10. Energias Físicas
2 – Elétrica; a) cósmica (queraurano gráfica;
raio,
centelha).
b) artificial (eletricidade industrial).
3 – Luminosa; solar e artificial.
11. Energia elétrica
Uma lesão provocada pela corrente elétrica é o dano
que se verifica quando uma corrente elétrica atravessa o
corpo e queima o tecido ou interfere com o
funcionamento de um órgão interno.
A corrente elétrica que atravessa o corpo gera calor,
podendo queimar gravemente os tecidos e destruí-los.
Uma descarga elétrica pode provocar um curto-circuito
nos sistemas elétricos do organismo, causando uma
interrupção no funcionamento do coração (paragem
cardíaca).
12. Energia elétrica
As lesões elétricas podem ser provocadas:
- Pela queda de um raio sobre uma pessoa ou,
- Por contacto com cabos elétricos;
- Linhas elétricas caídas ou,
- Algum elemento que conduza a eletricidade a partir de
um cabo elétrico ativo, como um tanque de água.
13. Energia elétrica
A gravidade da lesão, que pode variar entre uma
queimadura ligeira e a morte, é determinada:
- Pelo tipo e pela intensidade da corrente,
- Pela resistência do corpo à referida corrente no ponto de
entrada,
- Pelo percurso da mesma dentro do organismo e,
- Pela duração da exposição.
14. Energia elétrica
Em geral, a corrente contínua é menos perigosa do que
a corrente alterna.
Os efeitos da corrente alterna sobre o corpo dependem,
em grande parte, da velocidade com que esta varia (ou
seja, a sua freqüência), um fator que se mede em ciclos
por segundo (hertzs, Hz).
15. Energia elétrica
As correntes de baixa freqüência, de 50 e 60 Hz, são
mais perigosas do que as correntes de alta freqüência e
entre 3 e 5 vezes mais perigosas do que a corrente
contínua da mesma voltagem e intensidade
(amperagem).
A corrente contínua tem tendência para provocar fortes
contrações musculares que, com freqüência, afastam a
vítima da fonte de energia.
16. Energia elétrica
A corrente alterna de 60 Hz faz com que os músculos
fiquem congelados (contraídos) na sua posição, o que
impede que as vítimas possam interromper a fonte da
corrente. Como resultado, a exposição pode ser
prolongada e provocar graves queimaduras.
Geralmente, quanto mais altas forem a voltagem e a
amperagem, maior será o dano que a corrente
produzirá, independentemente do seu tipo.
17. Energia elétrica
A potência da corrente elétrica mede-se em amperes
(A). Um miliampere (mA) é de 1 A.
O corpo pode aperceber-se do contacto com a corrente
contínua que entra pela mão a cerca de 5 a 10 A; pode
sentir a corrente doméstica comum, que é uma corrente
alterna de 60 Hz, com 1 a 10 mA.
18. Energia elétrica
A corrente máxima que faz com que os músculos do
braço se contraiam, mas que ainda permite que a mão
solte a fonte da corrente, recebe o apropriado nome de
corrente de libertação.
Este valor é de, aproximadamente, 75 mA para a
corrente contínua e, no caso da corrente alterna, de 2 a
5 mA nas crianças, de 5 a 7 mA nas mulheres e de 7 a 9
mA nos homens, dependendo da massa muscular do
braço.
19. Energia elétrica
Nas correntes de baixa potência, entre 60 e 100 mA, a
corrente alterna de 60 Hz de baixa voltagem (de 110 a
220 V) que atravesse o tórax durante 1 segundo pode
provocar ritmos cardíacos irregulares que põem a vida
em perigo. Para produzir o mesmo efeito são
necessários entre 300 e 500 mA de corrente contínua.
Se a eletricidade for diretamente ao coração, por
exemplo através de um pacemaker, uma corrente muito
mais baixa (de menos de 1 mA) pode provocar arritmias
graves.
20. Energia elétrica
A resistência é a capacidade de deter ou
desacelerar a passagem da corrente elétrica.
A resistência máxima do corpo concentra-se
na pele e depende diretamente do seu
estado.
A resistência média da pele seca e sã é 40
vezes maior do que a da pele fina e húmida.
21. Energia elétrica
Quando a pele está arranhada ou tem feridas, ou
quando se aplica a corrente sobre membranas mucosas
húmidas como a boca, o reto ou a vagina, esta
resistência é apenas metade da pele húmida e intacta.
A resistência da pele grossa e calosa da palma da mão
ou da planta do pé é 100 vezes maior que a das zonas
da pele mais fina.
22. Energia elétrica
Enquanto a corrente elétrica atravessa a pele, pode
libertar grande parte da sua energia na superfície
porque ali encontra resistência.
Se a resistência da pele for alta, podem ser provocadas
grandes queimaduras superficiais nos pontos de entrada
e de saída, com carbonização dos tecidos intermédios.
Os tecidos internos também se queimam, dependendo
da sua resistência.
23. Energia elétrica
O percurso que a corrente faz dentro do corpo pode ser
crucial no momento de se determinar o grau de lesão.
O ponto de entrada da eletricidade mais freqüente é a
mão. O segundo é a cabeça.
O ponto de saída mais freqüente é o pé.
Devido ao fato de a corrente que vai de braço a braço
ou de um braço a uma perna poder atravessar o
coração, ela é muito mais perigosa do que a corrente
que vai de uma perna ao solo.
24. Energia elétrica
A corrente que atravessa a cabeça pode provocar
hemorragias cerebrais, paralisias respiratórias,
alterações psicológicas (como problemas de memória a
curto prazo, alterações da personalidade, irritabilidade e
alterações no sono) e irregularidade no ritmo cardíaco.
As lesões nos olhos podem provocar cataratas.
25. Energia elétrica
A duração da exposição é importante.
Quanto maior for o período de exposição, maior será a
quantidade de tecido danificado.
Uma pessoa que fique agarrada a uma fonte de corrente
elétrica pode sofrer queimaduras graves.
26. Energia elétrica
Por outro lado, quem tenha sido atingido por um raio
raramente sofre queimaduras externas ou internas
graves, porque tudo acontece de forma tão rápida que a
corrente tende a passar por fora do corpo sem provocar
danos importantes nos tecidos internos.
