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EXPEDIENTE Publishers and editors
ANUÁRIO BRASILEIRO DE
HORTALIÇAS 2014
Editor: Romar Rudolfo Beling; textos: Erna Regina Reetz,
Benno Bernardo Kist, Cleiton Evandro dos Santos,
Cleonice de Carvalho e Marluci Drum; supervisão: Romeu
Inacio Neumann; tradução: Guido Jungblut;
fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann),
Robispierre Giuliani e divulgação de empresas e entidades;
projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira Machado;
arte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografia
de Sílvio Ávila; edição de fotografia e arte-final: Márcio
Oliveira Machado; tabelas: Eduardo Mesquita; marketing:
Maira Trojan Bugs, Gabriela Kaempf da Silva, Giovani Souza e
Raul Dreyer; supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado;
distribuição: Simone de Moraes;
impressão: Gráfica Coan, Tubarão (SC).
ISSN 2178-0897
EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA.
CNPJ 04.439.157/0001-79
Diretor-presidente: André Luís Jungblut
Diretor-de-Conteúdo: Romeu Inacio Neumann
Diretor-Comercial: Raul José Dreyer
Diretor-administrativo: Jones Alei da Silva
Diretor-Industrial: Paulo Roberto Treib
Rua Ramiro Barcelos, 1.224
CEP 96.810-900
Santa Cruz do Sul, RS
Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940
Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944
E-mail: redacao@editoragazeta.com.br
comercial@editoragazeta.com.br
Site: www.editoragazeta.com.br
RobispierreGiuliani
2
SUMÁRIO Summary
06 | Apresentação
08 | PANORAMA
34 | AS PRINCIPAIS
58 | ESPECIAL
66 | PESQUISA
84 | PAINEL
86 | EVENTOS
Introduction
Panorama
Highlights
Special
Research
Panel
Events
É permitida a reprodução de informações
desta revista, desde que citada a fonte.
Reproduction of any part of this magazine
is allowed, provided the source is cited.
Ficha
A636
	 Anuário brasileiro de hortaliças 2014 / Erna
	 Regina Reetz ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul : Editora
	 Gazeta Santa Cruz, 2014.
	 88 p. : il.
	 ISSN 2178-0897
	 1. Horticultura – Brasil. 2. Hortaliças. I. Reetz, Erna Regina.
				CDD : 635
				CDU : 635
Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197
3
N
ão importa que se trate de realidade
do Brasil ou de qualquer outra na-
ção, quando alguém começa a fazer
planos para a refeição seguinte (e a
fome é sempre certa), é impossível
que eles não levem em conta ou en-
volvam ao menos uma hortaliça – de preferência várias, e de diver-
sas cores. Se não estiver na lista, com certeza se terá um cardápio
mais pobre, e bem menos nutritivo.
Os alimentos colhidos na horta ou na granja, tenham estas a
extensão ou o tamanho que tiverem, são indispensáveis aos orga-
nismo e diretamente associados a tudo aquilo que se considera, no
melhor dos casos, uma vida saudável. A população brasileira ainda
se descuida, em grande medida, dessa lógica e dessa regra, ao
não adotar na devida dimensão o consumo de hortaliças em níveis
sugeridos pela Organização Mundial da Saúde.
O Brasil acaba por manter seus índices de demanda per capita
– e, por extensão, seu patamar de produção e de comércio – de
hortaliças muito aquém do que uma Nação com essa extensão
territorial teria capacidade para exibir, e necessidade de consumir.
A disponibilidade de área, os tipos de solo e de clima e a vocação
Apresentação Introdution
Édiade
feira
existente nas diversas regiões nacionais praticamente viabilizam
o plantio de todas (todas) as hortaliças encontráveis no planeta.
Logo, basta que a população acorde, se interesse por conhecer
e consumir, estruture economicamente o cultivo junto ao setor pri-
mário, providenciando a regularidade na oferta, e o Brasil se tornará
um verdadeiro paraíso para esse segmento vital.
A diversidade de espécies (que ultrapassa, e muito, a uma cen-
tena) e de variedades, hoje dotadas – pelo esforço da pesquisa
– com nutrientes e propriedades organolépticas (perceptíveis aos
sentidos humanos) quase impensáveis, faz da horta um lugar que
desafia e entusiasma cozinheiros, gourmets e chefs, dos experien-
tes aos estreantes. O Anuário Brasileiro das Hortaliças 2014, ao
atualizar as informações de produção, de mercados e de inova-
ções tecnológicas em território nacional, apresenta o panorama
para que cada leitor deixe-se inspirar e incentivar a consumir mais
produtos colhidos na granja – e, assim, viver muito melhor.
Na próxima vez em que for fazer a feira – e quem sabe pos-
sa ser logo depois de ter conferido o conteúdo desta edição –,
lembre-se: a vida pode ter muito mais cor, aroma e, especialmente,
sabor. E que sabor!
Bom apetite.
Quer dizer: boa leitura.
6
R
egardless of whether it is a reality in Bra-
zil or any other nation, when someone
startsplanning theirnext meal (anappe-
tite is always a good thing) they should
always consider or include at least one
vegetable – preferably several, and in
plenty of different colors. If not, your meals will certainly be less inte-
resting, and far less nutritious.
Fresh produce from a garden or farm, irrespective of its size, are
vital for thebodyanddirectlyassociatedwithahealthylifestyle.Brazilians
still largely neglect this logic by failing to consume adequate amounts of
vegetablesatthelevelsrecommendedbytheWorldHealthOrganization.
Brazil continues to maintain the same levels of demand per capita
and,byextension,itsproductionandtradelevels,whicharefarbelow
what a country of Brazil’s size is capable of and below its consump-
tion needs. The available area, soil types, climate and vocation in the
country’svariedregionsallowany,absolutelyanykindofvegetableon
It’smarketdaythe planet to be planted. As a result, all that is needed is for the popu-
lation to wake up, get interested in learning and consuming, making
cultivation economically viable among the primary sector by regulat-
ingdemand,andBrazilwillbecomeatrueparadiseforthisvitalsector.
The sheer diversity of species (which far exceed one hundred)
and varieties that, through research efforts, now contain nutrients and
organoleptic properties that were previously unthinkable, make the
vegetable garden a place that challenges and excites cooks, gour-
mets and chefs, from novices to the most experienced. By updating
informationondomesticproduction,marketsandtechnologicalinno-
vations, the 2014 Brazilian Vegetable Yearbook provides a panorama
that inspires and encourages reads to consume more farm-grown
produce and live a healthier life.
Then next time you go grocery shopping – and hopefully after you
read the annual edition it will be soon – remember: life can be filled
with much more color, aroma and, especially, flavor. And what flavor!
Enjoy!
SílvioÁvila
7
Commuito
apetite
A
horticultura brasileira apresenta certa
estabilidade na produção, com leve
crescimento, mas menor disponibili-
dade (consumo), pois fica abaixo do
crescimento populacional. Os últi-
mos dados sistematizados pela Em-
brapa Hortaliças, referentes a 32 culturas, e até o ano de 2012,
indicam que o total produzido retornou, neste ano, novamente
à faixa das 18 milhões de toneladas, na qual se mantém desde
2007, embora em 2011 tivesse ultrapassado a 19 milhões de to-
neladas. O mesmo ocorre na mandioca, incluída neste Anuário e
que, sozinha, respondeu por 23 milhões de toneladas em 2012,
quando no ano anterior já chegara a 25 milhões de toneladas.
Em 2013, com nova interferência de problemas climáticos,
voltou a ocorrer diminuição na produção de culturas importantes,
sobre as quais já são conhecidas informações. É o caso de man-
dioca, batata-inglesa e cebola, enquanto o tomate, com pequena
recuperação, ainda não atingiu a produção anterior. O fato gerou
dificuldades para atender ao mercado e acarretou aumento de
preços. Já para 2014, as primeiras estimativas feitas indicam a
possibilidade de melhoria na oferta destes alimentos.
“A produção e o mercado de hortaliças apresentam discreto
crescimento, muito especialmente em função do desenvolvimen-
to tecnológico”, observa Waldir de Lemos, que preside a Associa-
ção Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio
(Acegri) e a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças,
ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa). A pesquisa da Embrapa Hortaliças, apresentada por Nir-
lene Junqueira Vilela, confirma este fato, ao constatar que, entre
2008 e 2012, a área cultivada diminuiu 0,9%, a produção aumen-
Produçãodehortaliçasregistra
retomadasem2014,após
períododereduçãoemculturas
importantesedificuldadespara
atenderaosmercados
panorama Panorama
8
tou 4,2%; e a produtividade, 6,6%.
O dirigente do setor verifica ainda que “razões como custo de
produção, logística inadequada, falta de incentivo ao consumo e
discreta política de extensão rural” implicam em insatisfações e
falta de dinamismo. Contudo, Waldir percebe “esforços que es-
tão sendo desenvolvidos, e significativos avanços científicos para
melhora da nossa produção, onde a Embrapa cada vez mais se
afirma como referência mundial”. Por isso, crê que, “em médio
prazo, com a superação de boa parte dos problemas identifica-
dos, teremos notícias de um grande crescimento no setor”.
Aposta é em maior
crescimento com apoio
científico e tecnológico
Ano	 2008	2012
Área(milha)	 807,7	800,1
Produção(milt)	 18.020	18.769
Produtividade(t/ha)	 22,311	23,458
Disponibilidade(kg/hab/ano)	97,9	 94,5
Fonte: IBGE/Embrapa Hortaliças.
EVOLUÇÃO / Evolution
(Dados referentes a 32 produtos – Brasil)
SílvioÁvila
9
B
razilian horticulture shows a degree of
stability in production, with slight gro-
wth, but less availability (consumption)
since it falls below population growth.
The latest data calculated by Embrapa
Hortaliças, covering 32 crops up to the
year 2012, indicate that this year the total produced recovered to
around 18 million tons and has remained there since 2007, though
Ahearty
appetite
Vegetableproduction
recoversin2014aftera
periodofdeclineinmajor
cropsanddifficulties
cateringtothemarket
rising to 19 million in 2011. The same is true for cassava, featured in
this Annual and which, alone, accounted for 23 million tons in 2012
and 25 million tons the previous year.
In 2013, affected by climate problems, production of major crops
once again declined, with figures already available. These include
cassava, potatoes and onions, whereas tomatoes recovered slightly
though without reaching previous levels. This made it difficult to meet
market demands and led to a rise in prices. Initial estimates for 2014
indicate a possible improvement in the supply of these foods.
“The vegetable market and production have shown slight
growth, primarily as a result of technological development”, remarks
Waldir de Lemos, head of the Ceasa Grande Rio Commercial As-
sociation of Producers and Users and the Board of the Supply
Chain for Vegetables, associated with the Ministry of Agriculture,
Livestock and Supply (Mapa). Research by Embrapa Hortaliças,
presented by Nirlene Junqueira Vilela, confirms this fact in noting
that between 2008 and 2012, the country’s cultivated area declined
by 0.9%, production rose 4.2% and productivity grew by 6.6%.
The director of the sector also commented that “aspects such
as production costs, inadequate logistics, failure to promote con-
sumption and discrete rural expansion policies” lead to dissatisfac-
tion and lack of dynamism. Nevertheless, Waldir acknowledged
that “efforts are currently underway, including significant scientific
advances, to improve our production and Embrapa is increasingly
asserting itself as a global benchmark”. As a result, he believes that
“in the medium term, by overcoming many of the problems identi-
fied, we will see significant growth in the sector”.
Increased growth forecast
with the support of science
and technology
RobispierreGiuliani
10
Tomate Compack Seminis
Alto potencial produtivo
Liberdade de escolha Seminis:
segurança de colher produtividade, com qualidade 2A.
Campeão
otimista
Pesquisa em São Paulo,maior
Estado produtor de hortaliças,
apresenta julgamento positivo
da safra e perspectivaS de
crescimento na nova etapa
O
melhor conhecimento da realidade
na produção de hortaliças no País,
uma das principais metas do ainda
novo Instituto Brasileiro de Horticul-
tura (Ibrahort), deu um passo histó-
rico com a realização da pesquisa
“Perfil e necessidades da olericultura paulista”, realizada em junho
de 2013, por meio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-
quenas Empresas de São Paulo (Sebraer-SP). O Estado, ressalta
Carlos Schmidt, presidente da instituição do setor e executivo da
Associação dos Produtores e Distribuidores de Horti-Fruti (Aphor-
tesp), é, por vocação e pela história, o grande produtor de olerí-
colas do País, e por isso mereceu o enfoque inicial deste estudo.
De acordo com a última informação existente sobre a produ-
ção global do Estado, apresentada por Waldemir Pires de Camar-
go Filho, Felipe Pires de Camargo e Ana Maria Montragio Pires de
Camargo, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), a estimativa é
de que São Paulo respondia em 2011 por 21,13% do total brasi-
leiro. Eles levantaram o volume de 4,1 milhões de toneladas, com
53 espécies cultivadas em 145,3 mil hectares, considerando-se
que no País estivessem sendo obtidas 19,4 milhões de tonela-
das. “São Paulo, além de ser o principal produtor de hortaliças no
Brasil, é o Estado que tem a maior diversidade de produtos para o
abastecimento do mercado consumidor”, assinalam, registrando
também crescimento em relação a 2010, quando teria produzido
3,8 milhões de toneladas.
A pesquisa do Sebrae em 2013 contemplou 600 produtores
com até 100 hectares (média de 10 hectares) e 20 culturas. A
12
DIVERSIFICAÇÃO
O dirigente do Ibrahort,Carlos Schmidt,observa,em relação à pesquisa,que,nas folhosas,um
mesmo produtor dedica-se a quase todos os produtos (alface de diferentes tipos,agrião,repolho,
couve etc). Já nos outros itens,há os que se especializam em tomate ou batata,enquanto nos
legumes os produtores cultivam em média cinco tipos. O estudo,com vasta gama de informações,foi
apresentado na reunião da Câmara Setorial de Hortaliças,no dia 10 de abril de 2014,com apreciação
bastante positiva,e a meta é estendê-lo a outras regiões.
Paralelamente,destaca Schmidt,a preocupação é adequar o produtor a novas tecnologias,a
fim de aumentar produtividade e receita,e auxiliar no que for necessário para que os planos e os
avanços traçados no setor,a médio e longo prazos,possam ser alcançados. Missões técnicas no País
e no exterior,e eventos na área,como seminários sobre produtos minimamente processados,estão
inseridos nas ações previstas para 2014,procurando reforçar o associativismo e o cooperativismo.
maioria dos agricultores é familiar e, conforme dados de 2012,
o faturamento alcançado é de até R$ 60 mil ao ano, em 80%
dos casos. O último ano em questão foi considerado positivo por
83% dos olericultores, e 53% esperavam crescer na temporada
seguinte. Em média, 2,4 pessoas da família trabalham na ativida-
de, e grande parte dos produtores manifesta dificuldades para
encontrar trabalhadores. Os contratados geralmente são de bai-
xa formação e têm pouco acesso a capacitação.
Ainda segundo os dados levantados, o cultivo convencional é
predominante (96,2%, sendo 3,8% orgânico e 0,7% hidropônico),
assim como é aberto (93,2%). As perdas alcançam, em média,
17,6%; o transporte é feito expressivamente por terceiros (69%), a
venda pessoal abrange 68% do total, mas é forte a presença de
atravessadores (57%). Outros aspectos dizem respeito à preocu-
pação existente com algum tipo de beneficiamento (60,3%), novas
tecnologias de produção (54% em novos defensivos e fertilizantes,
e 70% no caso de cebola, batata e tomate), adubação orgânica
(63%) e destino correto de embalagens (92%).
InorAg.Assmann
13
LIDERANÇA PAULISTA / São Paulo leadership
Produção de hortaliças em 2011 (t)
Brasil 	 19,4 milhões
SãoPaulo	 4,1 milhões
Fonte: Waldemar Pires de Camargo Filho, Felipe P. de Camargo, Ana Maria M. P.
De Camargo/Embrapa/ABCSEM/IBGE.
Optimistic
champion
A
historic step was taken towards the
Brazilian Horticultural Institution’s pri-
mary goal of achieving better under-
standing of the reality of vegetable
growing in the country with the study
titled “Profile and Needs of Olericul-
ture in São Paulo”, conducted in June 2013 through the Brazilian
Micro and Small Business Support Service (Sebrae-SP). Accord-
ing to Carlos Schmidt, president of the institution for the sector
and an executive in the Association of growers and Distributors
of Fruits and Vegetables (Aphortesp), São Paulo is historically the
country’s largest vegetable producer and for this reason was cho-
sen as the initial focus of the study.
According to the latest information on the state’s overall produc-
tion, published by Waldemir Pires de Camargo Filho, Felipe Pires
de Camargo and Ana Maria Montragio Pires de Camargo of the
AsurveyinSãoPaulo,thelargest
vegetablegroweramong
Brazilianstates,forecastsa
positiveharvestandpredicts
growthinthenewphase
DIVERSIFICATION
Commenting on the study,the director of Ibrahort noted that,in
regard to leafy vegetables,one producer will grow almost all such
produce (different types of lettuce,watercress,cabbage,kale etc.).
With respect to other items,some growers specialize in tomatoes or
potatoes,whereas legume farmers grow on average five different
types. The study and its extensive data were presented at the meeting
of the Horticultural Board onApril 10,2014 and was very well received,
with the aim being to extend it to other regions of the country.
At the same time,president Carlos Schmidt points out that the
overriding concern is to help growers adapt to new technologies in
order to increase productivity and revenue,in addition to providing
the necessary assistance to ensure the medium and long-term plans
for the sector are achieved. Technical missions within the country
and abroad,as well as events such as seminars on minimally
processes products,are among the initiatives forecast for 2014
geared towards strengthening trade associations and cooperatives.
Agricultural Economics Institute (IEA) it is estimated that in 2011 São
Paulo accounted for 21.13% of the Brazilian total. They reported a
volume of 4.1 million tons, with 53 cultivated species over 145,300
hectares, against a total of 19.4 million tons for the country as a
whole.Accordingtotheresearchers,“inadditiontobeingBrazil’slarg-
est vegetable growing state, São Paulo also has the widest range of
productsforsupplyingthe consumer market,” also recording growth
in relation to 2010 when production reached 3.8 million tons.
Sebrae’s 2013 survey covered 600 growers with up to 100
hectares (an average of 10 hectares) and 20 crops. Most farms are
family-owned and, according to data for 2012 turnover is up to R$
60,000 a year in 80% of cases. The last year studied was considered
positive by 83% of vegetable growers and 53% expected growth in
the following season. 2.4 people in the family worked in the operation
and most growers reported difficulties finding workers. Those hired
are generally uneducated and have little access to training.
Alsoaccordingtostudydata,conventionalgrowingpredominates
(96.2%, of which 3.8% is organic and 0.7% hydroponic), as well as
the open-field system (93.2%). On average, losses reach 17.6%;
transport is carried out exclusively by third parties (69%), personal
selling accounts for 68% of the total, but there is a strong presence of
middlemen (57%). Other aspects relate to concern over processing
(60.3%), new production technologies (54% in new pesticides and
fertilizers, and 70% in the case of onions, potatoes and tomatoes),
organic manure (63%) and proper disposal of packaging (92%).
SílvioÁvila
14
O
consumo de hortaliças no País ain-
da não corresponde às necessida-
des e às potencialidades. Mesmo
que não haja atualização de dados
a respeito – o último oficial é do Ins-
tituto Brasileiro de Geografia e Es-
tatística (IBGE), de 2008, que apresenta pequena redução, para 27
kg/pessoa –, esta conclusão está presente no meio produtivo e faz
perseguir maior incentivo ao uso dos produtos, por meio das orga-
nizações e em sintonia com o governo. Os benefícios para a saúde
e a melhoria da renda oferecem argumentos para aumentar a de-
manda e respaldar iniciativas na área, onde estão presentes desde
o resgate a produtos típicos relegados até – e de modo especial – o
estímulo a novas alternativas de produção e de apresentação.
A recuperação das chamadas hortaliças não convencionais
no cultivo e na culinária está entre os objetivos, por exemplo, de
programa desenvolvido em Minas Gerais pela Empresa de Pesqui-
sa Agropecuária (Epamig), pela Empresa de Assistência Técnica
e Extensão Rural (Emater-MG), junto com a Universidade Federal
de Viçosa (UFV), o Ministério da Agricultura (Mapa), a Embrapa e
as prefeituras. Foram instalados 28 bancos de germoplasma em
diversas comunidades no Estado e são avaliados sistemas orgâni-
cos de cultivo de espécies como azedinha, taioba e ora-pro-nóbis.
Por outro lado, visando atingir o consumidor moderno, com
menos tempo para preparar alimentos e mais exigente, o setor
está atento a novas opções de produtos a serem oferecidos.
Dotradicional
aomoderno
Incentivo ao consumo centra
ações em hortaliças não
convencionais e chama a
atenção para alternativas mais
práticas exigidas na atualidade
Neste sentido, ganham força alternativas em tamanhos menores,
como mini-tomates e mini-alfaces, com sementes híbridas de-
senvolvidas pelas empresas de biotecnologia, e os produtos com
algum processamento. Particularmente, os chamados vegetais
pré-cortados ou minimamente processados recebem cada vez
mais a preferência dos compradores.
É o que constatou pesquisa de evolução do consumo de
hortaliças minimamente processadas em oito anos (2005-2013),
feita por Andréa Gonçalves de Almeida, para tese de mestrado
em agronegócios, pela Universidade de Brasília, em 2013. Neste
ano, 66% dos entrevistados revelaram disposição de pagar mais
por estes produtos, enquanto em 2005 esta proporção ficava em
46%. Gerentes de supermercado ouvidos, por sua vez, eviden-
ciaram o crescimento nas vendas desta opção e o aumento das
exigências junto aos consumidores, requerendo cada vez maior
atenção à qualidade.
O assunto foi destaque também no 3º Congresso Brasileiro de
Processamento de Frutas e Hortaliças, realizado em setembro de
2013, em Ilhéus, na Bahia. Murilo Freire Júnior, pesquisador da Em-
brapa, apontou que, no Brasil, o consumo desses produtos tende
a crescer em função de sua praticidade e do maior aproveitamento
dos vegetais. Destacou ainda que as tendências mundiais nesta
área referem-se a novas embalagens, com design inovador e cores
atrativas voltadas à satisfação do consumidor. Em 2014, o Instituto
Brasileiro de Horticultura (Ibrahort) prevê a realização de seminários
específicos sobre este tema, em Santa Catarina e na Paraíba.
16
T
he consumption of vegetables in the
Country still doesn’t match the needs
and the potential. Even though there
is a lack of updated data on the is-
sue – the last official report is from the
Brazilian Institute of Geography and
Statistics (IBGE) in 2008 and shows a small reduction, to 27 kg/
person – this conclusion is present among farmers and leads to
greater pursuit of incentives for product use by the organizations
and in sync with the government. The benefits for health and
income improvement offer arguments to increase demand and
endorse initiatives in the field that include anything from a redemp-
tion of typical products that had fallen out of favor to the encoura-
gement of new production and presentation alternatives.
The recovery of the so-called non-conventional vegetables
for cultivation and cooking, are some of the objectives of a pro-
gram developed in Minas Gerais by the Agricultural Research
Company (Epamig), by the Technical Assistance and Rural Exten-
sion Company (Emater-MG), along with the Federal University of
Viçosa (UFV), the Ministry of Agriculture (Mapa), Embrapa, and the
local city administrations. Twenty-eight germplasm banks were
installed in several communities in the State and organic planta-
tion systems are evaluated for species such as sorrel, arrowleaf
elephant’s ear, and leaf cactus.
