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Das Novas Figurações
à Arte Conceitual
Cachoeira - 2011
"A arte é o exercício
experimental da liberdade"
Mário Pedrosa
Quando deixamos
de ser modernos
A dicotomia no ocidente
Desde a antiguidade clássica até a
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oscilado entre o clássico e o romântico, o que
criou uma tendência de ver a arte como
processo evolutivo, onde os estilos se sucedem
corrigindo os excessos anteriores.
A dicotomia no ocidente
Na modernidade, ainda se pode observar esse
movimento de oscilação entre os que eram a
favor e os que eram contra à razão técnica.
Na contemporaneidade a avaliação não se
limita aos extremos opostos, mas avança sobre
as ambigüidades que os unem.
Fim da pureza
Para compreender os anos 60 e 70 noBrasil, é
preciso reconhecer suas influências,
ressonâncias e dissonâncias, em obras de
vinte ou trinta anos depois. O problema está na
passagem, pois a passagem entre essas duas
décadas foi crucial no âmbito da
contemporaneidade, tanto quanto havia sido a
virada da década de 1940 e 1950 nos EUA.
Pois foi nesse momento que o axioma purista
da modernidade perdeu sua força.
Duchamp na América
Quando a capital mundial das artes se transfere
definitivaente de Paris para Nova York, no final
dos anos 50, o Expressionismo Abstrato norte-
americano estava em declínio, e parecia ter
terminado a hegemonia da arte européia sobre a
arte ocidental.
Mesmo com uma tendência para uma linguagem
emancipada na América do Norte, conquistada
finalmente com a Pop Art, sempre houve a
influência de um europeu, Marcel Duchamp.
O sujeito na ação
As características particulares do
Expressionismo Norte-americano, em especial
do Action Paint, já conotava da preocupação
em transformar o espaço pictórico em um
campo de ação cromática, com o gesto
definido a configuração formal.
Essa revisão modernista norte-americana, que
desencadeou processos inéditos em relação a
tradição européia, pode ter sido o último foco
de resistência dessa mesma tradição.
A nova capital cultural do mundo
Artistas como Robert Rauschenberg e Jasper
Johns, precursores da Pop Art, seguindo os
preceitos dadaístas e o espirito readymade,
criavam o diálogo da pintura com o mundo
agregando às telas objetos do cotidiano,
elementos banais, escolhidos ao acaso e sem
nenhuma intenção estética.
Confronto crítico
Clement Greenberg, maior crítico dessa
geração, ao contrário, considerava a condição
artesanal e formalista do modernismo europeu,
indispensável a essa instauração de
linguagem, chegando a afirmar que a arte
visual deveria se restringir a aspectos da
experiência unicamente visual.
Confronto crítico
Contrariamente ao pensamento greebergniano,
críticos como Rosalind Krauss e Leo Steinberg
sustentavam que nem tudo cabia no âmbito das
convenções e seguia uma norma técnica
autônoma com os novos procedimentos estéticos
e até que as experiências contemporâneas não
cabem nas especializações tradicionais da arte,
como pintura, escultura, desenho, que se tornam
obsoletas.
Confronto crítico
O pensamento Maurice Marleau-Ponty, e sua
obra Fenomeologia da Percepção, também
contrariamente ao pensamento de Greenberg,
repensa a realidade, não como um um embate
de antagonismos, mas sim como um campo de
cruzamentos, onde uma coisa existe graças a
outra. Ele propõe tratar os pares como termos
que estabelecem entre si relações que atuam
na definição mesma de cada uma deles.
O Brasil pré-Pop
Brasil	
  pré-­‐Pop
•Abstração	
  geométrica
Brasil	
  pré-­‐Pop
• Liberdade	
  ar9s:ca
• Construção	
  lógica	
  e	
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pela	
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• Concre:stas	
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  São	
  Paulo
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  –	
  Rio	
  de	
  
