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O GOLPE DA TAXA LÍBOR E AS FALCATRUAS DOS BANCOS NO MERCADO
                          FINANCEIRO MUNDIAL

                                                                                                Sérgio Botton Barcellos


         Como era de se esperar, pouco é noticiado o mais recente escândalo em meio ao sistema
financeiro internacional, que é a manipulação da Libor, taxa de juro que é referência para transações
financeiras globais. Com exceção da Carta Maior1 que produziu em vasto número de matérias sobre
o assunto, disponíveis em seu site, e a blogsfera alternativa, observa-se em geral no PIG notícias
esparsas e superficiais ou pequenas notas, ainda mais nesse período pré-eleitoral.
         O golpe na taxa Libor, por exemplo, influenciou transações de aproximadamente 567
trilhões de euros em 2011. A partir de investigações policiais e dos bancos centrais de Estados
Unidos e Inglaterra, a primeira instituição a ser descoberta foi o banco britânico Barclays.
Atualmente, as investigações atingem diversos grupos bancários.
         Não é um assunto talvez dos mais fáceis de tratar, de ler ou dos mais atrativos, entretanto
entende-se que possa ser interessante termos uma noção sobre isso. Além, de ser uma das formas de
expressão no sistema capitalista em meio aos mercados financeiros e especulativos, é mais um caso
de concentração e apropriação ilícita de riqueza à custa do suor alheio da grande parcela da
população mundial.
         Nesse artigo foram compiladas as principais notícias e notas veiculadas na Blogsfera
alternativa e até algumas do PIG, pois acreditou-se que podiam também auxiliar na provocação ao
debate. Parece ser importante desafiar-nos a esse tipo de informação, até, por que, mesmo que não
pareça, a “esperteza” desses “senhores” banqueiros poderá ter desdobramentos os quais ainda não
temos ideia no Brasil.


         MAS AFINAL, O QUE É ESSA TAL DE TAXA LÍBOR?

         A Libor, sigla de “London Interbank Offered Rate”, é uma taxa de juro fixada diariamente
em Londres a partir de informações sobre transações de grandes bancos. Na prática, essa taxa servia
como referência confiável para pequenos e grandes negócios, inclusive em transações entre as
próprias instituições financeiras. No princípio dos anos 80 surgiu nas instituições financeiras em
Londres a necessidade de um benchmark para taxas sobre os empréstimos. Oficialmente a LIBOR
foi anunciada em 1986 para 3 moedas: dólar americano, libra esterlina inglesa e o yen japonês. Nos


1
 Mais       informações     no      ótimo       caderno     realizado      pela     Carta      Maior,        disponível     em:
http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm?home_id=139&alterarHomeAtual=1. Fora a Blogsfera, no PIG foram publicados
e trataram desse tema também, mas ou tratam como apenas um caso policial ou pouco questionam o caráter sistêmico do escândalo.
anos seguintes o número de moedas sob a influência da LIBOR passou a ser 16, depois algumas em
2000 passaram para o euro, sendo que atualmente há 10 moedas cotadas sob a taxa Libor.
         A LIBOR é considerada a benchmark mais importante em nível mundial para as taxas de
curto prazo. Diariamente por volta das 11 horas GMT os bancos comunicam à Thomson Reuters
com quais taxas naquele momento eles esperam poder atrair um grande empréstimo no mercado
monetário interbancário. Após recolher todas as informações dos bancos no painel, a Thomson
Reuters desconta as 25% mais altas e mais baixas. Dos 50% restantes é calculada uma média para
se chegar à taxa oficial LIBOR2. Esse método às vezes é chamado de “shaved mean” ou “trimmed
mean” (média aparada).
         Os bancos utilizam a taxa LIBOR também como taxa básica para fixar sobre empréstimos as
taxas posteriores, contas poupança e empréstimos hipotecários, por isso um grande número de
profissionais no mundo inteiro seguem atentamente a evolução desta taxa. Como trata-se de uma
informação concedida pelos agentes bancários foi possível manipular essas taxas para além da
realidade do mercado.


