O documento discute os riscos da exposição ao calor e frio em ambientes de trabalho na indústria alimentícia. Apresenta os efeitos do calor e frio excessivos na saúde, como insolação, intermação, hipotermia e frieiras. Também descreve medidas de prevenção como controle de fontes de calor, ventilação, EPIs e exames médicos.
1. Curso Trabalho em
Ambientes Frios e Quentes
na
Indústria Alimentícia
-Série Solução SST-
Aula 1
Departamento Regional
Gerência de Educação
Local, 00 de mês de 2010.
2. Introdução
O ser humano precisa manter a temperatura interna do
seu corpo praticamente constante, entre 36°C e 38°C.
Por isso, em condições ambientais extremas de frio ou
calor, alguns cuidados devem ser tomados.
3. Objetivo
Alertar o trabalhador sobre os riscos encontrados na
exposição ao frio e ao calor, bem como as formas de
preveni-la.
4. Altas temperaturas podem causar dor de cabeça
e prejudicar o desempenho.
Disponível em: http://www.administradores.com.br. Acesso em: 20 mar. 2010.
Notícias da Mídia
5. Característica desse Setor Industrial
Indústria alimentícia - conjunto de atividades
industriais em que se preparam, em quantidades
que devem ser comercializadas, alimentos ou
ingredientes para a preparação de alimentos.
Como em outras atividades, o trabalho na Indústria da
Alimentação tem seus riscos. Eles podem causar
problemas na saúde do trabalhador, se não prevenidos
antecipadamente.
6. Em que situações de trabalho
você fica exposto ao frio e ao
calor?
Risco físico – calor e frio
Disponível em: http://divitempo.blogspot.com. Acesso em: 20 mar. 2010.
10. Calor / Frio – Da Febre ao Calafrio
42°C – O corpo está literalmente perto de cozinhar e o
funcionamento dos órgãos e de todo o metabolismo é
afetado. A pessoa pode entrar em coma. A essa
temperatura, não há mais garantias de que a vida possa
ser salva.
Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 20 mar. 2010.
40°C – Aqui começa a hipertermia (excesso de calor). A
perda de líquido e sais minerais causa tontura, náusea e
vômito, confusão e perda de consciência. Nesse ponto,
a pessoa pode até parar de suar, sinal de que está
desidratada.
11. Calor / Frio – Da Febre ao Calafrio
38°C – Em estado febril, a pessoa começa a suar muito,
sentir espasmos musculares e exaustão. O pulso fica
fraco e podem ocorrer desmaios. A recomendação é
evitar o sol, jogar água fria no corpo e tomar bebida
gelada não alcoólica.
36,5 a 37,5 °C – Temperatura normal do corpo.
Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 20 mar. 2010.
12. Calor / Frio – Da Febre ao Calafrio
35°C – Aqui começa a hipotermia, ou perda excessiva
de calor. A pessoa sente calafrios, cansaço, apatia e
perde um pouco da coordenação motora. O raciocínio
fica lento e a capacidade de julgamento é afetada. A
pessoa pode não cooperar com quem tenta ajudá-la.
30°C – Nesse patamar, o fluxo sanguíneo no cérebro
diminui, causando confusão mental e problemas de
raciocínio. A frequência cardíaca pode chegar ao ritmo
de apenas um ou dois batimentos por minuto, situação
em que a pessoa parece estar morta.
Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 20 mar. 2010.
13. Calor / Frio – Da Febre ao Calafrio
20°C – Conforme a temperatura corporal abaixa, o
metabolismo diminui cada vez mais, até que o coração
para e a atividade cerebral cessa completamente. Um
corpo com temperatura interna de 20°C não pode mais
viver.
Disponível em: http://mundoestranho.abril.com.br. Acesso em: 20 mar. 2010.
