17 4.3 Configurando Atividades....................................................................................20 4.4 Formatos de cursos no Moodle da UnB: tópico, grade e trilha..........................23 5. Elementos norteadores da qualidade do plano de aula integrando os recursos digitais........................................................................................................................31 6. Sequência didática: elementos para reflexão e desenvolvimento..........................34 7. Práticas efetivas de aprendizagem mediadas pelas tecnologias da informação e comunicação na cultura digital....................................................................................37 7.1 Execute sua aula ao vivo com o Teams.............................................................37 7.2 Vídeoaulas: uma versão online das aulas expositivas? Indicações de uso e como gravar uma vídeoaula.................................................................................................40 7.3 Como manter seu aluno com o foco em suas aulas?........................................46 7.4 Criação de playlist de vídeos para ensinar e aprender......................................50 7.5 Experimentações nas vídeoconferências online................................................54 7.6 Utilização de múltiplos recursos digitais para incrementar a aula......................56 7.7 O uso de filmes como recurso pedagógico........................................................66 8. Comunicação dialógica como aproximação didático-pedagógica.........................70 8.1 Estratégias de aproximação e socialização nos ambientes virtuais de aprendizagem.............................................................................................................70 8.2 Construindo espaços de convivência, processos dialógicos e redes de cooperação em tempo de pandemia..............................................................................................72 8.3 Flexibilização dos processos educativos e acolhimento das emoções.............75 9. Fórum como espaço de construção de conhecimentos.........................................77 10. REA - Recursos Educacionais Abertos.................................................................80 11. Avaliação da Aprendizagem..................................................................................81
  • 3. 03 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial 1. A Universidade de Brasília e a formação docente nos (e para os) tempos da Pandemia: um convite à reflexão No período de pandemia do COVID-19, enfrentamos dificuldades de execução das ações cotidianas da Universidade de Brasília. Isso nos demanda mudanças de procedimentos a curto, médio e longo prazo, visando ao fortalecimento do papel social da Universidade Não conhecemos – e sequer podemos prever – a duração e o vasto feixe de novas dinâmicas e restrições que envolvem este momento muito particular da história da humanidade. Mesmo assim, a Universidade de Brasília, cumprindo a sua missão institucional de produzir e disseminar conhecimentos de alto nível e com referência social, tem se ocupado de estudar e prospectar ações estratégicas, para melhor planejamento do retorno às aulas, em formatos distintos do ensino presencial e compatíveis às contingências que se apresentam. Coordenados pelo Cead, professores e técnicos vêm contribuir na proposição de repensar o trabalho docente, em tempos de pandemia, em dimensões técnico- pedagógicas e ético-estéticas que assegurem e potencializem a interação social e acadêmica mediada pelas tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC). A dimensão ético-estética envolve prever e planejar condições de atendimento aos perfis diferenciados discentes e docentes e oportunizar o acesso às oportunidades distintas de formação e inclui considerar as condições adversas que cada um, professor, estudante, poderá estar vivenciando, oferecendo acolhimento e apoio socioemocional e educativo. Isso se dá pelo desenho de um percurso formativo e experiencial dedicado à reflexão e adaptação do planejamento do ensino universitário em condições de isolamento físico, assegurando e potencializando a interação social e acadêmica mediada pelas tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC). Pesquisadores, professores e técnicos, experientes na docência on-line e comprometidos com os avanços no campo da pesquisa e do ensino, ajudaram a compor os conteúdos para dinamizar uma ambiência formativa. a partir de narrativas singulares e influenciadas por visões, epistemologias e metodologias diversas. Os textos que sintetizam esses conteúdos encontram-se organizados numa página web, no site do Cead, constituindo-se recursos abertos à comunidade e a Conteudistas Profa. Dra. Wilsa Maria Ramos Instituto de Psicologia Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento/UnB Currículo Lattes Prof. Dr. Marcello Ferreira Instituto de Física/UnB Currículo Lattes
  • 4. 04 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial contribuições de outros autores/professores. Neste mesmo ambiente, estarão ainda informativos, tutoriais, indicações de recursos e estratégias, links, registros de experiências nacionais e internacionais, divulgações de eventos acadêmicos, espaços para interação e compartilhamento de soluções entre professores, além de outras ações colaborativas. O curso de formação continuada “Recursos digitais e estratégias de aula possíveis para planejar o ensino não presencial” dará ambiência, sequencialidade e produtividade a esse conjunto de conteúdos, sendo certificado pelo DEX como extensão. Ele está emoldurado pelos fundamentos epistemológicos da construção do conhecimento baseado na aprendizagem personalizada, processual e dinâmica, que se prolonga ao longo da vida, superando a ideia do conhecimento como algo despersonalizado do aprendiz. A aprendizagem não é reprodução: ela envolve a tensão de uma produção própria ante a possibilidade de alimentar, com sua experiência, aquilo que aprende, retroalimentando recursivamente a sua ação docente. Esse é o caminho formativo que esperamos pautar-se na tríade ação-reflexão-recriação. Esse curso é destinado aos professores da UnB que, tensionados pela necessidade de recriar suas estratégias de ensino, buscam soluções para a reinvenção e a criatividade no planejamento e na execução do ensino em tempos de pandemia. Não pretendemos que o ele seja um especialista em tecnologias, mas que ele busque conhecer as possibilidades de desenvolvimento e aplicação TDIC no seu planejamento do ensino. Aprender no Século XXI implica reconhecer a internet como campo/arena de relações complexas, configuradas pela tecnologia, pela cultura e pelas humanidades que alimentam e retroalimentam o que os especialistas vieram a denominar “cultura digital”: um “campo vasto e potente” (BOLL; KREUTZ, 2009), produto das TIC (tecnologias da informação e comunicação) e da convergência das telecomunicações e informática, que estabelece uma relação simbiótica específica entre a sociedade e a informática (LEMOS; LÉVY, 2010). Pensar o ensino e a aprendizagem no contexto da cultura digital coloca o professor e o estudante frente à abertura dos diferentes horizontes de como ensinar e aprender, favorece a expressão criativa, a participação e dá visibilização à produção acadêmica de conhecimentos. Esperamos que esse desenho induza reflexões e outros modos de pensar e executar a docência universitária em tempos de adversidades. Acheguem-se! Referências BOLL, C. I.; KREUTZ, J. R. Caderno Cultura Digital. Brasília: PDE - MEC, 2009. 51 p. (Cadernos Pedagógicos - Mais Educação). Disponível em: http://portal.mec. gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=12330-culturadigital- pdf&Itemid=30192. LEMOS, A; LÉVY, P. O futuro da internet: em direção a uma ciberdemocracia planetária. São Paulo: Paulus, 2010. 2. S
  • 5. 05 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial 2. O Ensino Superior em tempos de Pandemia: rumos e estratégias das universidades nacionais e internacionais 2.1 E-learning en la enseñanza superior en tiempos de Covid 19 La crisis generada por la pandemia del Covid-19 nos ha llevado, en todo el mundo, al cierre de las universidades. Incluso las universidades abiertas, a distancia o en línea se han visto urgidas a repensar, de la noche a la mañana, su acción educativa. La unidad de intervención más importante, el triángulo interactivo, es el espacio más significativo para la continuidad de los procesos de formación en la universidad en tiempos de confinamiento. Por ello, las decisiones del profesorado, con el necesario apoyo institucional, son ahora mismo la mejor herramienta para distribuir la influencia educativa en entornos digitales cuando antes lo gestionábamos siempre desde el aula. En esta conferencia que impartí hace algunos años, propongo, a propósito, de la virtualidad en el aula, que debemos repensar la relación entre lo on-line y lo presencial en la educación superior. Explico la idea central de influencia educativa y cómo se puede concretar en nuestras aulas híbridas. Empieza por aquí la revisión de estos recursos para que luego puedas seguir con el resto de propuestas que te hago. Podrás profundizar en estas ideas: • El potencial transformador de las TIC en educación superior. • Usos de los entornos virtuales para extender la acción eficaz en el marco de la actividad conjunta • Retos de la Educación Superior en el marco de la interrelación entre lo presencial y lo virtual. La virtualidad en el aula: repensar la relación entre lo on-line y lo presencial en la educación superior Conteudista Prof. Dr. Alfonso Bustos Universitat Pompeu Fabra / BSM - Barcelona, España
  • 6. 06 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial Ahora te propongo las siguientes ideas sencillas para que, como profesores, pensemos un plan de acción en términos de la generación de un entorno digital para la influencia educativa distribuida. Piensa en tu aula digital como Comunidades Virtuales de Aprendizaje e incluso como Entornos Personales de Aprendizaje (PLE). No son una mera réplica de un aula, sino un nuevo espacio de interacción social que plantea demandas diferentes a todos los participantes y que, al mismo tiempo, puede proporcionar nuevas herramientas, metodologías innovadoras y posibilidades de interacción enriquecida para promover el aprendizaje. • Diseña para que tus alumnos se encuentren, progresivamente, con un conjunto de contextos de “actividad”, es decir, entornos de naturaleza diversa que nos permiten trabajar-aprender, y que están compuestos por configuraciones de actividades, recursos materiales y relaciones. El mundo digital ofrece posibilidades de interconectar dichos contextos y crear nuevas ecologías del aprendizaje. • Si estás usando ya un entorno virtual de aprendizaje (Moodle, Canvas, Sakai, Claroline, Blackboard o incluso Google Suite for Education) usa los contextos que ya existen, pero que podemos/deberíamos reconfigurar para plantearlo como Entornos Personales de Trabajo y Aprendizaje (EPTA), Personales / grupales, Públicos / privados. • Puedesconsultarestetrabajoparateneralgunasideas.Lautilizacióndeespacios personales de trabajo y aprendizaje -EPTA- en la formación universitaria
  • 7. 07 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial • Recuerda que en un entorno digital para la influencia educativa distribuida los contextos están interconectados • Se conectan personas • Se conectan ideas • Se conectan contextos variados y los conectan para “influirse mutuamente” • Permiten la potencial distribución de Influencia Educativa: ayuda para aprender, ayudas ajustadas, ayudas múltiples y variadas en su forma, duración, origen, alcance.. • Conectan posibilidades de ayudar a otros a aprender, “ergo” mis propias posibilidades de aprender. • Puedes ver esta presentación para tener algunas ideas: Enseñar y aprender en entornos virtuales. La distribución de la ayuda educativa
  • 8. 08 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial o También puedes consultar este video: What's the Use of Technology in Learning? Introducing Seven e-Affordances • Ten presente la gran oportunidad que tenemos si entendemos que los contextos interconectados y la potencial distribución de la influencia educativa “retan” (movilizan/dinamizan/activan) nuestra (mi / su) representación personal sobre: • o Cómo aprendo • o Quién soy y qué hago cuando aprendo • o Con quiénes aprendo y qué aprendo con ellos • o A quiénes, cómo y sobre qué ayudo a aprender • o Dicha movilización puede ayudar a “atribuir sentido a lo que aprendemos” pero sobre todo a reconfigurar las prácticas en las que se participa. • o Puedes consultar este excelente video: Ten Tips for Emergency Remote Teaching What's the Use of Technology in Learning? Introducing Seven e-Affordances ResearchEDHome 2020 Paul Kirschner: Ten Tips for Emergency Remote Teaching
  • 9. 09 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial Tambíén te recomendamos estas dos experiencias prácticas: Pairing practice and feedback with animations optimizes student learning in online module Factors impacting students' online learning experience in a learner‐centred course Para terminar, te propongo que revises este capítulo Una experiencias b-learning enfocada a la construcción colaborativa de WebQuest con estudiantes de posgrado en Psicología y Pedagogía que forma parte de este libro que puedes descargar completo Experiencias educativas con recursos digitales: prácticas de uso y diseño tecnopedagógico. Deseo que todos estos recursos te resulten de utilidad y que podamos conversar pronto para diseñar juntos la universidad que queremos en el futuro. Otros recursos de interés: e-Learning Ecologies: Innovative Approaches to Teaching and Learning for the Digital Age Learning Design: European Approaches
  • 10. 010 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial 2.2 Docência Online: integrando as TDIC para potencializar a aprendizagem Educação Online Falar de Educação Online (EOL) é compreender a educação mediada por computador (EMC), mas derivada das diferentes formas de EaD advindas dos processos educativos motivados pela internet. Para o Prof. Moran (2003), a educação online ocorre em diferentes situações e segmentos educacionais, desde a educação infantil até a pós-graduação, do ensino formal ao informal, e compreende desde cursos totalmente online, semipresenciais, até cursos presenciais com atividades online complementares que extrapolam a sala de aula dada a utilização da Internet. A educação online, na perspectiva da cultura digital, pressupõe o processo de autoria, de interação social, o movimento comunicacional e pedagógico dos sujeitos envolvidos para a garantia da interatividade e da cocriação (Santos). As chamadas Tecnologias digitais da Informação e Comunicação (TDIC) estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano. As TDIC influenciam grande parte das nossas ações e têm alterado o nosso modo de viver, de aprender e de ensinar. As tecnologias associadas à educação possibilitam novas perspectivas para o desenvolvimento da educação, seja no campo formal ou informal, na modalidade online ou em desenhos híbridos (presencial e a distância). Docência online Adocência online surge na sociedade tecnológica e traz como referência os saberes da docência presencial, além de demandar que novos saberes sejam acrescentados. O contexto de atuação também se altera, entretanto, a base dessa construção se dará fundamentalmente na relação professor-aluno. Ainda, o novo contexto de atuação pressupõe um rompimento com a lógica da concepção tradicional e Conteudista Profa. Dra. Rosana Amaro Faculdade de Educação Física/UnB Currículo Lattes Acesse o texto Uso das TIC na educação superior a distância de autoria de Welinton Baxto, Vânia Lúcia Quintão Carneiro O artigo discute como os professores que se envolvem em processos de formação mediados pelas TDIC ampliam seus saberes e buscam articular a sua forma de ensino integrando as tecnologias e design.