No entanto, o raio pode provocar um curto-circuito no
coração e nos pulmões, chegando a paralisá-los, bem
como a danificar os nervos e o encéfalo.
27. Energia elétrica
Os sintomas dependem das complexas interações de
todas as características da corrente elétrica.
Um choque de corrente elétrica pode assustar uma
pessoa, derrubá-la ou provocar-lhe fortes contrações
musculares. Qualquer destes efeitos poderão provocar
deslocações, fraturas e contusões. A vítima pode ficar
inconsciente. A respiração e o coração podem paralisar.
O trajeto das queimaduras elétricas pode ser visto como
uma linha claramente traçada sobre a pele e até nos
tecidos internos.
28. Energia elétrica
Uma corrente de alta voltagem por vezes mata os
tecidos localizados entre os pontos de entrada e de
saída, provocando extensas superfícies de músculo
queimado. Como resultado, perdem-se grandes
quantidades de líquido e de sais (eletrólitos) e, em
certos casos, a tensão arterial baixa perigosamente,
como nas queimaduras graves.
As fibras musculares danificadas libertam mioglobina,
que pode lesar os rins e provocar insuficiência renal.
29. Energia elétrica
Uma pessoa molhada pode entrar em contacto com
uma corrente elétrica (por exemplo, quando um secador
cai dentro da banheira ou se pisa um charco que está
em contacto com uma linha elétrica subterrânea).
Nestas situações, a resistência da pele reduz-se a tal
ponto que a vítima não se queima, mas pode sofrer uma
paragem cardíaca e morrer se não lhe forem feitas
manobras de reanimação rapidamente.
30. Energia elétrica
Os raios raramente provocam queimaduras de entrada e
de saída e em poucos casos originam dano muscular ou
mioglobina na urina.
Num primeiro momento pode-se perder a consciência e
até, por vezes, entrar em estado de coma ou então
sofrer confusão temporária, mas estes estados
costumam desaparecer numa questão de horas ou de
dias.
A causa mais freqüente de morte, quando um raio atinge
uma pessoa, é a paralisia do coração e dos pulmões
(paragem cardiorrespiratória).
31. Energia elétrica
As crianças que, acidentalmente, metem na boca
extremidades de cabos podem sofrer queimaduras na
boca e nos lábios.
Estas queimaduras não só provocam deformações na
cara, como também problemas de crescimento dos
dentes, do maxilar e da cara.
32. Energia elétrica
A criança deverá ser examinada por um especialista em
ortodontia ou por um estomatologista, bem como por um
cirurgião especialista em queimaduras.
Um perigo adicional é que, quando a crosta se soltar,
ocorra uma grave hemorragia de uma artéria do lábio,
geralmente 7 a 10 dias depois da lesão.
33. Energias Físicas
Energias Físicas:
1 – Radioativa ou Actínica; raio x, radium,
cobalto, urânio enriquecido, outras formas.
2 – Sonora; a) instantânea (explosão, som de
impacto).
b) contínua (ruído laboral, música
com volumes altos).
34. Energia física radioativa ou actínica
As lesões causadas pela radiação são o dano
provocado nos tecidos em virtude de uma exposição às
radiações.
Geralmente, a radiação refere-se a ondas ou partículas
de alta energia emitidas por fontes naturais ou artificiais
(geradas pelo homem).
35. Energia física radioativa ou actínica
As lesões dos tecidos podem ser provocadas
por uma breve exposição a altos valores de
radiação ou então por uma exposição
prolongada a baixos níveis.
Alguns efeitos adversos da radiação duram
pouco tempo. Outros provocam doenças
crônicas.
36. Energia física radioativa ou actínica
Os primeiros efeitos de doses elevadas tornam-se
óbvios em questão de minutos ou nos dias
posteriores à exposição.
Outros efeitos só são evidentes semanas, meses e
até anos depois.
As mutações do material genético celular dos
órgãos sexuais só se podem tornar evidentes se a
pessoa exposta à radiação tiver filhos. Essas
crianças podem nascer com defeitos genéticos.
37. Energia física radioativa ou actínica
Escaparam, acidentalmente, grandes quantidades
de radiação das centrais de energia nuclear, como a
de:
- Three Mile Island, na Pensilvânia (EUA), em 1979,
e
- A de Chernobyl (Ucrânia), em 1986.
- O acidente de Three Mile Island não provocou uma
grande exposição radioativa.
38. Energia física radioativa ou actínica
- De fato, as pessoas que viviam a uma distância
aproximadamente de 1,5 km da central receberam
menos radiação do que a quantidade de raios X que
qualquer pessoa, em média, recebe num ano.
- No entanto, as pessoas que viviam perto da central de
Chernobyl foram expostas a muito mais radioatividade.
- Mais de 30 afetados morreram e muitos outros sofreram
ferimentos.
- A radiação desse acidente chegou à Europa, à Ásia e
aos Estados Unidos.
39. Energia física radioativa ou actínica
No total, a exposição à radiação gerada por reatores nos
primeiros 40 anos de uso de energia nuclear, excluindo
Chernobyl, provocou 35 exposições graves com 10
mortos, embora nenhum caso tenha sido associado às
centrais nucleares.
Nos países industrializados, os reatores de energia
nuclear devem cumprir estritas medidas governamentais
que limitam a quantidade de material radioativo libertado
a valores extremamente baixos.
40. Energia física radioativa ou actínica
A radiação mede-se em unidades diferentes.
O roentgen (R) mede a quantidade desta no ar.
O gray (Gy) é a quantidade de energia realmente
absorvida por qualquer tecido ou substância após uma
exposição à radiação.
41. Energia física radioativa ou actínica
Como alguns tipos de radiação podem afetar
uns organismos biológicos mais do que
outros, para descrever a intensidade dos
efeitos que a radiação produz sobre o corpo,
em quantidades equivalentes de energia
absorvida, utiliza-se o sievert (SV).
Os efeitos prejudiciais da radiação
dependem da quantidade (dose), da duração
e do grau de exposição.
42. Energia física radioativa ou actínica
Uma única dose rápida de radiação pode ser
mortal, mas a mesma dose total aplicada
num lapso de semanas ou meses pode
provocar efeitos mínimos.
