SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 26
Universidade Federal do Maranhão – UFMA
Centro de Ciências Exatas e Tecnologias – CCET
Departamento de Tecnologia Química
Professora: Dr. Marcela Kotsuka da Silva
Trocadores de Calor
Ana Beatriz da Paixão Ribeiro 2011004861
Italo Mateus Sousa Pereira 2011004905
Tatiana Borges Diniz 2011004979
São Luís-MA
2014
INTRODUÇÃO
O processo de troca de calor entre dois fluidos que estão em diferentes
temperaturas e separados por uma parede sólida ocorre em muitas aplicações
da engenharia. Os equipamentos usados para implementar esta troca são
denominados trocadores de calor, e aplicações específicas podem ser
encontradas em aquecimento e condicionamento de ambiente, recuperação de
calor, processos químicos, etc. Como aplicações mais comuns deste tipo de
equipamento temos: Aquecedores, resfriadores, condensadores, evaporadores,
torres de refrigeração, caldeiras, etc.
Os trocadores de calor são equipamentos de extrema importância para a
engenharia. Foram desenvolvidos muitos tipos de trocadores de calor para
diversos campos da indústria, como usinas elétricas, usinas de processamento
químico, ou em aquecimento e condicionamento de ar. Existem também
aplicações domésticas bastantes comuns como em geladeiras e ar
condicionados.
Esse equipamento foi projetado para trocar calor entre fluidos, segundo as
leis da termodinâmica, e, portanto proporcionar o reaproveitamento da energia
térmica presente nos fluidos quentes. Dessa forma, ao conservar a energia, os
trocadores de calor tornam-se importantes ferramentas para a preservação do
meio ambiente.
TROCADORES DE CALOR
1.FUNCIONAMENTO
Existem três princípios diferentes em que se baseiam os trocadores de calor,
sendo o último o mais comum na indústria, pois não há contato entre os dois
fluídos, e assim podem ser reaproveitados. Os demais possuem aplicações
específicas.
1.1 Pela mistura de fluidos
Dois fluidos de temperaturas diferentes se misturam num único sistema,
alcançando uma mesma temperatura final. Pode ocorrer tanto em ambiente
aberto, quanto em sistema fechado.
1.2 Com armazenagem intermediária
Os fluidos quente e frio são escoados alternadamente na mesma passagem.
Quando o fluido quente atravessa a passagem, o calor é armazenado na parede
e no enchimento do trocador, em seguida o fluido frio atravessa o trocador de
calor e absorve o calor armazenado. Geralmente esse método é usado em
gases.
1.3 Através de uma parede que separa os fluidos
Os fluidos escoam no trocador sem contato direto, através de tubulações
distintas, separadas por paredes de alta condutibilidade térmica. Geralmente
essas paredes são feitas de metais, como o cobre e o alumínio, ou ligas
metálicas. 5 O escoamento pode ser dado de duas formas, em correntes
paralelas, em que os dois fluidos entram do mesmo lado do trocador e fluem no
mesmo sentido, ou entram em lados opostos e fluem em sentido contrário; ou
em correntes cruzadas, onde os fluidos escoam perpendicularmente.
De modo geral, o escoamento em corrente cruzada é bastante aplicado em
aquecimento de gases e sistemas de refrigeração.
2. TIPOS E CLASSIFICAÇÃO DOS TROCADORES DE CALOR
2.1 Classificação quanto ao tipo de corrente
2.1.1 Correntes paralelas
Nesse arranjo, os fluidos quente e frio entram pela mesma extremidade,
escoam no mesmo sentido e saem pela mesma extremidade.
2.1.2 Correntes contrárias/Contracorrentes
No arranjo de correntes contrárias os fluidos entram por extremidades opostas,
escoam e saem por extremidades opostas.
Figura 2.1.2 Escoamento correntes paralelase contrárias.
2.1.3 Correntes cruzadas
Nesse tipo de arranjo, um fluido escoa perpendicular ao outro. São diferidos
pelo fato de serem misturados ou não-misturados, devido a aletas que não
Classificação dos trocadores de calor
Tipode Corrente Tipo de Estrutura Naturezada Transferênciade Calor
permitem o escoamento em duas direções. Chamamos de fluido misturado
aquele onde no arranjo não existem aletas, permitindo o escoamento em duas
direções e não-misturado aquele onde existem aletas paralelas permitindo o
escoamento numa única direção.
Figura 2.1.3 Escoamentos correntescruzada.
2.2 Classificação quanto ao tipo de estrutura
2.2.1 Trocadores Tubular
São geralmente construídos com tubos circulares, existindo uma variação de
acordo com o fabricante. São usados para aplicações de transferência de calor
líquido/líquido (uma ou duas fases). Eles trabalham de maneira ótima em
aplicações de transferência de calor gás/gás, principalmente quando pressões
Classificação quanto à estrutura
Tubular Tipo placa
Casco Tubo Tubo duplo Serpentina
e/ou temperaturas operacionais são muito altas onde nenhum outro tipo de
trocador pode operar. Estes trocadores podem ser classificados como carcaça e
tubo, tubo duplo e de espiral.
2.2.1.1 Tubo Duplo
Os trocadores de duplo tubo são o tipo mais comum de trocador de calor. São
compostos de dois tubos concêntricos, geralmente retos com conexões em sua
trajetória. Podem ser arranjados em forma de “U” que permite a conexão em
série dos trocadores, chamado de grampo.
Esse tipo de trocador de calor possui grande facilidade de construção e de
montagem, possui fácil manutenção e limpeza. É geralmente usado em
aplicações de pequenas capacidades.
Figura 2.1.1 - Trocador de calor de
duplotubo. Um dos fluidosescoa apenas na direção axial (amarelo) e o outro pela casca do
tubo (cinza).
2.2.1.2 Casco e Tubo
Este trocador é construído com tubos e uma carcaça. Um dos fluidos passa por
dentro dos tubos, e o outro pelo espaço entre a carcaça e os tubos. Existe uma
variedade de construções diferentes destes trocadores dependendo da
transferência de calor desejada, do desempenho, da queda de pressão e dos
métodos usados para reduzir tensões térmicas, prevenir vazamentos, facilidade
de limpeza, para conter pressões operacionais e temperaturas altas, controlar
corrosão, etc.
Trocadores de carcaça e tubo são os mais usados para quaisquer
capacidade e condições operacionais, tais como pressões e temperaturas altas,
atmosferas altamente corrosivas, fluidos muito viscosos, misturas de
multicomponentes, etc. Estes são trocadores muito versáteis, feitos de uma
variedade de materiais e tamanhos e são extensivamente usados em processos
industriais.
2.2.1.3 Serpentina
Este tipo consiste de uma ou mais serpentinas ordenada em uma carcaça. A
serpentina é formada por um tubo cilíndrico dentro do qual escoa o vapor ou
fluido que trocará calor com o fluido que está presente dentro da carcaça. Esse
tipo de trocador possui alta eficiência e as expansões térmicas não são
problemas, porém a limpeza é complicada, pois muitas vezes os fluidos de fora
da serpentina pode conter sais como cálcio e magnésio que aderem a sua
superfície da serpentina, o que dificulta a troca de calor entre o fluido da carcaça
e o vapor que circula dentro da serpentina provocando condensações
inadequadas. Esses sais são facilmente eliminados usando -se detergentes
ácidos. Como vantagem é que uma grande superfície de troca térmica pode ser
acomodada dentro de um determinado espaço de carcaça.
2.2.2 Trocadores tipo placa
São feitos de uma série de placas estampadas de aço inox, separadas por
gaxetas de borracha que são colocadas em cada placa. Essas placas são
dispostas em paralelo de forma alternada, aparafusadas entre estruturas para
formar canais através dos quais fluem os meios líquidos, quente e frio. Esses
canais proporcionam maior velocidade e turbulência, com a finalidade de
eliminar áreas de estagnação de líquido, promovendo a máxima transferência de
calor.
O fluido quente percorre um lado da placa, enquanto o fluido frio flui no outro
lado. As gaxetas vedam os canais e definem o sentido do fluxo. Como os líquidos
fluem em sentido contrário nos canais entre as placas, o líquido frio esquenta e
o líquido quente esfria. Os bocais de entrada e de saída são instalados na
estrutura de aço fixa, para facilitar o arranjo das tubulações e proporcionar
facilidade de desmontagem para limpeza. Geralmente, este trocador não pode
suportar pressões muito altas, comparado ao trocador tubular equivalente.
Figura 2.2.2 Princípios de funcionamento de um trocador de calor de placas.
2.3 Classificação quanto a natureza da transferência de calor
2.3.1 Trocador de calor de mistura ou de contato direto
Nessa classe os fluidos entram em contato direto, ou seja, o fluido de maior
temperatura cede calor ao de menor temperatura até que ambos atinjam a
temperatura de equilíbrio.
Natureza da transferência de calor
Contato direto Contato indireto
Transferência
direta
Tipo
Armazenamento
Esses trocadores de calor possuem uma maior taxa de transferência de calor
do que os trocadores de contato indireto, devido a ocorrência da transferência
de massa. A construção é relativamente barata, se comparada aos de contato
indireto, porém sua utilização se restringe a processos em que a transferência
de massa é admissível.
As torres de resfriamento dos processos de umidificação são os exemplos
mais comuns de trocadores de calor de contato direto. Um filme líquido escoa
pela torre e o ar quente ascende, de modo a resfriar o ar umidificando-o.
Figura 2.3.1 – Torre de resfriamento.
2.3.2 Trocador de superfície ou d conato indireto
Em um trocador de contato indireto, os fluidos permanecem separados e o calor
é transferido continuamente através de uma parede, pela qual se realiza a
transferência de calor. Os trocadores de contato indireto classificam-se em:
 transferência direta
 armazenamento
2.3.2.1 Transferência direta
Neste tipo, há um fluxo contínuo de calor do fluido quente ao frio através de uma
parede que os separa. Não há mistura entre eles, pois cada corrente permanece
em passagens separados. Este trocador é designado como um trocador de calor
de recuperação, ou simplesmente como um recuperador. Alguns exemplos de
trocadores de transferência direta são trocadores de:
 placa
 tubular
 superfície estendida
Recuperadores constituem uma vasta maioria de todos os trocadores de
calor.
2.3.2.2 Armazenamento
Em um trocador de armazenamento, os ambos fluidos percorrem
alternativamente as mesmas passagens de troca de calor. A superfície de
transferência de calor geralmente é de uma estrutura chamada matriz. Em caso
de aquecimento, o fluido quente atravessa a superfície de transferência de calor
e a energia térmica é armazenada na matriz. Posteriormente, quando o fluido frio
passa pelas mesmas passagens, a matriz “libera” a energia térmica (em
refrigeração o caso é inverso). Este trocador também é chamado regenerador.
3 COEFICIENTE GLOBAL DE TROCA DE CALOR
Em transferência de calor, o conceito de Coeficiente Global de Troca de Calor,
U, é apresentado como uma maneira de sistematizar as diferentes resistências
térmicas equivalentes existentes num processo de troca de calor entre duas
correntes de fluido, por exemplo. A partir da lei do resfriamento de Newton:
).(.  TTAhq ss (3.1)
que envolve a temperatura da superfície exposta a uma das correntes de fluido,
estendemos o raciocínio para envolver outras partes do sistema.
Em diversos momentos ao longo do curso de transferência de calor,
estudamos a troca de calor entre fluidos e superfícies divisoras do escoamento.
Com as hipóteses de regime permanente, ausência de fontes, etc; utilizamos o
conceito das resistências térmicas equivalentes e eventualmente apresentamos
o Coeficiente Global de Troca de Calor, U. Vejamos dois exemplos:
 parede plana
 parede cilíndrica
Dando origem ao circuito térmico equivalente:
Ou seja, nestas condições, o calor trocado foi escrito como:
).(. 21 bbs TTAUq  (3.2)
onde Tb indica a temperatura média de mistura de cada um dos fluidos.
Parede cilíndrica:
Consideremos a transferência de calor entre os fluidos do casco e dos
tubos nos feixes de tubos de um trocador multitubular, como mostra a figura. O
calor trocado entre os fluidos através das superfícies dos tubos pode ser obtido
considerando as resistências térmicas:
   