On the other hand, trying to reach the modern consumer who
has less time to prepare food and is more demanding, the sector
is paying attention to new product options to be offered. With this
in mind, smaller sized alternatives gain traction, such as mini-to-
matoes, and mini-lettuce, with hybrid seeds developed by biotech
companies, and also products with some processing. Especially
the so-called pre-cut or minimally processed vegetables are in-
creasingly well received by the consumers.
That was the Discovery of the eight year (2005-2013) research
on the evolution of the consumption of minimally processed veg-
etables done by Andréa Gonçalves de Almeida, for her Master’s
thesis in Agribusiness from the University of Brasília, in 2013. This
year, 66% of those interviewed were said to be willing to pay more
for these products, while in 2005 the proportion was around
46%. Grocery store managers, when asked, confirmed the sales
growth of this option and the increased demands of consumers
that require increased attention to quality.
The issue was also highlighted at the 3rd Brazilian Congress of
Fruit and Vegetable Processing, held in September 2013, in Ilhéus,
Bahia. Embrapa researcher Murilo Freire Júnior mentioned that in
Brazil, the consumption of these products will tend to grow due
to their practicality and the more effective use of the vegetables.
He also highlighted that the global trends in this area point to new
packaging with innovative design and attractive colors geared to-
ward pleasing the consumer. In 2014, the Brazilian Horticulture
Institute (Ibrahort) plans to hold seminars about this specific topic
in Santa Catarina and Paraíba.
From the
traditional
to the
modern
Consumptionincentivescenteron
actionswithnon-conventional
vegetablesanddrawattention
tomorepracticalalternatives
neededcurrently
SílvioÁvila
17
A
balança brasileira do comércio
internacional de hortaliças con-
tinua pendendo para a importa-
ção, já tradicional, principalmen-
te em alguns produtos, como
batata-inglesa, cebola e alho.
Após pequena recuperação em 2012, quando a diferença
entre o importado e o exportado ficava um pouco acima de
500 mil toneladas e US$ 560 milhões, em 2013 o déficit pas-
sou de 740 mil toneladas e de US$ 840 milhões.
A compra de produtos olerícolas no exterior cresceu
28,8% em 2013, na comparação com o anterior, passando
de 1 milhão de toneladas, conforme apuração feita pelo Anu-
ário Brasileiro de Hortaliças. Também em valor, foi ultrapas-
sada a barreira de US$ 1 bilhão. Os números são recordes
Socorro
externo
Importação já tradicional de
hortaliças aumentou quase
30% em volume em 2013 e
expandIU o déficit na balança
comercial do segmento
se considerada a série histórica entre 2000 e 2012, levantada
por Nirlene Junqueira Vilela, pesquisadora da Embrapa Hor-
taliças, de Brasília (DF).
As importações, de modo geral, vêm crescendo no se-
tor. Num período de 10 anos, entre 2003 e 2012, a varia-
ção em volume importado atinge 70,7% e, quando são
considerados cinco anos, o índice ainda fica em 16,5%.
Enquanto isso, as exportações não acompanham o mes-
mo ritmo. No decênio referido, até chegaram a crescer um
pouco, 8,1%; mas já no quinquênio em análise, é verifica-
da redução de 21,8%.
18
LEVE CRESCIMENTO
A venda externa tem alguma expressão apenas em culturas que são enquadradas ao mesmo tempo como frutas e como
hortaliças,a exemplo do melão e da melancia.A exportação de melão,conforme analisado no Anuário Brasileiro de Fruticultura
2014,sofreu desde 2008 com a crise econômica na Europa,onde se concentra a principal clientela,além de ainda enfrentar
problemas de elevação de frete marítimo e tarifas de importação.
Mas a destinação da fruta olerácea ao exterior (mais de 56% do total produzido) ensaia recuperação,tanto que em 2013
cresceu 5,3% em volume e 10% em receita,com câmbio favorável.A performance permitiu leve incremento na exportação geral de
hortaliças:2,2% em volume e 4,7% em valor,atingindo 265 mil toneladas e US$ 234 milhões,respectivamente.A melancia,segunda
mais exportada,teve desempenho até um pouco inferior,enquanto outras culturas registraram algum acréscimo,como o milho-
doce,o terceiro colocado no ranking,com 23%.
Enquanto isso,nos principais produtos hortícolas importados,o socorro externo aumentou significativamente em 2013. Na
cebola,o segundo produto mais trazido do exterior,o incremento da operação alcançou quase 48% em volume e 74% em valor,
na comparação com o ano anterior. Em relação ao ítem mais importado,a batata-inglesa,especialmente na forma preparada e
processada,o ingresso no País aumentou quase 30% em quantidade e mais de 50% em valor.
A maioria das hortaliças que são normalmente importadas foram trazidas em proporção maior em 2013. Entre elas,destacam-se
ainda o tomate e a ervilha,assim como sementes diversas. De modo geral,a realidade do comércio exterior no segmento volta a
desafiar fortemente a cadeia produtiva em busca de melhores resultados no balanço dos negócios na área.
SílvioÁvila
19
PARA VIAGEM / For export
Exportaçãodehortaliças–2013
Produto	 US$	Kg
Melão	 147.579.929	191.412.600
Melancia	 16.523.934	32.049.686
Milho-doce	 13.230.801	10.776.044
Mandioca	 6.017.791	6.262.542
Ervilha	 5.651.315	5.571.095
Cebola	 1.192.519	3.610.414
Condimentos/temperos	13.084.958	 3.277.376
Batata-doce	 2.188.420	2.784.168
Batata-inglesa	 1.756.390	2.271.020
Tomate	 1.334.774	1.079.931
Cascas	 1.248.346	1.043.919
Mostarda	 574.776	599.852
Beterraba	 548.324	294.946
Sementesdiversas	 14.185.227	210.937
Pepino	 309.102	109.115
Outros	 9.013.409	4.185.366
Total	 234.440.015	265.539.011
Fonte: MDIC/Aliceweb
Elaboração: Anuário Brasileiro de Hortaliças.
External
help
Traditional vegetable
imports increase 30% by
volume in 2013 and expand
the segment’s trade
balance deficit
T
he Brazilian international trade bal-
ance for vegetables continues to lose
to traditional imports, especially for
some products such as potatoes,
onions, and garlic. After a slight re-
covery in 2012, when the difference
between imports and exports was a bit above 500 thousand tons
and USD 560 million, in 2013 the deficit surpassed 740 thousand
tons and USD 840 million.
The purchase of vegetable products abroad grew 28.8% in
2013, in comparison to the prior year, surpassing 1 million tons, ac-
cording to the survey made by the Anuário Brasileiro de Hortaliças
(Brazilian Vegetable Yearbook). In monetary value, it surpassed the
USD 1 billion barrier. The numbers are records when considering
the historical period from 2000 to 2012, surveyed by Nirlene Jun-
queira Vilela, researcher for Embrapa Hortaliças in Brasília (DF).
The sector’s imports, in general, have been growing. During
a 10 year period, from 2003 to 2012, the variation in imported
volume reaches 70.7%, and when considering five years, the rate
is still 16.5%. Meanwhile, the exports did not keep up at the same
pace. During this ten year period, they grew a bit, 8.1%; but dur-
ing the five year period analyzed there was a reduction of 21.8%.
20
NA HORA DO RANCHO /At shopping time
Importaçãodehortaliças–2013
Produto	 US$	Kg
Batata-inglesa	 387.770.213	327.486.036
Cebola	 118.577.697	271.040.851
Alho	 223.490.238	179.264.732
Tomate	 59.238.272	63.429.018
Ervilha	 45.946.378	53.359.649
Mandioca	 11.373.448	26.998.751
Lentilha	 1.841.885	16.696.253
Sementesdiversas	 94.960.880	11.124.187
Grão-de-bico	 8.970.965	7.571.883
Morango	 11.150.105	6.697.912
Condimentos/temperos	21.767.922	 5.277.312
Mostarda	 5.415.184	3.066.359
Aspargo	 7.200.009	2.374.760
Milho-doce	 2.490.814	1.329.210
Cogumelo/trufa	 5.527.378	1.210.605
Outros	 60.339.577	30.605.961
Total	 1.076.060.965	1.007.533.479
Fonte: MDIC/Aliceweb
Elaboração: Anuário Brasileiro de Hortaliças.
SLIGHT GROWTH
Foreign sales are significant only for crops that are considered
fruit and vegetables at the same time,such as melon and
watermelon. Melon exports,as analyzed in theAnuário Brasileiro
de Fruticultura 2014 (2014 Brazilian fruit CultureYearbook),has
suffered from the European economic crisis,where the main clients
are concentrated,as well as facing problems with higher maritime
freight charges and import tariffs.
But the destination of the oleracea fruit abroad (over 56% of the
production) is recovering,and in 2013 grew 5.3% in volume and 10%
in revenue,with a favorable exchange rate.The performance allowed
a slight increase in the overall exports of vegetables:2.2% in volume
and 4.7% in monetary value,reaching 265 thousand tons and USD
234 million,respectively.The watermelon,the second most exported,
had a bit lower performance,while other crops showed some
increase,such as sweet-corn,the third on the ranking,with 23%.
Meanwhile,for the main horticultural imports,foreign help
increased significantly in 2013. Onions,the second most imported
product,had an increase of 48% in volume and 74% in monetary
value,when compared to the previous year. In relation to the most
important item,the potato,especially in a prepared and processed
format,the entry into Brazil increased almost 30% in quantity and
over 50% in monetary value.
Most of the vegetables that are normally imported were brought
in greater amounts in 2013.Among them,the tomato and the pea,
as well as several seeds. In general,the reality of foreign trade for
the segment once again offers a major challenge for the production
chain to seek better results in the area’s balance of trade.
21
InorAg.Assmann
O
s números são expressivos quan-
do se apura a receita na comercia-
lização de hortigranjeiros no Brasil,
revelando a importância econômi-
ca da atividade, além da grande
representatividade social que ela
possui, pois requer muita mão de obra e abrange muitos pequenos
produtores. Em termos de renda, embora sem cálculos completos,
as informações existentes indicam dezenas de bilhões de reais obti-
dos com a venda da produção, passando tranquilamente de R$ 20
bilhões na cadeia produtiva.
O valor da produção brasileira do setor, só em nível primário,
gira em cerca de R$ 12,6 bilhões anualmente, de acordo com as
estimativas feitas por Waldemar Pires de Camargo Filho, Felipe P.
de Camargo e Ana Maria Montragio P. de Camargo, em análise da
olericultura no Brasil e em São Paulo, com dados de 2011. Já o Mi-
nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio
de sua Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) apresenta Valores
Brutos de Produção (VPB), relativos a 2013, que superam este valor,
somente em três culturas (tomate, batata e cebola).
Em dados divulgados em março de 2014, esta fonte informava
que o valor registrado pelo tomate em 2013 equivaleria a R$ 9,7 bi-
lhões, o da batata chegaria a R$ 4,7 bilhões; e da cebola, a quase
R$ 1,7 bilhão. Já na forte cultura da mandioca, o resultado financei-
ro atingiria a R$ 7,7 bilhões. Os produtos iniciais referidos, de fato,
tiveram altas cotações, principalmente no primeiro semestre, com
menor disponibilidade de produção, tendo inclusive impactos des-
tacados na inflação. Com a maior oferta posterior, no entanto, regis-
traram reduções, tanto que apresentam até índices negativos nas
apurações de 12 meses.
Dequalquerforma,deveserreconhecidaaparticipaçãosignifica-
tiva da horticultura na renda agrícola brasileira, reiterada também pela
Sementes que rendem
NúmerosmaisrecentesdahorticulturanoBrasil,aserem
apresentadoscommaioramplitudepelaAssociaçãoBrasileirado
ComérciodeSementeseMudas(ABCSEM)naHortitec2014,reforçam
aimportânciadosetor.Projetodaentidadeparaolevantamentode
dadossocioeconômicosdacadeiaprodutivadehortaliçasnoBrasil,no
ciclo2012/13,revelaqueos18principaissegmentosdeprodutosdo
setormultiplicadosporsementesrendemR$14,21bilhõessóemnível
depropriedadeprodutoraeR$26,84bilhõesnoatacado(Ceasas).Se
forconsideradoovarejo/consumidor,ovalorchegaaR$53,49bilhões,
adiantaSteveUdsen,presidentedaABCSEM.
Aassociaçãoestimaqueototaldocultivodehortaliçasreproduzidas
porsementesnoBrasilsejadaordemde800milhectaresedivulga
queaáreacultivadapelos18segmentosestudadosrepresenta656.730
hectares.Aproduçãoatinge19,2milhõesdetoneladasinnatura.As
culturaspresentesnoestudosão:abobrinha,abóborajaponesa,alface,
beterraba,brócolis,cebola,cenoura,coentro,couve-flor,feijão-vagem,
melancia,melão,milho-doce,pepino,pimentão,quiabo,repolho,tomate
paramercadofrescoeparaprocessamento.
Bomde
grana
Venda de hortaliças movimenta
altos valores a cada ano em
todo País,além de envolver
grande contingente de pessoas
na cadeia produtiva
comercialização no maior entreposto do setor no Brasil e na América
Latina, o da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São
Paulo(Ceagesp).Em2013,estesomoumovimentofinanceirodeR$
6 bilhões, só em legumes e verduras.
Além disso, o segmento é marcado pela ocupação de grande
número de pessoas, tanto que já há dificuldade em obter mão de
obra, o que inclusive se reflete em custos. Levantamentos apresen-
tados há poucos anos, e que não incluíam a mandioca, assegura-
vam a participação de mais de 7 milhões de pessoas na atividade
olerícola brasileira.
SílvioÁvila
22
Good
money
maker
The sale of vegetables
circulates a lot of money every
year in Brazil,and involves a
large contingency of people in
the production process
T
he numbers are considerable when
calculating the revenue from vegetable
sales in Brazil, revealing the economic
importance of the activity, as well as
the social effects it represents, becau-
se it requires lots of labor and includes
many small farmers. In regard to income, even without complete
calculations, the existing information point to tens of billions of reals
obtained from the sale of the production, easily surpassing BRL 20
billion on the production chain.
The value of the Brazilian production for the sector, just at a pri-
mary level, circulated about BRL 12.6 billion annually, according to
the estimates made by Waldemar Pires de Camargo Filho, Felipe P.
de Camargo and Ana Maria Montragio P. de Camargo, in an analy-
sis of horticulture in Brazil and São Paulo, with 2011 data. But the
Ministry of Agriculture, Livestock, and Food Supply (Mapa), through
the Office of Strategic Management (AGE) finds Gross Production
Values (VPB) for 2013 that surpass that amount in only three cul-
tures (tomato, potato, and onion).
In data released in March of 2014, a source stated that the re-
corded monetary value for tomatoes in 2013 was BRL 9.7 billion,
for potatoes was BRL 4.7 billion, and for onion, almost BRL 1.7
billion. And in the strong cassava crop, the financial results would
reach BRL 7.7 billion. The first mentioned product did, in fact, have
high price quotes, especially during the first semester, with less
available production and even a highlighted impact on inflation. With
more supply later on, however, price reductions occurred and even
showed negative rates over the 12 month figures.
Regardless, the significant participation of horticulture in the Bra-
zilian agricultural income should be recognized, reaffirmed by the
sales at the largest depot for the sector in Brazil and Latin America
– the Company of General Depots and Warehouses of São Paulo
(Ceagesp). In 2013, its total financial activity was BRL 6 billion for
vegetables.
Also, the segment is noted for the large amount of people in-
volved, so that there is already difficulty in obtaining labor, which is
reflected in the costs. Surveys presented a few years ago, which
did not include cassava, ensured the participation of over 7 million
people in the Brazilian vegetable farming activities.
Seeds that yield
ThemostrecenthorticulturalfiguresforBrazil,whichwillbe
presentedinmoredepthbytheBrazilianAssociationofSeed
andSeedlingTrade(ABCSEM)duringHotitec2014,reinforcethe
importanceofthesector.Theassociationhasaprojecttosurvey
socioeconomicdataofthevegetableproductionchaininBrazil,during
the2012/13cyclethatrevealsthatthemain18segmentsofthe
sector’sproductsmultipliedbyseedsyieldedBRL14.21billionjustat
thefarmlevelandBRL26.84billioninthewholesalelevel(Ceasas).
Iftheretail/consumermarketisconsidered,theamountreachesBRL
53.49billion,accordingtoSteveUdsen,ABCSEMpresident.
Theassociationestimatesthatthetotalvegetablecropreproduced
byseedsinBrazilisabout800thousandhectaresandsaysthat
thecultivatedareaofthe18surveyedsectorsis656,730hectares.
Theproductionreached19.2thousandtonsinnatura.Thecultures
includedinthesurveywere:zucchinisquash,hybridwintersquash,
lettuce,beets,broccoli,onion,carrot,cilantro,cauliflower,greenbeans,
watermelon,melon,sweet-corn,cucumber,bellpepper,okra,cabbage,
freshmarkettomatoes,andprocessingtomatoes.
23
Oimpulso
para
crescer
U
m conjunto de questões estão sen-
do abordadas na Câmara Setorial
da Cadeia Produtiva de Hortaliças
para permitir maior avanço no seg-
mento da horticultura no País. Com
vínculo no Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa) e reunindo diversas entidades
do setor, é um canal de discussões e tratativas que está buscando,
junto ao governo e a diversas instâncias, uma evolução em várias
demandas existentes nos planos técnico, sanitário e alimentar.
“Temos um cenário que, de forma recorrente, revela constante
insatisfação do produtor rural com o custo da sua produção e
diante da percepção de um mercado que tem incremento infe-
rior ao crescimento vegetativo da população”, avalia Waldir de
Lemos, dirigente de associação da área produtora na Ceasa
Grande Rio (Acegri) e presidente da Câmara Setorial. Constata
Setor de horticultura tem
demandas na áreas técnica,
sanitária e alimentar para
buscar maior evolução na
produção e no consumo
também “a falta de uma extensão rural mais efetiva para que os
avanços tecnológicos, de condutas e de processos sejam efeti-
vamente transmitidos ao produtor rural”.
Em relação às questões mais tratadas recentemente por meio
da câmara, Lemos aponta que, de forma consistente, o setor
está interagindo com a Agência Nacional da Vigilância Sanitária
(Anvisa) para regulamentação de novos defensivos, que permi-
tam melhor proteção do cultivo e, assim, possibilitem aumento da
produtividade. “Precisamos de mais agilidade da agência na sua
liberação”, enfatiza.
Ao mesmo tempo, são apoiados estudos e pesquisas para o
desenvolvimento de embalagens que reduzam as perdas ocorri-
24
MODERNIZAÇÃO
O governo federal,por meio da Companhia Nacional deAbastecimento (Conab) e de outras parcerias,desenvolve desde 2005 o
Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort),que também busca avanços. O seu Projeto de Informação
de Mercado,realizado com aAssociação Brasileira das Centrais deAbastecimento (Abracen) e com o Ministério da Fazenda,deverá
ter seu banco de dados utilizado para subsídio de políticas agrícolas e econômicas,informou a Conab,em maio de 2014.As Ceasas
respondem por cerca de 50% do comércio do setor no País,e o principal entreposto (o de São Paulo) comercializou 3,3 milhões de
toneladas de legumes e de verduras em 2013.
A companhia ainda anunciou acordo de cooperação técnica com a estatal espanholaTragsa,para a capacitação de agentes
envolvidos na cadeia produtiva e qualificação dos produtos hortigranjeiros. Informou igualmente que o Mapa lançou nova portaria (nº
339,de 11 de abril de 2014) que aumenta o escopo do programa,inserindo o estímulo à inserção de micro e pequenos agricultores e
ao uso de técnicas agroecológicas,além da capacitação e de outras formas de fomento à produção e à distribuição de alimentos.
das no transporte e na armazenagem dos produtos. “As emba-
lagens precisam ser uniformizadas, em atenção aos princípios da
economicidade e da segurança alimentar, no que tange à des-
contaminação dos produtos”, salienta.
Igualmente na agenda, menciona o dirigente, “o setor busca
incentivos para que a produção rural sofra menos com os efeitos
da especulação imobiliária”. Outro ponto fundamental é a análise,
junto com o Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort) e com o
Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), de
estratégias de marketing para incentivar o consumo de hortifru-
tigranjeiros. “Ainda iremos deflagrar uma campanha, em âmbito
nacional, para fazer da merenda escolar um momento privilegia-
do de reeducação alimentar, a fim de demonstrar que o consumo
regular de produtos naturais, e de safra, conspira a favor da saú-
de da população e da economia do País”, frisa Lemos.
O setor defende política de reeducação nutricional para in-
crementar o consumo destes produtos e, por fim, reforça a ne-
cessidade de contar com extensão rural mais efetiva. “Com o
atendimento das demandas que se evidenciam e com o avanço
de importantes pesquisas, já em desenvolvimento em centros
acadêmicos de reconhecida excelência, por certo teremos maior
produtividade e, em consequência, menor custo para uma ali-
mentação mais saudável à população”, assinala. “Esta é a expec-
tativa do segmento e nosso melhor sonho”, conclui.
InorAg.Assmann
25
A
set of issues are being addressed in
the Sectorial Chamber of the Vege-
table Production Chain to allow for
greater advancement of the vegeta-
ble sector in Brazil. With a link to the
Ministry of Agriculture, Livestock and
Food Supply (Mapa), and gathering several sector agencies, it is
a channel for discussion and dealings that are seeking, along with
the government and several other bodies, to help develop the va-
rious areas in the technical, sanitation, and nutritional fields where
there are needs to be met.
“We have a reoccurring situation that reveals the dissatisfaction
of the farmer with the cost of production, who has the percep-
tion that the market’s growth is less than the population’s natural
growth rate,” said Waldir de Lemos, director of the production
area of the Ceasa Grande Rio (Acegri) and president of the secto-
rial chamber. He also noted that “there is a lack of a more effective
rural extension to effectively pass on the technological advances
in behavior and processes to the farmers.”
Regarding the issues more recently dealt with by the chamber,
Lemos mentioned that the sector is continually interacting with the
National Health Inspection Agency (Anvisa) for regulations regard-
ing new defensive agents that allow better crop protection, and
Thedrive
togrow
Thehorticulturalsectorhas
demandsinthetechnical,
sanitation,andnutritionalareas
toseekaftermoredevelopment
inproductionandconsumption
that will thus allow productivity gains. “We need more responsive-
ness from the agency to release them,” he emphasized.
At the same time, there is support for studies and research
for the development of packaging that reduces the losses during
transportation and storage of the products. “The packages need
to the standardized, following the principle of saving and food
safety, in regard to decontamination of products,” he said.
Also on the agenda, “the sector seeks subsidies so that farm-
ing will suffer less from the effects of real estate speculation.” An-
other fundamental point is the analysis, along with the Brazilian
Horticultural Institute (Ibrahort) and with the Support Services for
Micro and Small Businesses (Sebrae), of marketing strategies to
encourage the consumption of fruits and vegetables. “We will still
release a nationwide campaign to make school lunches a special
moment for nutritional reeducation, in order to show that the regu-
lar consumption of natural harvest products work in favor of the
population’s health and the Nation’s economy,” said Lemos.
The sector defends a policy of nutritional reeducation to in-
crease the consumption of these products, and also reinforces
the need to be able to rely on a more effective rural extension pro-
gram. “By meeting the demands that are shown to exist, and with
the advance of important research that is already being developed
in academic centers of renowned excellence, we will achieve
greater productivity and therefore, lower the cost of healthy food
for the people,” he said. “That is the expectation of our segment
and our best dream,” he concluded.