A dose total e o grau de exposição
determinam os efeitos imediatos sobre o
material genético das células.
43. Energia física radioativa ou actínica
Chama-se dose à quantidade de radiação a que uma
pessoa está exposta durante um determinado período
de tempo.
A dose de radiação ambiental que se torna inevitável é
baixa, cerca de 1 a 2 miligrays (1 miligray equivale a
gray) por ano, e não provoca efeitos detectáveis sobre o
organismo.
44. Energia física radioativa ou actínica
Por outro lado, os efeitos da radiação são cumulativos,
ou seja, cada exposição é somada às anteriores até
determinar a dose total e o seu provável efeito sobre o
organismo.
Da mesma forma, à medida que aumenta a proporção
da dose ou a dose total, aumenta também a
probabilidade de se produzirem efeitos detectáveis.
45. Energia física radioativa ou actínica
Os efeitos da radiação também dependem da
percentagem do organismo que é exposto.
Por exemplo, mais de 6 grays costumam provocar a
morte quando a radiação se distribui sobre toda a
superfície corporal.
No entanto, quando se limita a uma área pequena, como
acontece na terapia contra o cancro, é possível aplicar 3
ou 4 vezes esta quantidade sem que se produzam
danos graves no organismo.
46. Energia física radioativa ou actínica
A distribuição da radiação no corpo também é
importante.
As partes do mesmo em que as células se multiplicam
rapidamente, como o intestino e a medula óssea, são
mais danificadas pela radiação do que os tecidos cujas
células se multiplicam mais lentamente, como os
músculos e os tendões.
Durante a radioterapia contra o cancro, faz-se todo o
possível para proteger as partes mais vulneráveis do
organismo, com o fim de poder utilizar doses mais
elevadas.
47. Energia física radioativa ou actínica
A exposição à radiação provoca dois tipos de
lesões: agudas (imediatas) e crônicas
(retardadas ou tardias).
A síndrome cerebral é provocada quando a
dose total de radiação é extremamente alta
(mais de 30 grays).
48. Energia física radioativa ou actínica
Revela-se sempre mortal. Os primeiros
sintomas, náuseas e vômitos, são seguidos
de apatia, sonolência e, em alguns casos,
coma.
Estes sintomas são provocados, muito
provavelmente, pela inflamação do tecido
cerebral. Em poucas horas dão-se
estremecimentos (tremores), convulsões,
incapacidade para andar e, finalmente, a
morte.
49. Energia física radioativa ou actínica
A síndrome gastrointestinal produz-se a partir de
doses menores de radiação, mas também igualmente
altas (4 grays ou mais).
Os sintomas consistem em náuseas, vômitos e diarreias
graves, que provocam grande desidratação.
Inicialmente, a síndrome é provocada pela morte das
células que revestem o trato gastrointestinal (mucosa).
50. Energia física radioativa ou actínica
Os sintomas persistem devido ao desprendimento
progressivo do revestimento mucoso e ao
desenvolvimento de infecções bacterianas. Finalmente,
as células que absorvem nutrientes ficam
completamente destruídas e produz-se perda de sangue
na zona lesionada, para o interior do intestino,
normalmente em grandes quantidades.
Entre 4 e 6 dias depois da exposição à radiação podem
crescer novas células. Mas, mesmo que assim seja, as
vítimas que sofrem desta síndrome provavelmente
morrerão em virtude de uma insuficiência da medula
óssea, entre 2 e 3 semanas mais tarde.
51. Energia física radioativa ou actínica
A síndrome hematopoiética afeta a medula óssea, o
baço e os gânglios linfáticos, que são os principais
centros de produção de células sanguíneas
(hematopoiese).
Manifesta-se depois de uma exposição de 2 a 10 grays
de radiação e começa com perda de apetite (anorexia),
apatia, náuseas e vômitos.
Estes sintomas são mais graves ao fim de 6 a 12 horas
depois da exposição e podem regredir completamente
entre 24 e 36 horas mais tarde.
52. Energia física radioativa ou actínica
Durante este período em que não há sintomas, as
células produtoras de sangue localizadas nos gânglios
linfáticos, no baço e na medula óssea começam a
desgastar-se, a diminuir e não se formam de novo, o
que implica uma grave carência de glóbulos brancos e
vermelhos.
A falta de glóbulos brancos (que combatem as
infecções) costuma provocar infecções graves.
Se a dose total de radiação for de mais de 6 grays, as
insuficiências hematopoiéticas e gastrointestinais
costumam ser mortais.
53. Energia física radioativa ou actínica
A síndrome radioativa de tipo agudo verifica-se numa
pequena proporção de doentes depois de um tratamento
com radiação (radioterapia), especialmente se tiver sido
aplicada sobre o abdômen.
Os sintomas compreendem náuseas, vômitos, diarreia,
perda de apetite, dor de cabeça, sensação de mal-estar
geral e um ritmo cardíaco acelerado (taquicardia).
Costumam regredir num lapso de horas ou de poucos
dias. Não se conhece com rigor a causa desta
síndrome.
54. Energia física radioativa ou actínica
Uma exposição prolongada ou repetida a baixas doses
de radiação proveniente de implantes radioativos ou de
fontes externas pode provocar a interrupção dos
períodos menstruais (amenorreia), bem como uma
menor fertilidade tanto nos homens como nas mulheres.
Também pode aparecer um menor impulso sexual
(líbido), cataratas e uma diminuição na quantidade de
glóbulos vermelhos (anemia), glóbulos brancos
(leucopenia) e plaquetas (trombocitopenia).
55. Energia física radioativa ou actínica
As doses muito elevadas aplicadas sobre zonas
limitadas do corpo provocam a queda do cabelo,
enfraquecimento da pele e formação de feridas abertas
(úlceras), calos e veias aracniformes (pequenas áreas
avermelhadas que contêm vasos sanguíneos dilatados
que se encontram sob a pele, ou aranhas vasculares).
Com o tempo, este tipo de exposições pode provocar
cancro de células escamosas (uma variedade de
cancro).
Anos depois da ingestão de certos compostos
radioativos, como os sais de rádio, podem formar-se
tumores ósseos.
56. Energia física radioativa ou actínica
Em alguns casos, certo tempo depois de concluída a
radioterapia contra o cancro, produzem-se graves
lesões nos órgãos que estiveram expostos à mesma.
