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Elaborado por Sheila Jorge. Contato: catequistasheila@gmail.com
2 
ÍNDICE 
AOS CATEQUISTAS ...........................................................................................................3 
A IGREJA CATÓLICA..........................................................................................................4 
OS APÓSTOLOS ................................................................................................................7 
A PESSOA DE JESUS CRISTO.............................................................................................9 
A IGREJA COMO COMUNIDADE E OS COMPROMISSOS COM ELA....................................... 12 
SANTÍSSIMA TRINDADE .................................................................................................. 14 
OS DEZ MANDAMENTOS.................................................................................................. 17 
OS SACRAMENTOS.......................................................................................................... 22 
A EUCARISTIA ................................................................................................................ 24 
NOSSA SENHORA............................................................................................................ 25 
ESPÍRITO SANTO............................................................................................................ 26 
A BÍBLIA, O LIVRO DA VIDA ............................................................................................ 29 
PONTOS PARA SE APROFUNDAR...................................................................................... 30 
ORAÇÕES ....................................................................................................................... 31
3 
AOS CATEQUISTAS 
* Você está sendo convidado para uma missão e não para uma simples tarefa que qualquer um executa. Encare 
a catequese como algo sério, comprometedor, útil. Suas palavras e suas ações como catequista terão efeito 
multiplicador se forem realizadas com ânimo e compromisso; 
* Sorria ao encontrar seus catequizandos. Um catequista precisa sorrir mesmo quando tudo parece desabar. 
Execute sua tarefa com alegria e não encare os encontros de catequese como um fardo e ser carregado; 
* Se no primeiro contratempo que aparecer você desistir, é melhor nem começar. A catequese, assim como 
qualquer outra atividade, apresenta situações difíceis. Mas que graça teria a missão de um catequista se tudo 
fosse muito fácil? Seja insistente e que sua teimosia lhe permita continuar nesta missão e não abandonar o 
barco na primeira situação adversa; 
* Torne os pais de seus catequizandos aliados e não inimigos. Existem muitos pais que não querem nada com 
nada na catequese. Mas procure centrar o seu foco naqueles que estão empolgados, interessados e são 
participantes ativos. Não fiquei apenas reclamando as ausências. Vibre com as presenças daqueles que são 
compromissados com a catequese e interessados pela vida religiosa de seus filhos; 
* Lembre-se sempre que você é um catequista da Igreja Católica. Por isso você precisa defender a doutrina e os 
ensinamentos católicos. Alguns catequistas que se aventuram da tarefa da catequese, as vezes, por falta de 
preparo, acabam fazendo, nos encontros, um papel contrário aquilo que a Igreja prega sobre diversos assuntos. 
Isso é incoerência das maiores; 
* Não esqueça da sua vida pessoal. Por ser catequista, a visibilidade é maior. Então cuide muito dos seus atos 
fora da Igreja. Não precisa ser um “crente”, mas é preciso falar uma coisa e agir da mesma forma. A 
incoerência nas ações de qualquer cristão, passa a ser um tiro no pé; 
* Saiba que você faz parte de um grupo de catequistas e não é um ser isolado no mundo. Por isso, se esforce 
para participar das reuniões propostas pela equipe da sua catequese. Procure se atualizar dos assuntos 
discutidos e analisados nestas reuniões. Esta visão comunitária é essencial na catequese. Catequista que aceita 
a mudar catequese e acha que o seu trabalho é apenas com os encontros, está fora de uma realidade de 
vivência em grupo; 
* Freqüente a missa. Falamos tanto nisso nos encontros, reuniões e retiros de catequese e cobramos que os 
jovens e os pais não freqüentam as celebrações no final de semana. O pior é que muitos catequistas também 
não vão à missa. Como exigir alguma coisa se não damos o exemplo? 
* Seja receptivo com todos, acolhedor, interessado. Mas isso não significa ser flexível demais. Tenha regras de 
conduta, acompanhe a freqüência de cada um de seus catequizandos, deixe claro que você possui comando. 
Fale alto, tenha postura corporal nos encontros, chegue no horário marcado, avise com antecedência quando 
precisar se ausentar, mantenha contato com os pais pelo menos uma vez por mês. Você é o catequista e, 
através de você, o reino de Deus está sendo divulgado. Por isso, você precisa não apenas “aparentar”, mas ser 
catequista por inteiro; 
* Seja humilde para aprender. Troque idéias com os seus colegas catequistas. Peça ajuda se for necessário. 
Ouça as sugestões e nunca pense que você é o melhor catequista do mundo. Não privilegie ninguém e trate 
todos com igualdade. Somos apenas instrumentos nas mãos de Deus. É Ele quem opera quem nos conduz e, 
através de nós, evangeliza. Seja simples, humilde e ao mesmo tempo forte e guerreiro para desempenhar a sua 
missão.
4 
A IGREJA CATÓLICA 
Todo o período da vida de Jesus, Verbo feito carne, foi para a Igreja o tempo da sua fundação. Jesus reuniu ao 
seu redor seguidores que se entregaram completamente a Ele. Antes de escolher seu grupo íntimo - os Doze - 
Jesus rezou. Aos Doze revelou o conhecimento pessoal dele próprio, falou da sua futura Paixão e morte, e deu 
profunda instrução sobre o que acarretava seguir tal caminho. Só os Doze tiveram permissão de celebrar a sua 
Última Ceia com Ele. 
Os Doze eram chamados apóstolos, isto é, emissários, cuja missão era serem os representantes pessoais de 
Jesus. Deu a esses apóstolos o pleno poder de autoridade que Ele tinha do Pai. A plenitude dessa autoridade 
vem indicada nas palavras do Evangelho: "Em verdade, Eu vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no 
céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu" (Mt 18,18). O clímax da formação da Igreja por 
Jesus foi a Última Ceia. Nesta refeição Ele tomou pão e vinho e disse: "Tomai e comei, isto é meu corpo; tomai 
e bebei, isto é meu sangue". 
Com essas palavras Ele realmente se deu a eles. Recebendo-o desta forma, os Doze entraram numa intimidade 
tão completa com Ele e com os outros, que jamais havia sucedido algo semelhante. Nessa refeição tornaram-se 
um só corpo em Jesus. A Igreja primitiva estendeu a profundidade desta comunhão: é o que nos mostra a mais 
antiga narração da Eucaristia, onde São Paulo diz: "Porque há um pão, nós que somos muitos, formamos um só 
corpo, porque todos nós participamos de um só pão" (1Cor 10,17). Na Ceia, Jesus também falou do "novo 
testamento". 
Deus estava estabelecendo um novo pacto com a humanidade, uma aliança selada com o sangue sacrificial por 
uma nova lei: o mandamento do amor. A mais antiga narração Eucarística, contida na primeira Carta aos 
Coríntios, revela o que a Última Ceia significou para o futuro da Igreja. Lá se recorda que Jesus disse: "Fazei 
isto em memória de mim" (1Cor 11,24). Jesus previu um longo período no qual sua presença não seria visível 
para seus seguidores. 
Seu desejo foi que a Igreja repetisse esta Ceia sempre de novo durante este período. Nestas celebrações, Ele 
estaria intimamente presente, como Senhor da história, Ressuscitado, conduzindo Seu povo para aquele dia 
vindouro, no qual Ele fará "novas todas as coisas", no qual haverá "um novo céu e uma nova terra" (Apoc 21, 1- 
5). 
A Última Ceia foi a etapa final de Jesus, antes de sua morte, na preparação dos Doze. Esta celebração revelou 
como eles e seus sucessores, através dos tempos, deveriam exercer sua missão de ensinar, santificar e 
governar. Segundo os Evangelhos (Mt 16, 13-19; Lc 22,31ss; Jo 21, 15-17), a responsabilidade conferida aos 
apóstolos, foi conferida de modo especial a São Pedro. No Evangelho de Mateus encontram-se estas palavras de 
Jesus: "E eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do inferno nunca
prevalecerão contra ela". Pedro deve ser a rocha, o representante visível de Jesus que é o alicerce da Igreja. 
Pedro fornecerá à igreja a liderança inabalável contra "os poderes da morte", contra quaisquer forças que 
queiram destruir o que Jesus trouxe ao seu povo. A fundação da Igreja por Jesus foi completada pelo envio do 
Espírito Santo. O nascimento efetivo da Igreja teve lugar no dia de pentecostes. 
Este envio do Espírito realizou-se publicamente como também se tinha realizado à vista de todos a crucifixão de 
Jesus. Desde aquele dia, a Igreja se tem mostrado como uma realidade humano-divina, como a soma da obra 
do Espírito e do esforço dos homens, à maneira humana, para cooperar com o dom da sua presença e do 
Evangelho de Cristo. 
A Igreja como o Corpo de Cristo 
A imagem da Igreja como o Corpo de Cristo encontra-se no Novo Testamento, nos escritos de São Paulo. No 
cap. 10 da primeira Carta aos Coríntios, Paulo diz que a nossa comunhão com Cristo provém do "cálice de 
bênção" que nos une em seu sangue, e do "pão que partimos" que nos une em seu corpo. Já que o pão é um 
só, todos nós, embora sendo muitos, somos um só corpo. 
O corpo Eucarístico de Cristo e a Igreja são, juntos, o Corpo (místico) de Cristo. No capítulo 12 da primeira 
Carta aos Coríntios (e no capítulo 12 de Romanos), Paulo sublinha a dependência e a relação mútuas que temos 
como membros uns dos outros. Nas Cartas aos Efésios e aos Colossenses o que se destaca é Cristo como nossa 
cabeça. Deus deu Cristo à Igreja como sua cabeça. Através de Cristo, Deus está revelando seu plano, "o 
mistério oculto através dos séculos", de unir todas as coisas e reconciliar-nos com Ele. Porque esse mistério está 
sendo manifestado na Igreja, a Carta aos Efésios chama a Igreja de "o mistério de Cristo". 
A Igreja como o sacramento de Cristo 
Nos nossos dias, o Papa Paulo VI expressou a mesma verdade com estas palavras: "A Igreja é um mistério. É 
uma realidade impregnada da presença oculta de Deus". Quando São Paulo e Paulo VI chamam a Igreja de 
"mistério", a palavra tem o mesmo significado que a palavra "sacramento", Designa um sinal visível da invisível 
presença de Deus. Assim como Cristo é o sacramento de Deus, assim a Igreja é para você o sacramento, o sinal 
visível de Cristo. Mas a Igreja não é um sacramento "só para seus membros". 
Na Constituição Lumen Gentium, sobre a Igreja, o Concílio Vaticano II afirma claramente: "Pela sua relação com 
Cristo, a Igreja é um sacramento ou sinal da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano. 
Ela é também um instrumento para a realização desta união e desta unidade" (Lumen Gentium, nº 1). No plano 
que Deus tem para a raça humana, a Igreja é o sacramento, o primeiro instrumento visível pelo qual o Espírito 
Santo vem realizando a unidade total que para todos nós está reservada. Entretanto, este processo de salvação 
é uma aventura divino-humana. Nós todos participamos dele. 
Nossa cooperação com o Espírito Santo consiste em nos tornarmos uma Igreja que de tal modo vê Cristo nos 
outros, que os outros vejam Cristo em nós. 
O Povo Católico de Deus 
Falando da igreja, o Concílio Vaticano II destaca a imagem do Povo de Deus mais que qualquer outra. 
Estritamente falando, todos os povos são de Deus; nos cap. 8 e 9 dos Gêneses, a Bíblia afirma que Deus tem 
um relacionamento de aliança com toda a humanidade. 
Mas a imagem do Povo de Deus aplica-se de modo especial aos seguidores de Cristo no Novo Testamento e 
esclarece importantes traços da comunidade católica. Um fato importante com relação aos católicos é este: nós 
temos o senso de sermos um povo. Muito embora sejamos constituídos de grupos nacionais e étnicos os mais 
variados, temos a consciência de pertencer à mesma família espalhada por todo o universo. Outra característica 
dos católicos é nosso senso de história. 
Nossa ascendência familiar remonta até à cristandade primitiva. Poucos de nós conhecem o panorama completo 
de nossa história como Igreja. Mas muitos de nós conhecem histórias de mártires e de santos. Sabemos de 
grupos, antigos e modernos, que sofreram perseguição por causa da fé. E no fundo nos identificamos com essa 
gente e sua história. Todas aquelas gerações que existiram antes de nós são gente sua e minha. Nossa 
consciência de sermos um povo tem raízes profundas. 
Pode haver católicos que falham e católicos não-praticantes. Mas bons ou maus, eles são católicos. Quando 
retornarem, sabem onde é sua casa. E quando, de fato, retornam, são bem-vindos. A Igreja tem suas 
imperfeições; mas no seu coração acha-se a inesgotável torrente da misericórdia e do perdão de Deus. 
A comunidade católica não é todo o povo de Deus. mas é aquele grupo central, forte e identificável, que sabe 
perfeitamente para onde todos estamos indo. Como o povo do Antigo Testamento em marcha para a Terra 
Prometida, estamos profundamente para onde todos estamos indo. Como o povo do Antigo Testamento em 
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marcha para a Terra Prometida, estamos profundamente conscientes de que "não temos aqui morada 
permanente, mas estamos à procura da cidade que está para vir" (Hb 13,14). 
Nosso instinto de fé nos diz que Deus está no nosso futuro, e que necessitamos uns dos outros para alcançá-lo. 
Isto faz parte de nossa força, é uma faceta do nosso mistério. 
A Igreja católica: uma instituição única 
No século XVI escreveu o Cardeal Roberto Belarmino: "A única e verdadeira Igreja é a comunidade de homens 
reunidos pela profissão da mesma fé cristã e pela comunhão dos mesmos sacramentos, sob o governo dos 
legítimos pastores e especialmente do vigário de Cristo na terra, o Romano Pontífice". Como definição da Igreja, 
a frase de Berlarmino é incompleta: fala da Igreja apenas como instituição visível. 
Uma definição mais completa afirmaria, como o fez Paulo VI, que "a Igreja é um mistério... impregnado da 
presença oculta de Deus". Mas a definição de Belarmino acentua um ponto importante: a Igreja é um realidade 
social visível: possui um aspecto institucional que a compõe. Desde os primeiros anos da sua história, a 
cristandade sempre teve uma estrutura visível: nomeou chefes, prescreveu formas de culto e aprovou fórmulas 
de fé. 
Vista a partir desses elementos, a Igreja católica é uma sociedade visível. Mas porque é também um mistério, a 
Igreja é diferente de qualquer outro grupo organizado. Como sociedade visível, a Igreja católica é única. Outras 
Igrejas cristãs possuem em comum com ela alguns "elementos" bem fundamentais, tais como "um Senhor, uma 
fé, um batismo, um Deus e Pai de todos nós" (Ef 4,5). Mas, como afirma o Vaticano II, "esses elementos, como 
dons próprios à Igreja de Cristo, impelem à unidade católica" (Lumen Gentium, nº 8). 
Esta afirmação fundamental ensina que a plenitude básica da Igreja, a fonte vital da completa unidade cristão 
no futuro, encontra-se unicamente na Igreja católica visível. 
A Infalibilidade na Igreja 
Cristo deu à Igreja a tarefa de proclamar sua Boa-Nova (Mt 28, 19-20). Prometeu-nos também seu Espírito, que 
nos guia "para a verdade" (Jo 16,13). Este mandato e esta promessa garantem que nós, a Igreja, jamais 
apostaremos do ensinamento de Cristo. Esta incapacidade da Igreja em seu conjunto de extraviar-se no erro 
com relação aos temas básicos da doutrina de Cristo chama-se infalibilidade. 
É responsabilidade do Papa preservar e nutrir a Igreja. Isto significa esforçar-se por realizar o pedido de Cristo a 
seu Pai na Última Ceia: "que todos sejam um; como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles sejam um em 
nós, para que o mundo creia que tu me enviaste" (Jo 17,21). O magistério da Igreja tem um aspecto 
sacramental: está destinado a ser um sinal e sacramento de unidade. Já que também é responsabilidade do 
Papa ser uma fonte sacramental de união, tem ele uma função especial com relação à infalibilidade da igreja. 
A infalibilidade sacramental da Igreja é preservada pelo seu principal instrumento de infalibilidade, o Papa. A 
infalibilidade que toda a Igreja possui, pertence ao Papa dum modo especial. O Espírito de verdade garante que 
quando o Papa declara que ele está ensinando infalivelmente como representante de Cristo e cabeça visível da 
Igreja sobre assuntos fundamentais de fé ou de moral, ele não pode induzir a Igreja a erro. 
Esse dom do Espírito se chama infalibilidade papal. Falando da infalibilidade da igreja, do Papa e dos Bispos, o 
Concílio Vaticano II diz: "Esta infalibilidade, da qual quis o Divino Redentor estivesse sua Igreja dotada... é a 
infalibilidade de que goza o Romano Pontífice, o Chefe do Colégio dos Bispos, em virtude de seu cargo... A 
infalibilidade prometida à Igreja reside também no Corpo Episcopal, quando, como o Sucessor de Pedro, exerce 
o supremo magistério" (Lumen Gentium, nº 25). 
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OS APÓSTOLOS 
PEDRO O mais velho dos discípulos. Pescador, originário de Betsaida. Seu nome original Simão Bar-Jonas, isto 
é, "filho de Jonas", ou "filho de João". Jesus o apelidou como "Cefas", que significa "Pedra". Em grego, foi 
traduzido como "Petros", até o original Pedro. Tinha um caráter impetuoso, porém, era o mais apavorado. Era 
Pedro que respondia sempre pelos discípulos. Era ligado a Jesus, mais do que todos os outros discípulos. Vivia 
em Cafarnaum com o irmão, André, sua mulher e sua sogra. Jesus morou com Pedro por muito 
tempo. 
ANDRÉ Era irmão de Simão Pedro, e como ele, pescador em Cafarnaum. Dos doze, o primeiro a ser tirado das 
tranqüilas e fecundas águas do lago de Tiberíades para receber o título de pescador de homens, foi justamente 
André, seguido logo de João. André foi também o primeiro a recrutar novos discípulos para o Mestre. A respeito 
de seu martírio, não há informação certa. Há informações que foi crucificado em uma cruz de braços 
iguais. 
TIAGO Filho do pescador, Zebedeu e Salomé. Irmão mais velho do evangelista João. Era chamado "Thiago, o 
Maior". Os dois irmãos tiveram de Jesus o apelido, entre elogio e reprovação, de "filhos do trovão". Assim como 
os outros apóstolos, Thiago também foi vítima de perseguição movida pelas autoridades judaicas. Foi jogado no 
cárcere e flagelado, "alegrando-se muito por ter sido digno de sofrer torturas pelo nome de Jesus." Houve uma 
segunda perseguição, e uma terceira, ainda mais cruel, desencadeada por Herodes Agripa, para agradar os 
judeus. Este Herodes, mostrando-se digno do nome do tio, o assassino de João Batista, e do avô Herodes, dito 
o Grande, que tentou matar Jesus logo que nasceu; por um simples cálculo político, durante as festas pascais de 
42 começou a perseguir alguns membros da Igreja. Mandou matar 'a espada' Thiago, irmão de João, e vendo 
que isto agradava aos judeus, mandou prender Pedro. 
JOÃO O mais jovem dos apóstolos. Irmão de Thiago Maior. Ocupa um lugar de primeiro plano no elenco dos 
apóstolos, provavelmente por se assemelhar a mãe, Salomé, mulher enérgica de fé sincera, que mais tarde se 
uniu aos discípulos de Jesus. Apesar de simples e não instruído, é evidente que o jovem conhecia o 
ensinamento dos essênios (ordem religiosa de João Batista), o que acentuou suas tendências apocalípticas. 
Ouvindo a pregação do Batista, João se convenceu da aproximação do Reino de Deus. Ele está entre os mais 
íntimos de Jesus. Está ao seu lado na hora da ceia. Durante o processo, e o único entre os apóstolos, que 
assiste à sua morte junto com Nossa Senhora. Conforme uma tradição unânime ele viveu em Éfeso em 
companhia de Nossa Senhora e sob o Imperador Domiciano, foi colocado dentro de uma caldeira de óleo 
fervendo, daí saindo ileso, e todavia com a glória de ter dado testemunho. Morreu devido a idade avançada em 
Éfeso, durante o império de Trajano, e aí foi sepultado. 
MATEUS Seu nome era Levi Bar-Alfeu, ou filho de Alfeu. Matheus era o apelido dado por Jesus, originário de 
Matajja, isto é, "dom de Deus". Era o cobrador de impostos dos publicanos. É provável que tenha sido o próprio 
Matheus quem primeiro começou a colocar por escrito as palavras de Cristo, mais tarde. Abandonou o dinheiro
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para um serviço de perfeita pobreza: a proclamação da mensagem cristã. "Não ajunteis para vós tesouros na 
terra, onde a traça e o caruncho os destróem, e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós 
tesouros nos céus. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro." Matheus, o rico coletor, respondeu ao chamado do 
Mestre com entusiasmo. Morreu apedrejado, queimado e decapitado na Etiópia. 
BARTOLOMEU É apresentado com o nome de Natanael Bar-Tholmai, isto é, filho de Tholmai, da cidade de 
Caná. Em hebraico, Tholmai quer dizer "arado ou agricultor". Todos os chamavam de "filho de Tholmai", o que 
originou o nome Bartolomeu. Bartolomeu viu os prodígios operados pelo Mestre, ouviu a sua mensagem, 
assistiu a sua paixão e glorificação, depois se tornou arauto da Boa Nova, aceitando com o mesmo entusiasmo 
as conseqüências de um testemunho comprometido. O apóstolo Bartolomeu, que era da Galiléia foi para a 
Índia. Pregou para aquele povo a verdade do Senhor Jesus, segundo o evangelho de São Matheus. Depois que 
naquela região converteu muitos a Cristo, passou para a Armênia, onde levou a fé cristã ao rei Polímio e sua 
esposa, e a mais de doze cidades. Essas conversões, no entanto, provocaram uma enorme inveja nos 
sacerdotes locais, que por meio do irmão do rei Polímio, conseguiram a ordem de tirar a pele de Bartolomeu e 
decapitá-lo. 
FILIPE Grande amigo de Bartolomeu, morava em Betsaida e sabia grego melhor do que todos. No relato da 
milagrosa multiplicação dos pães é a Filipe que Jesus dirige a bem conhecida pergunta: "Onde compraremos 
pão, para que esta gente possa comer?" Filipe não entende o significado da pergunta e depois de haver dado 
uma olhada para a multidão disse: " Duzentos denários de pão não seriam suficientes para que cada um receba 
um pedaço." O resto da vida de Filipe está encoberta na obscuridade, como também a sua morte. A tradição 
mais comum afirma que Filipe morreu crucificado em Gerápolis, aos 87 anos. 
TOMÉ Mais um pescador. Tinha o apelido de dídimo, em aramaico. Logo em seguida, traduzido para o grego 
"Thomé", que significava "gêmeo". Segundo a tradição, seu nome verdadeiro era Judas. 
JUDAS TADEU É chamado por muitos "o irmão do Senhor". Dado a notoriedade de Thiago na Igreja primitiva, 
Judas era sempre lembrado como irmão de Thiago de Alfeu. O breve escrito de Judas Tadeu é uma severa 
advertência contra os falsos mestres e um convite a manter a pureza e a fé. 
TIAGO DE ALFEU São Tiago, que o evangelista Marcos chama " O Mentor" para distingui-lo de Thiago, irmão 
de João, entra em cena como bispo de Jerusalém, após o martírio de Thiago, o Maior, no ano 42 D.C., e após o 
afastamento de Pedro de Jerusalém. Sobre a morte de Tiago, possuímos informações que o apóstolo teria sido 
condenado ao apedrejamento no ano 61 ou 62 do sumo pontífice Anás II. 
SIMÃO O Zelote, que para seguir a Cristo, abandonou um partido de extremistas armados, nada sabemos das 
circunstâncias que se referem a sua vocação. Simão, o desconhecido, é sempre um apóstolo do Senhor que 
trabalha a vida toda na lavoura do Senhor e combate nas trincheiras da fé, não tendo em vista uma menção de 
honra, mas para o triunfo do Reino de Deus. Simão percorreu os caminhos do Evangelho "sem mala, sem 
dinheiro, pregando o reino dos céus; curou os enfermos, ressuscitou os mortos, limpou os leprosos, expulsou os 
espíritos maus." Segundo uma notícia, o apóstolo teria sofrido o martírio durante o império de Trajano, em 107, 
com respeitável idade de 120 anos. 
JUDAS ISCARIOTES Seu nome verdadeiro era Judas de Simão. Era originário da cidade de Kerioth. Todos os 
chamavam de "Ish-Keriot", que significava, "da cidade de Keriot". O que se deu o nome de Judas Iscariotes. 