InorAg.Assmann
26
MODERNIZATION
The federal government,through the National Supply Company
(Conab) and other partnerships,has developed the Brazilian Program
for Modernization of the Horticultural Market (Prohort) since 2005,
which also seeks advances.Their Market Information Project,done
with the BrazilianAssociation of Supply Centers (Abracen) and with
the Department of theTreasury,should have their database used to
support agricultural and economic policies in May 2014.The Supply
Centers (Ceasas) were responsible for 50% if the domestic trade for
the sector,and that main outpost (São Paulo) sold 3.3 million tons of
vegetables in 2013.
The company also announced its technical cooperation
agreement with the Spanish state owned companyTragsa to train
agents that work in the production chain and to improve the quality
of the vegetable products.They also said that Mapa released a new
directive (no. 339 onApril 11,2014) that increases the scope of the
program,inserting subsidies to include micro and small farmers and
the use of agri-ecological techniques,as well as the training and
other ways to foster the production and distribution of foodstuffs.
A
participação do Brasil na produção
mundial de hortaliças figura entre
entre os 10 primeiros colocados em
cinco produtos e nas denominadas
“outras culturas”. No primeiro lugar,
não há para ninguém mais do que a
grande China, enquanto os brasileiros beliscam as posições ini-
ciais (quarto lugar em 2012) na mandioca, uma vez incluída nesta
classificação, e numa fruta olerícola (a melancia). Nesta condição,
também o melão brasileiro chega na nona posição, junto com o
tomate e a cebola.
Na cultura da mandioca, onde a africana Nigéria é a campeã,
o Brasil chegou a rondar o posto de segundo maior produtor em
2011, com 25,3 milhões de toneladas, quase junto à Indonésia,
com 25,9 milhões de toneladas. Em 2012, pelos dados proje-
tados disponíveis por meio da Organização das Nações Unidas
para Alimentação e Agricultura (FAO) e divulgados pela Compa-
nhia Nacional de Abastecimento (Conab), em relatório de setem-
bro de 2013, o Brasil ficaria na quarta colocação, logo após Nigé-
ria, Indonésia e Tailândia, que recuperou sua produção.
Domínio
chinês
A China domina amplamente a
produção mundial de hortaliças,
onde o Brasil marca presença
com mandioca,melancia,tomate,
cebola e melão
A presença do País na quarta melhor colocação em melan-
cia aparece em levantamento da Embrapa Hortaliças, de Brasília
(DF), feito pela pesquisadora Nirlene Junqueira Vilela, valendo-se
também das estimativas da FAO para 2012. O Brasil, com mais
de 2 milhões de toneladas do produto, vem logo a seguir de Chi-
na, Turquia e Irã.
Não por acaso a melancia é um dos produtos que encontra es-
paço na exportação brasileira do setor. Da mesma forma aparece
o melão, o principal produto olerícola exportado pelo País, que na
classificação mundial nesta cultura chega à nona posição. Neste
patamar estão o tomate e a cebola, que constam entre as princi-
pais hortaliças do Brasil, embora ocorra forte importação do bulbo.
Na sequência, a melhor colocação brasileira vem no segmen-
to de “outras hortaliças”, onde o País é o décimo maior produtor.
Entre os produtos selecionados ainda está situado entre os 20
primeiros posicionados em alho (13º), inhame (14º), batata-doce
(19º) e batata-inglesa (20º). A batata, aliás, é o produto hortícola
de maior peso na produção do setor, com quase 365 milhões de
toneladas, seguida de mandioca, com 281,7 milhões de tonela-
das; tomate, com 161,8 milhões de toneladas; melancia e batata-
-doce, com 105 e 103 milhões de toneladas, respectivamente.
Em praticamente todos os produtos específicos pesquisados,
e também nas chamadas “outras culturas”, é a China que sobres-
sai como maior produtor, seguida geralmente da Índia, justamente
os dois países mais populosos no mundo, ambos com mais de 1
bilhão de habitantes. O primeiro é, por exemplo, o campeão em
batata (inglesa e doce), tomate, cebola, alho, melão e melancia.
InorAg.Assmann
28
HORTA GLOBAL / Global garden
OBrasileashortaliçasnoMundo
(Paísé4ºlugaremduasculturas/2012)
Mandioca 		 Produção(milt)
1º–Nigéria 		 57.564
2º–Indonésia 		 28.170
3º–Tailândia 		 26.601
4º–Brasil 		 21.449 *
Melancia 		 Produção(milt)
1º–China 		 70.000
2º–Turquia 		 4.044
3º–Irã 		 3.800
4º–Brasil 		 2.079
Fonte: FAO/Embrapa Hortaliças.
Fonte: FAO/IBGE/Conab-Set.2013/Projeção
	 * Número de 2012 – IBGE/PAM - fechou em 23.044
B
razil’s participation in the global vege-
table production ranks among the top
10 in five products and the so-called
“miscellaneous crops.” In first place,
there is nobody like great China, while
the Brazilians pinch at the leading po-
sitions (fourth in 2012) in cassava, once included in this classification,
and in an oleracea fruit (watermelon). In this condition, the Brazilian
Chinese
domination
Chinafullydominatestheglobal
productionofvegetables,where
Brazilmarksitspresencewith
cassava,watermelon,tomato,
onion,andmelon
melon also reaches the ninth position, along with tomato and onion.
In the cassava crop, where African Nigeria is the champion, Brazil
cameclosetosecondplacein2011,with25.3milliontons,almosttied
with Indonesia, who produced 25.9 million tons. In 2012, according to
the forecast data available from the United Nations Food and Agricul-
tureOrganization(FAO)andreportedbytheNationalSupplyCompany
(Conab) in a September 2013 report, Brazil would be in fourth place,
after Nigeria, Indonesia, and Thailand, who recovered their production.
Brazil’s presence in fourth place in watermelon appears in a
survey by Embrapa Hortaliças in Brasília (DF), done by researcher
Nirlene Junqueira Vilela, and also using the FAO estimates for 2012.
With over 2 million tons of the product, Brazil comes right after Chi-
na, Turkey, and Iran.
It is not by accident that watermelon is one of the products that
stand out among Brazil’s exports for the sector. There is also the
melon, the main oleracea product exported by Brazil, which, in the
world ranking for this crop, reaches ninth place. The tomato and the
onion also reach this level, which are among the main vegetables of
Brazil, even though there are major imports of the bulb.
Intheranking,Brazil’snextbestpositionisinthesegment“miscel-
laneous vegetables,” where the Country is the tenth largest producer.
Among the selected products, Brazil is among the top 20 positions
for garlic (13th), yams (14th), sweet-potatoes (19th) and potatoes
(20th).Actually,thepotatoisthehorticulturalproductwiththegreatest
weight of the sector, with over 365 million tons, followed by cassava,
with 281.7 million tons; tomatoes, with 161.8 million tons; watermel-
on and sweet-potatoes, with 105 and 103 million tons, respectively.
For almost all of the specifically researched products, and also
those considered “miscellaneous crops,” China stands out as the
largest producer, followed by India – the two most populous coun-
tries in the world, both with over 1 billion inhabitants. The first is,
for example, the leader in potatoes (regular and sweet), tomatoes,
onions, garlic, melon, and watermelon.
29
N
ada de ficar em cima do muro quan-
do o assunto é gostar ou não de
alho. Sobre ele, não há meio termo:
é oito ou oitenta. Mas, pelo visto, no
Brasil há muitos apreciadores do
gostinho único que só o alho pode
dar em uma receita, seja ela a mais simples ou a mais sofisticada.
Esse amor fica ainda mais evidente quando se percebe que
toda a produção nacional de alho é destinada aos próprios brasi-
leiros. De acordo com a Associação Nacional dos Produtores de
Alho (Anapa), a cultura consegue abastecer cerca de 32% das
necessidades internas, sendo que os principais mercados con-
sumidores e distribuidores do País estão concentrados em São
Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Espírito
Santo, Fortaleza e Manaus. Tendo em vista a forte aceitação inter-
na desse alimento, o setor tem expectativa de que, com o tempo,
As principais Main
ALHO Garlic
Usandoa
cabeça
Setor produtivo tem convicção
de que pode se reestabelecer
e passar a suprir até 80%
da demanda desse alimento,
com ampla aceitação no País
poderá vir a abastecer até 80% do consumo nacional.
Conforme a gerente da Anapa, Cristina Barbosa Neiva, para
dar conta de toda a demanda, em 2013 o País importou mais
de 17 milhões de caixas de 10 quilos de alho. Destas, aproxi-
madamente 12 milhões de caixas vieram da China e 5 milhões
de caixas da Argentina. Cristina salienta que o Brasil, na safra de
2013, produziu 108.393 toneladas de alho em área plantada de
10.213 hectares. Tais números configuram produtividade média
de 10.610 quilos por hectare.
No quesito da qualidade, de acordo com o engenheiro agrô-
nomo e presidente de honra da Anapa, Marco Antônio Lucini, o
30
ciclo de 2013 do Centro-Oeste e do Sudeste foi superior ao de
2012, devido ao clima favorável, com noites frias. “A qualidade foi
decisiva para que os preços aos produtores ficassem no mesmo
patamar do ano anterior, embora os valores do alho chinês te-
nham caído”, comenta. “Na região Sul, todo o alho foi plantado
nos meses de maio a julho de 2013, e as lavouras estão com
excelente aspecto. O inverno foi rigoroso e, por isso, se prevê
safra de boa qualidade para 2014”.
Os principais estados brasileiros produtores de alho são Goiás
(35.303 toneladas), Santa Catarina (18.734 t), Minas Gerais (17.628
t) e Rio Grande do Sul (16.835 t). De acordo com Lucini, o País
cultiva 8 mil hectares de alho nobre roxo por ano e cerca de 4 mil
hectares de alho comum. “Os alhos comuns destinam-se mais aos
mercados regionais, e são cultivados desde o Sul do Rio Grande
do Sul até o Nordeste”, explica. “Já os roxos nobres são produ-
zidos especialmente no Sul, por cerca de 2 mil pequenos produ-
tores, que colhem, em média, de 11 a 12 mil quilos por hectare.”
Os outros 5 mil hectares de alho nobre roxo, segundo o pre-
sidente de honra da Anapa, são cultivados na região do Cerrado,
em Minas Gerais, Goiás e Bahia, onde se colhe, em média, 16
toneladas por hectare. “Hoje, no mundo, não há região com pro-
dutividade igual à do Cerrado do Brasil”, destaca.
O plantio de alho
atualmente gera cerca de 100
mil empregos no Brasil
SílvioÁvila
31
MÃO DE OBRA / Labor
Empregos diretos gerados na cadeia produtiva do alho:	
40.852 (cada hectare gera quatro empregos diretos)
Empregos indiretos:	61.278
(cada hectare gera 6 empregos indiretos)
Total de empregos (diretos e indiretos) gerados: 102 mil
Fonte: Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa).
T
here’s no sitting on the fence when it
comes to garlic. With garlic there is no
middle ground: you either love it or you
hate it. But it seems that Brazil is home
to countless enthusiasts who appre-
ciate that unique taste that garlic lends
to both the simplest and most sophisticated of dishes.
This passion becomes even more apparent with the realization
that the entire volume of domestic production supplies Brazilians
themselves. According to the National Association of Garlic Grow-
ers (Anapa), the crop supplies about 32% of internal needs and the
country’s major consumer and distribution markets are concentrat-
ed in the states of São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salva-
dor, Recife, Espírito Santo, Fortaleza and Manaus. Given the strong
internal appreciation for the crop, the sector expects it will eventual
be capable of supplying up to 80% of national consumption needs.
Usingyour
head
Theproductivesectorisconvinced
itcanreestablishitselfand
supplyupto80%ofdemandfor
thisfood,whichenjoysgreat
popularityinthecountry.
According to the manager of Anapa, Cristina Barbosa Neiva,
in order to cope with demand, Brazil imported more than 17 mil-
lion 10kg boxes of garlic in 2013. Of these, approximately 12 mil-
lion boxes came from China and 5 million from Argentina. Cristina
points out that Brazil’s 2013 harvest produced 108,393 tons of gar-
lic over a planted area of 10,213 hectares. These figures result in
average productivity of 10,610 kilograms per hectare.
With respect to quality, agricultural engineer and honorary presi-
dent of Anapa, Marco Antônio Lucini, reports that the 2013 cycle
in the Midwest and Southeast surpassed that of 2012 due to a
favorable climate, with cool nights. “Quality was a decisive factor in
ensuring that the prices paid to farmers remained at the same level
as the previous year, even though the price of Chinese garlic has
32
AL DENTE /A clove of garlic
Principaisestadosprodutoresdealho
Estado	 Produção(toneladas)	 Áreaplantada(hectares)
Goiás	 30.000	2.045
MinasGerais	20.469	 1.507
SantaCatarina	19.129	 2.031
RioGrandedoSul	 18.268	2.383
Bahia	 6.959	573
Fonte: IBGE, levantamento de março de 2014.
Garlic planting generates around
100,000 jobs in Brazil
fallen”, she says. “In the south, prospects for all the garlic planted
from May to July 2013 and the plantations are excellent. The harsh
winter means a good quality crop is expected for 2014”.
Brazil’s major garlic growing states are Goiás (35,303 tons), San-
ta Catarina (18,734 t), Minas Gerais (17,628 t) and Rio Grande do
Sul (16,835 t). According to Lucini, the country grows 8,000 hect-
ares of purple garlic a year and around 4,000 hectares of ordinary
garlic. “Regular garlic varieties are aimed more at regional markets
and are grown from southern Rio Grande do Sul to the Northeast”,
he explains. “Prime purple garlic is produced primarily in the South
by around 2,000 small farmers, who harvest an average of 11,000
to 12,000 kilograms per hectare.”
Another 5,000 hectares of prime purple garlic are also cultivated
in the Cerrado region, Minas Gerais, Goiás and Bahia, harvesting an
averageof16,000tonsperhectare.“Thereiscurrentlynotasinglere-
gion in the world that rivals the productivity of Brazil’s Cerrado region”.
SílvioÁvila
33
D
e geração em geração, os versinhos
“batatinha quando nasce / se espar-
rama pelo chão; / menininha quan-
do dorme / põe a mão no coração”,
inspirados no início do ciclo desta
cultura, são ditos, repetidos e decla-
mados por muitas crianças. Talvez, de tanto dizer, repetir e ouvir a
rima, os brasileiros tenham sido ainda mais influenciados a gostar
tanto da batata inglesa, a famosa batatinha.
O Brasil, conforme dados da Associação Brasileira da Batata
(Abba), em área plantada de 90 mil hectares, colhe, em média,
2,5 a 3 milhões de toneladas desse alimento por ano. A produção
nacional é praticamente toda destinada ao mercado interno: 10%
é utilizada como semente para novos plantios; 10% destina-se
à indústria de batatas pré-fritas congeladas; 15% à indústria de
batata chips; 10% é perdida, devido a problemas fitossanitários e
batata Potato
As principais Main
Detodo
jeito
Área plantada vem sendo
reduzida e a produtividade
tem se mantido estável,mas
o prestígio da batata só tem
crescido no mercado nacional
fisiológicos; e 55% chega ao mercado na forma in natura.
As exportações, conforme o gerente geral da Abba, Natalino
Yassushi Shimoyama, são esporádicas e em quantidades peque-
nas – em média, menos de mil toneladas por ano. Os destinos
geralmente são a Argentina e o Uruguai. O envio costuma ser
motivado pelas eventuais adversidades climáticas (excesso de
chuva, seca ou geadas) registradas nessas nações.
Sobre a produção de batata no Brasil, que ocorre durante o
ano todo, o diretor avalia que, de forma geral, a área plantada vem
sendo reduzida regularmente, e a produtividade tem se mantido
estável. “O recuo de área está relacionado, basicamente, ao ele-
vado custo de produção, à falta de mão de obra e à informalidade
34
O Brasil colhe, em
média, até 3 milhões de
toneladas de batata por ano
na comercialização”, ressalta. “Já a estabilidade no rendimento
tem a ver com as variações climáticas e com os problemas fitos-
sanitários, principalmente no solo”.
Para 2014, conforme Shimoyama, a tendência é de que haja
certa falta de batata no mercado, devido à deficiência em água
em algumas importantes regiões produtoras. “Neste momento, a
escassez da batata está relacionada ao longo período de seca e
às temperaturas recordes que tivemos em janeiro e fevereiro de
2014”, detalha.
Com relação à comercialização deste que, segundo a Abba, é
o terceiro alimento mais consumido pela humanidade, o diretor afir-
ma que nas duas últimas décadas ocorreram inúmeras mudanças,
principalmente no que diz respeito às variedades. “As anteriores
(Bintje, Achat, Barak, entre outras) foram substituídas pelas atuais
(Ágata, Cupido, Asterix, Mondial), e esta alteração significou a troca
de sementes menos produtivas por mais produtivas e, lamentavel-
mente, de variedades de excelente aptidão culinária por outras de
ótima aparência, porém com qualidade alimentícia inferior”, des-
creve. “Tal troca também acaba resultando na insatisfação do con-
sumidor e, por consequência, na retração de consumo”, justifica.
De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geogra-
fia e Estatística (IBGE), de 2013, a produção nacional de batata em
2012, em área total de 136 mil hectares, chegou a 3.732 mil tone-
ladas, o que configura rendimento de 27,44 toneladas por hectare.
InorAg.Assmann
35
Inglês
F
rom generation to generation, the popu-
lar Brazilian children’s rhyme “potatoes
as they grow/ spread their roots across
the earth/ little girls when they doze/ sle-
ep with their hands across their hearts”,
inspired by the beginning of the potato’s
growth cycle, have been recited and repeated by countless chil-
dren. Perhaps as a result of hearing and repeating these lines so
often, Brazilians have grown increasingly fond of the potato.
According to data from the Brazilian Potato Association (Abba),
Brazil harvests an average of 2.5 to 3 million tons of potatoes ev-
ery year across a planted area of 90,000 hectares. Almost the
entire volume of domestic production is for the internal market:
10% is used as seeds for planting; 10% is designated to the fro-
zen pre-fired French fry industry; 15% to the potato chip industry;
10% is lost due to phytosanitary and physiological problems; and
Adored
nomatter
what
Plantedareahassteadilydeclined
andproductivityhasremained
stable;however,theprestigeof
thepotatohascontinuedtogrow
intheBrazilianmarket.
55% reaches the market as fresh produce.
According to Abba’s General Manager, Natalino Yassushi
Shimoyama, exports are sporadic and small in volume, averag-
ing less than 1,000 tons a year, generally destined for Argentina
and Uruguay. These shipments are typically motivated by adverse
weather events (heavy rain, drought or frost) in these countries.
In Brazil, potatoes are a year-round crop and the director be-
lieves that, in general, planted area has steadily declined while pro-
ductivity has remained stable. “The decline in the area is basically
related to high production costs, labor shortages and the informal
nature of trade”, he says. “Yield stability is elated to climate varia-
tions and phytosanitary problems, particularly in the soil”.
According to Shimoyama, 2014 will see a shortage of pota-
toes on the market due to water shortages in some major farm-
ing regions. The current potato shortage is related the extended
drought and record temperatures experienced in January and
36
BATATAIS / Potato fields
Principaisestadosprodutoresdebatata
1ªSafra
Estado	 Produção(toneladas)	 Áreaplantada(hectares)
MinasGerais	503.784	 17.009	
Paraná	 496.464	16.869	
RioGrandedoSul	295.410	 14.509	
SãoPaulo	 348.846	13.630	
SantaCatarina	91.010	 4.061
2ªSafra
Estado	 Produção(toneladas)	 Áreaplantada(hectares)
MinasGerais	397.643	 12.673
Paraná	 355.425	13.170
SãoPaulo	 239.048	8.740
RioGrandedoSul	60.958	 3.484
Bahia	 52.090	1.306
3ªSafra
Estado	 Produção(toneladas)	 Áreaplantada(hectares)
MinasGerais	765.750	 22.737
SãoPaulo	 192.083	7.007
Goiás	 208.000	5.200
Bahia	 68.520	1.743
Fonte: IBGE, levantamento de março de 2014.
Brazil harvests an
average 3 million tons
of potatoes a year
February 2012”, he explains.
In relation to potato sales which, according to Abba, are the
world’s third most consumed food, the director reports that count-
less changes have taken place over the last two decades, primar-
ily with regard to varieties. “Previous varieties (Bintje, Achat, Barak,
among others) have been replaced (Agata, Cupido, Asterix, Mon-
dial), meaning less productive seeds have been substituted for
more productive and unfortunately, varieties highly suitable for
culinary applications have been replaced by others that are more
physical appealing, but have less quality as a food”, he says. “This
ultimately leads to consumer dissatisfaction and, consequently,
reduced consumption”, he explains.
According to a 2013 survey by the Brazilian Institute of Geog-
raphy and Statistics (IBGE), domestic potato production totaled
3,732 tons in 2012 over a planted area of 136,000 hectares, cor-
responding to productivity of 27.44 tons per hectare.
InorAg.Assmann
37
A
batata-doce vem sendo destacada
como alimento saudável, sendo in-
dicada em dietas de baixas calorias.
As raízes e as ramas podem ser
usadas na alimentação animal. Na
indústria, é matéria-prima na gera-
ção de álcool, farinha (amido), pães e doces. É uma espécie com
plantas rústicas, tolerante à seca, de alto potencial e baixo custo
de produção. Atualmente, experimentos provam que a cultura
poderá ser mais uma fonte alternativa na geração de biocom-
bustível. Por enquanto, a possibilidade de uso da raiz ainda não
repercutiu na safra nacional do tubérculo. Nos últimos anos, a
cultura registrou área, volume e rendimento menores.
Comparando o plantio de 2008 com o de 2012, o recuo mé-
dio brasileiro foi de 12%, conforme aponta o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), no último levantamento da Produ-
batata-doce Sweet Potato
As principais Main
Energia
paracrescer
Cultivado especialmente
no Rio Grande do Sul,esse
alimento totaliza quase 480 mil
toneladas de produção no País
e vislumbra novos nichos
ção Agrícola Municipal (PAM 2012). Em 2008, a planta ocupou
45,6 mil hectares, contra 40,1 mil hectares em 2012. Em rela-
ção à produção, o volume diminuiu 12,6% e a produtividade caiu
0,6%. A colheita totalizou 479,4 mil toneladas em 2012, contra
548,4 mil toneladas em 2008. A produtividade chegou a 11,9 to-
neladas por hectare.
A batata-doce é cultivada em todas as regiões brasileiras,
com maior presença nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. O
plantio pode ser feito o ano todo no Norte e no Nordeste. O Rio
Grande do Sul é o maior produtor do País, contribuindo com cer-
ca de 32% do total colhido em 2012, de acordo com o IBGE.
Nesse ano, a produção gaúcha contabilizou 153,7 mil toneladas,
38
Pesquisa comprova
que a raiz é
alternativa eficiente
de biocombustível
EXTERIOR
Na lista das principais hortaliças exportadas pelo Brasil, a
batata-doce ocupou a oitava posição em 2013. Nesse ano, os
embarques diminuíram; em compensação, a receita cresceu.
Os envios totalizaram 2.784.168 quilos, 1% a menos do que o
exportado em 2012, de acordo com os dados da Secretaria de
Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A receita foi de US$
2.188.420,00 em 2013, com acréscimo de 21% sobre o valor
anterior, de US$ 1.812.538,00.
No mundo, a batata-doce é plantada em 116 países, de
acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação
e Agricultura (FAO). A produção global foi de 103,145 milhões de
toneladas em 2012, em espaço de 8,087 milhões de hectares.
