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Ano 15 • Número 35 • 23 de maio de 2012 • www.cni.org.br
Nesta Edição:

     Senado debate uso de terminais privativos de uso misto
     Renovação de concessões do setor elétrico é objeto de debate na Câmara
     Seminário sobre competitividade conclui debates



   Terminais privativos de uso misto são objeto de debate no                                       painel
   Senado
                                                                                                   ■  Medidas Provisórias
                                                                                                   devem perder eficácia
   Foi realizada hoje no Senado Federal audiência conjunta das Comissões de
   Assuntos Econômicos (CAE), Desenvolvimento Regional (CDR) e Serviços de                         Governo, relator e oposição
   Infraestrutura (CI) para debater o PLS 118/2009, que altera a Lei dos Portos                    conversaram até o início da
   permitindo que o investidor privado explore as instalações portuárias de uso privativo          noite, mas não houve acordo
                                                                                                   possível para votar a Medida
   misto para movimentação de carga própria e de terceiros, independente do
                                                                                                   Provisória 556/11 nesta quarta-
   percentual de ambas as cargas.                                                                  feira. As votações do Plenário
                                                                                                   foram canceladas.
       Mário Lima Junior (Secretaria Especial de Portos – SEP) falou sobre o histórico de
       inserção de operadores privados no setor portuário com o surgimento das figuras de          A MP 556 tem prazo de
       terminais privativos e privativos de uso misto. Afirmou que a SEP está aguardando maior     validade até 31 de maio. Ate lá,
       definição sobre a orientação a ser tomada acerca do tema da movimentação de carga de        não haverá tempo hábil de
       terceiros em terminais privativos de uso misto.                                             votá-la na Câmara e no
                                                                                                   Senado. Também perderá o
                                                                                                   prazo a MP 557/11, que ainda
       Wagner Cardoso (CNI) relembrou a importância da Lei dos Portos, que tinha três pilares      não foi votada.
       quando de sua elaboração: entrada da iniciativa privada na operação portuária, quebra
       de monopólio da mão-de-obra avulsa e permissão para movimentação de carga de                ■ Oposição e governo
       terceiros em portos privativos. Reforçou que, sobre esse último ponto, a Lei dos Portos     juntos contra MP 556
       falou em movimentação de carga própria e de terceiros, mas não definiu o que seria cada
       uma delas. O Decreto 6.620/08 trouxe essa definição, mas restringindo a existência de       No lado do governo, houve
       terminais privativos de uso misto. Com isso, o decreto avançou sobre o que estabelecia a    descontentamento com a
       lei, impedindo esses terminais.                                                             decisão do relator da MP 556,
                                                                                                   deputado Jerônimo Goergen
       Defendeu que a posição da CNI é pelo aumento da quantidade de portos, sejam eles            (PP/RS), de excluir os
                                                                                                   dispositivos que elevam o teto
       privativos ou públicos. Explicou as diferenças básicas entre esses tipos de outorga,
                                                                                                   da     alíquota    da    Cide-
       apontando as vantagens entre um e outro em termos de custos e retorno de                    Combustíveis incidente sobre a
       investimentos. Demonstrou que o déficit de infraestrutura tem agravado problemas para a     comercialização e importação
       competitividade do setor produtivo brasileiro. Nesse sentido, reforçou a importância da     de etanol.
       participação do investidor privado para alavancar o setor portuário, defendendo assim a
       aprovação do PLS 118/09.                                                                    Já a oposição é contra a
                                                                                                   proposta de incluir na MP a
       Luiz Fayet (CNA) explicou sobre as dificuldades vivenciadas pelo agronegócio em             flexibilização das regras de
       decorrência da falta de portos para escoamento da produção. Falou, inclusive, sobre o       licitações para obras do
       problema estratégico que isso representa para a posição do país diante da situação atual    Programa de Aceleração do
                                                                                                   Crescimento (PAC) e do
       de oferta de alimentos para todo o mundo. Também defendeu a liberação da
                                                                                                   sistema público de ensino. Pelo
       participação do investidor privado para correr o risco integral e fazer a construção e      texto do relator, essas obras
       operação de terminais privativos com movimentação de carga de terceiros, promovendo         serão enquadradas no Regime
       assim o desenvolvimento do país.                                                            Diferenciado de Contratações
                                                                                                   (RDC), já aplicado às obras da
       Sérgio Salomão (Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso                   Copa e das Olimpíadas.
       Público - Abratec) defendeu que o contêiner foi o catalisador do crescimento do
       comércio exterior. Explicou que os equipamentos necessários para movimentar os
       contêineres nos navios atuais são diferenciados e que os terminais entregues à iniciativa
       privada não estão adaptados a essa realidade. Falou sobre o crescimento de empregos