.
1
.
1
ee
cond
ii
total
t
total
Ah
R
Ah
T
R
T
q




 , onde : (3.3)
  fluidososentreratemperatudediferença totalT
A Ai e,  áreas superficiais interna e externa dos tubos
Considerando que a resistência térmica a convecção na parede dos tubos de um
trocador é desprezível (tubos de parede fina e de metal), a equação 3.3 pode
ser rescrita da seguinte forma :
h hi e,  coeficientes de película dos fluidos interno e externo
Rcond  resistência térmica a condução nos tubos
 
1
.
.
eii
e
totale
hAh
A
TA
q



(3.4)
Como o objetivo do equipamento é facilitar a troca de calor, os tubos metálicos
usados são de parede fina ( ri e ). Portanto, as áreas da superfícies interna
e externa dos tubos são aproximadamente iguais, ou seja, Ai e. Assim, temos
que :
 
11
.
ei
totale
hh
TA
q



(3.5)
O coeficiente global de transferência de calor em um trocador ( UC ) é definido
assim :
(3.6
A equação 1.6 pode ser colocada na seguinte forma :
(3.7)
Levando a equação 3.7 na equação 3.5 a expressão para a transferência de
calor em um trocador fica assim :
 .. totaleC TAUq  (3.8)
Quando estudamos a troca de calor por convecção no interior de dutos e
canais, começamos a relaxar a hipótese de temperatura média de mistura
constante ao longo do escoamento. Consideramos duas situações para a
condição térmica: fluxo de calor constante ou temperatura superficial constante.
Após a devida análise, determinamos como a temperatura média de mistura do
fluido varia do comprimento da superfície:
 Fluxo constante de calor na parede:
U
h h
C
i e


1
1 1
1 1 1
U h hC i e
 
ib
p
b Tx
cm
Pq
xT ,
"
)( 

  ib
p
b Tx
cm
Pq
xT ,
.
"

 (3.9)
 Temperatura superficial constante:














piibs
bs
cm
xAh
T
xT
TT
xTT
.
)(
exp
)()(
,

(3.10)
onde, Tb,i indica a temperatura média de mistura na entrada do equipamento
de troca de calor.
A situação em um trocador de calor é um pouco mais complicada pois não temos
mais informações sobre o fluxo de calor na parede ou sobre a temperatura
superficial (na verdade, só podemos garantir é que não serão mais constantes).
Felizmente, a maioria dos conceitos já discutidos se aplicam aqui, permitindo
uma análise simples.
Uma primeira consideração deve ser feita sobre as possíveis
variações de temperatura de cada fluido ao longo do trocador, em função da
direção com que as correntes seguem. As direções relativas do escoamento são
especificadas abaixo e mostradas na figura adiante:
 Correntes opostas: quando as correntes escoam em direções
opostas – situação (a)
 Correntes paralelas: quando as correntes seguem na mesma
direção – situação (b)
 Correntes cruzadas: quando as correntes seguem em ângulos de
90o
- situação (c)
O projeto de trocadores de calor usualmente começa com a determinação
da área de troca de calor necessária para acomodar uma determinada condição
térmica de uma ou das duas correntes, que entram no trocador a determinadas
temperaturas e vazões e precisam sair em determinadas temperaturas, por
exemplo, especificadas em algum ponto da linha de produção.
Arranjos Básicos de Trocadores:
Um tipo muito comum de trocador de calor é o conhecido como carcaça e tubos,
como mostrado abaixo:
Nesta situação, temos um volume externo, do casco, que abriga inúmeros tubos
que podem fazer vários passes. Na situação, tem-se que o fluido que escoa
pelos tubos passa por dois passes enquanto que o fluido na carcaça segue um
único passe.
A análise das condições de troca de calor em situações com diversos
passes é bastante complexa.
3.1 MÉDIA LOGARÍTMICA DAS DIFERENÇAS DE TEMPERATURAS
Um fluido dá um passe quando percorre uma vez o comprimento do trocador.
Aumentando-se o número de passes, para a mesma área transversal do
trocador, aumenta a velocidade do fluido e portanto o coeficiente de película,
com o consequente aumento da troca de calor. Porém, isto dificulta a construção
e limpeza e encarece o trocador. A notação utilizada para designar os números
de passes de cada fluido é exemplificada na figura.
Com relação ao tipo de escoamento relativo dos fluidos do casco e dos tubos,
ilustrados na figura, podemos ter escoamento em correntes paralelas (fluidos
escoam no mesmo sentido) e correntes opostas (fluidos escoam em sentidos
opostos).
O fluido quente (tubo central) entra à temperatura Tq,e e sai à temperatura
Tq,s. Por outro lado, o fluido frio (entre o tubo central e a carcaça) entra à
temperatura Tf,e e sai à temperatura Tf,s. O comprimento do trocador é L e a área
é A.
Para cada um destes casos de escoamento relativo à variação da
temperatura de cada um dos fluidos ao longo do comprimento do trocador pode
ser representada em gráfico,.
As diferenças de temperatura entre os fluidos nas extremidades do
trocador, para o caso de correntes paralelas, são : (Tq,e – Tf,e) e (Tq,s - Tf,s). No
caso de correntes opostas, as diferenças de temperatura nas extremidades
(Tq,e – Tf,s) e (Tq,s – Tf,e).
O fluxo de calor transferido entre os fluidos em um trocador é diretamente
proporcional à diferença de temperatura média entre os fluidos. No trocador de
calor de correntes opostas à diferença de temperatura entre os fluidos não varia
tanto, o que acarreta em uma diferença média maior. Como conseqüência,
mantidas as mesmas condições, o trocador de calor trabalhando em correntes
opostas é mais eficiente.
Como a variação de temperatura ao longo do trocador não é linear, para retratar
a diferença média de temperatura entre os fluidos é usada então a Média
Logarítmica das Diferenças de Temperatura (MLDT).
Desenvolvimento do cálculo de (MLDT):
No nosso estudo, iremos considerar uma área elementar dA, de troca de
calor em um trocador de correntes paralelas, e depois integrar os resultados por
toda a área.
Hipóteses:
 Regime permanente
 Calores específicos não são funções da temperatura (caso varie muito se
deve usar um valor médio)
 Escoamento totalmente desenvolvido (neste caso, o coef. Troca de calor
por convecção, h, e o coeficiente global, U, são constantes)
Para começar, vamos aplicar a primeira lei da termodinâmica para relacionar as
quantidades de troca de calor:
Do Fluxo Quente (FQ): qqpqq dTcmdq .. ,
 (3.11)
Do Fluxo Frio (FF): ffpff dTcmdq .. ,
 (3.12)
Invertendo as duas equações temos:
q
qpq
q dq
cm
dT .
1
,

