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REPRODUÇÃO GERAL NOS MAMÍFEROS DOMÉSTICOS
Ismar Araújo de Moraes
Fisiologia Veterinária
EMBRIOLOGIA DO SISTEMA GENITAL
IMPORTÂNCIA
É importante o estudo da embriologia para compreender melhor a
patogênese das condições anormais das gônadas e estruturas genitais
tubulares
O sistema genital de acordo com a origem embrionária pode ser dividido
em 3 partes:
A – ÓRGÃOS SEXUAIS PRIMÁRIOS
Ovários e Testículos =>derivam da crista genital
B – SISTEMA GENITAL TUBULAR
Tubas uterinas, útero, cérvix, vagina anterior, ductos eferentes, deferentes e
seminíferos ( derivados dos ductos mesonéfricos e paramesonéfrico)
C – GENITÁLIA EXTERNA
Vulva, vestíbulo, vagina posterior, glândulas vestibulares maiores ( Bartholin),
clitóris, pênis e bolsa escrotal ( derivados do seio urogenital, pregas
urogenitais e tuberculo genital)
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/30/Gray1106.png
DESENVOLVIMENTO DOS ÓRGÃOS SEXUAIS PRIMÁRIOS
http://www.dhushara.com/paradoxhtm/biology/gonads2.jpg
DESENVOLVIMENTO DOS ÓRGÃOS SEXUAIS PRIMÁRIOS
DESENVOLVIMENTO DOS ÓRGÃOS SEXUAIS PRIMÁRIOS
http://www.mdp.edu.ar/exactas/biologia/Embriolog%C3%ADa/Diferenciación%20sexual%201_archivos/fig46.jpg
DESENVOLVIMENTO GONADAL
OVARIOS E TESTÍCULOS
 O sexo genotípico do animal é determinado na fecundação por um espermatozóide X ou Y,
entretanto, o sexo gonadal será estabelecido mais tarde e os embriões apresentam um período de
mais ou menos 35 dias nos machos e maios menos 45 dias na fêmea com estrutura gonadal
indiferenciada. A diferenciação inicia-se no bovino quando o embrião mede entre 2,5 e 3,0 cm e no
suíno entre 2,0 e 2,5 cm.
 As gônadas originam-se de um espessamento da região média do mesonéfron chamada de Crista
Gonadal, logo é um espessamento mesenquimal coberto de mesotélio.
 As células Geminativas primordiais migram do endoderma do saco vitelínico para a crista gonadal e
fazem o povoamento desta estrutura.
 Segundo Gropp e Ohno (1966) existem cordões corticais na fêmea e cordões medulares nos
machos que originam as células intersticiais e estruturas tubulares.
 O epitélio de superfície (epitélio germinal) parece não estar envolvido na diferenciação dos cordões
gonadais.
 Os cordões gonadais originam-se do blastema ovariano (região central) e seguem em direção a
superfície emitindo ramos periféricos que envolvem as células germinais e as interiorizam dentro do
cordão.
 Os cordões são chamados de cordões ovígeros.
 Na formação do testículo as células germinativas movem-se para áreas profundas e se colocam
entre as células precursoras de Sertoli onde se formam os túbulos seminíferos. A túnica Albugínea
forma-se a partir do tecido mesenquimal abaixo do epitélio de superfície e a rete testis origina-se do
blastema.
Nos machos Nas fêmeas
Celulas germinativas primordiais Espermatogônia ovogônia
células mesenquimais Leydig Teca e estroma
celulas germinativas epiteliais Tubulo seminífero e Sertoli Folículos I
GONADA FETAL EQUINA
 Os ovários e testículos sofrem considerável aumento entre o 3° e 9° mês de gestação devido
a hiperplasia e hipertrofia das células intersticiais. O crescimento inicia-se entre o 80° e 100°
dia e atinge o máximo aos 250 dias de gestação, quando são maiores que o da própria mãe.
 Ao redor dos 300 dias as células intersticiais iniciam um processo de degeneração e regridem
de tamanho.
 O mecanismo de estimulação das células intersticiais não é bem conhecido
 Segundo Hay e Allen (1975) o fato se deve ao estimulo pelo PMSG da mãe e pela ação da
hipófise fetal. Alguns autores evidenciaram que as células gonadotróficas tornam-se
funcionais a partir d 150 dias de gestação.