                                               Confederação Nacional da Indústria
nos terminais públicos e sobre o fato de que esses portos são atualmente os
   responsáveis pela movimentação de cargas em contêineres. Defendeu o modelo de
   concessão de terminais públicos, posicionando-se contrariamente ao projeto de lei.

   Wilen Manteli (Associação Brasileira de Terminais Portuários – ABTP) relembrou
   que sua entidade defende tanto os operadores de terminais públicos quanto os de
   operadores privativos. Nesse sentido, afirmou que a divergência em torno desse tema
   tem fragmentado e atrapalhado os terminais de indústria, que têm importância estratégica
   para o setor produtivo. Apresentou dados sobre a movimentação de cargas de
   importantes portos privativos hoje em funcionamento. Defendeu que os portos privativos
   e os públicos são complementares e que há espaço para todos, diante da demanda no
   Brasil.

   A senadora Kátia Abreu (PSD/TO), autora do projeto de lei, defendeu sua proposição,
   argumentando sobre a necessidade de incremento da estrutura portuária brasileira.

   Estavam presentes na audiência diversos senadores: Aloysio Nunes Ferreira (PSDB/SP),
   Ana Amélia (PP/RS), Armando Monteiro (PTB/PE), Benedito de Lira (PP/AL), Inácio
   Arruda (PCdoB/CE), José Pimentel (PT/CE), Lídice da Mata (PSB/BA), Lobão Filho
   (PMDB/MA), Lúcia Vânia (PSDB/GO), Luiz Henrique (PMDB/SC), Sérgio Souza
   (PMDB/PR).

   Também acompanhou a audiência o relator na CAE, sen. Jorge Viana (PT/AC), que
   apresentou relatório pela rejeição do projeto.


Audiência sobre renovação das concessões do setor
elétrico
Dando continuidade à audiência da semana passada, com o Ministro Interino do
MME, Márcio Zimmermann, a Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara dos
Deputados realizou hoje audiência pública com objetivo de debater a questão da
renovação das concessões do setor elétrico, ouvindo as entidades representantes do
setor (geradoras, distribuidoras, transmissoras, comercializadores, investidores em
autoprodução, consumidores livres e trabalhadores).

   Flávio Neiva (Abrage) falou sobre a complexidade envolvida na licitação de concessões,
   pois existem aspectos a serem considerados como o quadro de pessoal e o conhecimento
   da operação de determinada usina. Além disso, falou sobre o custo econômico que a
   reversão teria para o país e sobre a inviabilidade de se promover todas essas reversões e
   de se realizar novas licitações no pequeno período de tempo disponível. Na sequência,
   falou sobre as vantagens que a prorrogação das concessões teriam, em termos de custos,
   facilidades e celeridade, mas destacou a necessidade de alteração legislativa para que
   esse modelo possa ser adotado. Também falou sobre a importância de que essas
   prorrogações contemplem medidas destinadas à modicidade tarifária. Contudo, sobre
   esse ponto, destacou que não haveria grande diferença entre a prorrogação das
   concessões ou a relicitação.

