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Contexto Histórico
A obra focaliza fatos históricos e políticos
ocorridos durante a fase de instalação da república,
mais precisamente no governo de Floriano Peixoto
(1891 - 1894). Seus ataques, sempre escachados,
derramam-se para todos os lados significativos da
sociedade que contemplam a Primeira República,
ou seja, as primeiras décadas desse regime aqui no
Brasil.
O romance descreve a vida política do
Brasil após a Proclamação da República, o
nacionalismo ingênuo, fanatizante e
xenófobo do Major Policarpo Quaresma,
apavorado com a descaracterização da
cultura e da sociedade brasileira, modelada
em valores europeus.
Contexto Histórico
O PRÉ-MODERNISMO (1902-1922)
Convencionou-se a chamar de Pré-Modernismo (1902) o
período anterior à semana de arte moderna de 1922. Não
é um estilo literário.
O Pré-Modernismo é um período de transição, pois ao
mesmo tempo em que encontrávamos produções
conservadoras como as poesias parnasianas e simbolistas
encontravam-se também as primeiras produções de
caráter mais moderno, preocupados com a realidade
brasileira da época.
As produções do início do século são agrupadas
sob a designação pré-modernistas pela inserção
naquele tempo histórico e por iniciarem a busca
pelo brasileiro desconhecido, que passou a ser
retratado de modo objetivo e distanciado. No
entanto, não inauguraram uma concepção estética
original; conservaram basicamente a linguagem
literária do século XIX.
O PRÉ-MODERNISMO (1902-1922)
Autor - Lima Barreto
Mulato num Brasil que mal acabara de
abolir oficialmente a escravatura, teve
oportunidade de boa instrução escolar. Após
a morte da mãe, passou a frequentar a escola
pública de D. Teresa Pimentel do Amaral.
Em seguida, passou a cursar o Liceu Popular
Niteroiense, após o seu padrinho, o visconde
de Ouro Preto, concordar em custear sua
educação. Lá ficará até 1894, completando o
curso secundário e parte do supletivo.
Lima Barreto começou a sua colaboração
na imprensa desde estudante, em 1902, no A
Quinzena Alegre, depois no Tagarela O
Diabo e na Revista da Época. Em jornais de
maior circulação, começou em 1905,
escrevendo no Correio da Manhã uma série
de reportagens sobre a demolição do Morro
do Castelo.
Autor - Lima Barreto
As perseguições de que foi vítima refletem-se
em boa parte de sua obra, desde “Triste Fim
de Policarpo Quaresma” a “Clara dos Anjos”.
O escritor era um homem doente e perseguido,
e teve uma vida relativamente curta
produzindo nada menos que 17 obras.
Autor - Lima Barreto
A hipocrisia dominante não poderia aceitar,
em hipótese alguma, que um mulato pobre,
filho de escrava, tivesse o nome literalmente
reconhecido.
Nos últimos anos o nome de Lima Barreto
começa a figurar no lugar que lhe cabe de
direito, como se não o maior, pelo menos um
dos maiores escritores cariocas.
Autor - Lima Barreto
Sua vida foi atribulada pelo alcoolismo e
por internações psiquiátricas, ocorridas
durante suas crises severas de depressão - à
época era um dos sintomas pertencentes ao
diagnóstico de "neurastenia", constante de
sua ficha médica - vindo a falecer aos 41
anos de idade.
Autor - Lima Barreto
Sobre a loucura, a fala do narrador de Triste fim
de Policarpo Quaresma parece ser a própria voz
de Lima Barreto:
Saiu o major mais triste ainda do que vivera toda a
vida. De todas as cousas tristes de ver, no mundo, a
mais triste é a loucura; é a mais depressora e
pungente.
Lima Barreto
Explora as injustiças sociais e as
dificuldades das primeiras décadas da
República.
Obras:
Triste Fim de Policarpo Quaresma
Recordações do Escrivão Isaías Caminha
Mestiço, pobre e alcoólatra
O romance descreve a vida
política do Brasil após a
proclamação da República
tendo como tema central
nacionalismo fanático.
GÊNERO NARRATIVO - ESPECIE ROMANCE
A narrativa é um gênero textual com
características próprias que a distingue dos demais
gêneros .A narrativa possui personagem,espaço,
narrador, tempo, enredo e conflito.
 Romance é um tipo de história longa e complexa
com várias personagens.
 Caracterizado por livros eles permitem que o
leitor se aprofunde na trama e conheça bem cada
um dos protagonistas dela.
Dentro de um romance podem existir histórias
secundárias que ajudam a compor o caráter e a
personalidade das personagens ou ajudam no
entendimento do que se passa na história. Por
possuir uma trama assim tão bem elaborada é
praticamente indispensável o grande número de
personagens.
GÊNERO NARRATIVO - ESPÉCIE ROMANCE
Geralmente os protagonistas são descritos de
forma tão minuciosa que no fim do romance nos
sentimos íntimos deles.
Nem todo o romance é uma história de amor,
podem ser, romances românticos, de suspense,
aventura, policial e muito mais.
GÊNERO NARRATIVO - ESPECIE ROMANCE
MAJOR POLICARPO QUARESMA
poli- muito / carpo- choro, sofrimento / quaresma-
período de penitências e resguardo que começa no fim
do Carnaval e se estende por 40 dias.
Nacionalismo exacerbado;
Estrutura da Obra - Personagem
"era um homem pequeno, magro, que usava pince-nez,
olhava sempre baixo, mas quando fitava alguém ou
alguma cousa, os seus olhos tomavam, por detrás das
lentes, um forte brilho de penetração, e era como se
ele quisesse ir à alma da pessoa ou da cousa que
fixava". "Contudo, sempre os trazia baixos como se
guiasse pela ponta do cavanhaque que lhe enfeitava o
queixo". "Vestia-se sempre de fraque, e era raro que
não se cobrisse com uma cartola de abas curtas e
muito alta, feita segundo um figurino antigo..." Tudo
"made in Brasil": "de tudo que há nacional, eu não
uso estrangeiro. Visto-me com um pano nacional,
calço botas nacionais e assim por diante."
Estrutura da Obra - Personagem
ADELAIDEADELAIDE
Espírito totalmente diferente;
 Censurava-o constantemente pela rigidez da preferência peles
artigos nacionais;
Queixava-se dos temperos nacionais, da manteiga rançosa;
Não entendia porque ele estudava tanto e se preocupava com a
situação do país.
Quatro anos mais velha que o Major;
Ser metódico (ordenado e organizado);
 Não revelava nenhuma paixão ou ambição.
Não possui perspectiva de vida que não seja do lado do irmão;
 Dedicava-se apenas aos afazeres domésticos.
Estrutura da Obra - Personagem
RICARDO CORAÇÃO DOS OUTROSRICARDO CORAÇÃO DOS OUTROS
 Famoso por sua habilidade em cantar modinhas e
tocar violão;
Tinha um ótimo relacionamento com o Major
Quaresma;
 Dava lições de violão;
Na obra representa a cultura popular;
Estrutura da Obra - Personagem
OLGAOLGA
Era muito querida pelo Major, e lhe ocupava no
coração o lugar dos filhos que não tivera nem teria;
 Por meio dessa personagem o autor nos apresenta um
novo perfil de mulher
 Ela é ativa, inteligente e determinada, sabe o que quer
e luta por seus objetivos, demonstrando assim um certo
desvio dos padrões destinados às mulheres;
Possuía uma ousadia de ideal, uma obstinação em
seguir um sonho;
Estrutura da Obra - Personagem
MARECHAL FLORIANO PEIXOTO
 Transportado do mundo real da história para a ficção;
Representar o poder;
Alvo de violentas críticas nas intervenções do
autor/narrador;
 Marechal é visto como um feroz tiranete doméstico,
intelectualmente limitado e politicamente
despreparado.
