O documento resume o primeiro encontro do projeto de extensão "Café com Políticas Públicas" em 2012. Dois especialistas discutiram desigualdades regionais no Brasil e a importância da intersetorialidade nas políticas públicas de saúde.
1. Edição n° 1
Junho/2012
News
Informativo mensal do projeto de extensão café com Politicas Públicas
1° encontro reúne especialistas em politicas públicas de saúde
O primeiro café com politicas públicas de 2012 começou discutindo um tema muito importante das politicas públicas: a saúde.
Os especialistas convidados do mês de abril foram a professora Doutora Vanessa Elias de Oliveira e o professor Doutor
Francisco Comaru, contando com a mediação de Lucas Furtado. .
Confira abaixo alguns momentos do debate:
‘ A desigualdade regional é um ‘ Na escola você tem um ambiente em que se você pode trabalhar
problema no Brasil, não só nas com mudança cultural, senão dessa geração, pelo menos das
politicas públicas de saúde’ próximas’
A professora Vanessa Elias de
Oliveira é mestre e Doutora em O professor Francisco de Assis Comaru é mestre em Engenharia Urbana
Ciência Política pela pela Universidade de São Paulo (1998) e Doutor em Saúde Pública pela
Universidade de São Paulo e Universidade de São Paulo. Realiza pesquisas, atividades de ensino e
mestra em Saúde Coletiva pela extensão nos temas: politicas urbanas; áreas centrais metropolitanas;
Faculdade de Ciências saúde pública; educação popular e ambiental; inclusão e políticas
Médicas da Santa Casa de São públicas territoriais, e trabalho decente.
Paulo. Atualmente desenvolve
pesquisa sobre o papel da Na implementação de políticas públicas, é importante levar em
burocracia na produção de conta a intersetorialidade?
políticas públicas no Brasil e
Para a saúde pública, todos os setores estão avançando no sentido de
sobre a judicialização de
políticas públicas e sociais no
se reconhecer que a ação da política pública em um determinado setor
Brasil. não dá conta dos problemas que as pessoas tem e a sociedade
demanda. Boa parte dos processos que determinam o nosso estado de
Perante a desigualdade regional, qual é a função das politicas saúde e de doença são produzidos socialmentes. Tem alguns
públicas de saúde? .
determinantes que são biológicos, outros são hereditários, mas boa
A desigualdade regional é um problema no Brasil, não apenas na politica
parte deles são produzidos socialmente.
de saúde. Ela é um problema para uma série de politicas, principalmente
por que os municípios são autônomos, o que significa que eles devem ser
E no caso do trânsito, visto que os acidentes de trânsito na faixa
responsáveis, ter capacidade própria para gerir as politicas que estão
sob sua responsabilidade: saúde, educação, assistência social etc.. dos 15 aos 29 anos é a principal causa de morte nessa faixa etária,
onerando o sistema de saúde?
Como os municípios reagem a essa autonomia? .
Dados da OMS mostram que na
Alguns municípios conseguem gerir os recursos de uma maneira mais
faixa dos 15 aos 29 anos, a
eficiente do que outros. Não dá para comparar o município de São Paulo,
principal causa de morte não é a
que é um município rico, com o caso de Borá, que é o menor município do
AIDS, não é doença cardíaca, é o
país, com 875 habitantes e sequer possui um médico que reside na
acidente viário. É uma epidemia
cidade, apresentando muita dificuldade para contratar profissionais.
Uma forma que o sistema encontrou para superar esse problema é a que está crescendo,
regionalização, mas que está caminhando lentamente na saúde. principalmente nos países em
desenvolvimento. Do ponto de
Como os municípios reagem a regionalização? . vista da saúde pública é muito
A ideia da regionalização é a de que você não precisa ter todos os importante tentar incidir sobre
serviços em todos os municípios. Uma determinada região deveria esses outros setores, o setor de
concentrar a maior parte dos serviços, especialidades em saúde, e o transportes, de mobilidade
munícipe passaria de um município para outro conforme sua urbana, saneamento,
necessidade em saúde, e o sistema equacionaria isso, tornando-se habitação..Varias causas de
assim um sistema regionalizado, muito mais eficiente, pois evitaria mortes e agravos a saude estão
grandes deslocamentos do paciente, que conseguiria obter a maioria dos
tratamentos necessários em sua região. Por exemplo, um município associadas a outros setores, em muitos casos, tratam-se de mortes e
ficaria responsável pela cardiologia, o outro pela fisioterapia, e assim por agravos que poderiam ser evitados.
diante. .
No caso das políticas públicas, o que deveria ser levado mais em
E essa regionalização, ocorre de fato? . conta?
