A pesquisa mostra que a intenção dos micro e pequenos empresários em contratar crédito nos próximos 90 dias é baixa, com apenas 8,4% pretendendo tomar crédito. A incerteza econômica e a alta taxa de juros desestimulam os empresários a assumirem dívidas. Além disso, a intenção de investimentos também apresentou queda, com apenas 23,25% planejando investir nos próximos três meses.
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Microempresários mostram baixo interesse por crédito
1. Com crise econômica, micro e pequeno
empresário revela baixo interesse por tomar
crédito, mostra indicador do SPC Brasil
Apenas 8,4% dos MPEs pretendem contratar crédito nos próximos 90 dias.
Intenção de investimentos apresenta piora na comparação mensal
A baixa disposição dos micro e pequenos empresários (MPEs) em contratar
crédito para seus empreendimentos segue refletindo as incertezas com a
recuperação econômica do Brasil no próximo ano e a forte deterioração do
ambiente de negócios. Dados do indicador mensal calculado pelo Serviço de
Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas (CNDL) mostram que a intenção desses empresários de procurar
crédito pelos próximos três meses registrou apenas 13,47 pontos no mês de
novembro. Embora o índice seja levemente superior ao observado em outubro
(13,15 pontos), o resultado é considerado baixo, visto que a escala do
indicador varia de zero a 100. Quanto mais próximo de 100, maior é a
probabilidade de os empresários procurarem crédito e, quanto mais próximo de
zero, menos propensos eles estão para tomar recursos emprestados para os
seus negócios.
Em termos percentuais, apenas 8,4% dos micro e pequenos empresários
consultados pretendem tomar crédito nos próximos 90 dias. Considerando um
intervalo de 30 dias, a proporção é ainda menor e chega a 6,5% dos MPEs
ouvidos no levantamento.
Evolução do Indicador de Demanda por Crédito
2. Na avaliação do presidente da CNDL, Honório Pinheiro, o cenário não inspira a
confiança necessária para que os empresários assumam compromissos de
longo prazo, principalmente em um momento em que os brasileiros estão
diminuindo o consumo de bens e serviços. “O quadro de crise econômica
contribui para o baixo apetite pelo crédito, ao aumentar as incertezas em
relação ao futuro da economia e dos negócios e elevar o custo do capital
medido pelas taxas de juros”, diz Honório.
Para MPEs, tomar crédito está difícil
Dentre os empresários que não têm a intenção de contratar crédito nos
próximos três meses (84,7%), conseguir manter o negócio com recursos
próprios (43,6%) e a insegurança em se endividar devido as condições
econômicas do país (32,1%) são os motivos mais mencionados. Há também os
que apontam indisposição para pagar as altas taxas de juros praticadas pelo
mercado (17,8%).
Segundo a pesquisa, 35,5% dos empresários consultados consideram que nos
dias de hoje está “difícil” ou “muito difícil” conseguir crédito no Brasil. Dentre o
universo de empresários que enxergam um horizonte com dificuldades, 43,7%
reclamam da burocracia como a razão principal do impedimento e outros
33,1% apontam as altas taxas de juros praticadas no mercado.
As modalidades de crédito mais difíceis de serem contratadas, de acordo com o
levantamento, são os empréstimos em instituições financeiras (29,9%) e os
financiamentos (21,9%). Para a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela
Kawauti, o cenário de desconfiança com os rumos da economia, que torna os as
instituições bancárias mais cautelosas na hora da concessão de crédito, bem
como o ciclo recente de alta de juros, devem aumentar essa percepção de
dificuldade.
As modalidades de crédito mais conhecidas por esses empresários são
justamente as mais caras do mercado, cujas taxas de juros anuais podem
chegar a quase 290%: o Cartão de Crédito Empresarial (70,8%) e o Cheque
Especial Empresarial (70,3%). Só em seguida aparece o microcrédito, citado
por 66,3% dos entrevistados.
3. Cai a intenção de investimentos nos próximos três meses
O indicador de investimentos calculado pelo SPC Brasil e pela CNDL também
registrou um baixo patamar, o que demonstra que o cenário econômico
adverso está afetando os planos de expansão dos micro e pequenos
empresários e também dos prestadores de serviços. Na comparação entre
outubro e novembro, houve uma piora de 29,89 pontos para 27,18 pontos,
sendo que quanto mais próximo de 100, maior é a propensão ao investimento.
Ao todo, apenas 23,25% dos micro e pequenos empresários consultados
pretendem realizar algum tipo de investimento nos próximos três meses.
Evolução do indicador de demanda por investimento
De acordo com o indicador, os investimentos mais citados por esses
empresários são a ampliação do estoque (34,9%), reforma da empresa
(33,3%), compra de equipamentos (24,7%) e investimento em propaganda e
comunicação (24,2%). A grande maioria desses empresários (68,8%) irá usar
capital próprio para realizar os investimentos e 25,3% irão recorrer a
empréstimos em bancos ou financeiras.
Metodologia
Os Indicadores de Demanda por Crédito e de Propensão para investimentos do
Micro e Pequeno Empresário (IDCI-MPE) calculados pelo Serviço de Proteção ao
Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL)
4. levam em consideração 800 empreendimentos com até 49 funcionários, nas 27
unidades da federação, incluindo capitais e interior. As micro e pequenas
empresas representam 39% e 35% do universo de empresas brasileiras nos
segmentos de comércio e serviços, respectivamente.
Acesse a íntegra do indicador e detalhes da metodologia clicando em “baixar
arquivos” no link https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
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