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A Filosofia
A origem da filosofia
Alan Ricardo de Sousa Araújo
A FILOSOFIA
De acordo com as
DCN
Adaptado por
Alan Ricardo de Sousa Araújo
A origem
Marilena Chaui
A palavra filosofia
 A palavra filosofia é grega. É composta por
duas outras: philo (philo) e sophia (sophia).
 Philo (philo) deriva-se de philia (philia), que significa
amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais.
 Sophia (sophia) quer dizer sabedoria e dela vem a
palavra sophos (sophos), sábio.
 Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria,
amor e respeito pelo saber.
 Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo
saber, deseja saber.
A palavra filosofia
 A filosofia indica um estado de espírito, o da
pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento,
o estima, o procura e o respeita.
 Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos
(que viveu no século V antes de Cristo) a
invenção da palavra filosofia.
 O filósofo, segundo Pitágoras, referindo-se aos
jogos olímpicos, não é um mercador do
conhecimento, nem um “atleta intelectual” é,
sim, alguém movido pelo desejo de observar,
contemplar, julgar e avaliar as coisas, as ações,
a vida; em resumo, pelo desejo do saber.
A verdade
 A verdade não pertence a ninguém, ela é
o que buscamos e que está diante de nós
para ser contemplada e vista, se tivermos
olhos (do espírito) para vê-la.
A filosofia é grega
 A filosofia, entendida como aspiração ao
conhecimento racional, lógico e sistemático da
realidade natural e humana, da origem e causas do
mundo e de suas transformações, da origem e
causas das ações humanas e do próprio
pensamento, é um fato tipicamente grego.
 Quando se diz que a filosofia é um fato grego, o
que se quer dizer é que ela possui certas
características, apresenta certas formas de pensar
e de exprimir os pensamentos, estabelecer certas
concepções sobre o que sejam a realidade, o
pensamento, a ação, as técnicas, que são
completamente diferentes das características
desenvolvidas por outros povos e outras cultuas.
Sabedoria
 O pensamento chinês toma duas características
(feminino = Yin e masculino = Yang) existentes em
alguns seres (os animais e os humanos e considera
que o Universo inteiro é feito da oposição entre
qualidades atribuídas a dois sexos diferentes, de
sorte que o mundo é organizado pelo princípio da
sexualidade animal ou humana.
 Outras sabedorias: hindu, japonesa, árabe, persa,
hebraica, dos africanos e índios.
Filosofia
 O pensamento de Pitágoras, por sua vez, apanha a
Natureza numa generalidade muito mais ampla do
que a sexualidade própria a alguns seres da
Natureza, e faz distinção entre as qualidade
sensoriais que nos aparecem e a estrutura invisível
da Natureza, que, para ele, é de tipo matemático e
alcançada apenas pelo intelecto, ou inteligência.
 Em outras palavras, filosofia é um modo de pensar
e exprimir os pensamentos que surgiu
especificamente com os gregos e que, por razões
históricas e políticas, tornou-se, depois, o modo de
pensar e de se exprimir predominantemente da
chamada cultura européia ocidental e de suas
colônias.
Sabedoria / Filosofia
 São diferentes. Os indícios que temos nos
levam a dizer que existe uma sabedoria
chinesa, uma sabedoria hindu, uma sabedoria
dos índios, mas não há uma filosofia chinesa,
filosofia hindu ou filosofia indígena.
 Através da filosofia, os gregos instituíram para o
Ocidente europeu as bases e os princípios
fundamentais do que chamamos razão,
racionalidade, ciência, ética, política, técnica,
arte.
O legado da filosofia grega para o
Ocidente europeu
 Por causa da colonização européia das
Américas, nós também fazemos parte –
ainda que de modo inferiorizado e
colonizado – do Ocidente europeu e assim
também somos herdeiros do legado que a
filosofia agrega deixou para o pensamento
ocidental europeu.
Principais contribuições do
pensamento ocidental
 Desse legado, podemos destacar como principais
contribuições as seguintes: a idéia de que a Natureza
opera obedecendo a leis e princípios necessários e
universais, isto é, os mesmos em toda parte e em todos
os tempos (Lei da gravidade universal de todos os corpos
da natureza – do filósofo inglês Isaac Newton, séc. XVII;
as leis geométricas do triângulo etc.)
 A idéia de que a as leis necessárias e universais da
Natureza podem ser plenamente conhecidas pelo nosso
pensamento.
 A idéia de que nosso pensamento também opera
obedecendo as leis, regras e normas universais e
necessárias, segundo as quais podemos distinguir o
verdadeiro do falso
Outras idéias a partir do ocidente
 A idéia de que as práticas humanas, isto é, a
ação moral, a política, as técnicas e as artes
dependem da vontade livre, da deliberação e da
discussão, da nossa escolha passional (ou
emocional) ou racional, de nossas preferências,
segundo certos valores e padrões, que foram
estabelecidos pelos próprios seres humanos e
não por imposições misteriosas e
incompreensíveis, que lhes teriam sido feitas
por forças secretas, invisíveis, sejam elas
divinas ou naturais, e impossíveis de serem
conhecidas.
Outras idéias a partir do ocidente
 A idéia de que os acontecimentos naturais
e humanos são necessários, porque
obedecem a leis naturais ou da natureza
humana, mas também podem ser
contingentes ou acidentais, quando
dependem das escolhas e deliberação
dos homens, em condições determinadas.
Há uma diferença fundamental entre o
necessário e o contingente (acidente).
O ser humano cria valores
 A idéia de que os seres humanos, por
Natureza, aspiram ao conhecimento
verdadeiro, à felicidade, à justiça, isto é,
que os seres humanos não vivem nem
agem cegamente, mas criam valores
pelos quais dão sentido às suas vidas e
às suas ações.
A filosofia e a verdade
 A filosofia surge quando se descobriu que a
verdade do mundo e dos humanos não era algo
secreto e misterioso, que precisasse ser
revelado por divindades a alguns escolhidos,
mas que, ao contrário, podia ser conhecida por
todos, através da razão, que é a mesma em
todos; quando se descobriu que tal
conhecimento depende do uso correto da razão
ou do pensamento e que, além de a verdade
pode ser conhecida por todos, podia, pelo
mesmo motivo, ser ensinada ou transmitida a
todos.
O nascimento da Filosofia
 Os historiadores da filosofia dizem que ela
possui data e local de nascimento: final do
século VII e início do século VI antes de Cristo,
nas colônias gregas da Ásia Menor
(particularmente as que formavam uma região
denominada Jônia), na cidade de Mileto. E o
primeiro filósofo foi Tales de Mileto.
 Além de possuir data e local de nascimento e de
possuir seu primeiro autor, a filosofia também
possui um conteúdo preciso ao nascer: é uma
cosmologia.
A cosmologia
 A palavra cosmologia é composta de duas
outras: cosmos, que significa mundo ordenado e
organização, e logia, que vem da palavra logos,
que significa pensamento racional, discurso
racional, conhecimento.
 Assim, a filosofia nasce como conhecimento
racional da ordem do mundo ou da Natureza,
donde cosmologia.
Mito e filosofia
 A filosofia nasceu realizando uma transformação gradual sobre
os mitos gregos ou nasceu por uma ruptura radical com os
mitos.
 Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa
(origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas, dos
animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da
saúde e da doença, da morte, dos instrumentos de trabalho,
das raças, das guerras, do poder etc.