14. Anexo 3 – NR 15.
Valores Aceitáveis de IBUTG (°C)
Atividade Leve Moderada Pesada
Trabalho contínuo Até 30,0 Até 26,7 Até 25,0
45 min Trabalho
15 min Descanso
30,1 a 30,6 26,8 a 28,0 25,1 a 25,9
30 min Trabalho
30 min Descanso
30,7 a 31,4 28,1 a 29,4 26,0 a 27,9
15 min Trabalho
45 min Descanso
31,5 a 32,2 29,5 a 31,1 28,0 a 30,0
Não permitido
trabalho sem med.
de controle
Acima 32,2 Acima 31,1 Acima 30,0
16. Legislação – Frio
Anexo 9 – NR 15.
As atividades ou operações executadas no interior de
câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem
condições similares, que exponham os trabalhadores ao
frio, sem a proteção adequada, serão consideradas
insalubres em decorrência de laudo de inspeção
realizada no local de trabalho.
17. Faixa de
Temperatura
de Bulbo Seco (°C)
Máxima Exposição Diária Permissível PARA
PESSOAS ADEQUADAMENTE VESTIDAS para
Exposição ao Frio
+15,0 a –17,9*
+12,0 a –17,9**
+10,0 a –17,9***
Tempo total de trabalho no ambiente frio de 6 horas e 40
minutos, sendo quatro períodos de 1 hora e 40 minutos
alternados com 20 minutos de repouso e recuperação
térmica fora do ambiente de trabalho.
-18,0 a -33,9
Tempo total de trabalho no ambiente frio de 4 horas,
alternando 1 hora de trabalho com 1 hora para
recuperação térmica fora do ambiente frio.
-34,0 a -56,9
Tempo total de trabalho no ambiente frio de 1 hora, sendo
dois períodos de 30 minutos com separação mínima de 4
horas para recuperação térmica fora do ambiente frio.
-57,0 a -73,0
Tempo total de trabalho no ambiente frio de 5 minutos,
sendo o restante da jornada cumprida obrigatoriamente
fora do ambiente frio.
Abaixo de -73,0
Não é permitida exposição ao ambiente frio seja qual for a
vestimenta utilizada.
Anexo 3 – NR 15.
18. Leitura Manual
Leitura Digital
Legislação – Equipamentos para Medir Frio
Disponível em: www.sis.cremer.com.br. Acesso em: 20 mar. 2010.
Disponível em: http://www.sensorcontrol.pt. Acesso em: 20 mar. 2010.
19. Quais são os efeitos do calor para quem
trabalha em ambiente com alta
temperatura?
Calor
21. Efeitos do Calor - Insolação - Sintomas
O choque térmico pode
causar a morte ou invalidez
permanente se o tratamento
de emergência não for
realizado a tempo.
Disponível em: www.elcosh.org. Acesso em: 20 mar. 2010.
22. Efeitos do Calor – Insolação – Primeiros Socorros
Levar a vítima para um local fresco e arejado.
Resfriar gradualmente todo o corpo, dando mais
atenção à cabeça (com uma toalha, por exemplo).
Envolver a vítima num lençol úmido.
Prevenir o choque.
Vigiar as funções vitais.
Vigiar o estado de consciência da vítima, perguntando
seu nome, idade, dia atual.
Promover o transporte para o hospital.
23. A intermação é uma causa decorrente da
dificuldade do corpo em se resfriar
adequadamente num ambiente com calor
excessivo.
Efeitos do Calor – Intermação
24. Efeitos do Calor – Intermação – Sintomas
Manifestações lentas:
dor de cabeça, náuseas e vômitos;
tonturas;
rosto avermelhado, pele quente e seca;
não há suor;
pulso rápido;
temperatura elevada do corpo e extremidades;
podem ocorrer concomitantemente queimadura e
desidratação.
25. Efeitos do Calor – Intermação – Sintomas
Manifestações bruscas:
Intensa falta de ar; às vezes a vítima parece sufocada,
com a respiração acelerada e difícil.
A vítima cai, fica desacordada e pálida.
Temperatura elevada do corpo e das extremidades.
Extremidades arroxeadas.
27. A geladura ou congelamento parcial é uma
lesão causada pelo frio em partes da pele que
congelam, mas não são lesadas de modo
permanente.
Efeitos do Frio – Geladura
28. Efeitos do Frio – Geladura – Sintomas
Disponível em: http://www.hopital-chamonix.com. Acesso em: 20 mar. 2010.
