O documento discute os elementos do universo segundo a Doutrina Espírita, incluindo Deus, Espírito, Matéria, Fluido Universal e a Escala Espírita. Também aborda os Espíritos, a comunicação com Espíritos através de médiuns, e a influência dos Espíritos nos pensamentos humanos.
2. Elementos gerais do Universo
Deus Inteligência suprema, causa primária de todas as coisas (LE, 1)
Princípio inteligente do Universo. (LE, 23)
Espírito A inteligência é um atributo essencial do Espírito. (LE, 24)
Elemento (…) a inteligência é uma faculdade própria de cada ser
inteligente
e constitui a sua individualidade moral. (…) (LE, 72 a) )
É o laço que prende o Espírito; é o instrumento de que
Matéria este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce a
sua acção. (LE, 22 a))
Elemento material
[Existe em estados ainda ignorados. Apesar de escapar
aos nossos sentidos, continua a ser matéria]. (LE, 22)
3. Espírito [A matéria e o Espírito] são distintos um do outro; mas a
união do Espírito e da matéria é necessária para
Elemento
inteligente
intelectualizar a matéria. (LE, 25, 75)
Permite ao Espírito agir [é o seu agente] sobre a matéria grosseira.
É susceptível de inúmeras combinações com a matéria, sob a acção
do Espírito, para produzir uma variedade de coisas de que apenas
conhecemos uma ínfima parte.
Fluido
Sem ele, a matéria estaria em perpétuo estado de divisão [caos]
universal e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá [ordem].
Intermediário O fluido eléctrico [energia eléctrica] e o fluido magnético são
entre o Espírito e a modificações desse fluido.
matéria
É uma matéria mais perfeita, mais subtil e que se pode
considerar independente.
Matéria É o laço que prende o Espírito; é o instrumento de que este
Elemento se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce a sua
material acção. (LE, 22 a))
4. Os Espíritos
São os seres inteligentes da criação. Povoam o Universo fora do mundo material. (LE 76)
São filhos [e obra] de Deus e estão submetidos à sua vontade [a Lei de Deus]. (LE 76,77)
A existência dos Espíritos não tem fim. (LE 83)
O mundo espírita [ou dos Espíritos ou das inteligências incorpóreas] preexiste e sobrevive a tudo.
(LE 85)
[Os Espíritos] estão por toda a parte. Povoam infinitamente os espaços infinitos.
Tendes muitos deles de contínuo a vosso lado, observando-vos e sobre vos actuando
[exercendo uma acção para produzir um determinado efeito influência], sem o perceberdes, pois que
os Espíritos são uma das potências da natureza [uma força capaz de produzir um efeito, de
realizar alguma coisa] e os instrumentos [ferramentas para realizar um trabalho] de que Deus se
serve para a execução dos seus desígnios providenciais (…). (LE 87)
5. Escala Espírita
Grau supremo de perfeição.
Nenhuma influência da Matéria.
Superioridade moral e intelectual
1ª ordem 1 E. Puros
absoluta.
Não estão sujeitos à reencarnação Espíritos
em corpos perecíveis. Puros
2ª ordem 2 E. Superiores
Predomínio do Espírito sobre a
Bons 3 E. de Sabedoria
Matéria.
Sujeitos à reencarnação
Desejo do bem. Espíritos
Provas e Expiações.
4 E. Sábios
5 E. Benévolos
3ª ordem 6 E. Batedores e Perturbadores
Espíritos 7 E. Neutros
Predomínio da Matéria sobre o
Espírito. Imperfeitos 8 E. Pseudo-Sábios
Propensão para o mal.
9 E. Levianos
10 E. Impuros
6. OS TRÊS COMPONENTES DO HOMEM:
1. ALMA ou ESPÍRITO – princípio inteligente – sede do senso MORAL.
2. CORPO – invólucro grosseiro, material, temporário de que se reveste o Espírito.
3. PERISPÍRITO – envoltório fluídico, semi-material que serve de ligação entre a alma
e o corpo. Intermediário de todas as sensações que o Espírito recebe e sobre o qual
transmite a sua vontade ao exterior e actua sobre os órgãos do corpo. Serve para a
transmissão do PENSAMENTO. Eteriza-se com o progresso do Espírito.
ERRADICIDADE
PERISPÍRITO
Procº reencarnatório
Agregação da matéria MORTE
para formar o corpo. ESPÍRITO Desencarnação
Desagregação da matéria
MATÉRIA Encarnação CORPO
7. O futuro é do Espírito!
Ondas – raios - correntes - vibrações
Electricidade – magnetismo – movimento - atracção
Hoje, o corpo não é mais do que um turbilhão electrónico
regido pela consciência.
Os corpos são energia concentrada.
A matéria transforma-se em energia. A energia transforma-
se em matéria.
Já não existe matéria – o materialismo já não se justifica.
O FUTURO É DO ESPÍRITO!
HOMEM – é uma consciência retida entre forças e
fluidos, provisoriamente aglutinados para fins educativos.