 A palavra mito vem do grego, mythos, e deriva de dois verbos:
do verbo mytheyo (contar, narrar, falar alguma coisa para
outros) e do verbo mytheo (conversar, contar, anunciar, nomear,
designar). Para os gregos era um discurso proferido para os
ouvintes que recebem como verdadeira a narrativa, porque
confiam naquele que narra. É baseado em autoridades
baseados no testemunho ocular ou por meio ou de
acontecimentos narrados por terceiros.
 O mito são narrativas incontestáveis e inquestionáveis, pois
pode vir dos deuses.
Exemplos de mitos
 O mito, entre muitos outros, narra a origem do mundo e de
tudo o que nele existe. Vejamos três maneiras:
 Encontrando uma rivalidade ou uma aliança entre os deuses que
faz surgir alguma coisa no mundo (Homero, na Ilíada,
narraTróiaXGrécia).
 Encontrando as recompensas ou os castigos que os deuses dão a
quem lhes obedece ou a quem lhes desobedece, respectivamente
(o titã, Prometeu, mais amigo dos homens do que dos deuses;
Pandora e as desgraças humanas).
 Encontrando o pai e a mãe das coisas e dos seres, isto é, tudo o
que existe decorre de relações sexuais entre forças divinas
pessoais. Essas relações geram os demais deuses: os titãs (seres
semihumanos e semidivinos), os heróis (filhos de um deus com uma
humana ou de uma deusa com um humano, as qualidades etc.
Cosmogonias e teogonias
 A palavra gonia vem duas palavras gregas: do
verbo gennao (engendrar, gerar, fazer nascer e
crescer) e do substantivo genos (nascimento,
gênese, descendência, gênero, espécie). Gonia,
portanto, quer dizer: geração, nascimento a
partir da concepção sexual e do parto.
 O mundo (cosmos) foi formado a partir de forças
geradoras (pai e mãe) divinas.
 Teogonia é uma palavra composta de gonia e
theos, que, em grego, significa: as coisas
divinas, os seres divinos, os deuses. A teogonia
é, portanto, a narrativa da origem dos deuses, a
partir de seus pais e antepassados.
Ruptura com as cosmogonias e
teogonias
 A filosofia nasce de uma ruptura radical com os
mitos:
 A primeira ruptura deu-se nos fins do século XIX e
começo do século XX, quando reinava um grande
otimismo sobre os poderes científicos e capacidades
técnicas do homem. Temos a explicação científica da
realidade.
 A segunda, foi dada a partir de meados do século XX,
quando os estudos dos antropólogos e dos
historiadores mostraram a importância dos mitos na
organização social e cultural das sociedades e como
os mitos estão profundamente entranhados nos modos
de pensar e de sentir de uma sociedade. A filosofia
surgiu, em grande parte, do interior dos mitos, como
uma racionalização deles.
Diferenças entre filosofia e mito
 Podemos apontar três como as mais
importantes:
 O mito pretendia narrar como as coisas eram
ou tinham sido no passado imemorial,
longínquo e fabuloso, voltando-se para o que
era antes que tudo existisse tal como existe
no presente. A filosofia, por sua vez, se
preocupa em explicar como e porque, no
passado, no presente e no futuro (isto é, na
totalidade do tempo), as coisas são como
são.
Diferenças entre filosofia e mito
 O mito narrava a origem através de
genealogias e rivalidades ou alianças entre
forças divinas sobrenaturais e
personalizadas, enquanto a filosofia, ao
contrário, explica a produção natural das
coisas por elementos e causas naturais e
impessoais. O mito falava em Urano, Ponto e
Gaia; a filosofia fala em Céu, mar e terra.
Diferenças entre filosofia e mito
 O mito não se importava com contradições,
com o fabuloso e o incompreensível, não só
porque esses eram traços próprios da narrativa
mítica, como também porque a confiança e a
crença no mito vinham da autoridade religiosa
do narrador. A filosofia, por seu turno, não
admite contradições, fabulação e coisas
incompreensíveis, mas exige que a explicação
seja coerente, lógica e racional; além disso, a
autoridade da explicação não vem da pessoa
do filósofo, mas da razão, que é a mesma em
todos os seres humanos.
Condições históricas para o
surgimento da filosofia
 Quais as condições materiais, isto é,
econômicas, sociais, políticas e históricas que
permitiram o surgimento da filosofia?
 Vejamos algumas das principais condições
históricas para o surgimento da filosofia na
Grécia:
 As viagens marítimas;
 A invenção do calendário;
 A invenção da moeda;
 O surgimento da vida urbana;
 A invenção da escrita alfabética;
 A invenção da política.
Principais características da
filosofia nascente
 O pensamento filosófico em seu nascimento
tinha como traços principais:
 Tendência à racionalidade, isto é, a razão e somente
a razão, com seus princípios e regras, é o critério de
explicação de alguma coisa;
 Tendência a oferecer respostas conclusivas para os
problemas, isto é, colocando um problema, sua
solução é submetida à análise, à crítica, à discussão
e à demonstração, nunca sendo aceita como uma
verdade, se não for provado racionalmente que é
verdadeira;
Outras características
 Exigência de que o pensamento apresente suas regras de
funcionamento, isto é, o filósofo é aquele que justifica suas idéias
provando que segue regras universais do pensamento (LNC,
LTE,LID).
 Recusa de explicações preestabelecidas e, portanto, exigência de
que, para cada problema, seja investigada e encontrada a solução
própria exigida por ele;
 Tendência à generalização, isto é, mostrar que uma explicação
tem validade para muitas coisas diferentes porque, sob a variação
percebida pelos órgãos de nosso sentido, o pensamento descobre
semelhança. e identidades. O pensamento generaliza porque
abstrai (isto é, separa e reúne os traços semelhantes), ou seja,
realiza uma síntese. Ex.: a água por causas naturais diferentes
(nos estados líquido, sólido, gasoso/ condensação, liquefação,
evaporação)
 O contrário também ocorre. Muitas vezes nossos órgãos dos
sentidos nos fazem perceber coisas diferentes como se fossem a
mesma coisa, e o pensamento demonstrará que se trata de uma
coisa diferente sob a aparência da semelhança.
Campos de investigação da
filosofia
 A história da Grécia costuma ser dividida pelos
historiadores em quatro grandes fases ou
épocas:
 1 – a da Grécia homérica, correspondente aos 400
anos narrados pelo poeta Homero, em seus dois
grandes poemas, Ilíada e Odisséia;
 2 – a da Grécia arcaica ou dos sete sábios, do século
VII ao s éculo V antes de Cristo, quando os gregos
criam cidades como Atenas, Esparta, Tebas, Megara,
Samos, etc., onde predomina a economia urbana,
baseada no artesanato e no comércio;
Campos de investigação da
filosofia
 3 - A da Grécia clássica, nos séculos V e IV
antes de Cristo, quando a democracia se
desenvolve, a vida intelectual e artística entra
no apogeu e Atenas domina a Grécia com
seu império comercial e militar;
 4 – e, finalmente, a época helenística, a partir
do final do século IV antes de Cristo, quando
a Grécia passa para o período do império de
Alexandre da Macedônia e, depois, para as
mãos do Império Romano, terminando a
história de sua existência independente.
Os quatro grandes períodos da
filosofia grega
 Os períodos da filosofia não correspondem
exatamente a essas épocas, já que ela não existe
na Grécia homérica e só aparece nos meados da
Grécia arcaica.
