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INSTITUTO TECNOLÓGICO DE ESTUDOS PROFISSIONAIS DA
AMAZÔNIA
DISCIPLINA:SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
1.Doenças Profissionais x Doenças Ocupacionais
A doença profissional é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho
peculiar à determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo
Ministério do Trabalho e Emprego e o da Previdência Social. Ex: Saturnismo
(intoxicação provocada pelo chumbo) e Silicose (sílica).
Já a doença do trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições
especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente (também
constante da relação supracitada). Ex: Disacusia (surdez) em trabalho realizado em local
extremamente ruidoso.
Ressalte-se que ambas são aplicadas aos casos de auxílio-acidente e aposentadoria por
invalidez.
2. Riscos Fisicos
São as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores. São os
riscos gerados pelos agentes que têm capacidade de modificar as características físicas
do meio ambiente. Por exemplo, a existência de um tear numa tecelagem introduz no
ambiente um risco do tipo aqui estudado, já que tal máquina gera ruídos, isto é, ondas
sonoras que irão alterar a pressão acústica que incide sobre os ouvidos dos operários.
Os riscos físicos se caracterizam por:
Exigirem um meio de transmissão (em geral o ar) para propagarem sua nocividade.
1
Agirem mesmo sobre pessoas que não têm contato direto com a fonte do risco.
Em geral ocasiona lesões crônicas, mediatas..
Alguns exemplos de riscos físicos ruídos (que podem gerar danos ao aparelho auditivo,
como a surdez, além de outras complicações sistêmicas); iluminação (que podo
provocar lesões oculares), calor, vibrações, radiações ionizantes (corno os Raios-X) ou
não-ionizantes (com a radiação ultravioleta), pressões anormais. Vale aqui destacar que
a gravidade (e até mesmo a existência) de riscos deste tipo depende de sua concentração
no ambiente de trabalho. Uma fonte de ruídos, por exemplo, pode não se constituir num
problema (e, por vezes, é até solução contra inconvenientes como a monotonia), mas
pode vir a se constituir numa fonte geradora de uma surdez progressiva, e até mesmo de
uma surdez instantânea (por exemplo, um ruído de impacto que perfure o tímpano),
tudo depende da intensidade e demais características físicas do ruído por ela gerado.
2.1 Calor/ Frio
Mecanismos envolvidos nas trocas térmicas
Condução: Dois corpos em contato um com o outro, se estiverem a
temperaturas diferentes, ocorrerá de o de temperatura mais alta ceder calor
para o de menor temperatura, até o equilíbrio térmico. Esta troca de calor, pelo
contato dos corpos é chamada de condução.
Condução/Convecção: As trocas térmicas entre corpos ocorrem, mesmo
distanciadas uns dos outros, através de um fluído, que nos ambientes de
trabalho, o fluido mais comum é o ar. A troca inicialmente acontece por
condução, com o corpo quente cedendo calor ao ar em volta do corpo quente.
O ar ao ser aquecido fica menos denso, criando um movimento ascendente,
deslocando-se para cima, vindo novo volume de ar mais frio substituí-lo. O ar
aquecido será levado para outros corpos mais distantes, levando o calor
recebido. As trocas que são feitas através de um fluxo que se desloca são
chamadas de convecção.
Radiação: Os corpos quentes irradiam energia infravermelha, transportando o
calor mesmo independente de existir um meio. Os corpos mais quentes cedem
calor aos mais frios nas proximidades. Estas trocas acontecem por radiação.
2
Evaporação: Um líquido que envolve um sólido, em temperatura elevada,
transforma-se em vapor, fluindo para o ambiente. Este fenômeno é chamado
de evaporação. Haverá mais ou menos evaporação, dependendo das
condições do ambiente quanto à umidade relativa do ar, à velocidade do ar e
temperatura do ar.
A equação de trocas térmicas entre o organismo humano e o meio ambiente é:
M + C + R – E = S
Sendo:
M – Calor produzido pelo metabolismo;
C – Calor ganho ou perdido por condução/convecção;
R – Calor ganho ou perdido por radiação;
E – Calor perdido por evaporação;
S = Calor acumulado no organismo ( Sobrecarga térmica).
Equilíbrio Homeotérmico
Para Baixas Temperaturas:
Em ambientes considerados frios, quando a temperatura do ar do
ambiente é menor que a temperatura da pele de quem se expõe, considerada
em torno de um valor médio de 35º C, o calor é cedido ao meio ambiente pelo
corpo humano, por condução/convecção (C), por radiação (R) e pela
evaporação (E), cujo equilíbrio ocorre com o calor do metabolismo basal e do
trabalho (M), devido à atividade física que se está exercendo:
M = C + R + E
A equação acima demonstra que está havendo equilíbrio. Uma série de
mecanismos é desenvolvida pelo sistema fisiológico para que ocorra tal
equilíbrio e seja evitada a hipotermia:
• Vaso-constrição periférica: O resfriamento da pele estimula os
receptores cutâneos, com o resfriamento do sangue que circula pelos
vasos periféricos, indo até o centro termo-regulador, no hipotálamo, que
depois de informado de que a temperatura real está abaixo da ideal,
envia um sinal para que ocorra um aumento do tônus simpático
3
adrenérgico para a pele. De imediato ocorre uma vasoconstrição, fluindo
menos sangue pela pele, afim de se evitar mais perda de calor por
irradiação e condução;
• Diminuição da sudorese: Também acontece a diminuição de
funcionamento do simpático colinérgico para a pele, parando a sudorese
e com isto diminuindo ou quase eliminando a perda de calor por
evaporação;
• Tiritar (aumento do calor interno): Pode, ainda, acionar o centro de
tiritar que consiste em atritar moléculas com moléculas, passando à
formação de calor endógeno;
• Aumento do calor interno: Aumentam, também, os níveis de
adrenalina e nor-adrenalina que resultam no aumento do metabolismo e
no aumento do calor interno;
• Autofagia das graxas armazenadas: Transformação química dos
lipídios (graxas armazenadas) em glucíodeos de metabolização direta;
• Enrugamento da pele: a pele se enruga, principalmente nas
extremidades, no objetivo de diminuir a área de contato com o ambiente
frio.
Para Altas Temperaturas:
Em ambientes de temperaturas altas, quando a temperatura do ar do
ambiente é maior que 35º C, (temperatura da pele), o calor é cedido pelo meio
ambiente para o corpo humano, por condução/convecção (C), por radiação (R)
e pelo metabolismo basal e do trabalho, restando como única fonte de perda de
calor pela evaporação (E), cujo equilíbrio ocorre, quando atendida a equação a
seguir. :
E = M + C + R
Uma série de reações fisiológicas acontecem para manutenção do
equilíbrio térmico de troca de calor entre o corpo e o ambiente:
• Vasodilatação periférica: O sangue ao fluir pela pele recebe o calor
ambiente, levando a informação através do sangue que se aquece,
havendo aumento do calor interno. A informação recebida pelo centro
4
termoregulador é de que a temperatura real está maior que a ideal. É,
então, de imediato inibido o tônus simpático adrenérgico para a pele,
ocorrendo a vasodilatação cutânea, acúmulo de sangue nos plexos
subcutâneos e perda de calor por condução e irradiação;
• Evaporação: Ocorre a estimulação do simpático colinérgico para as
glândulas sudoríparas, com sudorese, com evaporação do suor e
consequente perda de calor para o ambiente; o sangue pode chegar a
fluir na ordem de 2,6 litros / minuto / m2;
• Perda de cloreto de sódio: Com o aumento da sudorese acontece a
perda de cloreto de sódio NaCl que pode chegar a 15 g / litro;
• Lassitude e adinamia: ocorre a inibição do tônus da musculatura
esquelética de modo geral, com lassitude e adinamia, para não ocorrer a
geração de calor endógeno;
• Queda do calor endógeno: os níveis de adrenalina e nor-adrenalina
diminuem, diminuindo também a produção de calor endógeno.
5
Para Condições de Sobrecarga Térmica:
Nos ambientes muito quentes, muitas vezes desenvolvidos com taxas
metabólicas altas por trabalhos pesados, como em metalúrgicas, com fontes de
radiação muito fortes (fornos), o centro termoregulador é informado de que a
temperatura real está acima da temperatura ideal, desencadeando a reações
fisiológicas para perda de calor interno, aumentando o fluxo do sangue que é
aquecido mais e mais, aumentado mais ainda o calor interno. Ao invés de
perder calor por condução/convecção, acontece exatamente o contrário. A
única forma de perder calor passa a ser a evaporação.
E < M + C + R (condição de sobrecarga)
Passa a existir uma condição de sobrecarga circulatória, mesmo se não
existir o trabalho físico. Em condições normais, o fluxo sanguíneo para a pele é
de 250 ml com um débito cardíaco de 5 litros por minuto. Num trabalho como o
descrito anteriormente, o fluxo sangúineo pode chegar a 1500 ml por minuto.
Como consequência da sudorese sempre crescente, há uma diminuição
do volume líquido extra-celular. Pode ocorrer a desitradação isotônica, com a
perda de sódio no suor. O íon sódio, no início é eliminado em grande
quantidade pelo suor, chegando de 15 a 20 gramas por dia.
O aumento das solicitações das reações fisiológicas podem levar a uma
série de doenças chamadas de Doenças do Calor, que acontecem de imediato.
Reaçoes do organismo :
- Frio
O organismo humano é homeotérmico, ou seja, mantém a temperatura do seu
corpo regulada em aproximadamente 36,1ºC. Quando a temperatura do meio
externo cai, o organismo começa a perder calor e aciona os horripiladores que
são pequenos músculos localizados na raiz dos pelos do corpo. Estes, também
conhecidos como arrepios, produzem tremores para gerar calor a partir da
queima de carboidratos, gorduras e calorias. Os horripiladores também
funcionam como isolantes térmicos, não permitem que o ar frio ultrapasse a
barreira da pele e atinja o organismo.
6
Algumas alterações no funcionamento do metabolismo também ocorrem para
que não haja perda de calor.
A pele passa a receber menor quantidade de sangue nos seus vasos mais
externos a fim de concentrar maior quantidade de sangue no interior do
organismo e assim produzir mais calor.
A respiração é afetada, pois suas reações químicas perdem força e ficam mais
lentas, levando menos oxigenação para os músculos, o que leva os mesmos a
usarem o glicogênio que neles permanecem armazenados. O glicogênio ao ser
utilizado produz ácido láctico e este somente é eliminado em determinadas
quantidades que ultrapassadas causam respiração ofegante e cansaço.
O aparelho urinário passa a trabalhar mais, pois como no frio não se elimina
líquido pelo suor, estes passam a ser eliminados pela urina.
Os vasos sanguíneos localizados no couro cabeludo se contraem mais do que
os vasos internos e essa contração diminui a passagem do sangue nesses
vasos, causando dores de cabeça.
O apetite aumenta, pois o organismo necessita de gordura, carboidratos e
calorias para gerar energia.
O coração sofre queda na frequência cardíaca e aumento da pressão
sanguínea.
- Calor
Na medida em que a um aumento de calor ambiental , ocorre uma reação no
organismo humano no sentido de promover um aumento da perda de calor .
Inicialmente ocorrem reações fisiológicas para promover a perda de calor , mas
estas reações , pôr sua vez , provocam outras alterações que, somadas ,
resultam num distúrbio fisiológico .
Os principais mecanismos de defesa do organismo humano , quando
submetido a calor intenso , são a vasodilatação periférica e a sudorese .
VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA
Quando a quantidade de calor que o corpo perde por condução - convecção ou
radiação é menor que o calor ganho , a primeira ação corretiva que se
processa no organismo é a vasodilatação periférica , que implica num maior
fluxo de sangue na superfície do corpo e num aumento da temperatura de
pele . Estas alterações resultam em um aumento da quantidade de calor
perdido ou numa redução do calor ganho . O fluxo de sangue no organismo
humano transporta calor do núcleo do corpo para sua superfície , onde ocorrem
as trocas térmicas.
SUDORESE
Outro mecanismo de defesa do organismo é a sudorese . O número de
glândulas sudoríparas ativadas é diretamente proporcional ao desequilíbrio
térmico existente.
7
A quantidade de suor produzido pode , em curtos períodos , atingir até dois
litros pôr hora , embora , em um período de várias horas , não exceda a um litro
pôr hora . Pela sudorese no ritmo de um litro pôr hora um homem pode ,
teoricamente perder 600 Kcal/hora para o meio ambiente .
DOENÇAS DO CALOR
Se o aumento do fluxo de sangue na pele e a produção de suor forem
insuficientes para promover a perda adequada de calor , ou se estes
mecanismos deixarem de funcionar apropriadamente , uma fadiga fisiológica
pode ocorrer .
Existem quatro categorias principais de doenças devidas ao calor:
_ exaustão do calor ;
_ desidratação ;
_ câimbras do calor ;
_ choque térmico .
Medidas Relativas ao Pessoal
Como é sabido , há uma série de medidas de controle que podem ser
aplicadas diretamente no trabalhador, com o objetivo de minimizar a
Sobrecarga Térmica e preservar a sua saúde. Entre elas destacam-se:
_Exames Médicos
_Aclimatação
_Ingestão de Água e Sal
_Limitação do Tempo de Exposição
_Equipamento de Proteção Individual
_Educação e Treinamento
_Equipamentos de Proteção Coletiva (enclausuramento da fonte térmica
/Barreiras reflexivas ).
- Relacoes com o IBUTG
Quadro 1
8
Quadro 2
Quadro 3
Distúrbios relacionados ao calor e Frio.
Há vários tipos de distúrbios onde o calor e o frio produzem efeitos
semelhantes. O espasmo muscular que acompanha a hérnia de disco,
lombalgias, cervicalgias, e problemas articulares podem ser reduzida por esses
dois processos.
Aclimatação
A aclimatação refere-se às respostas fisiológicas de uma origem mais
profunda: a programação hormonal e metabólica que rege não só a sua
9
tendência de suar, mas como você vai suar, quando e até mesmo a quantidade
de sódio que o seu suor carrega consigo. É como um termostato incrivelmente
inteligente.
Este sistema de regulação de temperatura é controlado em grande parte por
uma colaboração entre o hipotálamo e a glândula pituitária, e gera uma série
de respostas fisiológicas. Estas incluem a prontidão com a qual você desvia o
sangue para os vasos em sua pele (que tem um efeito de resfriamento), o ritmo
e a sensibilidade do seu batimento cardíaco.
As respostas fisiológicas também incluem a produção de energia térmica do
seu corpo e a distribuição de recursos corporais para proteger o seu fígado,
cérebro, rins e outros órgãos vitais. A aclimatação faz com que o corpo sofra
alguns ajustes para otimizar a função dessas respostas em relação ao
ambiente.
Ou seja, um mecanismo de sudorese não configura aclimatação, mas sim a
capacidade do seu corpo em se ajustar às temperaturas mais quentes para
transpirar mais rápido e mais profusamente, com uma menor concentração de
sódio.
2.2 Vibrações
Maurice Raynaud, médico francês, foi o primeiro a descrever em 1862, os
distúrbios vasculares observados em indivíduos expostos a vibrações de mãos
e braços, em sua tese intitulada Local asphyxia and symmetrical gangrene of
the extremities
.
Desde o trabalho pioneiro iniciado em 1911 por Loriga, pesquisador italiano
que descreveu a síndrome da vibração nos trabalhadores que operavam
marteletes em pedreiras, correlacionando com o fenômeno de Raynaud, muitos
pesquisadores têm estudado o assunto, o que resultou em milhares de artigos
científicos a respeito das vibrações transmitidas às mãos e braços.
Em 1918, Alice Hamilton estudou os mineiros utilizando marteletes em
pedreiras em Bedford, Indiana e descreveu uma anemia das mãos. Nos anos
60 e 70, a síndrome da vibração foi associada com a gasolina utilizada nas
motosserras no trabalho florestal.
Várias conferências internacionais (Dundee em 1972, Cincinnatti em 1975,
Ottawa em 1981, Helsinki em 1985, Kanazawa em 1989, Bonn em 1992, Praga
em 1995, Umea em 1998,Nancy em 2001 e Las Vegas em 2004) têm
contribuído eficientemente para desenvolver a pesquisa e aplicação do
conhecimento.
GENERALIDADES EM VIBRAÇÕES
Um corpo está em vibração quando descreve um movimento oscilatório em
torno de um ponto fixo. O número de vezes em que o ciclo completo do
10
movimento se repete durante o período de um segundo é chamado de
freqüência e, é medido em ciclos por segundo ou Hertz [Hz].
O movimento vibratório pode ser visualizado através de um pêndulo, corda de
instrumento musical, corpo em movimento e até mesmo do átomo. Na
indústria, a vibração é encontrada nas máquinas girantes.
O modelo vibratório é caracterizado pelo deslocamento ao longo do tempo,
com o intercâmbio de energia potencial por cinética e vice-versa, resultando em
movimento oscilatório.
VIBRAÇÕES OCUPACIONAIS
Ao contrário de outros agentes, onde o trabalhador é sujeito passivo, expondo-
se aos riscos, no caso das vibrações, deve haver, caracteristicamente, o
contato entre o trabalhador e o equipamento ou máquina que transmita a
vibração. A vibração consiste em movimento inerente aos corpos dotados de
massa e elasticidade. O corpo humano possui uma vibração natural. Se uma
freqüência externa coincide com a freqüência natural do sistema, ocorre a
ressonância, que implica em amplificação do movimento. A energia vibratória é
absorvida pelo corpo, como conseqüência da atenuação promovida pelos
tecidos e órgãos.
Existem vários efeitos catalogados, sendo que os principais e mais danosos
são:
• perda do equilíbrio, simulando uma labirintite, além de lentidão de reflexos;
• manifestação de alteração no sistema cardíaco, com aumento da freqüência
de batimento do coração;
• efeitos psicológicos, tal como a falta de concentração para o trabalho;
• apresentação de distúrbios visuais, como visão turva;
• efeitos no sistema gastrointestinal, com sintomas desde enjôo até gastrites e
ulcerações;
• manifestação do mal do movimento (cinetose), que ocorre no mar, em
aeronaves ou
veículos terrestres, com sintomas de náuseas, vômitos e mal estar geral;
• comprometimento, inclusive permanente, de determinados órgãos do corpo;
• degeneração gradativa do tecido muscular e nervoso, especialmente para os
submetidos a vibrações localizadas, apresentando a patologia, popularmente
conhecida como dedo branco, causando perda da capacidade manipulativa e o
tato nas mãos e dedos, dificultando o controle motor.