  • 11. 011 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial prospecta estratégias comunicacionais que sejam capazes de assegurar a interação e a mediação entre os sujeitos. Abordagem: funções do professor online A função pedagógica refere-se a ações que auxiliam o processo de aprendizagem do estudante ou de seu grupo. As ações decorrentes da função pedagógica estão intimamenteligadasàsquestõesdeconteúdo,situaçõeseestratégiasdeaprendizagem e, por isso, influenciam significativamente o desenvolvimento de um ambiente favorável e facilitador para a aprendizagem. Na função social, o professor deve valorizar o processo comunicativo com o estudante, função essa que está associada a um contexto social de aprendizagem propício ao desenvolvimento e fortalecimento das relações interpessoais. Na função gerencial, o professor deve desempenhar atividades que desencadeiam ações eficientes, principalmente, questões administrativas de gerenciamento da sala de aula virtual. Essa função envolve ações para resolução de problemas nos diversos níveis da oferta do curso. Já a função de suporte técnico compreende amplo domínio tecnológico e fluxo de aprendizagem e inclui, ainda, as contribuições do professor para facilitar a apropriação e o uso das tecnologias, favorecendo ao estudante o desenvolvimento das suas atividades acadêmicas. Docência Online em prática Abordagem: competências na docência online Vamos pensar as competências da Docência Online na prática? O professor na docência online assume papéis e funções que são indissociáveis das competências necessárias para atuar em processo de educação online. A concepção (design), organização e gestão do plano docente requer um conjunto de ações e atividades sobre a concepção da disciplina. Envolve, principalmente, os aspectos de planejamento, de organização e de gestão do plano de ensino.
  • 12. 012 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial 3. Assíncrono vs. Síncrono no Contexto da Educação Superior Pós-Pandemia No documento do Comitê de Coordenação das Ações de Recuperação (CCAR), intitulado Plano Geral para a Retomada das Atividades Acadêmicas (2020, pg. 15), descrevem-se algumas possibilidades de previsão de atividades não presenciais, síncrona e assíncrona, principalmente, para as disciplinas de exercícios domiciliares. Então, compreender a diferença entre o uso de atividades assíncronas ou síncronas torna-se essencial para planejar o retorno as atividades. As Interfaces das Atividades Assíncronas e Síncronas Para a retomada das atividades acadêmicas na Etapa 0 (ver o Plano de Retomada da CCAR), é necessário refletir sobre as metodologias que podem ser usadas no planejamento do ensino não presencial que envolvem os contextos de atividades síncronas ou assíncronas. Os objetivos do ensino, as estratégias pedagógicas, o tipo de disciplina (Prática; Teórica; Teórico-Prática) e os recursos tecnológicos que os estudantes dispõem deverão ser considerados na escolha da interface do estudante com o ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Por atividades síncronas compreende-se aquelas que dispõem de um espaço- tempo comum, previamente estabelecido, entre estudante-professor para sua realização, momento esse em que estudantes e professores precisam estar presentes, ao mesmo tempo, na plataforma escolhida para a realização. • São exemplos dessas atividades na cultura digital: o chat (que pode ser usado, por exemplo, no moodle, em uma sala de bate-papo via Teams-do office 365, no WhatsApp, nos dispositivos Google, entre outros); o webinar (como Facebook, YouTube, Google Meet, Skype, Twitch, GoToWebinar, WebinarJam, entre outros); as lives (via YouTube, Instagram, Facebook, para citar as mais comuns); as webconferências ou videoconferências (por aplicativos específicos, Zoom, Teams, Google Meet, entre outros). É importante ressaltar que as atividades síncronas podem ser realizadas de forma escrita ou oral, a depender da estratégia e desenho da atividade planejada. Já por atividades assíncronas compreende-se aquelas que não dispõem de um tempo comum para serem realizadas pelos estudantes. Nesse sentido, o estudante pode realizar sua intervenção de resposta participando a qualquer momento (em um período estipulado previamente ou não), sem, necessariamente, estar de forma simultânea presente com outros colegas ou com o professor no ambiente escolhido Conteudistas Profa. Dra. Wilsa Maria Ramos Instituto de Psicologia Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento/UnB Currículo Lattes
  • 13. 013 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial para interação. • São exemplos dessas atividades: os fóruns, e-mail, blog, diário, wiki, glossário de terminologias da área (todas estas estão no Moodle), mas podemos citar, também,ose-mails,gruposdoGoogleDrive,entreoutros.Aferramentaescolhida nessa ação indicará os meios de produção e de interação dos agentes da ação pedagógica e podem ocorrer por meio de linguagens escritas ou audiovisuais, lista de exercícios, produção de vídeos, imagens, áudios, ou outras. Em ambos os casos, a interação professor-estudante e estudante-estudante são fundamentais no processo de aprendizagem e para a permanência do estudante com a conclusão da disciplina. Nesse sentido, a assincronicidade é uma forma de evitar a exclusão ou a desistência de estudantes, ao oferecer ao estudante a condição de se conectar no seu próprio tempo, ou seja, uma conectividade própria. Ademais, o planejamento de atividades assíncronas favorece os estudantes que não possuem internet banda larga e dedicada, uma vez que eles podem acessar a atividade a posteriori, além de o tempo de resposta ser uma questão importante, isto é, o estudante pode ter tempo de retomar a leitura do texto básico, de modo a consultá-lo, pode reler um fórum e buscar um local com conexão para subir a tarefa. Desafios para o Planejamento: Atividades Assíncrona e/ou Síncronas No período de isolamento social, é preciso considerar não apenas o acesso dos computadores de mesa ou notebooks, por parte dos estudantes, mas o que os estudantes já têm em suas mãos, como os celulares smartphones. Nesse sentido, o Moodle versão 3.6 apresenta possibilidades de interatividade pelo celular, mas o desenho de atividades para a aprendizagem móvel necessita de outros domínios pelo professor. Uma questão importante é a transposição didática do ensino presencial para o ensino online. Não se trata de uma transposição didática plena do planejamento do ensino presencial para o planejamento do ensino não presencial, pois é preciso compreender que o arranjo espaço-tempo integrador das Tecnologias Digitais da InformaçãoeComunicaçãotrazoutroselementosaoprocessodeensinoaprendizagem. Planejar as aulas para o ensino não presencial, então, traz outras reflexões acerca das questões postas pela CCAR. Há alternativas pedagógicas não presenciais compatíveis com a fase da pandemia em curso? Quais disciplinas são possíveis de serem ofertadas de maneira não presencial? Outras questões também se impõem: como organizar o conjunto de disciplinas de um curso, sem sobrecarregar o estudante com horas no computador ou na tela do notebook? Tomemos como exemplo a situação de um estudante de graduação que cursa simultaneamente 5 ou 6 disciplinas por semestre. Se todos os professores oferecerem suas disciplinas de modo não presencial, e, se se mantiver a organização semestral de 17 semanas, corre-se o risco de excluir ou perder muitos estudantes no caminho. Pode-se, à vista disso, propor um desenho diferenciado, flexibilizado, do planejamento da disciplina, ou, se mantiver o semestre de 17 semanas, sistematizar a oferta em grupos de disciplinas, por periodicidade mensal ou bimestral, por exemplo, ofertando
  • 14. 014 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial um grupo de disciplinas por dois meses e outro grupo nos meses subsequentes. Outra ideia interessante é propor projetos e temas problematizadores que pudessem ser organizados por núcleos de disciplinas, integrando-as em um único ambiente. Nossas experiências do passado com a educação, por si só, não auxiliarão no momento atual se não observarmos as condições concretas. Tudo que fizermos em termos de nossas atividades de ensino deve contemplar o contexto atual e visar a uma leitura das situações diárias que demandarão atenção, novas estratégias e rearranjos do/no nosso fazer pedagógico, além de se ter em vista os casos que podem ocorrer com os estudantes e docentes envolvem a área de saúde, a área econômica, social, cultural etc. Retornando ao Ponto de Partida Ampliando a discussão sobre o uso de atividades assíncronas ou síncronas como recursos para o desenvolvimento dos estudantes, pudemos observar que a escolha de uma ou outra modalidade dependerá dos objetivos do ensino, das estratégias pedagógicas e dos recursos que os estudantes dispõem. Portanto, não existe uma opção melhor que a outra, ambas, síncronas e assíncronas, dependem de fatores que não estão no controle do professor. O ideal é conhecer as tecnologias que os estudantes têm em suas mãos, se celulares, se computadores e o tipo de internet. Isso, em suma, ajudaria o docente a tomar a melhor decisão.