         REPERCUSSÕES DO GOLPE MUNDO A FORA


         A taxa Libor determina a taxa pela qual se empresta dinheiro aos bancos e também é a taxa
de juros paga pelos consumidores quando realizam empréstimos. Além disso, o escândalo expõe,
mais uma vez, e agora de forma tácita o nível de desregulação e descontrole possível nos mercados
financeiros. A manipulação nessa taxa, do ano de 2005 a 2009, foi referência para transações
financeiras que somaram 567 trilhões de euros em 2011. Ao fazer as contas estima-se que uma
manipulação de 0,01% nessas taxas implicaria em um lucro de 5,67 bilhões de euros para os
“espertalhões”.
         O escândalo do Líbor estourou em 27 de junho desse ano, quando o banco britânico
Barclays revelou que iria pagar 360 milhões de euros para por fim às investigações dos reguladores
britânicos e norte-americanos no caso de manipulação das taxas interbancárias Líbor (britânica) e
Euríbor (europeia). Desde então, o escândalo do Líbor se estendeu a outros bancos e gerou
investigações em vários países. As entidades investigadas, além de Barclays, o primeiro a admitir
essas práticas irregulares, o Citigroup EUA e JPMorgan, Deutsche Bank alemão, o suíço UBS e os
britânicos Royal Bank of Scotland e HSBC3.


2
 Mais detalhes e informações sobre a Taxa Líbor: http://pt.global-rates.com/taxa-de-juros/libor/euro-europeu/juros-libor-eur-
overnight.aspx
3
  Em uma investigação com mais de 1 ano, feita pelo Senado norte-americano, concluiu-se que a seção norte-americana do HSBC
lavou dinheiro dos cartéis mexicanos de narcotráfico entre 2002 a 2009, apesar dele ter sido advertido por agentes do fisco e até por
investigações internas de seus próprios funcionários. Após isso, na seção norte americana, altos executivos do banco renunciaram a
Entretanto, indica-se que já haviam suspeitas sobre esse golpe há mais tempo. Em 2007,
tanto o Federal Reserve quanto o Banco da Inglaterra suspeitavam disso. Indica-se que o Wall
Street Journal tinha divulgado um estudo, em 2008, sugerindo que alguns bancos estavam faturando
a mais sob os custos dos empréstimos. Em 2011, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos
começou, por meio do FBI, uma investigação.
         Afinal, no que consiste a fraude da Libor? Essa taxa é informada ao mercado bancário que a
usa como base para a taxa global do empréstimo. Desse modo, os contratos de empréstimos
prevêem, normalmente, o dia exato da incidência dos juros para o pagamento dos mesmos e
qualquer aumento da Libor encarece o custo da quitação dos empréstimos nesse dia determinado,
seja entre bancos, operadores financeiros e imobiliários e pessoas físicas. Há trilhões de dólares em
empréstimos para automóveis, hipotecas e outras dívidas, nos EUA, por exemplo, vinculados à
Libor.
         Em síntese, ao que tudo indica, o golpe ocorreu quando o Banco Barclays, entre 2005 e
2007, aumentou a taxa Libor para obter lucro e combinaram isso com outros bancos. Entre 2007 e
2009, no pico da crise financeira, o Barclays começou a repassar taxas artificialmente baixas para
dar a impressão que não estava muito bem financeiramente e poderia pedir empréstimos em
condições de pagamento mais baratas.
         Outros bancos, ao total 16, por enquanto, estão sob investigação nos Estados Unidos,
inclusive por falsificações de contratos imobiliários o que levou o promotor de Nova Iorque, junto
com outros promotores estaduais nos EUA, a cobrar indenizações de US$ 200 bilhões do Bank of
America, do Citigroup e outros grandes bancos. Aliás, semanalmente aparece na imprensa
americana alguma notícia sobre acordos bilionários que os bancos estão fazendo para evitar
processos criminais contra seus gestores4.
         Cabe lembrar que a crise européia ocorre também devido a uma injeção contínua de recursos
para sanar a situação financeira dos bancos. Ao mesmo tempo, as intervenções do Banco Central
Europeu (BCE) para salvar os bancos resultaram na absorção de dívidas incobráveis dessas
entidades. Em algum momento, não se sabe como, o BCE terá que prestar conta dessas dívidas para
as comunidades dos países que compõe a Zona do Euro.
         Diante disso, o BCE está legalmente comprometido em manter uma inflação de 2% na Zona
do Euro. O BCE desconsiderou a possibilidade de manipulação da Libor na época em que as
“bolhas” imobiliárias chegavam a níveis cada vez mais arriscados na Espanha, Irlanda e outros
países da zona do euro. Bilhões de euros foram tirados do poder aquisitivo da população nesses
países para impor uma “austeridade fiscal” recessiva, enquanto continua a crescer as taxas de juro

