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1. O gigante era monstruoso. Eu nunca tinha visto nada igual. Seus
largos passos fizeram com que, embora fosse devagar, pegasse Thaís e
aproximasse-a de sua boca. Devorou uma de suas pernas. Eu já estava aos
prantos. Lucas também.
Retomamos a fuga. Porém, o outro monstro, a criatura humanoide
que havia me atacado quando acordei na ilha, surgiu da floresta e se
posicionou à nossa frente.
De um lado, o gigante. De outro lado, a besta.
Saltou para cima de Lucas, que tentou se defender com a adaga.
Contudo, foi jogado ao chão. O monstro arranhou seu rosto, igual fizera
comigo. O rapaz deu um grito de dor. Eu sabia como aquilo doía. Quando
eu fora arranhado, sofri a dor mais forte de toda a minha vida.
Preparei-me para fugir. Não podíamos lutar contra as duas criaturas e
eu adquiri uma pequena chance de conseguir escapar, pois a besta estava
ocupada com Lucas.
O gigante soltou um berro estridente e atirou Thaís, que já havia
desmaiado, para longe. Ele correu em nossa direção, pensei que iria me
atacar, porém desferiu um chute na besta, que rolou por alguns metros e se
colocou de pé novamente.

2. Em seguida, ela saltou alto o suficiente para atingir a face do gigante
com suas garras, fincando-as nas duas fissuras negras onde deveriam estar
os olhos. O gigante caiu, causando um enorme tremor.
Aproveitando a oportunidade, Lucas adentrou pela floresta e eu o
segui. Voltamos furtivamente para a praia, num local próximo a onde Thaís
estava, e a carregamos até a mata.
Percorremos uma longa distância, para garantir que despistaríamos a
criatura que vencesse. Eu e Lucas estávamos exaustos. Houve mais um
tremor, o gigante provavelmente fora derrubado mais uma vez.
Lucas examinou Thaís. Em seguida, proferiu:
- Ela... Está quase morrendo... Precisamos fazer alguma coisa.
Eu não conseguia parar de olhar para a figura toda ensanguentada da
garota.
- Infelizmente... – Continuou o rapaz – Vamos ter que sacrifica-la.
Não conseguirá sobreviver assim. Só se tornará um empecilho. E ainda
sofrerá muito.