  • 15. 015 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial 4. O Moofle como plataforma de ensino aprendizagem na Educação Superior 4.1 Editando o ambiente virtual de aprendizagem (AVA) O Moodle é um software, um LMS (learning management system), ou seja, um ambiente virtual de aprendizagem (AVA), criado em 2002 pelo australiano Martin Dougiamas, pedagogo e técnico em informática. É um ambiente de gestão de aprendizagem que oferece espaço e recursos on-line para a organização e gestão do processo de ensino e aprendizagem. Como é um software com código aberto e muito utilizado por instituições de ensino, pesquisadores do mundo inteiro colaboram para atualizar e desenvolver novas funcionalidades. Saiba mais no site: https://moodle.org/. O Moodle oferece ferramentas de comunicação e interação síncronas e assíncronas, com suporte de conteúdos em diversos formatos digitais e hipertextuais. Ele também permite integrar diversos recursos multimidiáticos, como áudio, vídeo, simulações em laboratórios etc. Conteudistas Profa. Dra. Danielle Xabregas Pamplona Nogueira Faculdade de Educação - Departamento de Planejamento e Administração/UnB Currículo Lattes Profa. Msc. Janaína Angelina Teixeira Secretaria de Educação do DF (SEDF) Currículo Lattes Profa. Dra. Lívia Veleda de Sousa e Melo Centro de Educação a Distância da UnB Currículo Lattes Profa. Dra. Wilsa Maria Ramos Instituto de Psicologia Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento/UnB Currículo Lattes Prof. Dr. Marcello Ferreira Instituto de Física/UnB Currículo Lattes
  • 16. 016 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial O AVA possibilita: 1. gerenciamento de cursos on-line; 2. configuração de recursos para disponibilizar conteúdos; 3. organização de atividades de ensino; 4. registro do desempenho e itinerários dos alunos; e 5. avaliação dos seus resultados de aprendizagem. Na Universidade de Brasília, o Moodle é utilizado há mais de 10 anos visando facilitar e oportunizar processos de ensino e aprendizagem. Professores e alunos podem contar com esse AVA para apoiar o desenvolvimento de aulas presenciais ou aulas e cursos completamente a distância. Entenda como o Moodle está estruturado e como navegar no AVA assistindo ao tutorial: Aprenda a navegar. Caso tenha acesso a uma sala no Moodle, você pode abrir o navegador e iniciar a experimentação da ferramenta clicando aqui. Disponibilizamos, também tutoriais para utilizar o editor de texto no Moodle, configurar perfil e o próprio curso, sua sala virtual. Clique aqui para acessá-lo. Explorar estes recursos ajudará você a compreender as possibilidades do ambiente e pensar o planejamento pedagógico, associando as necessidades didáticas às potencialidades da ferramenta. As ferramentas do Moodle podem ser divididas em dois grandes grupos: recursos e atividades. Cada uma destas ferramentas pode contribuir para alcançar os objetivos de seu planejamento, funcionando como estratégias didáticas. Vamos entender o que significa cada um deles: 1. RECURSO: ferramenta indicada para apresentar os conteúdos de sua disciplina, podendo ser em formato de textos, ebook, vídeos ou links. 2. ATIVIDADE: ferramentas que podem disponibilizar atividades avaliativas ou exercícios. Para encerrar este tema, assista à Live: o planejamento do ensino on-line e as possibilidades de uso do Moodle, realizada durante a primeira oferta da Oficina de Moodle Básico.
  • 17. 017 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial 4.2 Configurando os Recursos Neste tópico, vamos conversar especificamente a respeito da seleção e configuração dos recursos para a sua sala no Moodle. Neste momento, você deve olhar seu planejamento e escolher o melhor recurso, ferramenta ou atividade para alcançar o objetivo de aprendizagem proposto. Veja algumas dicas: a) Selecionando os Recursos: Arquivo: O recurso arquivo permite que você insira diversos arquivos no ambiente virtual de aprendizagem, em formato Word, PDF, Excel, entre outros. Você pode utilizar o PDF para inserção dos conteúdos da disciplina. Para deixar esse arquivo mais agradável, você pode utilizar os recursos gráficos disponíveis na página do CEAD, bem como alguns softwares de criação de conteúdo, como o Canva. Conteudistas Profa. Dra. Danielle Xabregas Pamplona Nogueira Faculdade de Educação - Departamento de Planejamento e Administração/UnB Currículo Lattes Profa. Msc. Janaína Angelina Teixeira Secretaria de Educação do DF (SEDF) Currículo Lattes Profa. Dra. Lívia Veleda de Sousa e Melo Centro de Educação a Distância da UnB Currículo Lattes Profa. Dra. Wilsa Maria Ramos Instituto de Psicologia Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento/UnB Currículo Lattes Prof. Dr. Marcello Ferreira Instituto de Física/UnB Currículo Lattes DICA! Para deixar seus arquivos mais agradáveis visualmente, você pode utilizar o “Canva” para criação de capas, edição do arquivo como um todo e a criação de banners e revistas. Veja como é simples. Utilizaremos como exemplo, a plataforma Canva, que é um programa on-line de produção de conteúdos visuais.
  • 18. 018 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial Clique aqui e assista o tutorial! Acesse a plataforma Canva clicando aqui. Atenção: quando iniciamos a produção de material didático para cursos on-line, precisamos pensar na perspectiva do estudante para que os materiais elaborados atendam às suas necessidades educacionais e, assim, os objetivos de aprendizagem do curso/disciplina sejam alcançados. Na página do CEAD, você encontrará estilos para as nove áreas do conhecimento da Capes, com os seguintes materiais: a) modelo de banner: para utilização no topo da disciplina; b) modelo de grids: para utilização em cada módulo/unidade; c) modelo de protótipo de template: para elaboração de telas com conteúdos interativos; d) modelo de Word com a mesma arte do protótipo da área: para elaboração do conteúdo da disciplina; e) modelos de avatares: para utilização como interlocutores do conteúdo, trazendo mais dialogicidade ao material didático. Caso você opte por não utilizar os modelos disponíveis na página do CEAD, sugere-se que escolha até cinco cores para pensar a paleta de cores da sua disciplina, sendo duas cores principais e três complementares, assim, seu material ficará mais harmônico para o leitor! Livro: o livro é um recurso em que você consegue inserir texto, links e vídeos, bem como um sumário para o conteúdo a ser criado. Esse recurso pode ser utilizado para criação de conteúdo da disciplina. Página: o recurso página permite que você crie um link para uma tela que pode exibir diversos tipos de conteúdos, como imagem, vídeo, áudio, texto ou todos eles na mesma página. Você pode utilizar esse recurso para inserir conteúdos que necessitam de várias mídias ou como Roteiro da Semana. Exemplos: Roteiro da Semana: “Olá, alun@! Hoje (xx/xx/xxxx), iniciamos o Módulo xx – xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. Esse módulo é composto pelas seguintes atividades: • realizar a leitura do conteúdo do Módulo xxx, cujo material está disponível
  • 19. 019 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial na biblioteca ou navegar pelas telas interativas do Módulo xx; • participar do Fórum Temático do Módulo xx (atividade pontuada); • responder ao Questionário – Módulo xx (atividade pontuada). Lembre-se de que o prazo para participar do fórum temático termina às 23h55 do dia xx/xx/xxxx; para responder ao questionário, o prazo é até às 23h55 do dia xx/ xx/xxxx. Dica: Não deixe as atividades para o último dia, pois a plataforma pode ficar lenta com o grande número de acessos concomitantes e você pode não conseguir realizar as atividades propostas. Aguardo sua participação e me coloco à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas. Fechamento (Abraço:/Atenciosamente/Saudações!) Fulano de tal” Pasta: muito utilizado como “Biblioteca” da disciplina, basta renomeá-lo. Alguns professores utilizam a biblioteca por Unidade/módulo e outros preferem uma biblioteca geral para toda a disciplina. Acerca das duas opções: • Biblioteca geral: mesmo sendo geral, você consegue organizar subpastas o que facilita para o estudante no momento de encontrar o material desejado; • Biblioteca por unidade/módulo: os materiais dos módulos/unidades podem ficar disponíveis no próprio tópico/grid. Um ponto a se analisar é a quantidade de pastas que o professor terá que criar e administrar. Rótulo: é utilizado, principalmente quando o professor escolhe utilizar o formato de curso “tópico”, assim o recurso é utilizado para marcar a entrada de um novo assunto na sala de aula e para separar materiais. Clicando nos textos a seguir, você tem acesso a tutoriais para ajudá-lo na configuração de alguns destes recursos do Moodle: • Criação de recurso: página • Criação de recurso: arquivo • Criação de recurso: rótulo
  • 20. 020 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial 4.3 Configurando as Atividades b) Selecionando atividades fórum:éoespaçoquepermiteinteraçãoassíncronaentreestudanteseprofessores. Você pode utilizar o fórum de diversas maneiras: • fórum temático/discussão: espaço que favorece a/o interação/diálogo entre os estudantes do curso, motivada por meio da discussão de um determinado tema e/ou assunto do curso/disciplina. Essa ferramenta deve ser utilizada para favorecer maior reflexão e pesquisa, possibilitando o aprofundamento de ideias e conceitos, bem como a interação e a colaboração entre os estudantes. • fórum de dúvidas: espaço destinado aos estudantes para que as dúvidas dos participantes sejam compartilhadas e sanadas. • fórum de apresentação: espaço destinado para apresentação e interação entre a turma. • fórum de notícias: espaço dedicado a informes gerais (único fórum em que os estudantes não possuem a permissão para interagir). Conteudistas Profa. Dra. Danielle Xabregas Pamplona Nogueira Faculdade de Educação - Departamento de Planejamento e Administração/UnB Currículo Lattes Profa. Msc. Janaína Angelina Teixeira Secretaria de Educação do DF (SEDF) Currículo Lattes Profa. Dra. Lívia Veleda de Sousa e Melo Centro de Educação a Distância da UnB Currículo Lattes Profa. Dra. Wilsa Maria Ramos Instituto de Psicologia Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento/UnB Currículo Lattes Prof. Dr. Marcello Ferreira Instituto de Física/UnB Currículo Lattes
  • 21. 021 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial Pratique a construção de um fórum na sua disciplina. Veja aqui o tutorial Lembre-se de que ele possui diferentes formatos e tipos! Para isso, defina uma unidade de ensino e escolha um tipo de fórum que poderia apoiá-lo na interação com os alunos e entre eles. Escolha um Tópico para criar o Fórum coerente com o conteúdo. Para aprender mais sobre a configuração de Fóruns, assista o tutorial aqui. Questionário: essa atividade pode ter várias aplicações, tais como autoavaliação, lista de exercícios para verificação de aprendizagem, teste rápido ou prova virtual. Podem ser criados questionários com diferentes tipos de questões, escolhidas a partir de um banco de questões.As atividades em um questionário podem ser de vários tipos como múltipla escolha, verdadeiro/falso, resposta curta, associação, calculada, cloze. No tema 3, você aprenderá como configurar o questionário. Assista nesta playlist vários tutoriais sobre a configuração do questionário. Pesquisa:esseéumexcelenterecursoparaaplicaçãodedoistiposdeinstrumentos: 1. Pesquisa diagnóstica: pesquisa elaborada pelo professor para verificar o nível de conhecimento dos estudantes acerca dos temas a serem abordados na disciplina. Pode ser elaborada com base nos objetivos de aprendizagem da disciplina em que os estudantes respondem, realizando uma autoavaliação de seus conhecimentos prévios. Para o diagnóstico também pode ser aplicado um pré-teste de conhecimentos, nesse caso, sugere-se o uso do questionário. 2. avaliação de reação da disciplina: pesquisa elaborada pelo professor para avaliação da disciplina. No caso dos cursos da UAB/UnB, a avaliação da disciplina será disponibilizada no Moodle, seguindo instrumento padronizado para todas as disciplinas. Tarefa: é a atividade que permite ao estudante postar ou entregar um trabalho que foi elaborado por ele (on-line ou off-line), em formato digital, como resultado de uma solicitação do tutor/professor, podendo ou não ser avaliado. Na plataforma Moodle, a atividade denominada tarefa pode ser classificada em três formatos: DICA! Elabore propostas de discussões com interações criativas. Para isso, você pode inserir uma charge, uma história em quadrinhos, o trecho de uma música, entre outras. O importante é despertar o interesse do estudante em participar do fórum. DICA! Ao elaborar as questões, busque realizar a interlocução com os conteúdos trabalhados na disciplina, acrescentando ícones, imagens, esquemas, entre outras linguagens que despertem o interesse do estudante
  • 22. 022 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial • modalidade avançada de carregamento de arquivos: permite ao estudante enviar mais de um arquivo por vez, com qualquer tipo de extensão (doc, zip., imagens, PDF. etc.); • atividade off-line: pode ser realizada em algum lugar da rede, ou presencial, e permite a visualização das informações, mas não o envio de arquivos. • envio de arquivo único: permite ao estudante enviar apenas um arquivo, com qualquer tipo de extensão (doc, zip., imagens, PDF etc.). Assista ao tutorial e pratique a configuração da tarefa Lembre-se de que ela pode ser utilizada para vários objetivos. Defina o objetivo e crie a sua tarefa associada a um Tópico do seu ambiente virtual de aprendizagem. H5P: é uma solução completa para criação e manutenção de atividades interativas para cursos on-line, que podem ser utilizados em plataformas como o Moodle. O objetivo da ferramenta é disponibilizar todos os recursos necessários para criação de vídeos interativos, jogos educacionais e conteúdos dinâmicos, que podem ser integrados a qualquer sistema ou aplicação, inclusive proprietários. Conheça algumas ferramentas clicando aqui: Descrição das Ferramentas H5P Aqui você tem acesso ao tutorial a respeito do course presentation, um dos recursos do H5P que permite a apresentação de conteúdo em telas, como diversas possibilidades de interação. Se você quiser saber mais acerca do H5P, acesse: https://h5p.org/. BBB: permite criar salas de aula em tempo real usando BigBlueButton, um sistema de conferência web de código aberto para educação a distância. Saiba mais navegando nas seções sobre webconferências e nos tutoriais disponibilizados na página do CEAD (http://riu.cead.unb.br/acervo/ferramentas). Nas demais seções deste menu, você pode avançar na compreensão acerca da docência on-line e de ferramentas para elaboração de suas aulas! DICA! Veja algumas possibilidades que você pode utilizar a atividade tarefa: entrega de relatórios; atividades de pesquisa de campo; listas de exercício; ensaios teóricos e artigos, entre outras possibilidades. DICA! Para criar conteúdos interativos, você pode utilizar os protótipos de templates, disponíveis na página do CEAD.
