A análise das finanças da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) mostra sinais de controles administrativos precários, como aumento excessivo de despesas, processos judiciais por descumprimento de contrato, autuações fiscais e endividamento alto. A arrecadação aumentou, mas não o suficiente para reduzir o prejuízo e dívidas da entidade.

1. ANÁLISE RENATO
Honestamente, toda vez que vou analisar estes números entro de cabeça aberta, pronto pra
achar sinais de coisas boas que possamos comemorar. Mas a leitura deste ano me preocupou
mais do que a do ano passado.
Me chamou a atenção que a CBB aumentou a sua arrecadação de receitas significativamente
em relação a 2011, mas o aumento de despesas foi ainda maior, mantendo a entidade no
prejuízo e impedindo que ela reduza o endividamento .
Na minha análise, há vários sintomas de controles administrativos pobres e que precisam ser
melhorados:
* A CBB está sendo processada por duas empresas (Champion e uma outra de marketing
esportivo) que alegam que ela descumpriu contratos. Em um deles, sofreu um bloqueio
judicial de meio milhão de reais, e o outro pode virar uma condenação de mais de 4 milhões
de reais.
* Além disso a CBB recebeu uma autuação do fisco e foi obrigada a saldar dívidas de INSS
originadas em seus fornecedores. Há maneiras da Confederação se proteger deste tipo de
problema, coisa que, aparentemente, não aconteceu.
* Salta aos olhos o aumento, ano a ano, das despesas com pessoal e despesas administrativas.
As despesas com pessoal aumentaram quase 50% de 2010 para 2011. Seria interessante a
Confederação justificar estes aumentos.
* Os R$ 2,4 milhões captados a título de Lei de Incentivo (nota 13 do balanço) estão lançados
no passivo (isto é, ainda não foram aplicados conforme sua finalidade) mas, ainda assim, não
estão disponíveis no caixa (a entidade tem R$ 2 milhões em caixa). Isto pode até ser um
erro de interpretação de balanço meu mas, se não for, significa que a CBB usou os recursos
para finalidades que não as dos convênios.
* O endividamento, se não subiu muito, também não caiu, e continua sendo de má qualidade,
em linhas de crédito que cobram juros muito altos.
Vamos muito mal.