 Vejamos os quatro grandes períodos da filosofia
grega, nos quais seu conteúdo muda e se
enriquece:
 1 = Período pré-socrático ou cosmológico, do final do
século VII ao final do século V a.C., quando a filosofia
se ocupa fundamentalmente com a origem do mundo e
as causas das transformações na Natureza.
Os quatro grandes períodos da
filosofia grega
 2 – Período socrático ou antropológico, do final do
século V e todo o século IV a.C., quando a filosofia
investiga as questões humanas, isto é, a ética, a
política e as técnicas (em grego, ântropos quer dizer
homem; por isso o período recebeu o nome de
antropológico).;
 3 – Período sistemático, do final do século IV ao final
do século III a. C., quando a filosofia busca reunir e
sistematizar tudo quanto foi pensado sobre a
cosmologia e a antropologia, interessando-se
sobretudo em mostrar que tudo pode ser objeto do
conhecimento filosófico, desde que as leis do
pensamento e de suas demonstrações estejam
firmemente estabelecidas para oferecer os critérios da
verdade e da ciência.
Os quatro grandes períodos da
filosofia grega
 4 – Período helenístico ou greco-romano, do
final do século III a. C. até o século VI depois
de Cristo. Nesse longo período, que já
alcança Roma e o pensamento dos primeiros
padres da Igreja, a filosofia se ocupa
sobretudo com as questões da ética, do
conhecimento humano e das relações entre o
homem e a Natureza e de ambos com Deus.
Quadro geral – Período
cosmológico
1 – OS FÍSICOS TALES (625-558 a.C.) => A ÁGUA
= Materialismo jônico
= Qual é o princípio ANAXÍMENES (588-528 a.C.) => O AR
Material da natureza? = Água
ANAXÍMANDRO (610-548 a.C.) => O ÁPEIRON = Terra
= Fogo
= Ar
2 – PITÁGORAS (570 – 490 a.C.) = Metempsicose
= Panteísmo matemático. = A realidade é Desordem
= Qual é a substância = Os números são entidades
Imaterial originária? = Os números são regidos pelo UNO
Quadro geral – Período
cosmológico
= ZENON (séc. V a.C.) => O ser é imóvel
3 – A] OS ELEATAS
= O que é o Ser? = XENÓFANES (576-480 a. C.) => O ser é uno
(Idealismo)
= PARMÊNIDES (540-450 a.C.) => O ser é uno
CONCLUSÕES - Nada muda, tudo é sempre igual (ESTABILIDADE)
B] HERÁCLITO => Tudo muda, na Permanece (mudança – transformação)
= Materialismo - “Não podemos nos banhar duas vezes no mesmo rio”
4 – EMPÉDOCLES => Síntese de Heráclito X Eleatas
5 – ATOMISTAS (Teoria dos átomos) => Demócrito (Átomos)
=> Anaxágoras (Homeomerias = pequenas
partículas/ inteligência organizada => Nóus – causa organizadora de tudo.
O Período Antropológico e Clássico
 1 – O período Pré-socrático: desde o
berço da filosofia, em Mileto, (séc. VI a.C.)
até Sócrates.
 Buscam o princípio constitutivo do
Universo. São Chamados de Físicos.
 Abrange também o movimento sofista na
estruturação da “pólis” grega.
 Procura o princípio da identidade e da
contradição. O que é o ser?
O período Clássico
 SÓCRATES (469-399 a.C.) – a preocupação
com o homem e com o significado da existência
humana.
 O que é o conhecimento?
 A busca do diálogo, a ironia e a maiêutica como
métodos.
 O perfil do filósofo – político.
 O exercício da ironia, a crítica das tradições, dos
usos e costumes, do próprio regime
democrático grego decretam sua morte por “não
acreditar nos deuses e corromper a juventude”.
O período Clássico
 PLATÃO (428-347 a. C.) – o dualismo grego é
sacralizado: o sensível e o espiritual, o bem e o
mal, a unidade e a pluralidade.
 O mundo das sombras e o mundo das idéias. O
mito da caverna, o Bem Supremo.
 A pólis exige a Justiça.
 A “paidéia” prepara o cidadão para a “pólis”.
 O filósofo é o mediador entre o sábio e o
ignorante.
O período Clássico
 ARISTÓTELES (384-322 a. C.) – Historiador e
sistematizador de todo o pensamento grego
anterior.
 É criador da Lógica Formal e sistematizador das
Ciências no Organon (Física, Matemática.
Lógica, Metafísica, Psicologia, Antropologia,
Ética, Política etc.).
 É tido como o maior dos filósofos gregos e um
dos maiores da história da filosofia universal.
 Marca o apogeu da filosofia grega.
Período Decadente
 É composto por várias escolas que surgem com
a desintegração do império helenista, a ruína da
“pólis” grega e o poderio crescente dos
romanos.
 Entre estas escolas destacamos:
 O Helenismo.
 O Ceticismo.
 O Epicurismo.
 O Estoicismo.
 Os Cínicos.
 O Neoplatonismo,
Período Decadente
 O Helenismo – a expansão do “modus
vivendi” grego imposto ao resto do mundo
conhecido, através da conquista de
Alexandre Magno (séculos III e II a. C.).
 Uma nova compreensão de mundo, mais
universalista e etnocêntrica, provocando
profundas crises e transformações.
 Os romanos irão na esteira do império
helênico
Período Decadente
 O Ceticismo – prega a indiferença teórica e
prática.
 O ideal do sábio será a completa e absoluta
imperturbabilidade, o despojamento total e o
domínio das “paixões internas” até atingir a
“ataraxia” (tranqüilidade de espírito/ ausência de
paixão ou ação/ indiferença).
 Os céticos desenvolvem um sentido de
relativização de tudo, tanto para com os usos e
costumes, a moral, como para o próprio
conhecimento.
Período Decadente
 O Epicurismo – Epicuro (séc. II a. C.) prega o ateísmo, o
universalismo (o ideal do homem sem pátria) e o
individualismo, mas de uma maneira ainda mais explícita
que os Céticos.
 Não há deuses nem verdades pelas quais se deva viver ou
morrer.
 O ateísmo e a descrença é, para ele, condição para a
felicidade humana. O que deve fazer o homem, segundo
Epicuro? Fugir de...todo sofrimento, paixão e perturbação
(phátos). Procura da “ataraxia pessoal” (Eudaimonia).
 O homem deve viver para buscar o prazer (hedoné = prazer
= não libertinagem/ racional/ contemplação absoluta/ a
serenidade e a fuga de todo sofrimento).
 Para ter prazer é preciso “fugir da política e da religião que
só provam ilusões e sofrimento”. Cultiva a amizade (philia)
Período Decadente
 Os estóicos (Zeno de Cítio) – radicalizam as
características do epicurismo. Todos os homens podem
ser sábios desde que dediquem-se às virtudes.
 O principal meio de se conseguir a imperturbabilidade é
viver de acordo com a natureza e a Razão. Despreza,
pois, os prazeres em geral, porque muitos males
decorrem deles.
 Elimina as paixões boas ou más (causadoras de
sofrimento.
 O estóico deve aceitar com impassibilidade o seu destino.
 O sábio estóico deve abandonar a família, a condição
social, pátria, raça etc. Deveria ser cidadão do cosmos.
 Foi retomado em Roma por Sêneca e por Marco Aurélio,
imperador e filósofo.
Período Decadente
 Os cínicos (Kyniros, de Kynos = cão)–
Sentimento de descrédito e pessimismo, próprio
de épocas de crise. Este período evoca o
episódio de Diógenes Laércio que anda pelas
ruas da cidade procurando, de vela acesa na
mão e durante o dia, “um Homem”, numa atitude
ferozmente crítica que demonstra a decadência
do ideal grego de Homem: guerreiro, atleta ou
legislador.
