2. Introduç
ão O absolutismo inglês
desenvolveu-se na dinastia
Tudor onde houve um grande
desenvolvimento económico,
principalmente no reinado da
rainha Elizabeth I devido à
consolidação do
anglicanismo, às práticas
mercantilistas e ao início da
colonização da América do
Norte e na dinastia Stuart.
Contudo, o absolutismo
estava ligado a um forte
conflito religioso entre a
Igreja Anglicana e a Igreja
Católica.
3. Elizabeth I tentou procurar uma
solução que não ofendesse
demasiado os católicos e que ao
mesmo tempo satisfizesse os desejos
dos protestantes ingleses. No entanto
a rainha não tolerava os puritanos
mais radicais que estavam a tentar
reformas mais extremas. Como
resultado, o controlo papal sobre
a igreja de Inglaterra foi anulado e a
própria rainha assumiu o título de
"Suprema Governante da Igreja
Anglicana" obrigando os oficiais
públicos a fazer um juramento que
reconhecia o seu controlo.
Elizabeth I
4. No seu reinado Elizabeth I
travou uma guerra contra a
Espanha, a Guerra Anglo-
Espanhola. Filipe II era motivado
por razões religiosas pois
Elizabeth I era protestante e
opôs-se ao catolicismo tornando
obrigatório o comparecimento ao
serviço religioso da Igreja
Anglicana e por motivos políticos
e económicos, visto a competição
económica entre os dois países,
após a participação inglesa no
tráfico de escravos e às atividades
corsárias inglesas que reduziram
severamente o Tesouro espanhol.
5. A guerra Anglo- Espanhola foi travada no oceano Atlântico
levando a que em 1588, a Armada espanhola sofresse um conjunto
de erros que ajudou os Ingleses a dispersar os navios espanhóis para
nordeste, derrotando a armada. Essa derrota levou a que Elizabeth,
em 1589, a monarca apoia-se Henrique IV de França, na sua luta
contra Espanha. Devido a várias tentativas de conquistas falhadas e
a um desentendimento entre a rainha inglesa e o rei francês,
Inglaterra acaba por, em 1596, se retirar da França.
Após regressar a Inglaterra, Elizabeth depara-se com um
problema: A Irlanda que, apesar de estar sobre o seu domínio,
defendia o catolicismo e estava disposta a desafiar a sua autoridade
e a conspirar com os seus inimigos, levando a rainha a dar terras aos
seus cortesãos, impedindo que os rebeldes se unissem a Espanha.
6. Entre 1594 e 1603, Inglaterra enfrentou o seu teste mais difícil
na Irlanda durante a Guerra dos Nove Anos, uma revolta que
aconteceu durante o ponto mais alto da guerra com Espanha que
apoiava Hugh O'Neill, que veio a render-se em 1603, alguns dias
depois da morte de Elizabeth I. Pouco depois foi assinado um
tratado de paz entre Espanha e Inglaterra.
Em 1603 a dinastia Tudor deu
lugar à dinastia Stuart. Jaime Stuart
assumiu o poder na Inglaterra e
passou a governar sem o Parlamento,
facto que se viria a repetir no reinado
de Carlos I que dissolveu o
Parlamento e tentou restabelecer o
poder absoluto, o que viria a
provocar o descontentamento da
burguesia, da nobreza e do povo pois
o rei impunha elevados impostos.
7. Neste contexto, surge a
Revolução Inglesa motivada pelas
dificuldades do desenvolvimento
económico pois o progresso da
agricultura estava a ser travado
pelos latifundiários tradicionais.
A burguesia foi a ordem que
mais se envolveu nesta revolução
pois, após ter sida desconvocada do
Parlamento, deixou de deter um
papel na política da nação. Tudo
isto levou a uma guerra civil,
opondo o Parlamento ao rei Carlos I
que, em 1645, foi derrotado por
Cromwell que tomou nas sua mãos
o poder, instalando uma ditadura
pessoal.
Cromwell
8. Após a sua morte (em 1653) os seus antigos apoiantes
voltaram a implantar em Inglaterra a monarquia, levando os
Stuart a voltarem ao poder, através de Carlos II e, pelo seu
sucessor, Jaime II.