seus cargos em uma sessão pública no comitê do Senado dos EUA. Mais informações também                          em:
http://economia.elpais.com/economia/2012/08/16/actualidad/1345144340_877833.html
4
  Disponíveis mais informações em: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20745
extorsivas cobradas para refinanciar a dívida pública na Europa. Essa dívida certamente não será
paga por nenhum sistema bancário ou financeiro, pois já está sendo paga pelas camadas mais
frágeis da população e por alguns países da Zona do Euro com a cobrança de impostos e cortes nas
áreas sociais cada vez maiores.
           Até o momento, existem dois documentos oficiais que explicaram em detalhes esse golpe.
Um deles foi elaborado pela FSA (Autoridade de Serviços Financeiros britânica) e o outro pela
CFTC (Comissão de Mercado de Futuros e Commodity, dos Estados Unidos). Ambos divulgaram
e-mails em que operadores de dinheiro em Londres e Nova York solicitaram aos “declarantes” um
favor: baixar ou subir suas taxas declaradas, para assim ganhar mais dinheiro vendendo derivativos
(ações, câmbio ou juros financeiros) baseados na Libor.
           Golpes e maracutaias podem ser uma prática, dependendo da oportunidade, corriqueira no
mercado financeiro. Em recente pesquisa divulgada um quarto dos executivos das Bolsas de Nova
York e de Londres declararam que condutas desonestas ou ilegais são necessárias para ter êxito no
mundo das finanças. Desses 30% declararam que os salários e os bônus os levam a violar os
códigos de ética da profissão no sistema bancário. Entre os entrevistados, 16% disseram que não
hesitariam em cometer um crime na Bolsa se não respondessem por isso na Justiça5. Depois dessa,
espera-se que de uma vez por todas pasmaceiras de inspiração neoliberal deixem de ser replicadas,
tipo “corrupção é coisa de país de terceiro mundo” ou “corrupção ocorre preferencialmente no meio
estatal, precisa-se da eficiência do setor privado”.
           Por enquanto resultante das punições em relação a manipulação das taxas, sabe-se que o
Barclays pagou até agora 450 milhões de libras em indenizações a clientes que se julgaram lesados.
O Serviço da Autoridade Financeira de Londres vai ser extinto e substituído por outra agência, além
de parte de suas atribuições passarem para o Banco da Inglaterra. O HSBC prometeu publicamente
uma revisão de seu sistema interno de segurança.


A TAXA LÍBOR, A DÍVIDA EXTERNA E O BRASIL POR ENQUANTO

           O que o Brasil tem haver com essa manipulação de taxa e falcatruagem no sistema
financeiro, mesmo que tenhamos uma economia considerada estável? Por mais que se tente
esconder ou negar o Brasil foi atingido com a cobrança de dívidas cotadas pela Libor ao longo dos
últimos 30-40 anos. Mesmo que essa questão não seja relativa a esse recente escândalo, vale
destacar a relação com a economia do país.
           O Brasil se endividou e muito pelas taxas flutuantes (Libor, ou prime rates dos bancos
americanos, de igual efeito) na virada dos anos 70 para os 80, com taxas de juros anuais (totais) que