Janeiro
• Trabalhar	
  valores	
  
abstratos	
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  formas	
  
concretas,	
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reais.
Alan	
  Ridell
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  de	
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Brasil	
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  encontro	
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Brasil	
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  com	
  a	
  arte	
  român:ca	
  
e	
  representacional	
  de	
  
conteúdo	
  ideológico	
  ou	
  
subje:vo.
• Propõe	
  uma	
  produção	
  
informada	
  pelo	
  saber	
  
cien:fico.
A Pop Arte norte
Americana
+ Propondo uma nova imagem da Arte
+ Unindo Arte e Vida
+ Efetivando Princípios da Criticidade
que com sua radicalidade celebra a
morte da arte
+ Rompia a hegemonia do projeto
construtivo
+ Problematizava o circuito
Questionando:
A autonomia da pintura e da escultura
Centramento retiniano
Desidealizando o conceito de arte
A imagem do artista
Valorização da técnica.
Assume a o mundo empírico banalidade como objetos de interesse
artistico.
Utilizava das linguagens comerciais e a vida urbana
Quebrava os limites entre as disciplinas criando uma interlíngua dispondo
de todos os meios de comunicação
Não tinha por objetivo criticar a nova sociedade, antes adere ao sistema
incluindo em seus processos os mesmos processos utilizados no comércio
e na indústria na construção dos objetos artisticos
Retomada da figuração reproduzindos anonimos frios e
desprovidos de inquietações existenciais.
Seu caracter repetitivo da figuração serve como
anúncio da falência do novo e iguala o artista a uma
máquina reprodutora de cópias
Questionando a posição do artista nessa nova
sociedade onde o consumo e reprodução em massa
ditam
Iguala a obra de arte a qualquer produto da cadeia do
cotidiano comercial
Passa a aderir às linguagens do mundo
real.
Comentando e revendo o modo de vida
das sociedades pós-industrial e a nova
condição humana.
Deu um valor numérico e serial como de
uma mercadoria e ao artista uma
incapacidade de formular juizos
Principais artistas da Pop Art
Americana.
Andy Wahol
Roy Lichtenstein
Principais artistas da Pop Art Americana.
Roy Lichtenstein A obra dele mais significativa é
quase toda baseada em quadrinhos. Logo, se você ver alguma coisa
que lembre quadrinhos exposta numa galeria, há grandes chances do
artista ser ele.
Principais artistas da Pop Art Americana.
Yayoi Kusama é uma artista pop Japonesa viva até
hoje. Se você ver um monte de bolinhas em alguma obra, grandes
chances de ser ela a dona. Não, não me perguntem o que quer dizer
os pontos, mas vai dizer que as obras não são bonitinhas?
Principais artistas da Pop Art Americana.
Wayne Thiebaud é o artista dos doces retrô. Se o quadro tem alguma
guloseima antiga meiga, chute ele como autor do quadro.
Principais artistas da Pop Art Americana.
Jasper Johns: Ele fez um quadro chamado flags, aquele com uma
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art, com o quadro “O que faz os lares de hoje serem tão diferentes, tão
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Lygia Pape – Divisor - 1969
Nelson Leiner – são Paulo
O porco empalhado
Hélio Oiticica - Bólides
CANONGIA, Ligia. O Legado dos Anos 60 e 70. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed., 2005.
DIAS, Juliana Gomes de Souza. Entre o espaço público e o privado
na arte de Curitiba. Curitiba: 2008.
O Livro da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
REIS, Paulo. Arte de Vanguarda no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed., 2006
A arte nos anos 70 no
Brasil e no mundo
Vários fatores fizeram uma mudança significativa na arte nos anos
70. Com o rompimento do pós-modernismo , o campo das artes se
estende dando lugares a outras técnicas artísticas como a arte pop
e o minimalismo.
Embora outras manifestações tenham se desenvolvido à época
como a Land Art, a Arte Processo e a Arte Conceitual, nenhuma
sustentava um corpo de princípios tão bem delimitados, com
questões tão coesas como o minimalismo.
O minimalismo surge após o ápice do expressionismo abstrato nos
Estados Unidos, movimento esse que marcou a mudança do eixo
artístico mundial da Europa para os Estados Unidos. Contrapondo-
se a esse movimento, o minimalismo procurava através da redução
formal e da produção de objetos em série, que se transmitisse ao
observador uma percepção fenomenológica nova do ambiente onde
se inseriam. Exemplo desse projeto estaria nas obras de Dan Flavin,
que através de tubos luminosos modifica o ambiente da galeria.
Seus principais representantes foram Donald Judd, Sol Lewitt, Dan
Flavin e Carl Andre.
Principais	
  Representantes	
  do	
  Minimalismo
Dan	
  Flavin
É	
  um	
  ar:sta	
  minimalista	
  dos	
  EUA.	
  Seu	
  trabalho	
  se	
  