A função renal pode ser alterada após um período
(período latente) de 6 meses a 1 ano depois de uma
exposição a doses de radiação extremamente altas.
Também pode surgir anemia e um aumento da
(pressão) tensão arterial.
57. Energia física radioativa ou actínica
Nos músculos, a acumulação de grandes doses pode
provocar uma doença dolorosa que inclui debilitamento
muscular (atrofia) e a formação de depósitos de cálcio.
Poucas vezes estas alterações provocam tumores
musculares malignos.
A radiação aplicada sobre os tumores pulmonares pode
provocar inflamação dos mesmos (pneumonite
radioactiva) e uma grande dose provocará graves
cicatrizações (fibrose) no tecido pulmonar, o que pode
ser mortal.
58. Energia física radioativa ou actínica
O coração e o seu revestimento (pericárdio) podem
inflamar-se depois de uma radiação extensa sobre o
esterno e o tórax.
Grandes doses acumuladas sobre a coluna dorsal
podem provocar uma lesão gravíssima, que pode
acabar em paralisia.
A radiação sobre o abdômen (contra o cancro dos
gânglios linfáticos, dos testículos ou dos ovários) pode
provocar úlceras crônicas, cicatrização e perfuração
intestinal.
59. Energia física radioativa ou actínica
A radiação altera o material genético das células que se
multiplicam.
Nas células que não pertencem ao sistema reprodutor,
estas alterações podem provocar anomalias no
crescimento celular, como cancro ou cataratas.
60. Energia física radioativa ou actínica
Quando os ovários e os testículos são expostos à
radiação, a possibilidade de a descendência ter
anomalias genéticas (mutações) aumenta nos animais
de laboratório, mas este efeito ainda não foi
devidamente comprovado nos seres humanos.
Alguns investigadores afirmam que a radiação é
inofensiva abaixo de determinada dose (limiar),
enquanto outros opinam o contrário e pensam que
qualquer índice de radiação sobre os ovários ou os
testículos pode ser prejudicial.
61. Energia física radioativa ou actínica
Como todavia não há dados definitivos a este respeito, a
maioria das autoridades sanitárias recomendam que a
exposição à radiação médica e laboral não ultrapasse
um determinado nível.
Em qualquer caso, a possibilidade de contrair doenças
ou mutações genéticas relacionadas com a radiação é
estimada em 1 entre 100 por cada gray de exposição e
cada pessoa recebe só uma média de 0,001 grays de
radiação por ano.
62. Energia física radioativa ou actínica
Quando se manifesta a síndrome (encefálica) cerebral
ou gastrointestinal, o diagnóstico é claro e o prognóstico
pouco animador. A síndrome cerebral é mortal num
período de tempo que varia entre horas e poucos dias.
A síndrome gastrointestinal, geralmente, é mortal num
lapso de 3 a 10 dias, apesar de algumas pessoas
sobreviverem algumas semanas.
63. Energia física radioativa ou actínica
A síndrome hematopoiética costuma causar
a morte em períodos de 8 a 50 dias. A morte
pode ser provocada por uma infecção grave
num lapso de 2 a 4 semanas ou por uma
abundante perda de sangue (hemorragia) de
3 a 6 semanas após a exposição.
64. Energia física radioativa ou actínica
O diagnóstico de lesões crônicas por
radiação é difícil ou impossível se se
desconhecer ou se passar por alto a origem
da exposição.
Se se suspeitar que existe uma lesão por
radiação, investiga-se possíveis exposições
laborais, consultando porventura os arquivos
das instituições estatais ou governamentais
que mantenham registros das exposições
radioativas.
65. Energia física radioativa ou actínica
Podemos examinar periodicamente os
cromossomas, que contêm o material
genético celular, em busca de determinadas
anomalias que costumam ocorrer depois de
uma significativa exposição radioactiva.
No entanto, os resultados destes exames
não costumam ser concludentes.
Se os olhos tiverem estado expostos à
radiação, devem ser examinados
periodicamente em busca de cataratas.
66. Energias Físicas
1 – Térmica:
a) frio (geladura).
b) calor (queimadura, intermação,
insolação).
67. Lesões produzidas pelo frio
A temperatura corporal baixa quando a pele é exposta a
um ambiente mais frio;
Quando aumenta a perda de calor;
Quando o sangue não pode fluir com normalidade ou,
Quando diminui o fornecimento de alimentos e de
oxigênio.
68. Lesões produzidas pelo frio
O risco de sofrer lesões pelo frio aumenta
quando a nutrição é inadequada ou a
quantidade de oxigênio é insuficiente, como
ocorre nas grandes altitudes.
As lesões que o frio provoca, normalmente,
não se manifestam, nem sequer em climas
extremamente frios, se a pele, os dedos das
mãos e dos pés, as orelhas e o nariz
estiverem bem protegidos e não ficarem
expostos ao ar durante muito tempo.
69. Lesões produzidas pelo frio
Quando a exposição é mais prolongada, o organismo
estreita automaticamente os pequenos vasos
sanguíneos da pele e dos dedos das mãos e dos pés,
das orelhas e do nariz para canalizar mais sangue para
os órgãos vitais como o coração e o encéfalo.
No entanto, esta medida de autoproteção tem um preço:
como estas partes do corpo recebem menos sangue
quente, arrefecem com maior rapidez.
70. Lesões produzidas pelo frio
As lesões provocadas pelo frio compreendem:
- A hipotermia, situação em que todo o corpo arrefece,
atingindo temperaturas potencialmente perigosas;
- O congelamento parcial, ou seja, quando partes do
corpo ficam superficialmente danificadas;
- O congelamento, em que alguns tecidos corporais
ficam completamente destruídos.
71. Lesões produzidas pelo frio
- A excessiva exposição ao frio também
provoca frieiras e pé-de-imersão.
A Hipotermia costuma ser tão gradual e
subtil que tanto a vítima como os outros não
se apercebem do que está a suceder.
72. Lesões produzidas pelo frio
Os movimentos tornam-se lentos e entorpecidos, o
tempo de reação é mais lento, a mente turva-se, a
pessoa não pensa com clareza e tem alucinações.