 No seu tamanho máximo o ovário fetal é cor de tijolo e apresenta uma fina camada cinza (
que contem cordões ovígeros) que cobre 2/3 do ovário livre e pesam cerca de 25 a 50g.
Após a regressão, o tecido cinza forma a fossa de ovulação.
 Ë comum nos eqüinos o aparecimento de nódulos adrenocorticais presos no mesovário das
fêmeas e no mediastino testicular (entre a cabeça do epidídimo e testículo) e mesorquio dos
machos, devido a origem embrionária ser muito próxima.
 A gonada fetal está envolvida no aparecimento do estrogênio urinário materno. Isto foi
evidenciado após castração bilateral (com queda drástica) e unilateral (queda de 50%) do
feto.
DESENVOLVIMENTO DAS ESTRUTURAS TUBULARES
NAS FÊMEAS
DUCTOS PARAMESONÉFRICOS
Darão origem a tuba uterina, útero,
cérvix, vagina anterior
SEIO UROGENITAL
Dará origem a uretra, vagina
posteriorE vestíbulo
TUBÉRCULO GENITAL
Dará origem ao clitóris
PREGA UROGENITAL
Dará origem aos lábios vulvares.
 Os ductos paramesonéfrico darão origem às tubas uterinas, útero, cérvix e vagina e
originam-se de uma invaginação do epitélio celômico do mesênquima lateral e sua
abertura na cavidade celomática persiste como o ósteo da tuba uterina.
 A porção cranial do ducto paramesonéfrico é lateral ao ducto mesonéfrico.
 Cruza na extremidade caudal do mesonéfrico e continua caudalmente e medialmente até
o seio urogenital.
 Os ductos paramesonéfrico fusionam-se para formar o corpo uterino, a cérvix e a vagina.
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DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA EXTERNA
DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA EXTERNA
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ESTRUTURA
EMBRIONÁRIA
NO MACHO NA FÊMEA
Horm.
Responsável
Estrutura formada
TÚBULOS MESONÉFRICOS Testosterona Ducto eferente ----
DUCTOS MESONÉFRICOS Testosterona Epidídimo
Ducto deferente
Glândula vesicular
----
DUCTOS
PARAMESONÉFRICOS
----
Tuba uterina
Útero
Vagina cranial
SEIO UROGENITAL DHT
Dihidrotestosterona
Próstata e
bulbouretral
Vagina caudal
TUBERCULO GENITAL DHT Glande peniana Clitóris
PROTUBERÂNCIA GENITAL DHT Bolsa escrotal Lábios
maiores
PREGA GENITAL Pênis e uretra
peniana
Lábios
menores
Tipos de útero Características Ocorrência
Didelfo Duplicidade em todos
os segmentos
Marsupiais
Duplex Duplicidade de corpo
uterino e cérvix total
coelhas,
camundongas, ratas e
cobaias
Bicornual Corpo pequeno e
cornos longos
Cadela, gata e porca
Bipartido Corpo pequeno e
cornos longos
Ruminantes e égua
Simplex Corpo grande e cornos
pequenos
Primatas
A diferenciação dos paramesonéfrico ocorre de forma típica entre as
espécies e permite classificar os diferentes tipos de útero
Bipartido Corpo pequeno e
cornos longos
Ruminantes e égua
VACA
EGUA
Bicornual Corpo pequeno e
cornos longos
Porca
cadela, gata e
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Duplex Duplicidade de corpo
uterino e cérvix total
coelhas,
camundongas , ratas
e cobaias
COELHA
Didelfo Duplicidade em todos
os segmentos
Marsupiais
http://farm2.static.flickr.com/1232/1459224841_047166008b.jpg?v=0
http://www.researchintelligentdesign
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EXEMPLOS DE ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTO OVARIANO
1 – AGENESIA OVARIANA
=> Não ocorre migração das celulas germinativas
Pode se Uni ou bilateral
2 – HIPOPLASIA OVARIANA
=> Pouca migração das células germinativas
Pode ser Uni ou bilateral e ainda, Total, Parcial ou Transicional.
3 – OVARIOS ACESSORIOS
Presença de pequenas ou grandes porções de tecido ovariano mantendo uma
união com a gônada principal.
4 – OVARIOS SUPRANUMERÁRIOS
Presença de pequenas ou grandes porções de tecido ovariano sem ligação com a
gônada principal.
