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RAÍZES DO BRASIL: UM PAÍS REPLETO DE CULTURA

Resenha do livro de HOLANDA, Sergio Buarque. Raízes do Brasil. São Paulo:
Companhia das Letras, 26 Ed, 1995, 226p.

Elicácia Maria Pereira1
O livro Raízes do Brasil do autor Sergio Buarque de Holanda² traz um
refinamento literário, com olhar a respeito da formação do brasileiro nos aspectos
sociológicos, econômicos, políticos, históricos e antropológicos. Será abordado cada
capitulo elucidando todos esses aspectos de forma ampla.
No primeiro capítulo observamos a tentativa de implantação da cultura européia
em território extenso onde se dará a origem da sociedade brasileira, outros países se
introduziram em nosso território trazendo uma nova cultura muitas vezes sendo
desfavorável e hostil com diz o autor ainda hoje somos desterrados de nossa terra pelo
fato de sempre estarmos dominado pela cultura de fora e não valorizar a nossa.
Recebemos uma herança significativa da nação ibérica. Pelo fato da Espanha e
Portugal não possuírem uma cultura européia tão forte e serem tradicionais, eles foram
utilizados pela Europa para conhecer outros mundos. Com a descoberta marítima esses
países entraram com mais firmeza no coro europeu. Surgiu então um tipo de sociedade
quase a semelhança européia.
Para Holanda os espanhóis e portugueses deixaram a sua originalidade nacional
que é a de ser individualista onde o homem só tem a si própria. A Espanha e Portugal
foram escolhidos por este motivo de serem individuais por não serem tão europeizados.
O autor fala que a falta de hierarquia vem de alguns momentos da historia das
nações hispânicas incluindo Portugal e Brasil. Os anarquistas frutearam
incontestavelmente com a sua cumplicidade ou a sua preguiça desleixado das
instituições e costumes.
Afirma também que a nossa anarquia e a nossa imperícia da organização solida
não representa a seu ver nada mais que a insuficiência da ordem que lhes parece

1

Graduando em Serviço Social na Universidade de Pernambuco.
² O autor fez direito na Universidade do Brasil, foi historiador e amante da literatura e se interessou
pelos estudos de Max Weber.
necessária e eficaz. Bem que a hierarquia que enaltecem é que precisa da tal anarquia
para se justificar e ganhar prestigio.
Portugal e Espanha parecem que nos trouxe uma injustiça social de certos
privilégios que também tais privilégios são hereditários. Foi nesses países ibéricos que a
burguesia mercantil se desenvolveu, portanto queria ser a nobreza.
Em relação ao segundo capitulo os portugueses foram os pioneiros da conquista,
e nenhum outro povo do Velho Mundo estaria tão provido para se aventurar a
exploração intensa das novas terras a ser conquistada. E isso não se deu de forma
organizada e sim com displicência e abandono, onde o valor do espírito aventureiro era
valorizado por eles.
Holanda explora a dicotomia entre o homem aventureiro e o trabalhador. O
homem aventureiro é aquele que dispensa todo o esforço, toda a ação intermediaria em
um trabalho e seu objetivo é apenas o lucro almejado, tem uma visão extensa. Como
dizia Buarque “seu ideal será colher o fruto sem plantar a arvore.” (p.44).
Já o trabalhador é inverso ao aventureiro, é aquele que visa primeiro o a
obstáculo, as fronteiras a vencer e não o êxito a ser alcançado. Ele dará o valor moral
positivo às ações boas em um trabalho que lhe dê animo em exercer-lo e valor imoral as
qualidades próprias de um aventureiro.
Pois o autor afirma que esses dois conceitos é o que nos auxiliar a ordenar os
conhecimentos dos homens e dos conjuntos sociais, é nesse aspecto individual que eles
são de grande relevância para a formação e a evolução das sociedades, assim
descobrindo um novo mundo.