5
    Disponível em: http://www.advivo.com.br/blog/gustavo-belic-cherubine/pesquisa-nos-eua-e-reino-unido-bandidagem-financeira
chegaram a quase 30%. Exemplo disso, que no começo da década de 80 ocorreu o choque
financeiro decorrente da política do governo Reagan de elevação das taxas de juros, redução de
impostos e rígido controle monetário. As medidas foram acompanhadas por outros países ricos e
resultaram em um aumento geral das taxas de juros cobradas nos empréstimos internacionais ao
Brasil.
          Nos anos 80 a Libor subiu de 12,3% para 17,5% no mesmo período. Os juros da dívida
brasileira aumentaram de US$ 2,69 bilhões em 1978 para US$ 11,35 bilhões em 1982. Nesse
intervalo, estima-se que o governo gastava US$ 7,9 bilhões anuais e passou a gastar com a dívida
US$ 18,3 bilhões. Em 2000, os economistas do governo FHC pioraram a situação lançando o
Global Bond 40, segundo um ex-colunista da Revista Veja6, com juros nominais fixos de 13% ao
ano, em contratos de até 40 anos. Em síntese, em 1994 o Brasil tinha uma dívida pública de
aproximadamente US$ 38 bilhões, em 2002 essa dívida passou para cerca de US$ 850 bilhões.
          O resultado disso no decorrer desses anos evidencia-se na história do Brasil: inflação
galopante, desigualdade social registrada em níveis extremos, crises econômicas constantes e
aumento exorbitante da dívida externa. Lembrando que a situação não ficou pior, devido uma parte
da dívida em 1994 ter sido cancelada7. Em suma, é possível que contratos assinados por Ministros
da Fazenda em governos recentes estejam com juros cotados sob a influência da taxa Libor, a
mesma em que foi comprovada manipulações para aplicar golpes no sistema financeiro mundial.
          Afirma-se que a dívida pública (interna e externa) brasileira, que consome cerca de 47% do
PIB em pagamentos e amortização de juros para o sistema financeiro (em especial bancos), precisa
ser questionada e passar por uma rigorosa auditoria. Se algo tem que ser mirado como impedimento
do desenvolvimento do país e investimento mais robusto em melhorias sociais está evidente que a
questão da dívida pública é um alvo em excelência.
          Além disso, o que pode ser evidenciado em relação ao Brasil é que o HSBC, que consta na
lista de bancos investigados por manipulação dessa taxa, é um dos 10 maiores bancos em lucro
líquido do país e tem 868 agências no território brasileiro8.
          Diante disso, entende-se que o golpe na taxa Libor necessita ser acompanhado com atenção
em suas possíveis implicações políticas e econômicas, inclusive no Brasil. Um exemplo, que deve-
se ficar atento a essas discussões e temas, é que segundo o ex-diretor do Banco Central, as famílias
brasileiras comprometem, em média, 43% da renda anual com empréstimos e financiamentos. O
que pesa no orçamento doméstico das famílias, ressaltou ele, são as taxas e os encargos dessas


6
   Declaração de Sthephen Kanitz que também foi assessor do Ministro do Planejamento 1986-1987. Disponível em:
http://blog.kanitz.com.br/2012/07/o-esc%C3%A2ndalo-da-taxa-libor-e-o-brasil-n%C3%A3o-vai-reclamar-.html
7
  Informações extraídas da matéria disponível em: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20745
8
     Disponível em: Site Banco Central: http://www4.bcb.gov.br/fis/TOP50/port/Top50P.asp                    e Coluna UOL:
http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/06/13/itau-e-bradesco-lideram-ranking-de-maiores-bancos-bb-passa-
santander.jhtm
operações, que representam cerca de 22% da renda e estão em níveis altos, mesmo com os cortes de
juros pelas instituições financeiras nos últimos meses9. Apesar da redução da taxa de juros, a Selic,
de 8% para 7,5% ao ano, anunciada pelo Banco Central, considera-se que os bancos privados ainda
cobram uma taxa de juros abusiva.
         Ao apoiar as frações políticas do atual governo que trabalham na promoção da distribuição
de renda e diminuição da desigualdade social no Brasil, que em um tempo história de 10 anos tem
índices bem expressivos, e exatamente por apoiar isso, cabe atentar-se aos desdobramentos do golpe
na taxa Líbor e demais temas que podem impactar a economia Brasil, mesmo que não seja uma
tarefa fácil devido a enxurrada de (des) informações difusas promovidas pelas corporações
midiáticas.