 Mostra compreender muito bem o poder que possui,
os atos que pratica e o papel que desempenha.
 É ele que, ao tomar conhecimento dos projetos do
major, o define com uma precisão inapelável: “Você,
Quaresma, é um visionário”
Estrutura da Obra - Personagens
ISMÊNIAISMÊNIA
 "Era até simpática, com a sua fisionomia de pequenos traços
mal desenhados e cobertos de umas tintas de bondade";Era
noiva de Cavalcanti e esse noivado durava anos;
 Havia cinco que ele arrastava um curso de Odontologia de dois
anos.
"Na vida, para ela, só havia uma coisa importante: casar-se; mas
pressa não tinha nada nela a pedia";
Psicologicamente, era de uma natureza pobre, incapaz de
qualquer vibração sentimental.
 Mostrava uma bondade passiva; Antes da fuga do noivo, cujo
pedido de casamento fora tão comemorado, viu desmoronar o
sentido de sua vida. Incapaz de reunir forças para reagir,
humilhou-se, entristeceu-se, definhou, enlouqueceu, morreu.
Estrutura da Obra - Personagens
CAVALCANTI
 Noivo de Ismênia;
 Estudante de odontologia;
O pai da noiva ajuda-o a pagar os seus estudos;
Depois de formado ele vai para o interior e não dá
mais notícia.
Estrutura da Obra - Personagens
DR. ARMANDO BORGES
Marido de Olga;
Médico;
Interesseiro;
Metido a literato.
Estrutura da Obra - Personagens
VICENTE COLEONE
Italiano grande amigo de Policarpo;
Tinha uma grande divida de gratidão.
ANASTÁCIO
Empregado fiel;
Era o criado que desde sempre acompanhava o Major. Preto
africano, era muito trabalhador, mas precisava de comando
por que era "baldo de iniciativa, de método, de continuidade
no esforço".
Muda-se para o Sítio Sossego com Adelaide e Policarpo.
Estrutura da Obra - Personagens
DOUTOR SEGADAS
Clínico famoso, única desafeição de Quaresma;
Não admitia que Quaresma tivesse livros.
FELIZARDO
Felizardo - muito trabalhador, foi contratado por
Quaresma. Casado com a curadeira Sinhá Chica.
"Era magro, alto, de longos braços, longas pernas,
como um símio". Muito conversador, leva e traz.
Rebentando a revolta da Esquadra, ocultou-se para
fugir ao recrutamento.
Estrutura da Obra - Personagens
Mané Candeeiro
Outro contratado. Era claro e tinha umas feições
regulares, cesarianas, duras e fortes, um tanto
amolecidas pelo sangue africano. Falava pouco e
cantava muito.
Estrutura da Obra - Personagens
Sinhá ChicaSinhá Chica
 Mulher de Felizardo, "velha cafuza, espécie de
Medéia esquelética, cuja fama de rezadeira pairava
por todo o município". "Vivia sempre mergulhada
no seu sonho divino, abismada nos misteriosos
poderes dos feitiços, sentada sobre as pernas
cruzadas, olhos baixos, fixos, de fraco brilho,
parecendo esmalte de olhos de múmia, tanto ela
era encarquilhada e seca."
Estrutura da Obra - Personagens
Estrutura da Obra - Narrador
Esse romance é narrado em terceira pessoa e
descreve a vida política (1891-1894) no governo
Floriano Peixoto após a proclamação da república,
focalizando fatos históricos da política no Brasil.
O narrador é onisciente pois, ele sabe de tudo , ou
seja ,conhece todos os aspectos da história e de
seus personagens como sentimentos e
pensamentos.
Em algumas passagens percebemos a intromissão
do narrador:
“Era de ver como aquela vida tão estranha à nossa,
naquele instante penetrava em nós e sentíamos-lhe
o sofrimento a agonia e a dor. (Pag. 133).’’
Estrutura da Obra - Narrador
O narrador narra o sofrimento de Policarpo
Quaresma ; um patriota apaixonado pelas coisas do
Brasil, que luta até o fim pela valorização da
pátria.
Fragmentos em terceira pessoa:
Estrutura da Obra - Narrador
“Quaresma olhava para o velho poeta com o
espanto satisfeito de alguém que encontrou um
semelhante no deserto. (pag. 28).’’
“O general era leal,bom e generoso. (pag.;37).’’
‘’Quaresma era doce , bom e modesto. (pag. 62)’’
“Dona Adelaide ,a irmã de Quaresma ,tinha uns
quatro anos mais que ele. (pag.;121) ’’
Estrutura da Obra - Narrador
Estrutura da Obra - Espaço
Primeiro entre o subúrbio e o local de trabalho do
major Quaresma .
“Como de hábito , Policarpo Quaresma , mais
conhecido por Major Quaresma, bateu em casa as
quatro e quinze da tarde .Havia mais de vinte anos
que isso acontecia.Saindo do Arsenal de guerra , onde
era subsecretário (pag. 07).’’
A cidade do Rio de Janeiro, o sítio e os lugares de
conflitos da história. Depois que ele saiu do
hospício decide vender a casa da cidade e comprar
uma chácara no campo chamado “Sossego”.
“Não era feio o lugar , mas não era belo. Tinha,
entretanto ,o aspecto tranquilo e satisfeito de quem
se julga bem coma sua sorte.’’
‘’Não havia três meses que viera habitar aquela
casa,naquele ermo lugar , a duas horas do Rio, por
estrada de ferro, após ter passado seis meses no
hospício da Praia das Saudades. (pag.78).’’
Estrutura da Obra - Espaço
E enfim volta novamente ao Rio de Janeiro quando ele
integra ao exército brasileiro em defesa da República
na revolta da Armada.
“Fizera Dona Adelaide mil objeções a sua partida ;
mostrara-lhe os riscos da luta , da guerra ,
incompatíveis com a sua idade e superiores a sua
força ;ele ,porém não se deixara abater , fizera pé
firme , pois sentia , indispensável ,necessário que toda
a sua vontade ,que toda a sua inteligência , que tudo o
que ele tinha de vida e atividade fosse posto a
disposição do governo. (pag. 150).’’
Estrutura da Obra - Espaço
De forma cronológica o narrador conta a história do
patriota Policarpo Quaresma .exemplos de fragmentos
sobre o tempo no decorrer do enredo:
Estrutura da Obra - Tempo
“Seu pai a trazia as vezes, aos domingos,quando vinha
cumprir o piedoso dever de amizade , visitando
Quaresma .Há quanto estava ali ?Ela não se lembrava
ao certo; uns três ou quatro meses , se tanto.”
(pag.64)’
“O noivo partira um mês antes do carnaval e depois do
grande festejo carioca a sua tortura foi maior
(pag.76).’’