O gosto da aventura a mistura de raças a implantação de uma civilização nas
raízes rurais e escravização vêm dos portugueses. Eles não conseguiram implantar a sua
origem, portanto foram se adaptando ao meio em que vivia o índio. A Europa não
consegue se achar no meio industrializado ao tempo do descobrimento então passa a
produzir gêneros agrícolas para suprir a sua economia. A riqueza de terras férteis e
ainda mal desbravadas fez com que elas se tornassem uma grande unidade de produção.
Com isso veio a tentativas de emprego aos índios porem não se adaptaram ao
trabalho escravo, eventualmente o negro se tornou indispensável no latifúndio colonial.
Os portugueses viam ao Brasil buscar o lucro a riqueza ousada, não aquela que custa o
trabalho, assim considerados aventureiros e não querer ao trabalho agrícola, os negros
torna-se de grande relevância para nossa economia, e esse escravismo é fundamental
para remediar as necessidades da Europa.
Os portugueses antes do descobrimento do Brasil já eram mestiços e conhecia a
escravidão africana em seu país, tal mestiçagem favoreceu para uma nova pátria.
Ao analisar o texto identificamos que o autor transparece o preconceito com
negro maior que o índio na colônia. A única visão que se tinha em pró do trabalho era o
escravismo, o trabalho mecânico era ignorado, apenas trabalho lucrativo interessava. A
violência que via na época negava as virtudes sociais.
O autor faz uma critica os holandeses por não ter se fixado no Brasil, tais
colonos trazem uma perspectiva que não se adequa aqui, que é a formação urbana e
quase liberal. Holanda afirma que a língua portuguesa proporcionou uma melhor
colonização, pois os índios e os negros compreendiam com mais facilidade. E a igreja
católica contribuiu bastante para a contribuição da comunicação melhor que a
protestante.
Ao explorar o terceiro capítulo assistimos que a estrutura da sociedade se baseia
na colônia rural, pois quem detinha o poder era os senhores de engenhos. A base da
sociedade esteve de fora dos meios urbanos. O autor fala que os portugueses não
implantaram a civilização agrícola e sim as raízes rurais. Mesmo na monarquia
prevaleciam os fazendeiros e os seus filhos, pois eram os que exerciam todas as
profissões de mando.
Depois de o regime republicano ser instalado, fomos envolvidos por varias
reformas. Como a fundação do Banco do Brasil, a linha de telegrafia do rio de janeiro, o
banco dos hipotecários e inclusive a estradas de ferro do país. Pode-se notar um grande
desenvolvimento urbano, por estes fatores e também pelo fato da supressão do trafico
negreiro.
Considerando um tipo de comercio o trafico negreiro, houve a promulgação da
lei de Eusébio de Queiros, para supressão do trafico ao mesmo tempo em que alguns
tinham o medo que realmente acabasse. A lei entrou em vigor no momento em que
houve a queda súbita desse trafico. O banco do Brasil tinha uma forte ligação da sua
abertura com a economia que produzia através do trafico.
A lei Ferraz veio apenas para apressar a crise comercial, a primeiro que não teve
envolvimento de políticas internas ou fatores internacionais. Essa tal crise foi o
desenlace insubsistente da ambição de vestir o país sendo presa a economia
escravocrata, com os trajes modernos da democracia burguesa.
Na visão do autor o Brasil não tinha condições políticas e sociais para expandir a
indústria e o comercio. O engenho por serem completos era visto como uma sociedade,
os senhores tinham uma característica de solidez, por ter completamente autoridade de
suas terras e ter limitações com seus súditos.
O trabalho digno do homem é o trabalho intelectual, pois os colonos brancos não
consideram o trabalho físico de respeito. E aqueles que eram dignos desse trabalho
mental são os senhores de escravos e seus herdeiros. A inteligência vista com um
ornamento um prestigio e não uma forma de conhecimento. O anel de grau e a carta de
bacharel legalizam brasões de nobreza.
Em nossa convivência as pessoas desejam ser um servidor publico, por muitas
vezes dizemos que queremos um emprego e não um trabalho. Fazendo uma analogia
com o que o relata sobre trabalho mecânico e intelectual. Ninguém faz bacharel pra
trabalhar no braçal, sujar as mãos e se cansar.