caracteriza	
   por	
   instalações,	
   pinturas	
   e	
   esculturas,	
  
entre	
  outros.
Sol	
  LewiG
Foi	
  um	
  ar:sta	
  estadunidense	
  de	
  arte	
  minimalista.
Um	
   dos	
   principais	
   protagonistas	
   da	
   arte	
  
minimalista,	
   Sol	
   Lewi^	
   criou,	
   nos	
   anos	
   60,	
  
estruturas	
   compostas	
   de	
   elementos	
   cúbicos	
   ou	
  
derivadas	
   do	
   cubo,	
   em	
   variações	
   organizadas	
  
sobre	
   uma	
   grade.	
   Eram	
   volumes	
   simples,	
   que	
  
convidavam	
   o	
  espectador	
   a	
  reconstruir	
   o	
   retrato	
  
mental	
   das	
   variações	
   possíveis	
   de	
   uma	
   dada	
  
figura.	
   Desde	
   o	
   início	
   de	
   sua	
   carreira,	
   Sol	
   Lewi^	
  
dedicou-­‐se	
   a	
   mudar	
   nossa	
   compreensão	
   das	
  
convenções	
  pela	
  alteração	
  de	
  nossos	
  sen:dos.
Donald	
  Judd
Interessa-­‐lhe	
   a	
   tridimensionalidade	
   da	
   escultura	
   e	
   a	
  
relação	
   que	
   os	
   objetos	
   estabelecem	
   com	
   o	
   espaço	
   e	
  
com	
  o	
  solo.	
  Nos	
   seus	
   trabalhos,	
  que	
  resultam	
   de	
  uma	
  
radical	
   simplificação	
   das	
   formas,	
   dos	
   materiais	
   e	
   das	
  
cores,	
  o	
  ar:sta	
  pretende	
  acentuar	
  as	
  qualidades	
  bsicas	
  e	
  
plás:cas,	
   sem	
   imitar	
   ou	
   expressar	
   nada	
   para	
   além	
   da	
  
realidade	
   bsica	
   e	
   sensível	
   das	
   formas.	
   Esta	
   redução	
  
expressiva	
   e	
   formal	
   é	
   acompanhada	
   pela	
   quase	
  
eliminação	
   do	
   contacto	
   direto	
   do	
   ar:sta	
   na	
   produção	
  
das	
   peças	
   que	
   muitas	
   vezes	
   eram	
   inteiramente	
  
produzidas	
   em	
   fábricas.	
   Os	
   materiais	
   que	
   mais	
   u:liza	
  
são	
  o	
   contraplacado,	
   o	
   ferro,	
   o	
  alumínio	
   e	
   a	
   madeira,	
  
muitas	
  vezes	
  pintados.	
  
Um	
   dos	
   seus	
   trabalhos	
   mais	
   conhecidos,	
   a	
   série	
   de	
  
esculturas	
  que	
  são	
  designadas	
  por	
  "Pilhas",	
  resultam	
  da	
  
repe:ção	
   ver:cal	
   de	
   caixas	
   retangulares,	
   ao	
   longo	
   de	
  
uma	
  parede.	
  Apresentam	
  uma	
  das	
  ideias	
  de	
  composição	
  
recorrentes	
   nas	
   obras	
   de	
   Judd:	
   a	
   serialidade,	
   a	
  
combinatória	
  e	
  a	
  variação	
  de	
  figuras	
  simples.
Carl	
  Andre
É	
  um	
  ar:sta	
  plás:co	
  e	
  autor	
  de	
  poemas	
  visuais	
  
estadunidense,	
  e	
  um	
  dos	
  membros	
  do	
  movimento	
  
minimalista	
  nos	
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  1960.
O	
   trabalho	
   de	
   Andre	
   é	
   único	
   e	
   tem	
   sua	
   origem	
  
numa	
   tradição	
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   escultura.	
   Carl	
   Andre	
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enfa:camente	
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  talvez	
  mais	
  do	
  que	
  a	
  
de	
   qualquer	
   outro	
   ar:sta	
   da	
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   Evitando-­‐se	
  
qualquer	
  efeito	
  de	
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   ou	
  