‘’Não havia três meses que viera habitar aquela casa ,
naquele ermo lugar , a duas horas do Rio,Por estrada
de ferro após ter passado seis meses no hospício da
Praia das Saudades. (pag.78).’’
Estrutura da Obra - Tempo
Enredo – Parte I
• Policarpo Quaresma – conhecido como
Major.
Tinha uma vida simples, rotineira, era
isolado.
Aprendeu a tocar violão com o Sr. Ricardo
Coração dos Outros – espantando toda
vizinhança.
“É preconceito supor-se que todo o homem que toca violão
é desclassificado. A modinha é genuína expressão da
poesia nacional e o violão é o instrumento que ela pede”.
(Pag.: 19)
“Era a modinha acompanhada pelo violão, tratou de
aprender o instrumento brasileiro e entrar nos segredos da
modinha”. (Pag. 24)
Enredo – Parte I
• Quaresma era extremamente patriota, lia todos os
livros da História do Brasil, queria conhecer o Brasil
inteiro, exaltava os produtos, amava o país no qual
morava.
• “Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas
estudou a Pátria , nas riquezas naturais, na sua
história, na sua geografia, na sua literatura e na sua
política”. (Pag. 21)
Enredo – Parte I
Ismênia ia se casar com Cavalcanti , estudante de
odontologia, porém, sempre dizia que daqui a quatro
anos eles se casariam. Ismênia se preparava para o
casamento e era a mais desanimada da turma.
Enredo – Parte I
• Quaresma sempre conversava com as outras pessoas
sobre o Brasil, suas riquezas, e não entendia porque o
povo não enxergava o Brasil como um país
desenvolvido.
• “A convicção que sempre tivera de ser o Brasil o
primeiro país do mundo e o seu grande amor à Pátria,
eram agora ativos e impeliram-no a grandes
cometimentos”. (Pág. 30)
Enredo – Parte I
• Quaresma procurava por pessoas que tinham cultura e
que sabiam sobre as cantigas: “Bumba-meu-boi”
“ioiô” e viu que o povo não tinha tradição, era pessoas
sem cultura.
Até que descobriram um senhor que foi indicado pelo
noivo de Ismênia, que sabia várias canções, porém
revelaram a Quaresma que essas eram estrangeiras.
Para Quaresma a decepção foi grande.
Enredo – Parte I
Enredo – Parte I
• Quaresma estudou um ano sobre a língua Tupi – Guarani,
mandou uma carta ao Congresso Nacional decretando que o
Tupi era a língua oficial e nacional do povo Brasileiro.
• “... é a única capaz de traduzir as nossas belezas de pôr nos
em relação com a natureza e adaptar-nos perfeitamente
aos nossos órgãos vocais e cerebrais”. (Pág. 55)
Enredo – Parte I
• Isto foi assunto durante dias, publicou em todos os jornais,
o Major foi visto como o “doido” foi criticado por todos,
até pelos amigos.
• Nunca sofrerá críticas, nunca se atirou à publicidade, vivia
imerso no seu sonho... Ora deles, ele não conhecia
ninguém; e com as pessoas com quem falava, trocava
pequenas banalidades, ditos de todo dia.. (Pág. 56)
• Dizia o secretário: “Este tolo dirigir-se ao Congresso e
propor alguma coisa! Pretensioso” (Pág. 58)
Enredo – Parte I
• Quaresma se revolta com as pessoas que acham que ele
mente.
• Que o julgassem doido – vá! Mas que desconfiassem da
sinceridade das suas afirmações, não! Vivia dividido em
dois: uma parte nas obrigações de todo dia, e a outra, na
preocupação de provar que sabia o tupi.
(Pág. 62)
Enredo – Parte I
Quaresma é levado para o hospício, longe de tudo.
“Cada louco traz em si o seu mundo e para ele não há
mais semelhantes; o que foi antes da loucura é outro
muito outro do que ele vem a ser após”. (Pág. 66)
Enredo – Parte I
• Meses depois, Quaresma foi visitado pelo compadre e
a afilhada, se mostrava recuperado.
“ _ O major está muito melhor; quer sair?
Quaresma não respondeu logo; pensou um pouco e
respondeu firme e vagarosamente:
_ É melhor esperar um pouco.. Vou melhor...” (Pág. 69)
Enredo – Parte I
Sua afilhada, Olga, ia se casar e foi
visitá-lo.
Enredo – Parte II
Quaresma sai do manicômio.
“ Saiu o major mais triste ainda do que
vivera toda a vida. De todas as coisas tristes
de ver, no mundo, a mais triste é a loucura,
é a mais depressora e pungente”. (Pág. 80)
• Olga sugere que o Major compre um sítio para descansar.
• Major aderiu a ideia e comprou o Sítio – “Sossego”,
planejou toda sua vida agrícola e estudou sobre a terra, e
foram morar: Quaresma e D. Adelaide (irmã de
Quaresma).
“Havia em Quaresma um entusiasmo sincero, entusiasmo
de ideólogo que quer pôr em prática a sua ideia”. (Pág.
85)
Enredo – Parte II
Enredo – Parte II
Ricardo vai passar uns dias no sítio.
Quintona filha de Albernaz se casa.
Olga também se casa com o médico – Quaresma não
comparece ao seu casamento, mas mandou um leitão e
um peru como de costume das festas.
Enredo – Parte II
• Olga e o marido visitam Quaresma no sítio.
• No dia seguinte, o nome de Quaresma sai no caderno do jornal
sobre política.
“POLITICA DE CURUZU
Quaresma, meu bem, Quaresma!
Quaresma do coração!
Deixa as batatas em paz,
Deixa em paz o feijão.
Jeito não tens para isso
Quaresma, meu cocumbi!
Volta à magia antiga
De redigir em tupi. ” (pág. 110)
Enredo – Parte II
Quaresma ficou indignado não entendeu o seu nome
envolvido na política.
“Acreditavam todos que o major viera para ali com o
intuito de fazer política, tanto assim que dava esmolas
deixava o povo fazer lenha do seu mato, distribuía
remédios homeopáticos...” (pág. 110)
Enredo – Parte II
Plantou , lutou e colheu no seu sítio – recebeu um bom
dinheiro pelas produções da terra.
Não durou muito a alegria – um inimigo apareceu: as
formigas . Tudo morria e o lucro era pequeno.
Quaresma lutava para levantar a agricultura.
Enredo – Parte II
As eleições estavam iniciando. O presidente da
Câmera Tenente Antônio Dutra, visita Quaresma
pedindo ajuda para a festa da igreja, com intuito de
saber qual era seu lado na política. Quaresma deixa
claro que vai ajudar a festa, mas não ia tomar partido
porque não estava lá por interesses políticos.
Enredo – Parte II
• Devido a sua postura, um homem fardado levou um
ofício para Quaresma, dizendo que era intimado a
roçar e capinar as testadas do referido sítio que
confrontavam com as vias públicas.
• Quaresma não fez nada, recebeu uma multa de
quinhentos mil réis, por ter enviado produtos de sua
lavoura sem pagamento dos impostos.
Enredo – Parte II
Início da revolta .
