1. Curso Melhor Gestão
Melhor Ensino
Grupo 5 – Cora Coralina
Componentes:
Carolina Santana
Issako Kuraoka
Maria Aparecida Bartolo
Scheila Lima Domingues
Teresinha Bueno Penteado
Thiene Cristina S. Lima
Valcir José dos Santos
2. Situação de Aprendizagem: Relatos de
experiências de um adolescente
Tempo previsto: 12 aulas
Conteúdos e temas: Elementos do
relato, leitura de gêneros da tipologia
“relatar”, elaboração de relatos orais e
escritos.
Competências e habilidades:
Ler, analisar, discutir, identificar as
características da tipologia “relatar” em
diferentes gêneros e produzir relatos.
3. Estratégias: Aula interativa, com a participação do
aluno (roda de conversa), leitura compartilhada,
em duplas e em grupos, valorização das
experiências dos alunos.
Recursos: Computador, projetor, caixa de som,
celular, textos de relatos: experiência vivida e
poesia; música, dicionário de língua portuguesa.
Avaliação: Elaboração de fichas organizativas e
produção escrita de relatos.
4. 1ª ETAPA - TEMA: “MEU PRIMEIRO...”
Objetivo: levantamento do conhecimento de mundo
dos alunos.
Roda de conversa, problematização do tema: Os
alunos relatam suas experiências ( 1º
aniversário, 1ª viagem, 1º passeio, 1º livro, 1º
amor, 1º beijo).
Questionamentos:
• O que vocês sentiram?
• O que aprenderam?
• Por que foi importante?
5. • O que aconteceu?
• Com quem?
• Quando?
• Onde?
• Por quê?
Lição de casa: Entrevistar amigos ou
familiares sobre suas experiências vividas.
6. 2ª etapa: Correção
• Análise da lição de casa:
Cada grupo terá um tema e deve
escolher o melhor relato, segundo os
critérios:
coesão, coerência, clareza, organização
da história, para uma produção escrita.
7. 3ª ETAPA – Leitura do texto “ Meu primeiro
beijo”, de Antonio Barreto.
1ª Leitura – professor
2ª Leitura – compartilhada.
Pesquisa de vocabulário, palavras desconhecidas.
Identificação da linguagem coloquial.
8. Anexo 1: Meu primeiro beijo –
Antônio Barreto
É difícil acreditar, mas meu primeiro beijo
foi num ônibus, na volta da escola. E sabem
com quem? Com o Cultura Inútil! Pode? Até
que foi legal. Nem eu nem ele sabíamos
exatamente o que era o “beijo”. Só de filme.
Estávamos virgens nesse assunto, e morrendo
de medo. Mas aprendemos. E foi assim...
9. Não sei se numa aula de Biologia ou de Química,
o Culta tinha me mandado um dos seus milhares
de bilhetinhos:
“Você é a glicose do meu metabolismo.
Te amo muito!
Paracelso”
E assinou com uma letrinha miúda: Paracelso.
Paracelso era o outro apelido dele. Assinou com
uma letrinha tão minúscula que tive dó, tive pena,
instinto maternal, coisas de mulher... E também
não sei por que: resolvi dar uma chance pra ele,
mesmo sem saber que tipo de lance ia rolar.
10. No dia seguinte, depois do inglês, pediu para me
acompanhar até em casa. No ônibus, veio com o
seguinte papo:
-Um beijo pode deixar a gente exausto, sabia? –
Fiz cara de desentendida.
Mas ele continuou:
- Dependendo do beijo, a gente põe em ação 29
minúsculos, consome cerca de 12 calorias e
acelera o coração de 70 para 150 batidas por
minuto. – Aí ele tomou coragem e pegou na
minha mão. Mas continuou salivando seus
perdigotos:
11. - A gente também gasta, na saliva, nada
menos que 9 mg de água; 0,7 mg de
albumina; 0,18 g de substâncias orgânicas;
0,711 mg de matérias graxas; 0,45 mg de sais
e pelo menos 250 bactérias...
Aí o bactéria falante aproximou o rosto do
meu e, tremendo, tirou seus óculos, tirou os
meus, e ficamos nos olhando, de pertinho. O
bastante para que eu descobrisse que, sem os
óculos, seus olhos eram bonitos e
expressivos, azuis e brilhantes. E achei gostoso
aquele calorzinho que envolvia o corpo da
gente. Ele
12. beijou a pontinha do meu nariz, fechei os olhos e
senti sua respiração ofegante. Seus lábios
tocaram os meus. Primeiro de leve, depois com
mais força, e então nos abraçamos de bocas
coladas, por alguns segundos.