 Indiferença às convenções, tradições etc.
Período Decadente
 O Neoplatonismo – o cidadão grego e depois o romano procuravam
numa interioridade abstrata o refúgio e a compreensão ou satisfação
daquilo que a realidade já não lhe proporciona.
 Espírito universalista – uso da língua Koiné – Produz sincretismo de
povos e culturas.
 Surgem diversas seitas místico-filosóficas das quais destacamos o
Peoplatonismo.
 Plotino prega a libertação do corpo, propõe o ideal do Bem Supremo
como objeto de Amor e o Uno (Nous) como demiurgo do Universo.
 O objetivo da “alma humana” é fundir-se a este “deus filosófico” pela
contemplação e êxtase.
 Para Plotino, que será depois assimilado por Santo Agostinho, a filosofia
já não ´pe mais uma pesquisa sobre o mundo (pré-socráticos) ou sobre
o homem e a “pólis” (Sócrates); nem ainda uma prática cívico-política
(Aristóteles), mas sim a aceitação de uma realidade divina e providente,
da qual todos fomos gerados por emanação.
 Deste monismo emanacionista grego ao monoteísmo semita, ao deus
Pai e Providente é uma faísca.
Período decadente
 “Repensando a filosofia platônica o
Neoplatonismo arremata o pensamento
grego, dominando a filosofia patrística e
medieval, até o séc. XIII d.C. quando sua
influência é substituída por Aristóteles...”.
(Mirador, p. 4.614).
A filosofia grega
 “A filosofia grega não é apenas um período ou
uma época no desenvolvimento de um processo
histórico. É a origem e a matriz de toda a
filosofia e de todo o desenvolvimento ulterior do
pensamento europeu.
 Descobrindo a razão, o “Logos”, com a essência
do mundo e do homem os gregos criaram as
categorias que contribuíram para o advento da
Ciência e da técnica, e a conseqüente
universalização do espírito ocidental.” (Mirador,
p. 4.614).
A filosofia romana
 É um conjunto de escolas e seitas filosóficas no
período de transição do paganismo ao
cristianismo.
 Seu elemento é a “Koiné” que realiza o
sincretismo grego – romano – judaico – oriental.
 Destacamos:
 o estoicismo – ascese cívica e política;
 O epicurismo = a busca da ataraxia (tranqüilidade de
espírito/ ausência de paixão ou ação) e da aponia
(ausência de dor);
 Neoplatonismo – Cícero e Sêneca;
 A filosofia do Direito.
A Filosofia Medieval
 Muitas datas são arroladas como marcos
iniciais da Idade Média.
 A variedade de opiniões na diversidade
dos estudos e critérios de análise histórica
credencia a afirmação de que os períodos
históricos são idades de transição, sem
“princípios” ou “fim”, mas tempos
especiais de modificações progressivas e
excepcionalmente rápidos e significativos.
A Filosofia Medieval
 As idades se sucedem em feixes de relações
causais e conseqüentes; na submersão gradual da
civilização antiga e na emergência da sociedade
medieval há toda uma rede de contraste e inter-
relações de valores, instituições e conceitos que
justificam e legitimam novas práticas.
 As considerações analíticas sobre os diversos
níveis institucionais levam a datas diversas, pois
as considerações históricas podem partir do
religioso, do político ou econômico, visto que todos
os campos sociais sofrem metamorfoses e
inovações.
A Filosofia Medieval
 O período medieval é considerado como a
“fundação” do Ocidente e sem uma análise
profunda de suas raízes e rupturas não se
entende o confuso tempo moderno ou mesmo
contemporâneo.
 Conceitos modernos como a igualdade perante a
lei, as responsabilidades pessoais e o próprio
conceito de indivíduo no corpo social não podem
ser entendidos sem raízes na Idade Média.
 Carrol Bark vai nos dizer: “A Idade Média é o
canteiro das tradições modernas, o período da
história em que tantas idéias deitaram as
primeiras raízes num solo muito rochoso.
A Filosofia Medieval
 Podemos considerar como princípio do processo
medieval a gestação de várias idéias, instituições
básicas, valores e modo de vida subseqüente ao
declínio de Roma no Ocidente.
 Muitos pontos de vista diferentes consideram a Idade
Média como um amontoado de realidades diversas: o
renascimento, o racionalismo iluminista, o romantismo.
 Tais considerações privilegiam determinados pontos de
vista na sua análise, resultando em recomposição
histórica parciais.
 A Idade Média deve ser encarada e estudada de
maneira mais global e sempre aberta.
A Filosofia Medieval
 Não se deve menosprezar a história
teológica da Idade Média. Carrol Bark diz:
 “A teologia não só influencia sobre
questões de economia, educação,
organização eclesiástica, arte, mas
desempenha ainda um papel decisivo na
política interna e externa”.
A Filosofia Medieval - cronologia
 Século II/V – IX – Patrística.
 Formação: Séc. IX – XII – Escolástica.
 Apogeu: Séc. XII – XIII.
 Decadência: séc. XIV – XVIII.
 O acontecimento histórico característico é a
fundação no império Carolíngio das “Scholas”,
controladas pela Igreja, que assumem a tradição
aristotélica.
 É o apogeu da Escolástica com a figura singular de
Santo Tomás de Aquino.
 Teocentrismo absoluto. Subjacente ao tomismo cria-
se uma corrente realista de análise do mundo.
A Época Moderna – a ruptura
filosófica
 A época moderna é considerada aquela
marcada pelo triunfo do projeto novo de
sociedade, capitaneado pela burguesia
em suas diversas etapas, trazendo
consigo uma visão científica, crítica,
antropocêntrica e racional do universo, do
homem e da sociedade.
A Época Moderna – a ruptura
filosófica
 A filosofia moderna é o triunfo das concepções aburguesas
em oposição à filosofia doutrinária e dogmática do fim da
Idade Média.
 A estrutura medieval era explicada e justificada pela
teologia, produzida pelos clérigos como legitimadora da
ordem social hierárquica sagrada e fixista.
 A filosofia fora reduzida à função de “serva da teologia”
circunscrita à função especulativa de descrição do mundo e
contemplação racional das verdades da fé.
 Mas a burguesia surge das contradições medievais e usa a
filosofia precisamente como ruptura com o mundo
medieval.
A Época Moderna – a ruptura
filosófica
 Entende-se a filosofia que se inicia com René
Descartes no começo do século XVII e se
prolonga até o final do século XIX, coincidindo
com a destruição do mundo medieval, com sua
crise teológica, crise científica e crise política e
social, prefiguradas no Renascimento.
 A todo este fenômeno damos o nome de
“Revolução Antropocêntrica”.
 Em contraste com a filosofia medieval, religiosa,
dogmática, clerical, a filosofia moderna é
profana, crítica, leiga, procurando pensar não
por princípios de autoridade, mas conforme a
razão e ciência, baseados na racionalidade.
A Época Moderna – a ruptura
filosófica
 As linhas da Filosofia Moderna:
 O Racionalismo Cartesiano – René Descartes
(1596-1650). “Penso, logo existo”.
 O Empirismo Inglês (John Locke (1632-1704.
“Existo, daí eu sei que penso”.
 O Idealismo Alemão – Immanuel Kant ((1770-
1831)
A Época Moderna – a ruptura
filosófica
 Ainda na tradição da filosofia moderna
destacamos:
 Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831).