No ano em destaque, a China colheu o maior volume mundial,
de 73,140 milhões de toneladas, em área de 3,472 milhões de
hectares. A segunda maior produção, de 3,4 milhões de toneladas,
foi registrada na Nigéria, com cultivo de 1,115 milhão de hectares.
Neste ranking, o Brasil ocupa a décima-nona posição.
POTENCIAL IMENSO
A primeira usina de biocombustível a partir da batata-doce
foi implantada em Tangará da Serra, no Mato Grosso, em outubro
de 2013. A tecnologia foi aperfeiçoada por 30 pesquisadores da
Universidade Federal do Tocantins (UFT), para ser utilizada por
agricultores familiares. Após 20 anos de pesquisa, foi possível
comprovar a eficiência da batata-doce como matéria-prima
ecologicamente correta na geração do biocombustível.
O pesquisador Aldo Marcos Silva, responsável por implantar
o projeto no município, relata que a descoberta é considerada
ícone de bioenergia, por garantir o etanol mais barato, devido ao
baixo custo de produção e ao potencial energético gerado pelo
amido da raiz. Também explica que a produção de etanol a partir
da batata-doce não compete com os biocombustíveis derivados
da cana-de-açúcar ou do milho, mas pode ser complementar.
Iniciativas visando a geração de etanol de batata-doce igualmente
estão sendo desenvolvidas nos estados do Rio Grande do Sul, do
Paraná e do Tocantins.
em área de 12,3 mil hectares. O rendimento médio foi de 12,4
toneladas por hectare. Os municípios de Mariana Pimentel e Vale
do Sul registram as maiores colheitas, oscilando entre 9.000 e
10.000 toneladas por ano.
Em ordem decrescente, os maiores volumes foram obtidos
nos estados do Paraná (47,1 mil toneladas), de São Paulo (41,4
mil toneladas), de Sergipe (40,6 mil toneladas) e de Minas Gerais
(37,5 mil toneladas). O maior rendimento médio por hectare, de
35 toneladas, é obtido no Mato Grosso, que cultivou 183 hecta-
res em 2012. Na região de Presidente Prudente, em São Paulo,
a caixa de 24 quilos foi comercializada a R$ 30,00 em dezembro
de 2013, valor 150% maior do que a média histórica, de R$ 12,00.
InorAg.Assmann
39
S
weet potatoes have gained increa-
sing prominence as a healthy food
and are recommended as part of a
low calorie diet. The roots and vines
can also be used as animal feed. In
industry, it serves as a raw material
for producing alcohol, flour (starch), bread and sweet pastries.
The species produces hardy plants that tolerant dry conditions
well, have high potential and low production costs. Experiments
underway have shown that the crop is an alternative source of
biofuels. For the time being, the vegetable’s potential uses have
not yet affected domestic harvests. Recent years have seen lower
volumes, yield and planted area.
Compared to 2008, planting in 2012 showed an average de-
cline of 12%, as reported by the Brazilian Institute of Geography
and Statistics (IBGE) in the latest survey by Municipal Agricultural
Production (PAM 2012). In 2008 planted area covered 45,600
hectares, against 40,100 hectares in 2012. In regard to produc-
tion, volume decreased by 12.6% and productivity fell by 0.6%.
The 2012 harvest totaled 479,400 tons, against 548,400 tons in
2008. Productivity reached 11.9 tons per hectare.
Sweet potato is grown all over Brazil, with greater prominence
in the South, Southeast and Northeast. Planting is carried out
year-round in the North and Northeast. Rio Grande do Sul is the
country’s largest producer, accounting for about 32% of the total
Energy
togrow
Grownprimarilyinthestate
ofRioGrandedoSul,thiscrop
accountsforalmost480,000tons
ofproductioninthecountry,with
newpossibilitiesonthehorizon
harvest in 2012, according to the IBGE. This year, production in
the state totaled 153,700 tons over an area of 12,300 hectares.
Average yield was 12.4 tons per hectare. The municipalities if
Mariana Pimentel and Vale do Sul recorded the largest harvests,
varying between 9,000 and 10,000 tons a year.
In descending order, the largest volumes were obtained in the
states of Paraná (47,100 tons), São Paulo (41,400 tons), Sergipe
(40,600 tons) and Minas Gerais (37,500 tons). The largest aver-
age yield per hectare of 35 tons was recorded in the state of
Mato Grosso, which planted 183 hectares in 2012. In the Presi-
dente Prudente region in São Paulo state, a 24 kg box was sold
at R$ 30.00 in December 2013, a 150% in relation to the historic
average of R$ 12.00.
InorAg.Assmann
40
Safras de batata no Brasil
MOVIMENTO / Potato field
Ano		 Produção(milt)	 Área(milha)	 Produtividade(t/ha)
2010	495,2	 42,0	 11,8
2011	544,8	 43,8	 12,4
2012	479,4	 40,1	 12,1
Fonte: IBGE.
Principais estados produtores – 2012
BATATEIROS / Potato plants
Estados	 Área(milha)	 Produção(milt)	 Produtividade(t/ha)
RioGrandedoSul	 12.312	153.770	 12.490
Paraná	 2.639	47.164	 17.872
SãoPaulo	 2.812	41.449	 14.740
Sergipe	 3.352	40.600	 12.112
MinasGerais	 2.194	37.582	 17.129
SantaCatarina	 1.609	28.491	 17.707
RioGrandedoNorte	 2.098	21.082	 10.411
Ceará	 2.483	20.007	 8.058
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal (PAM) 2012.
IMMENSE
POTENTIAL
The first biofuel plant using sweet potato
was opened inTangará da Serra,Mato
Grosso state,in October 2013.Twenty years
of research have proved sweet potatoes’
efficiency as an ecologically correct raw
material for biofuel.
ResearcherAldoMarcosSilva,responsible
forimplementingtheprojectinthemunicipality,
reportsthatthediscoverywasrevolutionaryin
bioenergybecauseitensuresethanolisless
expensiveduetolowproductioncostsandthe
potentialenergygeneratedbytherootstarch.He
alsoexplainsthatethanolproductionfromsweet
potatoescannotcompetewiththatofsugarcane
orcorn,butitcanbecomplementary. Initiatives
aimedatproducingethanolfromsweetpotatoes
arecurrentlybeingdevelopedinthestatesofRio
GrandedoSul,ParanáandTocantins.
ABROAD
The sweet potato ranked 8th on the list of
the main vegetables exported by Brazil in 2013.
Shipments fell in that year,but revenue grew.
Shipments totaled 2,784,168 kg,1% less than
exports in 2012,according to data from the Board
of ForeignTrade (Secex),part of the Ministry of
Development,Industry and ForeignTrade (MDIC).
Revenue was USD 2,188,420 in 2013,an increase of
21% over the previous year,of USD 1,812,538.
Worldwide,sweetpotatoesareplantedin116
countries,accordingtotheFoodandAgriculture
Organization(FAO)oftheUnitedNations.Global
productionwas103.145milliontonsin2012,over
anareaof8.087millionhectares.Intheyearunder
studyChinaproducedthelargestvolumeworldwideof
73.140milliontonsoveraplantedareaof3.472million
hectares.Thesecondlargestfigureswererecorded
inNigeria,with3.4milliontonsproducedover1.115
millionhectares. Brazilisplaced19thonthisranking.
Research confirms that
the root vegetable is a
highly efficient biofuel
41
cebola Onion
As principais Main
Sem
choro
Conforme levantamento
do IBGE,o Brasil produziu
1,6 milhão de toneladas de
cebola em 2013,com área
cultivada de 55 mil hectares
H
á quem a use como desculpa para
libertar um choro contido, com a es-
perança de que os mais próximos
não percebam as lágrimas que es-
correm pelo rosto (uma vez que ela
gera ardência nos olhos de quem a
descasca ou a corta). Mas deve mesmo ser utilizada para dar
um gostinho muito especial no tempero de uma receita, seja a
mais simples ou a mais sofisticada. E a cebola produzida no Brasil
conquista os mais seletos paladares. A demanda é tanta que a
colheita nacional sequer supre totalmente o consumo dos brasi-
leiros. Por isso, o País é considerado um grande importador do
bulbo, adquirindo cerca de 240 mil toneladas por ano.
Conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), feito em março de 2014, ao todo o País colheu
1.610.699 toneladas de cebola na safra 2013, em área planta-
da de 55.445 hectares. O estudo indica que entre os principais
estados produtores do bulbo estão Santa Catarina, Bahia e São
Paulo. De acordo com o presidente da Associação Nacional dos
Produtores de Cebola (Anace), Almir Schaffer, praticamente toda
a quantidade produzida no País é destinada para consumo in-
terno. As exportações, quando ocorrem, são para a Argentina, e
têm intuito de atender a dificuldades de abastecimento quando o
país vizinho passa por problemas climáticos.
Com relação à importação, Schaffer afirma que, desde a im-
plantação do Mercosul, há duas décadas, o Brasil adquire da
Argentina em torno de 200 mil toneladas anuais. Além do país
vizinho, também são fornecedores constantes Holanda, Espanha
42
e Chile. Estes com o valor menor, de aproximadamente 40 mil
toneladas no total.
O último ciclo não foi muito satisfatório para os brasileiros. Em
2013, o País teve problemas de abastecimento de cebola no pri-
meiro semestre, resultado da quebra das safras do sul na fase
2012/13. Para o presidente da Anace, os problemas climáticos
foram a principal causa das perdas. “Granizo, estiagem e venda-
vais reduziram a colheita da região sulina em cerca de 20%, o que
significa, no valor total, em torno 150 mil toneladas”, comenta.
Já no segundo semestre de 2013, a produção do Sudeste e do
Cerrado ficou acima da média, provocando excesso de oferta até o
final do ano. “Por isso, os preços pagos ao produtor caíram no perí-
odo, ficando abaixo de R$ 0,42 pelo quilo, considerado o valor refe-
rencial do custo de produção”, ressalta Schaffer. Em janeiro de 2014
os preços reagiram e alcançaram a média de R$ 0,80 pelo quilo.
As principais inovações na cebolicultura continuam relaciona-
das à mecanização da produção, à expansão da semeadura e à
adoção de variedades mais produtivas. Conforme o presidente
da Anace, a semeadura direta deve continuar com forte aceita-
ção. “Em Santa Catarina, por exemplo, ela poderá atingir a 50%
da área cultivada na safra de 2014”, observa. “As tentativas de
colheita mecanizada estão sendo feitas em todas as regiões pro-
dutoras, com destaque para o cerrado. Já o uso de híbridos teve
aumento considerável no Sudeste, em Goiás e no Nordeste”.
Brasil ainda importa,
anualmente, cerca de 240
mil toneladas do bulbo
InorAg.Assmann
43
T
here are those who use it a perfect
excuse for restrained crying, with the
hope that the tears running down
their face will go unnoticed (since it
makes the eyes of those who peel or
cut it water). But in fact, the vegetable
gives a special touch to both the simplest and most sophisticated
recipes. And onions produced in Brazil delight the most deman-
ding of palates. Demand is so high that national supply cannot
fully meet the demands of Brazilian consumers. As a result, the
country is considered a major importer of the vegetable, importing
around 240,000 tons a year.
According to a survey conducted by the Brazilian Institute
of Geography and Statistics (IBGE) in March 2014, a total of
1,610,699 tons of onions were harvested across the country in
2013, over a planted area of 55,445 hectares. The study indicates
EM CAMADAS / In layers
Principaisestadosprodutoresdecebola
Estado	 Produção(toneladas)	 Áreaplantada(hectares)
SantaCatarina	493.847	 18.889
Bahia	 493.847	8.416
SãoPaulo	 238.300	6.710
MinasGerais	 172.327	3.143
RioGrandedoSul	 171.124	9.804
Fonte: IBGE, levantamento de março de 2014.
No
tears
According to an IBGE
survey,Brazil produced
1.6 million tons of onions
in 2013,with a cultivated
area of 55,000 hectares.
that the major producers among Brazilian states were Santa Ca-
tarina, Bahia and São Paulo. According to the president of the
National Association of Onion Growers (Anace), Almir Schaffer,
almost the entire crop produced in the country is destined for in-
ternal consumption. Exports, when they occur, are to Argentina
and are aimed at compensating for supply difficulties when the
neighboring country experiences climate problems.
With regard to imports, Schaffer reports that, since the creation
of the Mercosur two decades ago, Brazil has purchased around
200,000 tons from Argentina every year. In addition to the neighbor-
ing country, the Netherlands, Spain and Chile are also consistent
suppliers, with lower quantities of approximately 40,000 tons.
The last cycle proved unsatisfactory for Brazilians. In 2013,
the country experienced onion supply problems in the first quarter
due to crop losses in the south of the country in 2012/13. For the
president of Anace, climate problems were the main cause of the
losses. “Hail, high winds and drought diminished southern crops
by 20% for a total amount of 150,000 tons”, he says.
In the second quarter of 2013, production in the Southeast
and Cerrado regions was above average, resulting in excess supply
by the end of the year. “As a result, prices paid to farmers during
the period fell to less than R$ 0.42 per kilogram, considering the
reference value for production cost”, remarks Schaffer. In January
2014 prices reacted and reached an average of R$ 0.80 per kilo.
The main innovations in onion growing are still related to mech-
anized production, the expansion of sowing and the adoption of
more productive varieties. According to the president of Anace,
direct sowing is set to continue with strong acceptance. “In Santa
Catarina for example, it could reach up to 50% of the cultivated
area in the 2014 harvest”, he says. “Attempts are being made
at mechanized harvesting across farming regions, particularly the
cerrado region, and the use of hybrids has increased considerably
in the Southeast, Goiás state and the Northeast”.
44
Brazil still imports
around 240,000 tons of
the vegetable each year
InorAg.Assmann
45
cenoura Carrot
As principais Main
Enquanto a produção mantém-se
praticamente estável,os
preços da cenoura ao produtor
oscilam com as interferências
do clima e do mercado
Altose
baixos
A
remuneração dos produtores
brasileiros de cenoura sofreu al-
tos e baixos ao longo de 2013,
influenciada por fatores de mer-
cado e pelo clima nas duas tem-
poradas anuais, a de verão e a
de inverno. Mesmo com as cotações mais baixas, elas fica-
ram acima dos custos de produção, o que manteve a área e
a produção brasileira praticamente estáveis. Ainda que a ati-
vidade permaneça rentável, a queda nos valores praticados
para a raiz nas safras de inverno de 2013 e de verão 2013/14
desestimulou novos investimentos para o período de 2014.
Este cenário é indicado pela cadeia produtiva, uma vez
que os órgãos oficiais não dispõem de informações atuali-
zadas. A Embrapa Hortaliças, por exemplo, recém-divulgou
estatísticas de 2012, que retratam o aumento de 6% na área
cultivada, de 25 mil para 26,5 mil hectares. Houve queda de
5,7% na produtividade, que recuou de 31,2 toneladas por
hectare para 29,4 t/ha, e baixa na produção nacional, de
780,80 mil toneladas para 780,50 mil toneladas.
Conforme especialistas do Centro de Estudos Avança-
dos em Economia Aplicada da Escola Superior de Agrono-
mia Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq), da Universidade de São
Paulo (USP), que pesquisam cerca de 10 mil hectares nos
principais ambientes de produção do País, a produtividade
média foi baixa na temporada de verão. O rendimento ficou
em 51,6 toneladas por hectare entre dezembro de 2012 e
julho de 2013, especialmente em Minas Gerais, no Paraná e
no Rio Grande do Sul, pelo excesso de chuvas.
A queda na oferta a partir de abril gerou valor nominal re-
corde de preços: R$ 29,50 pela caixa de 29 quilos (R$ 1,02/
kg). A média final paga ao horticultor pela caixa de raiz, entre
dezembro de 2012 e julho de 2013, nestas regiões chegou a
R$ 24,54. O valor foi 63% maior do que na temporada anterior,
46
e quase o dobro do custo mínimo de produção, de R$ 12,30
pela caixa.
A temporada de inverno da cenoura, de julho a novembro de
2013, não manteve a remuneração, apesar de o frio ter reduzido
a oferta no Sul. Em outubro, quando o rendimento alcançou a
100 toneladas por hectare, foi registrado o menor preço do ano,
de R$ 5,93 pela caixa de 29 quilos, para um custo de produção
de R$ 10,30. A média entre agosto e novembro pela caixa “suja”
foi R$ 110,21, valor 43% inferior ao mesmo período de 2012,
mas 13% acima do custo de produção. “Mesmo com essa bai-
xa, foi mantida a rentabilidade”, diz João Gabriel Dumbra, ana-
lista de mercado de cenouras do Cepea.
FREIO PUXADO
A safra de verão 2013/14 não mostrou grandes novidades.
A área e a produção permaneceram estáveis e os rendimentos
estiveram abaixo da temporada anterior. O aumento da oferta,a
partir de março,concorreu para reduzir as margens dos agricultores.
Ao mesmo tempo,no final de março e no início de abril foi iniciado
o cultivo da safra de inverno,que deve manter as mesmas
características de área e produção do ciclo anterior.
Os produtores não estão estimulados a investir em virtude
dos preços praticados. Mesmo rentável,a cultura não apresenta
margens que permitam ampliar a área ou realizar investimentos,
pois o aumento de oferta pressionaria ainda mais os preços.A
produtividade dependerá das variáveis climáticas.A expectativa
do fenômeno climático El Niño no Brasil preocupa em alguns
polos produtivos diante da possibilidade de estresses hídricos,por
excesso ou falta de água,que pode gerar.
Em 2013, a safra
de verão remunerou
bem; mas a de
inverno, nem tanto
SílvioÁvila
47
Highsand
Lows
While production has remained
practically stable,the cost
of carrots for farmers varies
according to climate and
market interference
T
he financial return for Brazilian car-
rot farmers experienced highs and
lows throughout 2013, influenced by
market and climate factors in both
the summer and winter harvests. Al-
though prices were lower, they remai-
ned above production costs which kept the sector and Brazilian
production almost stable. Although the activity is still profitable, the
fall in prices charged for the root vegetable in the 2013 winter and
2013/14 summer harvests discouraged new investment for 2014.
This is the scenario indicated for the production chain, since
official authorities do not have updated information. Embrapa
Hortaliças, for example, recently published statistics for 2012 that
show a 6% increase in cultivated land, from 25,000 to 26,500
hectares. There was a 5.7% fall in productivity, which declined
from 31.2 tons per hectare to 29.4 t/ha, and domestic production
decreased from 780,800 to 780,500 tons.
According to specialists from the Center of Advanced Re-
search in Applied Economy of the University of São Paulo’s Luís
de Queiroz School of Agronomy (Cepea/Esalq), who surveyed
around 10,000 hectares of the country’s major production envi-
ronments, average productivity was low during the summer har-
vest. Yield was 51.6 tons per hectare between December 2012
and July 2013, particularly in the states of Minas Gerais, Paraná
and Rio Grande do Sul due to heavy rainfall.
The fall in supply from April onwards generated record nominal
values: R$ 29.50 for a 29 kg box (R$ 1.02/kg). The average final
price paid to the farmer per box in these regions between Decem-
ber 2012 and July 2013 reached R$ 24.54. The value was 63%
higher than the previous season and almost double the minimum
production cost of R$ 12.30 a box.
Despite the fact that cold weather reduced supply in the
South, the winter carrot harvest from July to November 2013 did
not maintain return. The lowest price of the year was recorded in
48
SLOWDOWN
The 2013/14 summer harvest showed no new
developments.The sector and production remained stable
and yields remained below those recorded for the previous
harvest. Increased supply from March onwards contributed
to reducing farmer’s margins. At the same time,cultivation
for the winter harvest began in late March and earlyApril,
which should maintain the same industry and production
characteristics as the previous cycle.
Farmers are not keen to invest because of the prices
charged.Though profitable,cultivation does not provide
margins that allow expansion of the sector or investments,
since increased supply would exert even greater pressure on
prices. Productivity would still depend on climactic variables.
The expectation of the El Niño phenomenon in Brazil is a
concern for some production centers given the possibility of
water shortages or excess water.
PARA ENXERGAR /To see better
PerfildaproduçãodecenouranoBrasil
Ano	 Área(mil/ha)	 Produção(mil/t)	 Produtividade(t/ha)
2008	 26,20	752,30	 28,71
2009	 25,50	754,43	 29,59
2010	 25,28	763,93	 30,22
2011	 25,00	780,80	 31,23
2012	 26,50	780,50	 29,45
Fonte: Estimativa de agentes do agronegócio.
Elaboração: Embrapa Hortaliças.
October, when yield reached 100 tons a hectare, at R$ 5.93 for
a 29 kg box against a production cost of R$ 10.30. The average
amount for a box of unwashed product between August and No-
vember was R$ 110.21, 43% lower than the same period in 2012,
but 13% higher than the production cost. “Despite this low, profit-
ability was maintained”, says João Gabriel Dumbra, an analyst of
the carrot market for Cepea.
In 2013, the summer harvest
brought good returns; however, the
winter crop did not fare as well
SílvioÁvila
49
folhosas Leafy
As principais Main
50tons
deverde
Produção brasileira de alfaces,
repolhos e outras folhosas
mantém-se estável,mas
tendência é de que o consumo
cresça nos próximos anos
A
busca crescente por hábitos alimen-
tares mais saudáveis junto à popu-
lação brasileira, diante da onda de
obesidade que põe em alerta os or-
ganismos de saúde pública, aponta
para a tendência de incremento na
demanda nacional de hortaliças. O movimento deve favorecer
especialmente as folhosas, como alface, repolho, rúcula, couve
e agrião, entre mais de 50 variedades de verduras. Ainda que os
órgãos oficiais não gerem estatísticas atualizadas da produção
nacional, o setor trabalha com expectativa de aumento gradual
do consumo, com reflexos na produção e na área semeada.
No entanto, a concentração de oferta em determinadas épo-
cas do ano, e em algumas regiões; o clima e a necessidade de
tornar mais eficientes os processos, da produção à mesa do con-
sumidor, interferem no mercado. Em 2012, em 2013 e também
em 2014, a área e a produção têm se mantido estáveis. No Brasil,
em 2011, os agentes do agronegócio estimaram a produção de
alface e de repolho em 2,59 milhões de toneladas, com cultivo de
123,58 mil hectares. O repolho totalizou 1,32 milhão de toneladas,
e a alface, de 1,27 milhão de toneladas. Em 2012, o montante che-
gou a 2,6 milhões de toneladas no total, volume que se repetiu em
2013 e deve ser mantido em 2014, com superfície cultivada de 123
mil hectares e de 124 mil hectares, respectivamente.
Presenças obrigatórias em refeições bem equilibradas, as fo-
lhosas enriquecem não apenas nutricionalmente a culinária brasi-
leira, mas criam oportunidades de negócios para agricultores que
50
Consumidores associam
cada vez mais as folhosas
a uma vida saudável
buscam mercados especiais, os chamados segmentos gourmet.
São os casos de hortaliças com embalagens especiais, apresen-
tação, tamanhos, sistemas de produção orgânico, ou para aten-
dimento de restaurantes de alta culinária, nichos de mercado etc.
“O consumidor, especialmente aquele que viaja ao exterior
e tem maior poder aquisitivo, busca cada vez mais vegetais de
qualidade”, destaca o pesquisador Fábio Suinaga, da Embra-
pa Hortaliças, de Gama (DF). “Isso abre mercados de alto valor
agregado.” Segundo ele, hoje, 65% da alface produzida no Brasil
é crespa, 25% é americana e o restante abrange outros tipos,
como lisa, roxa, mimosa e romana.