2.3 Ruido
Definições Básicas: Som se caracteriza por flutuações de pressão em um meio
compressível. A sensação de som só ocorrerá quando a amplitude destas
flutuações e a freqüência com que elas se repetem estiverem dentro de
determinadas faixas de valores
11
Reduz a capacidade auditiva do trabalhador, a exposição intensa e prolongada
ao ruído atua desfavoravelmente sobre o estado emocional do indivíduo com
conseqüências imprevisíveis sobre o equilíbrio psicossomático.
De um modo geral, quanto mais elevados os níveis encontrados, maior o
número de trabalhadores que apresentarão início de surdez profissional e
menor será o tempo em que este e outros problemas se manifestarão.
É aceito ainda que o ruído elevado influi negativamente na produtividade, além
de ser freqüentemente o causador indireto de acidentes do trabalho, quer por
causar distração ou mau entendimento de instruções, quer por mascarar avisos
ou sinais de alarme.
O grande progresso atual está em conflito com as condições de vida humana,
ou seja, muitas vezes o indivíduo é obrigado a permanecer em ambientes
ruidosos.
O ruído excessivo causa surdez, stress, fadiga, irritação e diminui a
produtividade.
Porém, pode se eliminar ou reduzir qualquer tipo de ruído através de
dispositivos de alta tecnologia concebidos pela engenharia acústica.
Basicamente, a redução de qualquer ruído pode ser reduzido através de
absorção ou isolação acústica.
O ISOLAMENTO ACÚSTICO refere-se a capacidade de certos materiais
formarem uma barreira, impedindo que a onda sonora (ou ruído) passe de um
recinto a outro. Nestes casos se deseja impedir que o ruído alcance o homem.
Normalmente são utilizados materiais densos (pesados) como por ex: concreto,
vidro, chumbo, etc..
A ABSORÇÃO ACÚSTICA trata do fenômeno que minimiza a reflexão das
ondas sonoras num mesmo ambiente. Ou seja, diminui ou elimina o nível de
reverberação (que é uma variação do eco) num mesmo ambiente. Nestes
casos se deseja, além de diminuir os Níveis de pressão Sonora do recinto,
12
melhorar o nível de inteligibilidade. Contrariamente aos materiais de
isolamento, estes são materiais leves (baixa densidade), fibrosos ou de poros
abertos, como por ex: espumas poliéster de células abertas, fibras cerâmicas e
de vidro, tecidos, carpetes, etc.
Praticamente todos os materiais existentes no mercado ou isolam ou absorvem
ondas sonoras, embora com diferente eficácia. Aquele material que tem grande
poder de isolamento acústico quase não tem poder de absorção acústica, e
vice-versa. Alguns outros materiais têm baixo poder de isolamento acústico e
também baixo poder de absorção acústica (como plásticos leves e
impermeáveis), pois são de baixa densidade e não tem poros abertos.
Espumas de poliestireno (expandido ou extrudado) tem excelentes
características de isolamento térmico, porém não são recomendados em
acústica. A cortiça (muito utilizada no passado) já não apresenta os resultados
acústicos desejados pelo consumidor da atualidade, e também apresenta
problemas de higiene e deterioração (é um produto orgânico que se deteriora
muito facilmente).
A indústria tem desenvolvido novos materiais com coeficientes de isolamento
acústico e/ou de absorção muito mais eficientes que os materiais até então
considerados "acústicos". Desta maneira tem sido possível se obter, mediante
variações de sua composição, resultados acústicos satisfatórios que atendam
as necessidades do usuário.
Cada recinto, conforme sua utilização, requer critérios bem definidos de Níveis
de Pressão Sonora e de reverberação para permitir o conforto acústico e/ou
eliminar as condições nocivas a saúde. Níveis de Pressão Sonora muito baixos
podem tornar o recinto monótono e cansativo, induzindo as pessoas às
condições de inatividade e sonolência.
Normalmente um bom projeto acústico prevê o isolamento e a absorção
acústica utilizadas com critérios bem definidos, objetivando a melhor eficácia
no resultado final. Para isto, deve-se levar em consideração o desempenho
acústico dos materiais a serem aplicados, sua fixação, posição relativa a fonte
13
de ruído e facilidade de manutenção, sem restringir a funcionalidade do
recinto.
A aplicação de um material acústico, fornecido ou utilizado sem critérios rígidos
de projeto, não significa a solução do problema.
A princípio, todos os materiais têm características acústicas que podem ser
desejadas, ou não, para a questão que se busca. Por exemplo:
- O AR é acústico, pois é ele quem "transmite" os sons para os nossos ouvidos;
- O vácuo absoluto é acústico, pois por ele não são transmitidos sons (é o
isolante acústico perfeito);
- Uma parede de concreto, maciça, é acústica, pois ela apresenta um índice de
redução sonora elevado, mas também apresenta elevados níveis de reflexão
sonora;
- As fibras (lã de rocha, lã de vidro, lã cerâmica), espumas de poros abertos,
tecidos, carpetes, e outros materiais deste tipo têm razoável poder de evitar a
reflexão sonora, mas não isolam o som.
- Instrumentos musicais especiais são excelentes materiais acústicos.(Caso
dos Violinos "Stradivarius").
Mas se o problema é "vazamento" de sons de um ambiente para outro, a
solução deve ser direcionada para o uso de materiais "densos", como o
concreto, o vidro, o aço, etc. Nestes casos não se deve utilizar materiais do
tipo fibras, tecidos, carpetes e similares, pois não significará a solução
definitiva.
Mas se o problema é falta de inteligibilidade da palavra falada dentro de um
mesmo ambiente, a solução deve ser direcionada para o uso de fibras e/ou
espumas de poros abertos. Não se deve utilizar materiais densos ou que
sejam impermeáveis ao ar.
A melhor solução final, normalmente, requer o uso dos dois tipos (isolantes e
absorvedores) de forma muito criteriosa.
14
Não existem materiais "melhores" ou "piores" para soluções acústicas. O que
existe é a adequação (ou não) de determinado material para a finalidade que
se deseja. Muito cuidado deve ser dado à utilização de um determinado
material só porque ele "funcionou" em outro local ou outra aplicação. Existem
muitos exemplos reais nos quais um determinado material "funcionou" para
uma aplicação e que foi um fracasso em outra.
Existem materiais cujas características acústicas são tão pequenas que não
compensa utilizá-los. Estes materiais são, normalmente, muito baratos,
motivando as pessoas a comprá-los e utilizá-los. Cuidado!
É comum se encontrar propagandas que asseguram que os materiais são
isolante “termo-acústicos".
As características Térmicas e Acústicas dos materiais não são dependentes, o
que significa que um bom material que isola termicamente não é
necessariamente um bom isolante acústico, e vice-versa. O "Isopor" (que é ar
enclausurado em pequenas células) é um exemplo de excelente isolante
térmico (para baixas temperaturas), mas não é um isolante acústico. Outro
exemplo é o "aço" que é um bom isolante acústico, mas não é bom isolante
térmico.
Neste ponto, surge uma outra questão: Quanto (ou como) se usa de cada um
deles? A resposta é: "depende do problema". Não existem soluções genéricas
na área da Acústica.
A aplicação de um material acústico, fornecido ou utilizado sem critérios rígidos
de projeto, não significa a solução do problema.
NÍVEIS DE RUÍDO PARA CONFORTO ACÚSTICO
Com relação ao conforto acústico no trabalho, apresentamos abaixo uma
transcrição parcial da Lei 6.514 de 22/11/77 relativa ao Capitulo V do Titulo II
da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança e Medicina do
Trabalho, dado pela Portaria No. 3.751 de 23 de Novembro de 1990, Norma
Reguladora NR. 17- ERGONOMIA, na qual encontramos os parâmetros que
15
16
NB-95 NBR 10152/1987 - Tabela 1 dB(A) NC
HOSPITAIS
35 – 45 30 - 40
Apartamentos, Enfermarias, Berçários, C.Cirúrgicos
40 – 50 35 - 45
Laboratórios, Áreas para uso do público
40 – 50 35 - 45
Serviços
45 – 55 40 - 50
ESCOLAS
Bibliotecas, Salas de música, Salas de desenho
35 – 45 30 - 40
Salas de aula, Laboratórios
40 – 50 35 - 45
Circulação
45 – 55 40 - 50
HOTÉIS
Apartamentos 35 – 45 30 - 40
Restaurantes, Salas de Estar 40 – 50 35 - 45
Portaria, recepção, Circulação 45 – 55 40 - 50
RESIDÊNCIAS
Dormitórios 35 – 45 30 - 40
Salas de Estar 40 – 50 35 - 45
AUDITÓRIOS
Salas de Concerto, Teatros 30 – 40 25 - 30
Salas de Conferências, Cinemas, Salas de Múltiplo Uso 35 – 45 30 - 35
RESTAURANTES
Restaurantes 40 – 50 35 - 45
ESCRITÓRIOS
Salas de Reuniões 30 – 40 25 - 35
Salas de Gerência, Projetos e Administração 35 – 45 30 - 40
Salas de Computadores 45 – 65 40 - 60
Salas de Mecanografia 50 – 60 45 - 55
permitem a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar conforto acústico,
desempenho e segurança:
- Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exigem
solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de
controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise
de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições
de conforto:
a) Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152,
registrada no INMETRO.
b) Índice de temperatura efetiva entre 20 e 23 graus.
c) Velocidade do ar não superior a 0,75 m/s.
d) Umidade relativa do ar não inferior a 40%.
- Para as atividades que possuam as características definidas no sub-
item anterior, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas
relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto
será de até 65 dB (A) e a curva avaliação de ruído (NC) de valor não superior a
60dB(A).
- Os parâmetros previstos, devem ser medidos nos postos de trabalho,
sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva e às demais
variáveis na altura do tórax do trabalhador.
NOTA: O valor inferior da faixa representa o nível sonoro para conforto,
enquanto que o valor superior significa a nível sonoro máximo aceitável para a
respectiva finalidade.
Surdez
A conseqüência mais evidente é a SURDEZ, que depende de alguns fatores,
como: Intensidade, tipo de ruído (contínuo, intermitente ou impacto), sua
qualidade (sons agudos são mais prejudiciais que os graves), susceptibilidade
17
individual, tempo de exposição e a idade. A surdez pode ser dividida em três
grupos que são:
• Temporária,
• Permanente,
• Trauma acústico.
A surdez temporária: é caracterizada pela dificuldade de audição, embora
passageira, que notamos após exposição por algum tempo ao ruído intenso. A
exposição prolongada é repetida ao ruído é capaz não só de causar a surdez
temporária como, potencialmente, provocar a surdez permanente. Se a
exposição for repetida antes de uma completa recuperação, pode tornar-se
surdez permanente. Pode ainda ocorrer à fadiga dos músculos do ouvido
médio.
2.4 Pressões Anormais.
EXISTEM DOIS TIPOS
- PRESSÃO HIPERBÁRICA - Quando o homem está sujeito a pressões
maiores que a pressão atmosférica.
Estas situações ocorrem quando o colaborador esta trabalhando em abaixo do
nível da terra, exemplo: como em mergulhos, enfim quanto mais fundo.
- PRESSÃO HIPOBÁRICA - Quando o homem está sujeito a pressões
menores que a pressão atmosférica. Estas situações ocorrem quando o
colaborador esta trabalhando em elevadas altitudes, exemplo: no topo de
algum arranha-céu, enfim quanto mais alto.
TRATAMENTO DA SAÚDE
Existe também a Pressão Hiperbárica para tratamento da saúde nomeada
Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB).
Onde submete um paciente a uma pressão ambiental superior à atmosférica,
dentro de uma câmara fechada, respirando oxigênio puro. Estas câmaras são,
em essência, cilindros metálicos resistentes à pressão, dotados de vigias ou
janelas.
PRESSÕES ANORMAIS
No desenvolvimento de suas atividades, os trabalhadores são influenciados
pela pressão atmosférica em seu ambiente de trabalho. Em grande parte das
atividades a pressão de trabalho é a atmosférica ou próxima dela pois no Brasil
não temos muitos locais de altitudes elevadas, no entanto algumas atividades
expõe os trabalhadores a pressões acima da normal em trabalhos de mergulho
e em tubulões pressurizados.
18
Trabalhos sob condições de alta pressão
Exposição ocupacional
Os trabalhos sob condições de alta pressão (condições hiperbáricas) ocorre
em atividades ou operações sob ar comprimido ou em trabalhos submersos
(mergulho).
Efeitos tóxicos
A atmosfera contém habitualmente cerca de 20% de oxigênio, sendo que o
organismo humano está adaptado para respirar o oxigênio atmosférico a
umapressão em torno de 160mmHg ao nível do mar. A esta pressão, a
molécula que transporta o oxigênio aos tecidos, a hemoglobina, encontra-se
praticamente saturada (98%). A medida que aumenta a pressão, como a
hemoglobina está já saturada, uma quantidade significativa de oxigênio não é
consumida e entra em solução física no plasma sanguíneo. Se essa exposição
se prolonga pode produzir, em longo prazo, uma intoxicação pelo oxigênio. Os
seres humanos, na superfície terrestre, podem respirar 100% de oxigênio de
forma contínua durante 24-36 horas sem nenhum risco. Após esse período,
sobrevém a intoxicação pelo oxigênio (efeito de Lorrain-Smith). Os sintomas de
toxicidade pulmonar são principalmente a dor no peito (retroesternal) e a tosse
seca. A pressões superiores a 2 (duas) atmosferas, o oxigênio produz
toxicidade cerebral, podendo provocar convulsões. A susceptibilidade a
convulsão varia consideravelmente de um indivíduo para outro. A
administração de anticonvulsivantes pode evitar as convulsões por oxigênio
mas não reduz a lesão cerebral ou da medula espinhal.
Controle médico
É exigido cuidadosa compressão e descompressão, de acordo com as tabelas
do Anexo nº 6 da NR-15 da Portaria 3214/78. O trabalho sob condições de alta
pressão só é permitido para trabalhadores com mais de 18 (dezoito) e menos
de 45 (quarenta e cinco) anos de idade. Antes de cada jornada de trabalho, os
trabalhadores deverão ser inspecionados pelo médico, sendo que o
trabalhador não poderá sofrer mais de uma compressão num período de 24
horas. A duração do período de trabalho sob ar comprimido não poderá ser
superior a 8 horas, em pressões de trabalho de 0 a 1,0 kgf/cm², a 6 horas em
pressões de trabalho de 1,1 a 2,5 kgf/cm², e a 4 horas, em pressão de trabalho
de 2,6 a 3,4 kgf/cm². Nenhum trabalhador pode ser exposto à pressão superior
a 3,4 kgf/cm². Após a descompressão, os trabalhadores são obrigados a
permanecer, no mínimo, por duas horas, no local de trabalho, cumprindo um
período de observação médica. Como é possível a ocorrência de necrose
óssea, especialmente nos ossos longos, é também obrigatória a realização de
radiografias de articulações da coxa e do ombro, por ocasião do exame
admissional e posteriormente a cada ano.
Trabalhos sob Condições de Baixa Pressão
19
Nos trabalhos em grandes altitudes, como no caso dos aeronautas, a medida
que se ganha altura sobre o nível do mar a pressão total do ar ambiental e a
concentração de oxigênio vão diminuindo gradualmente. O efeito é um menor
aporte de oxigênio aos tecidos do corpo humano (hipóxia), sendo que o
organismo, em resposta, adota medidas compensatórias de adaptação
fisiológica (“aclimatação”), especialmente o aumento da frequência respiratória.
A tolerância à altura varia de um indivíduo para outro e, em geral, a adaptação
deve melhorar após 2 a 3 dias de exposição. Todavia, a hipóxia grave pode
exercer diversos efeitos nocivos para o organismo humano. O órgão mais
sensível à falta de oxigenação é o cérebro e os sintomas mais comuns são a
irritabilidade, a diminuição da capacidade motora e sensitiva, alterações do
sono, fadiga muscular, hemorragias na retina e, nos casos mais graves, edema
cerebral e edema agudo do pulmão.
EFEITOS DAS PRESSÕES ATMOSFÉRICOS NO ORGANISMO
Como o corpo é constituído de muitas cavidades pneumáticas e o sangue é
uma solução que se presta para o transporte de gases, sofre muito com as
variações de pressão, que alteram o volume dos gases, bem como a
solubilidade dos gases no sangue. Essas alterações são regidas pelas leis dos
gases.Com o aumento da pressão do ar, aumenta também a solubilidade dos
gases no sangue, fazendo com que mais nitrogênio e oxigênio se dissolvam no
sangue, alterando o equilíbrio dessa solução. Com a diminuição da pressão
diminui também a solubilidade dos gases no sangue. No caso dessas
variações, o sangue atinge o seu equilíbrio em poucos minutos, no entanto o
tecido adiposo pode levar horas para liberar o nitrogênio dissolvido. Daí a
necessidade de se aumentar ou diminuir a pressão vagarosamente e em
estágios que são função da pressão e do período que o trabalhador ficou
nessa pressão.
Dessas variações de pressão resulta em alguns tipos de doenças.
BAROTRAUMA
É um acidente que decorre da incapacidade de se equilibrar a pressão no
interior das cavidades pneumáticas do organismo com a pressão ambiente em
variação.
EMBOLIA TRAUMÁTICA PELO AR
No caso de um mergulhador ter que subir rapidamente em uma situação de
emergência, tendorespirado ar comprimido no fundo, o ar retido nos pulmões
aumenta de volume, podendo romper os alvéolos, provocando a penetração do
ar na corrente sanguínea. Esse acidente não ocorre no mergulho livre.
EMBRIAGUÊS DAS PROFUNDIDADES
A embriagues das profundidades é provocada pela impregnação difusado
sistema nervoso central por elementos de uma mistura gasosa respirada além
de uma certa profundidade, com manifestação psíquicas, sensitivas e motoras.
A 30m metros de profundidade começam a aparecer os sinais de embriagues,
a 60 metros, com ar comprimido as tarefas são prejudicadas por esse
problema. A 90 metros, poucas pessoas conseguem executar as tarefas
programadas.
Existe uma proporcionalidade entre a profundidade e a intensidade dos
sintomas, justificando a chamada “Lei Martini” a cada 100 pés de profundidade,
correspondem aos efeitos de uma dose de Martini.
20
No caso da Compressão, diversos riscos atinge os trabalhadores como:
irritação dos pulmões quando a pressão atinge o nível de cinco atmosferas;
narcose pelo nitrogênio com início em 4 atmosferas e até produzir perda da
consciência a 10 atmosferas.