9
     Mais detalhes disponíveis sobre esse tema do crédito no Brasil, nessa matéria veiculada                             em:
http://sul21.com.br/jornal/2012/09/inadimplencia-representa-entrave-para-reativacao-da-economia-avaliam-especialistas/

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O golpe da taxa Líbor e as falcatruas dos bancos

  • 1. O GOLPE DA TAXA LÍBOR E AS FALCATRUAS DOS BANCOS NO MERCADO FINANCEIRO MUNDIAL Sérgio Botton Barcellos Como era de se esperar, pouco é noticiado o mais recente escândalo em meio ao sistema financeiro internacional, que é a manipulação da Libor, taxa de juro que é referência para transações financeiras globais. Com exceção da Carta Maior1 que produziu em vasto número de matérias sobre o assunto, disponíveis em seu site, e a blogsfera alternativa, observa-se em geral no PIG notícias esparsas e superficiais ou pequenas notas, ainda mais nesse período pré-eleitoral. O golpe na taxa Libor, por exemplo, influenciou transações de aproximadamente 567 trilhões de euros em 2011. A partir de investigações policiais e dos bancos centrais de Estados Unidos e Inglaterra, a primeira instituição a ser descoberta foi o banco britânico Barclays. Atualmente, as investigações atingem diversos grupos bancários. Não é um assunto talvez dos mais fáceis de tratar, de ler ou dos mais atrativos, entretanto entende-se que possa ser interessante termos uma noção sobre isso. Além, de ser uma das formas de expressão no sistema capitalista em meio aos mercados financeiros e especulativos, é mais um caso de concentração e apropriação ilícita de riqueza à custa do suor alheio da grande parcela da população mundial. Nesse artigo foram compiladas as principais notícias e notas veiculadas na Blogsfera alternativa e até algumas do PIG, pois acreditou-se que podiam também auxiliar na provocação ao debate. Parece ser importante desafiar-nos a esse tipo de informação, até, por que, mesmo que não pareça, a “esperteza” desses “senhores” banqueiros poderá ter desdobramentos os quais ainda não temos ideia no Brasil. MAS AFINAL, O QUE É ESSA TAL DE TAXA LÍBOR? A Libor, sigla de “London Interbank Offered Rate”, é uma taxa de juro fixada diariamente em Londres a partir de informações sobre transações de grandes bancos. Na prática, essa taxa servia como referência confiável para pequenos e grandes negócios, inclusive em transações entre as próprias instituições financeiras. No princípio dos anos 80 surgiu nas instituições financeiras em Londres a necessidade de um benchmark para taxas sobre os empréstimos. Oficialmente a LIBOR foi anunciada em 1986 para 3 moedas: dólar americano, libra esterlina inglesa e o yen japonês. Nos 1 Mais informações no ótimo caderno realizado pela Carta Maior, disponível em: http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm?home_id=139&alterarHomeAtual=1. Fora a Blogsfera, no PIG foram publicados e trataram desse tema também, mas ou tratam como apenas um caso policial ou pouco questionam o caráter sistêmico do escândalo.
  • 2. anos seguintes o número de moedas sob a influência da LIBOR passou a ser 16, depois algumas em 2000 passaram para o euro, sendo que atualmente há 10 moedas cotadas sob a taxa Libor. A LIBOR é considerada a benchmark mais importante em nível mundial para as taxas de curto prazo. Diariamente por volta das 11 horas GMT os bancos comunicam à Thomson Reuters com quais taxas naquele momento eles esperam poder atrair um grande empréstimo no mercado monetário interbancário. Após recolher todas as informações dos bancos no painel, a Thomson Reuters desconta as 25% mais altas e mais baixas. Dos 50% restantes é calculada uma média para se chegar à taxa oficial LIBOR2. Esse método às vezes é chamado de “shaved mean” ou “trimmed mean” (média aparada). Os bancos utilizam a taxa LIBOR também como taxa básica para fixar sobre empréstimos as taxas posteriores, contas poupança e empréstimos hipotecários, por isso um grande número de profissionais no mundo inteiro seguem atentamente a evolução desta taxa. Como