CLIMA INSTÁVEL
A estiagem que atingiu o Centro do País no verão de 2014 afetou
a safra de folhosas. Com isso,a caixa de alface crespa,na Ceagesp,
foi comercializada em março de 2014 a R$ 35,31,aumento de 14%
frente a fevereiro,e com avanço expressivo sobre o inverno de
2013. Mas o excesso de calor queimou folhas e raízes das alfaces.
O longo período de estiagem também provocou doenças virais e
bacterianas,que trouxeram perdas produtivas e de qualidade.A
manutenção da estiagem e a previsão de El Niño geram expectativa
de produção entre estável e um pouco menor no inverno de 2014,o
que deve seguir até o verão no ciclo 2014/15.
DE OLHO NO MERCADO
De acordo com a analista de mercado de folhosas BrunaAbrahão
Silva,do Centro de EstudosAvançados em EconomiaAplicada
da Escola Superior deAgricultura Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq),
da Universidade de São Paulo (USP),os investimentos em área
após os preços elevados na safra de inverno de 2012 resultaram
em maior oferta. Em decorrência,motivaram cotações baixas na
temporada 2013 nos polos de produção do Estado de São Paulo.A
oferta elevada pressionou negativamente o valor até julho,quando
fortes chuvas prejudicaram as hortas,reduziram a disponibilidade e
permitiram que a folhosa esboçasse reação de preços.
A caixa com 24 unidades de alface crespa na Companhia de
Entrepostos eArmazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp),
que em janeiro de 2013 chegou à média mensal de R$ 23,75,
alcançou a R$ 18,33 como melhor preço referencial entre maio
e novembro de 2013. Em média,de maio a novembro,a caixa de
alface crespa de 24 unidades foi vendida na Ceagesp a R$ 9,89,
queda de 39% no comparativo com o mesmo período de 2012. SílvioÁvila
51
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HORTALICAS 2014 ANUARIO

  • 2. DOW AGROSCIENCES PROTEÇÃO DE PONTA A PONTA A Dow AgroSciences apresenta sua linha de produtos para proteção das lavouras de Hortifruti. Sãodiversassoluções,paramúltiplas culturas,queprotegemsuaprodução de ponta a ponta! www.dowagro.com.br 0800 772 2492 eccomais.com ®TM * MarcaregistradadaThe DowChemical Company ("Dow") ou umacompanhiaaliadadaDow. |AGATA– Marcaregistradade ISK Biosciences Comercial Ltda. | Platinum Neo – Marcaregistradade SyngentaProteção de Cultivos Ellect – Marcaregistradade OxiquímicaAgrociência|Tairel M – Marcaregistradade FMCAgricultural Products. | Micene – Marcaregistradade Sipcam UPLBrasil S.A. Soluções para um Mundo em Crescimento ® Soluções em Hortifruti
  • 4. EXPEDIENTE Publishers and editors ANUÁRIO BRASILEIRO DE HORTALIÇAS 2014 Editor: Romar Rudolfo Beling; textos: Erna Regina Reetz, Benno Bernardo Kist, Cleiton Evandro dos Santos, Cleonice de Carvalho e Marluci Drum; supervisão: Romeu Inacio Neumann; tradução: Guido Jungblut; fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann (Agência Assmann), Robispierre Giuliani e divulgação de empresas e entidades; projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira Machado; arte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografia de Sílvio Ávila; edição de fotografia e arte-final: Márcio Oliveira Machado; tabelas: Eduardo Mesquita; marketing: Maira Trojan Bugs, Gabriela Kaempf da Silva, Giovani Souza e Raul Dreyer; supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado; distribuição: Simone de Moraes; impressão: Gráfica Coan, Tubarão (SC). ISSN 2178-0897 EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA. CNPJ 04.439.157/0001-79 Diretor-presidente: André Luís Jungblut Diretor-de-Conteúdo: Romeu Inacio Neumann Diretor-Comercial: Raul José Dreyer Diretor-administrativo: Jones Alei da Silva Diretor-Industrial: Paulo Roberto Treib Rua Ramiro Barcelos, 1.224 CEP 96.810-900 Santa Cruz do Sul, RS Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940 Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944 E-mail: redacao@editoragazeta.com.br comercial@editoragazeta.com.br Site: www.editoragazeta.com.br RobispierreGiuliani 2
  • 5. SUMÁRIO Summary 06 | Apresentação 08 | PANORAMA 34 | AS PRINCIPAIS 58 | ESPECIAL 66 | PESQUISA 84 | PAINEL 86 | EVENTOS Introduction Panorama Highlights Special Research Panel Events É permitida a reprodução de informações desta revista, desde que citada a fonte. Reproduction of any part of this magazine is allowed, provided the source is cited. Ficha A636 Anuário brasileiro de hortaliças 2014 / Erna Regina Reetz ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul : Editora Gazeta Santa Cruz, 2014. 88 p. : il. ISSN 2178-0897 1. Horticultura – Brasil. 2. Hortaliças. I. Reetz, Erna Regina. CDD : 635 CDU : 635 Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197 3
  • 6.
  • 7.
  • 8. N ão importa que se trate de realidade do Brasil ou de qualquer outra na- ção, quando alguém começa a fazer planos para a refeição seguinte (e a fome é sempre certa), é impossível que eles não levem em conta ou en- volvam ao menos uma hortaliça – de preferência várias, e de diver- sas cores. Se não estiver na lista, com certeza se terá um cardápio mais pobre, e bem menos nutritivo. Os alimentos colhidos na horta ou na granja, tenham estas a extensão ou o tamanho que tiverem, são indispensáveis aos orga- nismo e diretamente associados a tudo aquilo que se considera, no melhor dos casos, uma vida saudável. A população brasileira ainda se descuida, em grande medida, dessa lógica e dessa regra, ao não adotar na devida dimensão o consumo de hortaliças em níveis sugeridos pela Organização Mundial da Saúde. O Brasil acaba por manter seus índices de demanda per capita – e, por extensão, seu patamar de produção e de comércio – de hortaliças muito aquém do que uma Nação com essa extensão territorial teria capacidade para exibir, e necessidade de consumir. A disponibilidade de área, os tipos de solo e de clima e a vocação Apresentação Introdution Édiade feira existente nas diversas regiões nacionais praticamente viabilizam o plantio de todas (todas) as hortaliças encontráveis no planeta. Logo, basta que a população acorde, se interesse por conhecer e consumir, estruture economicamente o cultivo junto ao setor pri- mário, providenciando a regularidade na oferta, e o Brasil se tornará um verdadeiro paraíso para esse segmento vital. A diversidade de espécies (que ultrapassa, e muito, a uma cen- tena) e de variedades, hoje dotadas – pelo esforço da pesquisa – com nutrientes e propriedades organolépticas (perceptíveis aos sentidos humanos) quase impensáveis, faz da horta um lugar que desafia e entusiasma cozinheiros, gourmets e chefs, dos experien- tes aos estreantes. O Anuário Brasileiro das Hortaliças 2014, ao atualizar as informações de produção, de mercados e de inova- ções tecnológicas em território nacional, apresenta o panorama para que cada leitor deixe-se inspirar e incentivar a consumir mais produtos colhidos na granja – e, assim, viver muito melhor. Na próxima vez em que for fazer a feira – e quem sabe pos- sa ser logo depois de ter conferido o conteúdo desta edição –, lembre-se: a vida pode ter muito mais cor, aroma e, especialmente, sabor. E que sabor! Bom apetite. Quer dizer: boa leitura. 6
  • 9. R egardless of whether it is a reality in Bra- zil or any other nation, when someone startsplanning theirnext meal (anappe- tite is always a good thing) they should always consider or include at least one vegetable – preferably several, and in plenty of different colors. If not, your meals will certainly be less inte- resting, and far less nutritious. Fresh produce from a garden or farm, irrespective of its size, are vital for thebodyanddirectlyassociatedwithahealthylifestyle.Brazilians still largely neglect this logic by failing to consume adequate amounts of vegetablesatthelevelsrecommendedbytheWorldHealthOrganization. Brazil continues to maintain the same levels of demand per capita and,byextension,itsproductionandtradelevels,whicharefarbelow what a country of Brazil’s size is capable of and below its consump- tion needs. The available area, soil types, climate and vocation in the country’svariedregionsallowany,absolutelyanykindofvegetableon It’smarketdaythe planet to be planted. As a result, all that is needed is for the popu- lation to wake up, get interested in learning and consuming, making cultivation economically viable among the primary sector by regulat- ingdemand,andBrazilwillbecomeatrueparadiseforthisvitalsector. The sheer diversity of species (which far exceed one hundred) and varieties that, through research efforts, now contain nutrients and organoleptic properties that were previously unthinkable, make the vegetable garden a place that challenges and excites cooks, gour- mets and chefs, from novices to the most experienced. By updating informationondomesticproduction,marketsandtechnologicalinno- vations, the 2014 Brazilian Vegetable Yearbook provides a panorama that inspires and encourages reads to consume more farm-grown produce and live a healthier life. Then next time you go grocery shopping – and hopefully after you read the annual edition it will be soon – remember: life can be filled with much more color, aroma and, especially, flavor. And what flavor! Enjoy! SílvioÁvila 7
  • 10. Commuito apetite A horticultura brasileira apresenta certa estabilidade na produção, com leve crescimento, mas menor disponibili- dade (consumo), pois fica abaixo do crescimento populacional. Os últi- mos dados sistematizados pela Em- brapa Hortaliças, referentes a 32 culturas, e até o ano de 2012, indicam que o total produzido retornou, neste ano, novamente à faixa das 18 milhões de toneladas, na qual se mantém desde 2007, embora em 2011 tivesse ultrapassado a 19 milhões de to- neladas. O mesmo ocorre na mandioca, incluída neste Anuário e que, sozinha, respondeu por 23 milhões de toneladas em 2012, quando no ano anterior já chegara a 25 milhões de toneladas. Em 2013, com nova interferência de problemas climáticos, voltou a ocorrer diminuição na produção de culturas importantes, sobre as quais já são conhecidas informações. É o caso de man- dioca, batata-inglesa e cebola, enquanto o tomate, com pequena recuperação, ainda não atingiu a produção anterior. O fato gerou dificuldades para atender ao mercado e acarretou aumento de preços. Já para 2014, as primeiras estimativas feitas indicam a possibilidade de melhoria na oferta destes alimentos. “A produção e o mercado de hortaliças apresentam discreto crescimento, muito especialmente em função do desenvolvimen- to tecnológico”, observa Waldir de Lemos, que preside a Associa- ção Comercial dos Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio (Acegri) e a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças, ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A pesquisa da Embrapa Hortaliças, apresentada por Nir- lene Junqueira Vilela, confirma este fato, ao constatar que, entre 2008 e 2012, a área cultivada diminuiu 0,9%, a produção aumen- Produçãodehortaliçasregistra retomadasem2014,após períododereduçãoemculturas importantesedificuldadespara atenderaosmercados panorama Panorama 8
  • 11. tou 4,2%; e a produtividade, 6,6%. O dirigente do setor verifica ainda que “razões como custo de produção, logística inadequada, falta de incentivo ao consumo e discreta política de extensão rural” implicam em insatisfações e falta de dinamismo. Contudo, Waldir percebe “esforços que es- tão sendo desenvolvidos, e significativos avanços científicos para melhora da nossa produção, onde a Embrapa cada vez mais se afirma como referência mundial”. Por isso, crê que, “em médio prazo, com a superação de boa parte dos problemas identifica- dos, teremos notícias de um grande crescimento no setor”. Aposta é em maior crescimento com apoio científico e tecnológico Ano 2008 2012 Área(milha) 807,7 800,1 Produção(milt) 18.020 18.769 Produtividade(t/ha) 22,311 23,458 Disponibilidade(kg/hab/ano) 97,9 94,5 Fonte: IBGE/Embrapa Hortaliças. EVOLUÇÃO / Evolution (Dados referentes a 32 produtos – Brasil) SílvioÁvila 9
  • 12. B razilian horticulture shows a degree of stability in production, with slight gro- wth, but less availability (consumption) since it falls below population growth. The latest data calculated by Embrapa Hortaliças, covering 32 crops up to the year 2012, indicate that this year the total produced recovered to around 18 million tons and has remained there since 2007, though Ahearty appetite Vegetableproduction recoversin2014aftera periodofdeclineinmajor cropsanddifficulties cateringtothemarket rising to 19 million in 2011. The same is true for cassava, featured in this Annual and which, alone, accounted for 23 million tons in 2012 and 25 million tons the previous year. In 2013, affected by climate problems, production of major crops once again declined, with figures already available. These include cassava, potatoes and onions, whereas tomatoes recovered slightly though without reaching previous levels. This made it difficult to meet market demands and led to a rise in prices. Initial estimates for 2014 indicate a possible improvement in the supply of these foods. “The vegetable market and production have shown slight growth, primarily as a result of technological development”, remarks Waldir de Lemos, head of the Ceasa Grande Rio Commercial As- sociation of Producers and Users and the Board of the Supply Chain for Vegetables, associated with the Ministry of Agriculture, Livestock and Supply (Mapa). Research by Embrapa Hortaliças, presented by Nirlene Junqueira Vilela, confirms this fact in noting that between 2008 and 2012, the country’s cultivated area declined by 0.9%, production rose 4.2% and productivity grew by 6.6%. The director of the sector also commented that “aspects such as production costs, inadequate logistics, failure to promote con- sumption and discrete rural expansion policies” lead to dissatisfac- tion and lack of dynamism. Nevertheless, Waldir acknowledged that “efforts are currently underway, including significant scientific advances, to improve our production and Embrapa is increasingly asserting itself as a global benchmark”. As a result, he believes that “in the medium term, by overcoming many of the problems identi- fied, we will see significant growth in the sector”. Increased growth forecast with the support of science and technology RobispierreGiuliani 10
  • 13. Tomate Compack Seminis Alto potencial produtivo Liberdade de escolha Seminis: segurança de colher produtividade, com qualidade 2A.
  • 14. Campeão otimista Pesquisa em São Paulo,maior Estado produtor de hortaliças, apresenta julgamento positivo da safra e perspectivaS de crescimento na nova etapa O melhor conhecimento da realidade na produção de hortaliças no País, uma das principais metas do ainda novo Instituto Brasileiro de Horticul- tura (Ibrahort), deu um passo histó- rico com a realização da pesquisa “Perfil e necessidades da olericultura paulista”, realizada em junho de 2013, por meio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe- quenas Empresas de São Paulo (Sebraer-SP). O Estado, ressalta Carlos Schmidt, presidente da instituição do setor e executivo da Associação dos Produtores e Distribuidores de Horti-Fruti (Aphor- tesp), é, por vocação e pela história, o grande produtor de olerí- colas do País, e por isso mereceu o enfoque inicial deste estudo. De acordo com a última informação existente sobre a produ- ção global do Estado, apresentada por Waldemir Pires de Camar- go Filho, Felipe Pires de Camargo e Ana Maria Montragio Pires de Camargo, do Instituto de Economia Agrícola (IEA), a estimativa é de que São Paulo respondia em 2011 por 21,13% do total brasi- leiro. Eles levantaram o volume de 4,1 milhões de toneladas, com 53 espécies cultivadas em 145,3 mil hectares, considerando-se que no País estivessem sendo obtidas 19,4 milhões de tonela- das. “São Paulo, além de ser o principal produtor de hortaliças no Brasil, é o Estado que tem a maior diversidade de produtos para o abastecimento do mercado consumidor”, assinalam, registrando também crescimento em relação a 2010, quando teria produzido 3,8 milhões de toneladas. A pesquisa do Sebrae em 2013 contemplou 600 produtores com até 100 hectares (média de 10 hectares) e 20 culturas. A 12
  • 15. DIVERSIFICAÇÃO O dirigente do Ibrahort,Carlos Schmidt,observa,em relação à pesquisa,que,nas folhosas,um mesmo produtor dedica-se a quase todos os produtos (alface de diferentes tipos,agrião,repolho, couve etc). Já nos outros itens,há os que se especializam em tomate ou batata,enquanto nos legumes os produtores cultivam em média cinco tipos. O estudo,com vasta gama de informações,foi apresentado na reunião da Câmara Setorial de Hortaliças,no dia 10 de abril de 2014,com apreciação bastante positiva,e a meta é estendê-lo a outras regiões. Paralelamente,destaca Schmidt,a preocupação é adequar o produtor a novas tecnologias,a fim de aumentar produtividade e receita,e auxiliar no que for necessário para que os planos e os avanços traçados no setor,a médio e longo prazos,possam ser alcançados. Missões técnicas no País e no exterior,e eventos na área,como seminários sobre produtos minimamente processados,estão inseridos nas ações previstas para 2014,procurando reforçar o associativismo e o cooperativismo. maioria dos agricultores é familiar e, conforme dados de 2012, o faturamento alcançado é de até R$ 60 mil ao ano, em 80% dos casos. O último ano em questão foi considerado positivo por 83% dos olericultores, e 53% esperavam crescer na temporada seguinte. Em média, 2,4 pessoas da família trabalham na ativida- de, e grande parte dos produtores manifesta dificuldades para encontrar trabalhadores. Os contratados geralmente são de bai- xa formação e têm pouco acesso a capacitação. Ainda segundo os dados levantados, o cultivo convencional é predominante (96,2%, sendo 3,8% orgânico e 0,7% hidropônico), assim como é aberto (93,2%). As perdas alcançam, em média, 17,6%; o transporte é feito expressivamente por terceiros (69%), a venda pessoal abrange 68% do total, mas é forte a presença de atravessadores (57%). Outros aspectos dizem respeito à preocu- pação existente com algum tipo de beneficiamento (60,3%), novas tecnologias de produção (54% em novos defensivos e fertilizantes, e 70% no caso de cebola, batata e tomate), adubação orgânica (63%) e destino correto de embalagens (92%). InorAg.Assmann 13
  • 16. LIDERANÇA PAULISTA / São Paulo leadership Produção de hortaliças em 2011 (t) Brasil 19,4 milhões SãoPaulo 4,1 milhões Fonte: Waldemar Pires de Camargo Filho, Felipe P. de Camargo, Ana Maria M. P. De Camargo/Embrapa/ABCSEM/IBGE. Optimistic champion A historic step was taken towards the Brazilian Horticultural Institution’s pri- mary goal of achieving better under- standing of the reality of vegetable growing in the country with the study titled “Profile and Needs of Olericul- ture in São Paulo”, conducted in June 2013 through the Brazilian Micro and Small Business Support Service (Sebrae-SP). Accord- ing to Carlos Schmidt, president of the institution for the sector and an executive in the Association of growers and Distributors of Fruits and Vegetables (Aphortesp), São Paulo is historically the country’s largest vegetable producer and for this reason was cho- sen as the initial focus of the study. According to the latest information on the state’s overall produc- tion, published by Waldemir Pires de Camargo Filho, Felipe Pires de Camargo and Ana Maria Montragio Pires de Camargo of the AsurveyinSãoPaulo,thelargest vegetablegroweramong Brazilianstates,forecastsa positiveharvestandpredicts growthinthenewphase DIVERSIFICATION Commenting on the study,the director of Ibrahort noted that,in regard to leafy vegetables,one producer will grow almost all such produce (different types of lettuce,watercress,cabbage,kale etc.). With respect to other items,some growers specialize in tomatoes or potatoes,whereas legume farmers grow on average five different types. The study and its extensive data were presented at the meeting of the Horticultural Board onApril 10,2014 and was very well received, with the aim being to extend it to other regions of the country. At the same time,president Carlos Schmidt points out that the overriding concern is to help growers adapt to new technologies in order to increase productivity and revenue,in addition to providing the necessary assistance to ensure the medium and long-term plans for the sector are achieved. Technical missions within the country and abroad,as well as events such as seminars on minimally processes products,are among the initiatives forecast for 2014 geared towards strengthening trade associations and cooperatives. Agricultural Economics Institute (IEA) it is estimated that in 2011 São Paulo accounted for 21.13% of the Brazilian total. They reported a volume of 4.1 million tons, with 53 cultivated species over 145,300 hectares, against a total of 19.4 million tons for the country as a whole.Accordingtotheresearchers,“inadditiontobeingBrazil’slarg- est vegetable growing state, São Paulo also has the widest range of productsforsupplyingthe consumer market,” also recording growth in relation to 2010 when production reached 3.8 million tons. Sebrae’s 2013 survey covered 600 growers with up to 100 hectares (an average of 10 hectares) and 20 crops. Most farms are family-owned and, according to data for 2012 turnover is up to R$ 60,000 a year in 80% of cases. The last year studied was considered positive by 83% of vegetable growers and 53% expected growth in the following season. 2.4 people in the family worked in the operation and most growers reported difficulties finding workers. Those hired are generally uneducated and have little access to training. Alsoaccordingtostudydata,conventionalgrowingpredominates (96.2%, of which 3.8% is organic and 0.7% hydroponic), as well as the open-field system (93.2%). On average, losses reach 17.6%; transport is carried out exclusively by third parties (69%), personal selling accounts for 68% of the total, but there is a strong presence of middlemen (57%). Other aspects relate to concern over processing (60.3%), new production technologies (54% in new pesticides and fertilizers, and 70% in the case of onions, potatoes and tomatoes), organic manure (63%) and proper disposal of packaging (92%). SílvioÁvila 14
  • 17.