 (3.13)
(1.5)
f
fpf
f dq
cm
dT .
1
,

 (3.14)
Como dqq = dqf são iguais podemos escrever que:
dq
cmcm
TTd
fpfqpq
fq









,,
11
)(

(3.15)
Entretanto, devemos lembrar que, por definição, o calor trocado pode ser escrito
como:
).(. fq TTdAUdq  (3.16)
onde U é o coeficiente global de troca de calor.
Substituindo (1.16) em (1.15) tem-se
).(..
11
)(
,,
fq
fpfqpq
fq TTdAU
cmcm
TTd 










(3.17)
Considerando as hipóteses feitas anteriormente, podemos separar as
variáveis e integrar a equação, desde A = 0 até A = A, obedecendo às
especificações:
Área Fluido Quente Fluido Frio Diferença
Entrada A = 0 Tq,e Tf,e Tq,e- Tf,e
Saída A = A Tq,s Tf,s Tq,s- Tf,s
Que resulta em:
AU
cmcmTT
TT
fpfqpqefeq
sfsq
..
11
ln
,,,,
,,



















 (3.18)
Lembrando as expressões da primeira lei da termodinâmica para cada
uma das correntes, temos que:
).(. ,,, sqeqqpqq TTcmq   (3.19)
).(. ,,, efsffpff TTcmq   (3.20)
Entretanto, é claro que qq = qf , que chamaremos simplesmente de q. Assim
     qTTTT
cmcm
efsfsqeq
fpfqpq
/
11
,,,,
,,











(3.21)
Substituindo a equação (3.21) na equação (3.18), obtemos
     qAUTTTT
TT
TT
efsfsqeq
efeq
sfsq
/..ln ,,,,
,,
,,











(3.22)
Isolando-se o q, temos
   
    










efeqsfsq
efsfsqeq
TTTT
TTTT
AUq
,,,,
,,,,
/ln
.. (3.23)
Que é do tipo TAUq  .. . O termo entre chaves é conhecido como a diferença
média logarítmica de temperatura ou LMTD (do inglês Log Mean Temperature
Difference). Operando neste termo, podemos escrevê-lo de forma ligeiramente
diferente, mais usual:
 saídaentrada
saídaentrada
TT
TT
LMTD



/ln
(3.24)
Com as seguintes definições:
 efeqentrada TTT ,, 
 sfsqsaída TTT ,, 
Para um trocador de calor de correntes paralelas, a entrada é óbvia.
Entretanto, para trocadores de correntes opostas ou cruzadas, a situação é um
pouco mais complexa. Por isto, é comum alterarmos a definição acima para uma
outra:
 mínimamáxima
mínimamáxima
TT
TT
LMTD



/ln
(3.25)
4 CONDIÇÕES OPERACIONAIS E FATORES DE INFLUÊNCIA
De uma maneira geral, além do coeficiente de transferência de calor visto acima,
vários outros fatores influenciam no desempenho do trocador. Inclusive vários
desses fatores influenciam diretamente os coeficientes convectivos e as
resistências térmicas envolvidas.
4.1 Características dos fluidos
Quando se trata das características dos fluidos envolvidos no processo de troca
térmica, a condutibilidade térmica, a densidade, a viscosidade e o calor
específico são fatores altamente influenciáveis na eficiência dos trocadores de
calor. A maioria dessas propriedades, além de influenciar no desempenho do
dispositivo, são funções da temperatura, variando ao longo do processo. Todas
essas variáveis e variações devem ser levadas em conta e desprezadas apenas
quando forem realmente desnecessárias.
Além dessas propriedades, condições operacionais que influenciam na vida
útil do trocador e na segurança da operação também devem ser levadas em
conta. Corrosividade, toxicidade, inflamabilidade e abrasividade são fatores de
risco para a operação e os operadores, de forma que as medidas necessárias
devem ser tomadas para evitar danos.
4.2Temperaturas de operação
De acordo com cada processo que envolva determinado trocador de calor, as
temperaturas de operação e o tempo necessário para atingi-las devem ser
especificados. Materiais que aguentem grandes variações de temperatura
devem ser utilizados em processos muito rápidos, além de que os fluidos possam
receber quantidades de calor sem perder características necessárias ao
processo. Mudanças de fase devem ser levadas em conta, para substâncias
puras e misturas, para que as temperaturas sejam realmente atingidas.
4.3Pressões de operação
Na maioria das vezes quando há gases em processo a pressão é fator
extremamente importante na troca térmica. Altas pressões podem acarretar em
danos ao equipamento e perigoso de explosões e vazamentos, enquanto que
pressões muito baixas podem diminuir consideravelmente a troca térmica
efetiva.
4.4Velocidade de escoamento
A velocidade de escoamento no trocador de calor tem efeito no coeficiente global
de transferência de calor, pois quanto maior a turbulência mais efetiva será a
troca térmica. Entretanto, cotovelos podem causar grandes perdas de carga,
erosões ou depósitos de sujeira na tubulação. Um valor razoável de velocidade
deve ser obtido para cada tipo de processo, de modo a otimizar a troca térmica.
De todos esses fatores, ressaltamos as perdas de carga, problemas de
incrustações, entre outros fatores que devem ser estipulados de uma maneira
eficiente para o processo, minimizando perdas e consumo energético, além da
vida útil do equipamento. Conhecer o processo e seus fatores de influência é
imprescindível para os processos que envolvam as trocas de calor entre fluidos.
5 MONITORAMENTO E MANUTENÇÃO
Para que o trocador continue operando nas condições necessárias ao processo
o seu monitoramento deve ser efetuado continuamente. Métodos de
condutividade ou gás hélio podem confirmar a integridade das placas ou tubos
para prevenir contaminações e condições das juntas do trocador.
A monitoração das condições dos tubos pode ser conduzida através de
ensaios não destrutivos, que são testes que não comprometem as propriedades
físicas, químicas, mecânicas ou dimensionais e os mecanismos de fluxo de água
e depósitos são frequentemente simulados por fluidodinâmica computacional.
5.2 Incrustações
Como dito anteriormente, as incrustações são um problema sério na vida útil
e no desempenho do trocador de calor ao longo do tempo. Águas doces pouco
tratadas são frequentemente usadas como água de resfriamento, o que resulta
em detritos biológicos entrando no trocador e produzindo camadas, dificultando
a troca térmica. Outro problema é o chamado tártaro, que é composto de
camadas depositadas de compostos químicos, como carbonato de cálcio ou
carbonato de magnésio.
Para todos esses problemas de incrustações, existem os métodos de
aplicação de biocidas e produtos químicos em geral, com a devida consciência
de não utilizar produtos que acelerem a corrosão ou que sejam muito tóxicos
para o processo. Existem ainda mecanismos de monitoramento contínuo tal
como o sensor Neosens, que mede tanto a espessura das incrustações,
temperatura e permite aperfeiçoar a utilização de produtos químicos.
5.3 Manutenção
Um dos métodos principais de evitar as incrustações citadas acima é fazer a
devida limpeza e manutenção do trocador ao longo do tempo de uso. Os
trocadores de calor precisam ser desmontados e limpos periodicamente, por
métodos de limpeza ácida, jateamento e/ou jatos de água de alta pressão.
Os sistemas de refrigeração de água para trocadores de calor, tratamento de
água tal como purificação, a adição de produtos químicos e testes, são usados
para minimizar as sujeiras presentes ao longo do tempo. Outros tratamentos de
água também são usados em sistemas de vapor para usinas de energia, por
exemplo, para minimizar a incrustação e corrosão dos componentes dos
trocadores de calor.
6 APLICAÇÕES
É praticamente impossível que em uma indústria não haja a utilização do calor
em determinado processo, e é nesse ponto em que os trocadores de calor
desempenham necessidades. Até aqui vimos os seus tipos, critérios e
características e o seu princípio de funcionamento, de forma a estarmos aptos a
entender as aplicações industriais dos trocadores de calor.
Podemos imaginar uma infinidade de aplicações para este dispositivo, a
transferência otimizada e a conservação de energia sob a forma de calor é um
desafio constante, trocadores de calor mais eficientes e mais baratos já é uma
grande necessidade. Trocar e utilizar o máximo de calor possível sem perdas é
o maior objetivo das aplicações citadas a seguir.
6.2Caldeiras
As caldeiras são grandes tanques de calor, onde um líquido pressurizado
receber calor e vaporiza, de modo a ser utilizado em vários outros equipamentos
e processos na indústria, grande maioria no uso do vapor para ceder calor a
determinados locais.
A fonte de calor das caldeiras é a queima de alguma substância combustível,
geralmente carvão ou madeira, e em poucas ocasiões o petróleo ou gás natural.
Existem também as caldeira para usos restritos, onde a maioria são elétricas,
consumindo grandes quantidades de energia elétrica.
A maioria dos modelos de caldeira aquecem a água pressurizada até a
condição de vapor saturado, entretanto existem as que produzem vapor
superaquecido, entretanto não muito recomendáveis devido à grande
temperatura de exaustão do combustível utilizado, diminuindo a eficiência global
da planta.
Figura 6.2 – Princípio de funcionamento de uma caldeira. A água é alimentada por tubos
e na saída o vapor é liberado (azul). Os gases quentes oriundos da queima saem por
outra tubulação (amarelo).
6.3Evaporadores
Existem diversos tipos de evaporadores, onde feixes de tubos promovem a
retirada ou a adição de calor a determinado local. Na refrigeração o evaporador
geralmente é uma caixa onde um fluido refrigerante remove calor da mesma e
libera em outra extremidade. Evaporadores de concentração de soluções
promovem o aumento da concentração de determinadas soluções pela adição
de calor latente adicionado por tubulações de vapor geralmente oriundas da
caldeira.
Figura 6.3 – Evaporador utilizado na concentração de soluções.
6.4Recuperadores de calor
É um tipo de trocador de calor comumente utilizado para aproveitar o calor
gerado por gases quentes, como os gases produtos das queimas em caldeiras
e outros equipamentos, diminuindo o gasto energético com aquecimento. O
termo recuperador refere-se também para trocadores de calor em
contracorrente líquido-líquido usado em indústrias químicas e refinarias e em
processos fechados.
Figura 6.4 – Recuperador de calor industrial.
7 CONCLUSÃO
Os trocadores de calor não apenas realizam trocas térmicas, mas também são
responsáveis pelo melhor aproveitamento energético nas indústrias. Um
trocador bem projetado e adequadamento dimensionado para a sua operação,
e com manutenção em dia, é capaz de realizar um processo de troca térmica
mais eficiente, e, portanto, mais atrativo do ponto de vista econômico. Assim
aumenta-se a competitividade do produto final.
Além disso, do ponto de vista ambiental, o uso de trocadores de calor favorece
o meio ambiente no momento em que se evita o descarte de fluidos em
temperaturas elevadas ou então quando possibilita o reaproveitamento desse
mesmo fluido para algum outro processo na indústria.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Aula 14 balanço de energia em processos químicos - 06.05.11
Aula 14   balanço de energia em processos químicos - 06.05.11Aula 14   balanço de energia em processos químicos - 06.05.11
Aula 14 balanço de energia em processos químicos - 06.05.11Nelson Virgilio Carvalho Filho
 
