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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL 
ESCOLA DE ENFERMAGEM 
BACHARELADO EM SAÚDE COLETIVA 
UPP TÓPICOS INTEGRADORES EM SAÚDE COLETIVA IV 
PROFESSORA: ADRIANA ROESE 
Saúde Urbana e suas diversas complexidades 
Bianca Oliveira 
Segundo Santos (1993) “Ao longo do século, mas, sobretudo nos períodos mais 
recentes, o processo brasileiro de urbanização revela uma crescente associação com a 
da pobreza, cujo locus passa a ser, cada vez mais, a cidade, sobretudo a grande cidade 
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capitalizada vivem cada vez mais nos espaços urbanos. A indústria se desenvolve com a 
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formas primitivas que remuneram mal e não garantem a ocupação.” 
As pessoas no ambiente urbano convivem com carência de infraestrutura, 
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crescimento urbano acaba sendo sinônimo de viver em ambientes que crescem com as 
grandes empresas e a qualidade de vida das pessoas continua a mesma ou até mesmo 
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Problemas como os do emprego, da habitação, dos transportes, do lazer, da água, 
dos esgotos, da educação e saúde, são genéricos e revelam enormes carências. “Os 
próximos anos, quem sabe até os próximos decênios, marcarão ainda um fluxo 
crescente de pobres para as grandes cidades, ao passo que as cidades médias serão o 
lugar dos fluxos crescentes das classes médias.” (SANTOS, 1993) 
Isso nos leva, então, a falar sobre a Gentrificação que é um processo de mudança 
imobiliária, no perfil residencial e padrões culturais, fazendo com que as pessoas 
queiram se acumular nesses ambientes. No vídeo Programa Campus – Gentrificação 
mostra que esse fenômeno (gentrificação) causa problemas no transito, custo de vida é 
mais elevado, e é resultado de estratégias políticas para transformar uma cidade em 
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Londres, para a área central da cidade, antigas áreas industriais, típicas das classes 
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periféricos. Mas sem planejamento e infraestrutura, cria novos problemas em outras 
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necessário apenas a moradia, mas também considerar o território, com uma política 
intersetorial de habitação e ouvir os problemas dos moradores dessas áreas para estarem 
com melhores condições. Mas os moradores das periferias são considerados um 
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Na Revista Radis, nº 129, mostra o movimento em recife #OcupeEstelita, que é 
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melhor com diversos atores, para que a sociedade mostre o que não apoiam e o porque. 
Se as obras desse porte exclui um determinado grupo de pessoas, não tem o porque 
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não é desenvolvimento urbano. 
Todas essas considerações trazem a questão dos ambientes psicossocial, 
econômico e físico, nos quais se nasce, cresce, vive e trabalha, afetam a saúde e a, tanto 
quanto o fumo, o exercício e a dieta. O envelhecimento populacional num ambiente 
urbano de desigualdade social deverá agravar a situação de saúde da população mais 
pobre, resultando em mais sofrimento e em perdas econômicas para o país. 
(AZAMBUJA, 2011) 
Ainda no artigo de Azambuja (2011) observa-se que se manter saudável depende 
da interação entre o ambiente e a capacidade de adaptação do indivíduo a ele. 
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Alegre, calculadas para o período entre 2000 a 2004, os homens nascidos no bairro mais 
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Aumentos dos fluxos de informação nas inúmeras formações, favoreceriam um 
ambiente ótimo para reduzir as desigualdades. A universidade tem papel essencial para 
promover saúde e formar profissionais que tenham a essa sensibilidade para tratar de 
assuntos tão complexos, e pode se falar nesse contexto, do papel dos PET Saúde e os 
PET Educação, ambos proporcionam uma formação voltada para a preocupação com o 
ambiente e em como as pessoas estão vivendo. São experiências práticas e fora da sala 
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A segregação econômica é ruim para os bairros onde a população mais pobre 
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mas não atingem seus objetivos porque as pessoas desconhecem. A informação não 
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Além de conviver com as consequências das desigualdades, temos o problema 
do trânsito brasileiro, que trás problemas que nós ignoramos ou que simplesmente não 
refletimos ainda. “No Brasil, o trânsito é considerado um dos piores e mais perigosos do 
mundo, (DENATRAN, 1997); devido ao número de veículos em circulação, da 
desorganização do trânsito, da deficiência geral da fiscalização, das condições dos 
veículos”. (FILHO, 2012) 
Ficar “jogando” a culpa dos acidentes somente na fiscalização e nas condições 
do veículo não tem efeito algum, assim como dizer que as leis de trânsito não 
funcionam. Não funcionam porque as pessoas, em geral, decoram para uma prova e 
esquecem. Então, “jogar a culpa” não é o caminho para melhorar essa situação, pois 
tudo isso (fiscalização, responsabilidade dos usuários, condições do veículo e etc.) 
deveria estar integrado. 