“ Ainda estávamos no começo da revolta, mas o regime
já publicara o seu prólogo e todos estavam avisados”
(...) “Demais surgiam as vinganças mesquinhas, a
revide de pequenas implicâncias... Todos mandavam,
a autoridade estava em todas as mãos.”(Pág. 132)
• Quaresma volta para a cidade , para a revolta e fica do
lado de Floriano.
• “Quaresma como muitos homens honestos e sinceros
do tempo, foram tomados pelo entusiasmo contagioso
que Floriano conseguia despertar. Pensava nas
grandes obras que o Destino reservava àquela figura
plácida e triste...” (pág. 148)
Enredo – Parte III
Enredo – Parte III
Quaresma fez um memorial colocando tudo que
achava sobre a política do Brasil e entregou ao
Floriano pensando que ele seguiria suas ideias.
Enredo – Parte III
• A revolta passa a ser uma festa.
“ Com o tempo , a revolta passou a ser uma festa, um
divertimento da cidade... Quando se anunciava um
bombardeio, num segundo , o terraço do Passeio
Público se enchia. Era como se fosse uma noite de
luar, no tempo em que era do tom apreciá-las no velho
jardim...” (Pág. 162)
Enredo – Parte III
Quaresma e Bustamente viviam juntos.
Ismênia não deu sorte no casamento e ficou doida,
enlouqueceu, que nada curava a moça. Seus pais
levaram-na em todos os médicos, curadores, espíritas e
descobriram que poderia ter feito um feitiço contra
ela. Ismênia morre tentando vestir seu vestido de noiva
no quarto.
Enredo – Parte III
Com a ausência de Quaresma no Sítio “Sossego”, a
terra fica abandonada e encontra-se acabada. D.
Adelaide sentia sua falta e mandava cartas ao irmão
todos os dias.
Quaresma responde uma das cartas da irmã e diz que
foi ferido, seu sofrimento era mais moral.
Enredo – Parte III
“Que combate, minha filha! Que horror! Quando me
lembro dele, passo as mãos pelos olhos como para afastar
numa visão má. Fiquei com horror à guerra que ninguém
pode avaliar... Esta vida é absurda e ilógica; eu já tenho
medo de viver.” (Pág. 187)
“ Sua sensação era de fadiga, não física, mas moral e
intelectual. Tinha vontade de não mais pensar, de não
mais amar; queria contudo, viver por prazer físico, pela
sensação material, pura e simples de viver”. (Pág. 188)
Enredo – Parte III
• Quaresma foi preso.
“Fora preso pela manhã, logo a erguer-se da cama; e
pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem
relógio”...
“Entretanto , ele atribuía a prisão à carta eu escrevera
ao presidente, protestando contra a cena que
presenciaria na véspera”. ( Pág. 196)
Enredo – Parte III
• Quaresma indaga sobre o seu patriotismo!
“ E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela
atrás da miragem de estudar a Pátria, por amá-lo e
querê-la muito, no intuito de contribuir para a sua
felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso
a sua virilidade também; e agora que estava na velhice,
como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela
o condecorava? Matando-o. E o que não deixara de ver,
de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não
pandegara, não amara – todo esse lado da existência que
parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não
vira , ele não provara, ele não experimentara. (Pág. 197)
Enredo – Parte III
• Ricardo procurou ajuda para soltá-lo e só recebeu ajuda de
sua afilhada Olga.
“Com tal gente, era melhor tê-lo deixado morrer só e
heroicamente num ilhéu qualquer, mas levando para o
túmulo inteiramente intacto o seu orgulho, a sua
personalidade moral, sem a mácula de um empenho que
diminuísse a injustiça de sua morte, que de algum modo
fizesse crer aos seus algozes que eles tinham direito de
matá-lo”. (Pág. 205)
Críticas
O autor, em Triste Fim de Policarpo
Quaresma, caracteriza o Major Policarpo como
“patriota de ação, tomado de um sentimento
sério, grave e absorvente pelo seu país.
A personagem Major Policarpo Quaresma como um
visionário, a saber, segundo Ximenes (2000, p. 964),
tem ideias ou sonhos extravagantes ou pouco realistas;
utopista. Podemos perceber esses comportamentos no
Major Policarpo, em dois momentos, o primeiro
momento é quando ele começa a estudar os costumes
tupinambás, e o segundo quando ele faz um
requerimento para o Conselho Nacional pedindo para
que a língua tupi-guarani se tornasse a língua oficial
brasileira. Iremos apresentar a citação onde ilustra o
primeiro momento que justifica o Major Policarpo
como um visionário:
Críticas
Desde dez dias que se entregava a essa árdua tarefa,
quando (era domingo) lhe bateram à porta, em meio
de seu trabalho. Abriu, mas não apertou a mão.
Desandou a chorar, a berrar, a arrancar os cabelos,
como se estivesse perdido a mulher ou um filho. [...]
Ele ainda chorou um pouco. Enxugou as lágrimas e,
depois explicou com a maior naturalidade: - Eis aí?
Vocês não têm a mínima noção das coisas da nossa
terra. Queriam que eu apertasse a mão... Isto não é
nosso! Nosso cumprimento é chorar quando
encontramos os amigos, era assim que faziam os
tupinambás. (BARRETO, 2006, cap. 2 p35-36).
 
Críticas
Desde cedo o major se preocupava com as questões
do patriotismo, e não era por ações políticas, e nem
por razões de poder, ele se interessava pelo seu país
na totalidade. Sua emoção, seu civismo vinham do
seu interior, uma questão de amor e honra por sua
pátria, e infelizmente esse sentimento foi tão intenso
que lhe acarretou alguns problemas, por exemplo,
quando ele solicitou ao Congresso Nacional o decreto
que a língua tupi-guarani se tornasse a língua oficial
do país, e agora iremos ilustrar uma parte desse
decreto:
Críticas
Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público,
certo de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo
também de que, por esse fato, o falar e o escrever em geral,
sobretudo no campo das letras, se vêem na humilhante
contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos
proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro do nosso
país, os autores e os escritores, com especialidade os
gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical,
vendo-se, diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais
profundos estudiosos do nosso idioma – usando do direito que
lhe confere a Constituição, vem pedir que o Congresso
Nacional decrete o tupi-guarani como língua oficial e nacional
do povo brasileiro [...]. [...] Seguro de que a sabedoria dos
legisladores saberá encontrar meios para realizar semelhante
mediada, e cônscio de que a Câmara e o Senado pesarão o seu
alcance e utilidade. (BARRETO, 2006, pp. 55-56).
Críticas
Com esta paixão exacerbada patriotismo do major
Policarpo Quaresma acaba provocando a sua
destruição. Após, um requerimento dirigido à Câmara
dos Deputados, em que solicita a implantação do tupi-
guarani como língua oficial do Brasil, Quaresma passa
pelo descrédito geral e enfrenta a pilhéria dos
conhecidos e dos jornais.
Críticas
Atividades
1. Como e quando foi publicado inicialmente o romance
de Lima Barreto?
2. Que aspectos da trama são enfatizados em cada uma
das partes do livro?
3. Qual o retrato de Policarpo Quaresma?
4. Policarpo Quaresma era realmente um major?
5. Quais os projetos e programas a que Quaresma se
dedica por amor à Pátria?
6. Que causa Policarpo Quaresma defendia ao ser
encarcerado?