trata-se de uma informação concedida pelos agentes bancários foi possível manipular essas taxas para além da realidade do mercado. REPERCUSSÕES DO GOLPE MUNDO A FORA A taxa Libor determina a taxa pela qual se empresta dinheiro aos bancos e também é a taxa de juros paga pelos consumidores quando realizam empréstimos. Além disso, o escândalo expõe, mais uma vez, e agora de forma tácita o nível de desregulação e descontrole possível nos mercados financeiros. A manipulação nessa taxa, do ano de 2005 a 2009, foi referência para transações financeiras que somaram 567 trilhões de euros em 2011. Ao fazer as contas estima-se que uma manipulação de 0,01% nessas taxas implicaria em um lucro de 5,67 bilhões de euros para os “espertalhões”. O escândalo do Líbor estourou em 27 de junho desse ano, quando o banco britânico Barclays revelou que iria pagar 360 milhões de euros para por fim às investigações dos reguladores britânicos e norte-americanos no caso de manipulação das taxas interbancárias Líbor (britânica) e Euríbor (europeia). Desde então, o escândalo do Líbor se estendeu a outros bancos e gerou investigações em vários países. As entidades investigadas, além de Barclays, o primeiro a admitir essas práticas irregulares, o Citigroup EUA e JPMorgan, Deutsche Bank alemão, o suíço UBS e os britânicos Royal Bank of Scotland e HSBC3. 2 Mais detalhes e informações sobre a Taxa Líbor: http://pt.global-rates.com/taxa-de-juros/libor/euro-europeu/juros-libor-eur- overnight.aspx 3 Em uma investigação com mais de 1 ano, feita pelo Senado norte-americano, concluiu-se que a seção norte-americana do HSBC lavou dinheiro dos cartéis mexicanos de narcotráfico entre 2002 a 2009, apesar dele ter sido advertido por agentes do fisco e até por investigações internas de seus próprios funcionários. Após isso, na seção norte americana, altos executivos do banco renunciaram a
  • 3. Entretanto, indica-se que já haviam suspeitas sobre esse golpe há mais tempo. Em 2007, tanto o Federal Reserve quanto o Banco da Inglaterra suspeitavam disso. Indica-se que o Wall Street Journal tinha divulgado um estudo, em 2008, sugerindo que alguns bancos estavam faturando a mais sob os custos dos empréstimos. Em 2011, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos começou, por meio do FBI, uma investigação. Afinal, no que consiste a fraude da Libor? Essa taxa é informada ao mercado bancário que a usa como base para a taxa global do empréstimo. Desse modo, os contratos de empréstimos prevêem, normalmente, o dia exato da incidência dos juros para o pagamento dos mesmos e qualquer aumento da Libor encarece o custo da quitação dos empréstimos nesse dia determinado, seja entre bancos, operadores financeiros e imobiliários e pessoas físicas. Há trilhões de dólares em empréstimos para automóveis, hipotecas e outras dívidas, nos EUA, por exemplo, vinculados à Libor. Em síntese, ao que tudo indica, o golpe ocorreu quando o Banco Barclays, entre 2005 e 2007, aumentou a taxa Libor para obter lucro e combinaram isso com outros bancos. Entre 2007 e 2009, no pico da crise financeira, o Barclays começou a repassar taxas artificialmente baixas para dar a impressão que não estava muito bem financeiramente e poderia pedir empréstimos em condições de pagamento mais baratas. Outros bancos, ao total 16, por enquanto, estão sob investigação nos Estados Unidos, inclusive por falsificações de contratos imobiliários o que levou o promotor de Nova Iorque, junto com outros promotores estaduais nos EUA, a cobrar indenizações de US$ 200 bilhões do Bank of America, do Citigroup e outros grandes bancos. Aliás, semanalmente aparece na imprensa americana alguma notícia sobre acordos bilionários que os bancos estão fazendo para evitar processos criminais contra seus gestores4. Cabe lembrar que a crise européia ocorre também devido a uma injeção contínua de recursos para sanar a situação financeira dos bancos. Ao mesmo tempo, as intervenções do Banco Central Europeu (BCE) para salvar os bancos resultaram na absorção de dívidas