  • 18. O consumo de hortaliças no País ain- da não corresponde às necessida- des e às potencialidades. Mesmo que não haja atualização de dados a respeito – o último oficial é do Ins- tituto Brasileiro de Geografia e Es- tatística (IBGE), de 2008, que apresenta pequena redução, para 27 kg/pessoa –, esta conclusão está presente no meio produtivo e faz perseguir maior incentivo ao uso dos produtos, por meio das orga- nizações e em sintonia com o governo. Os benefícios para a saúde e a melhoria da renda oferecem argumentos para aumentar a de- manda e respaldar iniciativas na área, onde estão presentes desde o resgate a produtos típicos relegados até – e de modo especial – o estímulo a novas alternativas de produção e de apresentação. A recuperação das chamadas hortaliças não convencionais no cultivo e na culinária está entre os objetivos, por exemplo, de programa desenvolvido em Minas Gerais pela Empresa de Pesqui- sa Agropecuária (Epamig), pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-MG), junto com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), o Ministério da Agricultura (Mapa), a Embrapa e as prefeituras. Foram instalados 28 bancos de germoplasma em diversas comunidades no Estado e são avaliados sistemas orgâni- cos de cultivo de espécies como azedinha, taioba e ora-pro-nóbis. Por outro lado, visando atingir o consumidor moderno, com menos tempo para preparar alimentos e mais exigente, o setor está atento a novas opções de produtos a serem oferecidos. Dotradicional aomoderno Incentivo ao consumo centra ações em hortaliças não convencionais e chama a atenção para alternativas mais práticas exigidas na atualidade Neste sentido, ganham força alternativas em tamanhos menores, como mini-tomates e mini-alfaces, com sementes híbridas de- senvolvidas pelas empresas de biotecnologia, e os produtos com algum processamento. Particularmente, os chamados vegetais pré-cortados ou minimamente processados recebem cada vez mais a preferência dos compradores. É o que constatou pesquisa de evolução do consumo de hortaliças minimamente processadas em oito anos (2005-2013), feita por Andréa Gonçalves de Almeida, para tese de mestrado em agronegócios, pela Universidade de Brasília, em 2013. Neste ano, 66% dos entrevistados revelaram disposição de pagar mais por estes produtos, enquanto em 2005 esta proporção ficava em 46%. Gerentes de supermercado ouvidos, por sua vez, eviden- ciaram o crescimento nas vendas desta opção e o aumento das exigências junto aos consumidores, requerendo cada vez maior atenção à qualidade. O assunto foi destaque também no 3º Congresso Brasileiro de Processamento de Frutas e Hortaliças, realizado em setembro de 2013, em Ilhéus, na Bahia. Murilo Freire Júnior, pesquisador da Em- brapa, apontou que, no Brasil, o consumo desses produtos tende a crescer em função de sua praticidade e do maior aproveitamento dos vegetais. Destacou ainda que as tendências mundiais nesta área referem-se a novas embalagens, com design inovador e cores atrativas voltadas à satisfação do consumidor. Em 2014, o Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort) prevê a realização de seminários específicos sobre este tema, em Santa Catarina e na Paraíba. 16
  • 19. T he consumption of vegetables in the Country still doesn’t match the needs and the potential. Even though there is a lack of updated data on the is- sue – the last official report is from the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) in 2008 and shows a small reduction, to 27 kg/ person – this conclusion is present among farmers and leads to greater pursuit of incentives for product use by the organizations and in sync with the government. The benefits for health and income improvement offer arguments to increase demand and endorse initiatives in the field that include anything from a redemp- tion of typical products that had fallen out of favor to the encoura- gement of new production and presentation alternatives. The recovery of the so-called non-conventional vegetables for cultivation and cooking, are some of the objectives of a pro- gram developed in Minas Gerais by the Agricultural Research Company (Epamig), by the Technical Assistance and Rural Exten- sion Company (Emater-MG), along with the Federal University of Viçosa (UFV), the Ministry of Agriculture (Mapa), Embrapa, and the local city administrations. Twenty-eight germplasm banks were installed in several communities in the State and organic planta- tion systems are evaluated for species such as sorrel, arrowleaf elephant’s ear, and leaf cactus. On the other hand, trying to reach the modern consumer who has less time to prepare food and is more demanding, the sector is paying attention to new product options to be offered. With this in mind, smaller sized alternatives gain traction, such as mini-to- matoes, and mini-lettuce, with hybrid seeds developed by biotech companies, and also products with some processing. Especially the so-called pre-cut or minimally processed vegetables are in- creasingly well received by the consumers. That was the Discovery of the eight year (2005-2013) research on the evolution of the consumption of minimally processed veg- etables done by Andréa Gonçalves de Almeida, for her Master’s thesis in Agribusiness from the University of Brasília, in 2013. This year, 66% of those interviewed were said to be willing to pay more for these products, while in 2005 the proportion was around 46%. Grocery store managers, when asked, confirmed the sales growth of this option and the increased demands of consumers that require increased attention to quality. The issue was also highlighted at the 3rd Brazilian Congress of Fruit and Vegetable Processing, held in September 2013, in Ilhéus, Bahia. Embrapa researcher Murilo Freire Júnior mentioned that in Brazil, the consumption of these products will tend to grow due to their practicality and the more effective use of the vegetables. He also highlighted that the global trends in this area point to new packaging with innovative design and attractive colors geared to- ward pleasing the consumer. In 2014, the Brazilian Horticulture Institute (Ibrahort) plans to hold seminars about this specific topic in Santa Catarina and Paraíba. From the traditional to the modern Consumptionincentivescenteron actionswithnon-conventional vegetablesanddrawattention tomorepracticalalternatives neededcurrently SílvioÁvila 17
  • 20. A balança brasileira do comércio internacional de hortaliças con- tinua pendendo para a importa- ção, já tradicional, principalmen- te em alguns produtos, como batata-inglesa, cebola e alho. Após pequena recuperação em 2012, quando a diferença entre o importado e o exportado ficava um pouco acima de 500 mil toneladas e US$ 560 milhões, em 2013 o déficit pas- sou de 740 mil toneladas e de US$ 840 milhões. A compra de produtos olerícolas no exterior cresceu 28,8% em 2013, na comparação com o anterior, passando de 1 milhão de toneladas, conforme apuração feita pelo Anu- ário Brasileiro de Hortaliças. Também em valor, foi ultrapas- sada a barreira de US$ 1 bilhão. Os números são recordes Socorro externo Importação já tradicional de hortaliças aumentou quase 30% em volume em 2013 e expandIU o déficit na balança comercial do segmento se considerada a série histórica entre 2000 e 2012, levantada por Nirlene Junqueira Vilela, pesquisadora da Embrapa Hor- taliças, de Brasília (DF). As importações, de modo geral, vêm crescendo no se- tor. Num período de 10 anos, entre 2003 e 2012, a varia- ção em volume importado atinge 70,7% e, quando são considerados cinco anos, o índice ainda fica em 16,5%. Enquanto isso, as exportações não acompanham o mes- mo ritmo. No decênio referido, até chegaram a crescer um pouco, 8,1%; mas já no quinquênio em análise, é verifica- da redução de 21,8%. 18
  • 21. LEVE CRESCIMENTO A venda externa tem alguma expressão apenas em culturas que são enquadradas ao mesmo tempo como frutas e como hortaliças,a exemplo do melão e da melancia.A exportação de melão,conforme analisado no Anuário Brasileiro de Fruticultura 2014,sofreu desde 2008 com a crise econômica na Europa,onde se concentra a principal clientela,além de ainda enfrentar problemas de elevação de frete marítimo e tarifas de importação. Mas a destinação da fruta olerácea ao exterior (mais de 56% do total produzido) ensaia recuperação,tanto que em 2013 cresceu 5,3% em volume e 10% em receita,com câmbio favorável.A performance permitiu leve incremento na exportação geral de hortaliças:2,2% em volume e 4,7% em valor,atingindo 265 mil toneladas e US$ 234 milhões,respectivamente.A melancia,segunda mais exportada,teve desempenho até um pouco inferior,enquanto outras culturas registraram algum acréscimo,como o milho- doce,o terceiro colocado no ranking,com 23%. Enquanto isso,nos principais produtos hortícolas importados,o socorro externo aumentou significativamente em 2013. Na cebola,o segundo produto mais trazido do exterior,o incremento da operação alcançou quase 48% em volume e 74% em valor, na comparação com o ano anterior. Em relação ao ítem mais importado,a batata-inglesa,especialmente na forma preparada e processada,o ingresso no País aumentou quase 30% em quantidade e mais de 50% em valor. A maioria das hortaliças que são normalmente importadas foram trazidas em proporção maior em 2013. Entre elas,destacam-se ainda o tomate e a ervilha,assim como sementes diversas. De modo geral,a realidade do comércio exterior no segmento volta a desafiar fortemente a cadeia produtiva em busca de melhores resultados no balanço dos negócios na área. SílvioÁvila 19
  • 22. PARA VIAGEM / For export Exportaçãodehortaliças–2013 Produto US$ Kg Melão 147.579.929 191.412.600 Melancia 16.523.934 32.049.686 Milho-doce 13.230.801 10.776.044 Mandioca 6.017.791 6.262.542 Ervilha 5.651.315 5.571.095 Cebola 1.192.519 3.610.414 Condimentos/temperos 13.084.958 3.277.376 Batata-doce 2.188.420 2.784.168 Batata-inglesa 1.756.390 2.271.020 Tomate 1.334.774 1.079.931 Cascas 1.248.346 1.043.919 Mostarda 574.776 599.852 Beterraba 548.324 294.946 Sementesdiversas 14.185.227 210.937 Pepino 309.102 109.115 Outros 9.013.409 4.185.366 Total 234.440.015 265.539.011 Fonte: MDIC/Aliceweb Elaboração: Anuário Brasileiro de Hortaliças. External help Traditional vegetable imports increase 30% by volume in 2013 and expand the segment’s trade balance deficit T he Brazilian international trade bal- ance for vegetables continues to lose to traditional imports, especially for some products such as potatoes, onions, and garlic. After a slight re- covery in 2012, when the difference between imports and exports was a bit above 500 thousand tons and USD 560 million, in 2013 the deficit surpassed 740 thousand tons and USD 840 million. The purchase of vegetable products abroad grew 28.8% in 2013, in comparison to the prior year, surpassing 1 million tons, ac- cording to the survey made by the Anuário Brasileiro de Hortaliças (Brazilian Vegetable Yearbook). In monetary value, it surpassed the USD 1 billion barrier. The numbers are records when considering the historical period from 2000 to 2012, surveyed by Nirlene Jun- queira Vilela, researcher for Embrapa Hortaliças in Brasília (DF). The sector’s imports, in general, have been growing. During a 10 year period, from 2003 to 2012, the variation in imported volume reaches 70.7%, and when considering five years, the rate is still 16.5%. Meanwhile, the exports did not keep up at the same pace. During this ten year period, they grew a bit, 8.1%; but dur- ing the five year period analyzed there was a reduction of 21.8%. 20
  • 23. NA HORA DO RANCHO /At shopping time Importaçãodehortaliças–2013 Produto US$ Kg Batata-inglesa 387.770.213 327.486.036 Cebola 118.577.697 271.040.851 Alho 223.490.238 179.264.732 Tomate 59.238.272 63.429.018 Ervilha 45.946.378 53.359.649 Mandioca 11.373.448 26.998.751 Lentilha 1.841.885 16.696.253 Sementesdiversas 94.960.880 11.124.187 Grão-de-bico 8.970.965 7.571.883 Morango 11.150.105 6.697.912 Condimentos/temperos 21.767.922 5.277.312 Mostarda 5.415.184 3.066.359 Aspargo 7.200.009 2.374.760 Milho-doce 2.490.814 1.329.210 Cogumelo/trufa 5.527.378 1.210.605 Outros 60.339.577 30.605.961 Total 1.076.060.965 1.007.533.479 Fonte: MDIC/Aliceweb Elaboração: Anuário Brasileiro de Hortaliças. SLIGHT GROWTH Foreign sales are significant only for crops that are considered fruit and vegetables at the same time,such as melon and watermelon. Melon exports,as analyzed in theAnuário Brasileiro de Fruticultura 2014 (2014 Brazilian fruit CultureYearbook),has suffered from the European economic crisis,where the main clients are concentrated,as well as facing problems with higher maritime freight charges and import tariffs. But the destination of the oleracea fruit abroad (over 56% of the production) is recovering,and in 2013 grew 5.3% in volume and 10% in revenue,with a favorable exchange rate.The performance allowed a slight increase in the overall exports of vegetables:2.2% in volume and 4.7% in monetary value,reaching 265 thousand tons and USD 234 million,respectively.The watermelon,the second most exported, had a bit lower performance,while other crops showed some increase,such as sweet-corn,the third on the ranking,with 23%. Meanwhile,for the main horticultural imports,foreign help increased significantly in 2013. Onions,the second most imported product,had an increase of 48% in volume and 74% in monetary value,when compared to the previous year. In relation to the most important item,the potato,especially in a prepared and processed format,the entry into Brazil increased almost 30% in quantity and over 50% in monetary value. Most of the vegetables that are normally imported were brought in greater amounts in 2013.Among them,the tomato and the pea, as well as several seeds. In general,the reality of foreign trade for the segment once again offers a major challenge for the production chain to seek better results in the area’s balance of trade. 21 InorAg.Assmann
  • 24. O s números são expressivos quan- do se apura a receita na comercia- lização de hortigranjeiros no Brasil, revelando a importância econômi- ca da atividade, além da grande representatividade social que ela possui, pois requer muita mão de obra e abrange muitos pequenos produtores. Em termos de renda, embora sem cálculos completos, as informações existentes indicam dezenas de bilhões de reais obti- dos com a venda da produção, passando tranquilamente de R$ 20 bilhões na cadeia produtiva. O valor da produção brasileira do setor, só em nível primário, gira em cerca de R$ 12,6 bilhões anualmente, de acordo com as estimativas feitas por Waldemar Pires de Camargo Filho, Felipe P. de Camargo e Ana Maria Montragio P. de Camargo, em análise da olericultura no Brasil e em São Paulo, com dados de 2011. Já o Mi- nistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), por meio de sua Assessoria de Gestão Estratégica (AGE) apresenta Valores Brutos de Produção (VPB), relativos a 2013, que superam este valor, somente em três culturas (tomate, batata e cebola). Em dados divulgados em março de 2014, esta fonte informava que o valor registrado pelo tomate em 2013 equivaleria a R$ 9,7 bi- lhões, o da batata chegaria a R$ 4,7 bilhões; e da cebola, a quase R$ 1,7 bilhão. Já na forte cultura da mandioca, o resultado financei- ro atingiria a R$ 7,7 bilhões. Os produtos iniciais referidos, de fato, tiveram altas cotações, principalmente no primeiro semestre, com menor disponibilidade de produção, tendo inclusive impactos des- tacados na inflação. Com a maior oferta posterior, no entanto, regis- traram reduções, tanto que apresentam até índices negativos nas apurações de 12 meses. Dequalquerforma,deveserreconhecidaaparticipaçãosignifica- tiva da horticultura na renda agrícola brasileira, reiterada também pela Sementes que rendem NúmerosmaisrecentesdahorticulturanoBrasil,aserem apresentadoscommaioramplitudepelaAssociaçãoBrasileirado ComérciodeSementeseMudas(ABCSEM)naHortitec2014,reforçam aimportânciadosetor.Projetodaentidadeparaolevantamentode dadossocioeconômicosdacadeiaprodutivadehortaliçasnoBrasil,no ciclo2012/13,revelaqueos18principaissegmentosdeprodutosdo setormultiplicadosporsementesrendemR$14,21bilhõessóemnível depropriedadeprodutoraeR$26,84bilhõesnoatacado(Ceasas).Se forconsideradoovarejo/consumidor,ovalorchegaaR$53,49bilhões, adiantaSteveUdsen,presidentedaABCSEM. Aassociaçãoestimaqueototaldocultivodehortaliçasreproduzidas porsementesnoBrasilsejadaordemde800milhectaresedivulga queaáreacultivadapelos18segmentosestudadosrepresenta656.730 hectares.Aproduçãoatinge19,2milhõesdetoneladasinnatura.As culturaspresentesnoestudosão:abobrinha,abóborajaponesa,alface, beterraba,brócolis,cebola,cenoura,coentro,couve-flor,feijão-vagem, melancia,melão,milho-doce,pepino,pimentão,quiabo,repolho,tomate paramercadofrescoeparaprocessamento. Bomde grana Venda de hortaliças movimenta altos valores a cada ano em todo País,além de envolver grande contingente de pessoas na cadeia produtiva comercialização no maior entreposto do setor no Brasil e na América Latina, o da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo(Ceagesp).Em2013,estesomoumovimentofinanceirodeR$ 6 bilhões, só em legumes e verduras. Além disso, o segmento é marcado pela ocupação de grande número de pessoas, tanto que já há dificuldade em obter mão de obra, o que inclusive se reflete em custos. Levantamentos apresen- tados há poucos anos, e que não incluíam a mandioca, assegura- vam a participação de mais de 7 milhões de pessoas na atividade olerícola brasileira. SílvioÁvila 22
  • 25. Good money maker The sale of vegetables circulates a lot of money every year in Brazil,and involves a large contingency of people in the production process T he numbers are considerable when calculating the revenue from vegetable sales in Brazil, revealing the economic importance of the activity, as well as the social effects it represents, becau- se it requires lots of labor and includes many small farmers. In regard to income, even without complete calculations, the existing information point to tens of billions of reals obtained from the sale of the production, easily surpassing BRL 20 billion on the production chain. The value of the Brazilian production for the sector, just at a pri- mary level, circulated about BRL 12.6 billion annually, according to the estimates made by Waldemar Pires de Camargo Filho, Felipe P. de Camargo and Ana Maria Montragio P. de Camargo, in an analy- sis of horticulture in Brazil and São Paulo, with 2011 data. But the Ministry of Agriculture, Livestock, and Food Supply (Mapa), through the Office of Strategic Management (AGE) finds Gross Production Values (VPB) for 2013 that surpass that amount in only three cul- tures (tomato, potato, and onion). In data released in March of 2014, a source stated that the re- corded monetary value for tomatoes in 2013 was BRL 9.7 billion, for potatoes was BRL 4.7 billion, and for onion, almost BRL 1.7 billion. And in the strong cassava crop, the financial results would reach BRL 7.7 billion. The first mentioned product did, in fact, have high price quotes, especially during the first semester, with less available production and even a highlighted impact on inflation. With more supply later on, however, price reductions occurred and even showed negative rates over the 12 month figures. Regardless, the significant participation of horticulture in the Bra- zilian agricultural income should be recognized, reaffirmed by the sales at the largest depot for the sector in Brazil and Latin America – the Company of General Depots and Warehouses of São Paulo (Ceagesp). In 2013, its total financial activity was BRL 6 billion for vegetables. Also, the segment is noted for the large amount of people in- volved, so that there is already difficulty in obtaining labor, which is reflected in the costs. Surveys presented a few years ago, which did not include cassava, ensured the participation of over 7 million people in the Brazilian vegetable farming activities. Seeds that yield ThemostrecenthorticulturalfiguresforBrazil,whichwillbe presentedinmoredepthbytheBrazilianAssociationofSeed andSeedlingTrade(ABCSEM)duringHotitec2014,reinforcethe importanceofthesector.Theassociationhasaprojecttosurvey socioeconomicdataofthevegetableproductionchaininBrazil,during the2012/13cyclethatrevealsthatthemain18segmentsofthe sector’sproductsmultipliedbyseedsyieldedBRL14.21billionjustat thefarmlevelandBRL26.84billioninthewholesalelevel(Ceasas). Iftheretail/consumermarketisconsidered,theamountreachesBRL 53.49billion,accordingtoSteveUdsen,ABCSEMpresident. Theassociationestimatesthatthetotalvegetablecropreproduced byseedsinBrazilisabout800thousandhectaresandsaysthat thecultivatedareaofthe18surveyedsectorsis656,730hectares. Theproductionreached19.2thousandtonsinnatura.Thecultures includedinthesurveywere:zucchinisquash,hybridwintersquash, lettuce,beets,broccoli,onion,carrot,cilantro,cauliflower,greenbeans, watermelon,melon,sweet-corn,cucumber,bellpepper,okra,cabbage, freshmarkettomatoes,andprocessingtomatoes. 23
  • 26. Oimpulso para crescer U m conjunto de questões estão sen- do abordadas na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças para permitir maior avanço no seg- mento da horticultura no País. Com vínculo no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e reunindo diversas entidades do setor, é um canal de discussões e tratativas que está buscando, junto ao governo e a diversas instâncias, uma evolução em várias demandas existentes nos planos técnico, sanitário e alimentar. “Temos um cenário que, de forma recorrente, revela constante insatisfação do produtor rural com o custo da sua produção e diante da percepção de um mercado que tem incremento infe- rior ao crescimento vegetativo da população”, avalia Waldir de Lemos, dirigente de associação da área produtora na Ceasa Grande Rio (Acegri) e presidente da Câmara Setorial. Constata Setor de horticultura tem demandas na áreas técnica, sanitária e alimentar para buscar maior evolução na produção e no consumo também “a falta de uma extensão rural mais efetiva para que os avanços tecnológicos, de condutas e de processos sejam efeti- vamente transmitidos ao produtor rural”. Em relação às questões mais tratadas recentemente por meio da câmara, Lemos aponta que, de forma consistente, o setor está interagindo com a Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) para regulamentação de novos defensivos, que permi- tam melhor proteção do cultivo e, assim, possibilitem aumento da produtividade. “Precisamos de mais agilidade da agência na sua liberação”, enfatiza. Ao mesmo tempo, são apoiados estudos e pesquisas para o desenvolvimento de embalagens que reduzam as perdas ocorri- 24
  • 27. MODERNIZAÇÃO O governo federal,por meio da Companhia Nacional deAbastecimento (Conab) e de outras parcerias,desenvolve desde 2005 o Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort),que também busca avanços. O seu Projeto de Informação de Mercado,realizado com aAssociação Brasileira das Centrais deAbastecimento (Abracen) e com o Ministério da Fazenda,deverá ter seu banco de dados utilizado para subsídio de políticas agrícolas e econômicas,informou a Conab,em maio de 2014.As Ceasas respondem por cerca de 50% do comércio do setor no País,e o principal entreposto (o de São Paulo) comercializou 3,3 milhões de toneladas de legumes e de verduras em 2013. A companhia ainda anunciou acordo de cooperação técnica com a estatal espanholaTragsa,para a capacitação de agentes envolvidos na cadeia produtiva e qualificação dos produtos hortigranjeiros. Informou igualmente que o Mapa lançou nova portaria (nº 339,de 11 de abril de 2014) que aumenta o escopo do programa,inserindo o estímulo à inserção de micro e pequenos agricultores e ao uso de técnicas agroecológicas,além da capacitação e de outras formas de fomento à produção e à distribuição de alimentos. das no transporte e na armazenagem dos produtos. “As emba- lagens precisam ser uniformizadas, em atenção aos princípios da economicidade e da segurança alimentar, no que tange à des- contaminação dos produtos”, salienta. Igualmente na agenda, menciona o dirigente, “o setor busca incentivos para que a produção rural sofra menos com os efeitos da especulação imobiliária”. Outro ponto fundamental é a análise, junto com o Instituto Brasileiro de Horticultura (Ibrahort) e com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), de estratégias de marketing para incentivar o consumo de hortifru- tigranjeiros. “Ainda iremos deflagrar uma campanha, em âmbito nacional, para fazer da merenda escolar um momento privilegia- do de reeducação alimentar, a fim de demonstrar que o consumo regular de produtos naturais, e de safra, conspira a favor da saú- de da população e da economia do País”, frisa Lemos. O setor defende política de reeducação nutricional para in- crementar o consumo destes produtos e, por fim, reforça a ne- cessidade de contar com extensão rural mais efetiva. “Com o atendimento das demandas que se evidenciam e com o avanço de importantes pesquisas, já em desenvolvimento em centros acadêmicos de reconhecida excelência, por certo teremos maior produtividade e, em consequência, menor custo para uma ali- mentação mais saudável à população”, assinala. “Esta é a expec- tativa do segmento e nosso melhor sonho”, conclui. InorAg.Assmann 25
  • 28. A set of issues are being addressed in the Sectorial Chamber of the Vege- table Production Chain to allow for greater advancement of the vegeta- ble sector in Brazil. With a link to the Ministry of Agriculture, Livestock and Food Supply (Mapa), and gathering several sector agencies, it is a channel for discussion and dealings that are seeking, along with the government and several other bodies, to help develop the va- rious areas in the technical, sanitation, and nutritional fields where there are needs to be met. “We have a reoccurring situation that reveals the dissatisfaction of the farmer with the cost of production, who has the percep- tion that the market’s growth is less than the population’s natural growth rate,” said Waldir de Lemos, director of the production area of the Ceasa Grande Rio (Acegri) and president of the secto- rial chamber. He also noted that “there is a lack of a more effective rural extension to effectively pass on the technological advances in behavior and processes to the farmers.” Regarding the issues more recently dealt with by the chamber, Lemos mentioned that the sector is continually interacting with the National Health Inspection Agency (Anvisa) for regulations regard- ing new defensive agents that allow better crop protection, and Thedrive togrow Thehorticulturalsectorhas demandsinthetechnical, sanitation,andnutritionalareas toseekaftermoredevelopment inproductionandconsumption that will thus allow productivity gains. “We need more responsive- ness from the agency to release them,” he emphasized. At the same time, there is support for studies and research for the development of packaging that reduces the losses during transportation and storage of the products. “The packages need to the standardized, following the principle of saving and food safety, in regard to decontamination of products,” he said. Also on the agenda, “the sector seeks subsidies so that farm- ing will suffer less from the effects of real estate speculation.” An- other fundamental point is the analysis, along with the Brazilian Horticultural Institute (Ibrahort) and with the Support Services for Micro and Small Businesses (Sebrae), of marketing strategies to encourage the consumption of fruits and vegetables. “We will still release a nationwide campaign to make school lunches a special moment for nutritional reeducation, in order to show that the regu- lar consumption of natural harvest products work in favor of the population’s health and the Nation’s economy,” said Lemos. The sector defends a policy of nutritional reeducation to in- crease the consumption of these products, and also reinforces the need to be able to rely on a more effective rural extension pro- gram. “By meeting the demands that are shown to exist, and with the advance of important research that is already being developed in academic centers of renowned excellence, we will achieve greater productivity and therefore, lower the cost of healthy food for the people,” he said. “That is the expectation of our segment and our best dream,” he concluded. InorAg.Assmann 26
  • 29. MODERNIZATION The federal government,through the National Supply Company (Conab) and other partnerships,has developed the Brazilian Program for Modernization of the Horticultural Market (Prohort) since 2005, which also seeks advances.Their Market Information Project,done with the BrazilianAssociation of Supply Centers (Abracen) and with the Department of theTreasury,should have their database used to support agricultural and economic policies in May 2014.The Supply Centers (Ceasas) were responsible for 50% if the domestic trade for the sector,and that main outpost (São Paulo) sold 3.3 million tons of vegetables in 2013. The company also announced its technical cooperation agreement with the Spanish state owned companyTragsa to train agents that work in the production chain and to improve the quality of the vegetable products.They also said that Mapa released a new directive (no. 339 onApril 11,2014) that increases the scope of the program,inserting subsidies to include micro and small farmers and the use of agri-ecological techniques,as well as the training and other ways to foster the production and distribution of foodstuffs.