Na descompressão diversos problemas podem ocorrer como:
- Ruptura dos alvéolos pela expansão brusca do ar nos pulmões.
- Com a descompressão muito rápida, a quantidade de nitrogênio
liberada do sangue pode se dar numa velocidade maior que a capacidade do
sangue de transportá-la para os pulmões, podendo ocorrer fortes dores em
várias partes do corpo. Dores abdominais ocorrem pela expansão dos gases
nos intestinos; dores de dente provocada pela expansão dos gases presos
entre o dente e uma obturação; Inconsciência, tonturas e paralisia no caso de
atingir o sistema nervoso central.
MEDIDAS DE CONTROLE
O anexo 6 da NR-15 da portaria 3214 do Ministério do Trabalho estabelece
critérios para o planejamento das compressões e descompressões, o limite
superior de pressão que é de 3,4 kg/cm2 e o período máximo de trabalho para
cada faixa de pressão conforme a tabela:
O anexo 6 também fornece as tabelas de descompressão para os mais
variados período de trabalho em função da pressão.
1)COMPRESSÃO
No caso da compressão deve-se elevar a pressão de 0,3 kgf/cm2 no primeiro
minuto, fazendo-se a seguir a observação dos sintomas e efeitos nos
trabalhadores. A partir daí, com uma taxa de no máximo 0,7 kgf/cm2 por
minuto aumenta-se a pressão até o valor de trabalho. No caso de algum
problema em qualquer etapa da compressão, ela deve imediatamente
interrompida.
2) DESCOMPRESSÃO
No caso da descompressão, além da pressão de trabalho é necessário
também o tempo de permanência nessa pressão. Na descompressão a
pressão será reduzida a uma taxa não superior a 0,4 kgf/cm2 por minuto até o
primeiro estágio, definido na tabela a ser utilizada. A seguir se mantém a
pressão por um tempo de parada indicado na tabela.
3) CÂMARA DE COMPRESSÃO.
Deve-se controlar a temperatura e o nível dos contaminantes, que sob
pressões maiores são mais facilmente absorvidos pelo organismo. O anexo 6
estabelece alguns limites de concentração conforme a tabela:
O controle da temperatura deve ser feito através de um sistema de refrigeração
do ar e durante a permanência dos trabalhadores no interior do tubulão, e o
limite de tolerância é dado pelo TGU(Temperatura de Globo Úmido) de 27
graus centígrados, medidos através do termômetro de Globo Úmido (Botsball).
A taxa de ventilação deve ser de pelo menos de 30 pés
cúbicos/minuto/homem.
2.5 Radiações
Radiações ionizantes
21
Radiação são ondas eletromagnéticas ou particulas que se propagam
com uma velocidade. Elas contêm energia, carga elétrica e magnetica. Podem
ser geradas por fontes naturais ou por dispositivos construidos pelo homem.
Possuem energia radiações eletromagnéticas mas conhecidas são: luz,
microondas, ondas de rádio, radar, laser, raios X e radiação gama. As
radiações sob forma de partículas com massa, carga elétriaca, carga
magnética mas comuns são os feixes de elétrons e prótons, radiação beta e
alfa.Dependendo da quantidade de energia, uma radiação pode ser descrita
como não ionizante ou ionizante.
É a radiação que possui energia suficiente para ionizar átomos e moléculas. A
energia mínima típica da radiação ionizante é de cerca de 10 eV.
Pode danificar células e afetar o material genético (DNA), causando doenças
graves ( exemplo: câncer), levando até a morte. A radiação
eletromagnética ultravioleta ou mais energética é ionizante. Partículas como
os elétrons e os prótons que possuam altas energias também são ionizantes.
São exemplos de radiação ionizante as partículas alfa, partículas beta , os raios
gama, raios-x.
Danos as moléculas de DNA
Por ser responsável pela codificação da estrutura molecular de todas as
enzimas da células, o DNA passa a ser a molécula chave no processo de
estabelecimento de danos biológicos. Ao sofrer radiação direta das
radiações (ionização) ou indireta (através do cataque de radicais livres) a
molécula de DNA expõe basicamente dois tipos de danos: mutações
genicas e quebrada.
A mensagem codificada no DNA pode sofer alterações pala ação das
radiações ionisantes.Estas alterações podem ser resultar em diverssos
efeitos, ou mesmo, não resultar em efeito nenhum.
O efeito das radiações
O efeito das radiações num indivíduo depende basicamente da dose
absorvida (alta/baixa), da taixa de exposição (cronica/aguda) e da forma de
exposição (corpo inteiro/localizada).
Qualquer dose absoevida, icluseve das doses provenientes de radiação
natural, pode induzir câncer ou matar células.
Quanto maior a taxa de doses recebidas maior é a probalidade de danos,
câncer e morte celular.
As radiações tem a capacidade de alterar as características fisicas-
quimicas das células. AS mais afetadas são es células com alta taxa de
22
proliferação, como as reprodutivas e as da medula que são as
radiossensíveis.
O princípio da tomografia consiste em ligar o tubo de raios X a uma filme
radiográfico por um braço rígido que gira ao redor de um determinado
ponto, assim durante a rotação do braço, produz-se a translação
simultânea e homotética do foco (alvo) e do filme. Assim, os pontos do
plano de corte dão uma imagem nítida, enquanto que nos demais
planos, a imagem sai desfocada.
Caso Cesio 137
O acidente radiológico de Goiânia, amplamente conhecido como acidente com
o Césio-137, foi um grave episódio de contaminação por radioatividade
ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de setembro de 1987,
quando um aparelho utilizado em radioterapias foi encontrado dentro de uma
clínica abandonada, no centro de Goiânia, em Goiás . Foi classificado como
nível 5 (acidentes com consequências de longo alcance) na Escala
Internacional de Acidentes Nucleares, que vai de zero a sete, onde o menor
valor corresponde a um desvio, sem significação para segurança, enquanto no
outro extremo estão localizados os acidentes graves .
O instrumento foi encontrado por catadores de um ferro velho do local, que
entenderam tratar-se de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros,
gerando um rastro de contaminação, o qual afetou seriamente a saúde de
centenas de pessoas. O acidente com Césio-137 foi o maior acidente
radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares.
Radiações não ionizantes
Quando a radiação ao atingir um átomo não tem a capacidade de
ioniza-lo, ocorre a “excitação”, ou seja, cede parte ou toda sua energia
promovendo alterações ou perturbações no movimento orbital do(s)
elétron(s) do átomo, com o aumento da energia interna no(s) elétron (s)
do átomo com o(s) qual(is) interagiu.
Existem vários tipos de radiações não ionizantes:
- Ultravioleta (UV);
- Visível (V);
- Infravermelha (IV);
- Laser;
- Microondas;
23
- Radiofrequências.
Os efeitos no organismo humano
Os efeitos no organismo humano dependem da frequência, da potência
dos geradores e do tempo de exposição, classificando-se em
térmicos e magnéticos:
•Térmicos: queimaduras (internas e externas)
•Magnéticos: Elevação da pressão arterial
•Distúrbios cardiovasculares e endócrinos
•Alterações no sistema nervoso central
3. Riscos Quimicos
ANTECEDENTES GERAIS
Os diversos agentes químicos que podem poluir um local de trabalho e entrar
em contato com o organismo dos trabalhadores podem apresentar uma ação
localizada ou serem distribuídos aos diferentes órgãos e tecidos, levados pelos
fluidos internos (sangue e outros), produzindo uma ação generalizada.
Por este motivo as vias de ingresso destas substâncias ao organismo são:
inalação;
absorção cutânea;
ingestão.
Inalação: constitui a principal via de ingresso de tóxicos, já que a superfície dos
alvéolos pulmonares representa, no homem adulto, uma superfície entre 80 a
90 m2 Esta grande superfície facilita a absorção de gases e vapores, os quais
podem passar ao sangue, para serem distribuídos a outras regiões do
organismo.
Alguns sólidos e líquidos ficam retidos nesses tecidos, podendo produzir uma
ação localizada, ou dissolvem-se para serem distribuídos através do aparelho
circulatório.
24
Sendo o consumo de ar de 10 a 20 kg diários, dependendo fundamentalmente
do esforço físico realizado, é fácil chegar à conclusão que mais de 90% das
intoxicações generalizadas tenham esta origem.
Absorção cutânea: quando uma substância de uso industrial entra em contato
com a pele, podem acontecer as seguintes situações:
A pele e a gordura protetora podem atuar como uma barreira protetora efetiva.
O agente pode agir na superfície da pele, provocando uma irritação primária.
A substância química pode combinar com as proteínas da pele e provocar uma
sensibilização.
O agente pode penetrar através dela, atingir o sangue e atuar como um tóxico
generalizado. Assim, por exemplo, o ácido cianídrico, mercúrio, chumbo
tetraetila (usado nas gasolinas como antidetonante), alguns defensivos
agrícolas, etc, São substâncias que podem ingressar através da pele,
produzindo uma ação generalizada.
Apesar destas considerações, normalmente a pele é uma barreira bastante
efetiva para os diferentes tóxicos, e são poucas a substâncias que conseguem
ser absorvidas em quantidades perigosas. Por essas razões, as medidas de
prevenção de doenças, nesses casos, devem incluir a proteção da superfície
do corpo.
Ingestão: representa apenas uma via secundária de ingresso de tóxicos no
organismo, já que nenhum trabalhador ingere, conscientemente, produtos
tóxicos.
Isto pode acontecer de uma forma acidental ou ao engolir partículas que
podem ficar retidas na parte superior do trato respiratório ou ainda ao inalar
substâncias em forma de pós ou fumos. Além do já exposto, temos que
considerar que o aparelho digestivo formado de tal modo que seleciona os
materiais úteis ao organismo, e rejeita os que não lhe servem.
LIMITES DE TOLERÂNCIA - AGENTES QUÍMICOS
A presença de agentes químicos, físicos ou biológicos no ambiente de trabalho
oferece um risco à saúde dos trabalhadores. Entretanto, o fato de estarem
expostos a estes agentes agressivos não implica, obrigatoriamente, que estes
trabalhadores venham a contrair uma doença do trabalho.
Para que os agentes causem danos à saúde, é necessário que estejam acima
de uma determinada concentração ou intensidade, e que o tempo de exposição
a esta concentração ou intensidade seja suficiente para uma atuação nociva
destes agentes sobre o ser humano.
Vemos, portanto, que é muito importante fazermos uma avaliação quantitativa
do agente, bem como avaliarmos o tempo real de exposição do trabalhador a
este agente (qualidade - quantidade tempo de exposição).
Denominamos “Limites de Tolerância” àquelas concentrações dos agentes
químicos ou intensidade dos agentes físicos presentes no ambiente do
trabalho, sob as quais os trabalhadores podem ficar expostos durante toda a
sua vida laboral, sem sofrer efeitos adversos a sua saúde.
Estes limites têm por objetivo garantir a proteção da saúde, mas o seu caráter
não é absoluto, refletindo, únicamente, o estado em que se encontram os
conhecimentos em um dado momento.
Eles são baseados na melhor informação disponível, proveniente da
experiência industrial e de estudos experimentais com animais.
25
Por isto, podem sofrer alterações de ano para ano, conforme se constate que o
limite, anteriormente fixado, não está protegendo efetivamente o trabalhador.
Os limites de tolerância representam um instrumento essencial no controle dos
ambientes de trabalho, ajudando a eliminar os riscos advindos da presença de
agentes ambientais. Isto porque eles possibilitam a comparação dos resultados
com avaliações de campo com valores padrões, servindo então como guias de
prevenção.
Na década de 1920 à 1930, começaram a ser propostos alguns limites, sendo
os primeiros a aparecerem os do monóxido de carbono, óxido de zinco e das
poeiras de fluoretos. Atualmente a maioria das substâncias mais comumente
usadas e transformadas na indústria tem seus limites fixados, e, a cada ano,
outras tantas vão sendo adicionadas às tabelas já existentes.
Um dos valores universalmente aceitos pelos EEUU, América Latina e outros
países são aqueles publicados anualmente, desde 1947, pela “America
conference or Governmental Industrial Hygienists” - A.C.G.I.H. -, os quais são
revisados permanentemente.
Estes valores devem ser entendidos como um guia para profissionais que
trabalham em Higiene Industrial, e nunca como valores rígidos de separação
entre concentrações seguras e perigosas.
No Brasil, até o ano de 1978, determinava os trabalhos insalubres, baseando-
se apenas no aspecto qualitativo do agente.
Atualmente, está em vigor a Portaria 3214/78, do Ministério do Trabalho, que
fixa limites de tolerância para as substâncias químicas, através dos Anexos nº
11 e 12 de sua Norma Regulamentadora nº 15 - “Atividades e Operações
Insalubres”.
Esta foi uma grande meta alcançada pelo País, no tocante à Saúde
Ocupacional, possibilitando equipararmo-nos hoje às grandes nações do
mundo, que muito se têm preocupado com a preservação da integridade física
de seus trabalhadores.
As substâncias anteriormente existentes na Portaria 491/65, que não tiveram
seus limites de tolerância fixados pela atual Legislação Brasileira, estão
relacionadas no anexo nº 13 da cotada Norma Regulamentadora (NR) 15.
No final do tópico “Limite de Tolerância”, são transcritos na íntegra os Anexos
nº 11, 12 e 13 da NR 15, Portaria 3214/78.
Muitos países já elaboram tabelas de limites de tolerância (LT), mas elas
divergem muito entre si, ou devido às características do trabalho de cada país,
ou devido à maneira como os limites foram estabelecidos.
A ação da substância no corpo, vai depender das suas
características químicas.
Ácido forte (muriático): podem ocorrer queimaduras na pele, se o ácido cair
na mão ou outra parte do corpo, ou queimaduras no nosso nariz, até na
garganta, se nós respirarmos o gás que sai do frasco.
Tinta com solvente: ao respirar o vapor que sai da tinta, pode gerar dor de
cabeça, tontura, enjôo, sentir dificuldade para dormir, fraqueza, e com o tempo
26
pode ter perda de memória e outros sintomas que podem ser devido ao
solvente.
Narcóticos: produzem inconsciência (clorofórmio, éteres, álcoois, acetonas)
Asfixiantes: impedem o organismo de obter ou utilizar o oxigênio do ar
atmosférico (monóxido de carbono (CO), metano, acetileno, etc). Causam:
dores de cabeça, naúseas, sonolência, convulsões, coma, morte.
Irritantes e corrosivos: provocam alterações na pele ou mucosas (cimento,
ácidos, bases).
Anestésicos: a maioria dos solventes orgânicos. Ação depressiva sobre o
sistema nervoso, danos aos diversos órgãos e ao sistema formador do sangue
( benzeno ) e outros. Ex: butano, aldeídos, cetonas, cloreto de carbono,
tricloroetileno, benzeno, tolueno, xileno, álcoois.
Teratogênicos: produzem malformações no feto (substâncias radioativas).
Fumos metálicos: Doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de fumos
metálicos e intoxicação específica, de acordo com o metal. (soldagem,
derretimento de chumbo)
Fatores que influenciam a toxidade dos contaminantes
ambientais
Concentração: quanto maios, mais rapidamente seus efeitos nocivos se
manifestaram no organismo.
Índice respiratório: quantidade de ar inalado pelo trabalhador durante a
jornada de trabalho.
Sensibilidade individual: nível de resistência.
Toxicidade: potencial tóxico da substância no organismo.
Tempo de exposição: do organismo ao contaminante.
Medidas de controle
Proteção coletiva: ventilação e exaustão do ponto de operação, substituição do
produto utilizado por outro menos tóxico, redução do tempo de exposição,
conscientização dos riscos no ambiente.
Chuveiros de emergência, lava-olhos, extintores de incêndio, capelas de
exaustão,
Proteção individual: fornecimento de EPI.
Ex: luvas, óculos, máscaras, botas, aventais, creme protetor.
27
4 Riscos Biologicos
A preocupação com riscos biológicos surgiu a partir da constatação dos
agravos à saúde dos profissionais que exerciam atividades em laboratórios
onde se dava a manipulação com microrganismos e material clínico desde o
início dos anos 40.
Os riscos biológicos, no âmbito das Normas Regulamentadoras de
Segurança e Saúde no Trabalho - NR incluem-se no conjunto dos riscos
ambientais, junto aos riscos físicos e químicos, conforme pode ser observado
pela transcrição do item 9.1.5 da Norma Regulamentadora nº. 9 – Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA:
9.1.5 Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os
agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes
de trabalhoque, em função de sua natureza, concentração ou
intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos
à saúde do trabalhador.
Os riscos biológicos surgem do contato de certos microrganismos e
animais peçonhentos com o homem em seu local de trabalho. Para fins de
aplicação desta NR, considera-se Risco Biológico a probabilidade da
exposição ocupacional a agentes biológicos.
Agentes biológicossão definidos como sendo todo aquele que contenha
informação genética e seja capaz de autorreprodução ou de se reproduzir em
um sistema biológico. Incluem bactérias, fungos, clamídias, riquétsias,
micoplasmas, príons, parasitos, linhagens celulares, os bacilos, protozoários,
parasitas, vírus, entre outros.
Esses agentes são capazes de provocar dano à saúde humana, podendo
causar infecções, efeitos tóxicos, efeitos alergênicos, doenças auto-imunes e a
formação de neoplasias e malformações.
Podem ser assim subdivididos:
a) Microrganismos, formas de vida de dimensões microscópicas,
visíveis individualmente apenas ao microscópio - entre aqueles que
causam dano à saúde humana, incluem-se bactérias, fungos, alguns
parasitas (protozoários) e vírus;
28
b) Microrganismos geneticamente modificados, que tiveram seu mate-
rial genético alterado por meio de técnicas de biologia molecular;
c) Culturas de células de organismos multicelulares, o crescimento in
vitro de células derivadas de tecidos ou órgãos de organismos multi-
celulares em meio nutriente e em condições de esterilidade - podem
causar danos à saúde humana quando contiverem agentes biológicos
patogênicos;
d) Parasitas, organismos que sobrevivem e se desenvolvem às expensas
de um hospedeiro, unicelulares ou multicelulares - as parasitoses são
causadas por protozoários, helmintos (vermes) e artrópodes (piolhos e
pulgas);
e) Toxinas, substâncias secretadas (exotoxinas) ou liberadas (endotoxi-
nas) por alguns microrganismos e que causam danos à saúde humana,
podendo até provocar a morte - como exemplo de exotoxina, temos a
secretada pelo Clostridium tetani, responsável pelo tétano e, de
endotoxinas, as liberadas por Meningococcus ou Salmonella;
f) Príons, estruturas protéicas alteradas relacionadas
como agentes etiológicos das diversas formas de
encefalite espongiforme - exemplo: a forma bovina,
vulgarmente conhecida por “mal da vaca louca”,
que, atualmente, não é considerada de risco
relevante para os trabalhadores dos serviços de
saúde.