Não é tão raro como pode parecer na vaca e é relativamente comum nas cadelas.
ESTRUTURAS VESTIGIAIS DO MESONÉFRICO NA FEMEA
EPOOPHORUM
Freqüentemente cístico e trata-se de vestígio do túbulo mesonéfrico cranial
PAROOPHORUM
Raramente cístico e trata-se de um vestígio do túbulo mesonéfrico caudal
Vários remanescentes dos ductos mesonéfricos permanecem ao longo da
tuba uterina, útero, cérvix e vagina até na junção com o vestíbulo. Esses
vestígios freqüentemente encistam no bovino e raramente o fazem nas outras
espécies.
EXEMPLOS DE ANOMALIAS DO SISTEMA GENITAL TUBULAR NA FEMEA
TUBAS UTERINAS
 AGENESIA
 APLASIA SEGMENTAR UNILATERAL TOTAL OU PARCIAL
 APLASIA SEGMENTAR BILATERAL TOTAL OU PARCIAL
 OVIDUTO ACESSÓRIO
ÚTERO
 AGENESIA
 APLASIA SEGMENTARES
UNILATERAL TOTAL (útero unicorno)
UNILATERAL PARCIAL
BILATERAL TOTAL
BILATERAL PARCIAL
ÚTERO DUPLEX
EXEMPLOS DE ANOMALIAS DO SISTEMA GENITAL TUBULAR NA FEMEA
CERVIX
 AGENESIA
 SINUOSIDADE E DIVERTÍCULOS
PERSISTÊNCIA DA PAREDE MEDIAL DO DUCTO PARAMESONÉFRICO
VAGINA
PERSISTENCIA DA PAREDE MEDIAL DO DUCTO PARAMESONÉFRICO
 PERSISTÊNCIA DO HIMEM
CISTOS DOS DUCTOS DE GARTNER
VULVA
 AGENESIA
 SUBDESENVOLVIMENTO
ANOMALIAS DO SISTEMA GENITAL TUBULAR DO MACHO
1 – APLASIA DE QUALQUER SEGMENTO
2 – PARADÍDIMOS
 Alguns túbulos mesonéfricos que se separam dos ductos mesonéfricos e
persistem ao longo do curso do epidídimo.
ESTRUTURAS VESTIGIAIS DO PARAMESONÉFRICO NO MACHO
 APENDICE TESTICULAR
Nos machos a extremidade caudal do paramesonéfrico pode persistir e formar o
apêndice testicular
 UTERO MASCULINO
Remanescente dos paramesonéfrico podem persistir ao longo do curso do epidídimo,
ductos deferentes e ampolas e tornarem-se císticos. O cisto que ocorre no nível da
ampola é conhecido como útero masculino.
DESCENÇO TESTICULAR
 O testículo inicialmente é intrabdominal e o seu polo caudal está conectado ao
gubernáculo (espessamento mesenquimal) que conecta-se a uma expansão
existente entre os músculos oblíquos interno e externo onde se abrirá o futuro canal
inguinal e atinge a bolsa escrotal. Em seguida o gubernáculo degenera e o testículo
ganha mobilidade na bolsa.