  • 30. A participação do Brasil na produção mundial de hortaliças figura entre entre os 10 primeiros colocados em cinco produtos e nas denominadas “outras culturas”. No primeiro lugar, não há para ninguém mais do que a grande China, enquanto os brasileiros beliscam as posições ini- ciais (quarto lugar em 2012) na mandioca, uma vez incluída nesta classificação, e numa fruta olerícola (a melancia). Nesta condição, também o melão brasileiro chega na nona posição, junto com o tomate e a cebola. Na cultura da mandioca, onde a africana Nigéria é a campeã, o Brasil chegou a rondar o posto de segundo maior produtor em 2011, com 25,3 milhões de toneladas, quase junto à Indonésia, com 25,9 milhões de toneladas. Em 2012, pelos dados proje- tados disponíveis por meio da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e divulgados pela Compa- nhia Nacional de Abastecimento (Conab), em relatório de setem- bro de 2013, o Brasil ficaria na quarta colocação, logo após Nigé- ria, Indonésia e Tailândia, que recuperou sua produção. Domínio chinês A China domina amplamente a produção mundial de hortaliças, onde o Brasil marca presença com mandioca,melancia,tomate, cebola e melão A presença do País na quarta melhor colocação em melan- cia aparece em levantamento da Embrapa Hortaliças, de Brasília (DF), feito pela pesquisadora Nirlene Junqueira Vilela, valendo-se também das estimativas da FAO para 2012. O Brasil, com mais de 2 milhões de toneladas do produto, vem logo a seguir de Chi- na, Turquia e Irã. Não por acaso a melancia é um dos produtos que encontra es- paço na exportação brasileira do setor. Da mesma forma aparece o melão, o principal produto olerícola exportado pelo País, que na classificação mundial nesta cultura chega à nona posição. Neste patamar estão o tomate e a cebola, que constam entre as princi- pais hortaliças do Brasil, embora ocorra forte importação do bulbo. Na sequência, a melhor colocação brasileira vem no segmen- to de “outras hortaliças”, onde o País é o décimo maior produtor. Entre os produtos selecionados ainda está situado entre os 20 primeiros posicionados em alho (13º), inhame (14º), batata-doce (19º) e batata-inglesa (20º). A batata, aliás, é o produto hortícola de maior peso na produção do setor, com quase 365 milhões de toneladas, seguida de mandioca, com 281,7 milhões de tonela- das; tomate, com 161,8 milhões de toneladas; melancia e batata- -doce, com 105 e 103 milhões de toneladas, respectivamente. Em praticamente todos os produtos específicos pesquisados, e também nas chamadas “outras culturas”, é a China que sobres- sai como maior produtor, seguida geralmente da Índia, justamente os dois países mais populosos no mundo, ambos com mais de 1 bilhão de habitantes. O primeiro é, por exemplo, o campeão em batata (inglesa e doce), tomate, cebola, alho, melão e melancia. InorAg.Assmann 28
  • 31. HORTA GLOBAL / Global garden OBrasileashortaliçasnoMundo (Paísé4ºlugaremduasculturas/2012) Mandioca Produção(milt) 1º–Nigéria 57.564 2º–Indonésia 28.170 3º–Tailândia 26.601 4º–Brasil 21.449 * Melancia Produção(milt) 1º–China 70.000 2º–Turquia 4.044 3º–Irã 3.800 4º–Brasil 2.079 Fonte: FAO/Embrapa Hortaliças. Fonte: FAO/IBGE/Conab-Set.2013/Projeção * Número de 2012 – IBGE/PAM - fechou em 23.044 B razil’s participation in the global vege- table production ranks among the top 10 in five products and the so-called “miscellaneous crops.” In first place, there is nobody like great China, while the Brazilians pinch at the leading po- sitions (fourth in 2012) in cassava, once included in this classification, and in an oleracea fruit (watermelon). In this condition, the Brazilian Chinese domination Chinafullydominatestheglobal productionofvegetables,where Brazilmarksitspresencewith cassava,watermelon,tomato, onion,andmelon melon also reaches the ninth position, along with tomato and onion. In the cassava crop, where African Nigeria is the champion, Brazil cameclosetosecondplacein2011,with25.3milliontons,almosttied with Indonesia, who produced 25.9 million tons. In 2012, according to the forecast data available from the United Nations Food and Agricul- tureOrganization(FAO)andreportedbytheNationalSupplyCompany (Conab) in a September 2013 report, Brazil would be in fourth place, after Nigeria, Indonesia, and Thailand, who recovered their production. Brazil’s presence in fourth place in watermelon appears in a survey by Embrapa Hortaliças in Brasília (DF), done by researcher Nirlene Junqueira Vilela, and also using the FAO estimates for 2012. With over 2 million tons of the product, Brazil comes right after Chi- na, Turkey, and Iran. It is not by accident that watermelon is one of the products that stand out among Brazil’s exports for the sector. There is also the melon, the main oleracea product exported by Brazil, which, in the world ranking for this crop, reaches ninth place. The tomato and the onion also reach this level, which are among the main vegetables of Brazil, even though there are major imports of the bulb. Intheranking,Brazil’snextbestpositionisinthesegment“miscel- laneous vegetables,” where the Country is the tenth largest producer. Among the selected products, Brazil is among the top 20 positions for garlic (13th), yams (14th), sweet-potatoes (19th) and potatoes (20th).Actually,thepotatoisthehorticulturalproductwiththegreatest weight of the sector, with over 365 million tons, followed by cassava, with 281.7 million tons; tomatoes, with 161.8 million tons; watermel- on and sweet-potatoes, with 105 and 103 million tons, respectively. For almost all of the specifically researched products, and also those considered “miscellaneous crops,” China stands out as the largest producer, followed by India – the two most populous coun- tries in the world, both with over 1 billion inhabitants. The first is, for example, the leader in potatoes (regular and sweet), tomatoes, onions, garlic, melon, and watermelon. 29
  • 32. N ada de ficar em cima do muro quan- do o assunto é gostar ou não de alho. Sobre ele, não há meio termo: é oito ou oitenta. Mas, pelo visto, no Brasil há muitos apreciadores do gostinho único que só o alho pode dar em uma receita, seja ela a mais simples ou a mais sofisticada. Esse amor fica ainda mais evidente quando se percebe que toda a produção nacional de alho é destinada aos próprios brasi- leiros. De acordo com a Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), a cultura consegue abastecer cerca de 32% das necessidades internas, sendo que os principais mercados con- sumidores e distribuidores do País estão concentrados em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Espírito Santo, Fortaleza e Manaus. Tendo em vista a forte aceitação inter- na desse alimento, o setor tem expectativa de que, com o tempo, As principais Main ALHO Garlic Usandoa cabeça Setor produtivo tem convicção de que pode se reestabelecer e passar a suprir até 80% da demanda desse alimento, com ampla aceitação no País poderá vir a abastecer até 80% do consumo nacional. Conforme a gerente da Anapa, Cristina Barbosa Neiva, para dar conta de toda a demanda, em 2013 o País importou mais de 17 milhões de caixas de 10 quilos de alho. Destas, aproxi- madamente 12 milhões de caixas vieram da China e 5 milhões de caixas da Argentina. Cristina salienta que o Brasil, na safra de 2013, produziu 108.393 toneladas de alho em área plantada de 10.213 hectares. Tais números configuram produtividade média de 10.610 quilos por hectare. No quesito da qualidade, de acordo com o engenheiro agrô- nomo e presidente de honra da Anapa, Marco Antônio Lucini, o 30
  • 33. ciclo de 2013 do Centro-Oeste e do Sudeste foi superior ao de 2012, devido ao clima favorável, com noites frias. “A qualidade foi decisiva para que os preços aos produtores ficassem no mesmo patamar do ano anterior, embora os valores do alho chinês te- nham caído”, comenta. “Na região Sul, todo o alho foi plantado nos meses de maio a julho de 2013, e as lavouras estão com excelente aspecto. O inverno foi rigoroso e, por isso, se prevê safra de boa qualidade para 2014”. Os principais estados brasileiros produtores de alho são Goiás (35.303 toneladas), Santa Catarina (18.734 t), Minas Gerais (17.628 t) e Rio Grande do Sul (16.835 t). De acordo com Lucini, o País cultiva 8 mil hectares de alho nobre roxo por ano e cerca de 4 mil hectares de alho comum. “Os alhos comuns destinam-se mais aos mercados regionais, e são cultivados desde o Sul do Rio Grande do Sul até o Nordeste”, explica. “Já os roxos nobres são produ- zidos especialmente no Sul, por cerca de 2 mil pequenos produ- tores, que colhem, em média, de 11 a 12 mil quilos por hectare.” Os outros 5 mil hectares de alho nobre roxo, segundo o pre- sidente de honra da Anapa, são cultivados na região do Cerrado, em Minas Gerais, Goiás e Bahia, onde se colhe, em média, 16 toneladas por hectare. “Hoje, no mundo, não há região com pro- dutividade igual à do Cerrado do Brasil”, destaca. O plantio de alho atualmente gera cerca de 100 mil empregos no Brasil SílvioÁvila 31
  • 34. MÃO DE OBRA / Labor Empregos diretos gerados na cadeia produtiva do alho: 40.852 (cada hectare gera quatro empregos diretos) Empregos indiretos: 61.278 (cada hectare gera 6 empregos indiretos) Total de empregos (diretos e indiretos) gerados: 102 mil Fonte: Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa). T here’s no sitting on the fence when it comes to garlic. With garlic there is no middle ground: you either love it or you hate it. But it seems that Brazil is home to countless enthusiasts who appre- ciate that unique taste that garlic lends to both the simplest and most sophisticated of dishes. This passion becomes even more apparent with the realization that the entire volume of domestic production supplies Brazilians themselves. According to the National Association of Garlic Grow- ers (Anapa), the crop supplies about 32% of internal needs and the country’s major consumer and distribution markets are concentrat- ed in the states of São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salva- dor, Recife, Espírito Santo, Fortaleza and Manaus. Given the strong internal appreciation for the crop, the sector expects it will eventual be capable of supplying up to 80% of national consumption needs. Usingyour head Theproductivesectorisconvinced itcanreestablishitselfand supplyupto80%ofdemandfor thisfood,whichenjoysgreat popularityinthecountry. According to the manager of Anapa, Cristina Barbosa Neiva, in order to cope with demand, Brazil imported more than 17 mil- lion 10kg boxes of garlic in 2013. Of these, approximately 12 mil- lion boxes came from China and 5 million from Argentina. Cristina points out that Brazil’s 2013 harvest produced 108,393 tons of gar- lic over a planted area of 10,213 hectares. These figures result in average productivity of 10,610 kilograms per hectare. With respect to quality, agricultural engineer and honorary presi- dent of Anapa, Marco Antônio Lucini, reports that the 2013 cycle in the Midwest and Southeast surpassed that of 2012 due to a favorable climate, with cool nights. “Quality was a decisive factor in ensuring that the prices paid to farmers remained at the same level as the previous year, even though the price of Chinese garlic has 32
  • 35. AL DENTE /A clove of garlic Principaisestadosprodutoresdealho Estado Produção(toneladas) Áreaplantada(hectares) Goiás 30.000 2.045 MinasGerais 20.469 1.507 SantaCatarina 19.129 2.031 RioGrandedoSul 18.268 2.383 Bahia 6.959 573 Fonte: IBGE, levantamento de março de 2014. Garlic planting generates around 100,000 jobs in Brazil fallen”, she says. “In the south, prospects for all the garlic planted from May to July 2013 and the plantations are excellent. The harsh winter means a good quality crop is expected for 2014”. Brazil’s major garlic growing states are Goiás (35,303 tons), San- ta Catarina (18,734 t), Minas Gerais (17,628 t) and Rio Grande do Sul (16,835 t). According to Lucini, the country grows 8,000 hect- ares of purple garlic a year and around 4,000 hectares of ordinary garlic. “Regular garlic varieties are aimed more at regional markets and are grown from southern Rio Grande do Sul to the Northeast”, he explains. “Prime purple garlic is produced primarily in the South by around 2,000 small farmers, who harvest an average of 11,000 to 12,000 kilograms per hectare.” Another 5,000 hectares of prime purple garlic are also cultivated in the Cerrado region, Minas Gerais, Goiás and Bahia, harvesting an averageof16,000tonsperhectare.“Thereiscurrentlynotasinglere- gion in the world that rivals the productivity of Brazil’s Cerrado region”. SílvioÁvila 33
  • 36. D e geração em geração, os versinhos “batatinha quando nasce / se espar- rama pelo chão; / menininha quan- do dorme / põe a mão no coração”, inspirados no início do ciclo desta cultura, são ditos, repetidos e decla- mados por muitas crianças. Talvez, de tanto dizer, repetir e ouvir a rima, os brasileiros tenham sido ainda mais influenciados a gostar tanto da batata inglesa, a famosa batatinha. O Brasil, conforme dados da Associação Brasileira da Batata (Abba), em área plantada de 90 mil hectares, colhe, em média, 2,5 a 3 milhões de toneladas desse alimento por ano. A produção nacional é praticamente toda destinada ao mercado interno: 10% é utilizada como semente para novos plantios; 10% destina-se à indústria de batatas pré-fritas congeladas; 15% à indústria de batata chips; 10% é perdida, devido a problemas fitossanitários e batata Potato As principais Main Detodo jeito Área plantada vem sendo reduzida e a produtividade tem se mantido estável,mas o prestígio da batata só tem crescido no mercado nacional fisiológicos; e 55% chega ao mercado na forma in natura. As exportações, conforme o gerente geral da Abba, Natalino Yassushi Shimoyama, são esporádicas e em quantidades peque- nas – em média, menos de mil toneladas por ano. Os destinos geralmente são a Argentina e o Uruguai. O envio costuma ser motivado pelas eventuais adversidades climáticas (excesso de chuva, seca ou geadas) registradas nessas nações. Sobre a produção de batata no Brasil, que ocorre durante o ano todo, o diretor avalia que, de forma geral, a área plantada vem sendo reduzida regularmente, e a produtividade tem se mantido estável. “O recuo de área está relacionado, basicamente, ao ele- vado custo de produção, à falta de mão de obra e à informalidade 34
  • 37. O Brasil colhe, em média, até 3 milhões de toneladas de batata por ano na comercialização”, ressalta. “Já a estabilidade no rendimento tem a ver com as variações climáticas e com os problemas fitos- sanitários, principalmente no solo”. Para 2014, conforme Shimoyama, a tendência é de que haja certa falta de batata no mercado, devido à deficiência em água em algumas importantes regiões produtoras. “Neste momento, a escassez da batata está relacionada ao longo período de seca e às temperaturas recordes que tivemos em janeiro e fevereiro de 2014”, detalha. Com relação à comercialização deste que, segundo a Abba, é o terceiro alimento mais consumido pela humanidade, o diretor afir- ma que nas duas últimas décadas ocorreram inúmeras mudanças, principalmente no que diz respeito às variedades. “As anteriores (Bintje, Achat, Barak, entre outras) foram substituídas pelas atuais (Ágata, Cupido, Asterix, Mondial), e esta alteração significou a troca de sementes menos produtivas por mais produtivas e, lamentavel- mente, de variedades de excelente aptidão culinária por outras de ótima aparência, porém com qualidade alimentícia inferior”, des- creve. “Tal troca também acaba resultando na insatisfação do con- sumidor e, por consequência, na retração de consumo”, justifica. De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geogra- fia e Estatística (IBGE), de 2013, a produção nacional de batata em 2012, em área total de 136 mil hectares, chegou a 3.732 mil tone- ladas, o que configura rendimento de 27,44 toneladas por hectare. InorAg.Assmann 35
  • 38. Inglês F rom generation to generation, the popu- lar Brazilian children’s rhyme “potatoes as they grow/ spread their roots across the earth/ little girls when they doze/ sle- ep with their hands across their hearts”, inspired by the beginning of the potato’s growth cycle, have been recited and repeated by countless chil- dren. Perhaps as a result of hearing and repeating these lines so often, Brazilians have grown increasingly fond of the potato. According to data from the Brazilian Potato Association (Abba), Brazil harvests an average of 2.5 to 3 million tons of potatoes ev- ery year across a planted area of 90,000 hectares. Almost the entire volume of domestic production is for the internal market: 10% is used as seeds for planting; 10% is designated to the fro- zen pre-fired French fry industry; 15% to the potato chip industry; 10% is lost due to phytosanitary and physiological problems; and Adored nomatter what Plantedareahassteadilydeclined andproductivityhasremained stable;however,theprestigeof thepotatohascontinuedtogrow intheBrazilianmarket. 55% reaches the market as fresh produce. According to Abba’s General Manager, Natalino Yassushi Shimoyama, exports are sporadic and small in volume, averag- ing less than 1,000 tons a year, generally destined for Argentina and Uruguay. These shipments are typically motivated by adverse weather events (heavy rain, drought or frost) in these countries. In Brazil, potatoes are a year-round crop and the director be- lieves that, in general, planted area has steadily declined while pro- ductivity has remained stable. “The decline in the area is basically related to high production costs, labor shortages and the informal nature of trade”, he says. “Yield stability is elated to climate varia- tions and phytosanitary problems, particularly in the soil”. According to Shimoyama, 2014 will see a shortage of pota- toes on the market due to water shortages in some major farm- ing regions. The current potato shortage is related the extended drought and record temperatures experienced in January and 36
  • 39. BATATAIS / Potato fields Principaisestadosprodutoresdebatata 1ªSafra Estado Produção(toneladas) Áreaplantada(hectares) MinasGerais 503.784 17.009 Paraná 496.464 16.869 RioGrandedoSul 295.410 14.509 SãoPaulo 348.846 13.630 SantaCatarina 91.010 4.061 2ªSafra Estado Produção(toneladas) Áreaplantada(hectares) MinasGerais 397.643 12.673 Paraná 355.425 13.170 SãoPaulo 239.048 8.740 RioGrandedoSul 60.958 3.484 Bahia 52.090 1.306 3ªSafra Estado Produção(toneladas) Áreaplantada(hectares) MinasGerais 765.750 22.737 SãoPaulo 192.083 7.007 Goiás 208.000 5.200 Bahia 68.520 1.743 Fonte: IBGE, levantamento de março de 2014. Brazil harvests an average 3 million tons of potatoes a year February 2012”, he explains. In relation to potato sales which, according to Abba, are the world’s third most consumed food, the director reports that count- less changes have taken place over the last two decades, primar- ily with regard to varieties. “Previous varieties (Bintje, Achat, Barak, among others) have been replaced (Agata, Cupido, Asterix, Mon- dial), meaning less productive seeds have been substituted for more productive and unfortunately, varieties highly suitable for culinary applications have been replaced by others that are more physical appealing, but have less quality as a food”, he says. “This ultimately leads to consumer dissatisfaction and, consequently, reduced consumption”, he explains. According to a 2013 survey by the Brazilian Institute of Geog- raphy and Statistics (IBGE), domestic potato production totaled 3,732 tons in 2012 over a planted area of 136,000 hectares, cor- responding to productivity of 27.44 tons per hectare. InorAg.Assmann 37
  • 40. A batata-doce vem sendo destacada como alimento saudável, sendo in- dicada em dietas de baixas calorias. As raízes e as ramas podem ser usadas na alimentação animal. Na indústria, é matéria-prima na gera- ção de álcool, farinha (amido), pães e doces. É uma espécie com plantas rústicas, tolerante à seca, de alto potencial e baixo custo de produção. Atualmente, experimentos provam que a cultura poderá ser mais uma fonte alternativa na geração de biocom- bustível. Por enquanto, a possibilidade de uso da raiz ainda não repercutiu na safra nacional do tubérculo. Nos últimos anos, a cultura registrou área, volume e rendimento menores. Comparando o plantio de 2008 com o de 2012, o recuo mé- dio brasileiro foi de 12%, conforme aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último levantamento da Produ- batata-doce Sweet Potato As principais Main Energia paracrescer Cultivado especialmente no Rio Grande do Sul,esse alimento totaliza quase 480 mil toneladas de produção no País e vislumbra novos nichos ção Agrícola Municipal (PAM 2012). Em 2008, a planta ocupou 45,6 mil hectares, contra 40,1 mil hectares em 2012. Em rela- ção à produção, o volume diminuiu 12,6% e a produtividade caiu 0,6%. A colheita totalizou 479,4 mil toneladas em 2012, contra 548,4 mil toneladas em 2008. A produtividade chegou a 11,9 to- neladas por hectare. A batata-doce é cultivada em todas as regiões brasileiras, com maior presença nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste. O plantio pode ser feito o ano todo no Norte e no Nordeste. O Rio Grande do Sul é o maior produtor do País, contribuindo com cer- ca de 32% do total colhido em 2012, de acordo com o IBGE. Nesse ano, a produção gaúcha contabilizou 153,7 mil toneladas, 38
  • 41. Pesquisa comprova que a raiz é alternativa eficiente de biocombustível EXTERIOR Na lista das principais hortaliças exportadas pelo Brasil, a batata-doce ocupou a oitava posição em 2013. Nesse ano, os embarques diminuíram; em compensação, a receita cresceu. Os envios totalizaram 2.784.168 quilos, 1% a menos do que o exportado em 2012, de acordo com os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). A receita foi de US$ 2.188.420,00 em 2013, com acréscimo de 21% sobre o valor anterior, de US$ 1.812.538,00. No mundo, a batata-doce é plantada em 116 países, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). A produção global foi de 103,145 milhões de toneladas em 2012, em espaço de 8,087 milhões de hectares. No ano em destaque, a China colheu o maior volume mundial, de 73,140 milhões de toneladas, em área de 3,472 milhões de hectares. A segunda maior produção, de 3,4 milhões de toneladas, foi registrada na Nigéria, com cultivo de 1,115 milhão de hectares. Neste ranking, o Brasil ocupa a décima-nona posição. POTENCIAL IMENSO A primeira usina de biocombustível a partir da batata-doce foi implantada em Tangará da Serra, no Mato Grosso, em outubro de 2013. A tecnologia foi aperfeiçoada por 30 pesquisadores da Universidade Federal do Tocantins (UFT), para ser utilizada por agricultores familiares. Após 20 anos de pesquisa, foi possível comprovar a eficiência da batata-doce como matéria-prima ecologicamente correta na geração do biocombustível. O pesquisador Aldo Marcos Silva, responsável por implantar o projeto no município, relata que a descoberta é considerada ícone de bioenergia, por garantir o etanol mais barato, devido ao baixo custo de produção e ao potencial energético gerado pelo amido da raiz. Também explica que a produção de etanol a partir da batata-doce não compete com os biocombustíveis derivados da cana-de-açúcar ou do milho, mas pode ser complementar. Iniciativas visando a geração de etanol de batata-doce igualmente estão sendo desenvolvidas nos estados do Rio Grande do Sul, do Paraná e do Tocantins. em área de 12,3 mil hectares. O rendimento médio foi de 12,4 toneladas por hectare. Os municípios de Mariana Pimentel e Vale do Sul registram as maiores colheitas, oscilando entre 9.000 e 10.000 toneladas por ano. Em ordem decrescente, os maiores volumes foram obtidos nos estados do Paraná (47,1 mil toneladas), de São Paulo (41,4 mil toneladas), de Sergipe (40,6 mil toneladas) e de Minas Gerais (37,5 mil toneladas). O maior rendimento médio por hectare, de 35 toneladas, é obtido no Mato Grosso, que cultivou 183 hecta- res em 2012. Na região de Presidente Prudente, em São Paulo, a caixa de 24 quilos foi comercializada a R$ 30,00 em dezembro de 2013, valor 150% maior do que a média histórica, de R$ 12,00. InorAg.Assmann 39