Durante o seu reinado, o
absolutismo era evidente: o monarca
aumentou os impostos, dissolveu
definitivamente o Parlamento para
reduzir o poder da nobreza e deu os
mais altos cargos do reino a
católicos, levando a que os
protestantes se virassem contra ele
pois, como rei católico, tentou impor
a Igreja Católica a todos os seus
súbditos.
9. Com o descontentamento da
população, sobretudo burgueses,
Guilherme de Orange (da Holanda),
inicia a Revolução Gloriosa, para
depor Jaime II, restaurando o
Parlamento e iniciando um período
de paz pois a aprovação, pelo
parlamento da Bill of Rights
(declaração de direitos), tornou
impossível o retorno de um católico
à monarquia e acabou com as
tentativas recentes de instauração
do absolutismo monárquico nas ilhas
britânicas, limitando os poderes do
rei
Guilherme Orange
10. Após um período de guerras, a segunda metade do século
XVIII foi, para a Inglaterra, um período de prosperidade
económica, marcado pela Revolução Agrícola que teve lugar em
Norfolk (Leste da Inglaterra), e o seu principal impulsionador foi o
facto de a agricultura constituir o setor-chave da economia,
levando a um grupo de grandes proprietários- os Landlords- a
criarem um sistema quadrienal de rotação de culturas, a fazer uma
seleção de sementes, a introduzir mecanização, a aumentar a
criação de gado para produção de estrume e a pôr em prática os
Enclosures que, embora se tenham deparado com a resistência
dos pequenos agricultores que, não podendo acompanhar o
dinamismo das grandes herdades, se viram forçados a vender os
seus campos, constituíram um fator fundamental para a
modernização da agricultura inglesa, rentabilizavam a terra.
11.
12. Tudo isto contribuiu para uma maior produtividade agrícola,
aumentando os recursos alimentares, centralizando a mão de
obra para outros sectores económicos, impulsionando um
crescimento demográfico intimamente relacionado com a
prosperidade do país, resultando do desenvolvimento
económico, ou seja, da abundância de postos de trabalho que
fazem aumentar a taxa de nupcialidade e do número de
nascimentos (num período em que a morte diminui) que, por sua
vez, estimula o consumo e fornece mão de obra jovem aos
variados sectores económicos.
Com a introdução de máquinas na agricultura, registou-se um
acentuado êxodo rural, concentrando nas cidades toda a mão-de-
obra proveniente dos campos (que procurou trabalho no sector
da indústria), tornando Londres a maior cidade da Europa.
13. Esse crescimento urbano levou
à constituição de um forte mercado
interno, tornando a Inglaterra o país
com uma distribuição da riqueza
mais equilibrada. O abastecimento
dos mercados era facilitado pela
abolição das alfândegas internas e
pela revolução dos transportes que,
tirando partido da boa rede
hidrográfica, levou os ingleses a
construírem um vasto sistema de
canais, por onde se expediam as
mercadorias pesadas e por onde se
faziam chegar mais rapidamente os
produtos.
14. Com um forte mercado
interno, os ingleses queriam fazer
impor os seus produtos no
Continente quer pela sua
qualidade quer pelo seu baixo
preço sendo, nos mercados
transoceânicos, onde iam buscar
grande parte da sua fortuna. Mais
de metade da frota britânica
dirigia-se para as Américas,
muitas vezes passando pela
periferia africana, inscrevendo-se
nas rotas do comércio triangular
(comércio entre a Europa, a
África e as Américas).
15. Dos portos Ingleses, os navios
partiam carregados de armas de
fogo, rum, tecidos grosseiros e
bugigangas em direção à costa
africana, onde se abasteciam de
escravos, destinados às plantações e
minas americanas. Na América,
adquiriam açúcar, café, algodão e
tabaco e no Oriente, abasteciam-se
de sedas, especiarias, corantes, chá,
porcelanas e panos de algodão
indianos, admirados pela sua finura
e qualidade, que revendiam na
Europa. Para além do lucrativo
comércio Ásia-Europa, os Ingleses
introduziram-se nos circuitos locais
Orientais, os Country Trade. Plantação tabaco na América
18. Desde o fim do século XVI, em
Londres funcionava uma das
principais bolsas de comércio da
Europa, onde se centralizavam os
grandes negócios da cidade. Essa
bolsa era uma instituição privada
reconhecida pelo Estado e era nela
que se concentrava a dívida pública.