7. Por que o fim de Policarpo Quaresma é um “triste
fim”?

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Triste fim de policarpo completo (1)

  • 1.
  • 2. Contexto Histórico A obra focaliza fatos históricos e políticos ocorridos durante a fase de instalação da república, mais precisamente no governo de Floriano Peixoto (1891 - 1894). Seus ataques, sempre escachados, derramam-se para todos os lados significativos da sociedade que contemplam a Primeira República, ou seja, as primeiras décadas desse regime aqui no Brasil.
  • 3. O romance descreve a vida política do Brasil após a Proclamação da República, o nacionalismo ingênuo, fanatizante e xenófobo do Major Policarpo Quaresma, apavorado com a descaracterização da cultura e da sociedade brasileira, modelada em valores europeus. Contexto Histórico
  • 4. O PRÉ-MODERNISMO (1902-1922) Convencionou-se a chamar de Pré-Modernismo (1902) o período anterior à semana de arte moderna de 1922. Não é um estilo literário. O Pré-Modernismo é um período de transição, pois ao mesmo tempo em que encontrávamos produções conservadoras como as poesias parnasianas e simbolistas encontravam-se também as primeiras produções de caráter mais moderno, preocupados com a realidade brasileira da época.
  • 5. As produções do início do século são agrupadas sob a designação pré-modernistas pela inserção naquele tempo histórico e por iniciarem a busca pelo brasileiro desconhecido, que passou a ser retratado de modo objetivo e distanciado. No entanto, não inauguraram uma concepção estética original; conservaram basicamente a linguagem literária do século XIX. O PRÉ-MODERNISMO (1902-1922)
  • 6. Autor - Lima Barreto Mulato num Brasil que mal acabara de abolir oficialmente a escravatura, teve oportunidade de boa instrução escolar. Após a morte da mãe, passou a frequentar a escola pública de D. Teresa Pimentel do Amaral. Em seguida, passou a cursar o Liceu Popular Niteroiense, após o seu padrinho, o visconde de Ouro Preto, concordar em custear sua educação. Lá ficará até 1894, completando o curso secundário e parte do supletivo.
  • 7. Lima Barreto começou a sua colaboração na imprensa desde estudante, em 1902, no A Quinzena Alegre, depois no Tagarela O Diabo e na Revista da Época. Em jornais de maior circulação, começou em 1905, escrevendo no Correio da Manhã uma série de reportagens sobre a demolição do Morro do Castelo. Autor - Lima Barreto
  • 8. As perseguições de que foi vítima refletem-se em boa parte de sua obra, desde “Triste Fim de Policarpo Quaresma” a “Clara dos Anjos”. O escritor era um homem doente e perseguido, e teve uma vida relativamente curta produzindo nada menos que 17 obras. Autor - Lima Barreto
  • 9. A hipocrisia dominante não poderia aceitar, em hipótese alguma, que um mulato pobre, filho de escrava, tivesse o nome literalmente reconhecido. Nos últimos anos o nome de Lima Barreto começa a figurar no lugar que lhe cabe de direito, como se não o maior, pelo menos um dos maiores escritores cariocas. Autor - Lima Barreto
  • 10. Sua vida foi atribulada pelo alcoolismo e por internações psiquiátricas, ocorridas durante suas crises severas de depressão - à época era um dos sintomas pertencentes ao diagnóstico de "neurastenia", constante de sua ficha médica - vindo a falecer aos 41 anos de idade. Autor - Lima Barreto
  • 11. Sobre a loucura, a fala do narrador de Triste fim de Policarpo Quaresma parece ser a própria voz de Lima Barreto: Saiu o major mais triste ainda do que vivera toda a vida. De todas as cousas tristes de ver, no mundo, a mais triste é a loucura; é a mais depressora e pungente.
  • 12. Lima Barreto Explora as injustiças sociais e as dificuldades das primeiras décadas da República. Obras: Triste Fim de Policarpo Quaresma Recordações do Escrivão Isaías Caminha
  • 13. Mestiço, pobre e alcoólatra O romance descreve a vida política do Brasil após a proclamação da República tendo como tema central nacionalismo fanático.
  • 14. GÊNERO NARRATIVO - ESPECIE ROMANCE A narrativa é um gênero textual com características próprias que a distingue dos demais gêneros .A narrativa possui personagem,espaço, narrador, tempo, enredo e conflito.  Romance é um tipo de história longa e complexa com várias personagens.
  • 15.  Caracterizado por livros eles permitem que o leitor se aprofunde na trama e conheça bem cada um dos protagonistas dela. Dentro de um romance podem existir histórias secundárias que ajudam a compor o caráter e a personalidade das personagens ou ajudam no entendimento do que se passa na história. Por possuir uma trama assim tão bem elaborada é praticamente indispensável o grande número de personagens. GÊNERO NARRATIVO - ESPÉCIE ROMANCE
  • 16. Geralmente os protagonistas são descritos de forma tão minuciosa que no fim do romance nos sentimos íntimos deles. Nem todo o romance é uma história de amor, podem ser, romances românticos, de suspense, aventura, policial e muito mais. GÊNERO NARRATIVO - ESPECIE ROMANCE
  • 17. MAJOR POLICARPO QUARESMA poli- muito / carpo- choro, sofrimento / quaresma- período de penitências e resguardo que começa no fim do Carnaval e se estende por 40 dias. Nacionalismo exacerbado; Estrutura da Obra - Personagem
  • 18. "era um homem pequeno, magro, que usava pince-nez, olhava sempre baixo, mas quando fitava alguém ou alguma cousa, os seus olhos tomavam, por detrás das lentes, um forte brilho de penetração, e era como se ele quisesse ir à alma da pessoa ou da cousa que fixava". "Contudo, sempre os trazia baixos como se guiasse pela ponta do cavanhaque que lhe enfeitava o queixo". "Vestia-se sempre de fraque, e era raro que não se cobrisse com uma cartola de abas curtas e muito alta, feita segundo um figurino antigo..." Tudo "made in Brasil": "de tudo que há nacional, eu não uso estrangeiro. Visto-me com um pano nacional, calço botas nacionais e assim por diante." Estrutura da Obra - Personagem
  • 19. ADELAIDEADELAIDE Espírito totalmente diferente;  Censurava-o constantemente pela rigidez da preferência peles artigos nacionais; Queixava-se dos temperos nacionais, da manteiga rançosa; Não entendia porque ele estudava tanto e se preocupava com a situação do país. Quatro anos mais velha que o Major; Ser metódico (ordenado e organizado);  Não revelava nenhuma paixão ou ambição. Não possui perspectiva de vida que não seja do lado do irmão;  Dedicava-se apenas aos afazeres domésticos. Estrutura da Obra - Personagem
  • 20. RICARDO CORAÇÃO DOS OUTROSRICARDO CORAÇÃO DOS OUTROS  Famoso por sua habilidade em cantar modinhas e tocar violão; Tinha um ótimo relacionamento com o Major Quaresma;  Dava lições de violão; Na obra representa a cultura popular; Estrutura da Obra - Personagem