O 13º APÓSTOLO - MATIAS É um nome frequente entre os hebreus e quer dizer "dom de Deus". É o 
apóstolo que recebeu como dom o ser agregado aos Doze, tomando o lugar vago deixado pela deserção de 
Judas Iscariotes. A sua eleição foi mediante sorteio, após a Ascensão do Senhor, pela proposta de Simão Pedro. 
Matias esteve portanto constantemente próximo a Jesus desde o início até o fim de sua vida pública. 
Testemunha de Cristo e mais precisamente da sua ressurreição, pois a ressurreição do Salvador é a própria 
razão de ser do cristianismo. Nada se sabe de suas atividades apostólicas, nem se morreu como mártir ou de 
morte natural. A tradição da morte por decapitação com um machado se liga o seu patrocínio especial aos 
açougueiros e carpinteiros.
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A PESSOA DE JESUS CRISTO 
Jesus Cristo: sua pessoa e sua mensagem 
Comece perguntando a você mesmo(a): porque você é cristão(ã)? É uma pergunta muito séria e que, pelo 
menos uma vez na vida, toda pessoa necessita fazer a si mesma(o). Pena que nem todos descobrem isso. A 
seriedade da pergunta vem do fato que o cristianismo se constrói a partir da livre adesão ao convite que Jesus 
faz a cada ser humano. Veja, por exemplo, como foi o encontro de Jesus com algumas pessoas. Lembre-se de 
Pedro, de Zaqueu, da Samaritana..... 
O problema é que, para muitas pessoas, o cristianismo não se tornou uma questão de opção; nasceu em família 
cristã, educou-se em colégio religioso, casou na igreja, mora do lado da capela. Só que a fé não é uma coisa tão 
automática. Ela exige uma resposta livre e consciente. Ela exige adesão. Implica em opção. Jesus chama, nós 
ouvimos e, se o coração for tocado, acolhemos, respondemos e mudamos nossa vida. É por isso que vamos 
conversar sobre a pessoa e a mensagem de Jesus, procurando recordar os pontos principais do anúncio do 
Reino de Deus. 
De fato, lembre-se de que Jesus tinha um recado da parte de Deus Pai, uma Boa Notícia (Evangelho) para 
anunciar a todos os seres humanos. Por isso se diz que Ele é a própria “Palavra“ do Pai vinda ao mundo (Jo 
1,14). “E a palavra se fez homem”. Ele não só diz verdades, mas é a própria Verdade “a luz verdadeira que, 
vinda ao mundo, ilumina todos os homens” (Jo 1,9). Durante cerca de trinta anos, Jesus ensinou a viver, não 
com palavras, mas com sua própria vida, trabalhando, servindo à sua família e ao povo de Nazaré, orando, 
amando, libertando. Depois, durante aproximadamente três anos, Jesus foi de aldeia em aldeia, dando o seu 
recado, ensinando e pregando ao povo. 
Mas afinal, qual era a mensagem do Mestre de Nazaré ? Sobre o que Ele falava ao povo? 
Jesus falou sobre muitas coisas: falou sobre Deus, como Pai que nos ama; sobre o amor fraterno; sobre a vida e 
a morte; sobre a libertação e esperança; sobre criança e família, sobre a ação e oração... mas, toda a 
mensagem de Jesus pode ser resumida em: 
“O REINO DE DEUS” 
É esta a idéia central de toda a pregação de Jesus, o centro de todo o Evangelho! Jesus pregava a Boa Notícia 
para todos. Todos eram convidados a participar de seu Reino. Mas, de fato, quem acreditava mesmo em Jesus 
e, com entusiasmo, aceitava a Boa Notícia do Reino, era o povo humilde da Galiléia. O Reino de Deus começa 
com o mundo do jeito que Deus quer, uma “Terra sem males, sem injustiça, sem fome, sem pecado; onde os 
seres humanos viviam unidos como irmãos e em profunda comunhão com Deus como filhos do Pai”. Isso não é 
utopia! Jesus já trouxe e implantou no mundo o Reino de Deus . 
“O Reino de Deus já chegou” (Lc 11,20) e o deixou presente no coração de cada pessoa (Lc 12,31-32). O Reino 
de Deus, porém, é como uma pequena semente : “ele vai crescendo, mesmo que ninguém perceba”. (Mc 4,26- 
34). É como o trigo semeado no campo: o joio e as ervas daninhas, semeadas pelo inimigo do Reino, crescem 
mais rápido e até parecem sufocar o trigo, é preciso ter a paciência e a esperança, na certeza da vitória 
definitiva do Reino (Mt 13,24-30;36-43) .
Jesus deixa bem claro que a realidade do Reino, já presente e atuante no mundo, realizar-se-á plenamente só 
no “fim dos tempos”, quando “serão destruídas todas as forças do mal e Deus será tudo em todos!” (1 Cor1 
5,24-28), quando haverá novo céu e nova terra, e Deus habitará com os homens e eles serão o seu povo, e ele 
enxugará toda lágrima de seus olhos, pois nunca haverá mais morte, nem dor...” (Ap 21,14 ). Mas disse, 
“ninguém sabe nem o dia e nem a hora!” ( Mt 13,32). Por enquanto, nos resta a esperança e a certeza de que o 
Reino de Deus há de crescer, que o mal será vencido e o mundo será melhor, mas também uma enorme 
responsabilidade: 
Jesus nos chamou para sermos seus colaboradores, para o crescimento de seu Reino no mundo. É esta a 
missão dos cristãos, como Igreja de Jesus Cristo: “ser semente, sinal e instrumento do Reino; ser como o 
fermento na massa ( Mt 13,33), como o sal que dá sabor (Mt 5,13), como a luz que ilumina”. ( Mt 5,4) E, 
enquanto lutamos para o crescimento do Reino em nós e no mundo, continuamente invocamos: “Pai, venha a 
nós o Vosso Reino!”. 
Mas que amor é esse? 
É o amor do jeito que Jesus viveu e ensinou e que assim resumiu: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu 
coração, de toda a tua alma e com todo o teu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O 
segundo é semelhante a esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo!”. (Mt 22,36-39). 
Nas bem-aventuranças (Mt 5,6-7) ao apresentar o amor como nova Lei do Reino, Jesus se refere 
constantemente à Lei dos 10 Mandamentos que Deus, por meio de Moisés, tinha dado ao Povo de Israel para 
ser um povo livre, povo justo e irmão, povo de Deus. Aconteceu que para muitos (fariseus, etc...), os 
mandamentos não foram visto como caminho para prosseguir. 
Os judeus pensavam que eram bons e seriam salvos só porque não matavam, não roubavam, freqüentavam o 
templo. Jesus diz bem claramente que Ele não veio para acabar com a Lei de Moisés, mas sim para dar-lhe 
pleno cumprimento (Mt 5,17). 
Para Jesus os “Dez Mandamentos” são ponteiros que indicam o caminho do amor, são como os primeiros e 
indispensáveis passos, numa “longa e difícil estrada que conduz ao amor”. Se alguém diz: - Eu amo a Deus e, 
no entanto, odeia seu irmão, esse tal é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá 
amar a Deus, a quem não vê. Este é justamente o mandamento que recebemos de Jesus: “quem ama a Deus 
ame também o seu irmão” (Jo 4,20-21). 
Mas como amar? 
Jesus diz: “Amem-se uns aos outros, como eu vos amei!” (Jo 15,12) . 
Está aí (“como eu”) o exemplo, a fonte inesgotável do verdadeiro amor. Amor com “A” maiúsculo. Amor que só 
aprendemos na escola de Jesus e num único livro: o Evangelho. Por isso é hora de pegar a Bíblia e começar a 
meditar sobre algumas parábolas contadas por Jesus acerca do Reino de Deus: 
Mt 13,1-23 (os diversos tipos de terreno) Mt 13,24-30 (a semente boa e o joio) Mt 13,31-32 (o Grão de 
mostarda) Mt 13,33 (o fermento) Mt 13,44-46 (o tesouro e a pérola preciosa) Mt 13,13-47 (a rede) Quando 
começamos a meditar em todas essas coisas, uma pergunta vem logo à nossa mente: 
Afinal quem é Jesus de Nazaré? 
A pergunta estava na boca de todos: discípulos, adversários, povo, autoridades. Que tipo de homem era Jesus 
que os adversários temiam, que o povo exaltava com entusiasmo e que todos os discípulos amavam, mesmo 
sem ainda saber exatamente o que pensar diante das coisas incríveis que Ele fazia e dizia? 
Que fenômeno era esse homem que, praticamente sozinho, em questão de meses e sem nenhum veículo de 
comunicação, a não ser a boca do povo, tornara-se conhecido em toda a Galiléia, Judéia e até em outras 
regiões? O que havia neste homem de tão extraordinário para que milhões de pessoas continuassem 
acreditando Nele, vivendo com Ele, dispostas a dar a vida por Ele? Com certeza, vale a pena conhecer um pouco 
mais sobre a vida e a personalidade do Nazareno . 
Sobre a infância de Jesus, pouco sabemos, a não ser o que Mateus e Lucas nos conta nos seus Evangelhos. Em 
Nazaré, pobre e esquecido lugarejo da Galiléia, havia uma moça chamada Maria, prometida em casamento a um 
jovem chamado José. Deus revelou a Maria que ela se tornaria mãe de um menino, cujo nome seria Jesus e que 
isso aconteceria de um modo extraordinário, não por obra de uma relação sexual, mas obra do Espírito Santo. 
Para José não foi nada fácil entender isso, mas ajudado por Deus, ele soube respeitar a gravidez de sua noiva e 
acolheu Maria em sua casa como esposa. Depois de nove meses o menino nasceu... mas esta é uma história 
que todos já conhecem!!! O menino nasceu como todos os bebês, foi amamentado e foi crescendo, ajudado por 
seus pais. O garoto crescia em tamanho, em sabedoria, em amor para com Deus e para com todo o mundo. 
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Aprendeu a ler, a escrever, a conhecer as Sagradas Escrituras, a orar. Era conhecido por todos como o filho do 
carpinteiro José e é bem provável que tenha trabalhado junto a ele, durante toda a juventude, até os trinta 
anos. Jesus não era um super-homem!!! Era um homem que teve de se esforçar para crescer, aprender e a 
desenvolver-se em todos os sentidos. Um homem que se cansava, chorava, sofria, tinha momentos de alegria, 
mas também de tentação e de “fossa” e que se aborrecia com as coisas erradas e a falsidade. Jesus era gente, 
igual a nós em tudo, menos no pecado. 
Nada sabemos sobre a aparência de Jesus. Sabemos contudo da personalidade humana incrível que ele tinha! 
Manso e humilde de coração, carinhoso com os pequeninos que acorriam a ele, cheio de ternura para com seus 
amigos (Lázaro, Maria e Marta, Pedro e João), paciente e bondoso com os pecadores, Jesus era também 
enérgico e corajoso. Sabia sustentar suas convicções contra tudo e contra todos, enfrentou seus adversários, 
chamando os chefões religiosos de hipócritas, mentirosos, opressores do povo e expulsou com um chicote os 
que faziam do templo de Deus e da religião um comércio. 
Jesus era também sábio e prudente: evitava discussões inúteis, não provocava os adversários e nunca caiu em 
suas armadilhas. Para não ser mal interpretado e para não atiçar a ira dos que queriam a sua cabeça, Jesus 
questionava, exigia mudança de vida, renúncias e sacrifícios. Enfim, Jesus é o homem perfeito, o homem 
paradigma, o homem cheio do Espírito de Deus! Conforme Isaías tinha dito: “sobre ele repousará o Espírito do 
Senhor; Espírito de sabedoria e inteligência, Espírito de conselho e de fortaleza, Espírito de ciência e temor de 
Deus” (Is 11,2-3). 
Lendo os Evangelhos, refletindo com amor sobre essa personalidade tão completa de Jesus, dá mesmo para 
concluir que “humano assim, só Deus mesmo!” As obras de Jesus que provam que é Filho de Deus vivo, são 
toda a sua vida de amor e seus inúmeros milagres. Quem não se lembra da lista enorme de milagres e do poder 
de Jesus? E a prova suprema? 
JESUS RESSUSCITA DOS MORTOS! 
Muitos não aceitaram nem a vida, nem as palavras, nem as obras de Jesus de Nazaré. Preferiam eliminá-lo! 
Muitos continuam não acreditando. Mas milhões de seres humanos acreditam firmemente que Jesus é o Filho de 
Deus que se fez gente (“se encarnou”), verdadeiro Deus. Durante mais de dois mil anos inúmeros seguidores de 
Jesus apostaram e continuam apostando toda a sua vida neste Filho de Deus e naquilo que Ele propôs ao 
mundo. 
Em Jesus de Nazaré podemos saber o que é e como age o Deus verdadeiro! Deus é tão próximo, tão amigo, tão 
ocupado e preocupado com a vida da gente, tão implicado em nossa luta contra o mal, a injustiça, a miséria, a 
falsidade, tão profundamente humano quanto Jesus manifestou sê-lo, lá na Palestina. “Jesus é o sacramento do 
Pai” , a “cara do Pai” . 
Não foi à toa que Ele disse “QUEM ME VIU, VIU O PAI” ( Jo 14,9). 
Em Jesus podemos saber quem é o ser humano. Deus se encarnou, se fez gente, para nos mostrar o que é ser 
gente. Jesus é o modelo perfeito para o ser humano, desde o começo criado “à imagem e semelhança de 
Deus”. É a imagem do “homem novo” a que todos somos chamados a ser (Col. 3,10). 
E mais uma coisa: com a encarnação, Deus uniu-se de modo especial a toda a humanidade e cada ser humano 
é, assim, um valor imenso, divino. Por isso, Jesus nos diz: “Tudo o que fizerem ou deixarem de fazer, sobretudo 
aos mais pequeninos e sofredores, é a mim que vocês farão ou deixarão de fazê-lo” (Mt 25,31-46). 
Textos indicados para meditação - Jesus ama o povo: 
Mt 9,35; Jo 6,1-11 (partilha dos pães); Lc 19,47-48 Jesus ama seus discípulos e amigos: Jo 11,17-44 
(ress.Lázaro); Jo 13,1-17 (lava pés); Jo 15-17 (chamo vocês de amigos) Jesus ama os pobres e as crianças: Mt 
11,25-30 (meu fardo é leve); Mc 10,46-52 (cura de Bartimeu); Lc 6,20-23 (o Reino de Deus é dos pobres); Lc 
18,15-17 (deixem as crianças) Jesus é paciente e bondoso com os pecadores: Mt 9,9-13 (come c/pecadores); Lc 
15,1-7 (a ovelha perdida); Jo 8,1-11 (a adúltera) Jesus é corajoso, livre, bom, pobre: Mt 21,12-13 (expulsa os 
vendedores do templo); Mt 12,9-14; Mt 11,29; Mt 8,20 Jesus é cheio do Espírito de Deus: Mt 3,16-17;4,1; Mt 
12,28; Lc 4,14-21 (o “programa” de Jesus); Lc 10,21 
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Outros textos para reflexão: 
Mt 9, 35-38; Mt 10,1 (Jesus vê o povo perdido e lhes dá pastores); Lc 20,20-26 (A César o que é de César...); 
Mt 12,9-14 (Jesus cura no Sábado); Mt 3,16-17; Mt 4,1-11 (tentação); Mt 12,22-32 (pecado s/perdão); Mt 
12,33-37 (se plantarmos árvore boa, o fruto será bom); Jo 4,5-15 (samaritana).
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A IGREJA COMO COMUNIDADE E OS 
COMPROMISSOS COM ELA 
Enquanto andava fazendo o bem e anunciando a todos a Boa Notícia do Reino, Jesus acabou por reunir, em 
torno de si, um grupo de seguidores , dispostos a viver o seu Evangelho e a continuar sua missão . A este 
grupo, chamamos : “Igreja” . 
Nesta etapa de nossa caminhada vamos procurar conhecer um pouco mais sobre a Igreja de Jesus Cristo, nossa 
Igreja. 
Vamos fazer com fé e com amor: aceitar, amar e viver sua Igreja! 
A Igreja vem de Jesus Cristo 
Andando na beira da praia, com os pescadores, ou passando pelas ruas das pequenas aldeias da Galiléia, Jesus 
foi escolhendo e chamando seus discípulos, um por um, pelo nome : “João, André, Pedro, Tiago, Mateus... Vem 
e segue- me!“, disse Ele. 
A este primeiro núcleo de 12 seguidores, a quem Jesus chamou de apóstolos, isto é, “enviados“ (Lc 6,12-16), 
foram ajuntando-se outros discípulos, homens e mulheres, crianças, jovens e adultos (Lc 10,1). Eram todos 
gente do povo, humildes, que vibravam com a mensagem de Jesus e que nele depositavam toda a sua 
esperança: gente em busca de algo mais. Com este grupo de discípulos, a quem chamava “meus irmãos“, Jesus 
fez vida em comum, durante três anos. Partilhavam o mesmo pão, andavam juntos, de aldeia em aldeia, 
fazendo o bem a todos e levando a todos a Boa Notícia do Reino de Deus. 
Durante três anos de convivência, os discípulos aprenderam a conhecer a fundo a pessoa de Jesus, a amá-lo e a 
viver do jeito como ele vivia e amava. Com Jesus aprenderam a viver como verdadeiros filhos do Pai do Céu, a 
orar e buscar sempre a sua vontade. Com Jesus, aprenderam que amar é servir e que, para viver em 
comunidade com irmãos, ninguém deve querer ser mais do que ninguém. Com Jesus, aprenderam a enxergar e 
a preocupar-se com os problemas e sofrimentos do povo, dos pobres, dos pequenos. 
Jesus confiava em seus amigos e valorizava cada um. Desde o começo deu-lhes responsabilidades e pequenas 
missões: mandava-os aos bairros e nas casas para falar ao povo e anunciar sua chegada e seu Evangelho, para 
curar doentes, expulsar qualquer tipo de mal e para distribuir pão aos famintos. Enfim, foram três anos de 
aprendizagem de vida cristã, de vida comunitária, de trabalho pelos outros: três anos na escola de Jesus ! 
No final de três anos de convivência, quando o Ressuscitado tirou sua presença visível (ascensão), deixando aos 
discípulos a tarefa de continuar sua missão, já estavam bem claros os princípios, os objetivos e as esperanças 
que deveriam orientar, para sempre, a Igreja de Jesus. 
Há uma profunda relação de união-amor- identificação entre Jesus e sua Igreja 
• “Eu estarei com vocês todos os dias, até o final do mundo ! “ (Mt 28,20) 
• “Não os deixarei órfãos. Vocês estão em mim e eu em vocês ! (Jo 14,18) 
• “Quando dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali no meio deles! “(Mt 18,20). 
• “Eu sou o tronco e vocês os ramos : permanecei unidos a mim “. (Jo 15,1-6) 
• “Simão, você me ama? Então cuide de minhas ovelhas ! (Jo 21,17)
• “Os que ouvem vocês, é a mim que ouvem; quem rejeita vocês, é a mim que rejeita! (Lc 10,16). 1.2. É 
indispensável que os discípulos permaneçam unidos entre si 
• “Pai, que todos sejam um, a fim de que o mundo reconheça que tu me enviaste e que o amaste, como amaste 
a mim”. (Jo 17,23): foi a prece e o testemunho de Jesus durante a última Ceia. 
1.3. A Igreja tem a missão de anunciar Cristo e de continuar sua obra no mundo todo 
• “Como o Pai me enviou, assim eu envio vocês “. (Jo 20,21). 
• “Sejam minhas testemunhas, até os extremos da terra ! “ (At 1,8). 1.4. O Espírito Santo vai levar à frente a 
obra começada por Jesus e será a luz e força para a caminhada da Igreja 
• “Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos enviará tudo e vos ensinará tudo o que 
eu vos disse ! (Jo 14,26). 
Foi no Dia de Pentecostes que nasceu a Igreja 
Jesus fundou a Igreja, mas era como pequena semente que o agricultor lança na terra. A semente da Igreja 
brotou e começou a crescer no dia de Pentecostes, pelo Dom do Espírito Santo, que Jesus tinha prometido. Já 
conhecemos o que aconteceu naquele dia: a experiência incrível da ação do Espírito, como fogo e vento 
impetuoso, a transformação dos discípulos, gente simples e medrosa em ardorosos missionários de Jesus 
Cristo... aquela multidão de pessoas de diferentes línguas e raças, que começam a entender e a falar a mesma 
linguagem (linguagem do Evangelho e o do Amor) e que são batizadas para formar um só povo, o povo de 
Deus. 
Foi neste dia de Pentecostes que a Igreja nasceu e começou sua caminhada, tornando visível sua missão de ser 
o sinal e o instrumento da comunhão e da fraternidade universal (Reino). Naquele começo da Igreja houve uma 
presença muito especial e que continuaria marcando toda a longa história da verdadeira Igreja de Jesus: lá 
estava Maria, reunindo os discípulos de seu Filho, com seu coração de mãe e, junto com eles, implorando o 
Dom do Espírito Santo. 
Assim como Maria faz parte indispensável da vida de Cristo, faz parte também da Igreja, desde o dia de seu 
nascimento, como mãe e modelo. Não se pode falar de Igreja, se Maria não está presente! Logo após 
Pentecostes, a Igreja, cheia do Espírito Santo do Senhor, começou sua caminhada ; vivendo como Jesus tinha 
ensinando, organizando- se e levando à frente a missão que Jesus lhe tinha confiado. Vejam o que diz o livro 
Atos dos Apóstolos (Capítulo 2 e 4) sobre a vida desta primeira Igreja 
Os seguidores de Jesus preservaram-se fiéis aos ensinamentos dos apóstolos; — Viviam bem unidos, eram um só 
coração e tinham em comum todas as coisas; — Rezavam juntos no templo e reuniam- se também nas casas, 
para celebrar a Ceia (fração do Pão); — Partilhavam seus bens com os necessitados e curavam os doentes; — 
Davam um bonito testemunho de vida e, assim, atraíram à fé muitas outras pessoas. 
A Igreja de Jesus Cristo é isso ! Hoje, depois de mais de vinte séculos, espalhada no mundo todo, há milhões de 
pessoas que dizem “sim“ ao chamado de Jesus Cristo e, cheias de seu Espírito, procuram viver como os 
primeiros Cristãos: são a Igreja de Jesus Cristo, a mesma Igreja dos Apóstolos! E Jesus continua com eles! Nós 
somos, hoje, a Igreja fundada por Jesus e nascida no dia de Pentecostes, no fogo do Espírito Santo! E Jesus 
conta conosco ! 
Para leitura e meditação: 
ATOS DOS APÓSTOLOS, do Cap. 1 ao Cap. 5 
Importante: Ler com bastante calma, procurando ver o conjunto de textos. Trata-se de uma espécie de “carteira 
de identidade da Igreja”, por isso é muito importante perceber quais são as características que Lucas, autor dos 
Atos dos Apóstolos, indica e que não podemos perder. 
Afinal de contas, é com essas características que queremos nos comprometer? 
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SANTÍSSIMA TRINDADE 
Primeiramente, cabe contar uma pequena história que nos ajudará a entender a posterior explicação. 
Conta-se que Santo Agostinho andava em uma praia meditando sobre o mistério da Santíssima Trindade: um 
Deus em três pessoas distintas... 
Enquanto caminhava, observou um menino que portava uma pequena tigela com água. A criança ia até o mar, 
trazia a água e derramava dentro de um pequeno buraco que havia feito. Após ver repetidas vezes o menino 
fazer a mesma coisa, resolveu interrogá-lo sobre o que pretendia. 
O menino, olhando-o, respondeu com simplicidade: 
-"estou querendo colocar a água do mar neste buraco". 
Santo Agostinho sorriu e respondeu-lhe: 
-"mas você não percebe que é impossível?". 
Então, novamente olhando para Santo Agostinho, o menino respondeu-lhe: 
"ora, é mais fácil a água do mar caber nesse pequeno buraco do que o mistério da Santíssima Trindade ser 
entendido por um homem!". 
E continuou: "Quem fita o sol, deslumbra-se e quem persistisse em fitá-lo, cegaria. 
Assim sucede com os mistérios da religião: quem pretende compreendê-los deslumbra-se e quem se obstinasse 
em os perscrutar perderia totalmente a fé" (Sto. Agostinho). 
Só poderíamos compreender perfeitamente a Santíssima Trindade se nós fossemos 'deus'. Podemos, contudo, 
por meio da razão iluminada pela fé, chegar a um conhecimento muito útil dos mistérios, considerando certas 
analogias da natureza. Citemos algumas: o raio branco de luz, sendo apenas um, pode ser decomposto em 
vermelho, amarelo e azul; a ametista brilha de três cores diferentes, segundo o lado em que se observa: é 
purpúrea, violeta e rósea, sem ser mais do que uma pedra. O fogo queima, ilumina e aquece, sendo apenas 
fogo, etc. 