incobráveis dessas entidades. Em algum momento, não se sabe como, o BCE terá que prestar conta dessas dívidas para as comunidades dos países que compõe a Zona do Euro. Diante disso, o BCE está legalmente comprometido em manter uma inflação de 2% na Zona do Euro. O BCE desconsiderou a possibilidade de manipulação da Libor na época em que as “bolhas” imobiliárias chegavam a níveis cada vez mais arriscados na Espanha, Irlanda e outros países da zona do euro. Bilhões de euros foram tirados do poder aquisitivo da população nesses países para impor uma “austeridade fiscal” recessiva, enquanto continua a crescer as taxas de juro seus cargos em uma sessão pública no comitê do Senado dos EUA. Mais informações também em: http://economia.elpais.com/economia/2012/08/16/actualidad/1345144340_877833.html 4 Disponíveis mais informações em: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20745
  • 4. extorsivas cobradas para refinanciar a dívida pública na Europa. Essa dívida certamente não será paga por nenhum sistema bancário ou financeiro, pois já está sendo paga pelas camadas mais frágeis da população e por alguns países da Zona do Euro com a cobrança de impostos e cortes nas áreas sociais cada vez maiores. Até o momento, existem dois documentos oficiais que explicaram em detalhes esse golpe. Um deles foi elaborado pela FSA (Autoridade de Serviços Financeiros britânica) e o outro pela CFTC (Comissão de Mercado de Futuros e Commodity, dos Estados Unidos). Ambos divulgaram e-mails em que operadores de dinheiro em Londres e Nova York solicitaram aos “declarantes” um favor: baixar ou subir suas taxas declaradas, para assim ganhar mais dinheiro vendendo derivativos (ações, câmbio ou juros financeiros) baseados na Libor. Golpes e maracutaias podem ser uma prática, dependendo da oportunidade, corriqueira no mercado financeiro. Em recente pesquisa divulgada um quarto dos executivos das Bolsas de Nova York e de Londres declararam que condutas desonestas ou ilegais são necessárias para ter êxito no mundo das finanças. Desses 30% declararam que os salários e os bônus os levam a violar os códigos de ética da profissão no sistema bancário. Entre os entrevistados, 16% disseram que não hesitariam em cometer um crime na Bolsa se não respondessem por isso na Justiça5. Depois dessa, espera-se que de uma vez por todas pasmaceiras de inspiração neoliberal deixem de ser replicadas, tipo “corrupção é coisa de país de terceiro mundo” ou “corrupção ocorre preferencialmente no meio estatal, precisa-se da eficiência do setor privado”. Por enquanto resultante das punições em relação a manipulação das taxas, sabe-se que o Barclays pagou até agora 450 milhões de libras em indenizações a clientes que se julgaram lesados. O Serviço da Autoridade Financeira de Londres vai ser extinto e substituído por outra agência, além de parte de suas atribuições passarem para o Banco da Inglaterra. O HSBC prometeu publicamente uma revisão de seu sistema interno de segurança. A TAXA LÍBOR, A DÍVIDA EXTERNA E O BRASIL POR ENQUANTO O que o Brasil tem haver com essa manipulação de taxa e falcatruagem no sistema financeiro, mesmo que tenhamos uma economia considerada estável? Por mais que se tente esconder ou negar o Brasil foi atingido com a cobrança de dívidas cotadas pela Libor ao longo dos últimos 30-40 anos. Mesmo que essa questão não seja relativa a esse recente escândalo, vale destacar a relação com a economia do país. O Brasil se endividou e muito pelas taxas flutuantes (Libor, ou prime rates dos bancos americanos, de igual efeito) na virada dos anos 70 para os 80, com taxas de juros anuais (totais) que 5 Disponível em: http://www.advivo.com.br/blog/gustavo-belic-cherubine/pesquisa-nos-eua-e-reino-unido-bandidagem-financeira