  • 21. OLGAOLGA Era muito querida pelo Major, e lhe ocupava no coração o lugar dos filhos que não tivera nem teria;  Por meio dessa personagem o autor nos apresenta um novo perfil de mulher  Ela é ativa, inteligente e determinada, sabe o que quer e luta por seus objetivos, demonstrando assim um certo desvio dos padrões destinados às mulheres; Possuía uma ousadia de ideal, uma obstinação em seguir um sonho; Estrutura da Obra - Personagem
  • 22. MARECHAL FLORIANO PEIXOTO  Transportado do mundo real da história para a ficção; Representar o poder; Alvo de violentas críticas nas intervenções do autor/narrador;  Marechal é visto como um feroz tiranete doméstico, intelectualmente limitado e politicamente despreparado.  Mostra compreender muito bem o poder que possui, os atos que pratica e o papel que desempenha.  É ele que, ao tomar conhecimento dos projetos do major, o define com uma precisão inapelável: “Você, Quaresma, é um visionário” Estrutura da Obra - Personagens
  • 23. ISMÊNIAISMÊNIA  "Era até simpática, com a sua fisionomia de pequenos traços mal desenhados e cobertos de umas tintas de bondade";Era noiva de Cavalcanti e esse noivado durava anos;  Havia cinco que ele arrastava um curso de Odontologia de dois anos. "Na vida, para ela, só havia uma coisa importante: casar-se; mas pressa não tinha nada nela a pedia"; Psicologicamente, era de uma natureza pobre, incapaz de qualquer vibração sentimental.  Mostrava uma bondade passiva; Antes da fuga do noivo, cujo pedido de casamento fora tão comemorado, viu desmoronar o sentido de sua vida. Incapaz de reunir forças para reagir, humilhou-se, entristeceu-se, definhou, enlouqueceu, morreu. Estrutura da Obra - Personagens
  • 24. CAVALCANTI  Noivo de Ismênia;  Estudante de odontologia; O pai da noiva ajuda-o a pagar os seus estudos; Depois de formado ele vai para o interior e não dá mais notícia. Estrutura da Obra - Personagens
  • 25. DR. ARMANDO BORGES Marido de Olga; Médico; Interesseiro; Metido a literato. Estrutura da Obra - Personagens
  • 26. VICENTE COLEONE Italiano grande amigo de Policarpo; Tinha uma grande divida de gratidão. ANASTÁCIO Empregado fiel; Era o criado que desde sempre acompanhava o Major. Preto africano, era muito trabalhador, mas precisava de comando por que era "baldo de iniciativa, de método, de continuidade no esforço". Muda-se para o Sítio Sossego com Adelaide e Policarpo. Estrutura da Obra - Personagens
  • 27. DOUTOR SEGADAS Clínico famoso, única desafeição de Quaresma; Não admitia que Quaresma tivesse livros. FELIZARDO Felizardo - muito trabalhador, foi contratado por Quaresma. Casado com a curadeira Sinhá Chica. "Era magro, alto, de longos braços, longas pernas, como um símio". Muito conversador, leva e traz. Rebentando a revolta da Esquadra, ocultou-se para fugir ao recrutamento. Estrutura da Obra - Personagens
  • 28. Mané Candeeiro Outro contratado. Era claro e tinha umas feições regulares, cesarianas, duras e fortes, um tanto amolecidas pelo sangue africano. Falava pouco e cantava muito. Estrutura da Obra - Personagens
  • 29. Sinhá ChicaSinhá Chica  Mulher de Felizardo, "velha cafuza, espécie de Medéia esquelética, cuja fama de rezadeira pairava por todo o município". "Vivia sempre mergulhada no seu sonho divino, abismada nos misteriosos poderes dos feitiços, sentada sobre as pernas cruzadas, olhos baixos, fixos, de fraco brilho, parecendo esmalte de olhos de múmia, tanto ela era encarquilhada e seca." Estrutura da Obra - Personagens
  • 30. Estrutura da Obra - Narrador Esse romance é narrado em terceira pessoa e descreve a vida política (1891-1894) no governo Floriano Peixoto após a proclamação da república, focalizando fatos históricos da política no Brasil. O narrador é onisciente pois, ele sabe de tudo , ou seja ,conhece todos os aspectos da história e de seus personagens como sentimentos e pensamentos.
  • 31. Em algumas passagens percebemos a intromissão do narrador: “Era de ver como aquela vida tão estranha à nossa, naquele instante penetrava em nós e sentíamos-lhe o sofrimento a agonia e a dor. (Pag. 133).’’ Estrutura da Obra - Narrador
  • 32. O narrador narra o sofrimento de Policarpo Quaresma ; um patriota apaixonado pelas coisas do Brasil, que luta até o fim pela valorização da pátria. Fragmentos em terceira pessoa: Estrutura da Obra - Narrador
  • 33. “Quaresma olhava para o velho poeta com o espanto satisfeito de alguém que encontrou um semelhante no deserto. (pag. 28).’’ “O general era leal,bom e generoso. (pag.;37).’’ ‘’Quaresma era doce , bom e modesto. (pag. 62)’’ “Dona Adelaide ,a irmã de Quaresma ,tinha uns quatro anos mais que ele. (pag.;121) ’’ Estrutura da Obra - Narrador
  • 34. Estrutura da Obra - Espaço Primeiro entre o subúrbio e o local de trabalho do major Quaresma . “Como de hábito , Policarpo Quaresma , mais conhecido por Major Quaresma, bateu em casa as quatro e quinze da tarde .Havia mais de vinte anos que isso acontecia.Saindo do Arsenal de guerra , onde era subsecretário (pag. 07).’’
  • 35. A cidade do Rio de Janeiro, o sítio e os lugares de conflitos da história. Depois que ele saiu do hospício decide vender a casa da cidade e comprar uma chácara no campo chamado “Sossego”. “Não era feio o lugar , mas não era belo. Tinha, entretanto ,o aspecto tranquilo e satisfeito de quem se julga bem coma sua sorte.’’ ‘’Não havia três meses que viera habitar aquela casa,naquele ermo lugar , a duas horas do Rio, por estrada de ferro, após ter passado seis meses no hospício da Praia das Saudades. (pag.78).’’ Estrutura da Obra - Espaço
  • 36. E enfim volta novamente ao Rio de Janeiro quando ele integra ao exército brasileiro em defesa da República na revolta da Armada. “Fizera Dona Adelaide mil objeções a sua partida ; mostrara-lhe os riscos da luta , da guerra , incompatíveis com a sua idade e superiores a sua força ;ele ,porém não se deixara abater , fizera pé firme , pois sentia , indispensável ,necessário que toda a sua vontade ,que toda a sua inteligência , que tudo o que ele tinha de vida e atividade fosse posto a disposição do governo. (pag. 150).’’ Estrutura da Obra - Espaço
  • 37. De forma cronológica o narrador conta a história do patriota Policarpo Quaresma .exemplos de fragmentos sobre o tempo no decorrer do enredo: Estrutura da Obra - Tempo
  • 38. “Seu pai a trazia as vezes, aos domingos,quando vinha cumprir o piedoso dever de amizade , visitando Quaresma .Há quanto estava ali ?Ela não se lembrava ao certo; uns três ou quatro meses , se tanto.” (pag.64)’ “O noivo partira um mês antes do carnaval e depois do grande festejo carioca a sua tortura foi maior (pag.76).’’ ‘’Não havia três meses que viera habitar aquela casa , naquele ermo lugar , a duas horas do Rio,Por estrada de ferro após ter passado seis meses no hospício da Praia das Saudades. (pag.78).’’ Estrutura da Obra - Tempo
  • 39. Enredo – Parte I • Policarpo Quaresma – conhecido como Major. Tinha uma vida simples, rotineira, era isolado. Aprendeu a tocar violão com o Sr. Ricardo Coração dos Outros – espantando toda vizinhança.