OBERSAVAÇÃO:
Não foram incluídos como agentes biológicos os organismos multicelulares, à
exceção de parasitas e fungos.
Diversos animais e plantas produzem ainda substâncias alergênicas, irritativas
e tóxicas com as quais os trabalhadores entram em contato, como pêlos e
pólen, ou por picadas e mordeduras.
29
Os agentes biológicos patogênicos para o homem, animais e plantas são
distribuídos em classes de risco biológico em função de diversos critérios tais
como:
a) A gravidade da infecção,
b) Do nível de sua capacidade de se disseminar no meio ambiente,
c) Estabilidade,
d) Endemicidade,
e) Modo de transmissão,
f) Da existência ou não de medidas profiláticas, como vacinas e
g) Da existência ou não de tratamentos eficazes;
CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES BIOLÓGICOS
As classificações existentes (OMS – Organização Mundial da Saúde, CEE –
Conselho Estadual de Educação, CDC–NIHCentro de Controle de Doenças e
Instituto Nacional da Saúde) são bastantes similares, dividindo os agentes em
quatros classes:
Classe de
Risco
Risco
individual
Risco de
propagação
à
coletividad
e
Profilaxia
ou
tratamento
eficaz
1 baixo baixo –
2 moderado baixo existem
3
elevado moderado
nem sempre
existem
4
elevado elevado
atualmente
não
existem
Classe 1 – onde se classificam os agentes que não apresentam riscos para o
manipulador, nem para a comunidade(ex.: E. coli, B. subtilis – agentes não
patogênicos).
Classe 2 – apresentam risco moderado para o manipulador e frasco para a
comunidade e há sempre um tratamento preventivo, (ex.: bactérias -
30
Clostridium tetani, Klebsiellapneumoniae, Staphylococcus aureus; vírus - EBV,
herpes; fungos - Candidaalbicans; parasitas - Plasmodium, Schistosoma).
Classe 3 - são os agentes que apresentam risco grave para o manipulador e
moderado para a comunidade, sendo que as lesões ou sinais clínicos são
graves (ex.: bactérias - Bacillusanthracis, Brucella, Chlamydiapsittaci,
Mycobacterium tuberculosis; vírus - hepatites B e C, HTLV 1 e 2, HIV, febre
amarela, dengue; fungos - Blastomycesdermatiolis, Histoplasma; parasitos -
Echinococcus, Leishmania, Toxoplasma gondii, Trypanosoma cruzi).
Classe 4- os agentes desta classe apresentam risco grave para o manipulador
e para a comunidade, não existem tratamentos e os riscos são graves (ex:
vírus de febres hemorrágicas).
RISCOS À SAÚDE
Podem causar as seguintes doenças: Tuberculose, intoxicação alimentar,
fungos (microrganismos causadores infecções), brucelose, malária, febre
amarela.As formas de prevenção para esses grupos de agentes biológicos
são: vacinação, esterilização, higiene pessoal, uso de EPI, ventilação,
controle médico e controle de pragas.
FONTES DE EXPOSIÇÃO E RESERVATÓRIOS
As fontes de exposição incluem pessoas, animais, objetos ou substâncias que
abrigam agentes biológicos, a partir dos quais torna-se possível a transmissão
a um hospedeiro ou a um reservatório.
VIAS DE TRANSMISSÃO E DE ENTRADA
A transmissão pode ocorrer das seguintes formas:
1. Direta - transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos
ou vetores. Exemplos: transmissão aérea por bioaerossóis, transmissão
por gotículas e contato com a mucosa dos olhos;
31
2. Indireta - transmissão do agente biológico por meio de veículos ou vetores.
Exemplos: transmissão por meio de mãos, perfurocortantes, luvas, roupas,
instrumentos, vetores, água, alimentos e superfícies.
As vias de entrada são os tecidos ou órgãos por onde um agente penetra em
um organismo, podendo ocasionar uma doença. Pode ser por via cutânea,
parenteral, intramuscular, subcutânea, por contato direto com as mucosas, por
via respiratória e por via oral.
Os riscos biológicos podem estar relacionados com a manipulação de:
 Agentes patogênicos selvagens;
 Agentes patogênicos atenuados;
 Amostras biológicas;
 Agentes patogênicos que sofreram processo de recombinação;
 Culturas e manipulações celulares (transfecção, infecção)
 Animais
RiscosBiológicossãodecorrentesdaexposiçãoàagentespotencialmentepatog
ênicosquepodemcausarinfecçõesgraves
FORMAS DE VEICULAÇÃO DE AGENTES PATOGÊNICOS:
32
 Aeróssois;
 Poeiras;
 Alimentos;
 Instrumentoslaboratoriais;
 Água;
 Culturas;
 Amostras biológicas (sangue, urina, escarros, secreções, etc).
A exposição ocupacional a agentes biológicos decorre da presença
desses agentes no ambiente de trabalho, podendo-se distinguir duas
categorias de exposição:
1. Exposição derivada da atividade laboral que implique a utilização ou
manipulação do agente biológico, que constitui o objeto principal do trabalho. É
conhecida também como exposição com intenção deliberada.
2. Exposição que decorre da atividade laboral sem que essa implique na
manipulação direta deliberada do agente biológico como objeto principal do
trabalho. Nesses casos a exposição é considerada não-deliberada.
Alguns exemplos de atividades: atendimento em saúde, laboratórios clínicos
(com exceção do setor de microbiologia), consultórios médicos e odon-
tológicos, limpeza e lavanderia em serviços de saúde.
CADEIA EPIDEMIOLÓGICA
33
É composta dos seguintes elos:
Os principais focos de atenção devem ser o surgimento ou identificação
de novos problemas de saúde e novos agentes infecciosos e a mudança no
comportamento epidemiológico de doenças já conhecidas, incluindo a introdu-
ção de agentes já conhecidos em novas populações de hospedeiros
suscetíveis, como, por exemplo, trabalhadores imunodeprimidos.
a) os dados disponíveis sobre riscos potenciais para a saúde;
b) medidas de controle que minimizem a exposição aos agentes;
c) normas e procedimentos de higiene;
d) utilização de equipamentos de proteção coletiva, individual e
vestimentas de trabalho;
e) medidas para a prevenção de acidentes e incidentes;
f) medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de
ocorrência de incidentes e acidentes.
MEDIDAS PARA O CONTROLE DE RISCOS NA FONTE, QUE
ELIMINEM OU REDUZAM A PRESENÇA DOS AGENTES BIOLÓGICOS
 Redução do contato dos trabalhadores do serviço de saúde, bem
como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à
34
saúde com pacientes-fonte (potencialmente portadores de agentes
biológicos), evitando-se procedimentos desnecessários;
 Afastamento temporário dos trabalhadores do serviço de saúde,
bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência
à saúde com possibilidade de transmitir agentes biológicos;
 Eliminação de plantas presentes nos ambientes de trabalho;
 Eliminação de outras fontes e reservatórios, não permitindo o acúmu-
lo de resíduos e higienização, substituição ou descarte de equipamen-
tos, instrumentos, ferramentas e materiais contaminados;
 Restrição do acesso de visitantes e terceiros que possam
representar fonte de exposição;
 Manutenção do agente restrito à fonte de exposição ou ao seu am-
biente imediato, por meio do uso de sistemas fechados e recipientes
fechados, enclausuramento, ventilação local exautora, cabines de se-
gurança biológica, segregação de materiais e resíduos, dispositivos de
segurança em perfurocortantes e recipientes adequados para descarte
destes perfurocortantes.
MEDIDAS DE CONTROLE
Os trabalhadores devem comunicar imediatamente todo acidente ou
incidente, com possível exposição a agentes biológicos, ao responsável pelo
local de trabalho e, quando houver, ao serviço de segurança e saúde do
trabalho e à CIPA.São medidas necessárias para a eliminação e a minimização
dos riscos ocupacionais.
Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade
técnica da adoção de medidas de proteção coletiva, ou quando estas não
forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou
implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, deverão ser
adotados outras medidas, obedecendo-se a seguinte hierarquia:
35
a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho;
b) utilização de equipamento de proteção coletiva – EPCe individual - EPI.
5. Riscos ergonômicos
Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do
trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de
risco ergonômico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho,
monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc.
RISCOS ERGONÔMICOS CONSEQÜÊNCIAS
• Esforço físico
• Levantamento e transporte
manual de pesos
• Exigências de posturas
Cansaço, dores musculares, fraquezas,
hipertensão arterial, diabetes, úlcera, doenças
nervosas, acidentes e problemas da coluna
vertebral.
• Ritmos excessivos
• Trabalho de turno e noturno
• Monotonia e repetitividade
• Jornada prolongada
• Controle rígido da
produtividade
• Outras situações (conflitos,
ansiedade,responsabilidade)
Cansaço, dores musculares, fraquezas,
alterações do sono, da libido e da vida social,
com reflexos na saúde e no comportamento,
hipertensão arterial, taquicardia, cardiopatia,
asma, doenças
nervosas, doenças do aparelho digestivo
(gastrite, úlcera, etc.), tensão, ansiedade, medo
e comportamentos estereotipados.
36
Riscos Ergonômicos:
Deitada
 Não há concentração de
tensão
 Sangue flui livremente
 Gasto energético mínimo
 Mais recomendada
Sentada
 Atividade do dorso e do
ventre
 Peso concentrado nas
nádegas (osso ísquio)
 Mais 3 a 10% de consumo de
energia
 Variabilidade para reduzir a
fadiga
37
Em Pé
 Altamente fatigante
 Trabalho estático da
musculatura
 Bombeamento do coração é
mais difícil
 Postura estática, maior custo
Imposição de ritmos excessivos
Trabalhos em turno ou noturno
Jornada prolongada de trabalho
Monotonia e repetitividade
Outras situações causadoras de
“Stress” físico e/ ou psíquico.
Riscos Ergonômicos:
Esforço físico intenso
Levantamento e Transporte manual
do peso
38
Exigência de postura inadequada
Controle rígido de produtividade
39
Ergonomia pode ser considerada uma disciplina que estuda as relações entre o
homem e seu ambiente de trabalho.
ERGONOMIA
ERGOR = TRABALHO
NOMOS = LEIS
LEIS DO TRABALHO
A ergonomia aplicada nas diferentes esferas industriais tem como objetivo
prático obter segurança e satisfação e principalmente o bem estar dos
colaboradores em seu relacionamento com o sistema produtivo, diminuindo
assim o número de casos de doenças ocupacionais.
Numa empresa a ergonomia estuda a relação entre trabalho x homem
analisando e avaliando os seguintes itens:
• Mobiliário;
• Iluminamento;
• Organização;
• Equipamentos;
• Ferramentas;
• Temperatura do ambiente;
• Vestimentas;
• Velocidade de deslocamento do ar, dentre outras.
A ergonomia contribui também para melhorar a eficiência, confiabilidade,
qualidade das operações e cosequente diminuição dos casos de doenças
ocupacionais como a D.O.R.T..
Vantagens de se aplicar a ergonomia na empresa
Maior produtividade Menos ações judiciais
Mais motivação Menos afastamentos
Melhor qualidade de
vida
Menos insatisfação no
trabalho
Melhor condição física
e emocional
Menos prejuízos para a
empresa e sociedade
Mais segurança
Menos faltas por dispensas
médicas
Nos dias de hoje, "tempos modernos", as questões relacionadas com a
ergonomia estão cada vez mais presentes nos locais de trabalho e a relação
"Homem x Máquina" esta cada vez mais harmônica.
Há rumores de que tramita no Congresso Nacional, em Brasília, uma
determinação onde todas as empresas serão obrigadas a implantar a ginástica
laboral em seus estabelecimento. Se isso for realmente verdade estaremos
dando um passo muito importante nas ações em prol do bem estar dos
colaboradores em seus postos de trabalho.
Para realizar uma análise ergonomica eficaz num posto de trabalho, diversos
aspectos humanos devem ser observados, tais como: altura do operador em
relação a máquina, tipo de atividade física que o mesmo realiza, peso, etc.,
bem como outros fatores como por exemplo:
• Homem - características físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais do
trabalho, influência do sexo, idade, treinamento, motivação, etc.;
• Máquina - entende-se por máquina toda a ajuda material que o homem
utiliza no seu trabalho, englobando os equipamentos, ferramentas,
mobiliário e instalação;
• Ambiente - características do espaço físico que envolvem o homem
durante sua jornada de trabalho, como por exemplo: espaço suficiente
para realizar seus movimentos em um posto de trabalho, iluminação
adequada e suficiente para uma boa visualização dos equipamentos e
materiais dos quais o homem utiliza em sua atividade profissional,
temperatura ambiente adequada, etc.;
• Informação - refere-se as comunicações existentes entre os elementos
da equipe de trabalho;
• Organização - refere-se ao andamento dos setores quanto à limpeza,
organização, horários, transmissão correta das informações, sincronia,
etc.;
• Consequências do trabalho - fadiga, gasto energético, estresse,
número de acidentes no setor, etc..
Levando em consideração estes aspectos, podemos observar que uma das
causas de inúmeros problemas ergonômicos é a má postura. Geralmente a má
postura está relacionada com:
• herança genética;
• maus hábitos;
• enfermidades;
• sedentarismo;
• atitudes mentais;
• indumentárias impróprias, etc.
Sendo assim as consequências relacionadas com a má postura podem ser
exemplificadas com problemas musculares que provocam dores fortes e
insuportáveis e problemas como cifose e hiponordose.
Outro vilão que ronda os postos de trabalho causando inúmeros problemas de
ordem ergonomica são os esforços repetitivos. São caracterizados dois tipos
de trabalho repetitivo, conforme as características do ciclo de repetição, são
eles:
Caracterizando o trabalho repetitivo
Trabalho repetitivo Ciclo </= 2 minutos
Trabalho altamente
repetitivo
Ciclo </= 30
segundos
Através da caracterização dos esforços repetitivos poderemos avaliar um
determinado posto de trabalho e os movimentos que o colaborador realiza
durante sua jornada de trabalho. Se por intermédio desta avaliação o
profissional técnico em segurança chegar a conclusão de que aquele posto de
trabalho exige do colaborador inúmeros movimentos idênticos na sua jornada e
não fazer nada para amenizar a situação, sem sombra de dúvidas as
consequências para este colaborador e tantos outros que realizam a mesma
atividade serão as piores possíveis.
O mais conhecido problema advindo de esforços repetitivos é hoje chamado de
D.O.R.T. ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho.
Esta doença se desenvolve gradativamente e possui quatro estágios, são eles:
Estágio I
A - Sensação de peso e desconforto no membro afetado;
B - Dor espontânea no local, as vezes com pontadas ocasionais durante a
jornada de trabalho, porém ainda não interferem na produtividade. Esta dor é
leve e melhora com o repouso.
C - Não há sinais clínicos, a dor pode se manifestar durante um exame clínico
à palpação da massa muscular envolvida. Prognóstico bom.
Estágio II
Dores mais persistentes e intensas. Aparece durante a jornada de trabalho de
forma intermitente, é tolerável e permite o desempenho da atividade, porém
afeta o rendimento nos períodos de exacerbação.
É mais localizada e pode vir acompanhada de formigamento e calor, além de
leves distúrbios de sensibilidade.
os sinais clínicos de modo geral continuam ausentes. Podem ser observados,
por vezes, pequenas nodulações e dor ao apaupar o músculo, prognóstico
favorável.
Estágio III
A dor torna-se mais persistente, mais forte e tem irradiação mais definida. O
repouso em geral só atenua a intensidade, porém, nem sempre a dor
desaparece por completo.
Nesta fase a dor aparece com mais frequência fora da jornada de trabalho,
especialmente a noite. Perde-se um pouco da força muscular e causa uma
sensível queda de rendimento profissional quando não, impossibilita o
colaborador de executar a sua função na empresa.
Os trabalhos domésticos também passam a ser limitados e muitas vezes não
podem ser executados. Os sinais clínicos estão presentes. O edema é
frequente, assim como a transpiração e a alteração de sensibilidade.
A paupação e mobilidade são dolorosas e o retorno ao trabalho neste estágio
da doença passa a ser problemático. Prognóstico reservado.
Estágio IV
Neste estágio as dores passam a ser mais fortes e contínua, por vezes
insuportável, levando a intenso sofrimento. A dor se acentua com os
movimentos estendendo-se a todo o membro afetado.
Perda de força e dos movimentos. Edema persistente e podem aparecer
deformidades, hipotrofias por desuso. A capacidade de trabalho é anulada e a
invalidez se caracteriza pela impossibilidade de um trabalho produtivo e
regular.
As atividades do cotidiano são muito prejudicadas nestes estágios e, são
comuns as alterações psicológicas com quadros de depressão, anciedade e
angústia.
Normas e prevenção
Nós, como profissionais da área de segurança do trabalho, devemos nos
atentar para as diretrizes da NR-17 que trata sobre os procedimentos
relacionados com a Ergonomia, para que possamos transformar o ambiente de
trabalho adequado aos colaboradores em seus postos de trabalho. Mas, como
este assunto é muito amplo, nós não podemos ficar presos apenas ao
conteúdo desta NR, devemos sempre estar atualizados com o assunto, visto
que as mudanças neste campo é muito dinâmica. Portanto, para que isso
aconteça devemos sempre estar pesquisando em fontes diversas novos
procedimentos, surgimento de novos problemas ergonômicos, suas soluções,
etc., para que assim consigamos tornar agradável o ato de trabalhar.
Em se tratando de normas, não podemos deixar passar em branco que temos
como base legal a NR-17, norma específica para o assunto Ergonomia.
Portanto, vou relatar alguns pontos importantes contiddos em suas diretrizes,
lembrando que você poderá visualizar a norma completa através do site do
Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, ou baixá-la através da seção de
download de mei site.
Esta norma dita procedimentos a serem aplicados nos estabelecimentos onde
existam trabalhadores executando qualquer atividade profissional,
principalmente aquelas em que exectam-se levantamento, transporte e
descarga individual de materiais, diferenciando os casos em que o indivíduo
seja mulher, menores e idoses que, nestes casos deverão ser tomados
cuidados especiais.