 Ludwig Feuerbach (1804-1872).
 Karl Marx (1818-1883).
 Auguste Comte (1798-1857).
 Friedrich Engels (1820-1895).
 Friedrich Nietzsche (1844-1900).
 Sören Kierkegaard (1813-1855).
A Época Moderna – a ruptura
filosófica
 Seria uma arbitrariedade reunir tais
filósofos em determinadas escolas
filosóficas.
 Cada um destes representa uma linha
nova, sistema novo, para riqueza da
história da filosofia.
 Com estes pensadores se lançaram as
bases do mundo contemporâneo, sem
esquecer as condições que os
produziram.

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  • 1. A Filosofia A origem da filosofia Alan Ricardo de Sousa Araújo A FILOSOFIA De acordo com as DCN Adaptado por Alan Ricardo de Sousa Araújo A origem Marilena Chaui
  • 2. A palavra filosofia  A palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: philo (philo) e sophia (sophia).  Philo (philo) deriva-se de philia (philia), que significa amizade, amor fraterno, respeito entre os iguais.  Sophia (sophia) quer dizer sabedoria e dela vem a palavra sophos (sophos), sábio.  Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber.  Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.
  • 3. A palavra filosofia  A filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura e o respeita.  Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no século V antes de Cristo) a invenção da palavra filosofia.  O filósofo, segundo Pitágoras, referindo-se aos jogos olímpicos, não é um mercador do conhecimento, nem um “atleta intelectual” é, sim, alguém movido pelo desejo de observar, contemplar, julgar e avaliar as coisas, as ações, a vida; em resumo, pelo desejo do saber.
  • 4. A verdade  A verdade não pertence a ninguém, ela é o que buscamos e que está diante de nós para ser contemplada e vista, se tivermos olhos (do espírito) para vê-la.
  • 5. A filosofia é grega  A filosofia, entendida como aspiração ao conhecimento racional, lógico e sistemático da realidade natural e humana, da origem e causas do mundo e de suas transformações, da origem e causas das ações humanas e do próprio pensamento, é um fato tipicamente grego.  Quando se diz que a filosofia é um fato grego, o que se quer dizer é que ela possui certas características, apresenta certas formas de pensar e de exprimir os pensamentos, estabelecer certas concepções sobre o que sejam a realidade, o pensamento, a ação, as técnicas, que são completamente diferentes das características desenvolvidas por outros povos e outras cultuas.
  • 6. Sabedoria  O pensamento chinês toma duas características (feminino = Yin e masculino = Yang) existentes em alguns seres (os animais e os humanos e considera que o Universo inteiro é feito da oposição entre qualidades atribuídas a dois sexos diferentes, de sorte que o mundo é organizado pelo princípio da sexualidade animal ou humana.  Outras sabedorias: hindu, japonesa, árabe, persa, hebraica, dos africanos e índios.
  • 7. Filosofia  O pensamento de Pitágoras, por sua vez, apanha a Natureza numa generalidade muito mais ampla do que a sexualidade própria a alguns seres da Natureza, e faz distinção entre as qualidade sensoriais que nos aparecem e a estrutura invisível da Natureza, que, para ele, é de tipo matemático e alcançada apenas pelo intelecto, ou inteligência.  Em outras palavras, filosofia é um modo de pensar e exprimir os pensamentos que surgiu especificamente com os gregos e que, por razões históricas e políticas, tornou-se, depois, o modo de pensar e de se exprimir predominantemente da chamada cultura européia ocidental e de suas colônias.
  • 8. Sabedoria / Filosofia  São diferentes. Os indícios que temos nos levam a dizer que existe uma sabedoria chinesa, uma sabedoria hindu, uma sabedoria dos índios, mas não há uma filosofia chinesa, filosofia hindu ou filosofia indígena.  Através da filosofia, os gregos instituíram para o Ocidente europeu as bases e os princípios fundamentais do que chamamos razão, racionalidade, ciência, ética, política, técnica, arte.
  • 9. O legado da filosofia grega para o Ocidente europeu  Por causa da colonização européia das Américas, nós também fazemos parte – ainda que de modo inferiorizado e colonizado – do Ocidente europeu e assim também somos herdeiros do legado que a filosofia agrega deixou para o pensamento ocidental europeu.
  • 10. Principais contribuições do pensamento ocidental  Desse legado, podemos destacar como principais contribuições as seguintes: a idéia de que a Natureza opera obedecendo a leis e princípios necessários e universais, isto é, os mesmos em toda parte e em todos os tempos (Lei da gravidade universal de todos os corpos da natureza – do filósofo inglês Isaac Newton, séc. XVII; as leis geométricas do triângulo etc.)  A idéia de que a as leis necessárias e universais da Natureza podem ser plenamente conhecidas pelo nosso pensamento.  A idéia de que nosso pensamento também opera obedecendo as leis, regras e normas universais e necessárias, segundo as quais podemos distinguir o verdadeiro do falso
  • 11. Outras idéias a partir do ocidente  A idéia de que as práticas humanas, isto é, a ação moral, a política, as técnicas e as artes dependem da vontade livre, da deliberação e da discussão, da nossa escolha passional (ou emocional) ou racional, de nossas preferências, segundo certos valores e padrões, que foram estabelecidos pelos próprios seres humanos e não por imposições misteriosas e incompreensíveis, que lhes teriam sido feitas por forças secretas, invisíveis, sejam elas divinas ou naturais, e impossíveis de serem conhecidas.
  • 12. Outras idéias a partir do ocidente  A idéia de que os acontecimentos naturais e humanos são necessários, porque obedecem a leis naturais ou da natureza humana, mas também podem ser contingentes ou acidentais, quando dependem das escolhas e deliberação dos homens, em condições determinadas. Há uma diferença fundamental entre o necessário e o contingente (acidente).
  • 13. O ser humano cria valores  A idéia de que os seres humanos, por Natureza, aspiram ao conhecimento verdadeiro, à felicidade, à justiça, isto é, que os seres humanos não vivem nem agem cegamente, mas criam valores pelos quais dão sentido às suas vidas e às suas ações.
  • 14. A filosofia e a verdade  A filosofia surge quando se descobriu que a verdade do mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso, que precisasse ser revelado por divindades a alguns escolhidos, mas que, ao contrário, podia ser conhecida por todos, através da razão, que é a mesma em todos; quando se descobriu que tal conhecimento depende do uso correto da razão ou do pensamento e que, além de a verdade pode ser conhecida por todos, podia, pelo mesmo motivo, ser ensinada ou transmitida a todos.
  • 15. O nascimento da Filosofia  Os historiadores da filosofia dizem que ela possui data e local de nascimento: final do século VII e início do século VI antes de Cristo, nas colônias gregas da Ásia Menor (particularmente as que formavam uma região denominada Jônia), na cidade de Mileto. E o primeiro filósofo foi Tales de Mileto.  Além de possuir data e local de nascimento e de possuir seu primeiro autor, a filosofia também possui um conteúdo preciso ao nascer: é uma cosmologia.
  • 16. A cosmologia  A palavra cosmologia é composta de duas outras: cosmos, que significa mundo ordenado e organização, e logia, que vem da palavra logos, que significa pensamento racional, discurso racional, conhecimento.  Assim, a filosofia nasce como conhecimento racional da ordem do mundo ou da Natureza, donde cosmologia.