Bem, a Santíssima Trindade é superior à capacidade humana de entendimento, mas não contraria a razão. Dizer 
que existe "um Deus em três pessoas" é superior à capacidade de compreensão humana, mas não é o mesmo 
que dizer que é "um Deus em três deuses", que seria contrariar a razão humana. 
Ou seja, o mistério é conhecido, mas não é compreendido em sua totalidade. Sabendo disso, a Igreja aconselha 
muita cautela na busca de conhecer certos mistérios superiores à nossa compreensão, conforme ensina o 
Catecismo Romano, transcrevendo a Bíblia: "Quem quer sondar a majestade, será oprimido pelo peso de sua 
glória" (Prov. 25, 27).
O Conhecimento através da Revelação 
Portanto, a Santíssima Trindade só é conhecida através da Revelação, através das palavras de Nosso Senhor 
Jesus Cristo, que era Deus e Homem verdadeiro. Disse Nosso Senhor: "Ensinai todas as gentes, e batizai-as em 
nome do Padre, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28, 19). Na sua última prece, o Salvador pede que seus 
discípulos sejam um como seu Pai e Ele não são mais que um (S. Jo., 17, 21). 
Também afirma: "Meu Pai e eu somos um" (Jo., 10, 30), deixando clara a unidade de natureza entre o Pai e o 
Filho. Em diversas passagens, os apóstolos reconhecem Nosso Senhor como "Filho de Deus", que prometeu 
enviar o "Espírito Santo" sobre eles, que ressuscitou dos mortos ao terceiro dia pelo seu próprio poder, etc. 
Na promessa de enviar o Espírito Santo, Nosso Senhor, antes de se elevar ao Céu, anunciou aos Apóstolos que 
o Pai lhes enviará o Espírito Santo, que os ensinaria e os fortaleceria na fé: "Rogarei a meu Pai e Ele vos 
mandará outro consolador" (Jo 14, 16, 26), "o espírito da verdade" que "vos ensinará tudo" (Jo, 14, 26). 
Ora, como não há ninguém senão Deus (a verdade), capaz de ensinar tudo, resulta dessas palavras que tal 
consolador é Deus, como o Pai e o o Filho que hão de mandá-lo. S. Pedro repreende Ananias que procurou iludir 
o Espírito Santo, e acusa-o de ter assim mentido a "Deus", não aos homens (Act. 4, 5, 11) Na mesma passagem 
sobre o Espírito Santo, fica claro que as pessoas são distintas: O Pai que envia, o Filho que roga ao Pai, o 
Espírito Santo que será enviado. Em II Cor, 13, 13 está escrito: "Estejam com todos vós a graça de Nosso 
Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo"!. 
No "batismo" de Nosso Senhor, ao sair da água, os céus se abriram e o "Espírito, como uma pomba", desceu 
sobre Nosso Senhor e uma voz "veio dos Céus: "Tu és o meu filho amado, em ti me comprazo". 
Em São Mateus, lemos: "Só o Pai conhece o Filho e o Filho conhece o Pai"(Mt 11, 27; Lc. 10, 22). Em S. João, 
está que o Espírito Santo "procede do Pai", que é "enviado pelo Filho" (Jo 15, 26; 16, 7). Respondendo a Felipe, 
que lhe havia pedido para ver o Pai: "Filipe, quem me viu, viu também o Pai. 
Como é que dizes: Mostra-nos o Pai? 
Então não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim" (Jo, 14, 9 e 10). O mesmo que Jesus Cristo 
explica da sua união com o Pai, afirma-o igualmente do Espírito Santo. "Quando tiver vindo o Consolador que eu 
vos mandarei de junto de meu Pai, o Espírito de verdade que procede do Pai, Ele dará testemunho de mim" (Jo, 
15, 26). Ora, o que procede de Deus tem, forçosamente, natureza idêntica à de Deus. 
Dessa forma, fica clara a distinção de três pessoas em um só Deus, ou seja, três pessoas de mesma natureza, 
poder e glória. Já no Antigo Testamento a Trindade estava implícita. 
Citemos algumas passagens: 
Os sacerdotes judeus deviam, ao abençoar o povo, invocar três vezes o nome de Deus (Num. 6, 23). Isaías diz-nos 
(6, 3) que os Serafins cantam nos céus: Santo, santo, santo é o Deus dos exércitos. Notemos sobretudo o 
estranho plural empregado por Deus na criação do homem: "façamos o homem à nossa imagem e 
semelhança"(Gen. 1, 26). 
No momento da confusão de Babel: "Vinde, diz o Senhor, confundamos a sua linguagem" (Gen. 11, 7). Por que 
esse plural? Já, depois da culpa de Adão, o mesmo livro sagrado representa Deus dizendo ironicamente: 
"Portanto eis Adão que se tornou com um de nós, vamos agora impedir-lhe que levante a mão à árvore da 
vida"(Gen. 3, 22). E David escrevia no Salmo CIX: "Disse o Senhor ao meu Senhor: assenta-te à minha direita". 
Encontram-se, no Antigo Testamento, duas expressões para designar a divindade: uma é "Jehováh", outra é 
"Eloim". 
Pelo parecer de todos os hebraizantes, a primeira se aplica ao mesmo ser de Deus, à sua suprema essência: 
está sempre no singular. A segunda exprime a idéia da presença de Deus e do seu poder: vem sempre no plural 
e significa "os deuses"; mas, o que não deixa de surpreender é que esta palavra sempre no plural, rege sempre 
no singular o verbo que a segue. 
Assim o primeiro versículo da Bíblia traduzir-se-ia literalmente: "No princípio, "os deuses" fez o céu e a terra". 
Os sábios não duvidam em ver, nesta palavra "Eloim" e no modo de se usar dela, uma expressão que deixa 
entender a existência de várias pessoas em Deus. 
Na Tradição da Igreja encontramos várias provas da Santíssima Trindade. 
a) Testemunho dos Mártires. Era para confessar a sua fé na divindade das três pessoas e particularmente em 
Nosso Senhor, que numerosos mártires sofriam os suplícios mais cruéis. Assim, para citarmos um exemplo 
apenas, S. Policarpo (166), discípulo de S. João, exclamava em frente da fogueira acesa: "Eu vos glorifico em 
todas as coisas, a vós, ó meu Deus, com vosso eterno e divino Filho, Jesus Cristo, a quem, com o Espírito Santo, 
seja honra, agora e para sempre". 
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b) Testemunho dos Padres da Igreja. Nos escritos de certos Padres, encontram-se testemunhos valiosíssimos 
desta nossa crença. Santo Inácio de Antioquia fala do Pai, do Filho e do Espírito Santo como sendo três pessoas 
às quais devemos respeito igual. Santo Irineu diz que "a Igreja, espalhada pelos Apóstolos até os confins do 
universo, crê em Deus Pai todo-poderoso, em Jesus Cristo, seu Filho, encarnado por nossa salvação e no 
Espírito Santo que falou pelos profetas". Claríssimas são, também, na sua conclusão, as palavras de Tertuliano: 
"O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito-Santo é Deus e Deus é cada um deles". 
c) Prática da Igreja. De acordo com sua crença, a Igreja sempre administrou o batismo em nome das três 
pessoas. Ocupa o primeiro lugar na liturgia, o mistério da Santíssima Trindade. Dela fazem menção todas as 
bênçãos, todas as orações, todas as cerimônias, quer por meio do sinal da cruz, quer pela dexologia: "Glória ao 
Pai ao Filho e ao Espírito Santo". Ademais, sem a divindade de Nosso Senhor, não haveria a redenção, que 
consiste na crucifixão e morte de Nosso Senhor sobre a Cruz. Se Cristo não fosse Deus, o "pecado original" e os 
nossos "pecados atuais" não poderiam ter sido remidos, visto terem um valor infinito (pois foram praticados 
contra Deus, que é infinito) e precisarem de um ser infinito para os expiar. 
Uma pequena explicação filosófica 
Para dar uma explicação mais simples, sendo Deus onipotente e sendo o existir próprio à eternidade de Deus e 
à sua natureza: "Eu sou aquele que é", a imagem que Deus tem de si mesmo é o seu Filho, o verbo de Deus. A 
este pensamento vivo em que Deus se expressa perfeitamente a si mesmo chamamos Deus Filho. Deus Pai é 
Deus conhecendo-se a si mesmo; Deus filho é a expressão do conhecimento que Deus tem de si. 
Assim, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade é chamada Filho, precisamente porque é gerada desde toda a 
eternidade, engendrada na mente divina do Pai. Também a chamamos Verbo de Deus, porque é a "palavra 
mental" em que a mente divina expressa o pensamento sobre Si mesmo. Depois, Deus Pai (Deus conhecendo-se 
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a Si mesmo) e Deus Filho (o conhecimento de Deus sobre Si mesmo) contemplam a natureza que ambos 
possuem em comum. 
Ao verem-se (falamos, naturalmente, em termos humanos), contemplam nessa natureza tudo o que é belo e 
bom - quer dizer, tudo o que produz amor - em grau infinito. E assim, a vontade divina origina um ato de amor 
infinito para com a bondade e a beleza divinas. Uma vez que o amor de Deus por Si mesmo, tal como o 
conhecimento de Deus sobre Si mesmo, é da própria natureza divina, tem que ser um amor vivo. Este amor, 
infinitamente intenso, que eternamente flui do Pai e do Filho, é o que chamamos Espírito Santo, que procede do 
Pai e do Filho. 
É a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Para deixar mais claro o assunto, ainda é necessário fazer uma 
distinção entre a pessoa (personalidade), e a natureza (que em Deus se confunde com a e essência e a 
substância). 
O Mistério da Santíssima Trindade consiste propriamente no fato de uma essência ou natureza única que 
subsiste em três pessoas. Pessoa é a substância completa dotada de razão individual e autônoma. Na verdade, 
possuem todos os homens a mesma natureza: todos têm corpo e alma racional. Entretanto, esta natureza 
comum existe em cada um deles de modo diferente. 
Ora, o que distingue um homem de outro homem, o que cada um tem de especial, é que constitui sua 
autonomia, seu "eu" e chama-se "personalidade", a "pessoa". Desta forma, Deus Filho tinha a mesma natureza 
de Deus Pai, mas não era a mesma Pessoa. 
Uma explicação mais acessível 
Suponha que você se olha em um espelho de corpo inteiro. Você vê uma imagem perfeita de si mesmo, com 
uma exceção: não é senão um reflexo no espelho. Mas se a imagem saísse dele e se pusesse ao seu lado, viva e 
palpitante como você, então sim, seria a sua imagem perfeita. Porém, não haveria dois 'vocês', mas um só 
'você', uma natureza humana. 
Haveria duas 'pessoas', mas só uma mente e uma vontade, compartilhando o mesmo conhecimento e os 
mesmos pensamentos. Depois, já que o amor de si (o amor de si bom) é natural em todo ser inteligente, 
haveria uma corrente de amor ardente e mútuo entre você e a sua imagem. 
Agora, dê asas à sua fantasia e pense na existência desse amor como uma parte tão de você mesmo, tão 
profundamente enraizado na sua própria natureza, que chegasse a ser uma reprodução viva e palpitante de 
você mesmo. 
Este amor seria uma 'terceira pessoa' (mas, mesmo assim, nada mais que um 'você', lembre-se; uma só 
natureza humana), uma terceira pessoa que estaria entre você e a sua imagem, e os três, de mãos dadas: três
pessoas numa só natureza humana. Esse exemplo, muito imperfeito, pode nos ajudar um pouco a entender a 
relação entre as três Pessoas da Santíssima Trindade: 
Deus Pai "olhando-se" a Si mesmo em sua mente divina (criadora) e mostrando ali a Imagem de Si, tão 
infinitamente perfeita que é uma imagem viva: Deus Filho; e Deus Pai e Deus Filho amando como amor vivo a 
natureza divina que ambos possuem em comum: Deus Espírito Santo. Três pessoas divinas, uma natureza 
divina. 
É claro, é só um exemplo, muito imperfeito, mas que nos ajuda a compreender o grande mistério que é a 
Santíssima Trindade, base de nossa Fé, fundamento de nossa Redenção, sustentáculo de nossas vidas e no 
qual, todos os dias, através do sinal da Cruz, nós afirmamos a nossa fé: 
17 
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 
OS DEZ MANDAMENTOS 
Como saber se estou desobedecendo a Deus? 
Deus nos deixou algumas regras entregues à Moisés, sinais para seguirmos. As regras, as leis existem para 
facilitar a nossa vida. Quais são essas leis? 
OS DEZ MANDAMENTOS são as leis que Deus nos deixou para sabermos se estamos seguindo a Sua vontade e 
desta forma O estamos obedecendo. 
OS DEZ MANDAMENTOS são normas para conduta humana. São prescrições morais resumidos em dez itens. Os 
mandamentos são força libertadora, ao invés de ser coisa que aprisiona. Na medida em que você tem um 
indicador para seguir, você evita cometer erros que o afastam do plano de Deus. O que Deus manda, torna-o 
possível pela Sua graça. 
OS DEZ MANDAMENTOS descrevem as exigências do amor de Deus e do próximo: Os três primeiros se referem 
aos deveres do homem para com Deus, e pode ser resumido em "Amarás o Senhor teu Deus de todo teu 
coração, de toda tua alma e de todo o entendimento" (Mt 22,37). Os outros sete mandamentos se referem ao 
amor ao próximo. 
E foi resumido assim: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mc 12,31). Entendendo os Dez Mandamentos 
Os Dez Mandamentos não visam somente o melhoramento do comportamento individual, mas querem atingir a 
situação do povo, para ser um povo livre e fraterno. Os Dez Mandamentos são a Constituição do Povo de Deus, 
em vista de uma sociedade justa e igualitária. 
Cada mandamento quer combater uma das causas que fazia o povo sofrer na opressão do Egito, e quer mostrar 
o que o povo deve fazer para manter-se verdadeiramente livre. Para entender todo o sentido dos Dez 
Mandamentos é fundamental ver como Jesus observou e explicou a Lei.
Jesus não veio tirar ou modificar os mandamentos, mas dar-lhe sentido pleno. Prometeu também: " Quem 
praticar os mandamentos e os ensinar, será considerado grande no Reino do Céu" (Mt 5, 17-20). 
Vamos falar de cada um dos DEZ MANDAMENTOS ensinados pela Igreja Católica Apostólica Romana. Existem 
divergências entre as diversas religiões, pois algumas delas não aceitam Cristo como O SALVADOR e ainda se 
mantém esperando pelo Messias que ainda virá, outras porém se baseiam nos textos e palavras exatamente 
como estão nas Escrituras, sem qualquer interpretação ou atualização e não entendendo os ajustes que o 
próprio Jesus Cristo efetuou, mas nós católicos devemos seguir e catequizar a todos ensinando as leis gravadas 
por Deus nas tábuas de pedra que entregou a Moisés no Monte Sinai. 
Estas são as leis de Deus que devem ser seguidas e ensinadas pelos Cristãos 
Católicos. 
Eis os mandamentos de Deus: 
1°) AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS (Ex 20,2-5) 
"Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forcas" (Dt 6,5). 
O primeiro mandamento convida o homem a crer em Deus, a esperar nele e a amá-lo acima de tudo. "Adorarás 
o Senhor teu Deus" (MT 4,10). 
Adorar a Deus, orar-lhe, oferecer-lhe o culto que lhe é devido, cumprir as promessas e os votos que foram feitos 
a ele são os atos da virtude de religião que relevam da obediência ao primeiro mandamento. 
O dever de prestar um culto autêntico a Deus incumbe ao homem, tanto individualmente como em sociedade. O 
homem deve poder professar livremente a religião, tanto em particular como em público. A superstição é um 
desvio do culto que rendemos ao verdadeiro Deus. Ela se mostra particularmente na idolatria, assim como nas 
diferentes formas de adivinhação e de magia. 
A ação de tentar a Deus, em palavras ou em atos, o sacrilégio, a simonia são pecados de irreligião proibidos 
pelo primeiro mandamento. Enquanto rejeita ou recusa a existência de Deus, o ateísmo é um pecado contra o 
primeiro mandamento. Este mandamento se encontra na Bíblia assim: 
"Não terás outros deuses além de mim! Não farás para ti imagem, com semelhança alguma... não te inclinarás 
diante desses deuses e não os servirás..." (Ex 20,3-6). No Egito, na "casa da escravidão", a religião dos deuses 
era usada para reforçar o sistema e o poder do faraó. 
Ele fazia grandes estátuas e templos para impressionar o povo e mandava que o povo dobrasse os joelhos 
diante dele próprio, como se fosse um deus. Este mandamento, portanto, quer combater essa situação, 
convidando o homem a crer em Deus, a esperar Nele e a amá-lo acima de tudo. 
O culto às imagens sagradas está fundamentado no mistério da encarnação do Verbo de Deus. Além disso, o 
uso de imagens de santos se iguala ao uso dado às fotografias de nossos entes queridos. Não contraria o 
primeiro mandamento. 
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2°) NÃO TOMAR SEU SANTO NOME EM VÃO (Ex 20,7) 
"Senhor nosso Deus. quão poderoso é teu nome em toda a terra"( Sl 8.11). O segundo mandamento prescreve 
respeitar o nome do Senhor. O nome do Senhor é santo. O segundo mandamento proíbe todo uso impróprio do 
Nome de Deus. A blasfêmia consiste em usar o Nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e dos santos 
de maneira injuriosa. 
O juramento falso invoca Deus como testemunha de uma mentira. 0 perjúrio é uma falta grave contra o Senhor, 
sempre fiel a suas promessas. "Não jurar nem pelo Criador, nem pela criatura, se não for com verdade, 
necessidade e reverência". No Batismo o cristão recebe seu nome na Igreja. 
Os pais, os padrinhos e o pároco cuidarão que lhe seja dado um nome cristão. O patrocínio de um santo oferece 
um modelo de caridade e garante a sua oração. O cristão começa suas orações e suas ações pelo sina-da-cruz 
"em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém" Deus chama cada um por seu nome. Este mandamento 
prescreve respeitar o nome do Senhor. 
O nome do Senhor é SANTO. Com isto, é proibido o uso impróprio do Nome de Deus. A blasfêmia consiste em 
usar o Nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e dos santos de maneira injuriosa. O juramento falso 
invoca Deus como testemunha de uma mentira. O perjúrio é uma falta grave contra o Senhor, sempre fiel a 
suas promessas.
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3°) GUARDAR DOMINGOS E FESTAS DE GUARDA (Ex 20,8-11) 
"Guardarás o dia de sábado para santificá-lo"( Dt 5,12). "No sétimo dia se fará repouso absoluto cm honra do 
Senhor" (Ex 31,15). O sábado, que representava o término da primeira criação, é substituído pelo domingo, que 
lembra a criação nova, inaugurada com a Ressurreição de Cristo. 
A Igreja celebra o dia da Ressurreição de Cristo no oitavo dia, que é corretamente chamado dia do Senhor, ou 
domingo. No domingo e em outros dias de festa de preceito, os fiéis têm a obrigação de participar da missa, 
evitando as atividades e negócios que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria do dia do 
Senhor e o devido descanso da mente e do corpo. 
A instituição do domingo contribui para que todos tenham tempo de repouso e de lazer suficiente para lhes 
permitir cultivar sua vida familiar, cultural, social e religiosa. Todo cristão deve evitar de impor sem necessidade 
aos outros aquilo que os impediria de guardar o dia do Senhor. "O domingo... deve ser guardado em toda a 
igreja como o dia de festa por excelência ". No domingo e em outros dias de festa de preceito, os fiéis têm a 
obrigação de participar da missa e das celebrações litúrgicas. 
4°) HONRAR PAI E MÃE (Ex 20,12) 
"Honra teu pai e tua mãe"(Dt 5.I6; Mc 7,8). "Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, porque isso é justo. 
Este é o primeiro mandamento acompanhado de uma promessa: Honra teu pai e tua mãe, para que sejas feliz e 
tenhas longa vida sobre a terra" (Ef 6,1-3). De acordo com o quarto mandamento, Deus quis que, depois dele, 
honrássemos nossos pais e os que ele, para nosso bem, investiu de autoridade. 
A comunidade conjugal está fundada na aliança e no consentimento dos esposos. O casamento e a família estão 
ordenados para o bem dos cônjuges, a procriação e a educação dos filhos. Os filhos devem a seus pais respeito, 
gratidão, justa obediência e ajuda. 
O respeito filial favorece a harmonia de toda a vida familiar. Os pais são os primeiros responsáveis pela 
educação de seus filhos na fé, na oração e em todas as virtudes. Têm o dever de prover em toda a medida do 
possível as necessidades físicas e espirituais de seus filhos. 
Os pais devem respeitar e favorecer a vocação de seus filhos, ensinando que a primeira vocação do cristão 
consiste em seguir a Jesus. "A salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamente ligada ao bem-estar 
da comunidade conjugal e familiar." Lembrem-se e ensinem que a primeira vocação do cristão consiste em 
seguir a Jesus. 
A autoridade pública deve respeitar os direitos fundamentais da pessoa humana e as condições de exercício de 
sua liberdade. É dever dos cidadãos trabalhar com os poderes civis para a edificação da sociedade num espírito 
de verdade, de justiça, de solidariedade e de liberdade. 
O cidadão está obrigado em consciência a não seguir as prescrições das autoridades civis quando contrárias as 
exigências da ordem moral. "E preciso obedecer antes a Deus do que aos homens "(At 5,29) Toda a sociedade 
baseia os seus juízos e a sua conduta numa visão do homem e do seu destino. Sem as luzes do Evangelho a 
respeito de Deus e do homem, as sociedades facilmente se tornam totalitárias. 
5°) NÃO MATAR (Ex 20,13) 
"Deus tem em seu poder a alma de todo ser vivo e o espírito de todo homem carnal" ( Jó 12,10). Toda vida 
humana, desde o momento da concepção até a morte, é sagrada porque a pessoa humana foi criada por si 
mesma à imagem e á semelhança do Deus vivo e santo. 
A vida humana é sagrada porque desde a sua origem ela encerra a ação criadora de Deus, e permanece para 
sempre numa relação especial com o Criador, seu único fim. Só Deus é o dono da vida, do começo ao fim; 
ninguém em nenhuma circunstância pode reivindicar para si o direito de destruir diretamente um ser humano 
inocente. 
O assassinato de um ser humano é gravemente contrário à dignidade da pessoa e à santidade do Criador. A 
proibição de matar não ab-roga o direito de tirar a um opressor injusto a possibilidade de prejudicar. A legítima 
defesa é um dever grave para quem é responsável pela vida alheia ou pelo bem comum. Desde a concepção a 
criança tem o direito á vida. 
O aborto direto, isto é, o que se quer como um fim ou como um meio, é uma "prática infame" gravemente 
contrária à lei moral. A Igreja sanciona com pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana.
Visto que deve ser tratado como uma pessoa desde a sua concepção, o embrião deve ser defendido em sua 
integridade, cuidado e curado como qualquer outro ser humano. 
A eutanásia voluntária, sejam quais forem as formas e os motivos, constitui um assassinato. É gravemente 
contrária à dignidade da pessoa humana e ao respeito do Deus vivo, seu Criador. O suicídio é gravemente 
contrário à justiça, à esperança e à caridade. E proibido pelo quinto mandamento. 
O escândalo constitui uma falta grave quando por ação ou por omissão leva deliberadamente o outro a pecar. 
Por causa dos males e injustiças que toda guerra acarreta, devemos fazer tudo o que for razoavelmente possível 
para evitá-la. A igreja ora: "Da fome, da peste e da guerra livrai-nos, Senhor". 
A Igreja e a razão humana declaram a validade permanente da lei moral durante os conflitos armados. As 
práticas deliberadamente contrárias ao direito dos povos e a seus princípios universais constituem crimes. "A 
corrida armamentista é a praga mais grave da humanidade, que lesa intoleravelmente os pobres". "Bem-aventurados 
20 
os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus" (Mt 5,9). 
6°) NÃO PECAR CONTRA A CASTIDADE (Ex 20,14) 
"O amor é a vocação fundamental e originária do ser humano". Ao criar o ser humano homem e mulher, Deus 
dá a dignidade pessoal de uma maneira igual a um e outro. Cada um, homem e mulher, deve chegar a 
reconhecer e aceitar sua identidade sexual. Cristo é o modelo da castidade. Todo batizado é chamado a levar 
uma vida casta, cada um segundo seu estado de vida próprio. 