   Mario Menel (Abiape) lembrou que os consumidores já arcaram com o custos dos
   investimentos realizados pelos atuais concessionários. Por isso, qualquer que seja a
   alternativa a ser escolhida, é preciso garantir a redução na tarifa. Contudo, destacou a
   dificuldade que o governo terá para definir uma metodologia para estabelecer valores de
   investimentos amortizados. Afirmou que a proposta da Abiape é de modicidade na tarifa
   (mercado cativo) e modicidade de preços (mercado livre). Reforçou que a indefinição

NOVIDADES LEGISLATIVAS
Ano 15 – nº 35 de 23 de maio de 2012                                                           2
sobre as concessões está atrapalhando os investimentos no país. Apesar de considerar
   que o resultado econômico não vá destoar muito (se for escolhida a opção de renovar ou
   relicitar), a prorrogação mostra-se como melhor opção, pois mantém toda uma estrutura
   técnica e de trabalho já construída e em funcionamento.

   Paulo Pedrosa (Abrace) reforçou que a principal preocupação no que diz respeito à
   energia elétrica no Brasil é a imperiosidade de que o valor da energia seja reduzido.
   Destacou que a energia é um instrumento importante para as políticas que visam conferir
   maior competitividade à economia brasileira. Para isso, é preciso enfrentar dois temas: as
   concessões que estão por vencer e os encargos setoriais nas tarifas. Afirmou que é
   necessário ter cautela no conceito de modicidade tarifaria a ser trabalhado nesse
   processo, de forma que possam ser beneficiados os consumidores em geral e também as
   empresas grandes consumidoras de energia, de forma a garantir o aumento de
   competitividade para o setor produtivo.

   Nelson Leite (Abradee) lembrou que o MME já se manifestou no sentido da prorrogação
   das concessões. Nesse sentido, destacou que é preciso agora pensar em como isso será
   feito. Lembrou de aspectos a serem observados, tais como avaliação dos ativos não
   depreciados, contratos com fornecedores e consumidores e o prazo para tomada de
   decisão.

   José Cláudio Cardoso (Abrate) defendeu que a prorrogação das concessões promove
   garantia da continuidade e qualidade na prestação do serviço público.

   Claudio Sales (Acende Brasil) afirmou que a opção do governo deve respeitar princípios
   econômicos, tratar das falhas de mercado e propiciar o melhor cenário para os
   consumidores. Lembrou que o Congresso precisará se pronunciar sobre a questão, diante
   da necessidade de alteração legislativa. Por fim, defendeu que o critério para definição do
   limite de reversão (investimentos não amortizados) deve ser fixado mediante um processo
   claro e do qual possam participar os diversos atores envolvidos.

   Reginaldo Medeiros (Abraceel) destacou a importância da inserção do mercado livre na
   discussão da renovação das concessões.

   Franklin Moreira Gonçalves (Federação dos Trabalhadores Eletricitários) afirmou que
   novas licitações seriam negativas, pois excluiriam os trabalhadores. Defendeu que os
   contratos não prevejam terceirizações de serviços, deixando a regulação geral desse tema
   para projeto de lei em debate no Congresso Nacional.



Câmara conclui                Seminário           sobre        os      desafios          da
competitividade
O seminário "Desafios da Indústria Brasileira Frente à Competitividade Internacional"
concluiu hoje suas atividades com o painel “Enfrentando os Riscos de
Desindustrialização: o Papel dos Empresários e do Estado”, que contou com a
participação de: Heloisa Menezes, Secretária do Desenvolvimento da Produção do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC; Francisco
Eduardo Pires de Souza, do BNDES; José Augusto Coelho Fernandes, Diretor de
Políticas e Estratégia da CNI; Clemente Ganz Lúcio, do Dieese; e Paulo Pedrosa,
Presidente da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de
Energia e Consumidores Livres – ABRACE.


NOVIDADES LEGISLATIVAS
Ano 15 – nº 35 de 23 de maio de 2012                                                             3
Pedrosa, da ABRACE, lembrou que o último relatório Focus do Banco Central apontou
            uma queda na projeção do PIB de 2012 de 3,2% para 3,09% - ou seja, em uma semana
            perdeu aproximadamente R$ 4 bilhões em crescimento. Para o presidente da ABRACE,
            a energia deve ser vista como ferramenta essencial para a política de desenvolvimento
            econômico, capaz de induzir outros investimentos.