29. Efeitos do Frio – Geladura – Primeiros Socorros
Levar a vítima para um local aquecido.
Retirar roupa e calçado molhado ou úmido, cortando, se
necessário.
Aquecer a zona afetada gradualmente, de forma
indireta, para evitar maior destruição dos tecidos (optar
por agasalhar, e não por mergulhar as extremidades em
água quente).
Prevenir o choque.
Promover transporte para o hospital.
30. Efeitos do Frio – Hipotermia
Disponível em: http://img.medscape.com. Acesso em: 20 mar. 2010.
A hipotermia surge quando a
temperatura do corpo baixa a
valores inferiores a 35°C.
31. Efeitos do Frio – Hipotermia – Classificação
Leve (35 a 33°C): Sensação de frio, tremor, diminuição
da atividade motora (letargia ou prostração), espasmos
musculares, alteração da marcha (a pessoa parece
perder parte do equilíbrio ao caminhar).
32. Efeitos do Frio – Hipotermia – Classificação
Moderada (33 a 30°C): Os tremores tendem a ir
desaparecendo. O indivíduo começa a ficar muito
prostrado, sonolento, quase inconsciente.
Grave (menos de 30°C): A pessoa fica inconsciente e
imóvel. As pupilas tendem a dilatar e as frequências
cardíaca e respiratória são quase imperceptíveis.
33. Efeitos do Frio – Hipotermia – Sintomas
Disponível em: http://www.stltoday.com. Acesso em: 20 mar. 2010.
34. Efeitos do Frio – Hipotermia – Primeiros Socorros
Retirar vestuário molhado ou úmido.
Colocar bolsas de água quente.
Agasalhar.
Verificar o grau de consciência.
Vigiar as funções vitais.
Promover transporte para o hospital.
35. Frieiras são causadas pela exposição ao frio.
Os efeitos ocorrem tipicamente na face,
orelhas, dedos, mãos e pés.
Disponível em: http://www.cdc.gov. Acesso em: 20 mar. 2010.
Efeitos do Frio – Frieira
36. Vermelhidão
Comichão
Possíveis bolhas
Inflamação
Possíveis ulcerações nos
casos mais graves
Efeitos do Frio – Frieira – Sintomas
Disponível em: http://www.cdc.gov. Acesso em: 20 mar. 2010.
37. Efeitos do Frio – Frieira – O que fazer
Enxugue bem os pés.
Não use meias de tecido sintético.
Troque as meias frequentemente.
Evite usar tênis ou sapatos com pouca ventilação.
Disponível em: http://www.cdc.gov. Acesso em: 20 mar. 2010.
39. Curso Trabalho em
Ambientes Frios e Quentes
na
Indústria Alimentícia
-Série Solução SST-
Aula 2
Departamento Regional
Gerência de Educação
Local, 00 de mês de 2010.
40. Resgatando os principais temas da aula 1:
Na aula 1, você conheceu os riscos da exposição do
trabalhador ao FRIO e ao CALOR.
Você compreendeu, também, o conceito de equilíbrio
térmico.
Foram apresentadas também algumas doenças
ocupacionais relativas à exposição ao FRIO e ao
CALOR.
42. Medidas de Prevenção – Calor
Controlar as fontes emissoras de calor.
Limitar a exigência física do trabalho.
Limitar a exposição ao calor.
Reduzir a transmissão de calor.
Instalar equipamentos de climatização.
Instalar ventilação exaustora.
43. Disponibilizar água potável.
Isolar os processos, os equipamentos
ou suas partes quentes.
Fornecer EPI.
Realizar treinamentos para os
trabalhadores.
Realizar exames médicos nos
trabalhadores.
Medidas de Prevenção – Calor
Cartilha SESI, 2008.
44. Avental Térmico Mangote Térmico
Medidas de Prevenção –
Exemplos de EPI Térmicos para Calor
Disponível em: www.americanas.com.br. Acesso em: 20 mar. 2010.
Disponível em: www.vm8.com.br. Acesso em: 20 mar. 2010.