6.Programas de Controle Medico de Saúde Ocupacional-
PCMSO:
A NR 7 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por
parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores
como empregados,
do Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da
saúde do conjunto dos seus trabalhadores.
Todos os trabalhadores devem ter o controle
de sua saúde de acordo com os riscos
a que estão expostos.
Além de ser uma exigência legal prevista no art. 168 da CLT, está respaldada
na Convenção 161 da Organização Internacional do Trabalho - OIT,
respeitando princípios éticos, morais e técnicos.
O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames
médicos:
a) admissional;
b) periódico;
c) de retorno ao trabalho;
d) de mudança de função;
e) demissional.
7. PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS
AMBIENTAIS
A NR 9 visa à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores,
através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da
ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no
ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e
dos recursos naturais.
As ações do PPRA devem ser desenvolvidas
no âmbito de cada estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do
empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e
profundidade dependentes das características
dos riscos e das necessidades de controle.
Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos
existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza,
concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar
danos à saúde do trabalhador.
O PPRA deverá incluir as seguintes etapas:
a) antecipação e reconhecimentos dos riscos;
b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle;
c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores;
d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia;
e) monitoramento da exposição aos riscos;
f) registro e divulgação dos dados.

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  • 1. INSTITUTO TECNOLÓGICO DE ESTUDOS PROFISSIONAIS DA AMAZÔNIA DISCIPLINA:SAÚDE, HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO 1.Doenças Profissionais x Doenças Ocupacionais A doença profissional é aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar à determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e Emprego e o da Previdência Social. Ex: Saturnismo (intoxicação provocada pelo chumbo) e Silicose (sílica). Já a doença do trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente (também constante da relação supracitada). Ex: Disacusia (surdez) em trabalho realizado em local extremamente ruidoso. Ressalte-se que ambas são aplicadas aos casos de auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez. 2. Riscos Fisicos São as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores. São os riscos gerados pelos agentes que têm capacidade de modificar as características físicas do meio ambiente. Por exemplo, a existência de um tear numa tecelagem introduz no ambiente um risco do tipo aqui estudado, já que tal máquina gera ruídos, isto é, ondas sonoras que irão alterar a pressão acústica que incide sobre os ouvidos dos operários. Os riscos físicos se caracterizam por: Exigirem um meio de transmissão (em geral o ar) para propagarem sua nocividade. 1
  • 2. Agirem mesmo sobre pessoas que não têm contato direto com a fonte do risco. Em geral ocasiona lesões crônicas, mediatas.. Alguns exemplos de riscos físicos ruídos (que podem gerar danos ao aparelho auditivo, como a surdez, além de outras complicações sistêmicas); iluminação (que podo provocar lesões oculares), calor, vibrações, radiações ionizantes (corno os Raios-X) ou não-ionizantes (com a radiação ultravioleta), pressões anormais. Vale aqui destacar que a gravidade (e até mesmo a existência) de riscos deste tipo depende de sua concentração no ambiente de trabalho. Uma fonte de ruídos, por exemplo, pode não se constituir num problema (e, por vezes, é até solução contra inconvenientes como a monotonia), mas pode vir a se constituir numa fonte geradora de uma surdez progressiva, e até mesmo de uma surdez instantânea (por exemplo, um ruído de impacto que perfure o tímpano), tudo depende da intensidade e demais características físicas do ruído por ela gerado. 2.1 Calor/ Frio Mecanismos envolvidos nas trocas térmicas Condução: Dois corpos em contato um com o outro, se estiverem a temperaturas diferentes, ocorrerá de o de temperatura mais alta ceder calor para o de menor temperatura, até o equilíbrio térmico. Esta troca de calor, pelo contato dos corpos é chamada de condução. Condução/Convecção: As trocas térmicas entre corpos ocorrem, mesmo distanciadas uns dos outros, através de um fluído, que nos ambientes de trabalho, o fluido mais comum é o ar. A troca inicialmente acontece por condução, com o corpo quente cedendo calor ao ar em volta do corpo quente. O ar ao ser aquecido fica menos denso, criando um movimento ascendente, deslocando-se para cima, vindo novo volume de ar mais frio substituí-lo. O ar aquecido será levado para outros corpos mais distantes, levando o calor recebido. As trocas que são feitas através de um fluxo que se desloca são chamadas de convecção. Radiação: Os corpos quentes irradiam energia infravermelha, transportando o calor mesmo independente de existir um meio. Os corpos mais quentes cedem calor aos mais frios nas proximidades. Estas trocas acontecem por radiação. 2
  • 3. Evaporação: Um líquido que envolve um sólido, em temperatura elevada, transforma-se em vapor, fluindo para o ambiente. Este fenômeno é chamado de evaporação. Haverá mais ou menos evaporação, dependendo das condições do ambiente quanto à umidade relativa do ar, à velocidade do ar e temperatura do ar. A equação de trocas térmicas entre o organismo humano e o meio ambiente é: M + C + R – E = S Sendo: M – Calor produzido pelo metabolismo; C – Calor ganho ou perdido por condução/convecção; R – Calor ganho ou perdido por radiação; E – Calor perdido por evaporação; S = Calor acumulado no organismo ( Sobrecarga térmica). Equilíbrio Homeotérmico Para Baixas Temperaturas: Em ambientes considerados frios, quando a temperatura do ar do ambiente é menor que a temperatura da pele de quem se expõe, considerada em torno de um valor médio de 35º C, o calor é cedido ao meio ambiente pelo corpo humano, por condução/convecção (C), por radiação (R) e pela evaporação (E), cujo equilíbrio ocorre com o calor do metabolismo basal e do trabalho (M), devido à atividade física que se está exercendo: M = C + R + E A equação acima demonstra que está havendo equilíbrio. Uma série de mecanismos é desenvolvida pelo sistema fisiológico para que ocorra tal equilíbrio e seja evitada a hipotermia: • Vaso-constrição periférica: O resfriamento da pele estimula os receptores cutâneos, com o resfriamento do sangue que circula pelos vasos periféricos, indo até o centro termo-regulador, no hipotálamo, que depois de informado de que a temperatura real está abaixo da ideal, envia um sinal para que ocorra um aumento do tônus simpático 3
  • 4. adrenérgico para a pele. De imediato ocorre uma vasoconstrição, fluindo menos sangue pela pele, afim de se evitar mais perda de calor por irradiação e condução; • Diminuição da sudorese: Também acontece a diminuição de funcionamento do simpático colinérgico para a pele, parando a sudorese e com isto diminuindo ou quase eliminando a perda de calor por evaporação; • Tiritar (aumento do calor interno): Pode, ainda, acionar o centro de tiritar que consiste em atritar moléculas com moléculas, passando à formação de calor endógeno; • Aumento do calor interno: Aumentam, também, os níveis de adrenalina e nor-adrenalina que resultam no aumento do metabolismo e no aumento do calor interno; • Autofagia das graxas armazenadas: Transformação química dos lipídios (graxas armazenadas) em glucíodeos de metabolização direta; • Enrugamento da pele: a pele se enruga, principalmente nas extremidades, no objetivo de diminuir a área de contato com o ambiente frio. Para Altas Temperaturas: Em ambientes de temperaturas altas, quando a temperatura do ar do ambiente é maior que 35º C, (temperatura da pele), o calor é cedido pelo meio ambiente para o corpo humano, por condução/convecção (C), por radiação (R) e pelo metabolismo basal e do trabalho, restando como única fonte de perda de calor pela evaporação (E), cujo equilíbrio ocorre, quando atendida a equação a seguir. : E = M + C + R Uma série de reações fisiológicas acontecem para manutenção do equilíbrio térmico de troca de calor entre o corpo e o ambiente: • Vasodilatação periférica: O sangue ao fluir pela pele recebe o calor ambiente, levando a informação através do sangue que se aquece, havendo aumento do calor interno. A informação recebida pelo centro 4
  • 5. termoregulador é de que a temperatura real está maior que a ideal. É, então, de imediato inibido o tônus simpático adrenérgico para a pele, ocorrendo a vasodilatação cutânea, acúmulo de sangue nos plexos subcutâneos e perda de calor por condução e irradiação; • Evaporação: Ocorre a estimulação do simpático colinérgico para as glândulas sudoríparas, com sudorese, com evaporação do suor e consequente perda de calor para o ambiente; o sangue pode chegar a fluir na ordem de 2,6 litros / minuto / m2; • Perda de cloreto de sódio: Com o aumento da sudorese acontece a perda de cloreto de sódio NaCl que pode chegar a 15 g / litro; • Lassitude e adinamia: ocorre a inibição do tônus da musculatura esquelética de modo geral, com lassitude e adinamia, para não ocorrer a geração de calor endógeno; • Queda do calor endógeno: os níveis de adrenalina e nor-adrenalina diminuem, diminuindo também a produção de calor endógeno. 5
  • 6. Para Condições de Sobrecarga Térmica: Nos ambientes muito quentes, muitas vezes desenvolvidos com taxas metabólicas altas por trabalhos pesados, como em metalúrgicas, com fontes de radiação muito fortes (fornos), o centro termoregulador é informado de que a temperatura real está acima da temperatura ideal, desencadeando a reações fisiológicas para perda de calor interno, aumentando o fluxo do sangue que é aquecido mais e mais, aumentado mais ainda o calor interno. Ao invés de perder calor por condução/convecção, acontece exatamente o contrário. A única forma de perder calor passa a ser a evaporação. E < M + C + R (condição de sobrecarga) Passa a existir uma condição de sobrecarga circulatória, mesmo se não existir o trabalho físico. Em condições normais, o fluxo sanguíneo para a pele é de 250 ml com um débito cardíaco de 5 litros por minuto. Num trabalho como o descrito anteriormente, o fluxo sangúineo pode chegar a 1500 ml por minuto. Como consequência da sudorese sempre crescente, há uma diminuição do volume líquido extra-celular. Pode ocorrer a desitradação isotônica, com a perda de sódio no suor. O íon sódio, no início é eliminado em grande quantidade pelo suor, chegando de 15 a 20 gramas por dia. O aumento das solicitações das reações fisiológicas podem levar a uma série de doenças chamadas de Doenças do Calor, que acontecem de imediato. Reaçoes do organismo : - Frio O organismo humano é homeotérmico, ou seja, mantém a temperatura do seu corpo regulada em aproximadamente 36,1ºC. Quando a temperatura do meio externo cai, o organismo começa a perder calor e aciona os horripiladores que são pequenos músculos localizados na raiz dos pelos do corpo. Estes, também conhecidos como arrepios, produzem tremores para gerar calor a partir da queima de carboidratos, gorduras e calorias. Os horripiladores também funcionam como isolantes térmicos, não permitem que o ar frio ultrapasse a barreira da pele e atinja o organismo. 6
  • 7. Algumas alterações no funcionamento do metabolismo também ocorrem para que não haja perda de calor. A pele passa a receber menor quantidade de sangue nos seus vasos mais externos a fim de concentrar maior quantidade de sangue no interior do organismo e assim produzir mais calor. A respiração é afetada, pois suas reações químicas perdem força e ficam mais lentas, levando menos oxigenação para os músculos, o que leva os mesmos a usarem o glicogênio que neles permanecem armazenados. O glicogênio ao ser utilizado produz ácido láctico e este somente é eliminado em determinadas quantidades que ultrapassadas causam respiração ofegante e cansaço. O aparelho urinário passa a trabalhar mais, pois como no frio não se elimina líquido pelo suor, estes passam a ser eliminados pela urina. Os vasos sanguíneos localizados no couro cabeludo se contraem mais do que os vasos internos e essa contração diminui a passagem do sangue nesses vasos, causando dores de cabeça. O apetite aumenta, pois o organismo necessita de gordura, carboidratos e calorias para gerar energia. O coração sofre queda na frequência cardíaca e aumento da pressão sanguínea. - Calor Na medida em que a um aumento de calor ambiental , ocorre uma reação no organismo humano no sentido de promover um aumento da perda de calor . Inicialmente ocorrem reações fisiológicas para promover a perda de calor , mas estas reações , pôr sua vez , provocam outras alterações que, somadas , resultam num distúrbio fisiológico . Os principais mecanismos de defesa do organismo humano , quando submetido a calor intenso , são a vasodilatação periférica e a sudorese . VASODILATAÇÃO PERIFÉRICA Quando a quantidade de calor que o corpo perde por condução - convecção ou radiação é menor que o calor ganho , a primeira ação corretiva que se processa no organismo é a vasodilatação periférica , que implica num maior fluxo de sangue na superfície do corpo e num aumento da temperatura de pele . Estas alterações resultam em um aumento da quantidade de calor perdido ou numa redução do calor ganho . O fluxo de sangue no organismo humano transporta calor do núcleo do corpo para sua superfície , onde ocorrem as trocas térmicas. SUDORESE Outro mecanismo de defesa do organismo é a sudorese . O número de glândulas sudoríparas ativadas é diretamente proporcional ao desequilíbrio térmico existente. 7
  • 8. A quantidade de suor produzido pode , em curtos períodos , atingir até dois litros pôr hora , embora , em um período de várias horas , não exceda a um litro pôr hora . Pela sudorese no ritmo de um litro pôr hora um homem pode , teoricamente perder 600 Kcal/hora para o meio ambiente . DOENÇAS DO CALOR Se o aumento do fluxo de sangue na pele e a produção de suor forem insuficientes para promover a perda adequada de calor , ou se estes mecanismos deixarem de funcionar apropriadamente , uma fadiga fisiológica pode ocorrer . Existem quatro categorias principais de doenças devidas ao calor: _ exaustão do calor ; _ desidratação ; _ câimbras do calor ; _ choque térmico . Medidas Relativas ao Pessoal Como é sabido , há uma série de medidas de controle que podem ser aplicadas diretamente no trabalhador, com o objetivo de minimizar a Sobrecarga Térmica e preservar a sua saúde. Entre elas destacam-se: _Exames Médicos _Aclimatação _Ingestão de Água e Sal _Limitação do Tempo de Exposição _Equipamento de Proteção Individual _Educação e Treinamento _Equipamentos de Proteção Coletiva (enclausuramento da fonte térmica /Barreiras reflexivas ). - Relacoes com o IBUTG Quadro 1 8
  • 9. Quadro 2 Quadro 3 Distúrbios relacionados ao calor e Frio. Há vários tipos de distúrbios onde o calor e o frio produzem efeitos semelhantes. O espasmo muscular que acompanha a hérnia de disco, lombalgias, cervicalgias, e problemas articulares podem ser reduzida por esses dois processos. Aclimatação A aclimatação refere-se às respostas fisiológicas de uma origem mais profunda: a programação hormonal e metabólica que rege não só a sua 9
  • 10. tendência de suar, mas como você vai suar, quando e até mesmo a quantidade de sódio que o seu suor carrega consigo. É como um termostato incrivelmente inteligente. Este sistema de regulação de temperatura é controlado em grande parte por uma colaboração entre o hipotálamo e a glândula pituitária, e gera uma série de respostas fisiológicas. Estas incluem a prontidão com a qual você desvia o sangue para os vasos em sua pele (que tem um efeito de resfriamento), o ritmo e a sensibilidade do seu batimento cardíaco. As respostas fisiológicas também incluem a produção de energia térmica do seu corpo e a distribuição de recursos corporais para proteger o seu fígado, cérebro, rins e outros órgãos vitais. A aclimatação faz com que o corpo sofra alguns ajustes para otimizar a função dessas respostas em relação ao ambiente. Ou seja, um mecanismo de sudorese não configura aclimatação, mas sim a capacidade do seu corpo em se ajustar às temperaturas mais quentes para transpirar mais rápido e mais profusamente, com uma menor concentração de sódio. 2.2 Vibrações Maurice Raynaud, médico francês, foi o primeiro a descrever em 1862, os distúrbios vasculares observados em indivíduos expostos a vibrações de mãos e braços, em sua tese intitulada Local asphyxia and symmetrical gangrene of the extremities . Desde o trabalho pioneiro iniciado em 1911 por Loriga, pesquisador italiano que descreveu a síndrome da vibração nos trabalhadores que operavam marteletes em pedreiras, correlacionando com o fenômeno de Raynaud, muitos pesquisadores têm estudado o assunto, o que resultou em milhares de artigos científicos a respeito das vibrações transmitidas às mãos e braços. Em 1918, Alice Hamilton estudou os mineiros utilizando marteletes em pedreiras em Bedford, Indiana e descreveu uma anemia das mãos. Nos anos 60 e 70, a síndrome da vibração foi associada com a gasolina utilizada nas motosserras no trabalho florestal. Várias conferências internacionais (Dundee em 1972, Cincinnatti em 1975, Ottawa em 1981, Helsinki em 1985, Kanazawa em 1989, Bonn em 1992, Praga em 1995, Umea em 1998,Nancy em 2001 e Las Vegas em 2004) têm contribuído eficientemente para desenvolver a pesquisa e aplicação do conhecimento. GENERALIDADES EM VIBRAÇÕES Um corpo está em vibração quando descreve um movimento oscilatório em torno de um ponto fixo. O número de vezes em que o ciclo completo do 10