  • 5. chegaram a quase 30%. Exemplo disso, que no começo da década de 80 ocorreu o choque financeiro decorrente da política do governo Reagan de elevação das taxas de juros, redução de impostos e rígido controle monetário. As medidas foram acompanhadas por outros países ricos e resultaram em um aumento geral das taxas de juros cobradas nos empréstimos internacionais ao Brasil. Nos anos 80 a Libor subiu de 12,3% para 17,5% no mesmo período. Os juros da dívida brasileira aumentaram de US$ 2,69 bilhões em 1978 para US$ 11,35 bilhões em 1982. Nesse intervalo, estima-se que o governo gastava US$ 7,9 bilhões anuais e passou a gastar com a dívida US$ 18,3 bilhões. Em 2000, os economistas do governo FHC pioraram a situação lançando o Global Bond 40, segundo um ex-colunista da Revista Veja6, com juros nominais fixos de 13% ao ano, em contratos de até 40 anos. Em síntese, em 1994 o Brasil tinha uma dívida pública de aproximadamente US$ 38 bilhões, em 2002 essa dívida passou para cerca de US$ 850 bilhões. O resultado disso no decorrer desses anos evidencia-se na história do Brasil: inflação galopante, desigualdade social registrada em níveis extremos, crises econômicas constantes e aumento exorbitante da dívida externa. Lembrando que a situação não ficou pior, devido uma parte da dívida em 1994 ter sido cancelada7. Em suma, é possível que contratos assinados por Ministros da Fazenda em governos recentes estejam com juros cotados sob a influência da taxa Libor, a mesma em que foi comprovada manipulações para aplicar golpes no sistema financeiro mundial. Afirma-se que a dívida pública (interna e externa) brasileira, que consome cerca de 47% do PIB em pagamentos e amortização de juros para o sistema financeiro (em especial bancos), precisa ser questionada e passar por uma rigorosa auditoria. Se algo tem que ser mirado como impedimento do desenvolvimento do país e investimento mais robusto em melhorias sociais está evidente que a questão da dívida pública é um alvo em excelência. Além disso, o que pode ser evidenciado em relação ao Brasil é que o HSBC, que consta na lista de bancos investigados por manipulação dessa taxa, é um dos 10 maiores bancos em lucro líquido do país e tem 868 agências no território brasileiro8. Diante disso, entende-se que o golpe na taxa Libor necessita ser acompanhado com atenção em suas possíveis implicações políticas e econômicas, inclusive no Brasil. Um exemplo, que deve- se ficar atento a essas discussões e temas, é que segundo o ex-diretor do Banco Central, as famílias brasileiras comprometem, em média, 43% da renda anual com empréstimos e financiamentos. O que pesa no orçamento doméstico das famílias, ressaltou ele, são as taxas e os encargos dessas 6 Declaração de Sthephen Kanitz que também foi assessor do Ministro do Planejamento 1986-1987. Disponível em: http://blog.kanitz.com.br/2012/07/o-esc%C3%A2ndalo-da-taxa-libor-e-o-brasil-n%C3%A3o-vai-reclamar-.html 7 Informações extraídas da matéria disponível em: http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=20745 8 Disponível em: Site Banco Central: http://www4.bcb.gov.br/fis/TOP50/port/Top50P.asp e Coluna UOL: http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/06/13/itau-e-bradesco-lideram-ranking-de-maiores-bancos-bb-passa- santander.jhtm
  • 6. operações, que representam cerca de 22% da renda e estão em níveis altos, mesmo com os cortes de juros pelas instituições financeiras nos últimos meses9. Apesar da redução da taxa de juros, a Selic, de 8% para 7,5% ao ano, anunciada pelo Banco Central, considera-se que os bancos privados ainda cobram uma taxa de juros abusiva. Ao apoiar as frações políticas do atual governo que trabalham na promoção da distribuição de renda e diminuição da desigualdade social no Brasil, que em um tempo história de 10 anos tem índices bem expressivos, e exatamente por apoiar isso, cabe atentar-se aos desdobramentos do golpe na taxa Líbor e demais temas que podem impactar a economia Brasil, mesmo que não seja uma tarefa fácil devido a enxurrada de (des) informações difusas promovidas pelas corporações midiáticas. 9 Mais detalhes disponíveis sobre esse tema do crédito no Brasil, nessa matéria veiculada em: http://sul21.com.br/jornal/2012/09/inadimplencia-representa-entrave-para-reativacao-da-economia-avaliam-especialistas/