A atividade bolsista permitiu
canalizar as poupanças particulares
para o financiamento de empresas,
alargando assim o mercado de
capitais, sendo a adquirição de
títulos do Estado ou ações de uma
companhia uma forma de aplicação
do dinheiro para tentar aumentar a
riqueza. Pátio Interior da Bolsa Real de Londres
19. Foi então que surgiu o Banco de Inglaterra, destinado a realizar
todas as operações necessárias ao grande comércio, aceitando os
depósitos, fazendo transferências e, sempre que necessário,
equipar os navios destinados ao comércio colonial, mais tarde
complementado por pequenas instituições - os Country banks- que,
espalhados pelo país, realizavam numa escala mais reduzida, o
mesmo tipo de operações.
Esta nova estrutura financeira contribuiu para a Revolução
Industrial, que foi o conjunto de transformações técnicas e
económicas que se iniciaram no início da segunda metade do
século XVIII em Inglaterra, marcada pela invenção da máquina a
vapor e a sua aplicação aos transportes e à indústria, provocando
uma rápida mudança nos modos de produção passando de
manufatura para maquinofatura.
20. Essa Revolução Industrial
ficou marcada pela invenção da
máquina a vapor por James
Watt que permitia mover
teares, martelos, locomotivas e
muitos outros tipos de
maquinismos que,
anteriormente, dependiam do
trabalho humano levando a que
um século depois, as máquinas
a vapor efetuassem grande
parte do trabalho na Grã-
Bretanha.
Máquina a vapor de James Watt
21. Conclusã
o A Inglaterra foi, dos séculos XVI a XVII, uma grande potência
que rivalizava com a Holanda e a França, sobretudo no comércio
marítimo. Para que tal acontecesse, podemos destacar duas
grandes personalidades: a rainha Elizabeth I, considerada a “Rainha
dos mares” e Cromwell, que publicou os Atos de Navegação, que
visavam banir os Holandeses das áreas de comércio marítimo
britânico. Para tal, todas as mercadorias estrangeiras que
entrassem em Inglaterra teriam que ser, obrigatoriamente,
transportadas em embarcações inglesas e, pelo menos ¾ da sua
tripulação teria que se de origem inglesa, desenvolvendo assim a
construção naval e o seu comércio (que contribuiu para o
enriquecimento dos cofres do Estado). Os Atos de Navegação
foram, complementados por uma expansão territorial, sobretudo
na América do Norte e nas Antilhas.
22. O setor comercial foi
ainda reforçado pela criação
de grandes companhias de
comércio principalmente nas
colónias inglesas pois, era
nelas que o escoamento de
produtos era maior, visto
que as colónias eram
estabelecidas para benefício
da metrópole não podendo
estabelecer comércio com o
estrangeiro pois o principal
objetivo era diminuir as
importações, aumentando as
exportações.
23. Thomas Mun foi quem
implantou o mercantilismo na
Inglaterra, defendendo a expansão
do comércio que permite o
estabelecimento de uma balança
comercial positiva (diminuição das
importações e aumento das
exportações, para aumentar os
capitais de um determinado reino).
“ O comércio externo é a riqueza do soberano, a honra
do reino, a nobre vocação dos mercadores, a nossa
subsistência e o emprego para os nossos pobres…”
Thomas Mun, “A riqueza da Inglaterra pelo
comércio externo, 1622 (publicado em 1664 )
24. Webgraf
ia
http://www.infopedia.pt/$triunfo-da-burguesia-em-inglaterra-(sec.
http://www.mundovestibular.com.br/articles/4380/1/REVOLUCOESBURGUESAS/Paacutegina1.html
http://www.historylearningsite.co.uk/elizabeth_spain.htm
http://noseahistoria.blogspot.pt/2007/11/hegemonia-econmica-britnica-sculo-xviii.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Elizabeth_I_de_Inglaterra
http://www.infopedia.pt/$hegemonia-inglesa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jaime_II_de_Inglaterra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_II_de_Inglaterra
http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra_Anglo-Espanhola
Bibliografia
ऌ Livro História A 11° ano: “O tempo da história” (1ª parte)