 De acordo com WENSING (1978) a passagem do testículo através do canal inguinal
ocorre em cães de 8 a 10 dias antes do nascimento. De acordo com GIER e
MARION (1969), desce entre 100 e 110 dias nos suínos e nos bovinos e eqüinos
desce no ultimo mês de gestação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
INTERSEXUALIDADE
Hermafroditas Verdadeiros
(Ovário + Testículo, ou ovostestis)
Pseudohermafroditas Femininos
(Ovário)
Pseudohermafroditas Femininos
(Testículo)
Cloaca
em Vaca
http://patho.vetmed.ufl.edu/teach/vem5162/reproductive/fig4.jpg
FREEMARTINISMO
Vulva
Freemartin
http://patho.vetmed.ufl.edu/teach/vem5162/reproductive/fig5.jpg
Sistema Genital de
um Freemartin
Pseudohermafrodita Masculino
http://patho.vetmed.ufl.edu/teach/vem5162/reproductive/fig2.jpg
Sistema Genital de um
Pseudohermafrodita
Masculino
Pseudohermafrodita Masculino
Pseudohermafrodita feminino
Persistência do
Frenulum Prepucial
em Bovino
Masculinização incompleta
Masculinização incompleta
Masculinização incompleta
Quimera
78XX, 78XY
Clitoriomegalia em humano
http://img.quebarato.com.br/photos/big/E/3/BBDE3_1.jpg
http://news.softpedia.com/images/news2/The-Largest-Clitoris-in-the-World-5.jpg
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REPRODUÇÃO GERAL NOS MAMÍFEROS DOMÉSTICOS

  • 1. REPRODUÇÃO GERAL NOS MAMÍFEROS DOMÉSTICOS Ismar Araújo de Moraes Fisiologia Veterinária
  • 2. EMBRIOLOGIA DO SISTEMA GENITAL IMPORTÂNCIA É importante o estudo da embriologia para compreender melhor a patogênese das condições anormais das gônadas e estruturas genitais tubulares
  • 3. O sistema genital de acordo com a origem embrionária pode ser dividido em 3 partes: A – ÓRGÃOS SEXUAIS PRIMÁRIOS Ovários e Testículos =>derivam da crista genital B – SISTEMA GENITAL TUBULAR Tubas uterinas, útero, cérvix, vagina anterior, ductos eferentes, deferentes e seminíferos ( derivados dos ductos mesonéfricos e paramesonéfrico) C – GENITÁLIA EXTERNA Vulva, vestíbulo, vagina posterior, glândulas vestibulares maiores ( Bartholin), clitóris, pênis e bolsa escrotal ( derivados do seio urogenital, pregas urogenitais e tuberculo genital)
  • 6. DESENVOLVIMENTO DOS ÓRGÃOS SEXUAIS PRIMÁRIOS http://www.mdp.edu.ar/exactas/biologia/Embriolog%C3%ADa/Diferenciación%20sexual%201_archivos/fig46.jpg
  • 7. DESENVOLVIMENTO GONADAL OVARIOS E TESTÍCULOS  O sexo genotípico do animal é determinado na fecundação por um espermatozóide X ou Y, entretanto, o sexo gonadal será estabelecido mais tarde e os embriões apresentam um período de mais ou menos 35 dias nos machos e maios menos 45 dias na fêmea com estrutura gonadal indiferenciada. A diferenciação inicia-se no bovino quando o embrião mede entre 2,5 e 3,0 cm e no suíno entre 2,0 e 2,5 cm.  As gônadas originam-se de um espessamento da região média do mesonéfron chamada de Crista Gonadal, logo é um espessamento mesenquimal coberto de mesotélio.  As células Geminativas primordiais migram do endoderma do saco vitelínico para a crista gonadal e fazem o povoamento desta estrutura.  Segundo Gropp e Ohno (1966) existem cordões corticais na fêmea e cordões medulares nos machos que originam as células intersticiais e estruturas tubulares.  O epitélio de superfície (epitélio germinal) parece não estar envolvido na diferenciação dos cordões gonadais.  Os cordões gonadais originam-se do blastema ovariano (região central) e seguem em direção a superfície emitindo ramos periféricos que envolvem as células germinais e as interiorizam dentro do cordão.  Os cordões são chamados de cordões ovígeros.  Na formação do testículo as células germinativas movem-se para áreas profundas e se colocam entre as células precursoras de Sertoli onde se formam os túbulos seminíferos. A túnica Albugínea forma-se a partir do tecido mesenquimal abaixo do epitélio de superfície e a rete testis origina-se do blastema. Nos machos Nas fêmeas Celulas germinativas primordiais Espermatogônia ovogônia células mesenquimais Leydig Teca e estroma celulas germinativas epiteliais Tubulo seminífero e Sertoli Folículos I
  • 8. GONADA FETAL EQUINA  Os ovários e testículos sofrem considerável aumento entre o 3° e 9° mês de gestação devido a hiperplasia e hipertrofia das células intersticiais. O crescimento inicia-se entre o 80° e 100° dia e atinge o máximo aos 250 dias de gestação, quando são maiores que o da própria mãe.  Ao redor dos 300 dias as células intersticiais iniciam um processo de degeneração e regridem de tamanho.  O mecanismo de estimulação das células intersticiais não é bem conhecido  Segundo Hay e Allen (1975) o fato se deve ao estimulo pelo PMSG da mãe e pela ação da hipófise fetal. Alguns autores evidenciaram que as células gonadotróficas tornam-se funcionais a partir d 150 dias de gestação.  No seu tamanho máximo o ovário fetal é cor de tijolo e apresenta uma fina camada cinza ( que contem cordões ovígeros) que cobre 2/3 do ovário livre e pesam cerca de 25 a 50g. Após a regressão, o tecido cinza forma a fossa de ovulação.  Ë comum nos eqüinos o aparecimento de nódulos adrenocorticais presos no mesovário das fêmeas e no mediastino testicular (entre a cabeça do epidídimo e testículo) e mesorquio dos machos, devido a origem embrionária ser muito próxima.  A gonada fetal está envolvida no aparecimento do estrogênio urinário materno. Isto foi evidenciado após castração bilateral (com queda drástica) e unilateral (queda de 50%) do feto.