            De acordo com o representante do Dieese, o enfrentamento dos riscos de
            desindustrialização passa por uma profunda qualificação do trabalhador. Segundo
            Clemente Ganz, essa qualificação não deve ser restringir ser apenas profissional, mas
            também educacional.

            O Diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Coelho Fernandes, afirmou que
            competitividade é tema central da organização. Na opinião do Diretor da CNI, enfrentar
            os riscos da desindustrialização exige trabalho duro e árduo, além de coordenação
            através dos diferentes ministérios da Esplanada. José Augusto ainda defendeu uma
            agenda preferencial, dividida em três temas (tributação, infraestrutura e relações de
            trabalho) que poderia ser trabalhada no Congresso e que contribuiria para o
            aperfeiçoamento da competitividade das empresas brasileiras, como: desoneração das
            exportações e dos investimentos; ampliação do prazo para recolhimento de tributos;
            medidas para reduzir o custo de energia, como extinção da cobrança da Reserva Geral
            de Reversão e elaboração de um projeto que tenha como objetivo central a modicidade
            tarifária; e regulamentação da terceirização.

            Francisco Eduardo Pires, do BNDES, comentou as ações do Banco na promoção da
            competitividade, destacando as taxas de juros reduzidas, os prazos de financiamentos
            maiores e o fomento ao mercado de capitais. Heloisa Menezes, do MDIC, afirmou que o
            grande desafio é conseguir ritmo e velocidade para alcançar resultados no menor prazo.

            O seminário foi uma iniciativa das comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e
            Comércio; de Trabalho, Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de
            Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática.




NOVIDADES LEGISLATIVAS | Publicação Semanal da Confederação Nacional da Indústria - Unidade de Assuntos Legislativos - CNI/COAL | Gerente
Executivo: Vladson Bahia Menezes | Coordenação Técnica: Pedro Aloysio Kloeckner | Informações técnicas e obtenção de cópias dos documentos
mencionados: (61) 3317.9332 Fax: (61) 3317.9330 paloysio@cni.org.br | Assinaturas: Serviço de Atendimento ao Cliente (61) 3317.9989/9993 Fax:
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         NOVIDADES LEGISLATIVAS
         Ano 15 – nº 35 de 23 de maio de 2012                                                                                               4

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Debate sobre renovação de concessões do setor elétrico