  • 11. movimento se repete durante o período de um segundo é chamado de freqüência e, é medido em ciclos por segundo ou Hertz [Hz]. O movimento vibratório pode ser visualizado através de um pêndulo, corda de instrumento musical, corpo em movimento e até mesmo do átomo. Na indústria, a vibração é encontrada nas máquinas girantes. O modelo vibratório é caracterizado pelo deslocamento ao longo do tempo, com o intercâmbio de energia potencial por cinética e vice-versa, resultando em movimento oscilatório. VIBRAÇÕES OCUPACIONAIS Ao contrário de outros agentes, onde o trabalhador é sujeito passivo, expondo- se aos riscos, no caso das vibrações, deve haver, caracteristicamente, o contato entre o trabalhador e o equipamento ou máquina que transmita a vibração. A vibração consiste em movimento inerente aos corpos dotados de massa e elasticidade. O corpo humano possui uma vibração natural. Se uma freqüência externa coincide com a freqüência natural do sistema, ocorre a ressonância, que implica em amplificação do movimento. A energia vibratória é absorvida pelo corpo, como conseqüência da atenuação promovida pelos tecidos e órgãos. Existem vários efeitos catalogados, sendo que os principais e mais danosos são: • perda do equilíbrio, simulando uma labirintite, além de lentidão de reflexos; • manifestação de alteração no sistema cardíaco, com aumento da freqüência de batimento do coração; • efeitos psicológicos, tal como a falta de concentração para o trabalho; • apresentação de distúrbios visuais, como visão turva; • efeitos no sistema gastrointestinal, com sintomas desde enjôo até gastrites e ulcerações; • manifestação do mal do movimento (cinetose), que ocorre no mar, em aeronaves ou veículos terrestres, com sintomas de náuseas, vômitos e mal estar geral; • comprometimento, inclusive permanente, de determinados órgãos do corpo; • degeneração gradativa do tecido muscular e nervoso, especialmente para os submetidos a vibrações localizadas, apresentando a patologia, popularmente conhecida como dedo branco, causando perda da capacidade manipulativa e o tato nas mãos e dedos, dificultando o controle motor. 2.3 Ruido Definições Básicas: Som se caracteriza por flutuações de pressão em um meio compressível. A sensação de som só ocorrerá quando a amplitude destas flutuações e a freqüência com que elas se repetem estiverem dentro de determinadas faixas de valores 11
  • 12. Reduz a capacidade auditiva do trabalhador, a exposição intensa e prolongada ao ruído atua desfavoravelmente sobre o estado emocional do indivíduo com conseqüências imprevisíveis sobre o equilíbrio psicossomático. De um modo geral, quanto mais elevados os níveis encontrados, maior o número de trabalhadores que apresentarão início de surdez profissional e menor será o tempo em que este e outros problemas se manifestarão. É aceito ainda que o ruído elevado influi negativamente na produtividade, além de ser freqüentemente o causador indireto de acidentes do trabalho, quer por causar distração ou mau entendimento de instruções, quer por mascarar avisos ou sinais de alarme. O grande progresso atual está em conflito com as condições de vida humana, ou seja, muitas vezes o indivíduo é obrigado a permanecer em ambientes ruidosos. O ruído excessivo causa surdez, stress, fadiga, irritação e diminui a produtividade. Porém, pode se eliminar ou reduzir qualquer tipo de ruído através de dispositivos de alta tecnologia concebidos pela engenharia acústica. Basicamente, a redução de qualquer ruído pode ser reduzido através de absorção ou isolação acústica. O ISOLAMENTO ACÚSTICO refere-se a capacidade de certos materiais formarem uma barreira, impedindo que a onda sonora (ou ruído) passe de um recinto a outro. Nestes casos se deseja impedir que o ruído alcance o homem. Normalmente são utilizados materiais densos (pesados) como por ex: concreto, vidro, chumbo, etc.. A ABSORÇÃO ACÚSTICA trata do fenômeno que minimiza a reflexão das ondas sonoras num mesmo ambiente. Ou seja, diminui ou elimina o nível de reverberação (que é uma variação do eco) num mesmo ambiente. Nestes casos se deseja, além de diminuir os Níveis de pressão Sonora do recinto, 12
  • 13. melhorar o nível de inteligibilidade. Contrariamente aos materiais de isolamento, estes são materiais leves (baixa densidade), fibrosos ou de poros abertos, como por ex: espumas poliéster de células abertas, fibras cerâmicas e de vidro, tecidos, carpetes, etc. Praticamente todos os materiais existentes no mercado ou isolam ou absorvem ondas sonoras, embora com diferente eficácia. Aquele material que tem grande poder de isolamento acústico quase não tem poder de absorção acústica, e vice-versa. Alguns outros materiais têm baixo poder de isolamento acústico e também baixo poder de absorção acústica (como plásticos leves e impermeáveis), pois são de baixa densidade e não tem poros abertos. Espumas de poliestireno (expandido ou extrudado) tem excelentes características de isolamento térmico, porém não são recomendados em acústica. A cortiça (muito utilizada no passado) já não apresenta os resultados acústicos desejados pelo consumidor da atualidade, e também apresenta problemas de higiene e deterioração (é um produto orgânico que se deteriora muito facilmente). A indústria tem desenvolvido novos materiais com coeficientes de isolamento acústico e/ou de absorção muito mais eficientes que os materiais até então considerados "acústicos". Desta maneira tem sido possível se obter, mediante variações de sua composição, resultados acústicos satisfatórios que atendam as necessidades do usuário. Cada recinto, conforme sua utilização, requer critérios bem definidos de Níveis de Pressão Sonora e de reverberação para permitir o conforto acústico e/ou eliminar as condições nocivas a saúde. Níveis de Pressão Sonora muito baixos podem tornar o recinto monótono e cansativo, induzindo as pessoas às condições de inatividade e sonolência. Normalmente um bom projeto acústico prevê o isolamento e a absorção acústica utilizadas com critérios bem definidos, objetivando a melhor eficácia no resultado final. Para isto, deve-se levar em consideração o desempenho acústico dos materiais a serem aplicados, sua fixação, posição relativa a fonte 13
  • 14. de ruído e facilidade de manutenção, sem restringir a funcionalidade do recinto. A aplicação de um material acústico, fornecido ou utilizado sem critérios rígidos de projeto, não significa a solução do problema. A princípio, todos os materiais têm características acústicas que podem ser desejadas, ou não, para a questão que se busca. Por exemplo: - O AR é acústico, pois é ele quem "transmite" os sons para os nossos ouvidos; - O vácuo absoluto é acústico, pois por ele não são transmitidos sons (é o isolante acústico perfeito); - Uma parede de concreto, maciça, é acústica, pois ela apresenta um índice de redução sonora elevado, mas também apresenta elevados níveis de reflexão sonora; - As fibras (lã de rocha, lã de vidro, lã cerâmica), espumas de poros abertos, tecidos, carpetes, e outros materiais deste tipo têm razoável poder de evitar a reflexão sonora, mas não isolam o som. - Instrumentos musicais especiais são excelentes materiais acústicos.(Caso dos Violinos "Stradivarius"). Mas se o problema é "vazamento" de sons de um ambiente para outro, a solução deve ser direcionada para o uso de materiais "densos", como o concreto, o vidro, o aço, etc. Nestes casos não se deve utilizar materiais do tipo fibras, tecidos, carpetes e similares, pois não significará a solução definitiva. Mas se o problema é falta de inteligibilidade da palavra falada dentro de um mesmo ambiente, a solução deve ser direcionada para o uso de fibras e/ou espumas de poros abertos. Não se deve utilizar materiais densos ou que sejam impermeáveis ao ar. A melhor solução final, normalmente, requer o uso dos dois tipos (isolantes e absorvedores) de forma muito criteriosa. 14
  • 15. Não existem materiais "melhores" ou "piores" para soluções acústicas. O que existe é a adequação (ou não) de determinado material para a finalidade que se deseja. Muito cuidado deve ser dado à utilização de um determinado material só porque ele "funcionou" em outro local ou outra aplicação. Existem muitos exemplos reais nos quais um determinado material "funcionou" para uma aplicação e que foi um fracasso em outra. Existem materiais cujas características acústicas são tão pequenas que não compensa utilizá-los. Estes materiais são, normalmente, muito baratos, motivando as pessoas a comprá-los e utilizá-los. Cuidado! É comum se encontrar propagandas que asseguram que os materiais são isolante “termo-acústicos". As características Térmicas e Acústicas dos materiais não são dependentes, o que significa que um bom material que isola termicamente não é necessariamente um bom isolante acústico, e vice-versa. O "Isopor" (que é ar enclausurado em pequenas células) é um exemplo de excelente isolante térmico (para baixas temperaturas), mas não é um isolante acústico. Outro exemplo é o "aço" que é um bom isolante acústico, mas não é bom isolante térmico. Neste ponto, surge uma outra questão: Quanto (ou como) se usa de cada um deles? A resposta é: "depende do problema". Não existem soluções genéricas na área da Acústica. A aplicação de um material acústico, fornecido ou utilizado sem critérios rígidos de projeto, não significa a solução do problema. NÍVEIS DE RUÍDO PARA CONFORTO ACÚSTICO Com relação ao conforto acústico no trabalho, apresentamos abaixo uma transcrição parcial da Lei 6.514 de 22/11/77 relativa ao Capitulo V do Titulo II da Consolidação das Leis do Trabalho, relativo à Segurança e Medicina do Trabalho, dado pela Portaria No. 3.751 de 23 de Novembro de 1990, Norma Reguladora NR. 17- ERGONOMIA, na qual encontramos os parâmetros que 15
  • 16. 16 NB-95 NBR 10152/1987 - Tabela 1 dB(A) NC HOSPITAIS 35 – 45 30 - 40 Apartamentos, Enfermarias, Berçários, C.Cirúrgicos 40 – 50 35 - 45 Laboratórios, Áreas para uso do público 40 – 50 35 - 45 Serviços 45 – 55 40 - 50 ESCOLAS Bibliotecas, Salas de música, Salas de desenho 35 – 45 30 - 40 Salas de aula, Laboratórios 40 – 50 35 - 45 Circulação 45 – 55 40 - 50 HOTÉIS Apartamentos 35 – 45 30 - 40 Restaurantes, Salas de Estar 40 – 50 35 - 45 Portaria, recepção, Circulação 45 – 55 40 - 50 RESIDÊNCIAS Dormitórios 35 – 45 30 - 40 Salas de Estar 40 – 50 35 - 45 AUDITÓRIOS Salas de Concerto, Teatros 30 – 40 25 - 30 Salas de Conferências, Cinemas, Salas de Múltiplo Uso 35 – 45 30 - 35 RESTAURANTES Restaurantes 40 – 50 35 - 45 ESCRITÓRIOS Salas de Reuniões 30 – 40 25 - 35 Salas de Gerência, Projetos e Administração 35 – 45 30 - 40 Salas de Computadores 45 – 65 40 - 60 Salas de Mecanografia 50 – 60 45 - 55
  • 17. permitem a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar conforto acústico, desempenho e segurança: - Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exigem solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são recomendadas as seguintes condições de conforto: a) Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, registrada no INMETRO. b) Índice de temperatura efetiva entre 20 e 23 graus. c) Velocidade do ar não superior a 0,75 m/s. d) Umidade relativa do ar não inferior a 40%. - Para as atividades que possuam as características definidas no sub- item anterior, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de até 65 dB (A) e a curva avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60dB(A). - Os parâmetros previstos, devem ser medidos nos postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva e às demais variáveis na altura do tórax do trabalhador. NOTA: O valor inferior da faixa representa o nível sonoro para conforto, enquanto que o valor superior significa a nível sonoro máximo aceitável para a respectiva finalidade. Surdez A conseqüência mais evidente é a SURDEZ, que depende de alguns fatores, como: Intensidade, tipo de ruído (contínuo, intermitente ou impacto), sua qualidade (sons agudos são mais prejudiciais que os graves), susceptibilidade 17
  • 18. individual, tempo de exposição e a idade. A surdez pode ser dividida em três grupos que são: • Temporária, • Permanente, • Trauma acústico. A surdez temporária: é caracterizada pela dificuldade de audição, embora passageira, que notamos após exposição por algum tempo ao ruído intenso. A exposição prolongada é repetida ao ruído é capaz não só de causar a surdez temporária como, potencialmente, provocar a surdez permanente. Se a exposição for repetida antes de uma completa recuperação, pode tornar-se surdez permanente. Pode ainda ocorrer à fadiga dos músculos do ouvido médio. 2.4 Pressões Anormais. EXISTEM DOIS TIPOS - PRESSÃO HIPERBÁRICA - Quando o homem está sujeito a pressões maiores que a pressão atmosférica. Estas situações ocorrem quando o colaborador esta trabalhando em abaixo do nível da terra, exemplo: como em mergulhos, enfim quanto mais fundo. - PRESSÃO HIPOBÁRICA - Quando o homem está sujeito a pressões menores que a pressão atmosférica. Estas situações ocorrem quando o colaborador esta trabalhando em elevadas altitudes, exemplo: no topo de algum arranha-céu, enfim quanto mais alto. TRATAMENTO DA SAÚDE Existe também a Pressão Hiperbárica para tratamento da saúde nomeada Oxigenoterapia Hiperbárica (OHB). Onde submete um paciente a uma pressão ambiental superior à atmosférica, dentro de uma câmara fechada, respirando oxigênio puro. Estas câmaras são, em essência, cilindros metálicos resistentes à pressão, dotados de vigias ou janelas. PRESSÕES ANORMAIS No desenvolvimento de suas atividades, os trabalhadores são influenciados pela pressão atmosférica em seu ambiente de trabalho. Em grande parte das atividades a pressão de trabalho é a atmosférica ou próxima dela pois no Brasil não temos muitos locais de altitudes elevadas, no entanto algumas atividades expõe os trabalhadores a pressões acima da normal em trabalhos de mergulho e em tubulões pressurizados. 18
  • 19. Trabalhos sob condições de alta pressão Exposição ocupacional Os trabalhos sob condições de alta pressão (condições hiperbáricas) ocorre em atividades ou operações sob ar comprimido ou em trabalhos submersos (mergulho). Efeitos tóxicos A atmosfera contém habitualmente cerca de 20% de oxigênio, sendo que o organismo humano está adaptado para respirar o oxigênio atmosférico a umapressão em torno de 160mmHg ao nível do mar. A esta pressão, a molécula que transporta o oxigênio aos tecidos, a hemoglobina, encontra-se praticamente saturada (98%). A medida que aumenta a pressão, como a hemoglobina está já saturada, uma quantidade significativa de oxigênio não é consumida e entra em solução física no plasma sanguíneo. Se essa exposição se prolonga pode produzir, em longo prazo, uma intoxicação pelo oxigênio. Os seres humanos, na superfície terrestre, podem respirar 100% de oxigênio de forma contínua durante 24-36 horas sem nenhum risco. Após esse período, sobrevém a intoxicação pelo oxigênio (efeito de Lorrain-Smith). Os sintomas de toxicidade pulmonar são principalmente a dor no peito (retroesternal) e a tosse seca. A pressões superiores a 2 (duas) atmosferas, o oxigênio produz toxicidade cerebral, podendo provocar convulsões. A susceptibilidade a convulsão varia consideravelmente de um indivíduo para outro. A administração de anticonvulsivantes pode evitar as convulsões por oxigênio mas não reduz a lesão cerebral ou da medula espinhal. Controle médico É exigido cuidadosa compressão e descompressão, de acordo com as tabelas do Anexo nº 6 da NR-15 da Portaria 3214/78. O trabalho sob condições de alta pressão só é permitido para trabalhadores com mais de 18 (dezoito) e menos de 45 (quarenta e cinco) anos de idade. Antes de cada jornada de trabalho, os trabalhadores deverão ser inspecionados pelo médico, sendo que o trabalhador não poderá sofrer mais de uma compressão num período de 24 horas. A duração do período de trabalho sob ar comprimido não poderá ser superior a 8 horas, em pressões de trabalho de 0 a 1,0 kgf/cm², a 6 horas em pressões de trabalho de 1,1 a 2,5 kgf/cm², e a 4 horas, em pressão de trabalho de 2,6 a 3,4 kgf/cm². Nenhum trabalhador pode ser exposto à pressão superior a 3,4 kgf/cm². Após a descompressão, os trabalhadores são obrigados a permanecer, no mínimo, por duas horas, no local de trabalho, cumprindo um período de observação médica. Como é possível a ocorrência de necrose óssea, especialmente nos ossos longos, é também obrigatória a realização de radiografias de articulações da coxa e do ombro, por ocasião do exame admissional e posteriormente a cada ano. Trabalhos sob Condições de Baixa Pressão 19
  • 20. Nos trabalhos em grandes altitudes, como no caso dos aeronautas, a medida que se ganha altura sobre o nível do mar a pressão total do ar ambiental e a concentração de oxigênio vão diminuindo gradualmente. O efeito é um menor aporte de oxigênio aos tecidos do corpo humano (hipóxia), sendo que o organismo, em resposta, adota medidas compensatórias de adaptação fisiológica (“aclimatação”), especialmente o aumento da frequência respiratória. A tolerância à altura varia de um indivíduo para outro e, em geral, a adaptação deve melhorar após 2 a 3 dias de exposição. Todavia, a hipóxia grave pode exercer diversos efeitos nocivos para o organismo humano. O órgão mais sensível à falta de oxigenação é o cérebro e os sintomas mais comuns são a irritabilidade, a diminuição da capacidade motora e sensitiva, alterações do sono, fadiga muscular, hemorragias na retina e, nos casos mais graves, edema cerebral e edema agudo do pulmão. EFEITOS DAS PRESSÕES ATMOSFÉRICOS NO ORGANISMO Como o corpo é constituído de muitas cavidades pneumáticas e o sangue é uma solução que se presta para o transporte de gases, sofre muito com as variações de pressão, que alteram o volume dos gases, bem como a solubilidade dos gases no sangue. Essas alterações são regidas pelas leis dos gases.Com o aumento da pressão do ar, aumenta também a solubilidade dos gases no sangue, fazendo com que mais nitrogênio e oxigênio se dissolvam no sangue, alterando o equilíbrio dessa solução. Com a diminuição da pressão diminui também a solubilidade dos gases no sangue. No caso dessas variações, o sangue atinge o seu equilíbrio em poucos minutos, no entanto o tecido adiposo pode levar horas para liberar o nitrogênio dissolvido. Daí a necessidade de se aumentar ou diminuir a pressão vagarosamente e em estágios que são função da pressão e do período que o trabalhador ficou nessa pressão. Dessas variações de pressão resulta em alguns tipos de doenças. BAROTRAUMA É um acidente que decorre da incapacidade de se equilibrar a pressão no interior das cavidades pneumáticas do organismo com a pressão ambiente em variação. EMBOLIA TRAUMÁTICA PELO AR No caso de um mergulhador ter que subir rapidamente em uma situação de emergência, tendorespirado ar comprimido no fundo, o ar retido nos pulmões aumenta de volume, podendo romper os alvéolos, provocando a penetração do ar na corrente sanguínea. Esse acidente não ocorre no mergulho livre. EMBRIAGUÊS DAS PROFUNDIDADES A embriagues das profundidades é provocada pela impregnação difusado sistema nervoso central por elementos de uma mistura gasosa respirada além de uma certa profundidade, com manifestação psíquicas, sensitivas e motoras. A 30m metros de profundidade começam a aparecer os sinais de embriagues, a 60 metros, com ar comprimido as tarefas são prejudicadas por esse problema. A 90 metros, poucas pessoas conseguem executar as tarefas programadas. Existe uma proporcionalidade entre a profundidade e a intensidade dos sintomas, justificando a chamada “Lei Martini” a cada 100 pés de profundidade, correspondem aos efeitos de uma dose de Martini. 20