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.UFMT
 
Cap6 adutoras
Cap6 adutorasCap6 adutoras
Cap6 adutorasdcaldeira
 
Instrumentação Industrial - Medição de Pressão
Instrumentação Industrial - Medição de PressãoInstrumentação Industrial - Medição de Pressão
Instrumentação Industrial - Medição de PressãoAnderson Pontes
 
Bombas e Instalações de Bombeamento - PPT - Máquinas de Fluxo
Bombas e Instalações de Bombeamento - PPT - Máquinas de FluxoBombas e Instalações de Bombeamento - PPT - Máquinas de Fluxo
Bombas e Instalações de Bombeamento - PPT - Máquinas de FluxoAkemy Viana
 
Aula 08 - ciclos da refrigeração
Aula 08 - ciclos da refrigeraçãoAula 08 - ciclos da refrigeração
Aula 08 - ciclos da refrigeraçãoReginaldo Dantas
 
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
111272491 exercicios-resolvidos-termo-iitwolipa
 
Cálculo de vazão
Cálculo de vazãoCálculo de vazão
Cálculo de vazãocorelo2001
 
Resistência dos materiais - Exercícios Resolvidos
Resistência dos materiais - Exercícios ResolvidosResistência dos materiais - Exercícios Resolvidos
Resistência dos materiais - Exercícios ResolvidosMoreira1972
 

Mais procurados (20)

Aula 23 trocadores-de-calor
Aula 23 trocadores-de-calorAula 23 trocadores-de-calor
Aula 23 trocadores-de-calor
 
Bombas industriais
Bombas industriaisBombas industriais
Bombas industriais
 
Aula 14 balanço de energia em processos químicos - 06.05.11
Aula 14   balanço de energia em processos químicos - 06.05.11Aula 14   balanço de energia em processos químicos - 06.05.11
Aula 14 balanço de energia em processos químicos - 06.05.11
 
11 aula caldeiras
11 aula caldeiras11 aula caldeiras
11 aula caldeiras
 
Aula bombas
Aula bombasAula bombas
Aula bombas
 
Trocadores de Calor
Trocadores de CalorTrocadores de Calor
Trocadores de Calor
 
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
Relatório de Experimento: Perdas de Carga Localizada.
 
Caldeiras apostila
Caldeiras   apostilaCaldeiras   apostila
Caldeiras apostila
 
Cap6 adutoras
Cap6 adutorasCap6 adutoras
Cap6 adutoras
 
Apostila de vapor spirax sarco
Apostila de vapor spirax sarcoApostila de vapor spirax sarco
Apostila de vapor spirax sarco
 
Tubulações industriais
Tubulações industriais Tubulações industriais
Tubulações industriais
 
Trocadores de-calor
Trocadores de-calorTrocadores de-calor
Trocadores de-calor
 
Instrumentação Industrial - Medição de Pressão
Instrumentação Industrial - Medição de PressãoInstrumentação Industrial - Medição de Pressão
Instrumentação Industrial - Medição de Pressão
 
Aula de caldeiras
Aula de caldeirasAula de caldeiras
Aula de caldeiras
 
Tubulações e Acessórios de Tubulação
Tubulações e Acessórios de TubulaçãoTubulações e Acessórios de Tubulação
Tubulações e Acessórios de Tubulação
 
Bombas e Instalações de Bombeamento - PPT - Máquinas de Fluxo
Bombas e Instalações de Bombeamento - PPT - Máquinas de FluxoBombas e Instalações de Bombeamento - PPT - Máquinas de Fluxo
Bombas e Instalações de Bombeamento - PPT - Máquinas de Fluxo
 
Aula 08 - ciclos da refrigeração
Aula 08 - ciclos da refrigeraçãoAula 08 - ciclos da refrigeração
Aula 08 - ciclos da refrigeração
 
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
111272491 exercicios-resolvidos-termo-ii
 
Cálculo de vazão
Cálculo de vazãoCálculo de vazão
Cálculo de vazão
 
Resistência dos materiais - Exercícios Resolvidos
Resistência dos materiais - Exercícios ResolvidosResistência dos materiais - Exercícios Resolvidos
Resistência dos materiais - Exercícios Resolvidos
 

Destaque

Dimensionamento de um trocador de calor tipo casco e Tubo
Dimensionamento de um trocador de calor tipo casco e TuboDimensionamento de um trocador de calor tipo casco e Tubo
Dimensionamento de um trocador de calor tipo casco e TuboThomas Willams
 
Apostila de trocadores de calor
Apostila de trocadores de calorApostila de trocadores de calor
Apostila de trocadores de calorDamiana Andrade
 
Apostila de trocadores de calor
Apostila de trocadores de calorApostila de trocadores de calor
Apostila de trocadores de calorCharles Lima
 
Termodinâmica, você conhece?
Termodinâmica, você conhece?Termodinâmica, você conhece?
Termodinâmica, você conhece?Ctcss
 
Trocadores De Calor FermentaçãO E Destilaria
Trocadores De Calor FermentaçãO E DestilariaTrocadores De Calor FermentaçãO E Destilaria
Trocadores De Calor FermentaçãO E Destilariaserra_usinas
 
Aletas o superficies extendidas expo
Aletas o superficies extendidas  expoAletas o superficies extendidas  expo
Aletas o superficies extendidas expoVicky Romero
 
Características da música gospel
Características da música gospelCaracterísticas da música gospel
Características da música gospelSeduc MT
 
Aletas de transferencia de calor
Aletas de transferencia de calorAletas de transferencia de calor
Aletas de transferencia de calorLaura Mata C
 
Refrigeração industrial por amônia
Refrigeração industrial por amôniaRefrigeração industrial por amônia
Refrigeração industrial por amôniaJorge Luis Machado
 
3-Treinamento Tratamento De Caldo
3-Treinamento Tratamento De Caldo3-Treinamento Tratamento De Caldo
3-Treinamento Tratamento De CaldoLeandro Cândido
 
Leito fluidizado
Leito fluidizadoLeito fluidizado
Leito fluidizadoAndersonNiz
 
Análise de riscos - App e hazop
Análise de riscos - App e hazopAnálise de riscos - App e hazop
Análise de riscos - App e hazopRodrigo Lacerda
 

Destaque (20)

Dimensionamento de um trocador de calor tipo casco e Tubo
Dimensionamento de um trocador de calor tipo casco e TuboDimensionamento de um trocador de calor tipo casco e Tubo
Dimensionamento de um trocador de calor tipo casco e Tubo
 
Apostila de trocadores de calor
Apostila de trocadores de calorApostila de trocadores de calor
Apostila de trocadores de calor
 
Apostila de trocadores de calor
Apostila de trocadores de calorApostila de trocadores de calor
Apostila de trocadores de calor
 
Senac tst 22 aula 01 calor-2 paolo
Senac tst 22 aula 01   calor-2 paoloSenac tst 22 aula 01   calor-2 paolo
Senac tst 22 aula 01 calor-2 paolo
 
Manual trocador de_calor
Manual trocador de_calorManual trocador de_calor
Manual trocador de_calor
 
Termodinâmica, você conhece?
Termodinâmica, você conhece?Termodinâmica, você conhece?
Termodinâmica, você conhece?
 