45. Medidas de Prevenção – Frio
Disponível em: http://portal.cnm.org.br. Acesso em: 22 mar. 2010.
46. Medidas de Prevenção – Frio
Instruir o trabalhador sobre:
os transtornos induzidos pelo frio e lesões;
tempo e condições de trabalho exposto ao
risco;
como se vestir corretamente para o frio;
como evitar ficar molhado e o que fazer se
ficar molhado.
47. Medidas de Prevenção – Frio
Fornecer roupa de proteção contra o frio, considerando os
seguintes fatores:
EPI deve proporcionar isolamento.
Deve permitir transpiração e dissipação do excesso
de calor.
Deve permitir a realização cômoda do trabalho.
48. Medidas de Prevenção – Frio
Adotar difusores nos sistemas de distribuição do ar.
Isolar os processos, os equipamentos ou suas partes
frias.
Reduzir ou eliminar as tarefas de mera vigilância.
Limitar a duração da exposição.
49. Luvas Térmicas Capuz Térmico
Medidas de Prevenção –
EPI Térmicos para Frio
Disponível em: www.protcap.com.br. Acesso em: 20 mar. 2010.
Disponível em: www.jobluv.com.br. Acesso em: 20 mar. 2010.
50. Japonas Térmicas
Medidas de Prevenção – EPI Térmicos para Frio
Disponível em: www.prosegurancaepi.com.br. Acesso em: 20 mar. 2010.
Proteção de Tronco
51. Bota Térmica Meia Térmica Calça Térmica
Medidas de Prevenção – EPI Térmicos para Frio
Disponível em: www.kccequipamentos.com.br. Acesso em: 20 mar. 2010.
Disponível em: www.prosegurancaepi.com.br. Acesso em: 20 mar. 2010.
Proteção dos Membros Inferiores
52. Conjunto Térmico
Medidas de Prevenção – EPI Térmicos para Frio
Disponível em: http://www.soccorro.com.br. Acesso em: 20 mar. 2010.
Proteção de Corpo Inteiro
53. Medidas de Prevenção – Conforto Térmico
Proporcionar condição térmica agradável à maioria dos
ocupantes do local.
Reduzir a transmissão de calor.
Adequar as variáveis ambientais.
Garantir que o sistema de distribuição de ar está
equilibrado.
54. Primeiros Socorros – Calor – O que Fazer?
Remova a vítima para um lugar bem ventilado, fresco e
arejado.
Use ventiladores ou ligue o ar condicionado.
Afrouxe, abra ou retire as roupas da vítima.
55. Primeiros Socorros – Calor – O que Fazer?
Coloque a vítima deitada com a cabeça elevada e o
pescoço semiestendido.
Refresque-a por meio de banho ou toalhas umedecidas,
inclusive na cabeça.
Encaminhe-a ao pronto socorro para avaliação médica.
56. Primeiros Socorros – Frio – O que Fazer?
Retire a vítima da área exposta ao frio.
Estimule-a a se movimentar.
Troque a roupa molhada por uma seca.
Aqueça a vítima gradualmente.
Coloque tecidos aquecidos ou bolsas de água quente na
nuca, tronco e axilas.
Não proceda aquecimento acelerado.
57. Primeiros Socorros – Frio – O que Fazer?
Inicie o aquecimento pela porção central do organismo.
Só inicie alimentação depois que a vítima estiver
completamente consciente.
Em casos mais graves, aqueça a vítima com o seu
próprio corpo.
Transporte a vítima para local com melhor atendimento.
60. Referências
BRASIL. Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978 NR 15. Atividades e
operações insalubres. In: Segurança e Medicina do Trabalho. 29. ed.
São Paulo: Atlas, 1995. 489 p. (Manuais de legislação).
Cartilha de Saúde e Segurança no Trabalho. Segurança e Saúde
para Trabalhadores da Indústria da alimentação. Departamento
Nacional do SESI. Brasília, 2008.
RUAS, A. C. Conforto térmico nos ambientes de trabalho. São
Paulo: FUNDACENTRO, 1999.