  • 9. DESENVOLVIMENTO DAS ESTRUTURAS TUBULARES NAS FÊMEAS DUCTOS PARAMESONÉFRICOS Darão origem a tuba uterina, útero, cérvix, vagina anterior SEIO UROGENITAL Dará origem a uretra, vagina posteriorE vestíbulo TUBÉRCULO GENITAL Dará origem ao clitóris PREGA UROGENITAL Dará origem aos lábios vulvares.  Os ductos paramesonéfrico darão origem às tubas uterinas, útero, cérvix e vagina e originam-se de uma invaginação do epitélio celômico do mesênquima lateral e sua abertura na cavidade celomática persiste como o ósteo da tuba uterina.  A porção cranial do ducto paramesonéfrico é lateral ao ducto mesonéfrico.  Cruza na extremidade caudal do mesonéfrico e continua caudalmente e medialmente até o seio urogenital.  Os ductos paramesonéfrico fusionam-se para formar o corpo uterino, a cérvix e a vagina. http://www.mdp.edu.ar/exactas/biologia/Embriolog%C3%ADa/Diferenciación%20sexual%201_archivos/fig42.jpg
  • 11. DESENVOLVIMENTO DA GENITÁLIA EXTERNA http://www.dhushara.com/paradoxhtm/biology/Untitled-4.jpg
  • 12. ESTRUTURA EMBRIONÁRIA NO MACHO NA FÊMEA Horm. Responsável Estrutura formada TÚBULOS MESONÉFRICOS Testosterona Ducto eferente ---- DUCTOS MESONÉFRICOS Testosterona Epidídimo Ducto deferente Glândula vesicular ---- DUCTOS PARAMESONÉFRICOS ---- Tuba uterina Útero Vagina cranial SEIO UROGENITAL DHT Dihidrotestosterona Próstata e bulbouretral Vagina caudal TUBERCULO GENITAL DHT Glande peniana Clitóris PROTUBERÂNCIA GENITAL DHT Bolsa escrotal Lábios maiores PREGA GENITAL Pênis e uretra peniana Lábios menores
  • 13. Tipos de útero Características Ocorrência Didelfo Duplicidade em todos os segmentos Marsupiais Duplex Duplicidade de corpo uterino e cérvix total coelhas, camundongas, ratas e cobaias Bicornual Corpo pequeno e cornos longos Cadela, gata e porca Bipartido Corpo pequeno e cornos longos Ruminantes e égua Simplex Corpo grande e cornos pequenos Primatas A diferenciação dos paramesonéfrico ocorre de forma típica entre as espécies e permite classificar os diferentes tipos de útero
  • 14. Bipartido Corpo pequeno e cornos longos Ruminantes e égua VACA EGUA
  • 15. Bicornual Corpo pequeno e cornos longos Porca cadela, gata e http://www.safeharborfarm.org/images/dog%20uterus.JPG http://www.safeharborfarm.org/images/sx%20-%20young %20cat%20uterus-2.JPG
  • 16. http://courses.washington.edu/chordate/453photos/urogenital_photos/rabbit-cervix2.jpg Duplex Duplicidade de corpo uterino e cérvix total coelhas, camundongas , ratas e cobaias COELHA
  • 17. Didelfo Duplicidade em todos os segmentos Marsupiais http://farm2.static.flickr.com/1232/1459224841_047166008b.jpg?v=0 http://www.researchintelligentdesign .org/images/4/4f/Joey_in_pouch.jpg
  • 18.