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   alguma	
   outra	
  
maneira,	
  assim	
  sendo	
  esculturas	
  de	
  disposição.
Convex	
  Piramide
1,93	
  x	
  53
No	
  Brasil	
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  internacionalização	
  da	
  arte	
  e	
  do	
  mercado	
  abriu	
  possibilidades	
  de	
  usos	
  de	
  
materiais	
   dis:ntos	
   como	
  aço,	
   acrílico,	
  plás:co,	
   alumínio,	
   etc,	
   desenvolvendo	
  com	
  
isso	
   uma	
   mistura	
   um	
   tanto	
   quanto	
   contraditória	
   de	
   experimentalismo,	
  
marginalidade	
  e	
   mercado.	
   No	
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   plás:cas,	
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representantes	
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  ar:stas,	
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Resende	
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  Resende	
  derrama	
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  o	
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  e	
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  O	
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  se	
  enfraquece	
  no	
  
início	
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Artur Barrio
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logo impõe um novo paradigma que dá à
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sensorial a níveis inéditos. O artista estabelece o
fundamento iconoclasta de sua obra desde as
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no Rio de Janeiro (1969) e Belo Horizonte (1970).
Cildo Meireles
Cildo Meireles, outro importante artista da década,
segue a mesma direção dessa política maior, que se
confronta com a lógica elitista do capitalismo. Ele
parecia satirizar o consumo mercantil massificado e ao
mesmo tempo em que criava uma circulação
subversiva e autônoma para a arte. Ele fez isso, em
1970, com as séries Inserções em Círculos
Ideológicos, Projeto Coca-Cola e Projeto Cédula. O
artista criava “uma espécie de graffiti móvel” com
contra-informações, estabelecendo para a arte um
território aberto a penetração pública.
• CANONGIA, Ligia. O Legado dos anos 60 e
70. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2005.
• FAVORETTO, Celso. Das novas figurações à
arte conceitual. In ITAÚ CULTURAL.
Tridimensionalidade: arte brasileira do século
XX. São Paulo, Cosac Naify,1999.p. 110 - 115.

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Arte Conceitual no Brasil e o Minimalismo nos anos 70