A castidade significa a integração da sexualidade na pessoa. Inclui a aprendizagem do domínio pessoal. Entre os 
pecados gravemente contrários a castidade é preciso citar a masturbação, a fornicação, a pornografia e as 
práticas homossexuais. 
A aliança que os esposos contraíram livremente implica um amor fiel. Impõe-lhes a obrigação de guardar seu 
casamento indissolúvel. A fecundidade é um bem, um dom, um fim do casamento. Dando a vida, os esposos 
participam da paternidade de Deus. A regulação da natalidade representa um dos aspectos da paternidade e da 
maternidade responsáveis. 
A legitimidade das intenções dos esposos não justifica o recurso a meios moralmente inadmissíveis (por 
exemplo: a esterilização direta ou a contracepção). O adultério e o divórcio, a poligamia e a união livre são 
ofensas graves à dignidade do casamento. 
7°) NÃO ROUBAR (Ex 20,15) 
"Não roubarás"(Dt 5,19). "Nem os ladrões, nem os avarentos... nem os injuriosos herdarão o Reino de 
Deus"(1Cor 6,10). O sétimo mandamento prescreve a prática da justiça e da caridade da administração dos 
bens terrenos e dos frutos do trabalho dos homens. Os bens da criação são destinados a todo o gênero 
humano. O direito à propriedade privada não abole a destinação universal dos bens. 
O sétimo mandamento proíbe o roubo. O roubo é a usurpação de um bem de outrem contra a vontade razoável 
do proprietário. Toda a forma de apropriação e uso injusto dos bens de outrem é contrária ao sétimo 
mandamento. A injustiça cometida exige reparação. 
A justiça comutativa exige a restituição do bem roubado. A lei moral proíbe os atos que, visando a fins 
mercantis ou totalitários, conduzem à servidão dos seres humanos, à sua compra, venda e troca como 
mercadorias. O domínio concedido pelo Criador sobre os recursos minerais, vegetais e animais do universo não 
pode ser separado do respeito às obrigações moraislusive para com as gerações futuras. 
Os animais são confiados à administração do homem que lhes deve benevolência. Podem servir para justa 
satisfação das necessidades do homem. A Igreja emite um juízo em matéria econômica e social, quando os 
direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigem. Preocupa-se com o bem comum temporal 
dos homens em razão de sua ordenação ao Sumo Bem, no fim último. 
O próprio homem é o autor, o centro e o fim de toda a vida econômica e social. O ponto decisivo da questão 
social é que os bens criados por Deus para todos de fato cheguem a todos, conforme a justiça e com a ajuda da 
caridade. O valor primordial do trabalho despende do próprio homem, que é seu autor e destinatário. Através de 
seu trabalho, o homem participa da obra da criação. Unido a Cristo, o trabalho pode ser redentor. 
O verdadeiro desenvolvimento abrange o homem inteiro. O que importa é fazer crescer a capacidade de cada 
pessoa de responder à sua vocação, portanto ao chamamento de Deus. A esmola dada aos pobres é um 
testemunho de caridade fraterna e é também uma prática de justiça que agrada a Deus. 
Na multidão de seres humanos sem pão, sem teto, sem terra, como não reconhecer Lázaro, mendigo faminto da 
parábola? Como não ouvir Jesus que diz: "Foi a mim que o deixastes de fazer" (Mt 25,45)
21 
8°) NÃO LEVANTAR FALSO TESTEMUNHO (Ex 20,16) 
"Não levantarás falso testemunho contra teu próximo"( Ex 20,16). Os discípulos de Cristo "revestiram-se do 
homem novo, criado segundo Deus na justiça e santidade da verdade" (Ef 4, 24). A verdade ou veracidade é a 
virtude que consiste em mostra-se verdadeiro no agir e no falar, fugindo da duplicidade, da simulação e da 
hipocrisia. 
O cristão não deve "se envergonhar de dar testemunho de Nosso Senhor" (2Tm 1,8) em atos e palavras. O 
martírio é o supremo testemunho prestado à verdade da fé. Este mandamento proíbe falsear a verdade nas 
relações com os outros. Essa proibição moral decorre da vocação do povo santo a ser testemunha de seu Deus, 
que é e quer a verdade. 
O respeito à reputação e à honra das pessoas proíbe toda atitude ou palavra de maledicência ou calúnia. A 
mentira consiste em dizer o que é falso com a intenção de enganar o próximo, que tem direito à verdade. Toda 
falta cometida contra a verdade exige reparação. A regra de ouro ajuda a discernir, nas situações concretas, se 
convém ou não revelar a verdade àquele que a pede. 
"O sigilo sacramental é inviolável". Os segredos profissionais devem ser guardados. As confidências prejudiciais 
a outros não devem ser divulgadas. A sociedade tem direito a uma informação fundada na verdade, na 
liberdade e na justiça. E conveniente que se imponham moderação e disciplina no uso dos meios de 
comunicação social. 
As artes, mas sobretudo a arte sacra, têm em vista, "por natureza, exprimir de alguma forma nas obras 
humanas a beleza infinita de Deus e procuram aumentar seu louvor e sua glória na medida em que não tiverem 
outro propósito senão o de contribuir poderosamente para encaminhar os corações humanos de 
Deus". 
9°) NÃO DESEJAR A MULHER DO PRÓXIMO (Ex 20,17) 
"Todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração" ( 
Mt 5,28). O nono mandamento adverte contra a cobiça ou concupiscência carnal. A luta contra a cobiça carnal 
passa pela purificação do coração e a prática da temperança. A pureza do coração nos permitirá ver a Deus e 
nos permite desde já ver todas as coisas segundo Deus. 
A purificação do coração exige a oração, a prática da castidade, a pureza da intenção e do olhar. A pureza do 
coração exige o pudor que é paciência, modéstia e discrição. O pudor preserva a intimidade da pessoa. 
10°) NÃO COBIÇAR AS COISAS ALHEIAS (Ex 20,17) 
"Onde está teu tesouro, aí estará teu coração"( Mt 6,21). O décimo mandamento proíbe a ambição desregrada, 
nascida da paixão imoderada das riquezas e de seu poder. A inveja é a tristeza sentida diante do bem de 
outrem e o desejo imoderado de dele se apropriar é um vício capital. O batizado combate a inveja pela 
benevolência, a humildade e abandono nas mãos da Providencia divina. 
Os fiéis de Cristo "crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências" (Gl 5,24); são conduzidos pelo 
Espírito e seguem seus desejos. O desapego das riquezas é necessário para entrar no Reino dos Céus. "Bem-aventurados 
os pobres de coração ". Eis o verdadeiro desejo do homem: "Quero ver a Deus". A sede de Deus é 
saciada pela água da Vida Eterna.
22 
OS SACRAMENTOS 
O conhecimento humano começa pelos sentidos e, para chegar a conhecer as coisas que os ultrapassam, temos 
de utilizar imagens, símbolos ou comparações, que desvelam um pouco o desconhecido. Deus procedeu conosco 
do mesmo modo, instituindo os sinais sensíveis que chamamos de sacramentos, para expressar as realidades 
sobrenaturais da graça. 
Mas a onipotência divina faz mais do que nós podemos fazer. Deus concedeu a estes sinais sensíveis 
SIGNIFICAR e PRODUZIR a graça. 
Para entender melhor o efeito dos sacramentos podemos compará-los com a vida natural, vendo que na ordem 
da graça: 
* nascemos para a vida sobrenatural pelo Batismo, 
* nos fortalecemos pela Confirmação, 
* mantemos a vida com o alimento da Eucaristia, 
* se perdemos a vida da graça pelo pecado, a recuperamos pela Reconciliação e Penitência, 
* e com a Unção dos Enfermos nos preparamos para a viagem que acabará no céu. 
* Para socorrer as necessidades da Igreja como sociedade, temos o sacramento da Ordem sacerdotal, que 
institui os ministros da Igreja, 
* e temos o Matrimônio que, com os filhos, perpetua a sociedade humana e faz crescer a Igreja quando estes 
são regenerados pelo batismo. 
O que são os sacramentos? 
Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Jesus Cristo e confiados à Igreja, 
através dos quais nos é dispensada a vida divina. Sinal sensível é uma coisa conhecida que manifesta outra 
menos conhecida; se vejo fumaça, descubro que existe fogo. Mas dizemos também sinal eficaz porque o 
sacramento não só significa, mas que produz a graça (a fumaça só significa fogo, mas não o produz). 
O porque da instituição dos sacramentos: 
Podemos nos perguntar por que Cristo quis fazer assim as coisas. Ele pode comunicar a graça diretamente, sem 
recorrer a nenhum meio sensível, ainda que tenha querido acomodar-se a nossa maneira de ser, dando-nos os 
dons divinos por meio de realidades materiais que usamos, para que fosse mais fácil para nós consegui-los. 
No batismo, por exemplo, assim como a água purifica naturalmente, o sacramento purifica: o sacramento lava e 
limpa sobrenaturalmente a alma, tirando o pecado original e qualquer outro pecado que possa existir, mediante 
a infusão da graça. Esta foi a pedagogia de Cristo durante sua vida pública, servindo-se de coisas naturais, de 
ações externas e de palavras. Tocou com sua mão o leproso e lhe disse; "Quero, fica limpo" (Mateus 8,3); untou
23 
com barro os olhos do cego de nascimento e ele recuperou a vista (cf. João 9,6-7); para comunicar aos 
Apóstolos o poder de perdoar os pecados, soprou sobre eles e pronunciou umas palavras (cf. João 20,22). 
Assim como a Santíssima Humanidade de Cristo é o instrumento único à Divindade de que se serve o Verbo 
para realizar a Redenção da humanidade, assim as coisas ou ações dos sacramentos são os instrumentos 
separados pelos quais Deus nos santifica, acomodando-se a nossa maneira de ser e de entender. 
Jesus Cristo instituiu os sete sacramentos 
Todos os sacramentos foram instituídos por Jesus Cristo -que é o autor da graça e pode comunica-la por meio 
de sinais sensíveis- e eles são sete: 
Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Unção dos Enfermos, Ordem e Matrimônio. 
Nos sete sacramentos estão atendidas todas as necessidades da vida sobrenatural do cristão. 
Os sacramentos da Igreja 
Cristo confiou os sacramentos a sua Igreja, e podemos dizer que são "da Igreja" em um duplo sentido: 
a Igreja faz ou administra ou celebra os sacramentos, e os sacramentos constroem a Igreja (o batismo gera 
novos filhos da Igreja, etc..). Existem, pois, por ela e para ela. 
Os sacramentos da fé 
Os sacramentos estão ordenados à santificação dos homens, à edificação do Corpo de Cristo e, em definitivo, a 
dar culto a Deus, mas como sinais, tem também uma finalidade instrutiva. Não só supõem a fé, também a 
fortalecem, a alimentam e a expressam com palavras e ações; por isso são chamados sacramentos da fé. 
Efeitos dos sacramentos 
Os sacramentos, se são recebidos com as disposições requeridas, produzem como fruto: 
* Graça santificante. Os sacramentos dão ou aumentam a graça santificante. O batismo e a penitência dão a 
graça; os outros cinco aumentam a graça santificante e só se devem recebe-los estando na graça de Deus. 
Aquele que os recebe em pecado mortal comete pecado de sacrilégio. 
* Graça sacramental. Além da graça santificante que concedem os sacramentos, cada um outorga algo especial 
que chamamos graça sacramental. É um direito de receber de Deus, no momento oportuno, a ajuda necessária 
para cumprir as obrigações contraídas ao receber aquele sacramento. Assim, o batismo dá a graça especial para 
viver como bons filhos de Deus; a confirmação concede a força e o valor para confessar e defender a fé até a 
morte, se for preciso; o matrimonio, para que os cônjuges sejam bons esposos e eduquem de forma cristã os 
filhos; etc.. 
* Caráter. O batismo, confirmação e ordem sacerdotal concedem, além disso, o caráter, que é um sinal 
espiritual e indelével que confere uma peculiar participação no sacerdócio de Cristo. Por isso, estes sacramentos 
só se recebem uma única vez. 
De que se compõe um sacramento 
Um sacramento se compõe de matéria, forma e o ministro que o realiza com a intenção de fazer o que faz a 
Igreja. 
* A matéria é a realidade ou ação sensível, como a água natural no batismo, os atos do penitente na confissão 
(contrição, confissão e satisfação). 
* A forma são as palavras que, ao faze-lo, se pronunciam. 
* O ministro é a pessoa que faz ou administra o sacramento. 
Diversidade de sacramentos 
Seguindo a analogia entre vida natural e etapas da vida sobrenatural, podem-se distinguir nos sacramentos, três 
grupos distintos: 
a) Sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia, que põem os fundamentos da vida cristã 
e comunicam a vida nova em Cristo; 
b) Sacramentos de cura: Penitência e Unção dos Enfermos, que curam o pecado e as feridas da nossa 
debilidade; 
c) Sacramentos a serviço da comunidade: Ordem sacerdotal e Matrimônio, estabelecidos para socorrer as 
necessidades da comunidade cristã e da sociedade humana.
Os sacramentos formam um organismo no qual cada um deles tem sua função vital. A Eucaristia ocupa um 
lugar único, enquanto "sacramento dos sacramentos". Podemos dizer com Santo Tomás de Aquino que "todos 
os outros sacramentos estão ordenados para a Eucaristia como seu fim". 
Os sacramentos são necessários para a salvação 
Os sacramentos não só são importantes, mas necessários, se queremos viver a vida cristã e aumenta-la em nós. 
São como os canais que conduzem a água, e, neste caso, trazem para a nossa alma a graça da redenção de 
Cristo na cruz. 
E são necessárias também as nossas disposições para receber -ou receber com maior abundância- a água limpa 
da graça. Dão sempre a graça se são recebidos com as devidas disposições, e se não se recebe mais graça, não 
é por culpa do sacramento, mas por falta de melhor preparação. 
É preciso aproximar-se, portanto, para receber os sacramentos, com a melhor disposição possível, para 
podermos receber a graça com abundância. 
Propósitos de vida cristã 
* Agradecer ao Senhor a instituição dos sete sacramentos e demonstrar a estima por eles, preparando-se muito 
bem para recebe-los. 
* Receber com freqüência os sacramentos da Penitência e da Eucaristia. 
24 
A EUCARISTIA 
Na Igreja Católica, a Eucaristia é um dos sete sacramentos. Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja 
Católica, a Eucaristia é "o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para 
perpetuar o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao seu regresso, confiando assim à sua Igreja o 
memorial da sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, em que 
se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da vida eterna." (n. 271) Segundo o papa 
João Paulo II, em sua encíclica Ecclesia de Eucharistia, a Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se 
abre sobre a terra; é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem 
iluminar o nosso caminho. 
Ainda nessa encíclica, é chamada atenção para o fato significativo de que no lugar onde os Evangelhos 
Sinópticos narram a instituição da Eucaristia, o evangelho de João propõe a narração do lava-pés, gesto que 
mostra Jesus mestre de comunhão e de serviço; em seguida o papa atenta para o fato de que mais tarde o 
apóstolo Paulo qualifica como indigna duma comunidade cristã a participação na Ceia do Senhor que se 
verifique num contexto de discórdia e de indiferença pelos pobres. Comungar ou receber a Comunhão é nome 
dado ao ato pelo qual o fiel pode receber a sagrada hóstia sozinha, ou acompanhada do vinho consagrado, 
especialmente nas celebrações de Primeira eucaristia e Crisma. Segundo o Compêndio, "Para receber a sagrada 
Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à Igreja católica e em estado de graça, isto é, sem 
consciência de pecado mortal. 
Quem tem consciência de ter cometido pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes da 
Comunhão. São também importantes o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito
pela Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de respeito para com Cristo." (n. 291). A 
transubstanciação do pão em Corpo de Cristo, na missa de canonização do Frei Galvão, em 11 de maio de 2007. 
A Igreja Católica confessa a presença real de Cristo, em seu corpo, sangue, alma e Divindade após a 
transubstanciação do pão e do vinho, ou seja, a aparência permanece de pão e vinho, porém a substância se 
modifica, passa a ser o próprio Corpo e Sangue de Cristo. Eucaristia também pode ser usado como sinônimo de 
hóstia consagrada, no Catolicismo. "Jesus Eucarístico" é como os católicos se referem a Jesus em sua presença 
na Eucaristia. "Comunhão" é como o sacramento é mais conhecido. As crianças farão a sua Primeira comunhão. 
"Comunhão Eucarística" é a participação na Eucaristia. Também há uma adoração especial, chamada "adoração 
ao Santíssimo Sacramento" e um dia especial para a Eucaristia, o Dia do Corpo de Cristo (em lat. Corpus 
Christi). 
Segundo Santo Afonso Maria de Ligório, a devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a 
primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós. Para a Igreja, a presença de 
Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a Missa perdura enquanto subsistirem as espécies do 
pão do vinho. Um dos grandes fatores que contribuíram para se crer na presença real de Cristo e adorá-lo, 
foram os "milagres Eucarísticos" em várias localidades do mundo, entre eles, um dos mais conhecidos foi o de 
Lanciano (Itália). São João Crisóstomo destaca o efeito unificador da Eucaristia no Corpo de Cristo, que é 
identificado pelos cristãos como a própria Igreja: Com efeito, o que é o pão? É o corpo de Cristo. E em que se 
transformam aqueles que o recebem? No corpo de Cristo; não muitos corpos, mas um só corpo. 
De fato, tal como o pão é um só apesar de constituído por muitos grãos, e estes, embora não se vejam, todavia 
estão no pão, de tal modo que a sua diferença desapareceu devido à sua perfeita e recíproca fusão, assim 
também nós estamos unidos reciprocamente entre nós e, todos juntos, com Cristo. João Paulo II ensinou que à 
desagregação enraizada na humanidade é contraposta a força geradora de unidade do corpo de Cristo. 
Segundo a igreja católica a consagração da Hóstia pode ser feita apenas por presbíteros(ou padres) ou por 
sacerdotes de maior grau hierárquico (bispos, cardeais, ou papa) os diáconos não ministram este sacramento. 
25 
NOSSA SENHORA 
Resumidamente, podemos dizer que Nossa Senhora é Mãe de Deus e não da divindade. Ou seja, Ela é Mãe de 
Deus por ser Mãe de Nosso Senhor, pois as duas naturezas (a divina e a humana) estão unidas em Nosso 
Senhor Jesus Cristo. 
A devoção a Virgem Maria é um ardor em serví-la para melhor servir a Deus 
Maria mulher, virgem, mãe cumulada de dons por Deus e que se associa plenamente à obra do Filho de maneira 
particular, até ser chamada a partilhar sua glória.
26 
Maria é para nós um sinal. Situar-se em relação a Maria é dizer algo de Deus e algo de nós! 
Foi, sobretudo a partir do concilio de Éfeso, que o culto do povo de Deus a Maria cresceu admiravelmente na 
veneração, no amor, na invocação e na imitação (Lumen Gentium, 66). 
Esta veneração e amor nos orientam para Deus. A invocação de Maria situa no interior da comunhão dos 
santos. Aquela que é a mais próxima de Deus e de nós, como já nos dizia o Papa Paulo VI. A imitação de Maria 
conduz não a um serviço normal, mas nos leva a um louvor e ao serviço a Deus e aos irmãos. 
Assim, ao longo da história, Maria tem sido para a Igreja Aquela que convida ao louvor (Lc 1,46-55) e à 
devoção. Como em Jo 2,5 é também Aquela que mostra, junto da Cruz, até onde deve ir a fidelidade. Ela 
mostra no Cenáculo que a oração tende primeiramente a pedir o Espírito Santo sobre a Igreja, na comunidade 
dos discípulos. 
A verdadeira devoção não consiste numa emoção estéril e passageira, mas deve nascer e ser conservada pela 
fé, que nos faz reconhecer a grandeza da Mãe de Deus e nos indica a amar filialmente a nossa mãe e a imitar as 
Suas virtudes (Lumen Gentium, 67). 
Encerramos com as palavras do Concílio: “na sua vida, deu a Virgem Maria exemplo daquele afeto maternal de 
que devem estar animados todos quantos cooperam na missão apostólica que a Igreja tem de regenerar aos 
homens” (Lumen Gentium, 65). 
ESPÍRITO SANTO 
A promessa do Espírito 
Era noite de quinta-feira e Jesus estava reunido com seus discípulos, ao redor de uma mesa. Tinha acabado de 
lavar os pés de seus amigos, num gesto–testamento: Ele disse: “Como eu sempre fiz, façam vocês também: 
sirvam uns aos outros!” (Jo 13,15). Depois, com enorme tristeza, Jesus anunciara que um deles iria traí-lo e que 
chegara a sua hora de glória e que estaria junto com eles por pouco tempo (Jo 13,31–33). 
Ao mesmo tempo, ele buscou consolar a todos: “não se perturbe o vosso coração!” (Jo 14,1). Com aquelas 
palavras de Jesus os discípulos ficaram perturbados! Depois de três anos de profunda amizade com aquele 
amigo extraordinário, depois de ter deixado tudo para segui-lo, em busca de algo mais, não era nada fácil 
aceitar a idéia de sua morte! 
E depois? Tudo ia acabar? Quem os ajudaria a continuar a obra que Jesus tinha começado? 
Ainda existia tanta confusão na cabeça daqueles homens a respeito da pessoa e da mensagem de Jesus! Quem 
os orientaria? Jesus, amigo, conversa, consola e faz uma grande promessa: “Não fiquem tristes e preocupados! 
Confiem em Deus, confiem também em mim... 
se vocês me amam de verdade, obedeçam os meus mandamentos. Então, eu pedirei ao Pai, e ele dará a vocês 
outro Paráclito, para que permaneça sempre com vocês... Ele é o Espírito da verdade, que o mundo não pode
acolher, porque não o vê, nem o conhece. Vocês, porém, o conhecem, porque ele mora em vocês e vive em 
vocês... Eu não os deixarei órfãos, mas voltarei... 
O Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará 
vocês lembrarem de tudo o que lhes disse!” ( Jo 14,1–26). Em outra ocasião, logo antes da ascensão, Jesus 
confirmou esta promessa: “Esperem que se realize a promessa do Pai, da qual vocês já ouviram falar: dentro de 
poucos dias serão batizados com o Espírito Santo... O Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão força 
para serem minhas testemunhas até os extremos da terra!” (At 1,4– 8). 
A realização da promessa 
Com a sua morte e ressurreição, Jesus expande sobre o mundo o seu Espírito. Já no dia de Páscoa, ao se 
apresentar a seus discípulos, o Ressuscitado lhes dá seu Espírito (Jo 20,22). Há, porém, um acontecimento 
especial que manifesta publicamente o Dom de Cristo e o novo tempo do Espírito Santo. Foi no dia de 
Pentecostes, uma festa Judaica, cinqüenta dias após a Páscoa. Jesus ressuscitado já tinha tirado definitivamente 
sua presença visível (ascensão) e seus discípulos estavam reunidos naquele mesmo salão onde Jesus tinha feito 
a grande promessa. 
Maria também estava lá com os amigos de seu Filho Jesus, esperando e invocando o Dom prometido. Caixa de 
texto: “De repente, veio do céu um ruído como de um vento que irrompe impetuoso. A casa onde estavam 
reunidos foi por ele preenchida. E ao mesmo tempo lhes apareceram como que línguas de fogo, que se dividiam 
e pousavam sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras 
línguas, conforme o Espírito lhes dava o poder de exprimir-se”. (At 2,2–4 ). 
Foi uma experiência fantástica, indescritível! O Espírito do Senhor foi para eles como o fogo que tudo purifica, 
abrasa, transforma, ilumina! Foi como o vento impetuoso que, com força, tudo impulsiona para frente! E aí 
estava o primeiro resultado da ação do Espírito: aquele grupo de gente simples e medrosa sai à praça para 
começar a missão que Jesus lhes tinha confiado, pregando a todos cheios de coragem e sabedoria. É que agora 
o Espírito de Cristo está com eles! É que agora têm amor no peito, muito amor para dar! E ainda tem mais! 
Naquela praça havia uma multidão de pessoas de diferentes nações e línguas: por obra do Espírito, todos 
entendem os apóstolos falarem em sua própria língua! E três mil deles aceitam a mensagem de Cristo e são 
batizados. É o nascimento da Igreja, novo Povo de Deus, onde não há distinções de raça ou nação, onde todos 
são irmãos. É o nascimento simbólico de uma nova humanidade, onde os homens, por obra do Espírito, 
começam a se entender, a falar a mesma “língua” (a linguagem do amor), a viver unidos conforme aquele 
projeto de Deus, do qual os homens tinham se afastado desde o começo da humanidade (ver a história 
simbólica da torre de Babel e da confusão das línguas 
Mas, afinal, quem é o Espírito Santo? 