Quem sofre hipotermia pode cair, andar sem destino fixo
ou, simplesmente, deitar-se para descansar e até
morrer.
Se a pessoa se encontrar na água, move-se com
dificuldade, pouco depois desiste e, finalmente, afoga-
se.
73. Lesões produzidas pelo frio
O congelamento parcial é uma lesão provocada pelo
frio em que algumas partes da pele congelam, mas não
ficam danificadas de forma irreversível.
Neste caso, as zonas da pele congeladas tornam-se
brancas e duras, posteriormente incham e provocam
dor.
Depois, a pele pode cair, como acontece depois de uma
queimadura do sol, e tanto as orelhas como as
bochechas podem ficar sensíveis ao frio durante meses
ou anos, mesmo que não apresentem lesões evidentes.
74. Lesões produzidas pelo frio
O único tratamento que pode ser aplicado neste tipo de
situação consiste em aquecer a zona durante alguns
minutos, a menos que ela esteja gravemente congelada.
Nestes casos, o tratamento é o mesmo que para o
congelamento.
75. Lesões produzidas pelo frio
O Congelamento é uma lesão provocada pelo frio em
que uma ou mais partes do corpo ficam
permanentemente danificadas.
É mais provável que o congelamento afete quem tem
circulação deficiente devido à arteriosclerose
(espessamento e endurecimento das paredes arteriais),
a espasmo (que pode ser provocado pelo tabagismo,
por alguns problemas neurológicos e por determinados
medicamentos) ou à dificuldade do fluxo sanguíneo por
compressão provocada por botas ou luvas demasiado
apertadas.
As mãos e os pés expostos ao frio são mais vulneráveis.
76. Lesões produzidas pelo frio
O dano que o congelamento provoca deve-se a uma
combinação de fluxo sanguíneo reduzido com a
formação de cristais de gelo nos tecidos.
Quando a pele congela, adquire uma cor avermelhada,
incha e provoca dor, até que finalmente se torna negra.
As células das zonas congeladas morrem. Dependendo
da intensidade do congelamento, o tecido afetado pode
chegar a recuperar ou gangrenar.
77. Lesões produzidas pelo frio
As frieiras (também por vezes chamadas pérnios),
são sensações dolorosas de frio ou de queimadura
em partes do corpo que tenham estado congeladas.
Aparecem depois de uma exposição ao frio, mesmo
que não tenha sido muito intensa.
As frieiras são difíceis de tratar e persistem durante
anos.
78. Lesões produzidas pelo frio
O pé-de-imersão (ou pé-de-trincheira) é uma lesão
provocada pelo frio que acontece quando um pé
permanece húmido, envolto em meias ou botas e frio
durante vários dias.
O pé torna-se pálido, húmido e frio, e a circulação
diminui.
79. Lesões produzidas pelo frio
Se o pé-de-imersão não for tratado, pode produzir-se
uma infecção.
O tratamento consiste em aquecer, secar e limpar
suavemente o pé. É aconselhável mantê-lo elevado.
Deverão ser administrados antibióticos e,
eventualmente, uma dose de reforço da vacina
antitetânica. Por vezes, embora raramente, este tipo de
lesões ocorre nas mãos.
80. Energias físicas térmicas - calor
O corpo costuma ser capaz de manter a sua
temperatura dentro de uma margem estreita, quer seja
num clima temperado, quer num clima frio, mediante a
sudação, com alterações na respiração, variando o fluxo
sanguíneo que chega à pele e aos órgãos internos.
No entanto, uma exposição excessiva a altas
temperaturas pode provocar alterações, como
esgotamento por calor, golpe de calor (insolação) e
cãibras, intermação e queimadura.
81. Energias físicas térmicas - calor
O risco de sofrer de uma destas alterações provocadas
pelo calor aumenta com a humidade elevada, que
diminui o efeito refrescante da sudação, e com o
exercício físico prolongado e esgotante, que aumenta a
quantidade de calor que os músculos produzem.
Os idosos, as pessoas muito obesas e os alcoólicos
crônicos são especialmente vulneráveis às alterações do
calor, tal como os que ingerem determinados
medicamentos, como anti-histamínicos, fármacos
antipsicóticos, álcool e cocaína.
82. Energias físicas térmicas – calor - prostração
A prostração provocada pelo calor é um processo
devido a uma exposição ao calor durante várias horas,
na qual a perda excessiva de líquidos provocada pela
sudação causa fadiga, queda da pressão (tensão)
arterial e, por vezes, um colapso.
A exposição a altas temperaturas pode provocar perda
de líquidos através da sudação, sobretudo durante a
atividade física ou o exercício.
83. Energias físicas térmicas – calor - prostração
Juntamente com os líquidos, perdem-se sais
(eletrólitos), o que altera a circulação e o funcionamento
do encéfalo.
Como resultado, pode verificar-se prostração. A
prostração causada pelo calor parece uma situação
grave, mas, na realidade, raramente o é.
84. Energias físicas térmicas – calor - prostração
Os principais sintomas são o aumento da fadiga,
debilidade, ansiedade e sudação excessiva.
A pessoa pode sentir que desmaia estando em pé
porque o sangue se acumula (armazena-se) nos vasos
sanguíneos das pernas, que se dilatam com o calor.
O batimento cardíaco (ritmo) torna-se mais lento e fraco,
a pele arrefece, empalidece e toma um aspecto húmido
e viscoso e o indivíduo afetado fica confuso.
85. Energias físicas térmicas – calor - prostração
A perda de líquidos reduz o volume de sangue, faz
descer a tensão arterial e pode provocar um colapso ou
desmaio.
Geralmente, a prostração provocada pelo calor é
diagnosticada com base nos sintomas.
86. Energias físicas térmicas – calor - insolação
O golpe de calor- insolação é uma doença que pode
pôr a vida em perigo, que deriva de uma prolongada
exposição ao calor e na qual uma pessoa não pode suar
o suficiente para fazer descer a sua temperatura
corporal.
Esta doença costuma desenvolver-se rapidamente e
requer um tratamento intensivo e imediato.
87. Energias físicas térmicas – calor - insolação
Se uma pessoa estiver desidratada e não puder suar o
suficiente para arrefecer o seu corpo, a temperatura
corporal pode atingir níveis perigosamente elevados e
provocar um golpe de calor.