  • 1. Das Novas Figurações à Arte Conceitual Cachoeira - 2011
  • 2. "A arte é o exercício experimental da liberdade" Mário Pedrosa
  • 4.
  • 5. A dicotomia no ocidente Desde a antiguidade clássica até a modernidade, a arte ocidental parece ter oscilado entre o clássico e o romântico, o que criou uma tendência de ver a arte como processo evolutivo, onde os estilos se sucedem corrigindo os excessos anteriores.
  • 6. A dicotomia no ocidente Na modernidade, ainda se pode observar esse movimento de oscilação entre os que eram a favor e os que eram contra à razão técnica. Na contemporaneidade a avaliação não se limita aos extremos opostos, mas avança sobre as ambigüidades que os unem.
  • 7. Fim da pureza Para compreender os anos 60 e 70 noBrasil, é preciso reconhecer suas influências, ressonâncias e dissonâncias, em obras de vinte ou trinta anos depois. O problema está na passagem, pois a passagem entre essas duas décadas foi crucial no âmbito da contemporaneidade, tanto quanto havia sido a virada da década de 1940 e 1950 nos EUA. Pois foi nesse momento que o axioma purista da modernidade perdeu sua força.
  • 8. Duchamp na América Quando a capital mundial das artes se transfere definitivaente de Paris para Nova York, no final dos anos 50, o Expressionismo Abstrato norte- americano estava em declínio, e parecia ter terminado a hegemonia da arte européia sobre a arte ocidental. Mesmo com uma tendência para uma linguagem emancipada na América do Norte, conquistada finalmente com a Pop Art, sempre houve a influência de um europeu, Marcel Duchamp.
  • 9.
  • 10.
  • 11.
  • 12. O sujeito na ação As características particulares do Expressionismo Norte-americano, em especial do Action Paint, já conotava da preocupação em transformar o espaço pictórico em um campo de ação cromática, com o gesto definido a configuração formal. Essa revisão modernista norte-americana, que desencadeou processos inéditos em relação a tradição européia, pode ter sido o último foco de resistência dessa mesma tradição.
  • 13.
  • 14. A nova capital cultural do mundo Artistas como Robert Rauschenberg e Jasper Johns, precursores da Pop Art, seguindo os preceitos dadaístas e o espirito readymade, criavam o diálogo da pintura com o mundo agregando às telas objetos do cotidiano, elementos banais, escolhidos ao acaso e sem nenhuma intenção estética.
  • 15.
  • 16. Confronto crítico Clement Greenberg, maior crítico dessa geração, ao contrário, considerava a condição artesanal e formalista do modernismo europeu, indispensável a essa instauração de linguagem, chegando a afirmar que a arte visual deveria se restringir a aspectos da experiência unicamente visual.
  • 17. Confronto crítico Contrariamente ao pensamento greebergniano, críticos como Rosalind Krauss e Leo Steinberg sustentavam que nem tudo cabia no âmbito das convenções e seguia uma norma técnica autônoma com os novos procedimentos estéticos e até que as experiências contemporâneas não cabem nas especializações tradicionais da arte, como pintura, escultura, desenho, que se tornam obsoletas.
  • 18. Confronto crítico O pensamento Maurice Marleau-Ponty, e sua obra Fenomeologia da Percepção, também contrariamente ao pensamento de Greenberg, repensa a realidade, não como um um embate de antagonismos, mas sim como um campo de cruzamentos, onde uma coisa existe graças a outra. Ele propõe tratar os pares como termos que estabelecem entre si relações que atuam na definição mesma de cada uma deles.
  • 21. Brasil  pré-­‐Pop • Liberdade  ar9s:ca • Construção  lógica  e  formal • Mundo  progressista  regido   pela  razão  técnica • Sociedade  industrial  como   potência  redentora  
  • 22. Brasil  pré-­‐Pop •Brasília •Parque  Ibirapuera •Museus  de  Arte  Moderna •Teatro  Arena •Cinema  Novo •Poesia  concreta
  • 23. Brasil  pré-­‐Pop • Concre:stas  –  São  Paulo • Neoconcretos  –  Rio  de   Janeiro • Trabalhar  valores   abstratos  e  formas   concretas,  com  materiais   reais. Alan  Ridell Escultura  de  Lygia  Clark  (Neoconcreta)
  • 24. Brasil  pré-­‐Pop Ponto  de  encontro  Mary  Vieira Objeto  Ciné4co  Abraham  Palatnik
  • 25. Brasil  pré-­‐Pop Unidade  tripar4da  Max  Bill Fita  de  Moebius
  • 26. Brasil  pré-­‐Pop • Rompia  com  a  arte  român:ca   e  representacional  de   conteúdo  ideológico  ou   subje:vo. • Propõe  uma  produção   informada  pelo  saber   cien:fico.
  • 27. A Pop Arte norte Americana
  • 28. + Propondo uma nova imagem da Arte + Unindo Arte e Vida + Efetivando Princípios da Criticidade que com sua radicalidade celebra a morte da arte + Rompia a hegemonia do projeto construtivo + Problematizava o circuito