Porto do Sol
Porto do SolPorto do Sol
Porto do Sol
 
Trocadores De Calor FermentaçãO E Destilaria
Trocadores De Calor FermentaçãO E DestilariaTrocadores De Calor FermentaçãO E Destilaria
Trocadores De Calor FermentaçãO E Destilaria
 
N 0858
N 0858N 0858
N 0858
 
Aletas o superficies extendidas expo
Aletas o superficies extendidas  expoAletas o superficies extendidas  expo
Aletas o superficies extendidas expo
 
Características da música gospel
Características da música gospelCaracterísticas da música gospel
Características da música gospel
 
Aletas de transferencia de calor
Aletas de transferencia de calorAletas de transferencia de calor
Aletas de transferencia de calor
 
Fluidizacao
FluidizacaoFluidizacao
Fluidizacao
 
Refrigeração industrial por amônia
Refrigeração industrial por amôniaRefrigeração industrial por amônia
Refrigeração industrial por amônia
 
TORRES DE RESFRIAMENTO
TORRES DE RESFRIAMENTOTORRES DE RESFRIAMENTO
TORRES DE RESFRIAMENTO
 
3-Treinamento Tratamento De Caldo
3-Treinamento Tratamento De Caldo3-Treinamento Tratamento De Caldo
3-Treinamento Tratamento De Caldo
 
Coeficiente de atividade
Coeficiente de atividadeCoeficiente de atividade
Coeficiente de atividade
 
Leito fluidizado
Leito fluidizadoLeito fluidizado
Leito fluidizado
 
Análise de riscos - App e hazop
Análise de riscos - App e hazopAnálise de riscos - App e hazop
Análise de riscos - App e hazop
 
Física energia
Física   energiaFísica   energia
Física energia
 

Semelhante a Trabalho trocadores de calor-

Relatorio i trocador de calor de placas
Relatorio i   trocador de calor de placasRelatorio i   trocador de calor de placas
Relatorio i trocador de calor de placasLuciano Costa
 
10 artigo estudo comparativo da troca térmica em trocadores de calor dos tipo...
10 artigo estudo comparativo da troca térmica em trocadores de calor dos tipo...10 artigo estudo comparativo da troca térmica em trocadores de calor dos tipo...
10 artigo estudo comparativo da troca térmica em trocadores de calor dos tipo...Marianne Soares
 
estudo comparativo de heat exchanger
estudo comparativo de heat exchangerestudo comparativo de heat exchanger
estudo comparativo de heat exchangerCarlos Filho
 
Capítulo 2 equipamentos de troca térmica
Capítulo 2 equipamentos de troca térmicaCapítulo 2 equipamentos de troca térmica
Capítulo 2 equipamentos de troca térmicaJorge Almeida
 
TROCADORES DE CALOR.ppGGGGGRGRGERGERGERGERREGRGE
TROCADORES DE CALOR.ppGGGGGRGRGERGERGERGERREGRGETROCADORES DE CALOR.ppGGGGGRGRGERGERGERGERREGRGE
TROCADORES DE CALOR.ppGGGGGRGRGERGERGERGERREGRGEVenicioAcherman
 
Aula 06 - Trocadores de calor industrial
Aula 06 - Trocadores de calor industrialAula 06 - Trocadores de calor industrial
Aula 06 - Trocadores de calor industrialcunhadealmeidap
 
Eficiência Energética: A Economia Gerada pelo Isolamento Térmico em uma Tubul...
Eficiência Energética: A Economia Gerada pelo Isolamento Térmico em uma Tubul...Eficiência Energética: A Economia Gerada pelo Isolamento Térmico em uma Tubul...
Eficiência Energética: A Economia Gerada pelo Isolamento Térmico em uma Tubul...Marcelo Tramontin
 
Equipamentos de Troca Termica parte 2.pptx
Equipamentos de Troca Termica parte 2.pptxEquipamentos de Troca Termica parte 2.pptx
Equipamentos de Troca Termica parte 2.pptxElisangelaCardosoAgu
 
Condensadores e evaporadores
Condensadores e evaporadoresCondensadores e evaporadores
Condensadores e evaporadoressandro augustin
 
Apostila de permutadores de calor
Apostila de permutadores de calorApostila de permutadores de calor
Apostila de permutadores de calorvitormazzini
 
Apresentação - Trocador de Calor.pdf
Apresentação - Trocador de Calor.pdfApresentação - Trocador de Calor.pdf
Apresentação - Trocador de Calor.pdfFelipeRutzen
 
11aulacaldeiras 150523225456-lva1-app6891
11aulacaldeiras 150523225456-lva1-app689111aulacaldeiras 150523225456-lva1-app6891
11aulacaldeiras 150523225456-lva1-app6891Marcos Henrique
 

Semelhante a Trabalho trocadores de calor- (18)

Relatorio i trocador de calor de placas
Relatorio i   trocador de calor de placasRelatorio i   trocador de calor de placas
Relatorio i trocador de calor de placas
 
10 artigo estudo comparativo da troca térmica em trocadores de calor dos tipo...
10 artigo estudo comparativo da troca térmica em trocadores de calor dos tipo...10 artigo estudo comparativo da troca térmica em trocadores de calor dos tipo...
10 artigo estudo comparativo da troca térmica em trocadores de calor dos tipo...
 
estudo comparativo de heat exchanger
estudo comparativo de heat exchangerestudo comparativo de heat exchanger
estudo comparativo de heat exchanger
 
Capítulo 2 equipamentos de troca térmica
Capítulo 2 equipamentos de troca térmicaCapítulo 2 equipamentos de troca térmica
Capítulo 2 equipamentos de troca térmica
 
Trocadores de Calor.ppt
Trocadores de Calor.pptTrocadores de Calor.ppt
Trocadores de Calor.ppt
 
Trocadores de calor
Trocadores de calorTrocadores de calor
Trocadores de calor
 
TROCADORES DE CALOR.ppGGGGGRGRGERGERGERGERREGRGE
TROCADORES DE CALOR.ppGGGGGRGRGERGERGERGERREGRGETROCADORES DE CALOR.ppGGGGGRGRGERGERGERGERREGRGE
TROCADORES DE CALOR.ppGGGGGRGRGERGERGERGERREGRGE
 
Aula 06 - Trocadores de calor industrial
Aula 06 - Trocadores de calor industrialAula 06 - Trocadores de calor industrial
Aula 06 - Trocadores de calor industrial
 
Eficiência Energética: A Economia Gerada pelo Isolamento Térmico em uma Tubul...
Eficiência Energética: A Economia Gerada pelo Isolamento Térmico em uma Tubul...Eficiência Energética: A Economia Gerada pelo Isolamento Térmico em uma Tubul...
Eficiência Energética: A Economia Gerada pelo Isolamento Térmico em uma Tubul...
 
Relatório 2
Relatório 2Relatório 2
Relatório 2
 
Equipamentos de Troca Termica parte 2.pptx
Equipamentos de Troca Termica parte 2.pptxEquipamentos de Troca Termica parte 2.pptx
Equipamentos de Troca Termica parte 2.pptx
 
Condensadores e evaporadores
Condensadores e evaporadoresCondensadores e evaporadores
Condensadores e evaporadores
 
Apostila de permutadores de calor
Apostila de permutadores de calorApostila de permutadores de calor
Apostila de permutadores de calor
 
Apostila projeto camaras
Apostila projeto camarasApostila projeto camaras
Apostila projeto camaras
 
Tipos e aplicação caldeiras petrobras
Tipos e aplicação caldeiras   petrobrasTipos e aplicação caldeiras   petrobras
Tipos e aplicação caldeiras petrobras
 
Apresentação - Trocador de Calor.pdf
Apresentação - Trocador de Calor.pdfApresentação - Trocador de Calor.pdf
Apresentação - Trocador de Calor.pdf
 
11aulacaldeiras 150523225456-lva1-app6891
11aulacaldeiras 150523225456-lva1-app689111aulacaldeiras 150523225456-lva1-app6891
11aulacaldeiras 150523225456-lva1-app6891
 