  • 17. Mito e filosofia  A filosofia nasceu realizando uma transformação gradual sobre os mitos gregos ou nasceu por uma ruptura radical com os mitos.  Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da saúde e da doença, da morte, dos instrumentos de trabalho, das raças, das guerras, do poder etc.  A palavra mito vem do grego, mythos, e deriva de dois verbos: do verbo mytheyo (contar, narrar, falar alguma coisa para outros) e do verbo mytheo (conversar, contar, anunciar, nomear, designar). Para os gregos era um discurso proferido para os ouvintes que recebem como verdadeira a narrativa, porque confiam naquele que narra. É baseado em autoridades baseados no testemunho ocular ou por meio ou de acontecimentos narrados por terceiros.  O mito são narrativas incontestáveis e inquestionáveis, pois pode vir dos deuses.
  • 18. Exemplos de mitos  O mito, entre muitos outros, narra a origem do mundo e de tudo o que nele existe. Vejamos três maneiras:  Encontrando uma rivalidade ou uma aliança entre os deuses que faz surgir alguma coisa no mundo (Homero, na Ilíada, narraTróiaXGrécia).  Encontrando as recompensas ou os castigos que os deuses dão a quem lhes obedece ou a quem lhes desobedece, respectivamente (o titã, Prometeu, mais amigo dos homens do que dos deuses; Pandora e as desgraças humanas).  Encontrando o pai e a mãe das coisas e dos seres, isto é, tudo o que existe decorre de relações sexuais entre forças divinas pessoais. Essas relações geram os demais deuses: os titãs (seres semihumanos e semidivinos), os heróis (filhos de um deus com uma humana ou de uma deusa com um humano, as qualidades etc.
  • 19. Cosmogonias e teogonias  A palavra gonia vem duas palavras gregas: do verbo gennao (engendrar, gerar, fazer nascer e crescer) e do substantivo genos (nascimento, gênese, descendência, gênero, espécie). Gonia, portanto, quer dizer: geração, nascimento a partir da concepção sexual e do parto.  O mundo (cosmos) foi formado a partir de forças geradoras (pai e mãe) divinas.  Teogonia é uma palavra composta de gonia e theos, que, em grego, significa: as coisas divinas, os seres divinos, os deuses. A teogonia é, portanto, a narrativa da origem dos deuses, a partir de seus pais e antepassados.
  • 20. Ruptura com as cosmogonias e teogonias  A filosofia nasce de uma ruptura radical com os mitos:  A primeira ruptura deu-se nos fins do século XIX e começo do século XX, quando reinava um grande otimismo sobre os poderes científicos e capacidades técnicas do homem. Temos a explicação científica da realidade.  A segunda, foi dada a partir de meados do século XX, quando os estudos dos antropólogos e dos historiadores mostraram a importância dos mitos na organização social e cultural das sociedades e como os mitos estão profundamente entranhados nos modos de pensar e de sentir de uma sociedade. A filosofia surgiu, em grande parte, do interior dos mitos, como uma racionalização deles.
  • 21. Diferenças entre filosofia e mito  Podemos apontar três como as mais importantes:  O mito pretendia narrar como as coisas eram ou tinham sido no passado imemorial, longínquo e fabuloso, voltando-se para o que era antes que tudo existisse tal como existe no presente. A filosofia, por sua vez, se preocupa em explicar como e porque, no passado, no presente e no futuro (isto é, na totalidade do tempo), as coisas são como são.
  • 22. Diferenças entre filosofia e mito  O mito narrava a origem através de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças divinas sobrenaturais e personalizadas, enquanto a filosofia, ao contrário, explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais. O mito falava em Urano, Ponto e Gaia; a filosofia fala em Céu, mar e terra.
  • 23. Diferenças entre filosofia e mito  O mito não se importava com contradições, com o fabuloso e o incompreensível, não só porque esses eram traços próprios da narrativa mítica, como também porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. A filosofia, por seu turno, não admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente, lógica e racional; além disso, a autoridade da explicação não vem da pessoa do filósofo, mas da razão, que é a mesma em todos os seres humanos.
  • 24. Condições históricas para o surgimento da filosofia  Quais as condições materiais, isto é, econômicas, sociais, políticas e históricas que permitiram o surgimento da filosofia?  Vejamos algumas das principais condições históricas para o surgimento da filosofia na Grécia:  As viagens marítimas;  A invenção do calendário;  A invenção da moeda;  O surgimento da vida urbana;  A invenção da escrita alfabética;  A invenção da política.
  • 25. Principais características da filosofia nascente  O pensamento filosófico em seu nascimento tinha como traços principais:  Tendência à racionalidade, isto é, a razão e somente a razão, com seus princípios e regras, é o critério de explicação de alguma coisa;  Tendência a oferecer respostas conclusivas para os problemas, isto é, colocando um problema, sua solução é submetida à análise, à crítica, à discussão e à demonstração, nunca sendo aceita como uma verdade, se não for provado racionalmente que é verdadeira;
  • 26. Outras características  Exigência de que o pensamento apresente suas regras de funcionamento, isto é, o filósofo é aquele que justifica suas idéias provando que segue regras universais do pensamento (LNC, LTE,LID).  Recusa de explicações preestabelecidas e, portanto, exigência de que, para cada problema, seja investigada e encontrada a solução própria exigida por ele;  Tendência à generalização, isto é, mostrar que uma explicação tem validade para muitas coisas diferentes porque, sob a variação percebida pelos órgãos de nosso sentido, o pensamento descobre semelhança. e identidades. O pensamento generaliza porque abstrai (isto é, separa e reúne os traços semelhantes), ou seja, realiza uma síntese. Ex.: a água por causas naturais diferentes (nos estados líquido, sólido, gasoso/ condensação, liquefação, evaporação)  O contrário também ocorre. Muitas vezes nossos órgãos dos sentidos nos fazem perceber coisas diferentes como se fossem a mesma coisa, e o pensamento demonstrará que se trata de uma coisa diferente sob a aparência da semelhança.
  • 27. Campos de investigação da filosofia  A história da Grécia costuma ser dividida pelos historiadores em quatro grandes fases ou épocas:  1 – a da Grécia homérica, correspondente aos 400 anos narrados pelo poeta Homero, em seus dois grandes poemas, Ilíada e Odisséia;  2 – a da Grécia arcaica ou dos sete sábios, do século VII ao s éculo V antes de Cristo, quando os gregos criam cidades como Atenas, Esparta, Tebas, Megara, Samos, etc., onde predomina a economia urbana, baseada no artesanato e no comércio;
  • 28. Campos de investigação da filosofia  3 - A da Grécia clássica, nos séculos V e IV antes de Cristo, quando a democracia se desenvolve, a vida intelectual e artística entra no apogeu e Atenas domina a Grécia com seu império comercial e militar;  4 – e, finalmente, a época helenística, a partir do final do século IV antes de Cristo, quando a Grécia passa para o período do império de Alexandre da Macedônia e, depois, para as mãos do Império Romano, terminando a história de sua existência independente.
  • 29. Os quatro grandes períodos da filosofia grega  Os períodos da filosofia não correspondem exatamente a essas épocas, já que ela não existe na Grécia homérica e só aparece nos meados da Grécia arcaica.  Vejamos os quatro grandes períodos da filosofia grega, nos quais seu conteúdo muda e se enriquece:  1 = Período pré-socrático ou cosmológico, do final do século VII ao final do século V a.C., quando a filosofia se ocupa fundamentalmente com a origem do mundo e as causas das transformações na Natureza.
