O documento discute o inconsciente cognitivo e como processos mentais inconscientes influenciam o pensamento e comportamento. Ele explica como a terapia cognitiva pode treinar o cérebro a substituir esquemas mentais desadaptativos por processos cognitivos mais funcionais e realistas.
3. No início do século XX, Freud construiu uma
teoria sobre o inconsciente
Seu mérito foi essencialmente organizar e
desenvolver as idéias que estavam
circulando na literatura em um sistema
unificado.
4. Freud é o pai do conceito de
inconsciente dinâmico
Conjunto de hipóteses sobre a atividade
psíquica consciente e inconsciente
(metapsicanálise)
5. Expressões usadas na literatura sobre processos
inconscientes:
“processos automáticos” (psicologia cognitiva)
“memória implícita” (neurociências)
“módulos mentais” (psicologia evolucionista)
“percepção subliminar” (psicologia social)
6. A expressão “inconsciente cognitivo” foi cunhada
pelo psicólogo John Kihlstrom (1987) em um
artigo publicado na revista Science
7. Os conteúdos conscientes provêm do
processamento de informações
Não estamos conscientes do processamento
em si,
somente do resultado
8. Hassin Uleman Bargh
Conceituação cientificamente testável
Ampliando o inconsciente cognitivo
The New Unconscious
Framework para processamento inconsciente
Hassin, R. R.; Uleman, J. S. & Bargh, J. A.
The New Unconscious. Oxford: Oxford University Press, 2005.
9.
10.
11. O livro Negro da Psicanálise: Viver e pensar
melhor sem Freud
Organização de Catherine Meyer
(Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011)
12. A maior parte do processamento realizado pelo
cérebro é inconsciente
Só temos acesso consciente a um resumo editado
destas informações
15. Para Bargh (1994), os processos automáticos
exibem quatro dimensões que não
necessariamente se sobrepõe, que chamou de
“Quatro cavaleiros da Automaticidade”:
1 - Falta de percepção
consciente
2 - Ausência de intenção
3 - Ausência de esforço para
execução do
comportamento
4 - Inabilidade de controlar o
processo.
21. “Uma amígdala hipersensível está associada com um padrão de
vieses cognitivos negativos e crenças disfuncionais (que são
fatores de risco para o desenvolvimento de depressão).
Uma combinação de amígdala hiper-reativa e regiões prefrontais
hipoativas estão associadas com avaliação cognitiva negativa e
ocorrência de depressão (Beck, 2008)
22. Para muitos deprimidos, ocorre uma ativação excessiva
do sistema do estresse em resposta a avaliações
distorcidas (Beevers, 2005)
Excesso de ativação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal
e hipersecreção de cortisol tipicamente observada em
pacientes deprimidos
(Parker, Schatzberg & Lyons, 2003; Gotlib et. al., 2008)
23. As interpretações da situações de vida são
fundamentais para determinar a excitação do
sistema do estresse, e distorções na percepção
das relações humanas são uma fonte importante
de eventos potencialmente estressantes.
24. Estudo revelou um aumento da ativação do eixo
hipotálamo-pituitária-adrenal e de secreção de cortisol
nos sujeitos que eram expostos a situações de
laboratório avaliadas como ameaças de rejeição social
(Dickerson & Kemeny, 2004)
25. O estresse produzido pelo exagero na avaliação das situações
estressantes deixa o eixo hipotálamo-pituitária-adrenal mais
ativado, aumentando a secreção de cortisol e atividade límbica,
que passa a predominar sobre a função frontal.
O desbalanço entre as funções frontais diminuídas e a atividade
aumentada da amígdala que leva a um déficit no teste de
realidade do sujeito e da capacidade de reavaliar cognições
negativas
26. Um estudo com pacientes deprimidos revelou que
todos tinham função prefrontal reduzida, e mais
da metade apresentava atividade aumentada da
amígdala
(Siegle et al., 2007)
27. Os processos prefrontais de reavaliação dos
estímulos estão deficientes em
deprimidos, o que ressalta a importância
da terapia cognitiva ao estimular
avaliações mais realistas neste transtorno
28. Amígdala de pacientes depressivos apresenta elevada
atividade, ocasionando vieses na avaliação e
interpretação de estímulos emocionalmente
carregados, e até mesmo na expectativa de estímulos
ameaçadores
(Siegle et al., 2007; Johnstone et. al., 2007; Abler et. al., 2007)
29. No modelo cognitivo expandido (Beck, 2008), a hiper-
reatividade da amígdala é apontada como o correlato
neural para os vieses cognitivos negativos encontrados
em depressivos, causando a secreção massiva de
hormônios de estresse como cortisol que é observada
nestes pacientes (Abler et. al., 2007).
30. O foco seletivo nos aspectos negativos da experiência
resulta nas distorções cognitivas
como personalização, supergeneralização e exagero
formação de atitudes
disfuncionais em relação a
visão do self
(sou inaceitável, inadequado)
31. Diferenças entre o sistema do Hipocampo e Córtices Superiores e
sistema da Amígdala
Processamento Consciente Processamento Inconsciente
Sistema do Hipocampo/Córtex Sistema da Amígdala:
Consciente (memória explícita) Inconsciente (memória implícita)
Lento (via mais lenta tálamo- Rápido (via rápida tálamo-
córtex) amígdala)
Flexibilidade de resposta Automático (avaliação de perigo
mediada pela reflexão e escolha aciona emoções e reações
consciente corporais)
Maior transitoriedade e Permanente (memórias
facilidade de esquecimento com resistentes à extinção)
o tempo Representações simples e cruas
Representações mais do mundo (não faz
detalhadas e acuradas do discriminações finas)
mundo Antigo (conserva-se ao longo da
Mais recente na evolução evolução)
32. No início da terapia, é necessário esforço e
atenção consciente
Com o treinamento cognitivo, os novos padrões
de atribuição de significado vão se tornando
inconscientes
33. O treinamento com técnicas cognitivas vai
mudando o circuito neural de processamento
esquemático, permitindo que o cérebro
executivo do córtex pré-frontal
reavalie as situações.
34. A repetição do processamento nestas vias
diferentes cria novos hábitos mentais, onde
automatismos mais funcionais substituem os
esquemas desadaptativos.
35. Exemplo clínico 1
Enfrentamento da Ruminação
Técnicas cognitivas treinam a capacidade de
monitorar e interromper padrões repetitivos
ruminativos de avaliação distorcida e buscar
interpretações alternativas mais realistas
Uso de técnica de Solução de problemas
36. Exemplo clínico 2
Descatastrofização
Técnicas cognitivas treinam a capacidade de
reestruturar padrões de avaliação distorcida
catastróficas
Uso de técnicas que reavaliam probabilidade de
ocorrência de eventos temidos