  • 40. “É preconceito supor-se que todo o homem que toca violão é desclassificado. A modinha é genuína expressão da poesia nacional e o violão é o instrumento que ela pede”. (Pag.: 19) “Era a modinha acompanhada pelo violão, tratou de aprender o instrumento brasileiro e entrar nos segredos da modinha”. (Pag. 24) Enredo – Parte I
  • 41. • Quaresma era extremamente patriota, lia todos os livros da História do Brasil, queria conhecer o Brasil inteiro, exaltava os produtos, amava o país no qual morava. • “Durante os lazeres burocráticos, estudou, mas estudou a Pátria , nas riquezas naturais, na sua história, na sua geografia, na sua literatura e na sua política”. (Pag. 21) Enredo – Parte I
  • 42. Ismênia ia se casar com Cavalcanti , estudante de odontologia, porém, sempre dizia que daqui a quatro anos eles se casariam. Ismênia se preparava para o casamento e era a mais desanimada da turma. Enredo – Parte I
  • 43. • Quaresma sempre conversava com as outras pessoas sobre o Brasil, suas riquezas, e não entendia porque o povo não enxergava o Brasil como um país desenvolvido. • “A convicção que sempre tivera de ser o Brasil o primeiro país do mundo e o seu grande amor à Pátria, eram agora ativos e impeliram-no a grandes cometimentos”. (Pág. 30) Enredo – Parte I
  • 44. • Quaresma procurava por pessoas que tinham cultura e que sabiam sobre as cantigas: “Bumba-meu-boi” “ioiô” e viu que o povo não tinha tradição, era pessoas sem cultura. Até que descobriram um senhor que foi indicado pelo noivo de Ismênia, que sabia várias canções, porém revelaram a Quaresma que essas eram estrangeiras. Para Quaresma a decepção foi grande. Enredo – Parte I
  • 45. Enredo – Parte I • Quaresma estudou um ano sobre a língua Tupi – Guarani, mandou uma carta ao Congresso Nacional decretando que o Tupi era a língua oficial e nacional do povo Brasileiro. • “... é a única capaz de traduzir as nossas belezas de pôr nos em relação com a natureza e adaptar-nos perfeitamente aos nossos órgãos vocais e cerebrais”. (Pág. 55)
  • 46. Enredo – Parte I • Isto foi assunto durante dias, publicou em todos os jornais, o Major foi visto como o “doido” foi criticado por todos, até pelos amigos. • Nunca sofrerá críticas, nunca se atirou à publicidade, vivia imerso no seu sonho... Ora deles, ele não conhecia ninguém; e com as pessoas com quem falava, trocava pequenas banalidades, ditos de todo dia.. (Pág. 56) • Dizia o secretário: “Este tolo dirigir-se ao Congresso e propor alguma coisa! Pretensioso” (Pág. 58)
  • 47. Enredo – Parte I • Quaresma se revolta com as pessoas que acham que ele mente. • Que o julgassem doido – vá! Mas que desconfiassem da sinceridade das suas afirmações, não! Vivia dividido em dois: uma parte nas obrigações de todo dia, e a outra, na preocupação de provar que sabia o tupi. (Pág. 62)
  • 48. Enredo – Parte I Quaresma é levado para o hospício, longe de tudo. “Cada louco traz em si o seu mundo e para ele não há mais semelhantes; o que foi antes da loucura é outro muito outro do que ele vem a ser após”. (Pág. 66)
  • 49. Enredo – Parte I • Meses depois, Quaresma foi visitado pelo compadre e a afilhada, se mostrava recuperado. “ _ O major está muito melhor; quer sair? Quaresma não respondeu logo; pensou um pouco e respondeu firme e vagarosamente: _ É melhor esperar um pouco.. Vou melhor...” (Pág. 69)
  • 50. Enredo – Parte I Sua afilhada, Olga, ia se casar e foi visitá-lo.
  • 51. Enredo – Parte II Quaresma sai do manicômio. “ Saiu o major mais triste ainda do que vivera toda a vida. De todas as coisas tristes de ver, no mundo, a mais triste é a loucura, é a mais depressora e pungente”. (Pág. 80)
  • 52. • Olga sugere que o Major compre um sítio para descansar. • Major aderiu a ideia e comprou o Sítio – “Sossego”, planejou toda sua vida agrícola e estudou sobre a terra, e foram morar: Quaresma e D. Adelaide (irmã de Quaresma). “Havia em Quaresma um entusiasmo sincero, entusiasmo de ideólogo que quer pôr em prática a sua ideia”. (Pág. 85) Enredo – Parte II
  • 53. Enredo – Parte II Ricardo vai passar uns dias no sítio. Quintona filha de Albernaz se casa. Olga também se casa com o médico – Quaresma não comparece ao seu casamento, mas mandou um leitão e um peru como de costume das festas.
  • 54. Enredo – Parte II • Olga e o marido visitam Quaresma no sítio. • No dia seguinte, o nome de Quaresma sai no caderno do jornal sobre política. “POLITICA DE CURUZU Quaresma, meu bem, Quaresma! Quaresma do coração! Deixa as batatas em paz, Deixa em paz o feijão. Jeito não tens para isso Quaresma, meu cocumbi! Volta à magia antiga De redigir em tupi. ” (pág. 110)
  • 55. Enredo – Parte II Quaresma ficou indignado não entendeu o seu nome envolvido na política. “Acreditavam todos que o major viera para ali com o intuito de fazer política, tanto assim que dava esmolas deixava o povo fazer lenha do seu mato, distribuía remédios homeopáticos...” (pág. 110)
  • 56. Enredo – Parte II Plantou , lutou e colheu no seu sítio – recebeu um bom dinheiro pelas produções da terra. Não durou muito a alegria – um inimigo apareceu: as formigas . Tudo morria e o lucro era pequeno. Quaresma lutava para levantar a agricultura.
  • 57. Enredo – Parte II As eleições estavam iniciando. O presidente da Câmera Tenente Antônio Dutra, visita Quaresma pedindo ajuda para a festa da igreja, com intuito de saber qual era seu lado na política. Quaresma deixa claro que vai ajudar a festa, mas não ia tomar partido porque não estava lá por interesses políticos.
  • 58. Enredo – Parte II • Devido a sua postura, um homem fardado levou um ofício para Quaresma, dizendo que era intimado a roçar e capinar as testadas do referido sítio que confrontavam com as vias públicas. • Quaresma não fez nada, recebeu uma multa de quinhentos mil réis, por ter enviado produtos de sua lavoura sem pagamento dos impostos.