  • 30. Os quatro grandes períodos da filosofia grega  2 – Período socrático ou antropológico, do final do século V e todo o século IV a.C., quando a filosofia investiga as questões humanas, isto é, a ética, a política e as técnicas (em grego, ântropos quer dizer homem; por isso o período recebeu o nome de antropológico).;  3 – Período sistemático, do final do século IV ao final do século III a. C., quando a filosofia busca reunir e sistematizar tudo quanto foi pensado sobre a cosmologia e a antropologia, interessando-se sobretudo em mostrar que tudo pode ser objeto do conhecimento filosófico, desde que as leis do pensamento e de suas demonstrações estejam firmemente estabelecidas para oferecer os critérios da verdade e da ciência.
  • 31. Os quatro grandes períodos da filosofia grega  4 – Período helenístico ou greco-romano, do final do século III a. C. até o século VI depois de Cristo. Nesse longo período, que já alcança Roma e o pensamento dos primeiros padres da Igreja, a filosofia se ocupa sobretudo com as questões da ética, do conhecimento humano e das relações entre o homem e a Natureza e de ambos com Deus.
  • 32. Quadro geral – Período cosmológico 1 – OS FÍSICOS TALES (625-558 a.C.) => A ÁGUA = Materialismo jônico = Qual é o princípio ANAXÍMENES (588-528 a.C.) => O AR Material da natureza? = Água ANAXÍMANDRO (610-548 a.C.) => O ÁPEIRON = Terra = Fogo = Ar 2 – PITÁGORAS (570 – 490 a.C.) = Metempsicose = Panteísmo matemático. = A realidade é Desordem = Qual é a substância = Os números são entidades Imaterial originária? = Os números são regidos pelo UNO
  • 33. Quadro geral – Período cosmológico = ZENON (séc. V a.C.) => O ser é imóvel 3 – A] OS ELEATAS = O que é o Ser? = XENÓFANES (576-480 a. C.) => O ser é uno (Idealismo) = PARMÊNIDES (540-450 a.C.) => O ser é uno CONCLUSÕES - Nada muda, tudo é sempre igual (ESTABILIDADE) B] HERÁCLITO => Tudo muda, na Permanece (mudança – transformação) = Materialismo - “Não podemos nos banhar duas vezes no mesmo rio” 4 – EMPÉDOCLES => Síntese de Heráclito X Eleatas 5 – ATOMISTAS (Teoria dos átomos) => Demócrito (Átomos) => Anaxágoras (Homeomerias = pequenas partículas/ inteligência organizada => Nóus – causa organizadora de tudo.
  • 34. O Período Antropológico e Clássico  1 – O período Pré-socrático: desde o berço da filosofia, em Mileto, (séc. VI a.C.) até Sócrates.  Buscam o princípio constitutivo do Universo. São Chamados de Físicos.  Abrange também o movimento sofista na estruturação da “pólis” grega.  Procura o princípio da identidade e da contradição. O que é o ser?
  • 35. O período Clássico  SÓCRATES (469-399 a.C.) – a preocupação com o homem e com o significado da existência humana.  O que é o conhecimento?  A busca do diálogo, a ironia e a maiêutica como métodos.  O perfil do filósofo – político.  O exercício da ironia, a crítica das tradições, dos usos e costumes, do próprio regime democrático grego decretam sua morte por “não acreditar nos deuses e corromper a juventude”.
  • 36. O período Clássico  PLATÃO (428-347 a. C.) – o dualismo grego é sacralizado: o sensível e o espiritual, o bem e o mal, a unidade e a pluralidade.  O mundo das sombras e o mundo das idéias. O mito da caverna, o Bem Supremo.  A pólis exige a Justiça.  A “paidéia” prepara o cidadão para a “pólis”.  O filósofo é o mediador entre o sábio e o ignorante.
  • 37. O período Clássico  ARISTÓTELES (384-322 a. C.) – Historiador e sistematizador de todo o pensamento grego anterior.  É criador da Lógica Formal e sistematizador das Ciências no Organon (Física, Matemática. Lógica, Metafísica, Psicologia, Antropologia, Ética, Política etc.).  É tido como o maior dos filósofos gregos e um dos maiores da história da filosofia universal.  Marca o apogeu da filosofia grega.
  • 38. Período Decadente  É composto por várias escolas que surgem com a desintegração do império helenista, a ruína da “pólis” grega e o poderio crescente dos romanos.  Entre estas escolas destacamos:  O Helenismo.  O Ceticismo.  O Epicurismo.  O Estoicismo.  Os Cínicos.  O Neoplatonismo,
  • 39. Período Decadente  O Helenismo – a expansão do “modus vivendi” grego imposto ao resto do mundo conhecido, através da conquista de Alexandre Magno (séculos III e II a. C.).  Uma nova compreensão de mundo, mais universalista e etnocêntrica, provocando profundas crises e transformações.  Os romanos irão na esteira do império helênico
  • 40. Período Decadente  O Ceticismo – prega a indiferença teórica e prática.  O ideal do sábio será a completa e absoluta imperturbabilidade, o despojamento total e o domínio das “paixões internas” até atingir a “ataraxia” (tranqüilidade de espírito/ ausência de paixão ou ação/ indiferença).  Os céticos desenvolvem um sentido de relativização de tudo, tanto para com os usos e costumes, a moral, como para o próprio conhecimento.
  • 41. Período Decadente  O Epicurismo – Epicuro (séc. II a. C.) prega o ateísmo, o universalismo (o ideal do homem sem pátria) e o individualismo, mas de uma maneira ainda mais explícita que os Céticos.  Não há deuses nem verdades pelas quais se deva viver ou morrer.  O ateísmo e a descrença é, para ele, condição para a felicidade humana. O que deve fazer o homem, segundo Epicuro? Fugir de...todo sofrimento, paixão e perturbação (phátos). Procura da “ataraxia pessoal” (Eudaimonia).  O homem deve viver para buscar o prazer (hedoné = prazer = não libertinagem/ racional/ contemplação absoluta/ a serenidade e a fuga de todo sofrimento).  Para ter prazer é preciso “fugir da política e da religião que só provam ilusões e sofrimento”. Cultiva a amizade (philia)
  • 42. Período Decadente  Os estóicos (Zeno de Cítio) – radicalizam as características do epicurismo. Todos os homens podem ser sábios desde que dediquem-se às virtudes.  O principal meio de se conseguir a imperturbabilidade é viver de acordo com a natureza e a Razão. Despreza, pois, os prazeres em geral, porque muitos males decorrem deles.  Elimina as paixões boas ou más (causadoras de sofrimento.  O estóico deve aceitar com impassibilidade o seu destino.  O sábio estóico deve abandonar a família, a condição social, pátria, raça etc. Deveria ser cidadão do cosmos.  Foi retomado em Roma por Sêneca e por Marco Aurélio, imperador e filósofo.
  • 43. Período Decadente  Os cínicos (Kyniros, de Kynos = cão)– Sentimento de descrédito e pessimismo, próprio de épocas de crise. Este período evoca o episódio de Diógenes Laércio que anda pelas ruas da cidade procurando, de vela acesa na mão e durante o dia, “um Homem”, numa atitude ferozmente crítica que demonstra a decadência do ideal grego de Homem: guerreiro, atleta ou legislador.  Indiferença às convenções, tradições etc.