  • 23. 023 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial 4.4 Formatos de cursos no Moodle da UnB: tópico, grade e trilha Quando o usuário do Moodle entra na plataforma, a primeira percepção que tem é de como o conteúdo foi disposto na tela, isto é, do formato do curso. Essa disposição dos conteúdos não deve ser pensada apenas como uma maneira visual de dispor a sequência de tópicos e atividades dos usuários na tela principal. Longe dessa acepção simplista, cada formato do Moodle ancora-se em uma concepção didático-pedagógica que é assumida pelo professor-tutor no momento da escolha desse formato e não de outro. Compreende-se, assim, que, apresentar o curso no Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) em formato de tópicos ou em formato de trilha faz toda a diferença, seja para o mediador do conhecimento (professor-tutor), seja para quem fará uso e irá (inter)agir no AVA em busca da aquisição e consolidação de competências (usuário- aluno). Vamos aprender sobre essas concepções didático-pedagógicas que estão por trás dos formatos do Moodle? Como configurar o formato no Moodle do Aprender 3? É um processo muito simples. Estando no Aprender 3, com o perfil de professor, acione o botão . Essa opção está na área de , localizada no canto inferior da tela. Em seguida, faça os seguintes comandos: 1º Passo: Ainda na área de Administração do curso, clicar na opção Editar configurações. 2º Passo: A página de Editar configurações do curso se abrirá e, então, clique na aba Formato do curso, que está em azul. 3º Passo: Na opção Formato, clique na seta e escolha uma das opções: formato grade; formato atividade única; formato social; formato tópicos; formato trilha. 4º Passo: Clique, no final da página, no botão azul Salvar e mostrar. Depois de configurado o formato, a disposição dos conteúdos vai se adequar a opção escolhida. Destaca-se que, em alguns formatos – como o formato social –, certos itens ficam ocultos, todavia não se perde nenhuma informação e/ou conteúdo ao se trocar de formato. Conteudista Prof. Dr. Marcos Rogério Martins Costa Instituto de Letras: Departamento de Linguística, Português e Letras Clássicas/UnB Currículo Lattes
  • 24. 024 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial Agora, que você já sabe como configurar um formato no Moodle do Aprender 3, serão apresentadas, de maneira resumida e não exaustiva, as concepções didático- pedagógicas que estão associadas a cada formato. Desse modo, poderá escolher o formato mais adequado ao seu estilo e metodologia de ensino e aprendizagem. As concepções didático-pedagógicas de cada formato a) Formato grade Figura 1. Tela de disciplina no formato grade Fonte: Moodle Aprender 3/UnB O formato grade objetiva apresentar ao usuário um curso modular e visual. Isso pode ser verificado pela disposição dos conteúdos em módulos. Um módulo representa uma etapa no AVA do processo de ensino-aprendizagem do usuário-aluno. A visualização de cada módulo facilita a estruturação dos conteúdos. Destaca-se que, quando um módulo está aberto, os demais estão ocultos na tela. O título de cada ícone é curto. Cada módulo possui um ícone, formando, assim, quando reunidos, uma grade de ícones – daí vem o nome desse formato. Considerando esses aspectos, a concepção didático-pedagógica desse formato se sustenta na sequência modular da disciplina. Cada módulo vai ser responsável por apresentar, discutir e promover a reflexão de determinados conteúdos. Não necessariamente poderá haver uma avaliação em cada módulo. O que garante a independência de cada módulo e não induz o usuário-aluno, necessariamente, a linearidade e a hierarquização de conteúdos e atividades. Embora o professor- tutorpossa indicar uma sequência linear para os ícones – podendo inclusive numerar os ícones a partir dos títulos –, a disposição em grade não favorece essa condução linear, uma vez que a proposta didática que subjaz a esse formato é fazer de cada módulo uma experiência de ensino-aprendizagem. Com isso, o usuário-aluno é conduzido a aprenderem seu próprio ritmo ao explorar as diferentes e diversas possibilidades de cada módulo.
  • 25. 025 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial b) Formato atividade única Figura 2. Tela de disciplina no formato atividade única Fonte: Moodle Aprender 3/UnB O formato de atividade única promove a inserção de uma atividade ou recurso. É utilizado para inserir um recurso como o Quiz ou um pacote Shareable Content Object Reference Model (SCORM) na página do curso. A sigla SCORM significa, em tradução livre, Modelo de Referência de Objeto de Conteúdo Compartilhável. O uso prático desse pacote é que o SCORM permite estabelecer uma comunicação entre diferentes plataformas de Learning Management System (LMS) – sigla em inglês que designa Sistema de Gestão de Aprendizagem. Em outras palavras, caso se tenha atividades ou recursos em outras plataformas LMS que não estejam presentes no Moodle é possível transferir para esse espaço a partir de um pacote SCORM que é compatível com o formato de atividade única. A concepção didático-pedagógica desse formato é a concentração da interação em um recurso ou atividade. Compreende-se, assim, que o uso desse formato pode ser limitado se comparado aos demais, bem como que exigirá do professor-tutor condução e monitoração atentas para com a participação dos usuários-alunos. A vantagem do uso desse formato advém, sobretudo, da exportação de atividade de outra LMS. As desvantagens são decorrentes da centralização dos conteúdos do plano de ensino em uma única atividade ou recurso. c) Formato social Figura 3. Tela de disciplina no formato social Fonte: Moodle Aprender 3/UnB O formato social é a criação de uma grande rede social digital interna. Todos os
  • 26. 026 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial tópicos e conteúdos são ocultos na tela principal e o que fica em evidência é um fórum central. Com isso, a perspectiva é que a interação no referido fórum seja a força motriz para o desenvolvimento dos conteúdos e das atividades. Todos os recursos do fórum podem ser explorados com maior atenção pelo professor-tutor e pelos usuários- alunos. A concepção didático-pedagógica subjacente a esse formato é que a interação no fórum vai permitir a troca de ideias e de experiências. É uma forma de centralizar os procedimentos didáticos a partir do recurso dialógico presente no fórum. A experiência do processo de ensino-aprendizagem dependerá substancialmente da condução do professor-tutor e de como este fará a costura textual dos comentários dos usuários- alunos. Em suma, o formato social é usado para criar umAVAcujo objetivo é, sobretudo, colocar à disposição dos discentes um grande fórum de discussão. d) Formato tópicos Figura 4. Tela de disciplina no formato tópicos Fonte: Moodle Aprender 3/UnB O formato tópico é mais utilizado no Moodle e, por isso, é o formato padrão que é sugerido quando a disciplina é criada. Não é por acaso. Esse formato tem diversas características que explicam essa popularidade. Primeiramente, o formato em tópico traz uma divisão dos conteúdos em seções que podem ser segmentadas e configuradas conforme a metodologia de cada professor-tutor e o estilo de aprendizagem do alunado. Em segundo lugar, esse formato proporciona uma sequencialidade das seções e tópicos, as quais delineiam como a disciplina será desenvolvida. Em terceiro, o professor-tutor tem a possibilidade de ocultar, criar e remover tópicos, bem como seções. Essa diversidade de opções é apresentada, visualmente, ao usuário na página principal. A concepção didático-pedagógica subjacente a esse formato é a promoção de um processo de ensino-aprendizagem diretivo e objetivo. É diretivo porque o professo-
  • 27. 027 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial tutor direciona a sequência de seções e os tópicos a serem desenvolvidos, podendo, inclusive, fazer uma seção ser uma espécie de “pré-requisito” para se acessar a seguinte. É objetiva, porque os comandos e os conteúdos são distribuídos em seções logo na página principal. Projeta-se, assim, um processo de ensino-aprendizagem com maior controle e direcionamento do professor-tutor, embora, ressalva-se, as seções possam conter elementos que favoreçam a interatividade e a participação ativa dos usuários-alunos. Por conseguinte, a maior ou a menor centralização do processo de ensino-aprendizagem se dará pelas escolhas e pelos direcionamentos que o professor-tutor fizer das atividades e avaliações a serem incluídas em cada seção. e) Formato trilha Até o presente momento, o formato trilha possui, na versão Moodle do Aprender 3, três opções de trilha: Pista; Rio; Quebra-Cabeça 1. Essas opções encontram-se representadas nas figuras a seguir: Figura 5. Tela de disciplina no formato trilha – Opção Pista Fonte: Moodle Aprender 3/UnB
  • 28. 028 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial Figura 6. Tela de disciplina no formato trilha – Opção Rio Fonte: Moodle Aprender 3/UnB Figura 7. Tela de disciplina no formato trilha – Opção Quebra-cabeça 1 Fonte: Moodle Aprender 3/UnB Independentemente do tipo de trilha a ser escolhido pelo professor-tutor, as trilhas de aprendizagem partem de um mesmo fundamento: constituem um conjunto integrado e sistemático de ações de desenvolvimento de competências. Esse conjuntorecorre a múltiplas formas de aprendizagem que são apresentadas aos usuários-alunos em um