Certas doenças, como a esclerodermia e a fibrose
quística, diminuem a capacidade de sudação e,
consequentemente, aumentam o risco de ocorrer um
golpe de calor.
88. Energias físicas térmicas – calor - insolação
A pele fica quente, avermelhada e geralmente seca.
O ritmo cardíaco acelera-se e depressa pode atingir as
160 ou 180 pulsações por minuto, em vez do índice
normal de 60 a 100 pulsações por minuto.
O ritmo respiratório aumenta, mas a tensão arterial
raramente varia.
A temperatura corporal, que deverá ser medida no reto,
rapidamente ascende a 40º ou 41ºC, provocando uma
sensação de fogo interior.
A pessoa pode sentir-se desorientada e confusa, perder
rapidamente a consciência ou ter convulsões.
89. Energias físicas térmicas – calor - insolação
O golpe de calor - insolação pode provocar alterações
permanentes ou a morte se não for tratado de imediato.
Uma temperatura de 41ºC é muito grave e uma
temperatura de apenas 1º mais costuma ser mortal.
Rapidamente poderá verificar-se uma lesão permanente
nos órgãos internos, como o encéfalo, chegando muitas
vezes a ser fatal.
Os idosos e quem sofre de uma doença debilitante,
incluindo os alcoólicos, tendem a ser os mais
prejudicados. Geralmente, o diagnóstico de golpe de
calor baseia-se nos sintomas.
90. Energias físicas térmicas – calor - cãibras
Estas cãibras são espasmos musculares graves que
ocorrem depois de se suar excessivamente ao
desenvolver uma atividade física intensa em condições
de calor extremo.
Estas cãibras são provocadas por uma perda excessiva
de líquidos e de sais (eletrólitos) como o sódio, o
potássio e o magnésio, devida a uma sudação intensa,
tal como acontece durante a prática de uma atividade
física extenuante.
91. Energias físicas térmicas – calor - cãibras
As cãibras provocadas pelo calor são muito comuns
entre os trabalhadores manuais, como o pessoal das
casas das máquinas, os ferreiros e os mineiros.
O excesso de proteção, como o vestuário que os
alpinistas ou os esquiadores usam, pode ocultar uma
grande sudação.
92. Energias físicas térmicas – calor - cãibras
Este tipo de cãibras costuma começar inesperadamente
nas mãos, nas barrigas das pernas ou nos pés.
Costumam ser dolorosas e impedem os movimentos. Os
músculos endurecem, ficam tensos e torna-se difícil
descontraí-los.
As cãibras provocadas pelo calor podem ser evitadas ou
tratadas consumindo bebidas ou alimentos que
contenham sal.
93. Energias físicas térmicas – calor - cãibras
Em casos excepcionais a pessoa afetada deve receber
líquidos e sais por via endovenosa.
Os comprimidos de sal podem ajudar a evitá-las, mas,
normalmente, provocam queixas no estômago.
Há que ter em conta que, se se consumir sal em
excesso, pode provocar-se uma retenção de líquidos
(edema).
94. Energias físicas térmicas – calor
A antiga classificação das queimaduras
1º grau (eritema, rubor).
2 – 2º grau (flictema - bolha – líquido seroso
com proteína e cloretos – sinal de Chambert
positivo).
95. Energias físicas térmicas – calor
3º grau (escarificação – necrose – cicatrizes
que podem produzir danos deformantes e/ou
perturbações funcionais).
4º grau (Carbonização):
a) superficial – e assim um isolante tanto
térmico quanto elétrico.
b) profunda.
96. Energias físicas térmicas – calor
Modernamente as queimaduras são classificadas em:
1 – Superficiais: hiperemia, na área atingida pelo agente
térmico que traz pouca energia ou estabelece contato
fugaz. Destrói somente as células mais superficiais da
epiderme.
(a hiperemia some à compressão e retorna quando se
desfaz a pressão).
97. Energias físicas térmicas – calor
2 – Parciais: comprometem toda a epiderme e a superfície
da derme, mas poupam os anexos cutâneos – matriz
dos pêlos e os ácinos das glândulas sebáceas e
sudoríparas.
Dividem-se em:
a) superficiais – destroem a epiderme até a camada basal,
formando bolhas. A seqüela é o distúrbio da
pigmentação do local.
b) profundas – destroem a epiderme e suas terminações
nervosas, a derme superficial e parte da derme
profunda. Não atingem os anexos e a hipoderme. A
seqüela é o quelóide.
98. Energias físicas térmicas – calor
3 – Totais: destroem todos os planos da pele, os
anexos cutâneos e a vascularização.
- As lesões são pálidas, com aspecto e
consistência semelhante a couro e não exsudam
pelo fechamento da rede vascular profunda.
- Atingem, além da gordura, a musculatura. São
insensíveis.
- A seqüela são escaras com tecido necrótico,
cicatrizes deformantes.
- Quase sempre necessitam de reabilitação.
99. Energias físicas térmicas – calor
- A gravidade das queimaduras depende de vários
fatores: extensão, profundidade, localização, idade
da vítima e agente causal.
- Para a Associação Americana de Queimaduras:
discreta, moderada e grave.
- A área de uma das mãos estendidas corresponde a
0,8% da superfície corporal (Perry et al. 1996),
acabando com a controvérsia entre autores de 1 a
2,5%.
100. Energias físicas térmicas – calor
- A morte das células libera substâncias que
fazem desencadear a resposta inflamatória:
endotelina, histamina, bradicinina,
serotonina, prostaglandinas, catecolaminas,
vasopressina, monóxido de nitrogênio e
citocinas.
- A reação local às queimaduras tem uma
vertente vascular e outra celular
dependentes dos mediadores químicos.
101. Energias físicas térmicas – calor
O estado físico do agente:
A forma e a distribuição das lesões pode até identificar
o agente.
Fogo:
1- Pêlos - extremidade distal retorcida e friável,
aspecto e cheiro característico – encrespados ou
crestados.
2- Roupas – a propagação da carbonização,
faz-se de baixo para cima. Conforme o tecido pode
agravar as lesões da chama inicial (combustível
rápido).
102. Energias físicas térmicas – calor
FOGO: é a causa mais freqüente de queimaduras
graves em mulheres idosas e adultos.