4145026 caldeira
4145026 caldeira4145026 caldeira
4145026 caldeira
 

Trabalho trocadores de calor-

  • 1. Universidade Federal do Maranhão – UFMA Centro de Ciências Exatas e Tecnologias – CCET Departamento de Tecnologia Química Professora: Dr. Marcela Kotsuka da Silva Trocadores de Calor Ana Beatriz da Paixão Ribeiro 2011004861 Italo Mateus Sousa Pereira 2011004905 Tatiana Borges Diniz 2011004979 São Luís-MA 2014
  • 2. INTRODUÇÃO O processo de troca de calor entre dois fluidos que estão em diferentes temperaturas e separados por uma parede sólida ocorre em muitas aplicações da engenharia. Os equipamentos usados para implementar esta troca são denominados trocadores de calor, e aplicações específicas podem ser encontradas em aquecimento e condicionamento de ambiente, recuperação de calor, processos químicos, etc. Como aplicações mais comuns deste tipo de equipamento temos: Aquecedores, resfriadores, condensadores, evaporadores, torres de refrigeração, caldeiras, etc. Os trocadores de calor são equipamentos de extrema importância para a engenharia. Foram desenvolvidos muitos tipos de trocadores de calor para diversos campos da indústria, como usinas elétricas, usinas de processamento químico, ou em aquecimento e condicionamento de ar. Existem também aplicações domésticas bastantes comuns como em geladeiras e ar condicionados. Esse equipamento foi projetado para trocar calor entre fluidos, segundo as leis da termodinâmica, e, portanto proporcionar o reaproveitamento da energia térmica presente nos fluidos quentes. Dessa forma, ao conservar a energia, os trocadores de calor tornam-se importantes ferramentas para a preservação do meio ambiente.
  • 3. TROCADORES DE CALOR 1.FUNCIONAMENTO Existem três princípios diferentes em que se baseiam os trocadores de calor, sendo o último o mais comum na indústria, pois não há contato entre os dois fluídos, e assim podem ser reaproveitados. Os demais possuem aplicações específicas. 1.1 Pela mistura de fluidos Dois fluidos de temperaturas diferentes se misturam num único sistema, alcançando uma mesma temperatura final. Pode ocorrer tanto em ambiente aberto, quanto em sistema fechado. 1.2 Com armazenagem intermediária Os fluidos quente e frio são escoados alternadamente na mesma passagem. Quando o fluido quente atravessa a passagem, o calor é armazenado na parede e no enchimento do trocador, em seguida o fluido frio atravessa o trocador de calor e absorve o calor armazenado. Geralmente esse método é usado em gases. 1.3 Através de uma parede que separa os fluidos Os fluidos escoam no trocador sem contato direto, através de tubulações distintas, separadas por paredes de alta condutibilidade térmica. Geralmente essas paredes são feitas de metais, como o cobre e o alumínio, ou ligas metálicas. 5 O escoamento pode ser dado de duas formas, em correntes paralelas, em que os dois fluidos entram do mesmo lado do trocador e fluem no mesmo sentido, ou entram em lados opostos e fluem em sentido contrário; ou em correntes cruzadas, onde os fluidos escoam perpendicularmente. De modo geral, o escoamento em corrente cruzada é bastante aplicado em aquecimento de gases e sistemas de refrigeração. 2. TIPOS E CLASSIFICAÇÃO DOS TROCADORES DE CALOR
  • 4. 2.1 Classificação quanto ao tipo de corrente 2.1.1 Correntes paralelas Nesse arranjo, os fluidos quente e frio entram pela mesma extremidade, escoam no mesmo sentido e saem pela mesma extremidade. 2.1.2 Correntes contrárias/Contracorrentes No arranjo de correntes contrárias os fluidos entram por extremidades opostas, escoam e saem por extremidades opostas. Figura 2.1.2 Escoamento correntes paralelase contrárias. 2.1.3 Correntes cruzadas Nesse tipo de arranjo, um fluido escoa perpendicular ao outro. São diferidos pelo fato de serem misturados ou não-misturados, devido a aletas que não Classificação dos trocadores de calor Tipode Corrente Tipo de Estrutura Naturezada Transferênciade Calor
  • 5. permitem o escoamento em duas direções. Chamamos de fluido misturado aquele onde no arranjo não existem aletas, permitindo o escoamento em duas direções e não-misturado aquele onde existem aletas paralelas permitindo o escoamento numa única direção. Figura 2.1.3 Escoamentos correntescruzada. 2.2 Classificação quanto ao tipo de estrutura 2.2.1 Trocadores Tubular São geralmente construídos com tubos circulares, existindo uma variação de acordo com o fabricante. São usados para aplicações de transferência de calor líquido/líquido (uma ou duas fases). Eles trabalham de maneira ótima em aplicações de transferência de calor gás/gás, principalmente quando pressões Classificação quanto à estrutura Tubular Tipo placa Casco Tubo Tubo duplo Serpentina
  • 6. e/ou temperaturas operacionais são muito altas onde nenhum outro tipo de trocador pode operar. Estes trocadores podem ser classificados como carcaça e tubo, tubo duplo e de espiral. 2.2.1.1 Tubo Duplo Os trocadores de duplo tubo são o tipo mais comum de trocador de calor. São compostos de dois tubos concêntricos, geralmente retos com conexões em sua trajetória. Podem ser arranjados em forma de “U” que permite a conexão em série dos trocadores, chamado de grampo. Esse tipo de trocador de calor possui grande facilidade de construção e de montagem, possui fácil manutenção e limpeza. É geralmente usado em aplicações de pequenas capacidades. Figura 2.1.1 - Trocador de calor de duplotubo. Um dos fluidosescoa apenas na direção axial (amarelo) e o outro pela casca do tubo (cinza). 2.2.1.2 Casco e Tubo Este trocador é construído com tubos e uma carcaça. Um dos fluidos passa por dentro dos tubos, e o outro pelo espaço entre a carcaça e os tubos. Existe uma variedade de construções diferentes destes trocadores dependendo da
  • 7. transferência de calor desejada, do desempenho, da queda de pressão e dos métodos usados para reduzir tensões térmicas, prevenir vazamentos, facilidade de limpeza, para conter pressões operacionais e temperaturas altas, controlar corrosão, etc. Trocadores de carcaça e tubo são os mais usados para quaisquer capacidade e condições operacionais, tais como pressões e temperaturas altas, atmosferas altamente corrosivas, fluidos muito viscosos, misturas de multicomponentes, etc. Estes são trocadores muito versáteis, feitos de uma variedade de materiais e tamanhos e são extensivamente usados em processos industriais. 2.2.1.3 Serpentina Este tipo consiste de uma ou mais serpentinas ordenada em uma carcaça. A serpentina é formada por um tubo cilíndrico dentro do qual escoa o vapor ou fluido que trocará calor com o fluido que está presente dentro da carcaça. Esse tipo de trocador possui alta eficiência e as expansões térmicas não são problemas, porém a limpeza é complicada, pois muitas vezes os fluidos de fora da serpentina pode conter sais como cálcio e magnésio que aderem a sua superfície da serpentina, o que dificulta a troca de calor entre o fluido da carcaça e o vapor que circula dentro da serpentina provocando condensações inadequadas. Esses sais são facilmente eliminados usando -se detergentes ácidos. Como vantagem é que uma grande superfície de troca térmica pode ser acomodada dentro de um determinado espaço de carcaça.
  • 8. 2.2.2 Trocadores tipo placa São feitos de uma série de placas estampadas de aço inox, separadas por gaxetas de borracha que são colocadas em cada placa. Essas placas são dispostas em paralelo de forma alternada, aparafusadas entre estruturas para formar canais através dos quais fluem os meios líquidos, quente e frio. Esses canais proporcionam maior velocidade e turbulência, com a finalidade de eliminar áreas de estagnação de líquido, promovendo a máxima transferência de calor. O fluido quente percorre um lado da placa, enquanto o fluido frio flui no outro lado. As gaxetas vedam os canais e definem o sentido do fluxo. Como os líquidos fluem em sentido contrário nos canais entre as placas, o líquido frio esquenta e o líquido quente esfria. Os bocais de entrada e de saída são instalados na estrutura de aço fixa, para facilitar o arranjo das tubulações e proporcionar facilidade de desmontagem para limpeza. Geralmente, este trocador não pode suportar pressões muito altas, comparado ao trocador tubular equivalente.
  • 9. Figura 2.2.2 Princípios de funcionamento de um trocador de calor de placas. 2.3 Classificação quanto a natureza da transferência de calor 2.3.1 Trocador de calor de mistura ou de contato direto Nessa classe os fluidos entram em contato direto, ou seja, o fluido de maior temperatura cede calor ao de menor temperatura até que ambos atinjam a temperatura de equilíbrio. Natureza da transferência de calor Contato direto Contato indireto Transferência direta Tipo Armazenamento
  • 10. Esses trocadores de calor possuem uma maior taxa de transferência de calor do que os trocadores de contato indireto, devido a ocorrência da transferência de massa. A construção é relativamente barata, se comparada aos de contato indireto, porém sua utilização se restringe a processos em que a transferência de massa é admissível. As torres de resfriamento dos processos de umidificação são os exemplos mais comuns de trocadores de calor de contato direto. Um filme líquido escoa pela torre e o ar quente ascende, de modo a resfriar o ar umidificando-o. Figura 2.3.1 – Torre de resfriamento. 2.3.2 Trocador de superfície ou d conato indireto Em um trocador de contato indireto, os fluidos permanecem separados e o calor é transferido continuamente através de uma parede, pela qual se realiza a transferência de calor. Os trocadores de contato indireto classificam-se em:  transferência direta  armazenamento 2.3.2.1 Transferência direta Neste tipo, há um fluxo contínuo de calor do fluido quente ao frio através de uma parede que os separa. Não há mistura entre eles, pois cada corrente permanece em passagens separados. Este trocador é designado como um trocador de calor