Considerando assim o trabalho como um castigo, quem não estuda está sujeito
ao trabalho manual. Esse período de colonização visto no livro é o capitalismo que
ainda valoriza o trabalho como algo que dignifica o homem, e que pessoas que possuem
o trabalho digno é a minoria e que vivem em constante mudança almejando altos
cargos.
Silva Lisboa economicista baiano em momento algum observa que a tão
admirada inteligência seja apenas decorativa, e sim uma forma do homem se distinguir
do seu semelhante. Para o autor a cidade se expandiu de forma prematura e anormal.
Assim comenta Holanda: ”O predomínio esmagador do ruralismo, segundo todas as
aparências, foi antes um fenômeno típico do esforço dos nossos colonizadores do que
uma imposição do meio.” (p.92).
A implantação de cidades foi a melhor forma de dominação, aborda-se esse
assunto no quarto capitulo onde a colonização espanhola caracterizava-se por introduzir
nas colônias as cidades e se concentrava no interior das terras, no planalto, enquanto os
portugueses tinham um caráter de exploração comercial, na visão do o autor o português
era muito desleixado em relação as construções da cidade.
Com a descoberta do ouro os portugueses foram migrando para o interior e a
metrópole tentou impedir essa migração. Com esse advento das minas Portugal instituiu
ordem nas colônias. A burguesia tinha o desejo de fazer parte da nobreza, na verdade
com diz Holanda todos queriam fazer parte da nobreza e tinham uma preocupação coma
a aparência.
Portugueses considerados semeadores por semear a desordem e os espanhóis por
ladrilhador ver a cidade com espaço de racionalidade. Nesse capitulo relata um pouco a
historia política de Portugal vinculada a população almejar a nobreza, que percebemos
facilmente no Brasil. “A igreja transformara-se, por esse modo, em simples braço do
poder secular, em um departamento da administração leiga.” (pag. 118).
O quinto capítulo surge o sistema industrial, que separa no processo de
manufatura os empregadores e empregado distinguindo cada um de sua função, gerando
assim o antagonismo de classe, ou seja, a diferença social que começa a partir desse
capitalismo.
A relação que havia entre o empregador e o empregado eram pessoais e diretas,
e não tinha nenhum envolvimento com autoridades. Já entre o trabalhador manual e o
ultimo proprietário o acionista tem vários funcionários e autoridades que o representa.
O autor mostra como há vários intermediários nessa relação, portanto se houver
algum problema como salários inadequados, acidentes de trabalho e outros a
responsabilidade se perde durante todo esse caminho percorrido do trabalhador ao
proprietário.
Em nossa civilização teremos o “homem cordial” uma pessoa que não diz à
verdade que transmite a simpatia e agradável aos olhos do povo. A vida em sociedade
do homem cordial é uma forma de libertação do pavor que sente de si próprio em todas
as circunstâncias de sua existência.
No sexto capitulo como diz o autor é no trabalho que iremos buscar a própria
sastifação, ele tem seu fim em si mesmo e não na obra. As pessoas anseiam ocupar mais
cargos do que aqueles que possuem, e acaba por não exercer nenhum. Desejo esse de
alcançar prestigio e dinheiro sem esforço.
A concepção do bacharelismo tem uma presença forte na representação da
personalidade e o do valor próprio. O autor critica as idéias positivistas e a sua
permanência no Brasil que se dá pela não preocupação com a intelectualidade e pelo
amor nas idéias fixas e genéricas.
Para Holanda a democracia sempre foi um mal entendido, os movimentos
sociais e políticos sempre vinha de cima para baixo, a população ficou indiferente. O
romantismo ofuscou a realidade e se criou um mundo fora do mundo, que auxiliou na
construção de falsa e livre realidade.
Ressalta de como a alfabetização fundamental para o Brasil e de como traços de
nossa intelectualidade revelam uma mentalidade senhorial e conservadora.