Jesus diz claramente: o Espírito Santo é um outro (Jo 14,16). Alguém intimamente ligado com ele e com o Pai. É 
Deus como o Pai e o Filho. O Espírito Santo é a terceira divina pessoa da Santíssima Trindade. É o amor do Pai e 
do Filho que nos é comunicado. É o mesmo Espírito sempre presente na vida de Jesus. 
É o Espírito Santo que transformou pobres homens em profetas, que fez a Virgem Maria ser mãe de Jesus, que 
impulsionou os apóstolos a serem intrépidos missionários de Cristo. É o Espírito Santo que leva a frente o Reino, 
a Salvação de Cristo: no mundo e em cada um de nós. É o Espírito Santo que faz nascer e crescer, que defende 
a pequena semente do Reino plantada por Jesus: a Igreja. É o Espírito Santo que nos torna “homens novos” no 
Batismo e na Crisma, que nos torna capazes de conhecer e amar Jesus Cristo para vivermos do jeito dele e 
como suas testemunhas no mundo. É o mesmo Espírito de Deus que mora em nós (1Cor 3,16), que nos 
impulsiona a sermos santos (não se espante, mas foi Jesus quem pediu isso: “Sejam santos, como santo é meu 
Pai que está no céu" ). 
Os frutos do Espírito 
A árvore e os frutos Uma vez Jesus contou esta parábola: “Certo homem havia plantado uma figueira em sua 
roça. Um dia, foi lá para colher figos, mas não encontrou. Então disse ao lavrador: Olhe! Hoje faz três anos que 
venho buscar figos nesta figueira, e não encontro nada! Corte-a! Ela só fica aí esgotando a terra! Mas, o 
lavrador respondeu: “Senhor, deixa a figueira mais um ano. Vou cavar em volta dela e pôr adubo. Quem sabe, 
no futuro, ela dará fruto. Se não der então a cortarás! (Lc 13,6-9). 
Outra vez Jesus usou uma outra comparação, bem parecida com a da figueira. Foi durante a última ceia, 
quando daquela conversa-testamento em que prometeu o Dom do Espírito. Jesus disse: “Eu sou a verdadeira 
videira, e meu Pai é o agricultor. Todo o ramo que não dá fruto em mim, o Pai cortará! Fiquem unidos a mim, e 
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Formação de catequistas

  • 1. 1 Elaborado por Sheila Jorge. Contato: catequistasheila@gmail.com
  • 2. 2 ÍNDICE AOS CATEQUISTAS ...........................................................................................................3 A IGREJA CATÓLICA..........................................................................................................4 OS APÓSTOLOS ................................................................................................................7 A PESSOA DE JESUS CRISTO.............................................................................................9 A IGREJA COMO COMUNIDADE E OS COMPROMISSOS COM ELA....................................... 12 SANTÍSSIMA TRINDADE .................................................................................................. 14 OS DEZ MANDAMENTOS.................................................................................................. 17 OS SACRAMENTOS.......................................................................................................... 22 A EUCARISTIA ................................................................................................................ 24 NOSSA SENHORA............................................................................................................ 25 ESPÍRITO SANTO............................................................................................................ 26 A BÍBLIA, O LIVRO DA VIDA ............................................................................................ 29 PONTOS PARA SE APROFUNDAR...................................................................................... 30 ORAÇÕES ....................................................................................................................... 31
  • 3. 3 AOS CATEQUISTAS * Você está sendo convidado para uma missão e não para uma simples tarefa que qualquer um executa. Encare a catequese como algo sério, comprometedor, útil. Suas palavras e suas ações como catequista terão efeito multiplicador se forem realizadas com ânimo e compromisso; * Sorria ao encontrar seus catequizandos. Um catequista precisa sorrir mesmo quando tudo parece desabar. Execute sua tarefa com alegria e não encare os encontros de catequese como um fardo e ser carregado; * Se no primeiro contratempo que aparecer você desistir, é melhor nem começar. A catequese, assim como qualquer outra atividade, apresenta situações difíceis. Mas que graça teria a missão de um catequista se tudo fosse muito fácil? Seja insistente e que sua teimosia lhe permita continuar nesta missão e não abandonar o barco na primeira situação adversa; * Torne os pais de seus catequizandos aliados e não inimigos. Existem muitos pais que não querem nada com nada na catequese. Mas procure centrar o seu foco naqueles que estão empolgados, interessados e são participantes ativos. Não fiquei apenas reclamando as ausências. Vibre com as presenças daqueles que são compromissados com a catequese e interessados pela vida religiosa de seus filhos; * Lembre-se sempre que você é um catequista da Igreja Católica. Por isso você precisa defender a doutrina e os ensinamentos católicos. Alguns catequistas que se aventuram da tarefa da catequese, as vezes, por falta de preparo, acabam fazendo, nos encontros, um papel contrário aquilo que a Igreja prega sobre diversos assuntos. Isso é incoerência das maiores; * Não esqueça da sua vida pessoal. Por ser catequista, a visibilidade é maior. Então cuide muito dos seus atos fora da Igreja. Não precisa ser um “crente”, mas é preciso falar uma coisa e agir da mesma forma. A incoerência nas ações de qualquer cristão, passa a ser um tiro no pé; * Saiba que você faz parte de um grupo de catequistas e não é um ser isolado no mundo. Por isso, se esforce para participar das reuniões propostas pela equipe da sua catequese. Procure se atualizar dos assuntos discutidos e analisados nestas reuniões. Esta visão comunitária é essencial na catequese. Catequista que aceita a mudar catequese e acha que o seu trabalho é apenas com os encontros, está fora de uma realidade de vivência em grupo; * Freqüente a missa. Falamos tanto nisso nos encontros, reuniões e retiros de catequese e cobramos que os jovens e os pais não freqüentam as celebrações no final de semana. O pior é que muitos catequistas também não vão à missa. Como exigir alguma coisa se não damos o exemplo? * Seja receptivo com todos, acolhedor, interessado. Mas isso não significa ser flexível demais. Tenha regras de conduta, acompanhe a freqüência de cada um de seus catequizandos, deixe claro que você possui comando. Fale alto, tenha postura corporal nos encontros, chegue no horário marcado, avise com antecedência quando precisar se ausentar, mantenha contato com os pais pelo menos uma vez por mês. Você é o catequista e, através de você, o reino de Deus está sendo divulgado. Por isso, você precisa não apenas “aparentar”, mas ser catequista por inteiro; * Seja humilde para aprender. Troque idéias com os seus colegas catequistas. Peça ajuda se for necessário. Ouça as sugestões e nunca pense que você é o melhor catequista do mundo. Não privilegie ninguém e trate todos com igualdade. Somos apenas instrumentos nas mãos de Deus. É Ele quem opera quem nos conduz e, através de nós, evangeliza. Seja simples, humilde e ao mesmo tempo forte e guerreiro para desempenhar a sua missão.
  • 4. 4 A IGREJA CATÓLICA Todo o período da vida de Jesus, Verbo feito carne, foi para a Igreja o tempo da sua fundação. Jesus reuniu ao seu redor seguidores que se entregaram completamente a Ele. Antes de escolher seu grupo íntimo - os Doze - Jesus rezou. Aos Doze revelou o conhecimento pessoal dele próprio, falou da sua futura Paixão e morte, e deu profunda instrução sobre o que acarretava seguir tal caminho. Só os Doze tiveram permissão de celebrar a sua Última Ceia com Ele. Os Doze eram chamados apóstolos, isto é, emissários, cuja missão era serem os representantes pessoais de Jesus. Deu a esses apóstolos o pleno poder de autoridade que Ele tinha do Pai. A plenitude dessa autoridade vem indicada nas palavras do Evangelho: "Em verdade, Eu vos digo, tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na terra será desligado no céu" (Mt 18,18). O clímax da formação da Igreja por Jesus foi a Última Ceia. Nesta refeição Ele tomou pão e vinho e disse: "Tomai e comei, isto é meu corpo; tomai e bebei, isto é meu sangue". Com essas palavras Ele realmente se deu a eles. Recebendo-o desta forma, os Doze entraram numa intimidade tão completa com Ele e com os outros, que jamais havia sucedido algo semelhante. Nessa refeição tornaram-se um só corpo em Jesus. A Igreja primitiva estendeu a profundidade desta comunhão: é o que nos mostra a mais antiga narração da Eucaristia, onde São Paulo diz: "Porque há um pão, nós que somos muitos, formamos um só corpo, porque todos nós participamos de um só pão" (1Cor 10,17). Na Ceia, Jesus também falou do "novo testamento". Deus estava estabelecendo um novo pacto com a humanidade, uma aliança selada com o sangue sacrificial por uma nova lei: o mandamento do amor. A mais antiga narração Eucarística, contida na primeira Carta aos Coríntios, revela o que a Última Ceia significou para o futuro da Igreja. Lá se recorda que Jesus disse: "Fazei isto em memória de mim" (1Cor 11,24). Jesus previu um longo período no qual sua presença não seria visível para seus seguidores. Seu desejo foi que a Igreja repetisse esta Ceia sempre de novo durante este período. Nestas celebrações, Ele estaria intimamente presente, como Senhor da história, Ressuscitado, conduzindo Seu povo para aquele dia vindouro, no qual Ele fará "novas todas as coisas", no qual haverá "um novo céu e uma nova terra" (Apoc 21, 1- 5). A Última Ceia foi a etapa final de Jesus, antes de sua morte, na preparação dos Doze. Esta celebração revelou como eles e seus sucessores, através dos tempos, deveriam exercer sua missão de ensinar, santificar e governar. Segundo os Evangelhos (Mt 16, 13-19; Lc 22,31ss; Jo 21, 15-17), a responsabilidade conferida aos apóstolos, foi conferida de modo especial a São Pedro. No Evangelho de Mateus encontram-se estas palavras de Jesus: "E eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja, e as portas do inferno nunca
  • 5. prevalecerão contra ela". Pedro deve ser a rocha, o representante visível de Jesus que é o alicerce da Igreja. Pedro fornecerá à igreja a liderança inabalável contra "os poderes da morte", contra quaisquer forças que queiram destruir o que Jesus trouxe ao seu povo. A fundação da Igreja por Jesus foi completada pelo envio do Espírito Santo. O nascimento efetivo da Igreja teve lugar no dia de pentecostes. Este envio do Espírito realizou-se publicamente como também se tinha realizado à vista de todos a crucifixão de Jesus. Desde aquele dia, a Igreja se tem mostrado como uma realidade humano-divina, como a soma da obra do Espírito e do esforço dos homens, à maneira humana, para cooperar com o dom da sua presença e do Evangelho de Cristo. A Igreja como o Corpo de Cristo A imagem da Igreja como o Corpo de Cristo encontra-se no Novo Testamento, nos escritos de São Paulo. No cap. 10 da primeira Carta aos Coríntios, Paulo diz que a nossa comunhão com Cristo provém do "cálice de bênção" que nos une em seu sangue, e do "pão que partimos" que nos une em seu corpo. Já que o pão é um só, todos nós, embora sendo muitos, somos um só corpo. O corpo Eucarístico de Cristo e a Igreja são, juntos, o Corpo (místico) de Cristo. No capítulo 12 da primeira Carta aos Coríntios (e no capítulo 12 de Romanos), Paulo sublinha a dependência e a relação mútuas que temos como membros uns dos outros. Nas Cartas aos Efésios e aos Colossenses o que se destaca é Cristo como nossa cabeça. Deus deu Cristo à Igreja como sua cabeça. Através de Cristo, Deus está revelando seu plano, "o mistério oculto através dos séculos", de unir todas as coisas e reconciliar-nos com Ele. Porque esse mistério está sendo manifestado na Igreja, a Carta aos Efésios chama a Igreja de "o mistério de Cristo". A Igreja como o sacramento de Cristo Nos nossos dias, o Papa Paulo VI expressou a mesma verdade com estas palavras: "A Igreja é um mistério. É uma realidade impregnada da presença oculta de Deus". Quando São Paulo e Paulo VI chamam a Igreja de "mistério", a palavra tem o mesmo significado que a palavra "sacramento", Designa um sinal visível da invisível presença de Deus. Assim como Cristo é o sacramento de Deus, assim a Igreja é para você o sacramento, o sinal visível de Cristo. Mas a Igreja não é um sacramento "só para seus membros". Na Constituição Lumen Gentium, sobre a Igreja, o Concílio Vaticano II afirma claramente: "Pela sua relação com Cristo, a Igreja é um sacramento ou sinal da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano. Ela é também um instrumento para a realização desta união e desta unidade" (Lumen Gentium, nº 1). No plano que Deus tem para a raça humana, a Igreja é o sacramento, o primeiro instrumento visível pelo qual o Espírito Santo vem realizando a unidade total que para todos nós está reservada. Entretanto, este processo de salvação é uma aventura divino-humana. Nós todos participamos dele. Nossa cooperação com o Espírito Santo consiste em nos tornarmos uma Igreja que de tal modo vê Cristo nos outros, que os outros vejam Cristo em nós. O Povo Católico de Deus Falando da igreja, o Concílio Vaticano II destaca a imagem do Povo de Deus mais que qualquer outra. Estritamente falando, todos os povos são de Deus; nos cap. 8 e 9 dos Gêneses, a Bíblia afirma que Deus tem um relacionamento de aliança com toda a humanidade. Mas a imagem do Povo de Deus aplica-se de modo especial aos seguidores de Cristo no Novo Testamento e esclarece importantes traços da comunidade católica. Um fato importante com relação aos católicos é este: nós temos o senso de sermos um povo. Muito embora sejamos constituídos de grupos nacionais e étnicos os mais variados, temos a consciência de pertencer à mesma família espalhada por todo o universo. Outra característica dos católicos é nosso senso de história. Nossa ascendência familiar remonta até à cristandade primitiva. Poucos de nós conhecem o panorama completo de nossa história como Igreja. Mas muitos de nós conhecem histórias de mártires e de santos. Sabemos de grupos, antigos e modernos, que sofreram perseguição por causa da fé. E no fundo nos identificamos com essa gente e sua história. Todas aquelas gerações que existiram antes de nós são gente sua e minha. Nossa consciência de sermos um povo tem raízes profundas. Pode haver católicos que falham e católicos não-praticantes. Mas bons ou maus, eles são católicos. Quando retornarem, sabem onde é sua casa. E quando, de fato, retornam, são bem-vindos. A Igreja tem suas imperfeições; mas no seu coração acha-se a inesgotável torrente da misericórdia e do perdão de Deus. A comunidade católica não é todo o povo de Deus. mas é aquele grupo central, forte e identificável, que sabe perfeitamente para onde todos estamos indo. Como o povo do Antigo Testamento em marcha para a Terra Prometida, estamos profundamente para onde todos estamos indo. Como o povo do Antigo Testamento em 5
  • 6. marcha para a Terra Prometida, estamos profundamente conscientes de que "não temos aqui morada permanente, mas estamos à procura da cidade que está para vir" (Hb 13,14). Nosso instinto de fé nos diz que Deus está no nosso futuro, e que necessitamos uns dos outros para alcançá-lo. Isto faz parte de nossa força, é uma faceta do nosso mistério. A Igreja católica: uma instituição única No século XVI escreveu o Cardeal Roberto Belarmino: "A única e verdadeira Igreja é a comunidade de homens reunidos pela profissão da mesma fé cristã e pela comunhão dos mesmos sacramentos, sob o governo dos legítimos pastores e especialmente do vigário de Cristo na terra, o Romano Pontífice". Como definição da Igreja, a frase de Berlarmino é incompleta: fala da Igreja apenas como instituição visível. Uma definição mais completa afirmaria, como o fez Paulo VI, que "a Igreja é um mistério... impregnado da presença oculta de Deus". Mas a definição de Belarmino acentua um ponto importante: a Igreja é um realidade social visível: possui um aspecto institucional que a compõe. Desde os primeiros anos da sua história, a cristandade sempre teve uma estrutura visível: nomeou chefes, prescreveu formas de culto e aprovou fórmulas de fé. Vista a partir desses elementos, a Igreja católica é uma sociedade visível. Mas porque é também um mistério, a Igreja é diferente de qualquer outro grupo organizado. Como sociedade visível, a Igreja católica é única. Outras Igrejas cristãs possuem em comum com ela alguns "elementos" bem fundamentais, tais como "um Senhor, uma fé, um batismo, um Deus e Pai de todos nós" (Ef 4,5). Mas, como afirma o Vaticano II, "esses elementos, como dons próprios à Igreja de Cristo, impelem à unidade católica" (Lumen Gentium, nº 8). Esta afirmação fundamental ensina que a plenitude básica da Igreja, a fonte vital da completa unidade cristão no futuro, encontra-se unicamente na Igreja católica visível. A Infalibilidade na Igreja Cristo deu à Igreja a tarefa de proclamar sua Boa-Nova (Mt 28, 19-20). Prometeu-nos também seu Espírito, que nos guia "para a verdade" (Jo 16,13). Este mandato e esta promessa garantem que nós, a Igreja, jamais apostaremos do ensinamento de Cristo. Esta incapacidade da Igreja em seu conjunto de extraviar-se no erro com relação aos temas básicos da doutrina de Cristo chama-se infalibilidade. É responsabilidade do Papa preservar e nutrir a Igreja. Isto significa esforçar-se por realizar o pedido de Cristo a seu Pai na Última Ceia: "que todos sejam um; como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, que eles sejam um em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste" (Jo 17,21). O magistério da Igreja tem um aspecto sacramental: está destinado a ser um sinal e sacramento de unidade. Já que também é responsabilidade do Papa ser uma fonte sacramental de união, tem ele uma função especial com relação à infalibilidade da igreja. A infalibilidade sacramental da Igreja é preservada pelo seu principal instrumento de infalibilidade, o Papa. A infalibilidade que toda a Igreja possui, pertence ao Papa dum modo especial. O Espírito de verdade garante que quando o Papa declara que ele está ensinando infalivelmente como representante de Cristo e cabeça visível da Igreja sobre assuntos fundamentais de fé ou de moral, ele não pode induzir a Igreja a erro. Esse dom do Espírito se chama infalibilidade papal. Falando da infalibilidade da igreja, do Papa e dos Bispos, o Concílio Vaticano II diz: "Esta infalibilidade, da qual quis o Divino Redentor estivesse sua Igreja dotada... é a infalibilidade de que goza o Romano Pontífice, o Chefe do Colégio dos Bispos, em virtude de seu cargo... A infalibilidade prometida à Igreja reside também no Corpo Episcopal, quando, como o Sucessor de Pedro, exerce o supremo magistério" (Lumen Gentium, nº 25). 6
  • 7. 7 OS APÓSTOLOS PEDRO O mais velho dos discípulos. Pescador, originário de Betsaida. Seu nome original Simão Bar-Jonas, isto é, "filho de Jonas", ou "filho de João". Jesus o apelidou como "Cefas", que significa "Pedra". Em grego, foi traduzido como "Petros", até o original Pedro. Tinha um caráter impetuoso, porém, era o mais apavorado. Era Pedro que respondia sempre pelos discípulos. Era ligado a Jesus, mais do que todos os outros discípulos. Vivia em Cafarnaum com o irmão, André, sua mulher e sua sogra. Jesus morou com Pedro por muito tempo. ANDRÉ Era irmão de Simão Pedro, e como ele, pescador em Cafarnaum. Dos doze, o primeiro a ser tirado das tranqüilas e fecundas águas do lago de Tiberíades para receber o título de pescador de homens, foi justamente André, seguido logo de João. André foi também o primeiro a recrutar novos discípulos para o Mestre. A respeito de seu martírio, não há informação certa. Há informações que foi crucificado em uma cruz de braços iguais. TIAGO Filho do pescador, Zebedeu e Salomé. Irmão mais velho do evangelista João. Era chamado "Thiago, o Maior". Os dois irmãos tiveram de Jesus o apelido, entre elogio e reprovação, de "filhos do trovão". Assim como os outros apóstolos, Thiago também foi vítima de perseguição movida pelas autoridades judaicas. Foi jogado no cárcere e flagelado, "alegrando-se muito por ter sido digno de sofrer torturas pelo nome de Jesus." Houve uma segunda perseguição, e uma terceira, ainda mais cruel, desencadeada por Herodes Agripa, para agradar os judeus. Este Herodes, mostrando-se digno do nome do tio, o assassino de João Batista, e do avô Herodes, dito o Grande, que tentou matar Jesus logo que nasceu; por um simples cálculo político, durante as festas pascais de 42 começou a perseguir alguns membros da Igreja. Mandou matar 'a espada' Thiago, irmão de João, e vendo que isto agradava aos judeus, mandou prender Pedro. JOÃO O mais jovem dos apóstolos. Irmão de Thiago Maior. Ocupa um lugar de primeiro plano no elenco dos apóstolos, provavelmente por se assemelhar a mãe, Salomé, mulher enérgica de fé sincera, que mais tarde se uniu aos discípulos de Jesus. Apesar de simples e não instruído, é evidente que o jovem conhecia o ensinamento dos essênios (ordem religiosa de João Batista), o que acentuou suas tendências apocalípticas. Ouvindo a pregação do Batista, João se convenceu da aproximação do Reino de Deus. Ele está entre os mais íntimos de Jesus. Está ao seu lado na hora da ceia. Durante o processo, e o único entre os apóstolos, que assiste à sua morte junto com Nossa Senhora. Conforme uma tradição unânime ele viveu em Éfeso em companhia de Nossa Senhora e sob o Imperador Domiciano, foi colocado dentro de uma caldeira de óleo fervendo, daí saindo ileso, e todavia com a glória de ter dado testemunho. Morreu devido a idade avançada em Éfeso, durante o império de Trajano, e aí foi sepultado. MATEUS Seu nome era Levi Bar-Alfeu, ou filho de Alfeu. Matheus era o apelido dado por Jesus, originário de Matajja, isto é, "dom de Deus". Era o cobrador de impostos dos publicanos. É provável que tenha sido o próprio Matheus quem primeiro começou a colocar por escrito as palavras de Cristo, mais tarde. Abandonou o dinheiro
  • 8. 8 para um serviço de perfeita pobreza: a proclamação da mensagem cristã. "Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os destróem, e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro." Matheus, o rico coletor, respondeu ao chamado do Mestre com entusiasmo. Morreu apedrejado, queimado e decapitado na Etiópia. BARTOLOMEU É apresentado com o nome de Natanael Bar-Tholmai, isto é, filho de Tholmai, da cidade de Caná. Em hebraico, Tholmai quer dizer "arado ou agricultor". Todos os chamavam de "filho de Tholmai", o que originou o nome Bartolomeu. Bartolomeu viu os prodígios operados pelo Mestre, ouviu a sua mensagem, assistiu a sua paixão e glorificação, depois se tornou arauto da Boa Nova, aceitando com o mesmo entusiasmo as conseqüências de um testemunho comprometido. O apóstolo Bartolomeu, que era da Galiléia foi para a Índia. Pregou para aquele povo a verdade do Senhor Jesus, segundo o evangelho de São Matheus. Depois que naquela região converteu muitos a Cristo, passou para a Armênia, onde levou a fé cristã ao rei Polímio e sua esposa, e a mais de doze cidades. Essas conversões, no entanto, provocaram uma enorme inveja nos sacerdotes locais, que por meio do irmão do rei Polímio, conseguiram a ordem de tirar a pele de Bartolomeu e decapitá-lo. FILIPE Grande amigo de Bartolomeu, morava em Betsaida e sabia grego melhor do que todos. No relato da milagrosa multiplicação dos pães é a Filipe que Jesus dirige a bem conhecida pergunta: "Onde compraremos pão, para que esta gente possa comer?" Filipe não entende o significado da pergunta e depois de haver dado uma olhada para a multidão disse: " Duzentos denários de pão não seriam suficientes para que cada um receba um pedaço." O resto da vida de Filipe está encoberta na obscuridade, como também a sua morte. A tradição mais comum afirma que Filipe morreu crucificado em Gerápolis, aos 87 anos. TOMÉ Mais um pescador. Tinha o apelido de dídimo, em aramaico. Logo em seguida, traduzido para o grego "Thomé", que significava "gêmeo". Segundo a tradição, seu nome verdadeiro era Judas. JUDAS TADEU É chamado por muitos "o irmão do Senhor". Dado a notoriedade de Thiago na Igreja primitiva, Judas era sempre lembrado como irmão de Thiago de Alfeu. O breve escrito de Judas Tadeu é uma severa advertência contra os falsos mestres e um convite a manter a pureza e a fé. TIAGO DE ALFEU São Tiago, que o evangelista Marcos chama " O Mentor" para distingui-lo de Thiago, irmão de João, entra em cena como bispo de Jerusalém, após o martírio de Thiago, o Maior, no ano 42 D.C., e após o afastamento de Pedro de Jerusalém. Sobre a morte de Tiago, possuímos informações que o apóstolo teria sido condenado ao apedrejamento no ano 61 ou 62 do sumo pontífice Anás II. SIMÃO O Zelote, que para seguir a Cristo, abandonou um partido de extremistas armados, nada sabemos das circunstâncias que se referem a sua vocação. Simão, o desconhecido, é sempre um apóstolo do Senhor que trabalha a vida toda na lavoura do Senhor e combate nas trincheiras da fé, não tendo em vista uma menção de honra, mas para o triunfo do Reino de Deus. Simão percorreu os caminhos do Evangelho "sem mala, sem dinheiro, pregando o reino dos céus; curou os enfermos, ressuscitou os mortos, limpou os leprosos, expulsou os espíritos maus." Segundo uma notícia, o apóstolo teria sofrido o martírio durante o império de Trajano, em 107, com respeitável idade de 120 anos. JUDAS ISCARIOTES Seu nome verdadeiro era Judas de Simão. Era originário da cidade de Kerioth. Todos os chamavam de "Ish-Keriot", que significava, "da cidade de Keriot". O que se deu o nome de Judas Iscariotes. O 13º APÓSTOLO - MATIAS É um nome frequente entre os hebreus e quer dizer "dom de Deus". É o apóstolo que recebeu como dom o ser agregado aos Doze, tomando o lugar vago deixado pela deserção de Judas Iscariotes. A sua eleição foi mediante sorteio, após a Ascensão do Senhor, pela proposta de Simão Pedro. Matias esteve portanto constantemente próximo a Jesus desde o início até o fim de sua vida pública. Testemunha de Cristo e mais precisamente da sua ressurreição, pois a ressurreição do Salvador é a própria razão de ser do cristianismo. Nada se sabe de suas atividades apostólicas, nem se morreu como mártir ou de morte natural. A tradição da morte por decapitação com um machado se liga o seu patrocínio especial aos açougueiros e carpinteiros.