  • 1. Ano 15 • Número 35 • 23 de maio de 2012 • www.cni.org.br Nesta Edição: Senado debate uso de terminais privativos de uso misto Renovação de concessões do setor elétrico é objeto de debate na Câmara Seminário sobre competitividade conclui debates Terminais privativos de uso misto são objeto de debate no painel Senado ■ Medidas Provisórias devem perder eficácia Foi realizada hoje no Senado Federal audiência conjunta das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE), Desenvolvimento Regional (CDR) e Serviços de Governo, relator e oposição Infraestrutura (CI) para debater o PLS 118/2009, que altera a Lei dos Portos conversaram até o início da permitindo que o investidor privado explore as instalações portuárias de uso privativo noite, mas não houve acordo possível para votar a Medida misto para movimentação de carga própria e de terceiros, independente do Provisória 556/11 nesta quarta- percentual de ambas as cargas. feira. As votações do Plenário foram canceladas. Mário Lima Junior (Secretaria Especial de Portos – SEP) falou sobre o histórico de inserção de operadores privados no setor portuário com o surgimento das figuras de A MP 556 tem prazo de terminais privativos e privativos de uso misto. Afirmou que a SEP está aguardando maior validade até 31 de maio. Ate lá, definição sobre a orientação a ser tomada acerca do tema da movimentação de carga de não haverá tempo hábil de terceiros em terminais privativos de uso misto. votá-la na Câmara e no Senado. Também perderá o prazo a MP 557/11, que ainda Wagner Cardoso (CNI) relembrou a importância da Lei dos Portos, que tinha três pilares não foi votada. quando de sua elaboração: entrada da iniciativa privada na operação portuária, quebra de monopólio da mão-de-obra avulsa e permissão para movimentação de carga de ■ Oposição e governo terceiros em portos privativos. Reforçou que, sobre esse último ponto, a Lei dos Portos juntos contra MP 556 falou em movimentação de carga própria e de terceiros, mas não definiu o que seria cada uma delas. O Decreto 6.620/08 trouxe essa definição, mas restringindo a existência de No lado do governo, houve terminais privativos de uso misto. Com isso, o decreto avançou sobre o que estabelecia a descontentamento com a lei, impedindo esses terminais. decisão do relator da MP 556, deputado Jerônimo Goergen Defendeu que a posição da CNI é pelo aumento da quantidade de portos, sejam eles (PP/RS), de excluir os dispositivos que elevam o teto privativos ou públicos. Explicou as diferenças básicas entre esses tipos de outorga, da alíquota da Cide- apontando as vantagens entre um e outro em termos de custos e retorno de Combustíveis incidente sobre a investimentos. Demonstrou que o déficit de infraestrutura tem agravado problemas para a comercialização e importação competitividade do setor produtivo brasileiro. Nesse sentido, reforçou a importância da de etanol. participação do investidor privado para alavancar o setor portuário, defendendo assim a aprovação do PLS 118/09. Já a oposição é contra a proposta de incluir na MP a Luiz Fayet (CNA) explicou sobre as dificuldades vivenciadas pelo agronegócio em flexibilização das regras de decorrência da falta de portos para escoamento da produção. Falou, inclusive, sobre o licitações para obras do problema estratégico que isso representa para a posição do país diante da situação atual Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do de oferta de alimentos para todo o mundo. Também defendeu a liberação da sistema público de ensino. Pelo participação do investidor privado para correr o risco integral e fazer a construção e texto do relator, essas obras operação de terminais privativos com movimentação de carga de terceiros, promovendo serão enquadradas no Regime assim o desenvolvimento do país. Diferenciado de Contratações (RDC), já aplicado às obras da Sérgio Salomão (Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso Copa e das Olimpíadas. Público - Abratec) defendeu que o contêiner foi o catalisador do crescimento do comércio exterior. Explicou que os equipamentos necessários para movimentar os contêineres nos navios atuais são diferenciados e que os terminais entregues à iniciativa privada não estão adaptados a essa realidade. Falou sobre o crescimento de empregos Confederação Nacional da Indústria
