53% dos micro e pequenos empresários estão pessimistas com o futuro da economia brasileira. O indicador de confiança do SPC Brasil e CNDL está abaixo de 50 pontos, mostrando que a maioria espera piora. As expectativas para os próximos 6 meses também são pessimistas, especialmente para a economia como um todo.
Pessimismo dos pequenos empresários com a economia brasileira segue alto
1. 53% dos micro e pequenos
empresários estão pessimistas com o
futuro da economia, mostra SPC Brasil
Indicador de confiança segue abaixo do nível neutro de 50 pontos. Oito em cada
dez micro e pequenos empresários acreditam que a economia piorou nos últimos
meses
A economia brasileira em recessão e a percepção de piora no ambiente de
negócios têm afetado a confiança dos micro e pequenos varejistas e
prestadores de serviços. O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno
Empresário calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela
Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) registrou apenas 37,62
pontos no último mês de setembro. Embora o resultado tenha ficado
ligeiramente acima do observado em agosto (36,70 pontos), o indicador segue
abaixo do nível neutro de 50 pontos. Isto significa que a maior parte dos
empresários continua pessimista com o ambiente econômico do país: 52,75%
deles tem esta percepção com relação ao futuro da conjuntura econômica – em
agosto o percentual era de 48,75%.
O Indicador de Confiança do SPC Brasil e da CNDL é baseado nas avaliações
dos micro e pequenos empresários sobre as condições gerais da situação da
economia brasileira e também de seus negócios, além das expectativas para os
próximos seis meses tanto para a economia quanto para suas empresas.
2. A abertura do Indicador de Confiança, chamada de Indicador de Condições
Gerais, que mensura a percepção do empresariado tanto em relação à
trajetória da economia como de seus negócios nos últimos seis meses,
registrou 22,82 pontos, o que representa uma leve melhora em relação ao
mês de agosto, quando o número estava em 20,17 pontos.
O subindicador das condições gerais para os negócios, que avalia apenas a
percepção do empresário em relação ao seu próprio empreendimento, também
esboçou uma leve melhora, passando de 25,85 pontos, verificado em agosto,
para 28,28 pontos no último mês de setembro. Já o subindicador de condições
gerais, que diz respeito somente a situação econômica do país, avançou de
14,49 para 17,36. “Tendo em vista que a situação econômica do país não
apresentou sinais de recuperação nos últimos meses, essas variações positivas
são modestas e ainda não podem ser compreendidas como uma tendência de
percepção do empresário, mas como uma volatilidade natural do indicador”,
explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
De acordo com o indicador, a proporção de micro e pequenos empresários que
consideram que a economia brasileira piorou nos últimos meses já atinge
83,88% dos empresários consultados. Em maio deste ano, mês da primeira
sondagem do indicador do SPC Brasil, essa proporção era 83,38%.
Para a economista do SPC Brasil, a confluência negativa dos principais
indicadores macroeconômicos tem resultado numa expectativa menos positiva
por parte dos empresários de pequeno porte. “As vendas no varejo acumulam
queda de 2,35% em 2015 até julho e o desemprego teve o seu oitavo aumento
consecutivo em agosto deste ano. E, mesmo diante de um cenário recessivo, a
inflação já acumula alta de 9,53% em 12 meses, estourando o teto da meta
oficial”, justifica.
Expectativas para os próximos seis meses deterioradas
A percepção dos micro e pequenos empresários de como serão os próximos
seis meses para a economia e para os seus negócios também foi analisada e
apresentou um patamar modesto. Em setembro, o Indicador de Expectativas
registrou 48,71 pontos frente aos 49,10 pontos verificados no mês de agosto.
Como o indicador segue abaixo do nível neutro de 50 pontos, significa que a
3. maior parte dos empresários está pessimista com a situação do pais no curto
prazo.
O subindicador de expectativas para a situação econômica do país ficou em
apenas 41,28 pontos. Em agosto o índice era um pouco maior: 41,89 pontos,
na escala que varia de zero a 100. “Ainda que os dados de expectativa estejam
em um nível pessimista, é interessante notar que as perspectivas para os
próximos seis meses ainda estão acima da percepção da situação atual”,
observa a economista do SPC Brasil.
Único indicador a obter resultados acima dos 50 pontos, as expectativas dos
empresários para os seus próprios negócios registraram 56,14 pontos em
setembro, pouco abaixo dos 56,30 pontos observados no mês de agosto.
“Apesar do ambiente econômico adverso, uma quantidade considerável de
micro e pequenos empresários está relativamente confiante com relação aos
seus negócios. Isso pode se explicar pelo fato de que muitos deles acreditam
que uma gestão eficiente de seu próprio negócio, com ajuste de estoques e do
portfólio de produtos, pode ajudá-los a enfrentar as dificuldades impostas pela
crise”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Metodologia
O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário (ICMPE) calculado
pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional
de Dirigentes Lojistas (CNDL) leva em consideração 800 empreendimentos do
setor comércio varejista e serviços, com até 49 funcionários, nas 27 unidades
da federação, incluindo capitais e interior.
Quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por
parte dos empresários. A escala do indicador varia de zero a 100. Zero indica a
situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições
gerais da economia e dos negócios “pioraram muito”; 100 indica a situação
limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais
“melhoraram muito”.
4. Baixe a análise do Indicador de Confiança MPE clicando em “baixar arquivos” no
link:
https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
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