  • 9. 9 A PESSOA DE JESUS CRISTO Jesus Cristo: sua pessoa e sua mensagem Comece perguntando a você mesmo(a): porque você é cristão(ã)? É uma pergunta muito séria e que, pelo menos uma vez na vida, toda pessoa necessita fazer a si mesma(o). Pena que nem todos descobrem isso. A seriedade da pergunta vem do fato que o cristianismo se constrói a partir da livre adesão ao convite que Jesus faz a cada ser humano. Veja, por exemplo, como foi o encontro de Jesus com algumas pessoas. Lembre-se de Pedro, de Zaqueu, da Samaritana..... O problema é que, para muitas pessoas, o cristianismo não se tornou uma questão de opção; nasceu em família cristã, educou-se em colégio religioso, casou na igreja, mora do lado da capela. Só que a fé não é uma coisa tão automática. Ela exige uma resposta livre e consciente. Ela exige adesão. Implica em opção. Jesus chama, nós ouvimos e, se o coração for tocado, acolhemos, respondemos e mudamos nossa vida. É por isso que vamos conversar sobre a pessoa e a mensagem de Jesus, procurando recordar os pontos principais do anúncio do Reino de Deus. De fato, lembre-se de que Jesus tinha um recado da parte de Deus Pai, uma Boa Notícia (Evangelho) para anunciar a todos os seres humanos. Por isso se diz que Ele é a própria “Palavra“ do Pai vinda ao mundo (Jo 1,14). “E a palavra se fez homem”. Ele não só diz verdades, mas é a própria Verdade “a luz verdadeira que, vinda ao mundo, ilumina todos os homens” (Jo 1,9). Durante cerca de trinta anos, Jesus ensinou a viver, não com palavras, mas com sua própria vida, trabalhando, servindo à sua família e ao povo de Nazaré, orando, amando, libertando. Depois, durante aproximadamente três anos, Jesus foi de aldeia em aldeia, dando o seu recado, ensinando e pregando ao povo. Mas afinal, qual era a mensagem do Mestre de Nazaré ? Sobre o que Ele falava ao povo? Jesus falou sobre muitas coisas: falou sobre Deus, como Pai que nos ama; sobre o amor fraterno; sobre a vida e a morte; sobre a libertação e esperança; sobre criança e família, sobre a ação e oração... mas, toda a mensagem de Jesus pode ser resumida em: “O REINO DE DEUS” É esta a idéia central de toda a pregação de Jesus, o centro de todo o Evangelho! Jesus pregava a Boa Notícia para todos. Todos eram convidados a participar de seu Reino. Mas, de fato, quem acreditava mesmo em Jesus e, com entusiasmo, aceitava a Boa Notícia do Reino, era o povo humilde da Galiléia. O Reino de Deus começa com o mundo do jeito que Deus quer, uma “Terra sem males, sem injustiça, sem fome, sem pecado; onde os seres humanos viviam unidos como irmãos e em profunda comunhão com Deus como filhos do Pai”. Isso não é utopia! Jesus já trouxe e implantou no mundo o Reino de Deus . “O Reino de Deus já chegou” (Lc 11,20) e o deixou presente no coração de cada pessoa (Lc 12,31-32). O Reino de Deus, porém, é como uma pequena semente : “ele vai crescendo, mesmo que ninguém perceba”. (Mc 4,26- 34). É como o trigo semeado no campo: o joio e as ervas daninhas, semeadas pelo inimigo do Reino, crescem mais rápido e até parecem sufocar o trigo, é preciso ter a paciência e a esperança, na certeza da vitória definitiva do Reino (Mt 13,24-30;36-43) .
  • 10. Jesus deixa bem claro que a realidade do Reino, já presente e atuante no mundo, realizar-se-á plenamente só no “fim dos tempos”, quando “serão destruídas todas as forças do mal e Deus será tudo em todos!” (1 Cor1 5,24-28), quando haverá novo céu e nova terra, e Deus habitará com os homens e eles serão o seu povo, e ele enxugará toda lágrima de seus olhos, pois nunca haverá mais morte, nem dor...” (Ap 21,14 ). Mas disse, “ninguém sabe nem o dia e nem a hora!” ( Mt 13,32). Por enquanto, nos resta a esperança e a certeza de que o Reino de Deus há de crescer, que o mal será vencido e o mundo será melhor, mas também uma enorme responsabilidade: Jesus nos chamou para sermos seus colaboradores, para o crescimento de seu Reino no mundo. É esta a missão dos cristãos, como Igreja de Jesus Cristo: “ser semente, sinal e instrumento do Reino; ser como o fermento na massa ( Mt 13,33), como o sal que dá sabor (Mt 5,13), como a luz que ilumina”. ( Mt 5,4) E, enquanto lutamos para o crescimento do Reino em nós e no mundo, continuamente invocamos: “Pai, venha a nós o Vosso Reino!”. Mas que amor é esse? É o amor do jeito que Jesus viveu e ensinou e que assim resumiu: “Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e com todo o teu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: Amarás o teu próximo como a ti mesmo!”. (Mt 22,36-39). Nas bem-aventuranças (Mt 5,6-7) ao apresentar o amor como nova Lei do Reino, Jesus se refere constantemente à Lei dos 10 Mandamentos que Deus, por meio de Moisés, tinha dado ao Povo de Israel para ser um povo livre, povo justo e irmão, povo de Deus. Aconteceu que para muitos (fariseus, etc...), os mandamentos não foram visto como caminho para prosseguir. Os judeus pensavam que eram bons e seriam salvos só porque não matavam, não roubavam, freqüentavam o templo. Jesus diz bem claramente que Ele não veio para acabar com a Lei de Moisés, mas sim para dar-lhe pleno cumprimento (Mt 5,17). Para Jesus os “Dez Mandamentos” são ponteiros que indicam o caminho do amor, são como os primeiros e indispensáveis passos, numa “longa e difícil estrada que conduz ao amor”. Se alguém diz: - Eu amo a Deus e, no entanto, odeia seu irmão, esse tal é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê. Este é justamente o mandamento que recebemos de Jesus: “quem ama a Deus ame também o seu irmão” (Jo 4,20-21). Mas como amar? Jesus diz: “Amem-se uns aos outros, como eu vos amei!” (Jo 15,12) . Está aí (“como eu”) o exemplo, a fonte inesgotável do verdadeiro amor. Amor com “A” maiúsculo. Amor que só aprendemos na escola de Jesus e num único livro: o Evangelho. Por isso é hora de pegar a Bíblia e começar a meditar sobre algumas parábolas contadas por Jesus acerca do Reino de Deus: Mt 13,1-23 (os diversos tipos de terreno) Mt 13,24-30 (a semente boa e o joio) Mt 13,31-32 (o Grão de mostarda) Mt 13,33 (o fermento) Mt 13,44-46 (o tesouro e a pérola preciosa) Mt 13,13-47 (a rede) Quando começamos a meditar em todas essas coisas, uma pergunta vem logo à nossa mente: Afinal quem é Jesus de Nazaré? A pergunta estava na boca de todos: discípulos, adversários, povo, autoridades. Que tipo de homem era Jesus que os adversários temiam, que o povo exaltava com entusiasmo e que todos os discípulos amavam, mesmo sem ainda saber exatamente o que pensar diante das coisas incríveis que Ele fazia e dizia? Que fenômeno era esse homem que, praticamente sozinho, em questão de meses e sem nenhum veículo de comunicação, a não ser a boca do povo, tornara-se conhecido em toda a Galiléia, Judéia e até em outras regiões? O que havia neste homem de tão extraordinário para que milhões de pessoas continuassem acreditando Nele, vivendo com Ele, dispostas a dar a vida por Ele? Com certeza, vale a pena conhecer um pouco mais sobre a vida e a personalidade do Nazareno . Sobre a infância de Jesus, pouco sabemos, a não ser o que Mateus e Lucas nos conta nos seus Evangelhos. Em Nazaré, pobre e esquecido lugarejo da Galiléia, havia uma moça chamada Maria, prometida em casamento a um jovem chamado José. Deus revelou a Maria que ela se tornaria mãe de um menino, cujo nome seria Jesus e que isso aconteceria de um modo extraordinário, não por obra de uma relação sexual, mas obra do Espírito Santo. Para José não foi nada fácil entender isso, mas ajudado por Deus, ele soube respeitar a gravidez de sua noiva e acolheu Maria em sua casa como esposa. Depois de nove meses o menino nasceu... mas esta é uma história que todos já conhecem!!! O menino nasceu como todos os bebês, foi amamentado e foi crescendo, ajudado por seus pais. O garoto crescia em tamanho, em sabedoria, em amor para com Deus e para com todo o mundo. 10
  • 11. Aprendeu a ler, a escrever, a conhecer as Sagradas Escrituras, a orar. Era conhecido por todos como o filho do carpinteiro José e é bem provável que tenha trabalhado junto a ele, durante toda a juventude, até os trinta anos. Jesus não era um super-homem!!! Era um homem que teve de se esforçar para crescer, aprender e a desenvolver-se em todos os sentidos. Um homem que se cansava, chorava, sofria, tinha momentos de alegria, mas também de tentação e de “fossa” e que se aborrecia com as coisas erradas e a falsidade. Jesus era gente, igual a nós em tudo, menos no pecado. Nada sabemos sobre a aparência de Jesus. Sabemos contudo da personalidade humana incrível que ele tinha! Manso e humilde de coração, carinhoso com os pequeninos que acorriam a ele, cheio de ternura para com seus amigos (Lázaro, Maria e Marta, Pedro e João), paciente e bondoso com os pecadores, Jesus era também enérgico e corajoso. Sabia sustentar suas convicções contra tudo e contra todos, enfrentou seus adversários, chamando os chefões religiosos de hipócritas, mentirosos, opressores do povo e expulsou com um chicote os que faziam do templo de Deus e da religião um comércio. Jesus era também sábio e prudente: evitava discussões inúteis, não provocava os adversários e nunca caiu em suas armadilhas. Para não ser mal interpretado e para não atiçar a ira dos que queriam a sua cabeça, Jesus questionava, exigia mudança de vida, renúncias e sacrifícios. Enfim, Jesus é o homem perfeito, o homem paradigma, o homem cheio do Espírito de Deus! Conforme Isaías tinha dito: “sobre ele repousará o Espírito do Senhor; Espírito de sabedoria e inteligência, Espírito de conselho e de fortaleza, Espírito de ciência e temor de Deus” (Is 11,2-3). Lendo os Evangelhos, refletindo com amor sobre essa personalidade tão completa de Jesus, dá mesmo para concluir que “humano assim, só Deus mesmo!” As obras de Jesus que provam que é Filho de Deus vivo, são toda a sua vida de amor e seus inúmeros milagres. Quem não se lembra da lista enorme de milagres e do poder de Jesus? E a prova suprema? JESUS RESSUSCITA DOS MORTOS! Muitos não aceitaram nem a vida, nem as palavras, nem as obras de Jesus de Nazaré. Preferiam eliminá-lo! Muitos continuam não acreditando. Mas milhões de seres humanos acreditam firmemente que Jesus é o Filho de Deus que se fez gente (“se encarnou”), verdadeiro Deus. Durante mais de dois mil anos inúmeros seguidores de Jesus apostaram e continuam apostando toda a sua vida neste Filho de Deus e naquilo que Ele propôs ao mundo. Em Jesus de Nazaré podemos saber o que é e como age o Deus verdadeiro! Deus é tão próximo, tão amigo, tão ocupado e preocupado com a vida da gente, tão implicado em nossa luta contra o mal, a injustiça, a miséria, a falsidade, tão profundamente humano quanto Jesus manifestou sê-lo, lá na Palestina. “Jesus é o sacramento do Pai” , a “cara do Pai” . Não foi à toa que Ele disse “QUEM ME VIU, VIU O PAI” ( Jo 14,9). Em Jesus podemos saber quem é o ser humano. Deus se encarnou, se fez gente, para nos mostrar o que é ser gente. Jesus é o modelo perfeito para o ser humano, desde o começo criado “à imagem e semelhança de Deus”. É a imagem do “homem novo” a que todos somos chamados a ser (Col. 3,10). E mais uma coisa: com a encarnação, Deus uniu-se de modo especial a toda a humanidade e cada ser humano é, assim, um valor imenso, divino. Por isso, Jesus nos diz: “Tudo o que fizerem ou deixarem de fazer, sobretudo aos mais pequeninos e sofredores, é a mim que vocês farão ou deixarão de fazê-lo” (Mt 25,31-46). Textos indicados para meditação - Jesus ama o povo: Mt 9,35; Jo 6,1-11 (partilha dos pães); Lc 19,47-48 Jesus ama seus discípulos e amigos: Jo 11,17-44 (ress.Lázaro); Jo 13,1-17 (lava pés); Jo 15-17 (chamo vocês de amigos) Jesus ama os pobres e as crianças: Mt 11,25-30 (meu fardo é leve); Mc 10,46-52 (cura de Bartimeu); Lc 6,20-23 (o Reino de Deus é dos pobres); Lc 18,15-17 (deixem as crianças) Jesus é paciente e bondoso com os pecadores: Mt 9,9-13 (come c/pecadores); Lc 15,1-7 (a ovelha perdida); Jo 8,1-11 (a adúltera) Jesus é corajoso, livre, bom, pobre: Mt 21,12-13 (expulsa os vendedores do templo); Mt 12,9-14; Mt 11,29; Mt 8,20 Jesus é cheio do Espírito de Deus: Mt 3,16-17;4,1; Mt 12,28; Lc 4,14-21 (o “programa” de Jesus); Lc 10,21 11 Outros textos para reflexão: Mt 9, 35-38; Mt 10,1 (Jesus vê o povo perdido e lhes dá pastores); Lc 20,20-26 (A César o que é de César...); Mt 12,9-14 (Jesus cura no Sábado); Mt 3,16-17; Mt 4,1-11 (tentação); Mt 12,22-32 (pecado s/perdão); Mt 12,33-37 (se plantarmos árvore boa, o fruto será bom); Jo 4,5-15 (samaritana).
  • 12. 12 A IGREJA COMO COMUNIDADE E OS COMPROMISSOS COM ELA Enquanto andava fazendo o bem e anunciando a todos a Boa Notícia do Reino, Jesus acabou por reunir, em torno de si, um grupo de seguidores , dispostos a viver o seu Evangelho e a continuar sua missão . A este grupo, chamamos : “Igreja” . Nesta etapa de nossa caminhada vamos procurar conhecer um pouco mais sobre a Igreja de Jesus Cristo, nossa Igreja. Vamos fazer com fé e com amor: aceitar, amar e viver sua Igreja! A Igreja vem de Jesus Cristo Andando na beira da praia, com os pescadores, ou passando pelas ruas das pequenas aldeias da Galiléia, Jesus foi escolhendo e chamando seus discípulos, um por um, pelo nome : “João, André, Pedro, Tiago, Mateus... Vem e segue- me!“, disse Ele. A este primeiro núcleo de 12 seguidores, a quem Jesus chamou de apóstolos, isto é, “enviados“ (Lc 6,12-16), foram ajuntando-se outros discípulos, homens e mulheres, crianças, jovens e adultos (Lc 10,1). Eram todos gente do povo, humildes, que vibravam com a mensagem de Jesus e que nele depositavam toda a sua esperança: gente em busca de algo mais. Com este grupo de discípulos, a quem chamava “meus irmãos“, Jesus fez vida em comum, durante três anos. Partilhavam o mesmo pão, andavam juntos, de aldeia em aldeia, fazendo o bem a todos e levando a todos a Boa Notícia do Reino de Deus. Durante três anos de convivência, os discípulos aprenderam a conhecer a fundo a pessoa de Jesus, a amá-lo e a viver do jeito como ele vivia e amava. Com Jesus aprenderam a viver como verdadeiros filhos do Pai do Céu, a orar e buscar sempre a sua vontade. Com Jesus, aprenderam que amar é servir e que, para viver em comunidade com irmãos, ninguém deve querer ser mais do que ninguém. Com Jesus, aprenderam a enxergar e a preocupar-se com os problemas e sofrimentos do povo, dos pobres, dos pequenos. Jesus confiava em seus amigos e valorizava cada um. Desde o começo deu-lhes responsabilidades e pequenas missões: mandava-os aos bairros e nas casas para falar ao povo e anunciar sua chegada e seu Evangelho, para curar doentes, expulsar qualquer tipo de mal e para distribuir pão aos famintos. Enfim, foram três anos de aprendizagem de vida cristã, de vida comunitária, de trabalho pelos outros: três anos na escola de Jesus ! No final de três anos de convivência, quando o Ressuscitado tirou sua presença visível (ascensão), deixando aos discípulos a tarefa de continuar sua missão, já estavam bem claros os princípios, os objetivos e as esperanças que deveriam orientar, para sempre, a Igreja de Jesus. Há uma profunda relação de união-amor- identificação entre Jesus e sua Igreja • “Eu estarei com vocês todos os dias, até o final do mundo ! “ (Mt 28,20) • “Não os deixarei órfãos. Vocês estão em mim e eu em vocês ! (Jo 14,18) • “Quando dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou ali no meio deles! “(Mt 18,20). • “Eu sou o tronco e vocês os ramos : permanecei unidos a mim “. (Jo 15,1-6) • “Simão, você me ama? Então cuide de minhas ovelhas ! (Jo 21,17)
  • 13. • “Os que ouvem vocês, é a mim que ouvem; quem rejeita vocês, é a mim que rejeita! (Lc 10,16). 1.2. É indispensável que os discípulos permaneçam unidos entre si • “Pai, que todos sejam um, a fim de que o mundo reconheça que tu me enviaste e que o amaste, como amaste a mim”. (Jo 17,23): foi a prece e o testemunho de Jesus durante a última Ceia. 1.3. A Igreja tem a missão de anunciar Cristo e de continuar sua obra no mundo todo • “Como o Pai me enviou, assim eu envio vocês “. (Jo 20,21). • “Sejam minhas testemunhas, até os extremos da terra ! “ (At 1,8). 1.4. O Espírito Santo vai levar à frente a obra começada por Jesus e será a luz e força para a caminhada da Igreja • “Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos enviará tudo e vos ensinará tudo o que eu vos disse ! (Jo 14,26). Foi no Dia de Pentecostes que nasceu a Igreja Jesus fundou a Igreja, mas era como pequena semente que o agricultor lança na terra. A semente da Igreja brotou e começou a crescer no dia de Pentecostes, pelo Dom do Espírito Santo, que Jesus tinha prometido. Já conhecemos o que aconteceu naquele dia: a experiência incrível da ação do Espírito, como fogo e vento impetuoso, a transformação dos discípulos, gente simples e medrosa em ardorosos missionários de Jesus Cristo... aquela multidão de pessoas de diferentes línguas e raças, que começam a entender e a falar a mesma linguagem (linguagem do Evangelho e o do Amor) e que são batizadas para formar um só povo, o povo de Deus. Foi neste dia de Pentecostes que a Igreja nasceu e começou sua caminhada, tornando visível sua missão de ser o sinal e o instrumento da comunhão e da fraternidade universal (Reino). Naquele começo da Igreja houve uma presença muito especial e que continuaria marcando toda a longa história da verdadeira Igreja de Jesus: lá estava Maria, reunindo os discípulos de seu Filho, com seu coração de mãe e, junto com eles, implorando o Dom do Espírito Santo. Assim como Maria faz parte indispensável da vida de Cristo, faz parte também da Igreja, desde o dia de seu nascimento, como mãe e modelo. Não se pode falar de Igreja, se Maria não está presente! Logo após Pentecostes, a Igreja, cheia do Espírito Santo do Senhor, começou sua caminhada ; vivendo como Jesus tinha ensinando, organizando- se e levando à frente a missão que Jesus lhe tinha confiado. Vejam o que diz o livro Atos dos Apóstolos (Capítulo 2 e 4) sobre a vida desta primeira Igreja Os seguidores de Jesus preservaram-se fiéis aos ensinamentos dos apóstolos; — Viviam bem unidos, eram um só coração e tinham em comum todas as coisas; — Rezavam juntos no templo e reuniam- se também nas casas, para celebrar a Ceia (fração do Pão); — Partilhavam seus bens com os necessitados e curavam os doentes; — Davam um bonito testemunho de vida e, assim, atraíram à fé muitas outras pessoas. A Igreja de Jesus Cristo é isso ! Hoje, depois de mais de vinte séculos, espalhada no mundo todo, há milhões de pessoas que dizem “sim“ ao chamado de Jesus Cristo e, cheias de seu Espírito, procuram viver como os primeiros Cristãos: são a Igreja de Jesus Cristo, a mesma Igreja dos Apóstolos! E Jesus continua com eles! Nós somos, hoje, a Igreja fundada por Jesus e nascida no dia de Pentecostes, no fogo do Espírito Santo! E Jesus conta conosco ! Para leitura e meditação: ATOS DOS APÓSTOLOS, do Cap. 1 ao Cap. 5 Importante: Ler com bastante calma, procurando ver o conjunto de textos. Trata-se de uma espécie de “carteira de identidade da Igreja”, por isso é muito importante perceber quais são as características que Lucas, autor dos Atos dos Apóstolos, indica e que não podemos perder. Afinal de contas, é com essas características que queremos nos comprometer? 13
  • 14. 14 SANTÍSSIMA TRINDADE Primeiramente, cabe contar uma pequena história que nos ajudará a entender a posterior explicação. Conta-se que Santo Agostinho andava em uma praia meditando sobre o mistério da Santíssima Trindade: um Deus em três pessoas distintas... Enquanto caminhava, observou um menino que portava uma pequena tigela com água. A criança ia até o mar, trazia a água e derramava dentro de um pequeno buraco que havia feito. Após ver repetidas vezes o menino fazer a mesma coisa, resolveu interrogá-lo sobre o que pretendia. O menino, olhando-o, respondeu com simplicidade: -"estou querendo colocar a água do mar neste buraco". Santo Agostinho sorriu e respondeu-lhe: -"mas você não percebe que é impossível?". Então, novamente olhando para Santo Agostinho, o menino respondeu-lhe: "ora, é mais fácil a água do mar caber nesse pequeno buraco do que o mistério da Santíssima Trindade ser entendido por um homem!". E continuou: "Quem fita o sol, deslumbra-se e quem persistisse em fitá-lo, cegaria. Assim sucede com os mistérios da religião: quem pretende compreendê-los deslumbra-se e quem se obstinasse em os perscrutar perderia totalmente a fé" (Sto. Agostinho). Só poderíamos compreender perfeitamente a Santíssima Trindade se nós fossemos 'deus'. Podemos, contudo, por meio da razão iluminada pela fé, chegar a um conhecimento muito útil dos mistérios, considerando certas analogias da natureza. Citemos algumas: o raio branco de luz, sendo apenas um, pode ser decomposto em vermelho, amarelo e azul; a ametista brilha de três cores diferentes, segundo o lado em que se observa: é purpúrea, violeta e rósea, sem ser mais do que uma pedra. O fogo queima, ilumina e aquece, sendo apenas fogo, etc. Bem, a Santíssima Trindade é superior à capacidade humana de entendimento, mas não contraria a razão. Dizer que existe "um Deus em três pessoas" é superior à capacidade de compreensão humana, mas não é o mesmo que dizer que é "um Deus em três deuses", que seria contrariar a razão humana. Ou seja, o mistério é conhecido, mas não é compreendido em sua totalidade. Sabendo disso, a Igreja aconselha muita cautela na busca de conhecer certos mistérios superiores à nossa compreensão, conforme ensina o Catecismo Romano, transcrevendo a Bíblia: "Quem quer sondar a majestade, será oprimido pelo peso de sua glória" (Prov. 25, 27).