  • 42. S weet potatoes have gained increa- sing prominence as a healthy food and are recommended as part of a low calorie diet. The roots and vines can also be used as animal feed. In industry, it serves as a raw material for producing alcohol, flour (starch), bread and sweet pastries. The species produces hardy plants that tolerant dry conditions well, have high potential and low production costs. Experiments underway have shown that the crop is an alternative source of biofuels. For the time being, the vegetable’s potential uses have not yet affected domestic harvests. Recent years have seen lower volumes, yield and planted area. Compared to 2008, planting in 2012 showed an average de- cline of 12%, as reported by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) in the latest survey by Municipal Agricultural Production (PAM 2012). In 2008 planted area covered 45,600 hectares, against 40,100 hectares in 2012. In regard to produc- tion, volume decreased by 12.6% and productivity fell by 0.6%. The 2012 harvest totaled 479,400 tons, against 548,400 tons in 2008. Productivity reached 11.9 tons per hectare. Sweet potato is grown all over Brazil, with greater prominence in the South, Southeast and Northeast. Planting is carried out year-round in the North and Northeast. Rio Grande do Sul is the country’s largest producer, accounting for about 32% of the total Energy togrow Grownprimarilyinthestate ofRioGrandedoSul,thiscrop accountsforalmost480,000tons ofproductioninthecountry,with newpossibilitiesonthehorizon harvest in 2012, according to the IBGE. This year, production in the state totaled 153,700 tons over an area of 12,300 hectares. Average yield was 12.4 tons per hectare. The municipalities if Mariana Pimentel and Vale do Sul recorded the largest harvests, varying between 9,000 and 10,000 tons a year. In descending order, the largest volumes were obtained in the states of Paraná (47,100 tons), São Paulo (41,400 tons), Sergipe (40,600 tons) and Minas Gerais (37,500 tons). The largest aver- age yield per hectare of 35 tons was recorded in the state of Mato Grosso, which planted 183 hectares in 2012. In the Presi- dente Prudente region in São Paulo state, a 24 kg box was sold at R$ 30.00 in December 2013, a 150% in relation to the historic average of R$ 12.00. InorAg.Assmann 40
  • 43. Safras de batata no Brasil MOVIMENTO / Potato field Ano Produção(milt) Área(milha) Produtividade(t/ha) 2010 495,2 42,0 11,8 2011 544,8 43,8 12,4 2012 479,4 40,1 12,1 Fonte: IBGE. Principais estados produtores – 2012 BATATEIROS / Potato plants Estados Área(milha) Produção(milt) Produtividade(t/ha) RioGrandedoSul 12.312 153.770 12.490 Paraná 2.639 47.164 17.872 SãoPaulo 2.812 41.449 14.740 Sergipe 3.352 40.600 12.112 MinasGerais 2.194 37.582 17.129 SantaCatarina 1.609 28.491 17.707 RioGrandedoNorte 2.098 21.082 10.411 Ceará 2.483 20.007 8.058 Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal (PAM) 2012. IMMENSE POTENTIAL The first biofuel plant using sweet potato was opened inTangará da Serra,Mato Grosso state,in October 2013.Twenty years of research have proved sweet potatoes’ efficiency as an ecologically correct raw material for biofuel. ResearcherAldoMarcosSilva,responsible forimplementingtheprojectinthemunicipality, reportsthatthediscoverywasrevolutionaryin bioenergybecauseitensuresethanolisless expensiveduetolowproductioncostsandthe potentialenergygeneratedbytherootstarch.He alsoexplainsthatethanolproductionfromsweet potatoescannotcompetewiththatofsugarcane orcorn,butitcanbecomplementary. Initiatives aimedatproducingethanolfromsweetpotatoes arecurrentlybeingdevelopedinthestatesofRio GrandedoSul,ParanáandTocantins. ABROAD The sweet potato ranked 8th on the list of the main vegetables exported by Brazil in 2013. Shipments fell in that year,but revenue grew. Shipments totaled 2,784,168 kg,1% less than exports in 2012,according to data from the Board of ForeignTrade (Secex),part of the Ministry of Development,Industry and ForeignTrade (MDIC). Revenue was USD 2,188,420 in 2013,an increase of 21% over the previous year,of USD 1,812,538. Worldwide,sweetpotatoesareplantedin116 countries,accordingtotheFoodandAgriculture Organization(FAO)oftheUnitedNations.Global productionwas103.145milliontonsin2012,over anareaof8.087millionhectares.Intheyearunder studyChinaproducedthelargestvolumeworldwideof 73.140milliontonsoveraplantedareaof3.472million hectares.Thesecondlargestfigureswererecorded inNigeria,with3.4milliontonsproducedover1.115 millionhectares. Brazilisplaced19thonthisranking. Research confirms that the root vegetable is a highly efficient biofuel 41
  • 44. cebola Onion As principais Main Sem choro Conforme levantamento do IBGE,o Brasil produziu 1,6 milhão de toneladas de cebola em 2013,com área cultivada de 55 mil hectares H á quem a use como desculpa para libertar um choro contido, com a es- perança de que os mais próximos não percebam as lágrimas que es- correm pelo rosto (uma vez que ela gera ardência nos olhos de quem a descasca ou a corta). Mas deve mesmo ser utilizada para dar um gostinho muito especial no tempero de uma receita, seja a mais simples ou a mais sofisticada. E a cebola produzida no Brasil conquista os mais seletos paladares. A demanda é tanta que a colheita nacional sequer supre totalmente o consumo dos brasi- leiros. Por isso, o País é considerado um grande importador do bulbo, adquirindo cerca de 240 mil toneladas por ano. Conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feito em março de 2014, ao todo o País colheu 1.610.699 toneladas de cebola na safra 2013, em área planta- da de 55.445 hectares. O estudo indica que entre os principais estados produtores do bulbo estão Santa Catarina, Bahia e São Paulo. De acordo com o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cebola (Anace), Almir Schaffer, praticamente toda a quantidade produzida no País é destinada para consumo in- terno. As exportações, quando ocorrem, são para a Argentina, e têm intuito de atender a dificuldades de abastecimento quando o país vizinho passa por problemas climáticos. Com relação à importação, Schaffer afirma que, desde a im- plantação do Mercosul, há duas décadas, o Brasil adquire da Argentina em torno de 200 mil toneladas anuais. Além do país vizinho, também são fornecedores constantes Holanda, Espanha 42
  • 45. e Chile. Estes com o valor menor, de aproximadamente 40 mil toneladas no total. O último ciclo não foi muito satisfatório para os brasileiros. Em 2013, o País teve problemas de abastecimento de cebola no pri- meiro semestre, resultado da quebra das safras do sul na fase 2012/13. Para o presidente da Anace, os problemas climáticos foram a principal causa das perdas. “Granizo, estiagem e venda- vais reduziram a colheita da região sulina em cerca de 20%, o que significa, no valor total, em torno 150 mil toneladas”, comenta. Já no segundo semestre de 2013, a produção do Sudeste e do Cerrado ficou acima da média, provocando excesso de oferta até o final do ano. “Por isso, os preços pagos ao produtor caíram no perí- odo, ficando abaixo de R$ 0,42 pelo quilo, considerado o valor refe- rencial do custo de produção”, ressalta Schaffer. Em janeiro de 2014 os preços reagiram e alcançaram a média de R$ 0,80 pelo quilo. As principais inovações na cebolicultura continuam relaciona- das à mecanização da produção, à expansão da semeadura e à adoção de variedades mais produtivas. Conforme o presidente da Anace, a semeadura direta deve continuar com forte aceita- ção. “Em Santa Catarina, por exemplo, ela poderá atingir a 50% da área cultivada na safra de 2014”, observa. “As tentativas de colheita mecanizada estão sendo feitas em todas as regiões pro- dutoras, com destaque para o cerrado. Já o uso de híbridos teve aumento considerável no Sudeste, em Goiás e no Nordeste”. Brasil ainda importa, anualmente, cerca de 240 mil toneladas do bulbo InorAg.Assmann 43
  • 46. T here are those who use it a perfect excuse for restrained crying, with the hope that the tears running down their face will go unnoticed (since it makes the eyes of those who peel or cut it water). But in fact, the vegetable gives a special touch to both the simplest and most sophisticated recipes. And onions produced in Brazil delight the most deman- ding of palates. Demand is so high that national supply cannot fully meet the demands of Brazilian consumers. As a result, the country is considered a major importer of the vegetable, importing around 240,000 tons a year. According to a survey conducted by the Brazilian Institute of Geography and Statistics (IBGE) in March 2014, a total of 1,610,699 tons of onions were harvested across the country in 2013, over a planted area of 55,445 hectares. The study indicates EM CAMADAS / In layers Principaisestadosprodutoresdecebola Estado Produção(toneladas) Áreaplantada(hectares) SantaCatarina 493.847 18.889 Bahia 493.847 8.416 SãoPaulo 238.300 6.710 MinasGerais 172.327 3.143 RioGrandedoSul 171.124 9.804 Fonte: IBGE, levantamento de março de 2014. No tears According to an IBGE survey,Brazil produced 1.6 million tons of onions in 2013,with a cultivated area of 55,000 hectares. that the major producers among Brazilian states were Santa Ca- tarina, Bahia and São Paulo. According to the president of the National Association of Onion Growers (Anace), Almir Schaffer, almost the entire crop produced in the country is destined for in- ternal consumption. Exports, when they occur, are to Argentina and are aimed at compensating for supply difficulties when the neighboring country experiences climate problems. With regard to imports, Schaffer reports that, since the creation of the Mercosur two decades ago, Brazil has purchased around 200,000 tons from Argentina every year. In addition to the neighbor- ing country, the Netherlands, Spain and Chile are also consistent suppliers, with lower quantities of approximately 40,000 tons. The last cycle proved unsatisfactory for Brazilians. In 2013, the country experienced onion supply problems in the first quarter due to crop losses in the south of the country in 2012/13. For the president of Anace, climate problems were the main cause of the losses. “Hail, high winds and drought diminished southern crops by 20% for a total amount of 150,000 tons”, he says. In the second quarter of 2013, production in the Southeast and Cerrado regions was above average, resulting in excess supply by the end of the year. “As a result, prices paid to farmers during the period fell to less than R$ 0.42 per kilogram, considering the reference value for production cost”, remarks Schaffer. In January 2014 prices reacted and reached an average of R$ 0.80 per kilo. The main innovations in onion growing are still related to mech- anized production, the expansion of sowing and the adoption of more productive varieties. According to the president of Anace, direct sowing is set to continue with strong acceptance. “In Santa Catarina for example, it could reach up to 50% of the cultivated area in the 2014 harvest”, he says. “Attempts are being made at mechanized harvesting across farming regions, particularly the cerrado region, and the use of hybrids has increased considerably in the Southeast, Goiás state and the Northeast”. 44
  • 47. Brazil still imports around 240,000 tons of the vegetable each year InorAg.Assmann 45
  • 48. cenoura Carrot As principais Main Enquanto a produção mantém-se praticamente estável,os preços da cenoura ao produtor oscilam com as interferências do clima e do mercado Altose baixos A remuneração dos produtores brasileiros de cenoura sofreu al- tos e baixos ao longo de 2013, influenciada por fatores de mer- cado e pelo clima nas duas tem- poradas anuais, a de verão e a de inverno. Mesmo com as cotações mais baixas, elas fica- ram acima dos custos de produção, o que manteve a área e a produção brasileira praticamente estáveis. Ainda que a ati- vidade permaneça rentável, a queda nos valores praticados para a raiz nas safras de inverno de 2013 e de verão 2013/14 desestimulou novos investimentos para o período de 2014. Este cenário é indicado pela cadeia produtiva, uma vez que os órgãos oficiais não dispõem de informações atuali- zadas. A Embrapa Hortaliças, por exemplo, recém-divulgou estatísticas de 2012, que retratam o aumento de 6% na área cultivada, de 25 mil para 26,5 mil hectares. Houve queda de 5,7% na produtividade, que recuou de 31,2 toneladas por hectare para 29,4 t/ha, e baixa na produção nacional, de 780,80 mil toneladas para 780,50 mil toneladas. Conforme especialistas do Centro de Estudos Avança- dos em Economia Aplicada da Escola Superior de Agrono- mia Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), que pesquisam cerca de 10 mil hectares nos principais ambientes de produção do País, a produtividade média foi baixa na temporada de verão. O rendimento ficou em 51,6 toneladas por hectare entre dezembro de 2012 e julho de 2013, especialmente em Minas Gerais, no Paraná e no Rio Grande do Sul, pelo excesso de chuvas. A queda na oferta a partir de abril gerou valor nominal re- corde de preços: R$ 29,50 pela caixa de 29 quilos (R$ 1,02/ kg). A média final paga ao horticultor pela caixa de raiz, entre dezembro de 2012 e julho de 2013, nestas regiões chegou a R$ 24,54. O valor foi 63% maior do que na temporada anterior, 46
  • 49. e quase o dobro do custo mínimo de produção, de R$ 12,30 pela caixa. A temporada de inverno da cenoura, de julho a novembro de 2013, não manteve a remuneração, apesar de o frio ter reduzido a oferta no Sul. Em outubro, quando o rendimento alcançou a 100 toneladas por hectare, foi registrado o menor preço do ano, de R$ 5,93 pela caixa de 29 quilos, para um custo de produção de R$ 10,30. A média entre agosto e novembro pela caixa “suja” foi R$ 110,21, valor 43% inferior ao mesmo período de 2012, mas 13% acima do custo de produção. “Mesmo com essa bai- xa, foi mantida a rentabilidade”, diz João Gabriel Dumbra, ana- lista de mercado de cenouras do Cepea. FREIO PUXADO A safra de verão 2013/14 não mostrou grandes novidades. A área e a produção permaneceram estáveis e os rendimentos estiveram abaixo da temporada anterior. O aumento da oferta,a partir de março,concorreu para reduzir as margens dos agricultores. Ao mesmo tempo,no final de março e no início de abril foi iniciado o cultivo da safra de inverno,que deve manter as mesmas características de área e produção do ciclo anterior. Os produtores não estão estimulados a investir em virtude dos preços praticados. Mesmo rentável,a cultura não apresenta margens que permitam ampliar a área ou realizar investimentos, pois o aumento de oferta pressionaria ainda mais os preços.A produtividade dependerá das variáveis climáticas.A expectativa do fenômeno climático El Niño no Brasil preocupa em alguns polos produtivos diante da possibilidade de estresses hídricos,por excesso ou falta de água,que pode gerar. Em 2013, a safra de verão remunerou bem; mas a de inverno, nem tanto SílvioÁvila 47
  • 50. Highsand Lows While production has remained practically stable,the cost of carrots for farmers varies according to climate and market interference T he financial return for Brazilian car- rot farmers experienced highs and lows throughout 2013, influenced by market and climate factors in both the summer and winter harvests. Al- though prices were lower, they remai- ned above production costs which kept the sector and Brazilian production almost stable. Although the activity is still profitable, the fall in prices charged for the root vegetable in the 2013 winter and 2013/14 summer harvests discouraged new investment for 2014. This is the scenario indicated for the production chain, since official authorities do not have updated information. Embrapa Hortaliças, for example, recently published statistics for 2012 that show a 6% increase in cultivated land, from 25,000 to 26,500 hectares. There was a 5.7% fall in productivity, which declined from 31.2 tons per hectare to 29.4 t/ha, and domestic production decreased from 780,800 to 780,500 tons. According to specialists from the Center of Advanced Re- search in Applied Economy of the University of São Paulo’s Luís de Queiroz School of Agronomy (Cepea/Esalq), who surveyed around 10,000 hectares of the country’s major production envi- ronments, average productivity was low during the summer har- vest. Yield was 51.6 tons per hectare between December 2012 and July 2013, particularly in the states of Minas Gerais, Paraná and Rio Grande do Sul due to heavy rainfall. The fall in supply from April onwards generated record nominal values: R$ 29.50 for a 29 kg box (R$ 1.02/kg). The average final price paid to the farmer per box in these regions between Decem- ber 2012 and July 2013 reached R$ 24.54. The value was 63% higher than the previous season and almost double the minimum production cost of R$ 12.30 a box. Despite the fact that cold weather reduced supply in the South, the winter carrot harvest from July to November 2013 did not maintain return. The lowest price of the year was recorded in 48
  • 51. SLOWDOWN The 2013/14 summer harvest showed no new developments.The sector and production remained stable and yields remained below those recorded for the previous harvest. Increased supply from March onwards contributed to reducing farmer’s margins. At the same time,cultivation for the winter harvest began in late March and earlyApril, which should maintain the same industry and production characteristics as the previous cycle. Farmers are not keen to invest because of the prices charged.Though profitable,cultivation does not provide margins that allow expansion of the sector or investments, since increased supply would exert even greater pressure on prices. Productivity would still depend on climactic variables. The expectation of the El Niño phenomenon in Brazil is a concern for some production centers given the possibility of water shortages or excess water. PARA ENXERGAR /To see better PerfildaproduçãodecenouranoBrasil Ano Área(mil/ha) Produção(mil/t) Produtividade(t/ha) 2008 26,20 752,30 28,71 2009 25,50 754,43 29,59 2010 25,28 763,93 30,22 2011 25,00 780,80 31,23 2012 26,50 780,50 29,45 Fonte: Estimativa de agentes do agronegócio. Elaboração: Embrapa Hortaliças. October, when yield reached 100 tons a hectare, at R$ 5.93 for a 29 kg box against a production cost of R$ 10.30. The average amount for a box of unwashed product between August and No- vember was R$ 110.21, 43% lower than the same period in 2012, but 13% higher than the production cost. “Despite this low, profit- ability was maintained”, says João Gabriel Dumbra, an analyst of the carrot market for Cepea. In 2013, the summer harvest brought good returns; however, the winter crop did not fare as well SílvioÁvila 49
  • 52. folhosas Leafy As principais Main 50tons deverde Produção brasileira de alfaces, repolhos e outras folhosas mantém-se estável,mas tendência é de que o consumo cresça nos próximos anos A busca crescente por hábitos alimen- tares mais saudáveis junto à popu- lação brasileira, diante da onda de obesidade que põe em alerta os or- ganismos de saúde pública, aponta para a tendência de incremento na demanda nacional de hortaliças. O movimento deve favorecer especialmente as folhosas, como alface, repolho, rúcula, couve e agrião, entre mais de 50 variedades de verduras. Ainda que os órgãos oficiais não gerem estatísticas atualizadas da produção nacional, o setor trabalha com expectativa de aumento gradual do consumo, com reflexos na produção e na área semeada. No entanto, a concentração de oferta em determinadas épo- cas do ano, e em algumas regiões; o clima e a necessidade de tornar mais eficientes os processos, da produção à mesa do con- sumidor, interferem no mercado. Em 2012, em 2013 e também em 2014, a área e a produção têm se mantido estáveis. No Brasil, em 2011, os agentes do agronegócio estimaram a produção de alface e de repolho em 2,59 milhões de toneladas, com cultivo de 123,58 mil hectares. O repolho totalizou 1,32 milhão de toneladas, e a alface, de 1,27 milhão de toneladas. Em 2012, o montante che- gou a 2,6 milhões de toneladas no total, volume que se repetiu em 2013 e deve ser mantido em 2014, com superfície cultivada de 123 mil hectares e de 124 mil hectares, respectivamente. Presenças obrigatórias em refeições bem equilibradas, as fo- lhosas enriquecem não apenas nutricionalmente a culinária brasi- leira, mas criam oportunidades de negócios para agricultores que 50
  • 53. Consumidores associam cada vez mais as folhosas a uma vida saudável buscam mercados especiais, os chamados segmentos gourmet. São os casos de hortaliças com embalagens especiais, apresen- tação, tamanhos, sistemas de produção orgânico, ou para aten- dimento de restaurantes de alta culinária, nichos de mercado etc. “O consumidor, especialmente aquele que viaja ao exterior e tem maior poder aquisitivo, busca cada vez mais vegetais de qualidade”, destaca o pesquisador Fábio Suinaga, da Embra- pa Hortaliças, de Gama (DF). “Isso abre mercados de alto valor agregado.” Segundo ele, hoje, 65% da alface produzida no Brasil é crespa, 25% é americana e o restante abrange outros tipos, como lisa, roxa, mimosa e romana. CLIMA INSTÁVEL A estiagem que atingiu o Centro do País no verão de 2014 afetou a safra de folhosas. Com isso,a caixa de alface crespa,na Ceagesp, foi comercializada em março de 2014 a R$ 35,31,aumento de 14% frente a fevereiro,e com avanço expressivo sobre o inverno de 2013. Mas o excesso de calor queimou folhas e raízes das alfaces. O longo período de estiagem também provocou doenças virais e bacterianas,que trouxeram perdas produtivas e de qualidade.A manutenção da estiagem e a previsão de El Niño geram expectativa de produção entre estável e um pouco menor no inverno de 2014,o que deve seguir até o verão no ciclo 2014/15. DE OLHO NO MERCADO De acordo com a analista de mercado de folhosas BrunaAbrahão Silva,do Centro de EstudosAvançados em EconomiaAplicada da Escola Superior deAgricultura Luiz de Queiroz (Cepea/Esalq), da Universidade de São Paulo (USP),os investimentos em área após os preços elevados na safra de inverno de 2012 resultaram em maior oferta. Em decorrência,motivaram cotações baixas na temporada 2013 nos polos de produção do Estado de São Paulo.A oferta elevada pressionou negativamente o valor até julho,quando fortes chuvas prejudicaram as hortas,reduziram a disponibilidade e permitiram que a folhosa esboçasse reação de preços. A caixa com 24 unidades de alface crespa na Companhia de Entrepostos eArmazéns Gerais do Estado de São Paulo (Ceagesp), que em janeiro de 2013 chegou à média mensal de R$ 23,75, alcançou a R$ 18,33 como melhor preço referencial entre maio e novembro de 2013. Em média,de maio a novembro,a caixa de alface crespa de 24 unidades foi vendida na Ceagesp a R$ 9,89, queda de 39% no comparativo com o mesmo período de 2012. SílvioÁvila 51