  • 21. No caso da Compressão, diversos riscos atinge os trabalhadores como: irritação dos pulmões quando a pressão atinge o nível de cinco atmosferas; narcose pelo nitrogênio com início em 4 atmosferas e até produzir perda da consciência a 10 atmosferas. Na descompressão diversos problemas podem ocorrer como: - Ruptura dos alvéolos pela expansão brusca do ar nos pulmões. - Com a descompressão muito rápida, a quantidade de nitrogênio liberada do sangue pode se dar numa velocidade maior que a capacidade do sangue de transportá-la para os pulmões, podendo ocorrer fortes dores em várias partes do corpo. Dores abdominais ocorrem pela expansão dos gases nos intestinos; dores de dente provocada pela expansão dos gases presos entre o dente e uma obturação; Inconsciência, tonturas e paralisia no caso de atingir o sistema nervoso central. MEDIDAS DE CONTROLE O anexo 6 da NR-15 da portaria 3214 do Ministério do Trabalho estabelece critérios para o planejamento das compressões e descompressões, o limite superior de pressão que é de 3,4 kg/cm2 e o período máximo de trabalho para cada faixa de pressão conforme a tabela: O anexo 6 também fornece as tabelas de descompressão para os mais variados período de trabalho em função da pressão. 1)COMPRESSÃO No caso da compressão deve-se elevar a pressão de 0,3 kgf/cm2 no primeiro minuto, fazendo-se a seguir a observação dos sintomas e efeitos nos trabalhadores. A partir daí, com uma taxa de no máximo 0,7 kgf/cm2 por minuto aumenta-se a pressão até o valor de trabalho. No caso de algum problema em qualquer etapa da compressão, ela deve imediatamente interrompida. 2) DESCOMPRESSÃO No caso da descompressão, além da pressão de trabalho é necessário também o tempo de permanência nessa pressão. Na descompressão a pressão será reduzida a uma taxa não superior a 0,4 kgf/cm2 por minuto até o primeiro estágio, definido na tabela a ser utilizada. A seguir se mantém a pressão por um tempo de parada indicado na tabela. 3) CÂMARA DE COMPRESSÃO. Deve-se controlar a temperatura e o nível dos contaminantes, que sob pressões maiores são mais facilmente absorvidos pelo organismo. O anexo 6 estabelece alguns limites de concentração conforme a tabela: O controle da temperatura deve ser feito através de um sistema de refrigeração do ar e durante a permanência dos trabalhadores no interior do tubulão, e o limite de tolerância é dado pelo TGU(Temperatura de Globo Úmido) de 27 graus centígrados, medidos através do termômetro de Globo Úmido (Botsball). A taxa de ventilação deve ser de pelo menos de 30 pés cúbicos/minuto/homem. 2.5 Radiações Radiações ionizantes 21
  • 22. Radiação são ondas eletromagnéticas ou particulas que se propagam com uma velocidade. Elas contêm energia, carga elétrica e magnetica. Podem ser geradas por fontes naturais ou por dispositivos construidos pelo homem. Possuem energia radiações eletromagnéticas mas conhecidas são: luz, microondas, ondas de rádio, radar, laser, raios X e radiação gama. As radiações sob forma de partículas com massa, carga elétriaca, carga magnética mas comuns são os feixes de elétrons e prótons, radiação beta e alfa.Dependendo da quantidade de energia, uma radiação pode ser descrita como não ionizante ou ionizante. É a radiação que possui energia suficiente para ionizar átomos e moléculas. A energia mínima típica da radiação ionizante é de cerca de 10 eV. Pode danificar células e afetar o material genético (DNA), causando doenças graves ( exemplo: câncer), levando até a morte. A radiação eletromagnética ultravioleta ou mais energética é ionizante. Partículas como os elétrons e os prótons que possuam altas energias também são ionizantes. São exemplos de radiação ionizante as partículas alfa, partículas beta , os raios gama, raios-x. Danos as moléculas de DNA Por ser responsável pela codificação da estrutura molecular de todas as enzimas da células, o DNA passa a ser a molécula chave no processo de estabelecimento de danos biológicos. Ao sofrer radiação direta das radiações (ionização) ou indireta (através do cataque de radicais livres) a molécula de DNA expõe basicamente dois tipos de danos: mutações genicas e quebrada. A mensagem codificada no DNA pode sofer alterações pala ação das radiações ionisantes.Estas alterações podem ser resultar em diverssos efeitos, ou mesmo, não resultar em efeito nenhum. O efeito das radiações O efeito das radiações num indivíduo depende basicamente da dose absorvida (alta/baixa), da taixa de exposição (cronica/aguda) e da forma de exposição (corpo inteiro/localizada). Qualquer dose absoevida, icluseve das doses provenientes de radiação natural, pode induzir câncer ou matar células. Quanto maior a taxa de doses recebidas maior é a probalidade de danos, câncer e morte celular. As radiações tem a capacidade de alterar as características fisicas- quimicas das células. AS mais afetadas são es células com alta taxa de 22
  • 23. proliferação, como as reprodutivas e as da medula que são as radiossensíveis. O princípio da tomografia consiste em ligar o tubo de raios X a uma filme radiográfico por um braço rígido que gira ao redor de um determinado ponto, assim durante a rotação do braço, produz-se a translação simultânea e homotética do foco (alvo) e do filme. Assim, os pontos do plano de corte dão uma imagem nítida, enquanto que nos demais planos, a imagem sai desfocada. Caso Cesio 137 O acidente radiológico de Goiânia, amplamente conhecido como acidente com o Césio-137, foi um grave episódio de contaminação por radioatividade ocorrido no Brasil. A contaminação teve início em 13 de setembro de 1987, quando um aparelho utilizado em radioterapias foi encontrado dentro de uma clínica abandonada, no centro de Goiânia, em Goiás . Foi classificado como nível 5 (acidentes com consequências de longo alcance) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares, que vai de zero a sete, onde o menor valor corresponde a um desvio, sem significação para segurança, enquanto no outro extremo estão localizados os acidentes graves . O instrumento foi encontrado por catadores de um ferro velho do local, que entenderam tratar-se de sucata. Foi desmontado e repassado para terceiros, gerando um rastro de contaminação, o qual afetou seriamente a saúde de centenas de pessoas. O acidente com Césio-137 foi o maior acidente radioativo do Brasil e o maior do mundo ocorrido fora das usinas nucleares. Radiações não ionizantes Quando a radiação ao atingir um átomo não tem a capacidade de ioniza-lo, ocorre a “excitação”, ou seja, cede parte ou toda sua energia promovendo alterações ou perturbações no movimento orbital do(s) elétron(s) do átomo, com o aumento da energia interna no(s) elétron (s) do átomo com o(s) qual(is) interagiu. Existem vários tipos de radiações não ionizantes: - Ultravioleta (UV); - Visível (V); - Infravermelha (IV); - Laser; - Microondas; 23
  • 24. - Radiofrequências. Os efeitos no organismo humano Os efeitos no organismo humano dependem da frequência, da potência dos geradores e do tempo de exposição, classificando-se em térmicos e magnéticos: •Térmicos: queimaduras (internas e externas) •Magnéticos: Elevação da pressão arterial •Distúrbios cardiovasculares e endócrinos •Alterações no sistema nervoso central 3. Riscos Quimicos ANTECEDENTES GERAIS Os diversos agentes químicos que podem poluir um local de trabalho e entrar em contato com o organismo dos trabalhadores podem apresentar uma ação localizada ou serem distribuídos aos diferentes órgãos e tecidos, levados pelos fluidos internos (sangue e outros), produzindo uma ação generalizada. Por este motivo as vias de ingresso destas substâncias ao organismo são: inalação; absorção cutânea; ingestão. Inalação: constitui a principal via de ingresso de tóxicos, já que a superfície dos alvéolos pulmonares representa, no homem adulto, uma superfície entre 80 a 90 m2 Esta grande superfície facilita a absorção de gases e vapores, os quais podem passar ao sangue, para serem distribuídos a outras regiões do organismo. Alguns sólidos e líquidos ficam retidos nesses tecidos, podendo produzir uma ação localizada, ou dissolvem-se para serem distribuídos através do aparelho circulatório. 24
  • 25. Sendo o consumo de ar de 10 a 20 kg diários, dependendo fundamentalmente do esforço físico realizado, é fácil chegar à conclusão que mais de 90% das intoxicações generalizadas tenham esta origem. Absorção cutânea: quando uma substância de uso industrial entra em contato com a pele, podem acontecer as seguintes situações: A pele e a gordura protetora podem atuar como uma barreira protetora efetiva. O agente pode agir na superfície da pele, provocando uma irritação primária. A substância química pode combinar com as proteínas da pele e provocar uma sensibilização. O agente pode penetrar através dela, atingir o sangue e atuar como um tóxico generalizado. Assim, por exemplo, o ácido cianídrico, mercúrio, chumbo tetraetila (usado nas gasolinas como antidetonante), alguns defensivos agrícolas, etc, São substâncias que podem ingressar através da pele, produzindo uma ação generalizada. Apesar destas considerações, normalmente a pele é uma barreira bastante efetiva para os diferentes tóxicos, e são poucas a substâncias que conseguem ser absorvidas em quantidades perigosas. Por essas razões, as medidas de prevenção de doenças, nesses casos, devem incluir a proteção da superfície do corpo. Ingestão: representa apenas uma via secundária de ingresso de tóxicos no organismo, já que nenhum trabalhador ingere, conscientemente, produtos tóxicos. Isto pode acontecer de uma forma acidental ou ao engolir partículas que podem ficar retidas na parte superior do trato respiratório ou ainda ao inalar substâncias em forma de pós ou fumos. Além do já exposto, temos que considerar que o aparelho digestivo formado de tal modo que seleciona os materiais úteis ao organismo, e rejeita os que não lhe servem. LIMITES DE TOLERÂNCIA - AGENTES QUÍMICOS A presença de agentes químicos, físicos ou biológicos no ambiente de trabalho oferece um risco à saúde dos trabalhadores. Entretanto, o fato de estarem expostos a estes agentes agressivos não implica, obrigatoriamente, que estes trabalhadores venham a contrair uma doença do trabalho. Para que os agentes causem danos à saúde, é necessário que estejam acima de uma determinada concentração ou intensidade, e que o tempo de exposição a esta concentração ou intensidade seja suficiente para uma atuação nociva destes agentes sobre o ser humano. Vemos, portanto, que é muito importante fazermos uma avaliação quantitativa do agente, bem como avaliarmos o tempo real de exposição do trabalhador a este agente (qualidade - quantidade tempo de exposição). Denominamos “Limites de Tolerância” àquelas concentrações dos agentes químicos ou intensidade dos agentes físicos presentes no ambiente do trabalho, sob as quais os trabalhadores podem ficar expostos durante toda a sua vida laboral, sem sofrer efeitos adversos a sua saúde. Estes limites têm por objetivo garantir a proteção da saúde, mas o seu caráter não é absoluto, refletindo, únicamente, o estado em que se encontram os conhecimentos em um dado momento. Eles são baseados na melhor informação disponível, proveniente da experiência industrial e de estudos experimentais com animais. 25
  • 26. Por isto, podem sofrer alterações de ano para ano, conforme se constate que o limite, anteriormente fixado, não está protegendo efetivamente o trabalhador. Os limites de tolerância representam um instrumento essencial no controle dos ambientes de trabalho, ajudando a eliminar os riscos advindos da presença de agentes ambientais. Isto porque eles possibilitam a comparação dos resultados com avaliações de campo com valores padrões, servindo então como guias de prevenção. Na década de 1920 à 1930, começaram a ser propostos alguns limites, sendo os primeiros a aparecerem os do monóxido de carbono, óxido de zinco e das poeiras de fluoretos. Atualmente a maioria das substâncias mais comumente usadas e transformadas na indústria tem seus limites fixados, e, a cada ano, outras tantas vão sendo adicionadas às tabelas já existentes. Um dos valores universalmente aceitos pelos EEUU, América Latina e outros países são aqueles publicados anualmente, desde 1947, pela “America conference or Governmental Industrial Hygienists” - A.C.G.I.H. -, os quais são revisados permanentemente. Estes valores devem ser entendidos como um guia para profissionais que trabalham em Higiene Industrial, e nunca como valores rígidos de separação entre concentrações seguras e perigosas. No Brasil, até o ano de 1978, determinava os trabalhos insalubres, baseando- se apenas no aspecto qualitativo do agente. Atualmente, está em vigor a Portaria 3214/78, do Ministério do Trabalho, que fixa limites de tolerância para as substâncias químicas, através dos Anexos nº 11 e 12 de sua Norma Regulamentadora nº 15 - “Atividades e Operações Insalubres”. Esta foi uma grande meta alcançada pelo País, no tocante à Saúde Ocupacional, possibilitando equipararmo-nos hoje às grandes nações do mundo, que muito se têm preocupado com a preservação da integridade física de seus trabalhadores. As substâncias anteriormente existentes na Portaria 491/65, que não tiveram seus limites de tolerância fixados pela atual Legislação Brasileira, estão relacionadas no anexo nº 13 da cotada Norma Regulamentadora (NR) 15. No final do tópico “Limite de Tolerância”, são transcritos na íntegra os Anexos nº 11, 12 e 13 da NR 15, Portaria 3214/78. Muitos países já elaboram tabelas de limites de tolerância (LT), mas elas divergem muito entre si, ou devido às características do trabalho de cada país, ou devido à maneira como os limites foram estabelecidos. A ação da substância no corpo, vai depender das suas características químicas. Ácido forte (muriático): podem ocorrer queimaduras na pele, se o ácido cair na mão ou outra parte do corpo, ou queimaduras no nosso nariz, até na garganta, se nós respirarmos o gás que sai do frasco. Tinta com solvente: ao respirar o vapor que sai da tinta, pode gerar dor de cabeça, tontura, enjôo, sentir dificuldade para dormir, fraqueza, e com o tempo 26
  • 27. pode ter perda de memória e outros sintomas que podem ser devido ao solvente. Narcóticos: produzem inconsciência (clorofórmio, éteres, álcoois, acetonas) Asfixiantes: impedem o organismo de obter ou utilizar o oxigênio do ar atmosférico (monóxido de carbono (CO), metano, acetileno, etc). Causam: dores de cabeça, naúseas, sonolência, convulsões, coma, morte. Irritantes e corrosivos: provocam alterações na pele ou mucosas (cimento, ácidos, bases). Anestésicos: a maioria dos solventes orgânicos. Ação depressiva sobre o sistema nervoso, danos aos diversos órgãos e ao sistema formador do sangue ( benzeno ) e outros. Ex: butano, aldeídos, cetonas, cloreto de carbono, tricloroetileno, benzeno, tolueno, xileno, álcoois. Teratogênicos: produzem malformações no feto (substâncias radioativas). Fumos metálicos: Doença pulmonar obstrutiva crônica, febre de fumos metálicos e intoxicação específica, de acordo com o metal. (soldagem, derretimento de chumbo) Fatores que influenciam a toxidade dos contaminantes ambientais Concentração: quanto maios, mais rapidamente seus efeitos nocivos se manifestaram no organismo. Índice respiratório: quantidade de ar inalado pelo trabalhador durante a jornada de trabalho. Sensibilidade individual: nível de resistência. Toxicidade: potencial tóxico da substância no organismo. Tempo de exposição: do organismo ao contaminante. Medidas de controle Proteção coletiva: ventilação e exaustão do ponto de operação, substituição do produto utilizado por outro menos tóxico, redução do tempo de exposição, conscientização dos riscos no ambiente. Chuveiros de emergência, lava-olhos, extintores de incêndio, capelas de exaustão, Proteção individual: fornecimento de EPI. Ex: luvas, óculos, máscaras, botas, aventais, creme protetor. 27
  • 28. 4 Riscos Biologicos A preocupação com riscos biológicos surgiu a partir da constatação dos agravos à saúde dos profissionais que exerciam atividades em laboratórios onde se dava a manipulação com microrganismos e material clínico desde o início dos anos 40. Os riscos biológicos, no âmbito das Normas Regulamentadoras de Segurança e Saúde no Trabalho - NR incluem-se no conjunto dos riscos ambientais, junto aos riscos físicos e químicos, conforme pode ser observado pela transcrição do item 9.1.5 da Norma Regulamentadora nº. 9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - PPRA: 9.1.5 Para efeito desta NR, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalhoque, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Os riscos biológicos surgem do contato de certos microrganismos e animais peçonhentos com o homem em seu local de trabalho. Para fins de aplicação desta NR, considera-se Risco Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos. Agentes biológicossão definidos como sendo todo aquele que contenha informação genética e seja capaz de autorreprodução ou de se reproduzir em um sistema biológico. Incluem bactérias, fungos, clamídias, riquétsias, micoplasmas, príons, parasitos, linhagens celulares, os bacilos, protozoários, parasitas, vírus, entre outros. Esses agentes são capazes de provocar dano à saúde humana, podendo causar infecções, efeitos tóxicos, efeitos alergênicos, doenças auto-imunes e a formação de neoplasias e malformações. Podem ser assim subdivididos: a) Microrganismos, formas de vida de dimensões microscópicas, visíveis individualmente apenas ao microscópio - entre aqueles que causam dano à saúde humana, incluem-se bactérias, fungos, alguns parasitas (protozoários) e vírus; 28
  • 29. b) Microrganismos geneticamente modificados, que tiveram seu mate- rial genético alterado por meio de técnicas de biologia molecular; c) Culturas de células de organismos multicelulares, o crescimento in vitro de células derivadas de tecidos ou órgãos de organismos multi- celulares em meio nutriente e em condições de esterilidade - podem causar danos à saúde humana quando contiverem agentes biológicos patogênicos; d) Parasitas, organismos que sobrevivem e se desenvolvem às expensas de um hospedeiro, unicelulares ou multicelulares - as parasitoses são causadas por protozoários, helmintos (vermes) e artrópodes (piolhos e pulgas); e) Toxinas, substâncias secretadas (exotoxinas) ou liberadas (endotoxi- nas) por alguns microrganismos e que causam danos à saúde humana, podendo até provocar a morte - como exemplo de exotoxina, temos a secretada pelo Clostridium tetani, responsável pelo tétano e, de endotoxinas, as liberadas por Meningococcus ou Salmonella; f) Príons, estruturas protéicas alteradas relacionadas como agentes etiológicos das diversas formas de encefalite espongiforme - exemplo: a forma bovina, vulgarmente conhecida por “mal da vaca louca”, que, atualmente, não é considerada de risco relevante para os trabalhadores dos serviços de saúde. OBERSAVAÇÃO: Não foram incluídos como agentes biológicos os organismos multicelulares, à exceção de parasitas e fungos. Diversos animais e plantas produzem ainda substâncias alergênicas, irritativas e tóxicas com as quais os trabalhadores entram em contato, como pêlos e pólen, ou por picadas e mordeduras. 29