  • 19. EXEMPLOS DE ANOMALIAS DO DESENVOLVIMENTO OVARIANO 1 – AGENESIA OVARIANA => Não ocorre migração das celulas germinativas Pode se Uni ou bilateral 2 – HIPOPLASIA OVARIANA => Pouca migração das células germinativas Pode ser Uni ou bilateral e ainda, Total, Parcial ou Transicional. 3 – OVARIOS ACESSORIOS Presença de pequenas ou grandes porções de tecido ovariano mantendo uma união com a gônada principal. 4 – OVARIOS SUPRANUMERÁRIOS Presença de pequenas ou grandes porções de tecido ovariano sem ligação com a gônada principal. Não é tão raro como pode parecer na vaca e é relativamente comum nas cadelas.
  • 20. ESTRUTURAS VESTIGIAIS DO MESONÉFRICO NA FEMEA EPOOPHORUM Freqüentemente cístico e trata-se de vestígio do túbulo mesonéfrico cranial PAROOPHORUM Raramente cístico e trata-se de um vestígio do túbulo mesonéfrico caudal Vários remanescentes dos ductos mesonéfricos permanecem ao longo da tuba uterina, útero, cérvix e vagina até na junção com o vestíbulo. Esses vestígios freqüentemente encistam no bovino e raramente o fazem nas outras espécies.
  • 21. EXEMPLOS DE ANOMALIAS DO SISTEMA GENITAL TUBULAR NA FEMEA TUBAS UTERINAS  AGENESIA  APLASIA SEGMENTAR UNILATERAL TOTAL OU PARCIAL  APLASIA SEGMENTAR BILATERAL TOTAL OU PARCIAL  OVIDUTO ACESSÓRIO ÚTERO  AGENESIA  APLASIA SEGMENTARES UNILATERAL TOTAL (útero unicorno) UNILATERAL PARCIAL BILATERAL TOTAL BILATERAL PARCIAL ÚTERO DUPLEX
  • 22. EXEMPLOS DE ANOMALIAS DO SISTEMA GENITAL TUBULAR NA FEMEA CERVIX  AGENESIA  SINUOSIDADE E DIVERTÍCULOS PERSISTÊNCIA DA PAREDE MEDIAL DO DUCTO PARAMESONÉFRICO VAGINA PERSISTENCIA DA PAREDE MEDIAL DO DUCTO PARAMESONÉFRICO  PERSISTÊNCIA DO HIMEM CISTOS DOS DUCTOS DE GARTNER VULVA  AGENESIA  SUBDESENVOLVIMENTO
  • 23. ANOMALIAS DO SISTEMA GENITAL TUBULAR DO MACHO 1 – APLASIA DE QUALQUER SEGMENTO 2 – PARADÍDIMOS  Alguns túbulos mesonéfricos que se separam dos ductos mesonéfricos e persistem ao longo do curso do epidídimo.
  • 24. ESTRUTURAS VESTIGIAIS DO PARAMESONÉFRICO NO MACHO  APENDICE TESTICULAR Nos machos a extremidade caudal do paramesonéfrico pode persistir e formar o apêndice testicular  UTERO MASCULINO Remanescente dos paramesonéfrico podem persistir ao longo do curso do epidídimo, ductos deferentes e ampolas e tornarem-se císticos. O cisto que ocorre no nível da ampola é conhecido como útero masculino.
  • 25. DESCENÇO TESTICULAR  O testículo inicialmente é intrabdominal e o seu polo caudal está conectado ao gubernáculo (espessamento mesenquimal) que conecta-se a uma expansão existente entre os músculos oblíquos interno e externo onde se abrirá o futuro canal inguinal e atinge a bolsa escrotal. Em seguida o gubernáculo degenera e o testículo ganha mobilidade na bolsa.  De acordo com WENSING (1978) a passagem do testículo através do canal inguinal ocorre em cães de 8 a 10 dias antes do nascimento. De acordo com GIER e MARION (1969), desce entre 100 e 110 dias nos suínos e nos bovinos e eqüinos desce no ultimo mês de gestação.
  • 26. CONSIDERAÇÕES FINAIS INTERSEXUALIDADE Hermafroditas Verdadeiros (Ovário + Testículo, ou ovostestis) Pseudohermafroditas Femininos (Ovário) Pseudohermafroditas Femininos (Testículo)
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