  • 59. Enredo – Parte II Início da revolta . “ Ainda estávamos no começo da revolta, mas o regime já publicara o seu prólogo e todos estavam avisados” (...) “Demais surgiam as vinganças mesquinhas, a revide de pequenas implicâncias... Todos mandavam, a autoridade estava em todas as mãos.”(Pág. 132)
  • 60. • Quaresma volta para a cidade , para a revolta e fica do lado de Floriano. • “Quaresma como muitos homens honestos e sinceros do tempo, foram tomados pelo entusiasmo contagioso que Floriano conseguia despertar. Pensava nas grandes obras que o Destino reservava àquela figura plácida e triste...” (pág. 148) Enredo – Parte III
  • 61. Enredo – Parte III Quaresma fez um memorial colocando tudo que achava sobre a política do Brasil e entregou ao Floriano pensando que ele seguiria suas ideias.
  • 62. Enredo – Parte III • A revolta passa a ser uma festa. “ Com o tempo , a revolta passou a ser uma festa, um divertimento da cidade... Quando se anunciava um bombardeio, num segundo , o terraço do Passeio Público se enchia. Era como se fosse uma noite de luar, no tempo em que era do tom apreciá-las no velho jardim...” (Pág. 162)
  • 63. Enredo – Parte III Quaresma e Bustamente viviam juntos. Ismênia não deu sorte no casamento e ficou doida, enlouqueceu, que nada curava a moça. Seus pais levaram-na em todos os médicos, curadores, espíritas e descobriram que poderia ter feito um feitiço contra ela. Ismênia morre tentando vestir seu vestido de noiva no quarto.
  • 64. Enredo – Parte III Com a ausência de Quaresma no Sítio “Sossego”, a terra fica abandonada e encontra-se acabada. D. Adelaide sentia sua falta e mandava cartas ao irmão todos os dias. Quaresma responde uma das cartas da irmã e diz que foi ferido, seu sofrimento era mais moral.
  • 65. Enredo – Parte III “Que combate, minha filha! Que horror! Quando me lembro dele, passo as mãos pelos olhos como para afastar numa visão má. Fiquei com horror à guerra que ninguém pode avaliar... Esta vida é absurda e ilógica; eu já tenho medo de viver.” (Pág. 187) “ Sua sensação era de fadiga, não física, mas moral e intelectual. Tinha vontade de não mais pensar, de não mais amar; queria contudo, viver por prazer físico, pela sensação material, pura e simples de viver”. (Pág. 188)
  • 66. Enredo – Parte III • Quaresma foi preso. “Fora preso pela manhã, logo a erguer-se da cama; e pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio”... “Entretanto , ele atribuía a prisão à carta eu escrevera ao presidente, protestando contra a cena que presenciaria na véspera”. ( Pág. 196)
  • 67. Enredo – Parte III • Quaresma indaga sobre o seu patriotismo! “ E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara toda ela atrás da miragem de estudar a Pátria, por amá-lo e querê-la muito, no intuito de contribuir para a sua felicidade e prosperidade. Gastara a sua mocidade nisso a sua virilidade também; e agora que estava na velhice, como ela o recompensava, como ela o premiava, como ela o condecorava? Matando-o. E o que não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não amara – todo esse lado da existência que parece fugir um pouco à sua tristeza necessária, ele não vira , ele não provara, ele não experimentara. (Pág. 197)
  • 68. Enredo – Parte III • Ricardo procurou ajuda para soltá-lo e só recebeu ajuda de sua afilhada Olga. “Com tal gente, era melhor tê-lo deixado morrer só e heroicamente num ilhéu qualquer, mas levando para o túmulo inteiramente intacto o seu orgulho, a sua personalidade moral, sem a mácula de um empenho que diminuísse a injustiça de sua morte, que de algum modo fizesse crer aos seus algozes que eles tinham direito de matá-lo”. (Pág. 205)
  • 69. Críticas O autor, em Triste Fim de Policarpo Quaresma, caracteriza o Major Policarpo como “patriota de ação, tomado de um sentimento sério, grave e absorvente pelo seu país.
  • 70. A personagem Major Policarpo Quaresma como um visionário, a saber, segundo Ximenes (2000, p. 964), tem ideias ou sonhos extravagantes ou pouco realistas; utopista. Podemos perceber esses comportamentos no Major Policarpo, em dois momentos, o primeiro momento é quando ele começa a estudar os costumes tupinambás, e o segundo quando ele faz um requerimento para o Conselho Nacional pedindo para que a língua tupi-guarani se tornasse a língua oficial brasileira. Iremos apresentar a citação onde ilustra o primeiro momento que justifica o Major Policarpo como um visionário: Críticas
  • 71. Desde dez dias que se entregava a essa árdua tarefa, quando (era domingo) lhe bateram à porta, em meio de seu trabalho. Abriu, mas não apertou a mão. Desandou a chorar, a berrar, a arrancar os cabelos, como se estivesse perdido a mulher ou um filho. [...] Ele ainda chorou um pouco. Enxugou as lágrimas e, depois explicou com a maior naturalidade: - Eis aí? Vocês não têm a mínima noção das coisas da nossa terra. Queriam que eu apertasse a mão... Isto não é nosso! Nosso cumprimento é chorar quando encontramos os amigos, era assim que faziam os tupinambás. (BARRETO, 2006, cap. 2 p35-36).   Críticas
  • 72. Desde cedo o major se preocupava com as questões do patriotismo, e não era por ações políticas, e nem por razões de poder, ele se interessava pelo seu país na totalidade. Sua emoção, seu civismo vinham do seu interior, uma questão de amor e honra por sua pátria, e infelizmente esse sentimento foi tão intenso que lhe acarretou alguns problemas, por exemplo, quando ele solicitou ao Congresso Nacional o decreto que a língua tupi-guarani se tornasse a língua oficial do país, e agora iremos ilustrar uma parte desse decreto: Críticas
  • 73. Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao Brasil; certo também de que, por esse fato, o falar e o escrever em geral, sobretudo no campo das letras, se vêem na humilhante contingência de sofrer continuamente censuras ásperas dos proprietários da língua; sabendo, além, que, dentro do nosso país, os autores e os escritores, com especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à correção gramatical, vendo-se, diariamente, surgir azedas polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso idioma – usando do direito que lhe confere a Constituição, vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupi-guarani como língua oficial e nacional do povo brasileiro [...]. [...] Seguro de que a sabedoria dos legisladores saberá encontrar meios para realizar semelhante mediada, e cônscio de que a Câmara e o Senado pesarão o seu alcance e utilidade. (BARRETO, 2006, pp. 55-56). Críticas
  • 74. Com esta paixão exacerbada patriotismo do major Policarpo Quaresma acaba provocando a sua destruição. Após, um requerimento dirigido à Câmara dos Deputados, em que solicita a implantação do tupi- guarani como língua oficial do Brasil, Quaresma passa pelo descrédito geral e enfrenta a pilhéria dos conhecidos e dos jornais. Críticas
  • 75. Atividades 1. Como e quando foi publicado inicialmente o romance de Lima Barreto? 2. Que aspectos da trama são enfatizados em cada uma das partes do livro? 3. Qual o retrato de Policarpo Quaresma? 4. Policarpo Quaresma era realmente um major? 5. Quais os projetos e programas a que Quaresma se dedica por amor à Pátria? 6. Que causa Policarpo Quaresma defendia ao ser encarcerado? 7. Por que o fim de Policarpo Quaresma é um “triste fim”?