Os menores de idade não sabem, falando de um modo geral, como se comportar 
no trânsito. O ideal nas escolas é ter uma discussão maior nas matérias que possam 
abordar o tema, trazendo um aluno para uma reflexão de atitudes que levam as 
consequências invisíveis, além das sequelas físicas. Chegar no Centro de Formação de 
Condutores (CFC) sem nenhuma noção de como deve ser no trânsito é um pouco 
complicado. E a situação piora quando é do sexo masculino. Os pais acham maravilhosa 
a ideia de um filho dirigindo e com a sensação de liberdade. Mas as consequências são 
bem complexas. 
Filho (2012) trás que os acidentes “Causam imenso número de óbitos, 
incapacidades permanentes e temporárias, alto dispêndio de recursos financeiros, 
problemas psicológicos e pessoais, além de dor e sofrimento das vítimas, de suas 
famílias e de outros. Após a Segunda Guerra Mundial, o carro tornou-se um objeto de 
consumo, e possuir um automóvel particular, um símbolo de status social, apoiado 
principalmente pela propaganda nas sociedades capitalistas.” No Brasil Metade dos 
acidentes tem como vítimas motociclistas, ciclistas e pedestres em regiões urbanas. 
Novamente as nações pobres são as que contabilizam maior número de acidentados 
nestas categorias. 
Existem problemas, entretanto, que estes eventos trazem que não são percebidos 
à primeira vista. O que pode ocorrer com uma criança que perde seus pais em um 
acidente de trânsito? Qual o custo social de uma mulher ou de um homem que 
adquiriram uma deficiência grave que irá afetar seu ajustamento pessoal, familiar e 
profissional?
O Sistema Único de Saúde (SUS) tem gastos muito grandes, um acidente de 
trânsito teve um custo médio de R$ 8.782. Em estudo desenvolvido conjuntamente pelo 
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Associação Nacional de 
Transportes Públicos (ANTP), 2004 dos 84,0% que declararam trabalhar anteriormente 
ao acidente, 7,0% perderam o emprego e 28,0% passaram a receber renda inferior. 
As consequências psicológicas desses problemas de grande porte tem 
importantes implicações sociais, econômicas e nos serviços de saúde. Portanto, 
devemos ficar atentos para esses problemas e, na medida do possível, pensar em 
soluções que atinja realmente a população. Ampliar o acesso a informação clara e 
criativa é essencial para o dia-a-dia dos profissionais que se aproximam para melhorar 
as situações tratadas. Setores além da saúde são bem-vindos para tais mudanças. 
Referências 
SANTOS, Milton. A urbanização Brasileira, São Paulo: Hucitec, 1993. 
MARTINS, Andréia. Gentrificação: O que é e de que maneira altera os espaços 
urbanos, Resumo das disciplinas - UOL Vestibular, 2014 
AZAMBUJA, M. I. R. Saúde urbana, ambiente e desigualdades, Florianópolis: Revista 
Brasileira de Medicina de Família e Comunidade., 2011 
FILHO, M. M. Acidentes de trânsito: as consequências visíveis e invisíveis à saúde da 
população, Revista Espaço Acadêmico, 2012 
CAMARGO, F. C. Vítimas Fatais E Anos De Vida Perdidos Por Acidentes De Trânsito 
Em Minas Gerais, Brasil, Escola Anna Nery, 2012 
Revista RADIS, nº 129, 2013

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  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL ESCOLA DE ENFERMAGEM BACHARELADO EM SAÚDE COLETIVA UPP TÓPICOS INTEGRADORES EM SAÚDE COLETIVA IV PROFESSORA: ADRIANA ROESE Saúde Urbana e suas diversas complexidades Bianca Oliveira Segundo Santos (1993) “Ao longo do século, mas, sobretudo nos períodos mais recentes, o processo brasileiro de urbanização revela uma crescente associação com a da pobreza, cujo locus passa a ser, cada vez mais, a cidade, sobretudo a grande cidade . O campo brasileiro moderno repele os pobres, e os trabalhadores da agricultura capitalizada vivem cada vez mais nos espaços urbanos. A indústria se desenvolve com a criação de pequeno número de empregos e o terciário associa formas modernas a formas primitivas que remuneram mal e não garantem a ocupação.” As pessoas no ambiente urbano convivem com carência de infraestrutura, especulação, problemas de transporte, entre outros que afetam o bem estar. O crescimento urbano acaba sendo sinônimo de viver