  • 15. O Conhecimento através da Revelação Portanto, a Santíssima Trindade só é conhecida através da Revelação, através das palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo, que era Deus e Homem verdadeiro. Disse Nosso Senhor: "Ensinai todas as gentes, e batizai-as em nome do Padre, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28, 19). Na sua última prece, o Salvador pede que seus discípulos sejam um como seu Pai e Ele não são mais que um (S. Jo., 17, 21). Também afirma: "Meu Pai e eu somos um" (Jo., 10, 30), deixando clara a unidade de natureza entre o Pai e o Filho. Em diversas passagens, os apóstolos reconhecem Nosso Senhor como "Filho de Deus", que prometeu enviar o "Espírito Santo" sobre eles, que ressuscitou dos mortos ao terceiro dia pelo seu próprio poder, etc. Na promessa de enviar o Espírito Santo, Nosso Senhor, antes de se elevar ao Céu, anunciou aos Apóstolos que o Pai lhes enviará o Espírito Santo, que os ensinaria e os fortaleceria na fé: "Rogarei a meu Pai e Ele vos mandará outro consolador" (Jo 14, 16, 26), "o espírito da verdade" que "vos ensinará tudo" (Jo, 14, 26). Ora, como não há ninguém senão Deus (a verdade), capaz de ensinar tudo, resulta dessas palavras que tal consolador é Deus, como o Pai e o o Filho que hão de mandá-lo. S. Pedro repreende Ananias que procurou iludir o Espírito Santo, e acusa-o de ter assim mentido a "Deus", não aos homens (Act. 4, 5, 11) Na mesma passagem sobre o Espírito Santo, fica claro que as pessoas são distintas: O Pai que envia, o Filho que roga ao Pai, o Espírito Santo que será enviado. Em II Cor, 13, 13 está escrito: "Estejam com todos vós a graça de Nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo"!. No "batismo" de Nosso Senhor, ao sair da água, os céus se abriram e o "Espírito, como uma pomba", desceu sobre Nosso Senhor e uma voz "veio dos Céus: "Tu és o meu filho amado, em ti me comprazo". Em São Mateus, lemos: "Só o Pai conhece o Filho e o Filho conhece o Pai"(Mt 11, 27; Lc. 10, 22). Em S. João, está que o Espírito Santo "procede do Pai", que é "enviado pelo Filho" (Jo 15, 26; 16, 7). Respondendo a Felipe, que lhe havia pedido para ver o Pai: "Filipe, quem me viu, viu também o Pai. Como é que dizes: Mostra-nos o Pai? Então não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim" (Jo, 14, 9 e 10). O mesmo que Jesus Cristo explica da sua união com o Pai, afirma-o igualmente do Espírito Santo. "Quando tiver vindo o Consolador que eu vos mandarei de junto de meu Pai, o Espírito de verdade que procede do Pai, Ele dará testemunho de mim" (Jo, 15, 26). Ora, o que procede de Deus tem, forçosamente, natureza idêntica à de Deus. Dessa forma, fica clara a distinção de três pessoas em um só Deus, ou seja, três pessoas de mesma natureza, poder e glória. Já no Antigo Testamento a Trindade estava implícita. Citemos algumas passagens: Os sacerdotes judeus deviam, ao abençoar o povo, invocar três vezes o nome de Deus (Num. 6, 23). Isaías diz-nos (6, 3) que os Serafins cantam nos céus: Santo, santo, santo é o Deus dos exércitos. Notemos sobretudo o estranho plural empregado por Deus na criação do homem: "façamos o homem à nossa imagem e semelhança"(Gen. 1, 26). No momento da confusão de Babel: "Vinde, diz o Senhor, confundamos a sua linguagem" (Gen. 11, 7). Por que esse plural? Já, depois da culpa de Adão, o mesmo livro sagrado representa Deus dizendo ironicamente: "Portanto eis Adão que se tornou com um de nós, vamos agora impedir-lhe que levante a mão à árvore da vida"(Gen. 3, 22). E David escrevia no Salmo CIX: "Disse o Senhor ao meu Senhor: assenta-te à minha direita". Encontram-se, no Antigo Testamento, duas expressões para designar a divindade: uma é "Jehováh", outra é "Eloim". Pelo parecer de todos os hebraizantes, a primeira se aplica ao mesmo ser de Deus, à sua suprema essência: está sempre no singular. A segunda exprime a idéia da presença de Deus e do seu poder: vem sempre no plural e significa "os deuses"; mas, o que não deixa de surpreender é que esta palavra sempre no plural, rege sempre no singular o verbo que a segue. Assim o primeiro versículo da Bíblia traduzir-se-ia literalmente: "No princípio, "os deuses" fez o céu e a terra". Os sábios não duvidam em ver, nesta palavra "Eloim" e no modo de se usar dela, uma expressão que deixa entender a existência de várias pessoas em Deus. Na Tradição da Igreja encontramos várias provas da Santíssima Trindade. a) Testemunho dos Mártires. Era para confessar a sua fé na divindade das três pessoas e particularmente em Nosso Senhor, que numerosos mártires sofriam os suplícios mais cruéis. Assim, para citarmos um exemplo apenas, S. Policarpo (166), discípulo de S. João, exclamava em frente da fogueira acesa: "Eu vos glorifico em todas as coisas, a vós, ó meu Deus, com vosso eterno e divino Filho, Jesus Cristo, a quem, com o Espírito Santo, seja honra, agora e para sempre". 15
  • 16. b) Testemunho dos Padres da Igreja. Nos escritos de certos Padres, encontram-se testemunhos valiosíssimos desta nossa crença. Santo Inácio de Antioquia fala do Pai, do Filho e do Espírito Santo como sendo três pessoas às quais devemos respeito igual. Santo Irineu diz que "a Igreja, espalhada pelos Apóstolos até os confins do universo, crê em Deus Pai todo-poderoso, em Jesus Cristo, seu Filho, encarnado por nossa salvação e no Espírito Santo que falou pelos profetas". Claríssimas são, também, na sua conclusão, as palavras de Tertuliano: "O Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito-Santo é Deus e Deus é cada um deles". c) Prática da Igreja. De acordo com sua crença, a Igreja sempre administrou o batismo em nome das três pessoas. Ocupa o primeiro lugar na liturgia, o mistério da Santíssima Trindade. Dela fazem menção todas as bênçãos, todas as orações, todas as cerimônias, quer por meio do sinal da cruz, quer pela dexologia: "Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo". Ademais, sem a divindade de Nosso Senhor, não haveria a redenção, que consiste na crucifixão e morte de Nosso Senhor sobre a Cruz. Se Cristo não fosse Deus, o "pecado original" e os nossos "pecados atuais" não poderiam ter sido remidos, visto terem um valor infinito (pois foram praticados contra Deus, que é infinito) e precisarem de um ser infinito para os expiar. Uma pequena explicação filosófica Para dar uma explicação mais simples, sendo Deus onipotente e sendo o existir próprio à eternidade de Deus e à sua natureza: "Eu sou aquele que é", a imagem que Deus tem de si mesmo é o seu Filho, o verbo de Deus. A este pensamento vivo em que Deus se expressa perfeitamente a si mesmo chamamos Deus Filho. Deus Pai é Deus conhecendo-se a si mesmo; Deus filho é a expressão do conhecimento que Deus tem de si. Assim, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade é chamada Filho, precisamente porque é gerada desde toda a eternidade, engendrada na mente divina do Pai. Também a chamamos Verbo de Deus, porque é a "palavra mental" em que a mente divina expressa o pensamento sobre Si mesmo. Depois, Deus Pai (Deus conhecendo-se 16 a Si mesmo) e Deus Filho (o conhecimento de Deus sobre Si mesmo) contemplam a natureza que ambos possuem em comum. Ao verem-se (falamos, naturalmente, em termos humanos), contemplam nessa natureza tudo o que é belo e bom - quer dizer, tudo o que produz amor - em grau infinito. E assim, a vontade divina origina um ato de amor infinito para com a bondade e a beleza divinas. Uma vez que o amor de Deus por Si mesmo, tal como o conhecimento de Deus sobre Si mesmo, é da própria natureza divina, tem que ser um amor vivo. Este amor, infinitamente intenso, que eternamente flui do Pai e do Filho, é o que chamamos Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho. É a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Para deixar mais claro o assunto, ainda é necessário fazer uma distinção entre a pessoa (personalidade), e a natureza (que em Deus se confunde com a e essência e a substância). O Mistério da Santíssima Trindade consiste propriamente no fato de uma essência ou natureza única que subsiste em três pessoas. Pessoa é a substância completa dotada de razão individual e autônoma. Na verdade, possuem todos os homens a mesma natureza: todos têm corpo e alma racional. Entretanto, esta natureza comum existe em cada um deles de modo diferente. Ora, o que distingue um homem de outro homem, o que cada um tem de especial, é que constitui sua autonomia, seu "eu" e chama-se "personalidade", a "pessoa". Desta forma, Deus Filho tinha a mesma natureza de Deus Pai, mas não era a mesma Pessoa. Uma explicação mais acessível Suponha que você se olha em um espelho de corpo inteiro. Você vê uma imagem perfeita de si mesmo, com uma exceção: não é senão um reflexo no espelho. Mas se a imagem saísse dele e se pusesse ao seu lado, viva e palpitante como você, então sim, seria a sua imagem perfeita. Porém, não haveria dois 'vocês', mas um só 'você', uma natureza humana. Haveria duas 'pessoas', mas só uma mente e uma vontade, compartilhando o mesmo conhecimento e os mesmos pensamentos. Depois, já que o amor de si (o amor de si bom) é natural em todo ser inteligente, haveria uma corrente de amor ardente e mútuo entre você e a sua imagem. Agora, dê asas à sua fantasia e pense na existência desse amor como uma parte tão de você mesmo, tão profundamente enraizado na sua própria natureza, que chegasse a ser uma reprodução viva e palpitante de você mesmo. Este amor seria uma 'terceira pessoa' (mas, mesmo assim, nada mais que um 'você', lembre-se; uma só natureza humana), uma terceira pessoa que estaria entre você e a sua imagem, e os três, de mãos dadas: três
  • 17. pessoas numa só natureza humana. Esse exemplo, muito imperfeito, pode nos ajudar um pouco a entender a relação entre as três Pessoas da Santíssima Trindade: Deus Pai "olhando-se" a Si mesmo em sua mente divina (criadora) e mostrando ali a Imagem de Si, tão infinitamente perfeita que é uma imagem viva: Deus Filho; e Deus Pai e Deus Filho amando como amor vivo a natureza divina que ambos possuem em comum: Deus Espírito Santo. Três pessoas divinas, uma natureza divina. É claro, é só um exemplo, muito imperfeito, mas que nos ajuda a compreender o grande mistério que é a Santíssima Trindade, base de nossa Fé, fundamento de nossa Redenção, sustentáculo de nossas vidas e no qual, todos os dias, através do sinal da Cruz, nós afirmamos a nossa fé: 17 Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. OS DEZ MANDAMENTOS Como saber se estou desobedecendo a Deus? Deus nos deixou algumas regras entregues à Moisés, sinais para seguirmos. As regras, as leis existem para facilitar a nossa vida. Quais são essas leis? OS DEZ MANDAMENTOS são as leis que Deus nos deixou para sabermos se estamos seguindo a Sua vontade e desta forma O estamos obedecendo. OS DEZ MANDAMENTOS são normas para conduta humana. São prescrições morais resumidos em dez itens. Os mandamentos são força libertadora, ao invés de ser coisa que aprisiona. Na medida em que você tem um indicador para seguir, você evita cometer erros que o afastam do plano de Deus. O que Deus manda, torna-o possível pela Sua graça. OS DEZ MANDAMENTOS descrevem as exigências do amor de Deus e do próximo: Os três primeiros se referem aos deveres do homem para com Deus, e pode ser resumido em "Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo o entendimento" (Mt 22,37). Os outros sete mandamentos se referem ao amor ao próximo. E foi resumido assim: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mc 12,31). Entendendo os Dez Mandamentos Os Dez Mandamentos não visam somente o melhoramento do comportamento individual, mas querem atingir a situação do povo, para ser um povo livre e fraterno. Os Dez Mandamentos são a Constituição do Povo de Deus, em vista de uma sociedade justa e igualitária. Cada mandamento quer combater uma das causas que fazia o povo sofrer na opressão do Egito, e quer mostrar o que o povo deve fazer para manter-se verdadeiramente livre. Para entender todo o sentido dos Dez Mandamentos é fundamental ver como Jesus observou e explicou a Lei.
  • 18. Jesus não veio tirar ou modificar os mandamentos, mas dar-lhe sentido pleno. Prometeu também: " Quem praticar os mandamentos e os ensinar, será considerado grande no Reino do Céu" (Mt 5, 17-20). Vamos falar de cada um dos DEZ MANDAMENTOS ensinados pela Igreja Católica Apostólica Romana. Existem divergências entre as diversas religiões, pois algumas delas não aceitam Cristo como O SALVADOR e ainda se mantém esperando pelo Messias que ainda virá, outras porém se baseiam nos textos e palavras exatamente como estão nas Escrituras, sem qualquer interpretação ou atualização e não entendendo os ajustes que o próprio Jesus Cristo efetuou, mas nós católicos devemos seguir e catequizar a todos ensinando as leis gravadas por Deus nas tábuas de pedra que entregou a Moisés no Monte Sinai. Estas são as leis de Deus que devem ser seguidas e ensinadas pelos Cristãos Católicos. Eis os mandamentos de Deus: 1°) AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS (Ex 20,2-5) "Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forcas" (Dt 6,5). O primeiro mandamento convida o homem a crer em Deus, a esperar nele e a amá-lo acima de tudo. "Adorarás o Senhor teu Deus" (MT 4,10). Adorar a Deus, orar-lhe, oferecer-lhe o culto que lhe é devido, cumprir as promessas e os votos que foram feitos a ele são os atos da virtude de religião que relevam da obediência ao primeiro mandamento. O dever de prestar um culto autêntico a Deus incumbe ao homem, tanto individualmente como em sociedade. O homem deve poder professar livremente a religião, tanto em particular como em público. A superstição é um desvio do culto que rendemos ao verdadeiro Deus. Ela se mostra particularmente na idolatria, assim como nas diferentes formas de adivinhação e de magia. A ação de tentar a Deus, em palavras ou em atos, o sacrilégio, a simonia são pecados de irreligião proibidos pelo primeiro mandamento. Enquanto rejeita ou recusa a existência de Deus, o ateísmo é um pecado contra o primeiro mandamento. Este mandamento se encontra na Bíblia assim: "Não terás outros deuses além de mim! Não farás para ti imagem, com semelhança alguma... não te inclinarás diante desses deuses e não os servirás..." (Ex 20,3-6). No Egito, na "casa da escravidão", a religião dos deuses era usada para reforçar o sistema e o poder do faraó. Ele fazia grandes estátuas e templos para impressionar o povo e mandava que o povo dobrasse os joelhos diante dele próprio, como se fosse um deus. Este mandamento, portanto, quer combater essa situação, convidando o homem a crer em Deus, a esperar Nele e a amá-lo acima de tudo. O culto às imagens sagradas está fundamentado no mistério da encarnação do Verbo de Deus. Além disso, o uso de imagens de santos se iguala ao uso dado às fotografias de nossos entes queridos. Não contraria o primeiro mandamento. 18 2°) NÃO TOMAR SEU SANTO NOME EM VÃO (Ex 20,7) "Senhor nosso Deus. quão poderoso é teu nome em toda a terra"( Sl 8.11). O segundo mandamento prescreve respeitar o nome do Senhor. O nome do Senhor é santo. O segundo mandamento proíbe todo uso impróprio do Nome de Deus. A blasfêmia consiste em usar o Nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e dos santos de maneira injuriosa. O juramento falso invoca Deus como testemunha de uma mentira. 0 perjúrio é uma falta grave contra o Senhor, sempre fiel a suas promessas. "Não jurar nem pelo Criador, nem pela criatura, se não for com verdade, necessidade e reverência". No Batismo o cristão recebe seu nome na Igreja. Os pais, os padrinhos e o pároco cuidarão que lhe seja dado um nome cristão. O patrocínio de um santo oferece um modelo de caridade e garante a sua oração. O cristão começa suas orações e suas ações pelo sina-da-cruz "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém" Deus chama cada um por seu nome. Este mandamento prescreve respeitar o nome do Senhor. O nome do Senhor é SANTO. Com isto, é proibido o uso impróprio do Nome de Deus. A blasfêmia consiste em usar o Nome de Deus, de Jesus Cristo, da Virgem Maria e dos santos de maneira injuriosa. O juramento falso invoca Deus como testemunha de uma mentira. O perjúrio é uma falta grave contra o Senhor, sempre fiel a suas promessas.
  • 19. 19 3°) GUARDAR DOMINGOS E FESTAS DE GUARDA (Ex 20,8-11) "Guardarás o dia de sábado para santificá-lo"( Dt 5,12). "No sétimo dia se fará repouso absoluto cm honra do Senhor" (Ex 31,15). O sábado, que representava o término da primeira criação, é substituído pelo domingo, que lembra a criação nova, inaugurada com a Ressurreição de Cristo. A Igreja celebra o dia da Ressurreição de Cristo no oitavo dia, que é corretamente chamado dia do Senhor, ou domingo. No domingo e em outros dias de festa de preceito, os fiéis têm a obrigação de participar da missa, evitando as atividades e negócios que impeçam o culto a ser prestado a Deus, a alegria própria do dia do Senhor e o devido descanso da mente e do corpo. A instituição do domingo contribui para que todos tenham tempo de repouso e de lazer suficiente para lhes permitir cultivar sua vida familiar, cultural, social e religiosa. Todo cristão deve evitar de impor sem necessidade aos outros aquilo que os impediria de guardar o dia do Senhor. "O domingo... deve ser guardado em toda a igreja como o dia de festa por excelência ". No domingo e em outros dias de festa de preceito, os fiéis têm a obrigação de participar da missa e das celebrações litúrgicas. 4°) HONRAR PAI E MÃE (Ex 20,12) "Honra teu pai e tua mãe"(Dt 5.I6; Mc 7,8). "Filhos, obedecei a vossos pais, no Senhor, porque isso é justo. Este é o primeiro mandamento acompanhado de uma promessa: Honra teu pai e tua mãe, para que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra" (Ef 6,1-3). De acordo com o quarto mandamento, Deus quis que, depois dele, honrássemos nossos pais e os que ele, para nosso bem, investiu de autoridade. A comunidade conjugal está fundada na aliança e no consentimento dos esposos. O casamento e a família estão ordenados para o bem dos cônjuges, a procriação e a educação dos filhos. Os filhos devem a seus pais respeito, gratidão, justa obediência e ajuda. O respeito filial favorece a harmonia de toda a vida familiar. Os pais são os primeiros responsáveis pela educação de seus filhos na fé, na oração e em todas as virtudes. Têm o dever de prover em toda a medida do possível as necessidades físicas e espirituais de seus filhos. Os pais devem respeitar e favorecer a vocação de seus filhos, ensinando que a primeira vocação do cristão consiste em seguir a Jesus. "A salvação da pessoa e da sociedade humana está estreitamente ligada ao bem-estar da comunidade conjugal e familiar." Lembrem-se e ensinem que a primeira vocação do cristão consiste em seguir a Jesus. A autoridade pública deve respeitar os direitos fundamentais da pessoa humana e as condições de exercício de sua liberdade. É dever dos cidadãos trabalhar com os poderes civis para a edificação da sociedade num espírito de verdade, de justiça, de solidariedade e de liberdade. O cidadão está obrigado em consciência a não seguir as prescrições das autoridades civis quando contrárias as exigências da ordem moral. "E preciso obedecer antes a Deus do que aos homens "(At 5,29) Toda a sociedade baseia os seus juízos e a sua conduta numa visão do homem e do seu destino. Sem as luzes do Evangelho a respeito de Deus e do homem, as sociedades facilmente se tornam totalitárias. 5°) NÃO MATAR (Ex 20,13) "Deus tem em seu poder a alma de todo ser vivo e o espírito de todo homem carnal" ( Jó 12,10). Toda vida humana, desde o momento da concepção até a morte, é sagrada porque a pessoa humana foi criada por si mesma à imagem e á semelhança do Deus vivo e santo. A vida humana é sagrada porque desde a sua origem ela encerra a ação criadora de Deus, e permanece para sempre numa relação especial com o Criador, seu único fim. Só Deus é o dono da vida, do começo ao fim; ninguém em nenhuma circunstância pode reivindicar para si o direito de destruir diretamente um ser humano inocente. O assassinato de um ser humano é gravemente contrário à dignidade da pessoa e à santidade do Criador. A proibição de matar não ab-roga o direito de tirar a um opressor injusto a possibilidade de prejudicar. A legítima defesa é um dever grave para quem é responsável pela vida alheia ou pelo bem comum. Desde a concepção a criança tem o direito á vida. O aborto direto, isto é, o que se quer como um fim ou como um meio, é uma "prática infame" gravemente contrária à lei moral. A Igreja sanciona com pena canônica de excomunhão este delito contra a vida humana.