  • 29. 029 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial formato de percurso. Esse percurso pode ser figurativizado de distintas formas: como pista (figura 5), como rota de um rio (figura 6) ou como um quebra-cabeça (figura7). Cada estágio desse percurso visa à aquisição e à produção de conhecimentos necessários para o desenvolvimento de competências, as quais, por sua vez, podem envolver conhecimentos, habilidades e atitudes. É esperado que o percurso da trilha requeira o desempenho de diferentes níveis e espaços de aprendizagem, motivando o usuário-aluno a construir raciocínios lógicos e estratégicos para chegar até o final da trilha de aprendizagem – daí, em não raros casos, se inserir nesse tipo de formato características de gamificação como recompensas e desafios. A concepção didático-pedagógica que está por trás do formato trilhas é a compreensão de diferentes e distintos níveis e graus de aprendizagem que podem ser incentivados e (trans)formados ao longo do percurso da trilha. Uma limitação da versão de trilha de aprendizagem do Moodle é a impossibilidade de se criar trilhas alternativas, uma vez que é previsto um único percurso para todos os usuários-alunos. Por isso, é importante que os estágios possuam uma maior diversidade de recursos e atividadespara que a concepção didático-pedagógica supracitada não se esvaneça. Na trilha de aprendizagem, é necessário definir um curso de ação a ser seguido para o desenvolvimento das competências previstas no conteúdo programático do curso, presente no plano de ensino. Desse modo, a estruturação dos níveis de complexidade dos estágios na trilha deve se pautar na compreensão do grau crescente de habilidades cognitivas, sendo esperado que as atividades e os recursos sejam estimulados do mais simples para o mais complexo tanto em termos de profundidade do aprendizado, como da construção da experiência da aprendizagem. Em geral, sugere-se que as ações sigam os seguintes comandos pedagógicos, de forma cíclica e gradual: conhecer, compreender, aplicar, analisar, sintetizar e avaliar. f) Formato semanal Figura 8. Tela de disciplina no formato semanal Fonte: Moodle Aprender 3/UnB
  • 30. 030 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial Esse formato é bastante semelhante ao formato de tópicos.Adiferença fundamental desse tipo é que o formato semanal se baseia na construção das seções do curso a partir da agenda da disciplina. Em outras palavras, cada semana prevista no período de vigência da disciplina vai gerar uma seção. Em cada seção, o professor-tutor tem à disposição todas as possibilidades de recursos e atividades que já dispunha no formato de tópicos – bem como tinha nos demais formatos, só que nos formatos tópicos e semanal essas possibilidades ficam mais visíveis em cada seção. Aconcepção didático-pedagógica presente nesse formato é a condução cronológica do conteúdo programático do curso, presente no plano de ensino da disciplina. É um formato voltado para a premissa temporal. Logo, todas as atividades criadas são vinculadas a um determinado de período de vigência que é destacado no título de cada seção. Para saber mais sobre esse tema e outros correlatos a ele, sugere-se a leitura dos seguintes textos: ALVES, Lynn; BARROS, Daniela; OKADA, Alexandra (Orgs.). Moodle: estratégias pedagógicas e estudo de caso. Salvador: EDUNEB, 2009. CARLINI, Alda Luiza. Procedimentos de ensino: escolher e decidir. In: SCARPATO, Marta (Org.). Os procedimentos de ensino fazem a aula acontecer. São Paulo: Avercamp, 2004, p. 25-84. COSCARELLI, Carla Viana. Novas tecnologias, novos textos, novas formas de pensar. Belo Horizonte: Autêntica, 2002. PARA SABER MAIS A escolha de um formato no Moodle deve ser pautada, sobretudo, pela metodologia desenvolvida pelo professor-tutor em consonância com o estilo de aprendizagem de seu alunado. Por isso é importante saber as concepções didático-pedagógicas que subjazem a cada um dos formatos disponíveis no Moodle.
  • 31. 031 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial 5. Elementos norteadores da qualidade do plano de aula integrando os recursos digitais Preparamos um documento norteador para a complexa missão de dialogar com diversas áreas do conhecimento na elaboração do plano de aula. O plano de aula visibiliza o caminho que o professor propõe para o ambiente virtual de aprendizagem (AVA), com foco na seleção dos recursos e atividades do Moodle ou de outras plataformas, tais como: fóruns, wikis, simulações, estudos de caso, análises de situações-problema, incidentes críticos do contexto real de trabalho etc.). Ele deverá contemplar estratégias pedagógicas diversificadas, adequadas ao contexto de ensino e aos diferentes estilos de aprendizagem, compatibilizando-as com as competências a serem desenvolvidas. Vejamos, a seguir, os elementos norteadores da qualidade do plano de aula: 1. prever uma sequência didática com atividades e formas de avaliação diversificadas, que permitam ao estudante ter uma participação e aprendizagem ativa; 2. apresentar, na sequência didática, a seleção de recursos digitais que compõem a aula, como gravação de vídeos ou de áudios (podcast), uso de um jogo digital, ou solicitar a produção, pelos estudantes, de um conteúdo em formato audiovisual, entre outros recursos ; 3. prever mecanismos de comunicação e interação social em ambiente acadêmico, entre estudantes e entre estudantes e professor; 4. prever materiais de estudo/leituras (textos, hipertextos, blogs, e-book etc.), baseados em critérios qualitativos de leveza e profundidade, evitando textos que não sejam essenciais à aprendizagem, e focados no essencial; 5. apresentar clareza na elaboração dos objetivos de aprendizagem da aula e nas instruções das atividades a serem realizadas; 6. dispor de orientações acerca dos tempos estimados para os estudos, por atividade e por plano de aula; 7. definir o tipo de avaliação (diagnóstica, formativa e somativa) e respectivos instrumentos e indicadores, recorrendo a técnicas diversificadas, de acordo com os objetivos da disciplina, tais como: questionários de resposta fechada, exercícios de resposta aberta, simulações, tarefas específicas, exercícios colaborativos, atividade de pesquisa, portfólios etc.; Conteudista Profa. Dra. Wilsa Maria Ramos Instituto de Psicologia Departamento de Psicologia Escolar e Desenvolvimento/UnB Currículo Lattes
  • 32. 032 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial 8. explicitar como será o feedback e a correção das atividades de estudo e avaliativas por parte dos professores ou pela avaliação em pares. Para ampliarmos a compreensão da complexidade da tarefa docente, destacamos os sete Princípios de Aprendizagem para desenho de ambientes de aprendizagem elaborados pela OCDE (2017): OECD (2017). The principles of learning to design learning environments. In The OECD Handbook for Innovative Learning Environments (chapter 1, pp. 21-40). Paris: OECD Publishing. Accesible en: http://www.oecd-ilibrary.org/education/the-oecd- handbook-for-innovative-learning-environments_9789264277274-en 1. O aprendiz está no centro da aprendizagem. O ambiente de aprendizagem reconhece os estudantes como protagonistas e estimula seu compromisso ativo e os ajuda a compreender o sentido das atividades; 2. a aprendizagem é de natureza social. O ambiente de aprendizagem promove a comunicação, a interação e a aprendizagem colaborativa entre os estudantes; 3. as emoções são essenciais para a aprendizagem. O ambiente de aprendizagem leva em consideração a dimensão simbólica e emocional da aprendizagem como papel fundamental nas conquistas do estudante; 4. o aprendizado deve considerar as diferenças individuais. O ambiente de aprendizagem é sensível às diferenças individuais (conhecimentos prévios, habilidades, estratégias, interesses, motivações etc.); 5. esforço/desafio é a chave para o aprendizado. O ambiente de aprendizagem deve projetar atividades que exijam esforço e despertem o desejo de aprimorar seus conhecimentos, mas sem sobrecarregar excessivamente os estudantes; 6. a avaliação contínua/formativa favorece o aprendizado. O ambiente de aprendizagem deve operar com expectativas claras e aplicar estratégias de avaliação consistentes. A avaliação formativa deve ser substancial e regular; 7. aprender envolve construir conexões horizontais. O ambiente de aprendizagem promove conexões horizontais entre diferentes disciplinas e com a comunidade local, regional com o mundo. Para cada princípio, podemos prever ações que o professor poderia realizar para que o princípio seja cumprido. Por exemplo, no princípio 1 (Aprendizagem centrada no estudante), ele poderia propor um contexto de atividades composto por: • estratégias de exploração do conteúdo de forma autônoma; • atividades que considerem e incluam as contribuições dos estudantes; • foco no processo de autoaprendizagem, levando o estudante a planejar, supervisionar e valorizar seus próprios processos de aprendizagem; • tarefa com margem de decisão e controle do estudante sobre suas atividades; • momentos de reflexão por parte do estudante acerca do próprio processo de aprendizagem, incentivando a conscientização a respeito de como ele aprende, ou seja, qual a sua identidade de aprendiz.
  • 33. 033 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial Por último, recomendamos que, ao planejar a sua aula, se retorne aos sete princípios da aprendizagem e verifique quantos deles você consegue abranger; tente dosar as suas escolhas didáticas para contemplar o maior número de princípios, tornando a sua aula em uma tecnologia social, emancipatória, que gera aprendizagem com sentido para os estudantes e gere sentido em aprender. Em tempos de pandemia da Covid_19, nos diversos segmentos educacionais, as Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC) têm ocupado o espaço do diálogo e aproximação pedagógica, viabilizando a interação, a produção de conhecimentos e a disseminação de informações. No universo das produções digitais acadêmicas, de forma assincrona e síncrona, ubíqua e flexivel, podemos exercer um papel ressignificado de docência, ao abrirmos portas para o protagonismo dos estudantes como “espect-autores”, produtores de conhecimentos e não mero consumidores. Afinal, todos somos aprendizes e artífices, nesses tempos de contingenciamento e isolamento social na cultura digital.