E de repente o ônibus já havia chegado no
ponto final e já tínhamos transposto, juntos, o
abismo do primeiro beijo.
Desci, cheguei em casa, nos beijamos de novo
no portão do prédio, e aí ficamos apaixonados
por várias semanas. Até que o mundo rolou, as
luas vieram e voltaram, o tempo se esqueceu do
13. tempo, as contas de telefone
aumentaram, depois diminuíram... E foi
ficando nisso. Normal. Que nem meu primeiro
beijo. Mas foi inesquecível!
14. Anexo 2: Vocabulário
• Pesquisa de vocabulário:
glicose, metabolismo, perdigoto, salivando, albumina, matérias
graxas, sais, ofegantes, transpostos, Paracelso.
• Linguagem coloquial:
1º §: “Sabe com quem?”, “Pode?”, “E foi assim...”, “Até que foi
legal”.
3º§: “Que tipo de lance ia rolar?”.
4º§: “Veio com o seguinte papo:”
5º§: “Fiz cara de desentendida”.
7º§: “Aí”.
11º§: “O mundo rolou”, “Foi ficando nisso”, “Que nem meu
primeiro beijo”.
15. 4ª ETAPA – Entendimento do texto :
Interpretação, através do questionamento:
Do que o texto fala?
O que aconteceu?
Com quem aconteceu?
Como aconteceu?
Por que aconteceu?
Quando aconteceu?
16. 5ª ETAPA - Gramática no texto “Meu
primeiro beijo”
• Linguagem direta:
“ – Um beijo pode deixar a gente
exausto, sabia?”.
• Linguagem indireta:
“No dia seguinte, depois do inglês, pediu pra
me acompanhar até em casa”.
17. 6ª Etapa: Música
Primeiro beijo
João Victor e Raphael
Lembro daquele beijo que me deu
No meio do intervalo aconteceu
Voltei pra sala com o coração
Completamente louco de paixão
Você ficou na sala me olhando,
Senti que a gente estava namorando
Naquela hora era o amor
Não deu nem pra ouvir o professor
18. Aí não consegui nem estudar
Só queria lembrar
Daquele momento que até hoje faz sonhar
A melhor emoção de todas que eu gosto de
lembrar
Foi meu primeiro beijo
Foi a primeira paixão
Nunca mais te esqueci, guardei você
Pra sempre dentro do meu coração (2x)
19. Lembro daquele beijo que me deu
No meio do intervalo aconteceu
Voltei pra sala com o coração
Completamente louco de paixão
Você ficou na sala me olhando,
Senti que a gente estava namorando
Naquela hora era o amor
Não deu nem pra ouvir o professor
20. Aí não consegui nem estudar
Só queria lembrar
Daquele momento que até hoje faz sonhar
A melhor emoção de todas que eu gosto de
lembrar
Foi meu primeiro beijo
Foi a primeira paixão
Nunca mais te esqueci, guardei você
Pra sempre dentro do meu coração (3x)
21. Marcas temporais
“Lembro daquele beijo que me deu.”
(Pretérito Perfeito).
“Estávamos virgens nesse assunto...”
(Pretérito Imperfeito)
“ ... o Culta tinha me mandado um dos seus
milhares de bilhetinhos:”
(Pretérito Mais que Perfeito Composto)
22. 7ª Etapa: Texto “Eu etiqueta” –
Carlos Drummond de Andrade
• Pronomes pessoais: “eu”.
• Pronomes possessivos: “minha calça”, “que
não é meu de batismo”.
• Pronome oblíquo: “E fazem de mim homem
anúncio...”, “demito-me de ser”.
23. Eu etiqueta
Carlos Drummond de Andrade
Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome...estranho
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
24. Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, premência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É duro andar na moda, ainda que a moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-lo por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar, ora bizarro.
25. Em língua nacional ou em qualquer língua
(Qualquer, principalmente.)
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares, festas, praias, pérgulas, piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
26. Onde terei jogado fora
meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar,
Cada vinco da roupa
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante, mas objeto
Que se oferece como signo de outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mar artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é Coisa.
Eu sou a Coisa, coisamente.
27. Bibliografia
BARRETO, Antônio. Meu primeiro beijo.
Balada do primeiro amor.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Eu
etiqueta.
Música: Primeiro beijo. João Victor e
Raphael.