  • 30. Os agentes biológicos patogênicos para o homem, animais e plantas são distribuídos em classes de risco biológico em função de diversos critérios tais como: a) A gravidade da infecção, b) Do nível de sua capacidade de se disseminar no meio ambiente, c) Estabilidade, d) Endemicidade, e) Modo de transmissão, f) Da existência ou não de medidas profiláticas, como vacinas e g) Da existência ou não de tratamentos eficazes; CLASSIFICAÇÃO DOS AGENTES BIOLÓGICOS As classificações existentes (OMS – Organização Mundial da Saúde, CEE – Conselho Estadual de Educação, CDC–NIHCentro de Controle de Doenças e Instituto Nacional da Saúde) são bastantes similares, dividindo os agentes em quatros classes: Classe de Risco Risco individual Risco de propagação à coletividad e Profilaxia ou tratamento eficaz 1 baixo baixo – 2 moderado baixo existem 3 elevado moderado nem sempre existem 4 elevado elevado atualmente não existem Classe 1 – onde se classificam os agentes que não apresentam riscos para o manipulador, nem para a comunidade(ex.: E. coli, B. subtilis – agentes não patogênicos). Classe 2 – apresentam risco moderado para o manipulador e frasco para a comunidade e há sempre um tratamento preventivo, (ex.: bactérias - 30
  • 31. Clostridium tetani, Klebsiellapneumoniae, Staphylococcus aureus; vírus - EBV, herpes; fungos - Candidaalbicans; parasitas - Plasmodium, Schistosoma). Classe 3 - são os agentes que apresentam risco grave para o manipulador e moderado para a comunidade, sendo que as lesões ou sinais clínicos são graves (ex.: bactérias - Bacillusanthracis, Brucella, Chlamydiapsittaci, Mycobacterium tuberculosis; vírus - hepatites B e C, HTLV 1 e 2, HIV, febre amarela, dengue; fungos - Blastomycesdermatiolis, Histoplasma; parasitos - Echinococcus, Leishmania, Toxoplasma gondii, Trypanosoma cruzi). Classe 4- os agentes desta classe apresentam risco grave para o manipulador e para a comunidade, não existem tratamentos e os riscos são graves (ex: vírus de febres hemorrágicas). RISCOS À SAÚDE Podem causar as seguintes doenças: Tuberculose, intoxicação alimentar, fungos (microrganismos causadores infecções), brucelose, malária, febre amarela.As formas de prevenção para esses grupos de agentes biológicos são: vacinação, esterilização, higiene pessoal, uso de EPI, ventilação, controle médico e controle de pragas. FONTES DE EXPOSIÇÃO E RESERVATÓRIOS As fontes de exposição incluem pessoas, animais, objetos ou substâncias que abrigam agentes biológicos, a partir dos quais torna-se possível a transmissão a um hospedeiro ou a um reservatório. VIAS DE TRANSMISSÃO E DE ENTRADA A transmissão pode ocorrer das seguintes formas: 1. Direta - transmissão do agente biológico sem a intermediação de veículos ou vetores. Exemplos: transmissão aérea por bioaerossóis, transmissão por gotículas e contato com a mucosa dos olhos; 31
  • 32. 2. Indireta - transmissão do agente biológico por meio de veículos ou vetores. Exemplos: transmissão por meio de mãos, perfurocortantes, luvas, roupas, instrumentos, vetores, água, alimentos e superfícies. As vias de entrada são os tecidos ou órgãos por onde um agente penetra em um organismo, podendo ocasionar uma doença. Pode ser por via cutânea, parenteral, intramuscular, subcutânea, por contato direto com as mucosas, por via respiratória e por via oral. Os riscos biológicos podem estar relacionados com a manipulação de:  Agentes patogênicos selvagens;  Agentes patogênicos atenuados;  Amostras biológicas;  Agentes patogênicos que sofreram processo de recombinação;  Culturas e manipulações celulares (transfecção, infecção)  Animais RiscosBiológicossãodecorrentesdaexposiçãoàagentespotencialmentepatog ênicosquepodemcausarinfecçõesgraves FORMAS DE VEICULAÇÃO DE AGENTES PATOGÊNICOS: 32
  • 33.  Aeróssois;  Poeiras;  Alimentos;  Instrumentoslaboratoriais;  Água;  Culturas;  Amostras biológicas (sangue, urina, escarros, secreções, etc). A exposição ocupacional a agentes biológicos decorre da presença desses agentes no ambiente de trabalho, podendo-se distinguir duas categorias de exposição: 1. Exposição derivada da atividade laboral que implique a utilização ou manipulação do agente biológico, que constitui o objeto principal do trabalho. É conhecida também como exposição com intenção deliberada. 2. Exposição que decorre da atividade laboral sem que essa implique na manipulação direta deliberada do agente biológico como objeto principal do trabalho. Nesses casos a exposição é considerada não-deliberada. Alguns exemplos de atividades: atendimento em saúde, laboratórios clínicos (com exceção do setor de microbiologia), consultórios médicos e odon- tológicos, limpeza e lavanderia em serviços de saúde. CADEIA EPIDEMIOLÓGICA 33
  • 34. É composta dos seguintes elos: Os principais focos de atenção devem ser o surgimento ou identificação de novos problemas de saúde e novos agentes infecciosos e a mudança no comportamento epidemiológico de doenças já conhecidas, incluindo a introdu- ção de agentes já conhecidos em novas populações de hospedeiros suscetíveis, como, por exemplo, trabalhadores imunodeprimidos. a) os dados disponíveis sobre riscos potenciais para a saúde; b) medidas de controle que minimizem a exposição aos agentes; c) normas e procedimentos de higiene; d) utilização de equipamentos de proteção coletiva, individual e vestimentas de trabalho; e) medidas para a prevenção de acidentes e incidentes; f) medidas a serem adotadas pelos trabalhadores no caso de ocorrência de incidentes e acidentes. MEDIDAS PARA O CONTROLE DE RISCOS NA FONTE, QUE ELIMINEM OU REDUZAM A PRESENÇA DOS AGENTES BIOLÓGICOS  Redução do contato dos trabalhadores do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à 34
  • 35. saúde com pacientes-fonte (potencialmente portadores de agentes biológicos), evitando-se procedimentos desnecessários;  Afastamento temporário dos trabalhadores do serviço de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde com possibilidade de transmitir agentes biológicos;  Eliminação de plantas presentes nos ambientes de trabalho;  Eliminação de outras fontes e reservatórios, não permitindo o acúmu- lo de resíduos e higienização, substituição ou descarte de equipamen- tos, instrumentos, ferramentas e materiais contaminados;  Restrição do acesso de visitantes e terceiros que possam representar fonte de exposição;  Manutenção do agente restrito à fonte de exposição ou ao seu am- biente imediato, por meio do uso de sistemas fechados e recipientes fechados, enclausuramento, ventilação local exautora, cabines de se- gurança biológica, segregação de materiais e resíduos, dispositivos de segurança em perfurocortantes e recipientes adequados para descarte destes perfurocortantes. MEDIDAS DE CONTROLE Os trabalhadores devem comunicar imediatamente todo acidente ou incidente, com possível exposição a agentes biológicos, ao responsável pelo local de trabalho e, quando houver, ao serviço de segurança e saúde do trabalho e à CIPA.São medidas necessárias para a eliminação e a minimização dos riscos ocupacionais. Quando comprovado pelo empregador ou instituição a inviabilidade técnica da adoção de medidas de proteção coletiva, ou quando estas não forem suficientes ou encontrarem-se em fase de estudo, planejamento ou implantação, ou ainda em caráter complementar ou emergencial, deverão ser adotados outras medidas, obedecendo-se a seguinte hierarquia: 35
  • 36. a) medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho; b) utilização de equipamento de proteção coletiva – EPCe individual - EPI. 5. Riscos ergonômicos Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc. RISCOS ERGONÔMICOS CONSEQÜÊNCIAS • Esforço físico • Levantamento e transporte manual de pesos • Exigências de posturas Cansaço, dores musculares, fraquezas, hipertensão arterial, diabetes, úlcera, doenças nervosas, acidentes e problemas da coluna vertebral. • Ritmos excessivos • Trabalho de turno e noturno • Monotonia e repetitividade • Jornada prolongada • Controle rígido da produtividade • Outras situações (conflitos, ansiedade,responsabilidade) Cansaço, dores musculares, fraquezas, alterações do sono, da libido e da vida social, com reflexos na saúde e no comportamento, hipertensão arterial, taquicardia, cardiopatia, asma, doenças nervosas, doenças do aparelho digestivo (gastrite, úlcera, etc.), tensão, ansiedade, medo e comportamentos estereotipados. 36
  • 37. Riscos Ergonômicos: Deitada  Não há concentração de tensão  Sangue flui livremente  Gasto energético mínimo  Mais recomendada Sentada  Atividade do dorso e do ventre  Peso concentrado nas nádegas (osso ísquio)  Mais 3 a 10% de consumo de energia  Variabilidade para reduzir a fadiga 37
  • 38. Em Pé  Altamente fatigante  Trabalho estático da musculatura  Bombeamento do coração é mais difícil  Postura estática, maior custo Imposição de ritmos excessivos Trabalhos em turno ou noturno Jornada prolongada de trabalho Monotonia e repetitividade Outras situações causadoras de “Stress” físico e/ ou psíquico. Riscos Ergonômicos: Esforço físico intenso Levantamento e Transporte manual do peso 38
  • 39. Exigência de postura inadequada Controle rígido de produtividade 39
  • 40. Ergonomia pode ser considerada uma disciplina que estuda as relações entre o homem e seu ambiente de trabalho. ERGONOMIA ERGOR = TRABALHO NOMOS = LEIS LEIS DO TRABALHO A ergonomia aplicada nas diferentes esferas industriais tem como objetivo prático obter segurança e satisfação e principalmente o bem estar dos colaboradores em seu relacionamento com o sistema produtivo, diminuindo assim o número de casos de doenças ocupacionais. Numa empresa a ergonomia estuda a relação entre trabalho x homem analisando e avaliando os seguintes itens: • Mobiliário; • Iluminamento; • Organização; • Equipamentos; • Ferramentas; • Temperatura do ambiente; • Vestimentas; • Velocidade de deslocamento do ar, dentre outras. A ergonomia contribui também para melhorar a eficiência, confiabilidade, qualidade das operações e cosequente diminuição dos casos de doenças ocupacionais como a D.O.R.T.. Vantagens de se aplicar a ergonomia na empresa Maior produtividade Menos ações judiciais Mais motivação Menos afastamentos Melhor qualidade de vida Menos insatisfação no trabalho Melhor condição física e emocional Menos prejuízos para a empresa e sociedade Mais segurança Menos faltas por dispensas médicas
  • 41. Nos dias de hoje, "tempos modernos", as questões relacionadas com a ergonomia estão cada vez mais presentes nos locais de trabalho e a relação "Homem x Máquina" esta cada vez mais harmônica. Há rumores de que tramita no Congresso Nacional, em Brasília, uma determinação onde todas as empresas serão obrigadas a implantar a ginástica laboral em seus estabelecimento. Se isso for realmente verdade estaremos dando um passo muito importante nas ações em prol do bem estar dos colaboradores em seus postos de trabalho. Para realizar uma análise ergonomica eficaz num posto de trabalho, diversos aspectos humanos devem ser observados, tais como: altura do operador em relação a máquina, tipo de atividade física que o mesmo realiza, peso, etc., bem como outros fatores como por exemplo: • Homem - características físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais do trabalho, influência do sexo, idade, treinamento, motivação, etc.; • Máquina - entende-se por máquina toda a ajuda material que o homem utiliza no seu trabalho, englobando os equipamentos, ferramentas, mobiliário e instalação; • Ambiente - características do espaço físico que envolvem o homem durante sua jornada de trabalho, como por exemplo: espaço suficiente para realizar seus movimentos em um posto de trabalho, iluminação adequada e suficiente para uma boa visualização dos equipamentos e materiais dos quais o homem utiliza em sua atividade profissional, temperatura ambiente adequada, etc.; • Informação - refere-se as comunicações existentes entre os elementos da equipe de trabalho; • Organização - refere-se ao andamento dos setores quanto à limpeza, organização, horários, transmissão correta das informações, sincronia, etc.; • Consequências do trabalho - fadiga, gasto energético, estresse, número de acidentes no setor, etc.. Levando em consideração estes aspectos, podemos observar que uma das causas de inúmeros problemas ergonômicos é a má postura. Geralmente a má postura está relacionada com: • herança genética; • maus hábitos; • enfermidades; • sedentarismo; • atitudes mentais; • indumentárias impróprias, etc. Sendo assim as consequências relacionadas com a má postura podem ser exemplificadas com problemas musculares que provocam dores fortes e insuportáveis e problemas como cifose e hiponordose.
  • 42. Outro vilão que ronda os postos de trabalho causando inúmeros problemas de ordem ergonomica são os esforços repetitivos. São caracterizados dois tipos de trabalho repetitivo, conforme as características do ciclo de repetição, são eles: Caracterizando o trabalho repetitivo Trabalho repetitivo Ciclo </= 2 minutos Trabalho altamente repetitivo Ciclo </= 30 segundos Através da caracterização dos esforços repetitivos poderemos avaliar um determinado posto de trabalho e os movimentos que o colaborador realiza durante sua jornada de trabalho. Se por intermédio desta avaliação o profissional técnico em segurança chegar a conclusão de que aquele posto de trabalho exige do colaborador inúmeros movimentos idênticos na sua jornada e não fazer nada para amenizar a situação, sem sombra de dúvidas as consequências para este colaborador e tantos outros que realizam a mesma atividade serão as piores possíveis. O mais conhecido problema advindo de esforços repetitivos é hoje chamado de D.O.R.T. ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Esta doença se desenvolve gradativamente e possui quatro estágios, são eles: Estágio I A - Sensação de peso e desconforto no membro afetado; B - Dor espontânea no local, as vezes com pontadas ocasionais durante a jornada de trabalho, porém ainda não interferem na produtividade. Esta dor é leve e melhora com o repouso. C - Não há sinais clínicos, a dor pode se manifestar durante um exame clínico à palpação da massa muscular envolvida. Prognóstico bom. Estágio II Dores mais persistentes e intensas. Aparece durante a jornada de trabalho de forma intermitente, é tolerável e permite o desempenho da atividade, porém afeta o rendimento nos períodos de exacerbação. É mais localizada e pode vir acompanhada de formigamento e calor, além de leves distúrbios de sensibilidade. os sinais clínicos de modo geral continuam ausentes. Podem ser observados, por vezes, pequenas nodulações e dor ao apaupar o músculo, prognóstico favorável.
  • 43. Estágio III A dor torna-se mais persistente, mais forte e tem irradiação mais definida. O repouso em geral só atenua a intensidade, porém, nem sempre a dor desaparece por completo. Nesta fase a dor aparece com mais frequência fora da jornada de trabalho, especialmente a noite. Perde-se um pouco da força muscular e causa uma sensível queda de rendimento profissional quando não, impossibilita o colaborador de executar a sua função na empresa. Os trabalhos domésticos também passam a ser limitados e muitas vezes não podem ser executados. Os sinais clínicos estão presentes. O edema é frequente, assim como a transpiração e a alteração de sensibilidade. A paupação e mobilidade são dolorosas e o retorno ao trabalho neste estágio da doença passa a ser problemático. Prognóstico reservado. Estágio IV Neste estágio as dores passam a ser mais fortes e contínua, por vezes insuportável, levando a intenso sofrimento. A dor se acentua com os movimentos estendendo-se a todo o membro afetado. Perda de força e dos movimentos. Edema persistente e podem aparecer deformidades, hipotrofias por desuso. A capacidade de trabalho é anulada e a invalidez se caracteriza pela impossibilidade de um trabalho produtivo e regular. As atividades do cotidiano são muito prejudicadas nestes estágios e, são comuns as alterações psicológicas com quadros de depressão, anciedade e angústia. Normas e prevenção Nós, como profissionais da área de segurança do trabalho, devemos nos atentar para as diretrizes da NR-17 que trata sobre os procedimentos relacionados com a Ergonomia, para que possamos transformar o ambiente de trabalho adequado aos colaboradores em seus postos de trabalho. Mas, como este assunto é muito amplo, nós não podemos ficar presos apenas ao conteúdo desta NR, devemos sempre estar atualizados com o assunto, visto que as mudanças neste campo é muito dinâmica. Portanto, para que isso aconteça devemos sempre estar pesquisando em fontes diversas novos procedimentos, surgimento de novos problemas ergonômicos, suas soluções, etc., para que assim consigamos tornar agradável o ato de trabalhar. Em se tratando de normas, não podemos deixar passar em branco que temos como base legal a NR-17, norma específica para o assunto Ergonomia. Portanto, vou relatar alguns pontos importantes contiddos em suas diretrizes, lembrando que você poderá visualizar a norma completa através do site do
  • 44. Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, ou baixá-la através da seção de download de mei site. Esta norma dita procedimentos a serem aplicados nos estabelecimentos onde existam trabalhadores executando qualquer atividade profissional, principalmente aquelas em que exectam-se levantamento, transporte e descarga individual de materiais, diferenciando os casos em que o indivíduo seja mulher, menores e idoses que, nestes casos deverão ser tomados cuidados especiais. 6.Programas de Controle Medico de Saúde Ocupacional- PCMSO: A NR 7 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Todos os trabalhadores devem ter o controle de sua saúde de acordo com os riscos a que estão expostos. Além de ser uma exigência legal prevista no art. 168 da CLT, está respaldada na Convenção 161 da Organização Internacional do Trabalho - OIT, respeitando princípios éticos, morais e técnicos. O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos: a) admissional; b) periódico; c) de retorno ao trabalho; d) de mudança de função; e) demissional.
  • 45. 7. PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS A NR 9 visa à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. As ações do PPRA devem ser desenvolvidas no âmbito de cada estabelecimento da empresa, sob a responsabilidade do empregador, com a participação dos trabalhadores, sendo sua abrangência e profundidade dependentes das características dos riscos e das necessidades de controle. Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. O PPRA deverá incluir as seguintes etapas: a) antecipação e reconhecimentos dos riscos; b) estabelecimento de prioridades e metas de avaliação e controle; c) avaliação dos riscos e da exposição dos trabalhadores; d) implantação de medidas de controle e avaliação de sua eficácia; e) monitoramento da exposição aos riscos; f) registro e divulgação dos dados.