  • 2. nos terminais públicos e sobre o fato de que esses portos são atualmente os responsáveis pela movimentação de cargas em contêineres. Defendeu o modelo de concessão de terminais públicos, posicionando-se contrariamente ao projeto de lei. Wilen Manteli (Associação Brasileira de Terminais Portuários – ABTP) relembrou que sua entidade defende tanto os operadores de terminais públicos quanto os de operadores privativos. Nesse sentido, afirmou que a divergência em torno desse tema tem fragmentado e atrapalhado os terminais de indústria, que têm importância estratégica para o setor produtivo. Apresentou dados sobre a movimentação de cargas de importantes portos privativos hoje em funcionamento. Defendeu que os portos privativos e os públicos são complementares e que há espaço para todos, diante da demanda no Brasil. A senadora Kátia Abreu (PSD/TO), autora do projeto de lei, defendeu sua proposição, argumentando sobre a necessidade de incremento da estrutura portuária brasileira. Estavam presentes na audiência diversos senadores: Aloysio Nunes Ferreira (PSDB/SP), Ana Amélia (PP/RS), Armando Monteiro (PTB/PE), Benedito de Lira (PP/AL), Inácio Arruda (PCdoB/CE), José Pimentel (PT/CE), Lídice da Mata (PSB/BA), Lobão Filho (PMDB/MA), Lúcia Vânia (PSDB/GO), Luiz Henrique (PMDB/SC), Sérgio Souza (PMDB/PR). Também acompanhou a audiência o relator na CAE, sen. Jorge Viana (PT/AC), que apresentou relatório pela rejeição do projeto. Audiência sobre renovação das concessões do setor elétrico Dando continuidade à audiência da semana passada, com o Ministro Interino do MME, Márcio Zimmermann, a Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara dos Deputados realizou hoje audiência pública com objetivo de debater a questão da renovação das concessões do setor elétrico, ouvindo as entidades representantes do setor (geradoras, distribuidoras, transmissoras, comercializadores, investidores em autoprodução, consumidores livres e trabalhadores). Flávio Neiva (Abrage) falou sobre a complexidade envolvida na licitação de concessões, pois existem aspectos a serem considerados como o quadro de pessoal e o conhecimento da operação de determinada usina. Além disso, falou sobre o custo econômico que a reversão teria para o país e sobre a inviabilidade de se promover todas essas reversões e de se realizar novas licitações no pequeno período de tempo disponível. Na sequência, falou sobre as vantagens que a prorrogação das concessões teriam, em termos de custos, facilidades e celeridade, mas destacou a necessidade de alteração legislativa para que esse modelo possa ser adotado. Também falou sobre a importância de que essas prorrogações contemplem medidas destinadas à modicidade tarifária. Contudo, sobre esse ponto, destacou que não haveria grande diferença entre a prorrogação das concessões ou a relicitação. Mario Menel (Abiape) lembrou que os consumidores já arcaram com o custos dos investimentos realizados pelos atuais concessionários. Por isso, qualquer que seja a alternativa a ser escolhida, é preciso garantir a redução na tarifa. Contudo, destacou a dificuldade que o governo terá para definir uma metodologia para estabelecer valores de investimentos amortizados. Afirmou que a proposta da Abiape é de modicidade na tarifa (mercado cativo) e modicidade de preços (mercado livre). Reforçou que a indefinição NOVIDADES LEGISLATIVAS Ano 15 – nº 35 de 23 de maio de 2012 2
  • 3. sobre as concessões está atrapalhando os investimentos no país. Apesar de considerar que o resultado econômico não vá destoar muito (se for escolhida a opção de renovar ou relicitar), a prorrogação mostra-se como melhor opção, pois mantém toda uma estrutura técnica e de trabalho já construída e em funcionamento. Paulo Pedrosa (Abrace) reforçou que a principal preocupação no que diz respeito à energia elétrica no Brasil é a imperiosidade de que o valor da energia seja reduzido. Destacou que a energia é um instrumento importante para as políticas que visam conferir maior competitividade à economia brasileira. Para isso, é preciso enfrentar dois temas: as concessões que estão por vencer e os encargos setoriais nas tarifas. Afirmou que é necessário ter cautela no conceito de modicidade tarifaria a ser trabalhado nesse processo, de forma que possam ser beneficiados os consumidores em geral e também as empresas grandes consumidoras de energia, de forma a garantir o aumento de competitividade para o setor produtivo. Nelson Leite (Abradee) lembrou que o MME já se manifestou no sentido da prorrogação das concessões. Nesse sentido, destacou que é preciso agora pensar em como isso será feito. Lembrou de aspectos a serem observados, tais como avaliação dos ativos não depreciados, contratos com fornecedores e consumidores e o prazo para