  • 20. Visto que deve ser tratado como uma pessoa desde a sua concepção, o embrião deve ser defendido em sua integridade, cuidado e curado como qualquer outro ser humano. A eutanásia voluntária, sejam quais forem as formas e os motivos, constitui um assassinato. É gravemente contrária à dignidade da pessoa humana e ao respeito do Deus vivo, seu Criador. O suicídio é gravemente contrário à justiça, à esperança e à caridade. E proibido pelo quinto mandamento. O escândalo constitui uma falta grave quando por ação ou por omissão leva deliberadamente o outro a pecar. Por causa dos males e injustiças que toda guerra acarreta, devemos fazer tudo o que for razoavelmente possível para evitá-la. A igreja ora: "Da fome, da peste e da guerra livrai-nos, Senhor". A Igreja e a razão humana declaram a validade permanente da lei moral durante os conflitos armados. As práticas deliberadamente contrárias ao direito dos povos e a seus princípios universais constituem crimes. "A corrida armamentista é a praga mais grave da humanidade, que lesa intoleravelmente os pobres". "Bem-aventurados 20 os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus" (Mt 5,9). 6°) NÃO PECAR CONTRA A CASTIDADE (Ex 20,14) "O amor é a vocação fundamental e originária do ser humano". Ao criar o ser humano homem e mulher, Deus dá a dignidade pessoal de uma maneira igual a um e outro. Cada um, homem e mulher, deve chegar a reconhecer e aceitar sua identidade sexual. Cristo é o modelo da castidade. Todo batizado é chamado a levar uma vida casta, cada um segundo seu estado de vida próprio. A castidade significa a integração da sexualidade na pessoa. Inclui a aprendizagem do domínio pessoal. Entre os pecados gravemente contrários a castidade é preciso citar a masturbação, a fornicação, a pornografia e as práticas homossexuais. A aliança que os esposos contraíram livremente implica um amor fiel. Impõe-lhes a obrigação de guardar seu casamento indissolúvel. A fecundidade é um bem, um dom, um fim do casamento. Dando a vida, os esposos participam da paternidade de Deus. A regulação da natalidade representa um dos aspectos da paternidade e da maternidade responsáveis. A legitimidade das intenções dos esposos não justifica o recurso a meios moralmente inadmissíveis (por exemplo: a esterilização direta ou a contracepção). O adultério e o divórcio, a poligamia e a união livre são ofensas graves à dignidade do casamento. 7°) NÃO ROUBAR (Ex 20,15) "Não roubarás"(Dt 5,19). "Nem os ladrões, nem os avarentos... nem os injuriosos herdarão o Reino de Deus"(1Cor 6,10). O sétimo mandamento prescreve a prática da justiça e da caridade da administração dos bens terrenos e dos frutos do trabalho dos homens. Os bens da criação são destinados a todo o gênero humano. O direito à propriedade privada não abole a destinação universal dos bens. O sétimo mandamento proíbe o roubo. O roubo é a usurpação de um bem de outrem contra a vontade razoável do proprietário. Toda a forma de apropriação e uso injusto dos bens de outrem é contrária ao sétimo mandamento. A injustiça cometida exige reparação. A justiça comutativa exige a restituição do bem roubado. A lei moral proíbe os atos que, visando a fins mercantis ou totalitários, conduzem à servidão dos seres humanos, à sua compra, venda e troca como mercadorias. O domínio concedido pelo Criador sobre os recursos minerais, vegetais e animais do universo não pode ser separado do respeito às obrigações moraislusive para com as gerações futuras. Os animais são confiados à administração do homem que lhes deve benevolência. Podem servir para justa satisfação das necessidades do homem. A Igreja emite um juízo em matéria econômica e social, quando os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigem. Preocupa-se com o bem comum temporal dos homens em razão de sua ordenação ao Sumo Bem, no fim último. O próprio homem é o autor, o centro e o fim de toda a vida econômica e social. O ponto decisivo da questão social é que os bens criados por Deus para todos de fato cheguem a todos, conforme a justiça e com a ajuda da caridade. O valor primordial do trabalho despende do próprio homem, que é seu autor e destinatário. Através de seu trabalho, o homem participa da obra da criação. Unido a Cristo, o trabalho pode ser redentor. O verdadeiro desenvolvimento abrange o homem inteiro. O que importa é fazer crescer a capacidade de cada pessoa de responder à sua vocação, portanto ao chamamento de Deus. A esmola dada aos pobres é um testemunho de caridade fraterna e é também uma prática de justiça que agrada a Deus. Na multidão de seres humanos sem pão, sem teto, sem terra, como não reconhecer Lázaro, mendigo faminto da parábola? Como não ouvir Jesus que diz: "Foi a mim que o deixastes de fazer" (Mt 25,45)
  • 21. 21 8°) NÃO LEVANTAR FALSO TESTEMUNHO (Ex 20,16) "Não levantarás falso testemunho contra teu próximo"( Ex 20,16). Os discípulos de Cristo "revestiram-se do homem novo, criado segundo Deus na justiça e santidade da verdade" (Ef 4, 24). A verdade ou veracidade é a virtude que consiste em mostra-se verdadeiro no agir e no falar, fugindo da duplicidade, da simulação e da hipocrisia. O cristão não deve "se envergonhar de dar testemunho de Nosso Senhor" (2Tm 1,8) em atos e palavras. O martírio é o supremo testemunho prestado à verdade da fé. Este mandamento proíbe falsear a verdade nas relações com os outros. Essa proibição moral decorre da vocação do povo santo a ser testemunha de seu Deus, que é e quer a verdade. O respeito à reputação e à honra das pessoas proíbe toda atitude ou palavra de maledicência ou calúnia. A mentira consiste em dizer o que é falso com a intenção de enganar o próximo, que tem direito à verdade. Toda falta cometida contra a verdade exige reparação. A regra de ouro ajuda a discernir, nas situações concretas, se convém ou não revelar a verdade àquele que a pede. "O sigilo sacramental é inviolável". Os segredos profissionais devem ser guardados. As confidências prejudiciais a outros não devem ser divulgadas. A sociedade tem direito a uma informação fundada na verdade, na liberdade e na justiça. E conveniente que se imponham moderação e disciplina no uso dos meios de comunicação social. As artes, mas sobretudo a arte sacra, têm em vista, "por natureza, exprimir de alguma forma nas obras humanas a beleza infinita de Deus e procuram aumentar seu louvor e sua glória na medida em que não tiverem outro propósito senão o de contribuir poderosamente para encaminhar os corações humanos de Deus". 9°) NÃO DESEJAR A MULHER DO PRÓXIMO (Ex 20,17) "Todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela em seu coração" ( Mt 5,28). O nono mandamento adverte contra a cobiça ou concupiscência carnal. A luta contra a cobiça carnal passa pela purificação do coração e a prática da temperança. A pureza do coração nos permitirá ver a Deus e nos permite desde já ver todas as coisas segundo Deus. A purificação do coração exige a oração, a prática da castidade, a pureza da intenção e do olhar. A pureza do coração exige o pudor que é paciência, modéstia e discrição. O pudor preserva a intimidade da pessoa. 10°) NÃO COBIÇAR AS COISAS ALHEIAS (Ex 20,17) "Onde está teu tesouro, aí estará teu coração"( Mt 6,21). O décimo mandamento proíbe a ambição desregrada, nascida da paixão imoderada das riquezas e de seu poder. A inveja é a tristeza sentida diante do bem de outrem e o desejo imoderado de dele se apropriar é um vício capital. O batizado combate a inveja pela benevolência, a humildade e abandono nas mãos da Providencia divina. Os fiéis de Cristo "crucificaram a carne com suas paixões e concupiscências" (Gl 5,24); são conduzidos pelo Espírito e seguem seus desejos. O desapego das riquezas é necessário para entrar no Reino dos Céus. "Bem-aventurados os pobres de coração ". Eis o verdadeiro desejo do homem: "Quero ver a Deus". A sede de Deus é saciada pela água da Vida Eterna.
  • 22. 22 OS SACRAMENTOS O conhecimento humano começa pelos sentidos e, para chegar a conhecer as coisas que os ultrapassam, temos de utilizar imagens, símbolos ou comparações, que desvelam um pouco o desconhecido. Deus procedeu conosco do mesmo modo, instituindo os sinais sensíveis que chamamos de sacramentos, para expressar as realidades sobrenaturais da graça. Mas a onipotência divina faz mais do que nós podemos fazer. Deus concedeu a estes sinais sensíveis SIGNIFICAR e PRODUZIR a graça. Para entender melhor o efeito dos sacramentos podemos compará-los com a vida natural, vendo que na ordem da graça: * nascemos para a vida sobrenatural pelo Batismo, * nos fortalecemos pela Confirmação, * mantemos a vida com o alimento da Eucaristia, * se perdemos a vida da graça pelo pecado, a recuperamos pela Reconciliação e Penitência, * e com a Unção dos Enfermos nos preparamos para a viagem que acabará no céu. * Para socorrer as necessidades da Igreja como sociedade, temos o sacramento da Ordem sacerdotal, que institui os ministros da Igreja, * e temos o Matrimônio que, com os filhos, perpetua a sociedade humana e faz crescer a Igreja quando estes são regenerados pelo batismo. O que são os sacramentos? Os sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça, instituídos por Jesus Cristo e confiados à Igreja, através dos quais nos é dispensada a vida divina. Sinal sensível é uma coisa conhecida que manifesta outra menos conhecida; se vejo fumaça, descubro que existe fogo. Mas dizemos também sinal eficaz porque o sacramento não só significa, mas que produz a graça (a fumaça só significa fogo, mas não o produz). O porque da instituição dos sacramentos: Podemos nos perguntar por que Cristo quis fazer assim as coisas. Ele pode comunicar a graça diretamente, sem recorrer a nenhum meio sensível, ainda que tenha querido acomodar-se a nossa maneira de ser, dando-nos os dons divinos por meio de realidades materiais que usamos, para que fosse mais fácil para nós consegui-los. No batismo, por exemplo, assim como a água purifica naturalmente, o sacramento purifica: o sacramento lava e limpa sobrenaturalmente a alma, tirando o pecado original e qualquer outro pecado que possa existir, mediante a infusão da graça. Esta foi a pedagogia de Cristo durante sua vida pública, servindo-se de coisas naturais, de ações externas e de palavras. Tocou com sua mão o leproso e lhe disse; "Quero, fica limpo" (Mateus 8,3); untou
  • 23. 23 com barro os olhos do cego de nascimento e ele recuperou a vista (cf. João 9,6-7); para comunicar aos Apóstolos o poder de perdoar os pecados, soprou sobre eles e pronunciou umas palavras (cf. João 20,22). Assim como a Santíssima Humanidade de Cristo é o instrumento único à Divindade de que se serve o Verbo para realizar a Redenção da humanidade, assim as coisas ou ações dos sacramentos são os instrumentos separados pelos quais Deus nos santifica, acomodando-se a nossa maneira de ser e de entender. Jesus Cristo instituiu os sete sacramentos Todos os sacramentos foram instituídos por Jesus Cristo -que é o autor da graça e pode comunica-la por meio de sinais sensíveis- e eles são sete: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitência, Unção dos Enfermos, Ordem e Matrimônio. Nos sete sacramentos estão atendidas todas as necessidades da vida sobrenatural do cristão. Os sacramentos da Igreja Cristo confiou os sacramentos a sua Igreja, e podemos dizer que são "da Igreja" em um duplo sentido: a Igreja faz ou administra ou celebra os sacramentos, e os sacramentos constroem a Igreja (o batismo gera novos filhos da Igreja, etc..). Existem, pois, por ela e para ela. Os sacramentos da fé Os sacramentos estão ordenados à santificação dos homens, à edificação do Corpo de Cristo e, em definitivo, a dar culto a Deus, mas como sinais, tem também uma finalidade instrutiva. Não só supõem a fé, também a fortalecem, a alimentam e a expressam com palavras e ações; por isso são chamados sacramentos da fé. Efeitos dos sacramentos Os sacramentos, se são recebidos com as disposições requeridas, produzem como fruto: * Graça santificante. Os sacramentos dão ou aumentam a graça santificante. O batismo e a penitência dão a graça; os outros cinco aumentam a graça santificante e só se devem recebe-los estando na graça de Deus. Aquele que os recebe em pecado mortal comete pecado de sacrilégio. * Graça sacramental. Além da graça santificante que concedem os sacramentos, cada um outorga algo especial que chamamos graça sacramental. É um direito de receber de Deus, no momento oportuno, a ajuda necessária para cumprir as obrigações contraídas ao receber aquele sacramento. Assim, o batismo dá a graça especial para viver como bons filhos de Deus; a confirmação concede a força e o valor para confessar e defender a fé até a morte, se for preciso; o matrimonio, para que os cônjuges sejam bons esposos e eduquem de forma cristã os filhos; etc.. * Caráter. O batismo, confirmação e ordem sacerdotal concedem, além disso, o caráter, que é um sinal espiritual e indelével que confere uma peculiar participação no sacerdócio de Cristo. Por isso, estes sacramentos só se recebem uma única vez. De que se compõe um sacramento Um sacramento se compõe de matéria, forma e o ministro que o realiza com a intenção de fazer o que faz a Igreja. * A matéria é a realidade ou ação sensível, como a água natural no batismo, os atos do penitente na confissão (contrição, confissão e satisfação). * A forma são as palavras que, ao faze-lo, se pronunciam. * O ministro é a pessoa que faz ou administra o sacramento. Diversidade de sacramentos Seguindo a analogia entre vida natural e etapas da vida sobrenatural, podem-se distinguir nos sacramentos, três grupos distintos: a) Sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Confirmação e Eucaristia, que põem os fundamentos da vida cristã e comunicam a vida nova em Cristo; b) Sacramentos de cura: Penitência e Unção dos Enfermos, que curam o pecado e as feridas da nossa debilidade; c) Sacramentos a serviço da comunidade: Ordem sacerdotal e Matrimônio, estabelecidos para socorrer as necessidades da comunidade cristã e da sociedade humana.
  • 24. Os sacramentos formam um organismo no qual cada um deles tem sua função vital. A Eucaristia ocupa um lugar único, enquanto "sacramento dos sacramentos". Podemos dizer com Santo Tomás de Aquino que "todos os outros sacramentos estão ordenados para a Eucaristia como seu fim". Os sacramentos são necessários para a salvação Os sacramentos não só são importantes, mas necessários, se queremos viver a vida cristã e aumenta-la em nós. São como os canais que conduzem a água, e, neste caso, trazem para a nossa alma a graça da redenção de Cristo na cruz. E são necessárias também as nossas disposições para receber -ou receber com maior abundância- a água limpa da graça. Dão sempre a graça se são recebidos com as devidas disposições, e se não se recebe mais graça, não é por culpa do sacramento, mas por falta de melhor preparação. É preciso aproximar-se, portanto, para receber os sacramentos, com a melhor disposição possível, para podermos receber a graça com abundância. Propósitos de vida cristã * Agradecer ao Senhor a instituição dos sete sacramentos e demonstrar a estima por eles, preparando-se muito bem para recebe-los. * Receber com freqüência os sacramentos da Penitência e da Eucaristia. 24 A EUCARISTIA Na Igreja Católica, a Eucaristia é um dos sete sacramentos. Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, a Eucaristia é "o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao seu regresso, confiando assim à sua Igreja o memorial da sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da vida eterna." (n. 271) Segundo o papa João Paulo II, em sua encíclica Ecclesia de Eucharistia, a Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra; é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho. Ainda nessa encíclica, é chamada atenção para o fato significativo de que no lugar onde os Evangelhos Sinópticos narram a instituição da Eucaristia, o evangelho de João propõe a narração do lava-pés, gesto que mostra Jesus mestre de comunhão e de serviço; em seguida o papa atenta para o fato de que mais tarde o apóstolo Paulo qualifica como indigna duma comunidade cristã a participação na Ceia do Senhor que se verifique num contexto de discórdia e de indiferença pelos pobres. Comungar ou receber a Comunhão é nome dado ao ato pelo qual o fiel pode receber a sagrada hóstia sozinha, ou acompanhada do vinho consagrado, especialmente nas celebrações de Primeira eucaristia e Crisma. Segundo o Compêndio, "Para receber a sagrada Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à Igreja católica e em estado de graça, isto é, sem consciência de pecado mortal. Quem tem consciência de ter cometido pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes da Comunhão. São também importantes o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito
  • 25. pela Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de respeito para com Cristo." (n. 291). A transubstanciação do pão em Corpo de Cristo, na missa de canonização do Frei Galvão, em 11 de maio de 2007. A Igreja Católica confessa a presença real de Cristo, em seu corpo, sangue, alma e Divindade após a transubstanciação do pão e do vinho, ou seja, a aparência permanece de pão e vinho, porém a substância se modifica, passa a ser o próprio Corpo e Sangue de Cristo. Eucaristia também pode ser usado como sinônimo de hóstia consagrada, no Catolicismo. "Jesus Eucarístico" é como os católicos se referem a Jesus em sua presença na Eucaristia. "Comunhão" é como o sacramento é mais conhecido. As crianças farão a sua Primeira comunhão. "Comunhão Eucarística" é a participação na Eucaristia. Também há uma adoração especial, chamada "adoração ao Santíssimo Sacramento" e um dia especial para a Eucaristia, o Dia do Corpo de Cristo (em lat. Corpus Christi). Segundo Santo Afonso Maria de Ligório, a devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós. Para a Igreja, a presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a Missa perdura enquanto subsistirem as espécies do pão do vinho. Um dos grandes fatores que contribuíram para se crer na presença real de Cristo e adorá-lo, foram os "milagres Eucarísticos" em várias localidades do mundo, entre eles, um dos mais conhecidos foi o de Lanciano (Itália). São João Crisóstomo destaca o efeito unificador da Eucaristia no Corpo de Cristo, que é identificado pelos cristãos como a própria Igreja: Com efeito, o que é o pão? É o corpo de Cristo. E em que se transformam aqueles que o recebem? No corpo de Cristo; não muitos corpos, mas um só corpo. De fato, tal como o pão é um só apesar de constituído por muitos grãos, e estes, embora não se vejam, todavia estão no pão, de tal modo que a sua diferença desapareceu devido à sua perfeita e recíproca fusão, assim também nós estamos unidos reciprocamente entre nós e, todos juntos, com Cristo. João Paulo II ensinou que à desagregação enraizada na humanidade é contraposta a força geradora de unidade do corpo de Cristo. Segundo a igreja católica a consagração da Hóstia pode ser feita apenas por presbíteros(ou padres) ou por sacerdotes de maior grau hierárquico (bispos, cardeais, ou papa) os diáconos não ministram este sacramento. 25 NOSSA SENHORA Resumidamente, podemos dizer que Nossa Senhora é Mãe de Deus e não da divindade. Ou seja, Ela é Mãe de Deus por ser Mãe de Nosso Senhor, pois as duas naturezas (a divina e a humana) estão unidas em Nosso Senhor Jesus Cristo. A devoção a Virgem Maria é um ardor em serví-la para melhor servir a Deus Maria mulher, virgem, mãe cumulada de dons por Deus e que se associa plenamente à obra do Filho de maneira particular, até ser chamada a partilhar sua glória.
  • 26. 26 Maria é para nós um sinal. Situar-se em relação a Maria é dizer algo de Deus e algo de nós! Foi, sobretudo a partir do concilio de Éfeso, que o culto do povo de Deus a Maria cresceu admiravelmente na veneração, no amor, na invocação e na imitação (Lumen Gentium, 66). Esta veneração e amor nos orientam para Deus. A invocação de Maria situa no interior da comunhão dos santos. Aquela que é a mais próxima de Deus e de nós, como já nos dizia o Papa Paulo VI. A imitação de Maria conduz não a um serviço normal, mas nos leva a um louvor e ao serviço a Deus e aos irmãos. Assim, ao longo da história, Maria tem sido para a Igreja Aquela que convida ao louvor (Lc 1,46-55) e à devoção. Como em Jo 2,5 é também Aquela que mostra, junto da Cruz, até onde deve ir a fidelidade. Ela mostra no Cenáculo que a oração tende primeiramente a pedir o Espírito Santo sobre a Igreja, na comunidade dos discípulos. A verdadeira devoção não consiste numa emoção estéril e passageira, mas deve nascer e ser conservada pela fé, que nos faz reconhecer a grandeza da Mãe de Deus e nos indica a amar filialmente a nossa mãe e a imitar as Suas virtudes (Lumen Gentium, 67). Encerramos com as palavras do Concílio: “na sua vida, deu a Virgem Maria exemplo daquele afeto maternal de que devem estar animados todos quantos cooperam na missão apostólica que a Igreja tem de regenerar aos homens” (Lumen Gentium, 65). ESPÍRITO SANTO A promessa do Espírito Era noite de quinta-feira e Jesus estava reunido com seus discípulos, ao redor de uma mesa. Tinha acabado de lavar os pés de seus amigos, num gesto–testamento: Ele disse: “Como eu sempre fiz, façam vocês também: sirvam uns aos outros!” (Jo 13,15). Depois, com enorme tristeza, Jesus anunciara que um deles iria traí-lo e que chegara a sua hora de glória e que estaria junto com eles por pouco tempo (Jo 13,31–33). Ao mesmo tempo, ele buscou consolar a todos: “não se perturbe o vosso coração!” (Jo 14,1). Com aquelas palavras de Jesus os discípulos ficaram perturbados! Depois de três anos de profunda amizade com aquele amigo extraordinário, depois de ter deixado tudo para segui-lo, em busca de algo mais, não era nada fácil aceitar a idéia de sua morte! E depois? Tudo ia acabar? Quem os ajudaria a continuar a obra que Jesus tinha começado? Ainda existia tanta confusão na cabeça daqueles homens a respeito da pessoa e da mensagem de Jesus! Quem os orientaria? Jesus, amigo, conversa, consola e faz uma grande promessa: “Não fiquem tristes e preocupados! Confiem em Deus, confiem também em mim... se vocês me amam de verdade, obedeçam os meus mandamentos. Então, eu pedirei ao Pai, e ele dará a vocês outro Paráclito, para que permaneça sempre com vocês... Ele é o Espírito da verdade, que o mundo não pode
  • 27. acolher, porque não o vê, nem o conhece. Vocês, porém, o conhecem, porque ele mora em vocês e vive em vocês... Eu não os deixarei órfãos, mas voltarei... O Paráclito, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem de tudo o que lhes disse!” ( Jo 14,1–26). Em outra ocasião, logo antes da ascensão, Jesus confirmou esta promessa: “Esperem que se realize a promessa do Pai, da qual vocês já ouviram falar: dentro de poucos dias serão batizados com o Espírito Santo... O Espírito Santo descerá sobre vocês, e dele receberão força para serem minhas testemunhas até os extremos da terra!” (At 1,4– 8). A realização da promessa Com a sua morte e ressurreição, Jesus expande sobre o mundo o seu Espírito. Já no dia de Páscoa, ao se apresentar a seus discípulos, o Ressuscitado lhes dá seu Espírito (Jo 20,22). Há, porém, um acontecimento especial que manifesta publicamente o Dom de Cristo e o novo tempo do Espírito Santo. Foi no dia de Pentecostes, uma festa Judaica, cinqüenta dias após a Páscoa. Jesus ressuscitado já tinha tirado definitivamente sua presença visível (ascensão) e seus discípulos estavam reunidos naquele mesmo salão onde Jesus tinha feito a grande promessa. Maria também estava lá com os amigos de seu Filho Jesus, esperando e invocando o Dom prometido. Caixa de texto: “De repente, veio do céu um ruído como de um vento que irrompe impetuoso. A casa onde estavam reunidos foi por ele preenchida. E ao mesmo tempo lhes apareceram como que línguas de fogo, que se dividiam e pousavam sobre cada um deles. Todos ficaram repletos do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes dava o poder de exprimir-se”. (At 2,2–4 ). Foi uma experiência fantástica, indescritível! O Espírito do Senhor foi para eles como o fogo que tudo purifica, abrasa, transforma, ilumina! Foi como o vento impetuoso que, com força, tudo impulsiona para frente! E aí estava o primeiro resultado da ação do Espírito: aquele grupo de gente simples e medrosa sai à praça para começar a missão que Jesus lhes tinha confiado, pregando a todos cheios de coragem e sabedoria. É que agora o Espírito de Cristo está com eles! É que agora têm amor no peito, muito amor para dar! E ainda tem mais! Naquela praça havia uma multidão de pessoas de diferentes nações e línguas: por obra do Espírito, todos entendem os apóstolos falarem em sua própria língua! E três mil deles aceitam a mensagem de Cristo e são batizados. É o nascimento da Igreja, novo Povo de Deus, onde não há distinções de raça ou nação, onde todos são irmãos. É o nascimento simbólico de uma nova humanidade, onde os homens, por obra do Espírito, começam a se entender, a falar a mesma “língua” (a linguagem do amor), a viver unidos conforme aquele projeto de Deus, do qual os homens tinham se afastado desde o começo da humanidade (ver a história simbólica da torre de Babel e da confusão das línguas Mas, afinal, quem é o Espírito Santo? Jesus diz claramente: o Espírito Santo é um outro (Jo 14,16). Alguém intimamente ligado com ele e com o Pai. É Deus como o Pai e o Filho. O Espírito Santo é a terceira divina pessoa da Santíssima Trindade. É o amor do Pai e do Filho que nos é comunicado. É o mesmo Espírito sempre presente na vida de Jesus. É o Espírito Santo que transformou pobres homens em profetas, que fez a Virgem Maria ser mãe de Jesus, que impulsionou os apóstolos a serem intrépidos missionários de Cristo. É o Espírito Santo que leva a frente o Reino, a Salvação de Cristo: no mundo e em cada um de nós. É o Espírito Santo que faz nascer e crescer, que defende a pequena semente do Reino plantada por Jesus: a Igreja. É o Espírito Santo que nos torna “homens novos” no Batismo e na Crisma, que nos torna capazes de conhecer e amar Jesus Cristo para vivermos do jeito dele e como suas testemunhas no mundo. É o mesmo Espírito de Deus que mora em nós (1Cor 3,16), que nos impulsiona a sermos santos (não se espante, mas foi Jesus quem pediu isso: “Sejam santos, como santo é meu Pai que está no céu" ). Os frutos do Espírito A árvore e os frutos Uma vez Jesus contou esta parábola: “Certo homem havia plantado uma figueira em sua roça. Um dia, foi lá para colher figos, mas não encontrou. Então disse ao lavrador: Olhe! Hoje faz três anos que venho buscar figos nesta figueira, e não encontro nada! Corte-a! Ela só fica aí esgotando a terra! Mas, o lavrador respondeu: “Senhor, deixa a figueira mais um ano. Vou cavar em volta dela e pôr adubo. Quem sabe, no futuro, ela dará fruto. Se não der então a cortarás! (Lc 13,6-9). Outra vez Jesus usou uma outra comparação, bem parecida com a da figueira. Foi durante a última ceia, quando daquela conversa-testamento em que prometeu o Dom do Espírito. Jesus disse: “Eu sou a verdadeira videira, e meu Pai é o agricultor. Todo o ramo que não dá fruto em mim, o Pai cortará! Fiquem unidos a mim, e 27