As três regras essenciais para distinguir "porque" de "por que" são: 1) "porque" é usado em frases interrogativas com "é que"; 2) "porque" é usado em orações causais; 3) "por que" é usado quando pode ser substituído por "por qual", "por quais", etc, referindo-se a um nome. Exemplos ilustram cada regra.

1. PORQUE e POR QUE
Três regras essenciais para distinguir porque de por que:
1. Utiliza-se porque em geral nas frases interrogativas e, portanto, na expressão
«porque é que». 2. Utiliza-se também porque nas orações causais («Fomos embora,
porque se fazia tarde»). 3. Utiliza-se por que (preposição por e interrogativo ou
relativo que) quando pode ser substituído por «por qual», «por quais», «pelo qual»,
«pela qual», «pelos quais», «pelas quais», ou seja, normalmente quando está
presente na frase o nome a que o que se refere.
Exemplos de 1
a. «– Como e porque deixou ele o país?»
b. «-Joaninha, Joaninha, porque tens tu os olhos verdes?...»
c. «– Diz-me uma coisa. Porque não tens vindo às aulas?»
d. «Porque não havemos de partir já para a Itália? Se tem de ser, porque não há-de
ser já?»
Exemplos de 2 (conjunção causal):
a. Ela ofereceu-me o livro porque já o tinha lido.
b. Ele chegou atrasado porque teve de ir resolver um outro assunto.
c. Eles estão felizes porque o filho lhes deu um neto.
Exemplos de 3 (preposição por + que interrogativo ou relativo):
a. Por que motivo terá ela feito aquilo? (= por qual motivo)
b. Não sei por que motivo ele não veio.
c. Por que carga de água tomou ele aquela decisão?
d. Por que mulher foste capaz de fazer tal loucura? (= por qual)
e. Ele sabe por que caminho deverá enviar os seus homens.
f. Tarda a decisão por que anseio. (= pela qual)
g. São muitas as provações por que temos de passar. (= pelas quais)
h. Ele desconhece a causa por que lutamos. (= pela qual)
Graça Quintal
janeiro 2015