Na prática, essa regionalização é muito difícil de ocorrer, por que significa Existem doenças que são tratáveis, que são evitáveis, que poderiam ter
que os municípios teriam que tomar a atitude de abrir mão de parte de sido previstas e prevenidas. Esse é um foco importante, que deve ter
seus recursos e repassar para municípios vizinhos, que executariam atenção, para evitar sofrimentos que não precisam acontecer, e a maior
aqueles serviços especializados que não produzem. Ou seja, como fazer parte está em outros setores, que deveriam ter políticas públicas
essa regionalização dado que os municípios são autônomos e podem preventivas, etc. A educação e a cultura são aspectos muito importantes,
fazer o que quiserem com seus recursos, pegando “carona” nos na escola você tem um ambiente em que você pode trabalhar com a
municípios vizinhos, com uma rede de saúde mais ampla? Fica difícil de mudança cultural, senão dessa geração, pelo menos das próximas.
resolver.
2. Café com PP News São Bernardo do Campo, junho de 2012
Apresentação artística
“Vejo a música como algo independente de tudo, à parte.”
Thiago Ramos – membro da Camerata Villa Lobos de Santos e integrante do projeto Batuclagem/ PROEX/ UFABC
Thiago Freitas Ramos começou a estudar violão aos 14 anos e logo ingressou na orquestra de violões
Camerata Heitor Villa-Lobos, na cidade de Santos. Através desta realizou apresentações (solo e em
conjunto) dentro e fora do estado de São Paulo. Durante o período em que fez parte da orquestra se
dedicou em dar aulas de violão para alunos iniciantes .
Ao decidir que não seguiria a carreira musical passou a se preparar para o vestibular. Foi aprovado na
UFABC em 2011, onde cursa o bacharelado em Ciências e Tecnologia, tendo Engenharia de Gestão como
pretensão pós-bacharelado interdisciplinar. .
Na Universidade Thiago participa do projeto de extensão Batuclagem, que promove atividades musicais
utilizando materiais recicláveis, contação de histórias musicadas e jogos didáticos com crianças das escolas da
região do campus Santo André.
No amplo universo de possibilidades para o estudo da música, como se deu a escolha pelo violão erudito?
Principalmente por influência paterna, pois sempre ouvi músicas eruditas (e outros gêneros musicais
também, de qualidade) durante minha infância e adolescência.
Dentro da sua expressão artística, quais os seus ídolos?
Existem compositores os quais me identifico muito com sua obra, como Frederic Chopin, Ludwig Van Beethoven entre outros.
Você acredita que valores embutidos na sua expressão artística (disciplina, criatividade...) refletem de que maneira no seu desenvolvimento
acadêmico?
No meu caso não enxergo um efeito da música em meu desempenho acadêmico. Vejo a música como algo independente de tudo, à parte.
Qual a sua opinião sobre o cenário artístico – ou a falta dele – na Universidade Federal do ABC?
Vejo que a UFABC apesar da sua breve história, já faz alguns esforços nessa direção e tenho certeza que após sua estrutura física esteja concluída,
ficará muito mais fácil para que iniciativas artísticas sejam tomadas.
Você participa de algum grupo dentro da Universidade que apóia a sua arte? Caso não faça, enxerga a necessidade da criação de um?
Faço parte do Batuclagem e fico muito contente que um dos focos do projeto seja a música, que é algo que à apóia e à incentiva.
O próximo encontro será realizado na Fundação Pró-Memória,em São Caetano do Sul, com o tema
‘politicas públicas culturais’,contará com a presença do Dr. Paulo César Garcez Marins (docente do
Museu Paulista /USP) e de apresentação artística o documentário ‘Neblina sobre trilhos’(Ufabc/fsa,
2012. Direção: Soraia Costa/ Rafael Caitano (Ufabc)
Endereço: Av. Dr. Augusto de Toledo, 255, Bairro Santa Paula, São Caetano do Sul, São Paulo.
Informes: Faça o dowload e confira o aúdio do debate na íntegra no site:
- Teremos transporte partindo do campus Sigma para o próximo encontro! Pedimos http://www.4shared.com/mp3/jDRPoguo/Gravacao_-_Cafe_com_PP_-_12_de.html
para os interessados mandarem email para cafecompp@gmail.com
Dúvidas, sugestões, reclamações? cafecompp@gmail.com
- ‘A Relação entre a Pesquisa na Universidade Pública e o Setor Produtivo’ dia 04/06,
no campus Alpha em São Bernardo do campo, às 15:00.
Curta nossa página no faceboook: http://www.facebook.com/CafeComPp
- Rio+20: o evento será dia 20/06,teremos um grupo de estudantes representando a
Ufabc! Mais informações em: http://www.facebook.com/ufabc20
Saiba mais em: http://bpp.ufabc.edu.br/
E muitos outros eventos culturais que você pode encontrar pelo:
http://www.facebook.com/groups/ufabcultura/ Expediente
Editora responsável pela edição: Ana Carolina Esteves Barbosa
Coordenadora do informativo: Ana Maria Dietrich
Coordenação do projeto: Ramon Garcia Fernandez (docente UFABC)
Equipe do projeto: Artur Zimerman e Ana Maria Dietrich (docentes UFABC); Flavia
Lima e Lucas Furtado (técnicos administrativos).
Equipe de estagiários: Ana Carolina E. Barbosa (discente BCH); Beatriz Soares
(discente do bacharelado em politicas públicas); Mariane Zavatieri (discente BCH).