3. A HISTÓRIA ANTES DA LITERATURA GAUCHA...
Ao chegar o homem branco ao território brasileiro, habitavam aqui os seus
habitantes originais, os índios, com grande grau de generalização. Eles estavam
espalhados pelo território riograndense. Os Tapes mais ao norte, que obtiveram
grandes relações com os Jesuítas, em outra parte do norte viviam os
caingangues, os que mais resistiram ao homem branco e mais ao sul os charruas
e minuanos, que resistiram a integração, mas foram integrados a civilização
branca ao longo do tempo. Sabendo que não houve ocupação do RS, neste
primeiro século, mesmo seu território cabendo a Espanha conforme o Tratado de
Tordesilhas, e a Portugal o naco do Atlântico.
Era o tempo em que os portugueses organizavam a economia açucareira e
os espanhóis procuravam fixar posições no Sul. Época em que a portuguesa
Salvador é fundada, em 1536, e a espanhola Buenos Aires no Rio da Prata. Em
1545 Potosí na Bolívia é fundada e São Paulo fundada a partir de 1554.
Sendo assim, 60 anos de administração comum entre 1580 e 1640, entre as
duas coroas Ibéricas, que aqui desde o começo disputavam o território
americano, onde também temos a presença holandesa no Recife e região, entre
1624 e 1654.
E nesta época começa o trabalho dos jesuítas na metade sul da América do
Sul, envolvendo catequese com a criação de aldeias, organização social e
econômica, integração, de vastas populações indígenas que vai durar de 1610 a
1750, alcançando várias aldeias, vilas e verdadeiras cidades.
5. ...CONTINUANDO...ANTES DA LITERATURA
GAÚCHA...
E então começa a ser percorrido pela primeira vez o território do
Rio Grande do Sul, talvez a primeira vez por europeus. Entre 1600 e
1625.
No mesmo instante em que jesuítas espanhóis estão trabalhando
em uma extensa região chamada Guairá, hoje território do Paraná, com
aldeamento de índios. Após acontecendo as reduções jesuíticas, que
revela uma diminuição de suas ações, por consequência disso, os índios
se tornam presas fáceis aos bandeirantes paulistas que partiam em busca
de riquezas e pessoas para escravizar.
A provícia de Guairá chegou a ter mais de 100 mil habitantes, mas
dezenas foram escravizados e levados para o norte. E por isso, os jesuítas
espanhóis descem em direção ao sul para escapar dos bandeirantes entre
1626 e 1638.
Os índios sobreviventes são orientados a fugir para Rio Grande do
Sul e em 1670 estabelece-se outro grande domínio territorial no noroeste
do Rio Grande do Sul e ao Nordeste da Argentina.
Formando assim uma nova sociedade com milhares de habitantes,
com uma estrutura protegida por instrumentos espanhóis.
6. Mas os portugueses não estão parados não,fundam a Colônia do
Sacramento que se localiza de frente para Buenos Aires, incomodando
assim, os espanhóis.
Temos outra data significativa para entender-se a região é a
fundação de Montevidéu em 1726, isso isolava a comunicação entre a
Colônia e o território português ao norte.
E por fim o que irá alterar o foco português no Sul após será a
descoberta de diamantes e ouro em Minas Gerais em 1693, esse será o
foco dos portugueses por décadas, e sucessivamente daí para o açúcar
nordestino, organizando assim, todo um sistema de exploração. E do sul
sobem dois elementos importantes para o ciclo do ouro, os cavalos e as
mulas e o gado para alimentação. E podemos dizer que o atual Rio
Grande do Sul passa a existir para o centro da Colônia portuguesa.
7. O INICIO
A Sociedade Parthenon Litterario !
Criada em 18 de junho de 1868, em um período de grande efervescência
política e social, com ideias abolicionistas e republicanas em andamento, foi uma
associação literária brasileira, que no século XIX foi considerada a principal
agremiação cultural do Rio Grande do Sul, a formadora e consolidadora da
Literatura Gaúcha.
Sediada em Porto Alegre promoveu um intercâmbio cultural que
impulsionou a intelectualidade riograndense, tendo dois principais autores como
figuras o médico José Antonio do Vale Caldre e Fião, sendo presidente
honorário, e o Apolinário José Gomes Porto-Alegre.
A sua criação teve como uma consequência o intercâmbio de ideias entre
os autores membros, sendo assim, promoveu a circulação de matérias literárias
em diferentes jornais.
A sociedade também participava de campanhas abolicionistas e ajudava
com fundos para a libertação de escravos e expressava sua opinião nos mais
variados assuntos polêmicos de sua época
8. Sendo assim, as primeiras manifestações literárias do Rio Grande
do Sul obedecem a poesia, a forma métrica. A maior facilidade na
divulgação deve-se a essa preferência.
E como não existiam editoras, um soneto poderia se tornar público
por meio de um rodapé de um jornal ou declamado. Também vemos a
contribuição oral em meio a tudo isso, o cultivo da cancioneiridade
popular.
Sendo utilizada a opção do verso, tendo como temática a
valorização do mundo gauchesco, com elementos populares e a ideologia
dos senhores da terra do gado. Tendo os temas, influência da Revolução
Farroupilha e a confluência do cancioneiro popular e o uso que fez dele
a classe dominante.
9. CALDRE E FIÃO
José Antônio do Vale Caldre e Fião nasceu em
24/10/1824 em Porto Alegre e com 51 anos
faleceu em 30/03/1876, foi escritor, jornalista,
político, médico e professor brasileiro, sendo
considerado o PAI DA LITERATURA GAÚCHA.
Dedicou-se intensamente ao abolicionismo,
membro da sociedade contra o tráfico de africanos e
promotor da colonização e civilização dos Indígenas,
sendo perseguido e ameaçado por esse e outros ideais.
E em 1852, ele obten seu diploma de médico e se torna um dos
fundadores e presidente da Sociedade Partenon Literário de Porto
Alegre.
ALGUMAS OBRAS:
Elementos de Farmácia Homeopática,1846;
A Divina Pastora, romance, 1847;
Elogio Dramático ao Batizado do Príncipe Imperial D. Pedro - 1848.
10. EDUARDO GUIMARÃES
Eduardo Gaspar da Costa Guimarães nasceu em
1892 em Porto Alegre e faleceu em 13 de dezembro de
1928 no Rio de Janeiro, foi escritor, tradutor e
jornalista.
Foi um dos maiores representantes da
Literatura simbolista do país.
Participantou do simbolismo, o movimento
que produziu grandes poetas no Rio Grande do Sul,
homenageado patrono da Feira do Livro de 1969 de Porto Alegre, é
patrono da 38 Academia Rio-Grandense de Letras e formando
juntamente com Cruz e Souza e Alphonsus de Guimaraens, a dita
“Trindade Simbolista” no Brasil.
ALGUMAS OBRAS:
Caminho da Vida (poesias, 1908);
Arabela e Atanael (contos, 1912);
A Divina Quimera (poesias, 1916).
11. POEMA DE EDUARDO GUIMARÃES...
Perfume
Não sei, mas em toda parte
Ou no silêncio ou no rumor,
Sinto-te docemente o inebriante aroma
Esparso
Pelo ar da noite.
Tenho os meus olhos fixos na sombra
Externa
Pelos vidros
Da minha janela.
12. À minha frente,
Sobre a desordem do papéis da minha secretária,
Há esboçados apenas
Um ou dois poemas
Aspiro neles
Teu perfume...
Será sempre a minha arte
Um vaso tosco
Onde a tua beleza
Há de ser sempre
A flor.