em ambientes que crescem com as grandes empresas e a qualidade de vida das pessoas continua a mesma ou até mesmo mais crítica. Problemas como os do emprego, da habitação, dos transportes, do lazer, da água, dos esgotos, da educação e saúde, são genéricos e revelam enormes carências. “Os próximos anos, quem sabe até os próximos decênios, marcarão ainda um fluxo crescente de pobres para as grandes cidades, ao passo que as cidades médias serão o lugar dos fluxos crescentes das classes médias.” (SANTOS, 1993) Isso nos leva, então, a falar sobre a Gentrificação que é um processo de mudança imobiliária, no perfil residencial e padrões culturais, fazendo com que as pessoas queiram se acumular nesses ambientes. No vídeo Programa Campus – Gentrificação mostra que esse fenômeno (gentrificação) causa problemas no transito, custo de vida é mais elevado, e é resultado de estratégias políticas para transformar uma cidade em ponto turístico. A socióloga Ruth Glass, diz que a classe média se direciona, em Londres, para a área central da cidade, antigas áreas industriais, típicas das classes marginalizadas e operárias. As grandes empresas adiantaram a gentrificação, fazendo um processo de revitalização, fazendo com que o solo urbano ficasse mais caro e expulsando a classe operária. O enobrecimento do espaço urbano e a criação de ruas e avenidas, causam consequências nos bairros que deixavam de existir.
  • 2. Nos anos 60 deslocaram essas pessoas excluídas para conjuntos habitacionais periféricos. Mas sem planejamento e infraestrutura, cria novos problemas em outras esferas da sociedade, como na saúde, transporte, habitação e segurança. Não é necessário apenas a moradia, mas também considerar o território, com uma política intersetorial de habitação e ouvir os problemas dos moradores dessas áreas para estarem com melhores condições. Mas os moradores das periferias são considerados um problema para o processo de gentrificação, por não permitir a evolução urbana da cidade. Na Revista Radis, nº 129, mostra o movimento em recife #OcupeEstelita, que é contra o projeto Novo Recife, prevendo obras grandes na cidade. Isso trás uma das maiores críticas da gentrificação, que a descaracterização dos espaços e da cultura dos lugares. O movimento é bem articulado e se envolve na internet e na área jurídica, o que é de extrema importância para ter visibilidade e mostrar suas angústias, de certa forma. Mostrando força e articulação, podemos equilibrar, negociar e nos comunicar melhor com diversos atores, para que a sociedade mostre o que não apoiam e o porque. Se as obras desse porte exclui um determinado grupo de pessoas, não tem o porque desenvolver. Preparar as cidades para eventos e grandes obras sem integrar as pessoas não é desenvolvimento urbano. Todas essas considerações trazem a questão dos ambientes psicossocial, econômico e físico, nos quais se nasce, cresce, vive e trabalha, afetam a saúde e a, tanto quanto o fumo, o exercício e a dieta. O envelhecimento populacional num ambiente urbano de desigualdade social deverá agravar a situação de saúde da população mais pobre, resultando em mais sofrimento e em perdas econômicas para o país. (AZAMBUJA, 2011) Ainda no artigo de Azambuja (2011) observa-se que se manter saudável depende da interação entre o ambiente e a capacidade de adaptação do indivíduo a ele. Ambiente, relações sociais e saúde são. As taxas de mortalidade por idade, em Porto Alegre, calculadas para o período entre 2000 a 2004, os homens nascidos no bairro mais pobre atualmente poderiam esperar viver em média dez anos menos do que aqueles nascidos no mais rico. Aumentos dos fluxos de informação nas inúmeras formações, favoreceriam um ambiente ótimo para reduzir as desigualdades. A universidade tem papel essencial para promover saúde e formar profissionais que tenham a essa sensibilidade para tratar de assuntos tão complexos, e pode se falar nesse contexto, do papel dos PET Saúde e os PET Educação, ambos proporcionam uma formação voltada para a preocupação com o ambiente e em como as pessoas estão vivendo. São experiências práticas e fora da sala de aula que proporcionam profissionais sensíveis.