GASES OU VAPORES: muito aquecidos, mas não
inflamados.
As lesões (queimaduras) podem ser parciais e
profundas
As lesões (queimaduras) ocorrem nas partes
desnudas do corpo.
Acidentes com panelas de pressão, autoclaves,
saunas como exemplos.
103. Energias físicas térmicas – calor
- A morte depende do agente térmico e dos fatores
pessoais.
- A causa mais precoce de morte é a intoxicação por
monóxido de carbono (a concentração chega a
517.400 ppm nos locais fechados e em locais
abertos a 35.700 ppm – partes por milhão),
cianetos, etc. fruto da combustão dos materiais
presentes no ambiente.
- Baixa concentração de O2 pela combustão de
materiais. Alta concentração de carboxiemoglobina
acima de 50%.
- Espasmo dos bronquíolos em decorrência da ação
irritante das substâncias inaladas.
104. Energias físicas térmicas – calor
- Juntamente com os gases tóxicos são aspirados
partículas de carvão, fuligem, cinza que podem ser
vistas na necropsia com a abertura da árvore
respiratória e no conteúdo gástrico.
- Apesar do grau avançado de destruição superficial,
na maioria das vezes, as vísceras mostram-se bem
preservadas e passíveis de serem examinadas sem
dificuldade.
105. Energias físicas térmicas – calor
- As fraturas ósseas por ação do calor não podem ser
vistas como produzidas por ação contundente.
- As fraturas do crânio pela ação do fogo, pela ruptura
de veias da dura-máter costumam produzir
hematoma intracraniano, no setor epidural após a
morte.
- O encéfalo ferve. O sangue vai para as meninges.
Pela retração da dura-máter os vasos de drenagem
rompem-se, podendo colecionar inclusive no
espaço subdural.
106. Energias físicas térmicas – calor
- Nas primeiras 24 horas – desidratação > alterações
hemodinâmicas (choque) >insuficiência renal
(necrose tubular aguda) > pulmão de choque.
- À necropsia é comum o grande aumento de peso
dos pulmões. De cor vermelho-vinhosa e sem
crepitação à palpação.
- Exame microscópico após as 48 horas:
a) depósito de membranas hialinas sobre as
paredes septais.
b) obliteração de pequenos vasos por trombos
de fibrina.
107. Energias físicas térmicas – calor
- Cerca de 75% dos grandes queimados morre de
infecção generalizada (sepse).
- Ainda hoje considerada por muitos (inclusive KriseK)
como inevitável a ocorrência de infecções (bons
resultados pela intervenção cirúrgica precoce e
mais agressiva).
- A eliminação nos mecanismos de defesa –
queratinização e descamação das células
superficiais, produção de substâncias lipídicas
antibacterianas e concorrência da flora normal –
favorecem as infecções.
108. Energias físicas térmicas – calor
Líquidos Escaldantes:
1 – costumam produzir queimaduras descendentes
(gravidade).
2 – lesão de maior intensidade em plano superior com
relação ao solo.
3 – lesões características de vítimas dormindo.
4 – crianças em acidentes domésticos e no banho
(nádegas, genitália e pés). (negligência, pelo
E.C.A.).
109. Energias físicas térmicas – calor
Da Perícia:
- A perícia em queimadura pode ser feita em pessoas
vivas e em cadáveres.
- O diagnóstico da reação vital diz respeito apenas à
necropsia forense.
- Lesão dolosa tem importância na caracterização de
certos itens dos parágrafos primeiro e segundo do
artigo 129 do Código Penal (lesões corporais) e, na
aplicação da pena.
110. Energias físicas térmicas – calor
Da Perícia:
- Como possibilidades, temos a caracterização do
perigo de vida, a redução da capacidade funcional
de um membro, a incapacidade por mais de 30 dias
para as ocupações habituais ou a deformidade
permanente.
- Para fins civis, a quantificação de dano para efeito
de indenização, seja o crime doloso ou culposo.
111. Energias físicas térmicas – calor
- Queimaduras de face > dano estético de
vulto.
- Queimaduras das mãos e dos pés >
comprometer tendões formando aderências
> redução da função.
- Queimaduras na genitália > impotência
instrumental no homem. Assim mesmo
podemos determinar o sexo do cadáver pelo
achado do útero ou da próstata.
112. Energias físicas térmicas – calor
- Pielonefrite aguda pela infecção ascendente
das vias urinárias.
- Queimaduras profundas que interessam toda
a circunferência de um segmento -
queimaduras circunferências – (ex. tórax e
pescoço). > síndrome compartimental >
cirurgia (escarotomia).
113. Energias físicas térmicas – calor
- Contudo o exame dos dentes pelo
odontolegista é o melhor processo de
identificação.
- Nas carbonizações podemos recorrer ao
exame radiológico do esqueleto (calos
ósseos de fraturas antigas, a forma dos seios
paranasais, principalmente os frontais).
114. Energias físicas térmicas – calor
Causa jurídica das queimaduras:
- A maior causa (1ª) os acidentes (no lar com crianças
e idosos).
- Hábito de fumar com o dispositivo para acendê-lo
(idosos) – exame de nicotina na urina. (30% das
mortes nos EUA)
- Pessoas embriagadas e drogadas aumentam o risco
de acidentes pelo fogo. (coordenação muito
diminuída).
- Auto lesões pelos agentes térmicos não é comum.
115. Energias físicas térmicas – calor
Causa jurídica das queimaduras:
- As lesões criminosas como a tortura, o castigo
corporal (mulheres e crianças) são comuns.
- A 2ª maior causa de morte pela ação térmica direta é
o suicídio.
- O homicídio por ação térmica já foi mais raro
(excluindo, quando as pessoas são mortas
inicialmente por outros meios).
- Incêndios criminosos: para fraudar seguros; por
vingança; por irresponsabilidade de piromaníacos;
para ocultar crime.
116. Energias físicas térmicas – calor
Diagnóstico da reação vital:
- Reação inflamatória;
- As bolhas das queimaduras parciais
aparecem em menos de uma (1) hora;
- Dosagem de monóxido de carbono no sangue
(teores de carboxiemoglobina acima de
50%).
- Produção de outros produtos tóxicos (ex. os
cianetos.