  • 44. Período Decadente  O Neoplatonismo – o cidadão grego e depois o romano procuravam numa interioridade abstrata o refúgio e a compreensão ou satisfação daquilo que a realidade já não lhe proporciona.  Espírito universalista – uso da língua Koiné – Produz sincretismo de povos e culturas.  Surgem diversas seitas místico-filosóficas das quais destacamos o Peoplatonismo.  Plotino prega a libertação do corpo, propõe o ideal do Bem Supremo como objeto de Amor e o Uno (Nous) como demiurgo do Universo.  O objetivo da “alma humana” é fundir-se a este “deus filosófico” pela contemplação e êxtase.  Para Plotino, que será depois assimilado por Santo Agostinho, a filosofia já não ´pe mais uma pesquisa sobre o mundo (pré-socráticos) ou sobre o homem e a “pólis” (Sócrates); nem ainda uma prática cívico-política (Aristóteles), mas sim a aceitação de uma realidade divina e providente, da qual todos fomos gerados por emanação.  Deste monismo emanacionista grego ao monoteísmo semita, ao deus Pai e Providente é uma faísca.
  • 45. Período decadente  “Repensando a filosofia platônica o Neoplatonismo arremata o pensamento grego, dominando a filosofia patrística e medieval, até o séc. XIII d.C. quando sua influência é substituída por Aristóteles...”. (Mirador, p. 4.614).
  • 46. A filosofia grega  “A filosofia grega não é apenas um período ou uma época no desenvolvimento de um processo histórico. É a origem e a matriz de toda a filosofia e de todo o desenvolvimento ulterior do pensamento europeu.  Descobrindo a razão, o “Logos”, com a essência do mundo e do homem os gregos criaram as categorias que contribuíram para o advento da Ciência e da técnica, e a conseqüente universalização do espírito ocidental.” (Mirador, p. 4.614).
  • 47. A filosofia romana  É um conjunto de escolas e seitas filosóficas no período de transição do paganismo ao cristianismo.  Seu elemento é a “Koiné” que realiza o sincretismo grego – romano – judaico – oriental.  Destacamos:  o estoicismo – ascese cívica e política;  O epicurismo = a busca da ataraxia (tranqüilidade de espírito/ ausência de paixão ou ação) e da aponia (ausência de dor);  Neoplatonismo – Cícero e Sêneca;  A filosofia do Direito.
  • 48. A Filosofia Medieval  Muitas datas são arroladas como marcos iniciais da Idade Média.  A variedade de opiniões na diversidade dos estudos e critérios de análise histórica credencia a afirmação de que os períodos históricos são idades de transição, sem “princípios” ou “fim”, mas tempos especiais de modificações progressivas e excepcionalmente rápidos e significativos.
  • 49. A Filosofia Medieval  As idades se sucedem em feixes de relações causais e conseqüentes; na submersão gradual da civilização antiga e na emergência da sociedade medieval há toda uma rede de contraste e inter- relações de valores, instituições e conceitos que justificam e legitimam novas práticas.  As considerações analíticas sobre os diversos níveis institucionais levam a datas diversas, pois as considerações históricas podem partir do religioso, do político ou econômico, visto que todos os campos sociais sofrem metamorfoses e inovações.
  • 50. A Filosofia Medieval  O período medieval é considerado como a “fundação” do Ocidente e sem uma análise profunda de suas raízes e rupturas não se entende o confuso tempo moderno ou mesmo contemporâneo.  Conceitos modernos como a igualdade perante a lei, as responsabilidades pessoais e o próprio conceito de indivíduo no corpo social não podem ser entendidos sem raízes na Idade Média.  Carrol Bark vai nos dizer: “A Idade Média é o canteiro das tradições modernas, o período da história em que tantas idéias deitaram as primeiras raízes num solo muito rochoso.
  • 51. A Filosofia Medieval  Podemos considerar como princípio do processo medieval a gestação de várias idéias, instituições básicas, valores e modo de vida subseqüente ao declínio de Roma no Ocidente.  Muitos pontos de vista diferentes consideram a Idade Média como um amontoado de realidades diversas: o renascimento, o racionalismo iluminista, o romantismo.  Tais considerações privilegiam determinados pontos de vista na sua análise, resultando em recomposição histórica parciais.  A Idade Média deve ser encarada e estudada de maneira mais global e sempre aberta.
  • 52. A Filosofia Medieval  Não se deve menosprezar a história teológica da Idade Média. Carrol Bark diz:  “A teologia não só influencia sobre questões de economia, educação, organização eclesiástica, arte, mas desempenha ainda um papel decisivo na política interna e externa”.
  • 53. A Filosofia Medieval - cronologia  Século II/V – IX – Patrística.  Formação: Séc. IX – XII – Escolástica.  Apogeu: Séc. XII – XIII.  Decadência: séc. XIV – XVIII.  O acontecimento histórico característico é a fundação no império Carolíngio das “Scholas”, controladas pela Igreja, que assumem a tradição aristotélica.  É o apogeu da Escolástica com a figura singular de Santo Tomás de Aquino.  Teocentrismo absoluto. Subjacente ao tomismo cria- se uma corrente realista de análise do mundo.
  • 54. A Época Moderna – a ruptura filosófica  A época moderna é considerada aquela marcada pelo triunfo do projeto novo de sociedade, capitaneado pela burguesia em suas diversas etapas, trazendo consigo uma visão científica, crítica, antropocêntrica e racional do universo, do homem e da sociedade.
  • 55. A Época Moderna – a ruptura filosófica  A filosofia moderna é o triunfo das concepções aburguesas em oposição à filosofia doutrinária e dogmática do fim da Idade Média.  A estrutura medieval era explicada e justificada pela teologia, produzida pelos clérigos como legitimadora da ordem social hierárquica sagrada e fixista.  A filosofia fora reduzida à função de “serva da teologia” circunscrita à função especulativa de descrição do mundo e contemplação racional das verdades da fé.  Mas a burguesia surge das contradições medievais e usa a filosofia precisamente como ruptura com o mundo medieval.
  • 56. A Época Moderna – a ruptura filosófica  Entende-se a filosofia que se inicia com René Descartes no começo do século XVII e se prolonga até o final do século XIX, coincidindo com a destruição do mundo medieval, com sua crise teológica, crise científica e crise política e social, prefiguradas no Renascimento.  A todo este fenômeno damos o nome de “Revolução Antropocêntrica”.  Em contraste com a filosofia medieval, religiosa, dogmática, clerical, a filosofia moderna é profana, crítica, leiga, procurando pensar não por princípios de autoridade, mas conforme a razão e ciência, baseados na racionalidade.
  • 57. A Época Moderna – a ruptura filosófica  As linhas da Filosofia Moderna:  O Racionalismo Cartesiano – René Descartes (1596-1650). “Penso, logo existo”.  O Empirismo Inglês (John Locke (1632-1704. “Existo, daí eu sei que penso”.  O Idealismo Alemão – Immanuel Kant ((1770- 1831)
  • 58. A Época Moderna – a ruptura filosófica  Ainda na tradição da filosofia moderna destacamos:  Georg Wilhelm Friedrich Hegel (1770-1831).  Ludwig Feuerbach (1804-1872).  Karl Marx (1818-1883).  Auguste Comte (1798-1857).  Friedrich Engels (1820-1895).  Friedrich Nietzsche (1844-1900).  Sören Kierkegaard (1813-1855).
  • 59. A Época Moderna – a ruptura filosófica  Seria uma arbitrariedade reunir tais filósofos em determinadas escolas filosóficas.  Cada um destes representa uma linha nova, sistema novo, para riqueza da história da filosofia.  Com estes pensadores se lançaram as bases do mundo contemporâneo, sem esquecer as condições que os produziram.