  • 34. 034 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial 6. Sequência didática: elementos para reflexão e desenvolvimento Organizar o ensino é uma das ações que integra o trabalho docente. A tarefa não é simples, pois exige método, técnica, planejamento e escolhas de estratégias didáticas, recursos e atividades adequados para que os estudantes alcancem com êxito os objetivos de aprendizagem. Em situação emergencial, como a provocada pela pandemia da COVID-19, a organização do ensino se torna mais complexa devido, entre outros aspectos, à ruptura com a presencialidade física e a organização do espaço virtual onde as atividades ocorrerão. O que é a sequência didática? A sequência didática é uma das estratégias que pode auxiliar na organização do ensino/aprendizagem, tanto na modalidade presencial, quanto no ensino não presencial emergencial. No campo da educação, compreende-se sequência didática, como uma série ordenada e articulada de atividades que compõem cada unidade temática (ZABALA, 1998). Em outras palavras, é a especificação de cada ação que ocorrerá na aula ou nas aulas, com estimativa de tempo de realização, incluindo a avaliação da aprendizagem. As ações escolhidas precisam dialogar entre si, para se constituir numa totalidade coerente e significativa, com sentido, para o estudante. As sequências didáticas dizem muito sobre as concepções docentes de ensino/ aprendizagem e os princípios educativos. Por exemplo, quanto mais interativa é a atividade desenhada no passo a passo, mas se evidencia o princípio do estudante como protagonista do seu processo de aprendizagem. O professor mobiliza a participação do estudante por meio de um Conteudistas Profa. Dra. Andréia Mello Lacé Faculdade de Educação Departamento de Planejamento e Administração/UnB Currículo Lattes Profa. Dra. Danielle Xabregas Pamplona Nogueira Faculdade de Educação - Departamento de Planejamento e Administração/UnB Currículo Lattes SD: pressupõe um encadeamento ordenado, uma sequenciação lógica de temas/conteúdos, envolvendo ações, atos, fatos, procedimentos por meio de recursos didáticos diversos.
  • 35. 035 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial conjunto de estratégias de aprendizagem ativa, desafiadoras e oferece andaimes, apoios pedagógicos, para o desenvolvimento do estudante em níveis de maior complexidade. A proposição de atividades e recursos diversificados são essenciais na sequência didática. Inclusive, identificar os conhecimentos prévios e as experiências anteriores dos estudantes podem resultar em bons subsídios para a elaboração da sequência didática. A SD deve apresentar um conjunto de ações para a construção do conhecimento científico compreendendo que é do conflito cognitivo que a aprendizagem se constrói (ZABALA, 1998). Nesse contexto, se temos como princípio o protagonismo dos estudantes, podermos partilhar com eles a sequência didática para sugestões, proposições de melhorias e para promover ainda mais o engajamento e o compromisso com a aula. Na elaboração da sequência didática contemple os elementos descritos a seguir. a) Definição do tema a ser tratado e dos objetivos de aprendizagem Após a definição do tema, é importante que uma sequência didática tenha sempre como referência os objetivos de aprendizagem. Assim, ela deve expressar etapas para que o objetivo seja alcançado ao final da aula. Entendemos objetivo de aprendizagem como aquele que expressa os comportamentos, com base em níveis cognitivos, que o estudante deve alcançar. Você poderá usar a Taxonomia de Bloom para guiar a escrita desses objetivos. Veja uma referência a respeito: https://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/ a15v17n2.pdf Assim, a constituição de um objetivo de aprendizagem seria: No final desta aula, o estudante será capaz de VERBO + OBJETO, onde: O VERBO estabelece o processo cognitivo que será empregado para que se atinja o objetivo (por exemplo, memorizar, compreender, executar ou classificar). O OBJETO deve indicar o tipo de conhecimento que constitui o foco do processo mental. Ainda sobre os objetivos de aprendizagem, reconhecemos que eles se dão de forma hierarquizada, do menos complexo para o mais complexo. Por isso, a sequência didática deve promover esse percurso do estudante, iniciando pelas atividades mais simples até chegar nas atividades mais complexas. b) Proposição das atividades e dos recursos digitais Recomendamos que as atividades e os recursos a serem aplicados à sequência didática sejam diversificados. Cabe relembrar que a sequência representa uma ordenação lógica, iniciando com o levantamento de conhecimentos prévios dos estudantes. Portanto, as atividades devem sempre ser organizadas de maneira lógica, deixando clara a continuidade de cada etapa.
  • 36. 036 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial Lembramos, também, que no ensino não-presencial, os recursos que usamos como apoio para nossa atuação presencial precisarão ser repensados em razão de assumirem, em muitos casos, o papel de mediador com o nosso estudante. Então, cada atividade deve conter sua respectiva descrição e/ou orientação, bem como do recurso a ser utilizado. c) Avaliação formativa A sequência didática é concluída com a verificação do alcance do objetivo de aprendizagem proposto. É o momento que permite que o estudante e o professor saibam o quanto do objetivo lançado foi alcançado e se há a necessidade de um apoio pedagógico para algum tema. Caso a sequência não tenha proporcionado o esperado, deve ser complementada por outra atividade. Referência ZABALA, Antoni. A prática educativa – como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.
  • 37. 037 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial 7. Práticas efetivas de aprendizagem mediadas pelas tecnologias da informação e comunicação na cultura digital 7.1 Execute sua aula ao vivo com o Teams No contexto atual, os países estão tomando decisões e medidas preventivas e emergenciais para conter o avanço do COVID-19. Escolas e Universidades têm, por sua vez, se mobilizado na promoção de ações que possibilitem o acesso ao ensino. Nesse contexto, a aula on-line torna-se uma opção diante da realidade atual para promover a interação entre professor e estudante, além de assegurar a continuidade das atividades acadêmicas. Entre as soluções tecnológicas e pedagógicas para o ensino não presencial destacamos um bem difundido no meio acadêmico, o Microsoft Teams, pertencente ao pacote Office 365 Education da Microsoft. O Teams é um software que permite a criação de um ambiente de aprendizado remoto por meio de uma sala de aula on-line. Esse ambiente possibilita conexões virtuais, envio de tarefas e de arquivos, criação de conversas com a turma e chats personalizados. Os serviços são oferecidos por uma plataforma acessível para qualquer aparelho smartphone, tablet, PC ou navegador de SmartTV e também possui uma versão gratuita para alunos, professores e equipe administrativa. Vamos entender o que a Microsoft Teams permite fazer? Vejamos algumas de suas funções: • Criar salas colaborativas e gerenciar as atividades escolares nelas inseridas; • Compartilhar materiais de aula para os alunos cadastrados a partir de seus e-mails; • Realizar aulas remotas e depositá-las em armazenamento em nuvem (Google Cloud; OneBox; OneDrive etc); • Utilizar os aplicativos do Office 365 (Word; Excel; PowerPoint, dentre outros) de maneira integrada à plataforma; • Acessar outros aplicativos na plataforma, como: Exchange, School Data Sync, OneDrive, Sway. Forms, Stream e SharePoint; • Acompanharindividualmenteasatividadeseasaçõesdecadaalunocadastrado; • Adaptar as tarefas individualmente de cada aluno conforme suas necessidades; • Personalizar as notificações com emojis, gifs, figuras e outros recursos interativos, dentre outras possibilidades. Conteudista Prof. Dr. Marcos Rogério Martins Costa Instituto de Letras: Departamento de Linguística, Português e Letras Clássicas/UnB Currículo Lattes
  • 38. 038 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial Para acessar o Teams, é muito fácil, vejamos os passos a seguir: 1º Passo: abra o sítio www.office.com no seu navegador da Web. 2º Passo: coloque seu e-mail e a senha (o cadastro é gratuito para professores, alunos e equipe administrativa das instituições de ensino, procure se informar em sua unidade). 3º Passo: selecione o aplicativo Teams na página principal. Para criar uma sala de aula, também é um processo rápido e simplificado. Siga as instruções a seguir: 1º Passo: selecione Teams, clicando no botão Teams na barra de aplicativos. 2º Passo: quando o Teams abrir, clique no ícone “Criar uma equipe ou ingressar nela”. 3º Passo: escolha o tipo de equipe que quer criar: “Classe” (professor e alunos); “PLC” (grupo de professores); “Equipe” (administração e gestão escolar) ou “Outro” (clubes de leitura, grupos de estudo, dentre outros). 4º Passo: dê um nome à equipe (para se organizar entre as diversas turmas que possa criar e gerenciar, uma sugestão é seguir essa sequência: Disciplina – Série/Ano - Escola) e uma descrição (item opcional), depois clique no botão “Próximo”. 5º Passo: insira os e-mails de seus alunos e o seu próprio e-mail nas abas nomeadas “Alunos e Professor”, clicando no botão “Adicionar”. Ao finalizar o cadastro de todos os e-mails, clique no botão “Finalizar”. 6º Passo: a sua equipe foi criada e você pode utilizar os diversos recursos da plataforma, clicando no botão “Carregar materiais e aula” ou buscar ajuda para descobrir como usar os demais recursos da plataforma, clicando no botão “Encontrar ajuda e treinamento”. Algumas ponderações podem ser feitas a respeito do software Teams. Embora se tenha uma versão gratuita, que está sendo amplamente divulgada, também existe uma versão paga, que oferece recursos distintos. Na versão gratuita do Teams, encontramos os seguintes limites: A ferramenta na versão gratuita também não permite reunião agendada, nem gravação de reunião. Outro recurso que não é disponibilizado é o de chamadas telefônicas e conferências de áudio. Para o setor administrativo, não são oferecidas ferramentas de gerenciamento de usuários nem relatórios de serviços. Para maiores informações das diferenças entre a versão gratuita e a paga, acesse o link clicando Recursos Quantidade Número máximo de 500.000 membros Armazenamento de 2 GB/usuário e 10 GB de arquivos armazenamento cmpartilhado
  • 39. 039 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial aqui. Ainda considerando essas limitações, o Teams é uma ferramenta que pode contribuir para esse momento de contingenciamento do ensino presencial, já que possibilita o ensino não presencial. Para maiores esclarecimentos, adicionamos links que oferecem informações e dicas sobre o uso e as aplicações do Teams: • Treinamento em vídeo do Microsoft Teams, da Microsoft: Acesse aqui • Teams para Alunos, da Professora Andréia de Cássia: Acesse aqui • Execute sua aula ao vivo com o Teams: Acesse aqui