  • 3. A segregação econômica é ruim para os bairros onde a população mais pobre predomina e boa para os bairros onde a população mais rica predomina. E que esses efeitos independem da simples média de renda. Ter baixa renda e ser segregado tem efeitos graves. Voltamos ao que é viver em condições que existe políticas, programas, mas não atingem seus objetivos porque as pessoas desconhecem. A informação não chega. Além de conviver com as consequências das desigualdades, temos o problema do trânsito brasileiro, que trás problemas que nós ignoramos ou que simplesmente não refletimos ainda. “No Brasil, o trânsito é considerado um dos piores e mais perigosos do mundo, (DENATRAN, 1997); devido ao número de veículos em circulação, da desorganização do trânsito, da deficiência geral da fiscalização, das condições dos veículos”. (FILHO, 2012) Ficar “jogando” a culpa dos acidentes somente na fiscalização e nas condições do veículo não tem efeito algum, assim como dizer que as leis de trânsito não funcionam. Não funcionam porque as pessoas, em geral, decoram para uma prova e esquecem. Então, “jogar a culpa” não é o caminho para melhorar essa situação, pois tudo isso (fiscalização, responsabilidade dos usuários, condições do veículo e etc.) deveria estar integrado. Os menores de idade não sabem, falando de um modo geral, como se comportar no trânsito. O ideal nas escolas é ter uma discussão maior nas matérias que possam abordar o tema, trazendo um aluno para uma reflexão de atitudes que levam as consequências invisíveis, além das sequelas físicas. Chegar no Centro de Formação de Condutores (CFC) sem nenhuma noção de como deve ser no trânsito é um pouco complicado. E a situação piora quando é do sexo masculino. Os pais acham maravilhosa a ideia de um filho dirigindo e com a sensação de liberdade. Mas as consequências são bem complexas. Filho (2012) trás que os acidentes “Causam imenso número de óbitos, incapacidades permanentes e temporárias, alto dispêndio de recursos financeiros, problemas psicológicos e pessoais, além de dor e sofrimento das vítimas, de suas famílias e de outros. Após a Segunda Guerra Mundial, o carro tornou-se um objeto de consumo, e possuir um automóvel particular, um símbolo de status social, apoiado principalmente pela propaganda nas sociedades capitalistas.” No Brasil Metade dos acidentes tem como vítimas motociclistas, ciclistas e pedestres em regiões urbanas. Novamente as nações pobres são as que contabilizam maior número de acidentados nestas categorias. Existem problemas, entretanto, que estes eventos trazem que não são percebidos à primeira vista. O que pode ocorrer com uma criança que perde seus pais em um acidente de trânsito? Qual o custo social de uma mulher ou de um homem que adquiriram uma deficiência grave que irá afetar seu ajustamento pessoal, familiar e profissional?
  • 4. O Sistema Único de Saúde (SUS) tem gastos muito grandes, um acidente de trânsito teve um custo médio de R$ 8.782. Em estudo desenvolvido conjuntamente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), 2004 dos 84,0% que declararam trabalhar anteriormente ao acidente, 7,0% perderam o emprego e 28,0% passaram a receber renda inferior. As consequências psicológicas desses problemas de grande porte tem importantes implicações sociais, econômicas e nos serviços de saúde. Portanto, devemos ficar atentos para esses problemas e, na medida do possível, pensar em soluções que atinja realmente a população. Ampliar o acesso a informação clara e criativa é essencial para o dia-a-dia dos profissionais que se aproximam para melhorar as situações tratadas. Setores além da saúde são bem-vindos para tais mudanças. Referências SANTOS, Milton. A urbanização Brasileira, São Paulo: Hucitec, 1993. MARTINS, Andréia. Gentrificação: O que é e de que maneira altera os espaços urbanos, Resumo das disciplinas - UOL Vestibular, 2014 AZAMBUJA, M. I. R. Saúde urbana, ambiente e desigualdades, Florianópolis: Revista Brasileira de Medicina de Família e Comunidade., 2011 FILHO, M. M. Acidentes de trânsito: as consequências visíveis e invisíveis à saúde da população, Revista Espaço Acadêmico, 2012 CAMARGO, F. C. Vítimas Fatais E Anos De Vida Perdidos Por Acidentes De Trânsito Em Minas Gerais, Brasil, Escola Anna Nery, 2012 Revista RADIS, nº 129, 2013