117. Energias físicas térmicas – calor
- Aspiração de gases tóxicos (partículas de carvão,
fuligem, cinza – vistas pela abertura das vias
respiratórias).
- A quantidade de calor e o tempo exigido para a
cremação de um corpo, nunca são conseguidos em
incêndios, agressões e nas dissimulações de
homicídios.
- A face do corpo voltada para baixo fica bem
preservada.
- A queimadura com microondas que esquenta os
tecidos que contem mais água. (mais pele e
músculo e menos gordura).
118. Energias físicas térmicas – frio
- Diz-se que há hipotermia quando a Tc (temperatura
central –medida preferencialmente no esôfago e se
não no reto) cai abaixo dos 35ºC.
- A hipotermia costuma dividir-se em:
1- leve (35 a 32ºC);
2- moderada (32 a 28ºC);
3- grave (< 28ºC).
- Para alguns autores;
4- profunda (20 a10ºC);
5- muito profunda (10 a 5ºC);
6- ultraprofunda (< 5ºC).
119. Energias físicas térmicas – frio
- Não há lesões patognomônicas da
hipotermia.
- A causa jurídica mais comum é o acidente.
- Podem ocorrer crimes dolosos como:
abandono de incapaz ao relento, no frio.
- Crimes culposos relacionados com atividade
terapêutica clínica ou cirúrgica.
- Raramente o suicídio por expor-se
deliberadamente ao frio ambiental.
120. Energias físicas térmicas – frio
- Na água a temperatura de 2,5 a 12ºC, após 2
horas de contato em média a morte ocorre.
- A hipotermia é produzida de forma muito
mais rápida em contato com a água gelada.
- Os segmentos mais atingidos pela lesão são
as mãos e os pés – 90% dos casos. Se bem
protegidos a maior incidência migra para as
orelhas, o nariz e as regiões malares.
121. Energias físicas térmicas – frio
- As geladuras devem ser avaliadas somente
após o descongelamento.
- As geladuras podem ser classificadas em
superficiais e profundas ou em quatro graus:
1º grau – pele de consistência aumentada
e com área pálida.
2º grau – edema e bolhas com conteúdo
límpido e cristalino.
122. Energias físicas térmicas – frio
- As geladuras podem ser classificadas em
quatro graus:
3º grau – pele de consistência de uma
placa endurecida e bolha com conteúdo
hemorrágico.
4º grau – necrose do segmento afetado e
trombose arterial.
123. Energias físicas térmicas – frio
- Provenientes de acidentes, a maioria das
lesões está mais ligada às ações de
ressarcimento de dano, indenizações por
acidentes de trabalho.
- O diagnóstico da gravidade depende da
evolução.
124. Energias físicas térmicas – frio
- Faz-se necessário pesquisar a existência de
incapacidade por amputação de segmentos,
ou deficiências residuais motoras, sensitivas
ou psíquicas.
- Tem sido referidas alterações de
enrijecimento articular e áreas de
desmineralização e destruição óssea nos
segmentos comprometidos.
125. Energia Física Elétrica Industrial
- As lesões causadas pela eletricidade industrial
chamamos de eletroplessão.
- Nos acidentes de alta tensão: parada
respiratória central; parada cardíaca em
assistolia; hemorragia tardia.
- Nos acidentes de baixa tensão: fibrilação
ventricular; parada respiratória periférica.
126. Energia Física Elétrica Industrial - Eletroplessão
Síndrome desencadeada pela eletricidade artificial.
As lesões localizadas mais simples são:
Marca elétrica de Jellinek: lesão esbranquiçada e
dura, mumificada, com a forma do eletroduto (fio,
plug), com centro encovado e bordas elevadas.
Metalização ou Salpicos metálicos: marcas com
destaque da pele e metal do eletroduto fundido no
fundo das mesmas.
127. Energia Física Elétrica Industrial - Eletroplessão
Efeito Joule: transformação da energia elétrica em
térmica, podendo dar queimaduras de 1º, 2º e 3º graus.
Oftalmia elétrica: com formação de cataratas.
Lesões nervosas: neurites, parestesias, atrofias
musculares, paralisias.
Lesões vasculares: fragilidade vascular.
Lesões ósseas: formação de pérolas de fosfato de
cálcio.
128. Energia Física Elétrica
ELETROCUSSÃO
Ação sistêmica ou letal da energia elétrica artificial.
FULGURAÇÃO
Lesões localizadas, não letais, produzidas pela
eletricidade cósmica ou queraurano gráfica, sendo a
mais característica o: Sinal de Lichtenberg de aspecto
arboriforme (em "folha de samambaia"), resultante da
paralisia vascular ou da difusão elétrica pela pele.
FULMINAÇÃO
Lesões sistêmicas ou letais produzidas pela eletricidade
cósmica ou queraurano gráfica
129. Energia Física Elétrica Industrial
Causa Jurídica da morte:
- Acidentes > infortúnios no trabalho.
- Acidentes > que se confundem com suicídios > práticas
eróticas.
- Cadeira elétrica > modo de execução da pena capital.
- Prática da tortura (crime hediondo) > regiões sensíveis
do organismo (úmidas = baixa resistência, corrente mais
intensa).
130. Energia Física Elétrica Industrial
Perícia:
- Constatar incapacidades e estabelecer o nexo causal
com o acidente.
- Nos acidentes de alta tensão, as lesões são extensas e
inconfundíveis.
- Nos acidentes de baixa voltagem pode haver dificuldades
diagnósticas nas necropsias.
- Fragmentos de epiderme colados ao condutor que
eletrocutou a vítima.
131. Energia Física Elétrica Natural
- A ação não letal da eletricidade natural sobre o organismo
é chamada de fulguração.
- Alguns autores chamam de fulminação, ação letal da
eletricidade natural – fulminar é lançar raios, coriscos.
Perícia:
- Mau estado das vestes e lesões por ação contundente
podem trazer suspeitas.
- Sinais gerais de asfixia.
132. Energia Física Elétrica
Lesões produzidas pelo efeito joule da corrente e pela
ação luminosa dos arcos voltaicos, que podem persistir:
- Surdez
- Catarata tardia (redução progressiva da transparência do
cristalino).
- Lesões do epitélio da córnea - ceratite (conseqüência dos
raios UV).