  • 11. de recuperação, ou simplesmente como um recuperador. Alguns exemplos de trocadores de transferência direta são trocadores de:  placa  tubular  superfície estendida Recuperadores constituem uma vasta maioria de todos os trocadores de calor. 2.3.2.2 Armazenamento Em um trocador de armazenamento, os ambos fluidos percorrem alternativamente as mesmas passagens de troca de calor. A superfície de transferência de calor geralmente é de uma estrutura chamada matriz. Em caso de aquecimento, o fluido quente atravessa a superfície de transferência de calor e a energia térmica é armazenada na matriz. Posteriormente, quando o fluido frio passa pelas mesmas passagens, a matriz “libera” a energia térmica (em refrigeração o caso é inverso). Este trocador também é chamado regenerador.
  • 12. 3 COEFICIENTE GLOBAL DE TROCA DE CALOR Em transferência de calor, o conceito de Coeficiente Global de Troca de Calor, U, é apresentado como uma maneira de sistematizar as diferentes resistências térmicas equivalentes existentes num processo de troca de calor entre duas correntes de fluido, por exemplo. A partir da lei do resfriamento de Newton: ).(.  TTAhq ss (3.1) que envolve a temperatura da superfície exposta a uma das correntes de fluido, estendemos o raciocínio para envolver outras partes do sistema. Em diversos momentos ao longo do curso de transferência de calor, estudamos a troca de calor entre fluidos e superfícies divisoras do escoamento. Com as hipóteses de regime permanente, ausência de fontes, etc; utilizamos o conceito das resistências térmicas equivalentes e eventualmente apresentamos o Coeficiente Global de Troca de Calor, U. Vejamos dois exemplos:  parede plana  parede cilíndrica
  • 13. Dando origem ao circuito térmico equivalente: Ou seja, nestas condições, o calor trocado foi escrito como: ).(. 21 bbs TTAUq  (3.2) onde Tb indica a temperatura média de mistura de cada um dos fluidos. Parede cilíndrica: Consideremos a transferência de calor entre os fluidos do casco e dos tubos nos feixes de tubos de um trocador multitubular, como mostra a figura. O calor trocado entre os fluidos através das superfícies dos tubos pode ser obtido considerando as resistências térmicas:     . 1 . 1 ee cond ii total t total Ah R Ah T R T q      , onde : (3.3)   fluidososentreratemperatudediferença totalT A Ai e,  áreas superficiais interna e externa dos tubos Considerando que a resistência térmica a convecção na parede dos tubos de um trocador é desprezível (tubos de parede fina e de metal), a equação 3.3 pode ser rescrita da seguinte forma : h hi e,  coeficientes de película dos fluidos interno e externo Rcond  resistência térmica a condução nos tubos
  • 14.   1 . . eii e totale hAh A TA q    (3.4) Como o objetivo do equipamento é facilitar a troca de calor, os tubos metálicos usados são de parede fina ( ri e ). Portanto, as áreas da superfícies interna e externa dos tubos são aproximadamente iguais, ou seja, Ai e. Assim, temos que :   11 . ei totale hh TA q    (3.5) O coeficiente global de transferência de calor em um trocador ( UC ) é definido assim : (3.6 A equação 1.6 pode ser colocada na seguinte forma : (3.7) Levando a equação 3.7 na equação 3.5 a expressão para a transferência de calor em um trocador fica assim :  .. totaleC TAUq  (3.8) Quando estudamos a troca de calor por convecção no interior de dutos e canais, começamos a relaxar a hipótese de temperatura média de mistura constante ao longo do escoamento. Consideramos duas situações para a condição térmica: fluxo de calor constante ou temperatura superficial constante. Após a devida análise, determinamos como a temperatura média de mistura do fluido varia do comprimento da superfície:  Fluxo constante de calor na parede: U h h C i e   1 1 1 1 1 1 U h hC i e   ib p b Tx cm Pq xT , " )(  
  • 15.   ib p b Tx cm Pq xT , . "   (3.9)  Temperatura superficial constante:               piibs bs cm xAh T xT TT xTT . )( exp )()( ,  (3.10) onde, Tb,i indica a temperatura média de mistura na entrada do equipamento de troca de calor. A situação em um trocador de calor é um pouco mais complicada pois não temos mais informações sobre o fluxo de calor na parede ou sobre a temperatura superficial (na verdade, só podemos garantir é que não serão mais constantes). Felizmente, a maioria dos conceitos já discutidos se aplicam aqui, permitindo uma análise simples. Uma primeira consideração deve ser feita sobre as possíveis variações de temperatura de cada fluido ao longo do trocador, em função da direção com que as correntes seguem. As direções relativas do escoamento são especificadas abaixo e mostradas na figura adiante:  Correntes opostas: quando as correntes escoam em direções opostas – situação (a)  Correntes paralelas: quando as correntes seguem na mesma direção – situação (b)  Correntes cruzadas: quando as correntes seguem em ângulos de 90o - situação (c) O projeto de trocadores de calor usualmente começa com a determinação da área de troca de calor necessária para acomodar uma determinada condição térmica de uma ou das duas correntes, que entram no trocador a determinadas temperaturas e vazões e precisam sair em determinadas temperaturas, por exemplo, especificadas em algum ponto da linha de produção.
  • 16. Arranjos Básicos de Trocadores: Um tipo muito comum de trocador de calor é o conhecido como carcaça e tubos, como mostrado abaixo: Nesta situação, temos um volume externo, do casco, que abriga inúmeros tubos que podem fazer vários passes. Na situação, tem-se que o fluido que escoa pelos tubos passa por dois passes enquanto que o fluido na carcaça segue um único passe. A análise das condições de troca de calor em situações com diversos passes é bastante complexa. 3.1 MÉDIA LOGARÍTMICA DAS DIFERENÇAS DE TEMPERATURAS Um fluido dá um passe quando percorre uma vez o comprimento do trocador. Aumentando-se o número de passes, para a mesma área transversal do trocador, aumenta a velocidade do fluido e portanto o coeficiente de película, com o consequente aumento da troca de calor. Porém, isto dificulta a construção
  • 17. e limpeza e encarece o trocador. A notação utilizada para designar os números de passes de cada fluido é exemplificada na figura. Com relação ao tipo de escoamento relativo dos fluidos do casco e dos tubos, ilustrados na figura, podemos ter escoamento em correntes paralelas (fluidos escoam no mesmo sentido) e correntes opostas (fluidos escoam em sentidos opostos). O fluido quente (tubo central) entra à temperatura Tq,e e sai à temperatura Tq,s. Por outro lado, o fluido frio (entre o tubo central e a carcaça) entra à temperatura Tf,e e sai à temperatura Tf,s. O comprimento do trocador é L e a área é A. Para cada um destes casos de escoamento relativo à variação da temperatura de cada um dos fluidos ao longo do comprimento do trocador pode ser representada em gráfico,. As diferenças de temperatura entre os fluidos nas extremidades do trocador, para o caso de correntes paralelas, são : (Tq,e – Tf,e) e (Tq,s - Tf,s). No caso de correntes opostas, as diferenças de temperatura nas extremidades (Tq,e – Tf,s) e (Tq,s – Tf,e). O fluxo de calor transferido entre os fluidos em um trocador é diretamente proporcional à diferença de temperatura média entre os fluidos. No trocador de calor de correntes opostas à diferença de temperatura entre os fluidos não varia tanto, o que acarreta em uma diferença média maior. Como conseqüência, mantidas as mesmas condições, o trocador de calor trabalhando em correntes opostas é mais eficiente.
  • 18. Como a variação de temperatura ao longo do trocador não é linear, para retratar a diferença média de temperatura entre os fluidos é usada então a Média Logarítmica das Diferenças de Temperatura (MLDT). Desenvolvimento do cálculo de (MLDT): No nosso estudo, iremos considerar uma área elementar dA, de troca de calor em um trocador de correntes paralelas, e depois integrar os resultados por toda a área. Hipóteses:  Regime permanente  Calores específicos não são funções da temperatura (caso varie muito se deve usar um valor médio)  Escoamento totalmente desenvolvido (neste caso, o coef. Troca de calor por convecção, h, e o coeficiente global, U, são constantes) Para começar, vamos aplicar a primeira lei da termodinâmica para relacionar as quantidades de troca de calor: Do Fluxo Quente (FQ): qqpqq dTcmdq .. ,  (3.11) Do Fluxo Frio (FF): ffpff dTcmdq .. ,  (3.12) Invertendo as duas equações temos: q qpq q dq cm dT . 1 ,   (3.13)
  • 19. (1.5) f fpf f dq cm dT . 1 ,   (3.14) Como dqq = dqf são iguais podemos escrever que: dq cmcm TTd fpfqpq fq          ,, 11 )(  (3.15) Entretanto, devemos lembrar que, por definição, o calor trocado pode ser escrito como: ).(. fq TTdAUdq  (3.16) onde U é o coeficiente global de troca de calor. Substituindo (1.16) em (1.15) tem-se ).(.. 11 )( ,, fq fpfqpq fq TTdAU cmcm TTd            (3.17) Considerando as hipóteses feitas anteriormente, podemos separar as variáveis e integrar a equação, desde A = 0 até A = A, obedecendo às especificações: Área Fluido Quente Fluido Frio Diferença Entrada A = 0 Tq,e Tf,e Tq,e- Tf,e Saída A = A Tq,s Tf,s Tq,s- Tf,s Que resulta em: AU cmcmTT TT fpfqpqefeq sfsq .. 11 ln ,,,, ,,                     (3.18) Lembrando as expressões da primeira lei da termodinâmica para cada uma das correntes, temos que:
  • 20. ).(. ,,, sqeqqpqq TTcmq   (3.19) ).(. ,,, efsffpff TTcmq   (3.20) Entretanto, é claro que qq = qf , que chamaremos simplesmente de q. Assim      qTTTT cmcm efsfsqeq fpfqpq / 11 ,,,, ,,            (3.21) Substituindo a equação (3.21) na equação (3.18), obtemos      qAUTTTT TT TT efsfsqeq efeq sfsq /..ln ,,,, ,, ,,            (3.22) Isolando-se o q, temos                    efeqsfsq efsfsqeq TTTT TTTT AUq ,,,, ,,,, /ln .. (3.23) Que é do tipo TAUq  .. . O termo entre chaves é conhecido como a diferença média logarítmica de temperatura ou LMTD (do inglês Log Mean Temperature Difference). Operando neste termo, podemos escrevê-lo de forma ligeiramente diferente, mais usual:  saídaentrada saídaentrada TT TT LMTD    /ln (3.24) Com as seguintes definições:  efeqentrada TTT ,,   sfsqsaída TTT ,,  Para um trocador de calor de correntes paralelas, a entrada é óbvia. Entretanto, para trocadores de correntes opostas ou cruzadas, a situação é um
  • 21. pouco mais complexa. Por isto, é comum alterarmos a definição acima para uma outra:  mínimamáxima mínimamáxima TT TT LMTD    /ln (3.25) 4 CONDIÇÕES OPERACIONAIS E FATORES DE INFLUÊNCIA De uma maneira geral, além do coeficiente de transferência de calor visto acima, vários outros fatores influenciam no desempenho do trocador. Inclusive vários desses fatores influenciam diretamente os coeficientes convectivos e as resistências térmicas envolvidas. 4.1 Características dos fluidos Quando se trata das características dos fluidos envolvidos no processo de troca térmica, a condutibilidade térmica, a densidade, a viscosidade e o calor específico são fatores altamente influenciáveis na eficiência dos trocadores de calor. A maioria dessas propriedades, além de influenciar no desempenho do dispositivo, são funções da temperatura, variando ao longo do processo. Todas essas variáveis e variações devem ser levadas em conta e desprezadas apenas quando forem realmente desnecessárias. Além dessas propriedades, condições operacionais que influenciam na vida útil do trocador e na segurança da operação também devem ser levadas em conta. Corrosividade, toxicidade, inflamabilidade e abrasividade são fatores de risco para a operação e os operadores, de forma que as medidas necessárias devem ser tomadas para evitar danos. 4.2Temperaturas de operação De acordo com cada processo que envolva determinado trocador de calor, as temperaturas de operação e o tempo necessário para atingi-las devem ser especificados. Materiais que aguentem grandes variações de temperatura devem ser utilizados em processos muito rápidos, além de que os fluidos possam receber quantidades de calor sem perder características necessárias ao processo. Mudanças de fase devem ser levadas em conta, para substâncias puras e misturas, para que as temperaturas sejam realmente atingidas.
  • 22. 4.3Pressões de operação Na maioria das vezes quando há gases em processo a pressão é fator extremamente importante na troca térmica. Altas pressões podem acarretar em danos ao equipamento e perigoso de explosões e vazamentos, enquanto que pressões muito baixas podem diminuir consideravelmente a troca térmica efetiva. 4.4Velocidade de escoamento A velocidade de escoamento no trocador de calor tem efeito no coeficiente global de transferência de calor, pois quanto maior a turbulência mais efetiva será a troca térmica. Entretanto, cotovelos podem causar grandes perdas de carga, erosões ou depósitos de sujeira na tubulação. Um valor razoável de velocidade deve ser obtido para cada tipo de processo, de modo a otimizar a troca térmica. De todos esses fatores, ressaltamos as perdas de carga, problemas de incrustações, entre outros fatores que devem ser estipulados de uma maneira eficiente para o processo, minimizando perdas e consumo energético, além da vida útil do equipamento. Conhecer o processo e seus fatores de influência é imprescindível para os processos que envolvam as trocas de calor entre fluidos. 5 MONITORAMENTO E MANUTENÇÃO Para que o trocador continue operando nas condições necessárias ao processo o seu monitoramento deve ser efetuado continuamente. Métodos de condutividade ou gás hélio podem confirmar a integridade das placas ou tubos para prevenir contaminações e condições das juntas do trocador. A monitoração das condições dos tubos pode ser conduzida através de ensaios não destrutivos, que são testes que não comprometem as propriedades físicas, químicas, mecânicas ou dimensionais e os mecanismos de fluxo de água e depósitos são frequentemente simulados por fluidodinâmica computacional. 5.2 Incrustações Como dito anteriormente, as incrustações são um problema sério na vida útil e no desempenho do trocador de calor ao longo do tempo. Águas doces pouco tratadas são frequentemente usadas como água de resfriamento, o que resulta
  • 23. em detritos biológicos entrando no trocador e produzindo camadas, dificultando a troca térmica. Outro problema é o chamado tártaro, que é composto de camadas depositadas de compostos químicos, como carbonato de cálcio ou carbonato de magnésio. Para todos esses problemas de incrustações, existem os métodos de aplicação de biocidas e produtos químicos em geral, com a devida consciência de não utilizar produtos que acelerem a corrosão ou que sejam muito tóxicos para o processo. Existem ainda mecanismos de monitoramento contínuo tal como o sensor Neosens, que mede tanto a espessura das incrustações, temperatura e permite aperfeiçoar a utilização de produtos químicos. 5.3 Manutenção Um dos métodos principais de evitar as incrustações citadas acima é fazer a devida limpeza e manutenção do trocador ao longo do tempo de uso. Os trocadores de calor precisam ser desmontados e limpos periodicamente, por métodos de limpeza ácida, jateamento e/ou jatos de água de alta pressão. Os sistemas de refrigeração de água para trocadores de calor, tratamento de água tal como purificação, a adição de produtos químicos e testes, são usados para minimizar as sujeiras presentes ao longo do tempo. Outros tratamentos de água também são usados em sistemas de vapor para usinas de energia, por exemplo, para minimizar a incrustação e corrosão dos componentes dos trocadores de calor. 6 APLICAÇÕES É praticamente impossível que em uma indústria não haja a utilização do calor em determinado processo, e é nesse ponto em que os trocadores de calor desempenham necessidades. Até aqui vimos os seus tipos, critérios e características e o seu princípio de funcionamento, de forma a estarmos aptos a entender as aplicações industriais dos trocadores de calor. Podemos imaginar uma infinidade de aplicações para este dispositivo, a transferência otimizada e a conservação de energia sob a forma de calor é um desafio constante, trocadores de calor mais eficientes e mais baratos já é uma
  • 24. grande necessidade. Trocar e utilizar o máximo de calor possível sem perdas é o maior objetivo das aplicações citadas a seguir. 6.2Caldeiras As caldeiras são grandes tanques de calor, onde um líquido pressurizado receber calor e vaporiza, de modo a ser utilizado em vários outros equipamentos e processos na indústria, grande maioria no uso do vapor para ceder calor a determinados locais. A fonte de calor das caldeiras é a queima de alguma substância combustível, geralmente carvão ou madeira, e em poucas ocasiões o petróleo ou gás natural. Existem também as caldeira para usos restritos, onde a maioria são elétricas, consumindo grandes quantidades de energia elétrica. A maioria dos modelos de caldeira aquecem a água pressurizada até a condição de vapor saturado, entretanto existem as que produzem vapor superaquecido, entretanto não muito recomendáveis devido à grande temperatura de exaustão do combustível utilizado, diminuindo a eficiência global da planta. Figura 6.2 – Princípio de funcionamento de uma caldeira. A água é alimentada por tubos e na saída o vapor é liberado (azul). Os gases quentes oriundos da queima saem por outra tubulação (amarelo). 6.3Evaporadores Existem diversos tipos de evaporadores, onde feixes de tubos promovem a retirada ou a adição de calor a determinado local. Na refrigeração o evaporador
  • 25. geralmente é uma caixa onde um fluido refrigerante remove calor da mesma e libera em outra extremidade. Evaporadores de concentração de soluções promovem o aumento da concentração de determinadas soluções pela adição de calor latente adicionado por tubulações de vapor geralmente oriundas da caldeira. Figura 6.3 – Evaporador utilizado na concentração de soluções. 6.4Recuperadores de calor É um tipo de trocador de calor comumente utilizado para aproveitar o calor gerado por gases quentes, como os gases produtos das queimas em caldeiras e outros equipamentos, diminuindo o gasto energético com aquecimento. O termo recuperador refere-se também para trocadores de calor em contracorrente líquido-líquido usado em indústrias químicas e refinarias e em processos fechados. Figura 6.4 – Recuperador de calor industrial.
  • 26. 7 CONCLUSÃO Os trocadores de calor não apenas realizam trocas térmicas, mas também são responsáveis pelo melhor aproveitamento energético nas indústrias. Um trocador bem projetado e adequadamento dimensionado para a sua operação, e com manutenção em dia, é capaz de realizar um processo de troca térmica mais eficiente, e, portanto, mais atrativo do ponto de vista econômico. Assim aumenta-se a competitividade do produto final. Além disso, do ponto de vista ambiental, o uso de trocadores de calor favorece o meio ambiente no momento em que se evita o descarte de fluidos em temperaturas elevadas ou então quando possibilita o reaproveitamento desse mesmo fluido para algum outro processo na indústria.