  • 40. 040 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial 7.2 Vídeoaulas: uma versão online das aulas expositivas? Indicações de uso e como gravar uma vídeoaula Um dos métodos mais tradicionais na oferta de uma disciplina de graduação são as aulas expositivas. Aqui, vamos discutir como produzir videoaulas, uma versão online dessas aulas expositivas, mas começarei argumentando contra elas, ao menos em termos. Estamos em um momento de mudanças. Por que não aproveitar e romper, também, com a nossa dependência ou privilégio das aulas expositivas? A videoaula expositiva tem sido criticada como recurso pedagógico. Talvez essa seja a oportunidade para descobrirmos que a aula expositiva presencial, em alguns casos, também não é um bom recurso metodológico. Melhor ainda será se questionarmos se nosso objetivo deveria mesmo ser, meramente, transmitir informações. O Átila Iamarino, uma figura que ganhou muita notoriedade na pandemia do COVID 19 – e com quem trabalhei no período em que éramos blogueiros -, disse uma vez que nós professores universitários nos colocamos frente aos alunos como um bebedouro no meio de um deserto de informações, quando, na verdade, deveríamos estar os ensinando a nadar nesse dilúvio. Aulas expositivas e videoaula: quando usar? Ainda assim, aulas expositivas e videoaulas são indicadas em várias situações, segundo o Chicago Handbook for teachers. • Originalidade: se o professor tem um caminho pedagógico muito específico, com uma lógica própria e diferente dos materiais didáticos já disponíveis, uma série de aulas expositivas bem organizada pode ser uma ótima saída. • Curadoria: se, por algum motivo, você não quiser investir tempo deixando seus alunos descobrirem informações por conta própria, você pode fazer esse trabalho de curadoria e entregar-lhes o conteúdo já selecionado em uma aula expositiva. • Apresentação: aulas expositivas podem ser um bom primeiro contato com um tema geral o qual, depois, será esmiuçado em aulas subsequentes, focadas em outras modalidades de aprendizado mais centrado nos alunos. • Aprendizado do professor: aulas expositivas são excelentes oportunidades para o professor aprender. Então, se algum conteúdo não te é tão familiar, Conteudista Prof. Dr. Eduardo Bessa Faculdade UnB Planaltina Currículo Lattes
  • 41. 041 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial talvez valha abordá-lo de forma expositiva. • Pessoalidade: acima de tudo, se você pretende apresentar sua personalidade, seus conhecimentos e a sua visão de mundo aos seus alunos, uma aula expositiva gera uma boa oportunidade para isso. A lista sumariza bem as principais situações em que a aula expositiva e a videoaula funcionam de maneira positiva. Em outras situações, recomendo que você considere outras metodologias para dar a sua aula. Pontos positivos das Vídeoaulas Neste momento, espero que sua cabeça esteja cheia de contrapontos e com resistência ao uso da videoaula. Deixe-me, então, apresentar alguns pontos positivos. • Ninguém fica para trás. Videoaulas pré-gravadas oferecem aos alunos um novo ritmo para aprender. Elas permitem que o aluno pare o vídeo para tomar notas, volte o vídeo em pontos que não ficaram claros e repita a aula inteira na véspera da avaliação para revisar o conteúdo. • Você não pune bons alunos ensinando o que já sabem. Alunos mais adiantados podem pular trechos do vídeo ou aulas inteiras cujos conteúdos já conheçam. Alguns tocadores de vídeos, como o YouTube, permitem que se acelere a velocidade do vídeo (sem aquele efeito de deixar a voz mais aguda). Minha esposa, que tem usado muitas videoaulas para estudar, acha extremamente tedioso conversar comigo depois de um dia inteiro assistindo vídeos em velocidade 1,5, ou seja, 50% mais rápido do que uma fala normal. • Você respeita o relógio biológico e a agenda de cada um. As videoaulas podem ser assistidas no horário em que o aluno estiver mais intelectualmente ativo. Se ele acorda às 5h e é superprodutivo, pode assistir sua aula logo cedo. Se ele está alerta até depois da meia-noite, sua aula também pode ser assistida aí. Mais do que isso, o estudante pode ver sua aula quando tiver o tempo ou a atenção e a tranquilidade necessárias, otimizando melhor o seu dia. • Sua mensagem se propaga muito além. Dependendo de onde suas aulas ficarem disponíveis, você pode ajudar muito mais gente do que seus alunos diretos. Tem uma videoaula minha que já foi assistida pelo que corresponderia a 500 anos de trabalho na graduação em que atuo. Pense nesses pontos positivos com cuidado quando estiver avaliando o uso das videoaulas. Vantagens da videoaula Quando bem aplicado, o uso das videoaulas tem grande potencial em aumentar o aprendizado dos seus alunos e desenvolver seu interesse pelo tópico ensinado de forma personalizada e com horário flexível. Lembre-se de que a videoaula, assim como qualquer metodologia que você use, deve estar alinhada com seus objetivos pedagógicos. Uso assíncrono e offline Outro ponto, que contrasta com o uso recorrente de reuniões com apresentação
  • 42. 042 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial de slides via compartilhamento de tela – como muitos têm feito usando ferramentas como o Teams ou o Zoom - , é que as videoaulas pré-gravadas permitem que o aluno estude até sem uma conexão com a internet. Já passei vários vídeos de minha autoria em MP4 para pendrives e até CD-ROMs para alunos que não dispunham de internet. Há uma versão do YouTube, o YouTube Go, que permite baixar os vídeos para assistir depois e compartilhá-los por bluetooth. Nada disso é possível numa aula online em tempo real. Como gravar suas videoaulas? Um dos obstáculos apontados por muitos professores para usar videoaulas é a dificuldade técnica. Esta seção irá te ajudar a começar a gravar suas videoaulas. Para os iniciantes: não busque perfeição. Palavras de Incentivo. Antes de começarmos, uma palavra de incentivo. Não se preocupe com a perfeição logo de cara. Se você decidir que só irá publicar videoaulas quando elas tiverem uma aparência profissional, há uma chance enorme de que você nunca as publique. Comece de maneira mais simples e seja paciente consigo mesmo. Especialmente neste momento em que precisaremos começar a usar essas ferramentas, é provável que não saiam perfeições logo da primeira vez. Você pode prescindir de uma pós- edição e precisar lançar logo a aula com vários defeitos de vídeo, pode não ter o microfone ideal e provavelmente irá ignorar vários dos detalhes de enquadramento que irei apresentar a seguir. Não se preocupe, com o tempo, você poderá aprimorá- las. Planejamento Tema e Objetivo Para começar, você precisa ter claro em mente (e, de preferência, no papel também) qual o seu objetivo para aquela videoaula. Defina muito bem que assunto será tratado e, se parecer que a aula ficará longa demais, quebre esse assunto em outros menores. Defina não só o conteúdo, mas também o que quer que seu aluno termine o vídeo sabendo. O ideal é pensar mais no que ele saberá fazer do que em que informações terá aprendido. Duração Recomendofortementequesuasaulasonlinesejammaiscurtas.Olimitegeralmente advogado é de menos de dez minutos, mas prefiro deixar isso a seu critério. Assuntos mais densos podem se alongar um pouco mais, vejo muitas aulas de 30 a 40 minutos; as minhas, em geral, têm cerca de 12. Material Produza o seu material de apoio. Em geral, pelo menos para as minhas aulas,
  • 43. 043 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial isso significa preparar os slides. Mas você pode precisar fazer anotações, escolher exercícios para resolver diante da turma, colecionar exemplos ou aplicações do que será demonstrado, buscar figuras na internet (veja a seção sobre direitos autorais abaixo) etc. Fases da Execução Como produzir as imagens? Com seu material pronto, você precisará apresentar sua aula. Há diversas formas de fazer isso. Hoje o Power Point (versões 2010 em diante) permite que você grave uma narração para cada slide e exporte isso no formato de um vídeo. A opção que eu uso é abrir meus slides em tela cheia e iniciar um programa de gravação da própria tela (no momento uso a versão gratuita do Screencast-o-Matic, veja um tutorial aqui). Dessa mesma maneira, mas usando um slide completamente em branco e a função “caneta” do Power Point, você pode fazer anotações na tela da mesma forma que faria num quadro branco. Escrever usando um mouse é uma tarefa difícil, mas facilita se você tiver periféricos especiais para isso, como uma mesa digitalizadora. Aparecer ou não na videoaula Quanto mais forte o senso de comunidade de uma turma online, menor a chance dos estudantes desistirem da disciplina. Para isso, saber que existem pessoas do outro lado da tela, e não apenas avatares cibernéticos, é fundamental. Uma forma de fazer isso é incluir na sua aula aparições suas. Pode ser um trecho no início do vídeo em que apareça apenas o seu rosto, pode ser uma janela num canto da tela de onde você fala com os alunos. Aparecer na videoaula é uma forma de dar personalidade a ela e criar vínculo com seus alunos, além de ser mais agradável do que assistir slides acompanhados de uma voz vinda sabe-se lá de onde. Como fazer o enquadramento? Cuide para que o enquadramento seja agradável, com a câmera posicionada na altura dos seus olhos. Prefira uma iluminação que venha em ângulo de cerca de 30° com a câmera (em vez de paralela à câmera), procure um enquadramento de torso (pegando do meio de peito para cima) a um enquadramento no estilo “talking heads”, em que só sua cabeça aparece. Também cuide do que também irá aparecer contigo no vídeo, o seu fundo não deve chamar mais a atenção do que sua aula. Preciso comprar equipamentos de áudio e vídeo? Aswebcamsdoslaptopsouaquelaswebcamsqueacoplamosadesktopscostumam ter qualidade mais que suficiente para nossas aulas. É muito mais importante que a imagem do slide e o nosso som estejam claros do que a imagem do nosso rosto. Se for para investir num equipamento, invista em um microfone. Em geral, os que vêm nos laptops e webcams são de baixa qualidade. Fones de ouvido com microfone, inclusive esses que já vêm acompanhando os celulares, funcionam muito bem na
  • 44. 044 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial maioria das vezes. Sua narração da aula precisa estar cristalina. Ingredientes para uma boa videoaula Curta Não quero ser determinista com relação aos 6 a 10 minutos recomendados em geral, mas mantenha sua aula o mais curta possível. Na internet, é ainda mais fácil ter sua atenção desviada, vídeos mais curtos reduzem a chance de isso acontecer. Além disso, é mais fácil arrumar tempo na rotina para assistir 3 aulas de 15 minutos do que conseguir sentar focado por 45 minutos seguidos. Objetiva Quando falo em aulas de 10 minutos, muitos professores se assustam. É mesmo pouco tempo, mas considere que primeiro você poderá editar gaguejadas, lapsos de memória e outros probleminhas técnicos. Segundo, você poderá quebrar uma aula longa em algumas mais curtas. Por fim, é fundamental que haja objetividade. Na videoaula, é importante ir direto ao ponto sem muitas historinhas, distrações ou piadas desnecessárias. Aulas objetivas são mais valorizadas pelos alunos, especialmente em educação a distância. Ilustrada Ser objetivo não significa deixar de ilustrar suas aulas. Ilustrar é importante tanto literalmente, usando fotografias ou desenhos sempre atentando aos direitos autorais, quanto figurativamente. Procure exemplos concretos da teoria que você está apresentando, mostre aplicações daquele conhecimento, inclua questões comentadas que abordam o tema da aula ou narre histórias que envolvam o assunto, tudo com moderação. Dinâmica Você pode usar mudanças de slides ou de enquadramentos da câmera para dar dinamismo à imagem. Animações reforçam o que o professor está falando, por exemplo, tópicos e imagens podem aparecer à medida que são comentados nos slides. Você pode usar ferramentas de marca texto, sublinhar ou circular elementos do slide, apontar com a ferramenta “laser point”. Dar uma cadência maior à sua fala e mudar a entonação e ritmo também ajudam a prender sua audiência. Pós-produção Você terminou de gravar a videoaula. Salve o arquivo num drive seguro mesmo sem edição. A seguir, você pode usar um editor de vídeo para aprimorar sua videoaula. Não se preocupe se isso for inviável agora. A vantagem da pós-produção é que esse pós pode estar até bem longe da produção e aproveitar dos primeiros semestres em que você usou o vídeo para direcionar sua edição.