8. Influência dos Espíritos
(…) assim como o Espírito actua sobre a matéria, também esta reage sobre
ele, dentro de certos limites (…). (LE 375ª)
Entre os seres pensantes há uma ligação que ainda não conheceis. O magnetismo é
o piloto desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor. (LE 388)
[Os Espíritos influenciam os vossos PENSAMENTOS?] Muito mais do que imaginais. Influem a
tal ponto que, de ordinário, são eles que vos dirigem. (LE 459)
[Os nossos pensamentos estão sempre misturados]. (…) Afinal não vos é de grande interesse
estabelecer essa distinção. Não a fazendo, obra o homem com mais liberdade. Se
se decide pelo bem, é voluntariamente que o pratica; se toma o mau
caminho, maior será a sua responsabilidade. (LE 641)
[O bom pensamento] (…) é aquele que atende às boas inspirações. (LE 463)
9. Comunicação dos Espíritos
Quem estiver bem compenetrado, segundo a escala espírita, da variedade infinita
que apresentam os Espíritos, sob o duplo aspecto da inteligência e da moralidade,
facilmente se convencerá de que há de haver diferenças entre as suas
comunicações, que hão-de reflectir a elevação ou a baixeza de suas ideias, o saber
e a ignorância deles, seus vícios e suas virtudes (…)
[Estas comunicações] podem agrupar-se em quatro categorias principais: grosseiras,
frívolas, sérias e instrutivas. (LM 133)
A prece e o recolhimento são condições essenciais; é por isso que se pode
considerar impossível a obtenção de coisa alguma, numa reunião de pessoas
pouco sérias ou não animadas de sentimentos de simpatia e benevolência [que
facilitam o acesso a Espíritos zombeteiros ou malfazejos]. (LM 177)
10. Para que uma comunicação seja boa, é preciso que proceda de um Espírito
bom;
para que esse bom Espírito a possa transmitir, indispensável lhe é um bom
instrumento [médium];
para que queira transmiti-la, necessário se faz que o fim visado lhe convenha.
(…) (LM 186)
(…) Com um médium, cuja inteligência actual, ou anterior, se ache
desenvolvida, o nosso pensamento se comunica instantaneamente de
Espírito a Espírito, por uma faculdade peculiar à essência mesma do Espírito.
Nesse caso, encontramos no cérebro do médium os elementos próprios a
dar ao nosso pensamento a vestidura da palavra que lhe corresponda (…).
Por isso gostamos de achar médiuns bem adestrados, bem
aparelhados, munidos de materiais prontos a serem utilizados, numa
palavra: bons instrumentos (…). (LM 225)
11. Conceito de Médium
Allan Kardec, Livro dos Espíritos (Cap. XIV – Dos Médiuns - pergunta 159) :
“-Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse
facto, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um
privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns
rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns.
Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica
se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o
que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. É de notar-se, além
disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os
médiuns têm uma aptidão especial para os fenómenos desta, ou daquela
ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de
manifestações.
“As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou
impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos
curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes, ou psicógrafos.”
12. O desenvolvimento da mediunidade guarda
relação com o desenvolvimento moral dos
médiuns?
"Não; a faculdade propriamente dita se
radica no organismo; independe do moral. O
mesmo, porém, não se dá com o seu uso,
que pode ser bom, ou mau, conforme as
qualidades [morais] do médium.” (LM 226. 1ª)
[A mediunidade oferece aos médiuns a oportunidade de se
melhorarem, esclarecerem, corrigirem] (LM 226).
[Mas] o objectivo [da mediunidade] é mais alto trata-se da Humanidade. Um médium
é um instrumento pouquíssimo importante, como indivíduo. Por isso é que, quando
damos instruções que devem aproveitar á generalidade dos homens, nos servimos
dos que oferecem as facilidades necessárias. (…) (LM 266 5ª)
13. INFLUÊNCIA MORAL DO MÉDIUM
QUALIDADES (atrem os bons Espíritos) DEFEITOS (afastam os bons Espíritos)
Bondade Orgulho
Benevolência Egoísmo
Simplicidade do coração Inveja
Amor ao próximo Ciúme
Desprendimento das coisas materiais Ódio
Cupidez
Sensualidade
Todas as paixões que escravizam o
homem à matéria
(…) Pois que, para se comunicar, o Espírito desencarnado identifica-se com o Espírito
do médium, esta identificação [das qualidades morais] não se pode verificar, senão
havendo, entre um e outro, simpatia e, se assim é lícito dizer-se, afinidade. A alma
exerce sobre o Espírito livre uma espécie de atracção, ou de repulsão, conforme o
grau de semelhança existente entre eles. (…) os bons têm afinidade com os bons e os
maus com os maus (…). (LM 227)
14.
15. Na grande romagem do Progresso Maior, todos
somos instrumentos das forças com as quais estamos
em sintonia.
Todos somos médiuns, dentro do campo mental que
nos é próprio.
O pensamento associado às energias edificantes, flui
na direcção da vida superior.
O pensamento escravizado às sombras da vida
primitivista e torturada, associa-nos às forças
perturbadoras e deprimentes.
Cada criatura, com os sentimentos que lhe
caracterizam a vida íntima, emite raios específicos e
vive na onda espiritual com que se identifica.
Cada médium com a sua mente, personalizando
observações e interpretações.
Conforme os raios que emitimos, erguer-se-nos-á o
domicílio espiritual na onda de pensamentos a que
as nossas almas se afeiçoam.
Emmanuel
16. CONCLUSÃO
Destacamos a necessidade do
Cristo no coração e na consciência,
para que não estejamos
desorientados ao toque dos
fenómenos.
Sem noção de responsabilidade,
sem devoção à prática do bem,
sem amor ao estudo e
sem esforço perseverante em
nosso próprio burilamento moral,
é impraticável a peregrinação
libertadora para os Cimos da Vida.
Emmanuel