tomada de decisão. José Cláudio Cardoso (Abrate) defendeu que a prorrogação das concessões promove garantia da continuidade e qualidade na prestação do serviço público. Claudio Sales (Acende Brasil) afirmou que a opção do governo deve respeitar princípios econômicos, tratar das falhas de mercado e propiciar o melhor cenário para os consumidores. Lembrou que o Congresso precisará se pronunciar sobre a questão, diante da necessidade de alteração legislativa. Por fim, defendeu que o critério para definição do limite de reversão (investimentos não amortizados) deve ser fixado mediante um processo claro e do qual possam participar os diversos atores envolvidos. Reginaldo Medeiros (Abraceel) destacou a importância da inserção do mercado livre na discussão da renovação das concessões. Franklin Moreira Gonçalves (Federação dos Trabalhadores Eletricitários) afirmou que novas licitações seriam negativas, pois excluiriam os trabalhadores. Defendeu que os contratos não prevejam terceirizações de serviços, deixando a regulação geral desse tema para projeto de lei em debate no Congresso Nacional. Câmara conclui Seminário sobre os desafios da competitividade O seminário "Desafios da Indústria Brasileira Frente à Competitividade Internacional" concluiu hoje suas atividades com o painel “Enfrentando os Riscos de Desindustrialização: o Papel dos Empresários e do Estado”, que contou com a participação de: Heloisa Menezes, Secretária do Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC; Francisco Eduardo Pires de Souza, do BNDES; José Augusto Coelho Fernandes, Diretor de Políticas e Estratégia da CNI; Clemente Ganz Lúcio, do Dieese; e Paulo Pedrosa, Presidente da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres – ABRACE. NOVIDADES LEGISLATIVAS Ano 15 – nº 35 de 23 de maio de 2012 3
  • 4. Pedrosa, da ABRACE, lembrou que o último relatório Focus do Banco Central apontou uma queda na projeção do PIB de 2012 de 3,2% para 3,09% - ou seja, em uma semana perdeu aproximadamente R$ 4 bilhões em crescimento. Para o presidente da ABRACE, a energia deve ser vista como ferramenta essencial para a política de desenvolvimento econômico, capaz de induzir outros investimentos. De acordo com o representante do Dieese, o enfrentamento dos riscos de desindustrialização passa por uma profunda qualificação do trabalhador. Segundo Clemente Ganz, essa qualificação não deve ser restringir ser apenas profissional, mas também educacional. O Diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Coelho Fernandes, afirmou que competitividade é tema central da organização. Na opinião do Diretor da CNI, enfrentar os riscos da desindustrialização exige trabalho duro e árduo, além de coordenação através dos diferentes ministérios da Esplanada. José Augusto ainda defendeu uma agenda preferencial, dividida em três temas (tributação, infraestrutura e relações de trabalho) que poderia ser trabalhada no Congresso e que contribuiria para o aperfeiçoamento da competitividade das empresas brasileiras, como: desoneração das exportações e dos investimentos; ampliação do prazo para recolhimento de tributos; medidas para reduzir o custo de energia, como extinção da cobrança da Reserva Geral de Reversão e elaboração de um projeto que tenha como objetivo central a modicidade tarifária; e regulamentação da terceirização. Francisco Eduardo Pires, do BNDES, comentou as ações do Banco na promoção da competitividade, destacando as taxas de juros reduzidas, os prazos de financiamentos maiores e o fomento ao mercado de capitais. Heloisa Menezes, do MDIC, afirmou que o grande desafio é conseguir ritmo e velocidade para alcançar resultados no menor prazo. O seminário foi uma iniciativa das comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; de Trabalho, Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática. NOVIDADES LEGISLATIVAS | Publicação Semanal da Confederação Nacional da Indústria - Unidade de Assuntos Legislativos - CNI/COAL | Gerente Executivo: Vladson Bahia Menezes | Coordenação Técnica: Pedro Aloysio Kloeckner | Informações técnicas e obtenção de cópias dos documentos mencionados: (61) 3317.9332 Fax: (61) 3317.9330 paloysio@cni.org.br | Assinaturas: Serviço de Atendimento ao Cliente (61) 3317.9989/9993 Fax: (61) 3317.9994 sac@cni.org.br | Setor Bancário Norte Quadra 1 Bloco C Edifício Roberto Simonsen CEP 70040-903 Brasília, DF (61) 3317.9001 Fax: (61) 3317.9994 www.cni.org.br | Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. NOVIDADES LEGISLATIVAS Ano 15 – nº 35 de 23 de maio de 2012 4