  • 45. 045 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial Em geral, nessa fase você irá limpar sua videoaula de imperfeições como erros, gaguejadas, uma moto, cachorro ou criança fazendo barulho no fundo. Também pode ser útil para incluir mais dinamismo às imagens, com alternância entre os slides e seu rosto. Existem muitos programas para editar vídeos, alguns dos mais usados no contexto das videoaulas são o Cantasia, Windows Movie Maker e o OBS studio, este último gratuito. Pessoas mais habilidosas podem até criar vinhetas e banners em primeiro plano que informem o tema da aula, a disciplina ou subtemas que serão apresentados. Como sempre, não exagere nos efeitos e não se preocupe se sua aula não ficar com um visual muito profissional na primeira tentativa. A questão dos direitos autorais Muitos professores têm o mau hábito de usar materiais da internet sem deter os diretos de uso das imagens. Ao mesmo tempo em que somos super ciosos em coibir que nossos alunos cometam plágio em textos, nós mesmos nem sempre temos o mesmo cuidado com nossas imagens e vídeos nos slides que usamos. Ao contrário dos textos, apenas citar o autor da imagem nem sempre resolve. O ideal é utilizar imagens e vídeos com direitos autorais abertos. A modalidade mais comum desses recursos é a licença Creative Commons. Não vou detalhar as clausulas para uso desse recurso, que podem ser acessadas no link acima, mas em geral ela exige que você: CC-BY: cite o autor da imagem; CC-SA: permita que os outros compartilhem sua videoaula na mesma modalidade do material que você usou; CC-NC: não use o material em videoaulas de cursos pagos, por exemplo. Existem muitas formas de conseguir materiais online com licença de compartilhamento. O CEAD disponibilizou algumas opções de canais para acesso a imagens livres de direitos autorais aqui. Avance passo a passo Não é fácil abandonar nossas práticas didáticas mais tradicionais, mas seria muito bom se o único resultado dessa pandemia fosse a renúncia às aulas expositivas. Espero que você aproveite este período de profundas mudanças e encare, também, a mudança da sua forma de ensinar. Com sorte, as explicações acima te deixaram um pouco menos inseguro e você se sente confiante o suficiente para experimentar gravar suas primeiras videoaulas.
  • 46. 046 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial 7.3 Como manter seu aluno com o foco em suas aulas? Como organizar as aulas para que tenhamos a atenção necessária à disciplina em sua versão online? Nós sabemos que esse não é um desafio exclusivo das disciplinas em EAD. Quantos de nós já não nos surpreendemos ao descobrir que, depois da nota da primeira prova, nossos alunos se mostram muito mais participativos? Como transpor os mecanismos que já conhecemos para estimular nossos alunos a se dedicarem mais para as atividades online ou híbridas? Estratégias para aumentar as chances de engajamento dos estudantes Histórias que prendem a atenção Você se queixa de que os estudantes de hoje já não têm mais a concentração dos estudantes de antigamente? Agora, foco: o seu aluno é capaz de sair da sua aula e, entre sexta e domingo, maratonar os 13 episódios da temporada nova da sua série preferida? Será que ele não tem foco? O que a série tem que suas aulas não têm são histórias envolventes e empolgantes. Avalie se dá para inserir personagens em suas disciplinas. Incluir os famosos “cases”desucesso(pareceque casesdesucesso,eminglês, têmsempre maissucesso do que casos de sucesso, em português mesmo). Apresente uma teoria científica nova contando como seu descobridor, antes um iniciante sem reconhecimento nenhum entre os pares, desafiou os maiores nomes de sua época até se fazer ouvir graças a seus experimentos elegantes, suas previsões precisas e sua tenacidade incansável. Conte um caso raro e extravagante sobre um personagem histórico relacionado ao conteúdo da aula. Relacione o conteúdo a uma experiência pessoal na sua carreira. Pessoas amam histórias! Conte uma boa história nas suas aulas e você terá a atenção que deseja. Outro elemento das histórias que prende a audiência, e que pode ser adaptado às aulas, é o dinamismo. Aulas curtas, com alguma dinâmica no enquadramento da câmera, povoadas por uma sucessão de dados ricos e exemplos precisos e narradas com uma voz bem modulada tendem a prender mais a audiência. Deixe seu aluno curioso para saber o que vem a seguir. Surpreenda-o. Torne seu aluno responsável Conteudista Prof. Dr. Eduardo Bessa Faculdade UnB Planaltina Currículo Lattes
  • 47. 047 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial A condição de sujeito é muito mais difícil do que a de objeto de uma ação. É mais fácil ser ensinado do que aprender. No entanto, muitas pessoas se satisfazem em trabalhar duro, em sair da passividade. Se você estimular seu aluno a trabalhar, ele se envolverá mais com a sua aula. Gosto de usar uma dinâmica chamada equipe analítica para dar responsabilidade aos alunos numa aula expositiva. Antes de começar uma aula, divido minha turma em quatro partes. O primeiro grupo ficará responsável por elaborar um resumo do que foi dito. O segundo, irá parafrasear o ponto principal da aula que apresento logo no primeiro slide. O terceiro, ficará responsável por elaborar um contraponto ao que apresentarei. O último, indicará aplicações práticas do conteúdo. Ao final, eles compartilharão suas produções. Pronto, cada aluno tem um motivo para focar na aula e os colegas criam expectativa sobre o trabalho uns dos outros. Será que é possível fazer essa atividade online? Você pode dividir os alunos em grupos e cada grupo assumirá um papel na dinâmica. Uma outra forma de fazer isso em aulas não expositivas é a dinâmica de quebra- cabeças. Divido um conteúdo num determinado número de partes - digamos que tenho uma turma de 30 alunos para estudar como os animais vertebrados ocuparam o ambiente terrestre - divido a turma em cinco grupos de seis alunos. Na fase de aprendizagem, um grupo irá estudar como evoluíram as patas, um segundo como a coluna vertebral e as costelas ajudaram a resistir à gravidade, um terceiro estudará como a respiração aquática/branquial tornou-se aérea/pulmonar, o quarto grupo analisará como os rins passaram a lidar com a escassez de água e o quinto estudará a impermeabilização da pele e dos ovos. Então, cada membro do grupo deverá produzir um resumo do que estudou e esse será, rapidamente, apresentado a mim e corrigido. Na fase de compartilhamento, são desmanchados os grupos de estudo e são montados seis grupos de compartilhamento, formados por cinco alunos, com um integrante de cada grupo de estudo. A seguir, cada estudante deverá explicar aos colegas a sua abordagem da adaptação dos vertebrados para a vida sobre a terra. Os alunos aprenderão uns com os outros e, por ficarem responsáveis por ensinar, os estudantes se dedicam muito mais a compreender o conteúdo. Além disso, é perfeitamente possível fazer isso usando salas de reunião virtuais via Zoom ou Teams. De forma assíncrona, você pode usar fóruns de discussão no AVA. Socialize, nenhum homem é uma ilha Aulas expositivas tendem a ser solitárias e pobres em interações. Então, uma forma de estimular o interesse é pedir que seus alunos interajam durante as aulas. O Prof. Erik Mazur, de Harvard, tem uma metodologia interessante de trabalhar a interação em suas aulas de eletromagnetismo, inclusive em turmas numerosas, por meio de instruções por pares. Ele faz uma breve exposição do conteúdo e então apresenta um experimento ou desafio baseado na teoria exposta. A partir deste experimento ou desafio, ele apresenta uma pergunta de múltipla escolha e pede que os alunos respondam individualmente e digam para ele a alternativa escolhida (ele usa um dispositivo via radiofrequência chamado clicker, parece um controle remoto desses de portão automático). De posse do resultado, ele pede aos alunos que encontrem um colega na turma que deu uma resposta diferente da deles e discutam até os dois se convencerem de uma resposta em comum, que, então, será informada ao professor
  • 48. 048 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial novamente. Ele repete o método, eventualmente dando dicas, até que toda a turma convirja para a resposta correta. Já usei o Socrative (conheça a ferramenta aqui) e o MentiMeter (conheça a ferramenta aqui) para transpor essa metodologia às aulas online Uma outra dinâmica que eu gosto, que tem a finalidade de colocar os alunos para interagir, é a pense-pareie-partilhe. O professor apresenta uma questão de resposta aberta e, preferencialmente, uma que envolva criatividade. Em seguida, aos alunos que elaborem soluções individuais à questão. Depois, os alunos devem formar duplas e discutir suas soluções até criar uma síntese das propostas. Ao final, todas as duplas compartilham suas soluções com a sala de maneira suscinta. Chats em grupos, fóruns ou ferramentas de videoconferência permitem fazer essa dinâmica online. Crie um propósito Um senso de objetivo, percepção clara de progresso e feedback em tempo real são algumas das características dos jogos de videogame. Elas fazem com que aquele seu aluno mais disperso mergulhe por horas a fio num game em seu tempo livre. Não é à toa que muitos educadores têm se voltado para a estratégia da gamificação. Há diversas ferramentas online e plugins do AVA que permitem incluir elementos de jogos eletrônicos à sua disciplina. Há pouco, citamos o Socrative, que permite fazer alguns jogos com os alunos, mas outra opção de ferramenta popular é o Kahoot. Uma insegurança que me acompanhou por alguns semestres foi a de se meus alunos estavam, de fato, assistindo e prestando atenção às minhas videoaulas. Um jeito que encontrei de medir isso foi incluir um teste com questões objetivas associado a cada aula. A opção mais simples consiste em suceder a videoaula com um teste no AVA, por exemplo. De maneira aprimorada, eu usei, por muito tempo, uma ferramenta chamada Playposit para fazer isso concomitantemente. O Playposit permite que o professor insira perguntas objetivas ou discursivas no meio da sua videoaula. Num dado momento escolhido pelo professor, o vídeo é interrompido, surge uma questão na tela e o vídeo só recomeça depois que o aluno responder. Essas questões podem ser usadas de muitas maneiras. Elas podem ser, apenas, um feedback de rendimento do aluno, mas podem, também, servir para ser atribuída presença, indicar progresso da turma, pontos de dificuldade ou falhas da videoaula e podem ser até um dos componentes da nota final. Já experimentei diferentes usos e sigo explorando o potencial dessa ferramenta. E agora, a responsabilidade dos estudantes Um problema recorrente nas disciplinas a distância é que o estudante não tem claro o que se espera que ele faça. Aprender num ambiente virtual não é uma tarefa trivial, a ponto da PROCAP UnB ter um curso sobre como aprender em cursos à distância. Assim, o estudante precisa ter clareza sobre como se portar frente ao conteúdo online. Isso deve ser incluído no plano de aulas da disciplina e estar disponível também no AVA. Eu gosto de convidar um aluno que teve bom rendimento na disciplina em semestres anteriores para explicar como ele obteve sucesso para a turma que está
  • 49. 049 Recursos e estratégias de aula para o ensino não presencial chegando. A turma precisa estar ciente de que assistir a uma videoaula é... assistir a uma aula. Você não assiste a uma aula no sofá da sala comendo pipoca ou de pé no metrô. Você se senta, prepara seu material para anotações, se isola de ruídos e interrupções e, então, assiste à sua aula. É claro que cada aluno tem suas estratégias, mas o importante é levar as videoaulas a sério. Por fim, não seja tão duro consigo mesmo nesses momentos de pandemia. É normal que seus alunos se dispersem às vezes. Na aula presencial, você pode flagrá- los tirando um cochilo, conversando ou mexendo no celular. Na EAD, isso raramente fica visível, mas, com tantas tentações ao redor, é perfeitamente compreensível que seu aluno perca o foco. Não se culpe, não desista do uso integrado das TDIC ao seu plano de ensino e tente trazê-lo de volta da melhor maneira que conseguir. Tanto quanto nossos estudantes, ao ensinar, nós também estamos aprendendo.