3. CONCEPÇÃO
CRÔNICAS POR TEMÁTICAS CRONOLÓGICAS
BIOGRAFIA E RETRATOS DO RIO
(NASCIMENTO, CASAMENTO, CATÁSTROFES,
SITUAÇÕES COTIDIANAS, MORTE)
4. OBJETIVO
EXAMINAR GESTOS E MANIFESTAÇÕES RESSIGNIFICADAS
ARTISTICAMENTE, AMBIENTADAS PELAS CRÔNICAS DE
LIMA BARRETO.
MOMENTOS BIOGRÁFICOS DO ESCRITOR RELACIONADOS
AO TEMA.
5. CRÔNICAS
“A Lei”, “A Mulher Brasileira”, “A Polícia Suburbana”, “As Enchentes”, “Como
é?”, “Elogio da Morte”, “Não as Matem”, “O Caso do Mendigo”, “O Cedro de
Teresópolis”, “O Morcego”, “País Rico”, “Pólvora e Cocaína”, “Sobre o Desastre”,
“Uma outra”, “Variações”.
6. O PAPEL DA
UNIVERSIDADE NA
PUBLICAÇÃO DESTA OBRA
INTERAÇÃO ENTRE LIMA BARRETO E O COTIDIANO ATUAL
POSSIBILIDADE DE OUTROS GÊNIOS À MARGEM DA SOCIEDADE
AMPLIAÇÃO DO CONCEITO DE ARTE E CULTURA
8. ORELHA
Morador do Rio de Janeiro, a vida de Lima Barreto é traçada em conjunto a situações do
cotidiano carioca, através de gestos transformados em expressão artística. Diversas contextos
presentes desde o seu nascimento, que se repetem hoje são dispostos em capítulos ambientados
com uma de suas crônicas cada um. São abordadas temáticas como: aborto, catástrofes,
violência através de uma ótica suavizada pela poética das fotografias e da literatura. As
imagens contextualizadas, relacionam-se com a vida de Lima Barreto como se fosse em
tempo real, aqui e agora. A cada nova leitura, este escritor revive, e nos presenteia com as
suas conquistas de vida, além das lutas também, que se assemelham as nossas.
9. QUARTA CAPA
Uma obra fortemente recomendada para admiradores da literatura e da cidade maravilhosa
e para os cariocas! É O casamento ideal entre o Rio de Janeiro como o conhecemos e Lima
Barreto como você nunca viu, o livro reúne retratos de situações cotidianas do carioca
ambientadas pelas crônicas deste influente escritor. É uma nova e artística perspectiva para
se ter não só do Rio, mas do mundo!
10. A POLÍCIA
SUBURBANA
[...]Moro nos subúrbios há muitos anos e tenho o hábito de ir para a casa alta noite. Uma vez ou
outra encontro um vigilante noturno, um policial e muito poucas vezes é-me dado ler notícias de
crimes nas ruas que atravesso. A impressão que tenho é de que a vida e a propriedade daquelas
paragens estão entregues aos bons sentimentos dos outros e que os pequenos furtos de galinhas e
coradouros não exigem um aparelho custoso de patrulhas e apitos. Aquilo lá vai muito bem, todos se
entendem livremente e o Estado não precisa intervir corretivamente para fazer respeitar a
propriedade alheia. Penso mesmo que, se as coisas não se passassem assim, os vigilantes, obrigados a
mostrar serviço, procurariam meios e modos de efetuar detenções e os notívagos, como eu, ou os
pobres-diabos que lá procuram dormida, seriam incomodados, com pouco proveito para a lei e para o
Estado. Os policiais suburbanos têm toda a razão. Devem continuar a dormir. Eles, aos poucos,
graças ao calejamento do ofício, se convenceram de que a polícia é inútil. Ainda bem.
11. A POLÍCIA Policiais do
SUBURBANA Rio soltam
pipa com
crianças da
comunidade
Cidade de
Deus .
Policial cola cartaz com os dizeres:
EU Policial observa
APOIO arte de pichador.
APAZ
Lima Barreto perde sua mãe em 1888, quando
tinha apenas 7 anos de idade. Mais tarde, muda-
se para o um bairro do subúrbio do Rio, o
Engenho de Dentro e logo conquista uma vaga
na Secretaria de Guerra da época, mediante
concurso público.
12. AS ENCHENTES
A5 chuvaradas de verão, quase todos os anos, causam no nosso Rio de Janeiro, inundações
desastrosas. Além da suspensão total do tráfego, com uma prejudicial interrupção das comunicações
entre os vários pontos da cidade, essas inundações causam desastres pessoais lamentáveis, muitas
perdas de haveres e destruição de imóveis. De há muito que a nossa engenharia municipal se devia
ter compenetrado do dever de evitar tais acidentes urbanos. Uma arte tão ousada e quase tão perfeita,
como é a engenharia, não deve julgar irresolvível tão simples problema. O Rio de Janeiro, da
avenida, dos squares, dos freios elétricos, não pode estar à mercê de chuvaradas, mais ou menos
violentas, para viver a sua vida integral. [...] . Infelizmente, porém, nos preocupamos muito com os
aspectos externos, com as fachadas, e não com o que há de essencial nos problemas da nossa vida
urbana, econômica, financeira e social.
13. AS ENCHENTES
Arte criada por pichador após o desabamento de
casas no Morro do Bumba (Cidade de Niterói).
Surfista ignora os possíveis riscos e desliza com
sua prancha sobre ondas criadas pela passagem
de uma caminhonete em rua alagada no Rio.
Lima Barreto enfrentou ainda jovem o
enlouquecimento do pai e teve de abandonar o
sonho de se tornar engenheiro para sustentar a
sua família.