  • 29. Questionando: A autonomia da pintura e da escultura Centramento retiniano Desidealizando o conceito de arte A imagem do artista Valorização da técnica.
  • 30. Assume a o mundo empírico banalidade como objetos de interesse artistico. Utilizava das linguagens comerciais e a vida urbana Quebrava os limites entre as disciplinas criando uma interlíngua dispondo de todos os meios de comunicação Não tinha por objetivo criticar a nova sociedade, antes adere ao sistema incluindo em seus processos os mesmos processos utilizados no comércio e na indústria na construção dos objetos artisticos
  • 31. Retomada da figuração reproduzindos anonimos frios e desprovidos de inquietações existenciais. Seu caracter repetitivo da figuração serve como anúncio da falência do novo e iguala o artista a uma máquina reprodutora de cópias Questionando a posição do artista nessa nova sociedade onde o consumo e reprodução em massa ditam Iguala a obra de arte a qualquer produto da cadeia do cotidiano comercial
  • 32. Passa a aderir às linguagens do mundo real. Comentando e revendo o modo de vida das sociedades pós-industrial e a nova condição humana. Deu um valor numérico e serial como de uma mercadoria e ao artista uma incapacidade de formular juizos
  • 33. Principais artistas da Pop Art Americana. Andy Wahol Roy Lichtenstein
  • 34. Principais artistas da Pop Art Americana. Roy Lichtenstein A obra dele mais significativa é quase toda baseada em quadrinhos. Logo, se você ver alguma coisa que lembre quadrinhos exposta numa galeria, há grandes chances do artista ser ele.
  • 35. Principais artistas da Pop Art Americana. Yayoi Kusama é uma artista pop Japonesa viva até hoje. Se você ver um monte de bolinhas em alguma obra, grandes chances de ser ela a dona. Não, não me perguntem o que quer dizer os pontos, mas vai dizer que as obras não são bonitinhas?
  • 36. Principais artistas da Pop Art Americana. Wayne Thiebaud é o artista dos doces retrô. Se o quadro tem alguma guloseima antiga meiga, chute ele como autor do quadro.
  • 37. Principais artistas da Pop Art Americana. Jasper Johns: Ele fez um quadro chamado flags, aquele com uma bandeira por cima da outra, que você já deve ter visto.
  • 38. Principais artistas da Pop Art Americana. Richard Hamilton: Um inglês considerado o cara que iniciou a pop art, com o quadro “O que faz os lares de hoje serem tão diferentes, tão chamativos?“.
  • 39. A Arte Conceitual no Brasil
  • 40. A Arte Conceitual no Brasil
  • 41. Lygia Pape – Divisor - 1969
  • 42. Nelson Leiner – são Paulo O porco empalhado
  • 43. Hélio Oiticica - Bólides
  • 44. CANONGIA, Ligia. O Legado dos Anos 60 e 70. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005. DIAS, Juliana Gomes de Souza. Entre o espaço público e o privado na arte de Curitiba. Curitiba: 2008. O Livro da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1999. REIS, Paulo. Arte de Vanguarda no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006
  • 45. A arte nos anos 70 no Brasil e no mundo
  • 46. Vários fatores fizeram uma mudança significativa na arte nos anos 70. Com o rompimento do pós-modernismo , o campo das artes se estende dando lugares a outras técnicas artísticas como a arte pop e o minimalismo. Embora outras manifestações tenham se desenvolvido à época como a Land Art, a Arte Processo e a Arte Conceitual, nenhuma sustentava um corpo de princípios tão bem delimitados, com questões tão coesas como o minimalismo. O minimalismo surge após o ápice do expressionismo abstrato nos Estados Unidos, movimento esse que marcou a mudança do eixo artístico mundial da Europa para os Estados Unidos. Contrapondo- se a esse movimento, o minimalismo procurava através da redução formal e da produção de objetos em série, que se transmitisse ao observador uma percepção fenomenológica nova do ambiente onde se inseriam. Exemplo desse projeto estaria nas obras de Dan Flavin, que através de tubos luminosos modifica o ambiente da galeria. Seus principais representantes foram Donald Judd, Sol Lewitt, Dan Flavin e Carl Andre.
  • 47. Principais  Representantes  do  Minimalismo Dan  Flavin É  um  ar:sta  minimalista  dos  EUA.  Seu  trabalho  se   caracteriza   por   instalações,   pinturas   e   esculturas,   entre  outros.
  • 48. Sol  LewiG Foi  um  ar:sta  estadunidense  de  arte  minimalista. Um   dos   principais   protagonistas   da   arte   minimalista,   Sol   Lewi^   criou,   nos   anos   60,   estruturas   compostas   de   elementos   cúbicos   ou   derivadas   do   cubo,   em   variações   organizadas   sobre   uma   grade.   Eram   volumes   simples,   que   convidavam   o  espectador   a  reconstruir   o   retrato   mental   das   variações   possíveis   de   uma   dada   figura.   Desde   o   início   de   sua   carreira,   Sol   Lewi^   dedicou-­‐se   a   mudar   nossa   compreensão   das   convenções  pela  alteração  de  nossos  sen:dos.
  • 49. Donald  Judd Interessa-­‐lhe   a   tridimensionalidade   da   escultura   e   a   relação   que   os   objetos   estabelecem   com   o   espaço   e   com  o  solo.  Nos   seus   trabalhos,  que  resultam   de  uma   radical   simplificação   das   formas,   dos   materiais   e   das   cores,  o  ar:sta  pretende  acentuar  as  qualidades  bsicas  e   plás:cas,   sem   imitar   ou   expressar   nada   para   além   da   realidade   bsica   e   sensível   das   formas.   Esta   redução   expressiva   e   formal   é   acompanhada   pela   quase   eliminação   do   contacto   direto   do   ar:sta   na   produção   das   peças   que   muitas   vezes   eram   inteiramente   produzidas   em   fábricas.   Os   materiais   que   mais   u:liza   são  o   contraplacado,   o   ferro,   o  alumínio   e   a   madeira,   muitas  vezes  pintados.   Um   dos   seus   trabalhos   mais   conhecidos,   a   série   de   esculturas  que  são  designadas  por  "Pilhas",  resultam  da   repe:ção   ver:cal   de   caixas   retangulares,   ao   longo   de   uma  parede.  Apresentam  uma  das  ideias  de  composição   recorrentes   nas   obras   de   Judd:   a   serialidade,   a   combinatória  e  a  variação  de  figuras  simples.
  • 50. Carl  Andre É  um  ar:sta  plás:co  e  autor  de  poemas  visuais   estadunidense,  e  um  dos  membros  do  movimento   minimalista  nos  anos  1960. O   trabalho   de   Andre   é   único   e   tem   sua   origem   numa   tradição   de   escultura.   Carl   Andre   usa   materiais   modernos   ou   materiais   que   foram   processados  por  meios  industriais  e  suas  obras  são   enfa:camente  an:ilusionistas;  talvez  mais  do  que  a   de   qualquer   outro   ar:sta   da   época.   Evitando-­‐se   qualquer  efeito  de  desafio  à  gravidade  escolhendo   não   prender,   colar,   soldar,   cavilhar,   parafusar   ou   manter   os   elementos   juntos   de   alguma   outra   maneira,  assim  sendo  esculturas  de  disposição. Convex  Piramide 1,93  x  53
  • 51. No  Brasil  a  internacionalização  da  arte  e  do  mercado  abriu  possibilidades  de  usos  de   materiais   dis:ntos   como  aço,   acrílico,  plás:co,   alumínio,   etc,   desenvolvendo  com   isso   uma   mistura   um   tanto   quanto   contraditória   de   experimentalismo,   marginalidade  e   mercado.   No  Brasil,   nas   artes   plás:cas,   o  Minimalismo   não   teve   representantes  importantes,  mas  o  Pós-­‐minimalismo  influencia  vários  ar:stas,  José   Resende  entre  eles.  Em  algumas  obras,  Resende  derrama  parafina  quente  sobre  um   pedaço  de  couro  cru,  e  o  resultado  é  conseqüência  da  troca  térmica  entre  os  dois   materiais:  o  couro  se  enruga  e  a  parafina  endurece.  O  movimento  se  enfraquece  no   início  dos  anos  80  com  a  revalorização  da  pintura.  
  • 52. Artur Barrio Artur Barrio, artista que aparece em meio a efervescência que abalaram o entre-décadas, logo impõe um novo paradigma que dá à experimentação um caráter demolidor, errático e energético dilatando a capacidade perceptiva a sensorial a níveis inéditos. O artista estabelece o fundamento iconoclasta de sua obra desde as Trouxas Ensangüentadas, que foram espalhadas no Rio de Janeiro (1969) e Belo Horizonte (1970).
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  • 58. Cildo Meireles Cildo Meireles, outro importante artista da década, segue a mesma direção dessa política maior, que se confronta com a lógica elitista do capitalismo. Ele parecia satirizar o consumo mercantil massificado e ao mesmo tempo em que criava uma circulação subversiva e autônoma para a arte. Ele fez isso, em 1970, com as séries Inserções em Círculos Ideológicos, Projeto Coca-Cola e Projeto Cédula. O artista criava “uma espécie de graffiti móvel” com contra-informações, estabelecendo para a arte um território aberto a penetração pública.
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  • 62. • CANONGIA, Ligia. O Legado dos anos 60 e 70. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2005. • FAVORETTO, Celso. Das novas figurações à arte conceitual. In ITAÚ CULTURAL. Tridimensionalidade: arte brasileira do século XX. São Paulo, Cosac Naify,1999.p. 110 - 115.