O sétimo capítulo a abolição é um marco, e as revoluções são bem demoradas no
Brasil. As cidades ganham autonomia em relação ao mundo rural. O café gerou
mudanças na tradição, assim como a legitimação da cidade. Os senhores de engenhos se
desprendem da tradição rural, e a lavoura deixa de ser aquele mundo pequeno e passa a
ser grande economia e a única fonte de riqueza. A cultura do café abre espaço para o
trabalho remunerado.
Para o autor a ausência de partidos políticos atualmente é um sintoma de nossa
inadaptação ao regime legitimamente democrático. Holanda critica o Brasil que acredita
em fórmulas. Falam quais são os principais elementos constituintes de uma democracia.
Com a cordialidade, o brasileiro dificilmente chegará nessa revolução, que seria a
salvação para a sociedade brasileira atual.
Raízes do Brasil é uma obra que se resume em estudos que enfatizam a
verdadeira historia de colonização de exploração realizada em nosso país, onde o autor
Sergio Buarque de Holanda esclarece todo envolvimento que houve para construir as
nossas raízes, sendo essencial ler essa obra para obter o conhecimento profundo da
verdadeira historia das nossas raízes brasileiras.
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Raízes do brasi1

  • 1. RAÍZES DO BRASIL: UM PAÍS REPLETO DE CULTURA Resenha do livro de HOLANDA, Sergio Buarque. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 26 Ed, 1995, 226p. Elicácia Maria Pereira1 O livro Raízes do Brasil do autor Sergio Buarque de Holanda² traz um refinamento literário, com olhar a respeito da formação do brasileiro nos aspectos sociológicos, econômicos, políticos, históricos e antropológicos. Será abordado cada capitulo elucidando todos esses aspectos de forma ampla. No primeiro capítulo observamos a tentativa de implantação da cultura européia em território extenso onde se dará a origem da sociedade brasileira, outros países se introduziram em nosso território trazendo uma nova cultura muitas vezes sendo desfavorável e hostil com diz o autor ainda hoje somos desterrados de nossa terra pelo fato de sempre estarmos dominado pela cultura de fora e não valorizar a nossa. Recebemos uma herança significativa da nação ibérica. Pelo fato da Espanha e Portugal não possuírem uma cultura européia tão forte e serem tradicionais, eles foram utilizados pela Europa para conhecer outros mundos. Com a descoberta marítima esses países entraram com mais firmeza no coro europeu. Surgiu então um tipo de sociedade quase a semelhança européia. Para Holanda os espanhóis e portugueses deixaram a sua originalidade nacional que é a de ser individualista onde o homem só tem a si própria. A Espanha e Portugal foram escolhidos por este motivo de serem individuais por não serem tão europeizados. O autor fala que a falta de hierarquia vem de alguns momentos da historia das nações hispânicas incluindo Portugal e Brasil. Os anarquistas frutearam incontestavelmente com a sua cumplicidade ou a sua preguiça desleixado das instituições e costumes. Afirma também que a nossa anarquia e a nossa imperícia da organização solida não representa a seu ver nada mais que a insuficiência da ordem que lhes parece 1 Graduando em Serviço Social na Universidade de Pernambuco. ² O autor fez direito na Universidade do Brasil, foi historiador e amante da literatura e se interessou pelos estudos de Max Weber.
  • 2. necessária e eficaz. Bem que a hierarquia que enaltecem é que precisa da tal anarquia para se justificar e ganhar prestigio. Portugal e Espanha parecem que nos trouxe uma injustiça social de certos privilégios que também tais privilégios são hereditários. Foi nesses países ibéricos que a burguesia mercantil se desenvolveu, portanto queria ser a nobreza. Em relação ao segundo capitulo os portugueses foram os pioneiros da conquista, e nenhum outro povo do Velho Mundo estaria tão provido para se aventurar a exploração intensa das novas terras a ser conquistada. E isso não se deu de forma organizada e sim com displicência e abandono, onde o valor do espírito aventureiro era valorizado por eles. Holanda explora a dicotomia entre o homem aventureiro e o trabalhador. O homem aventureiro é aquele que dispensa todo o esforço, toda a ação intermediaria em um trabalho e seu objetivo é apenas o lucro almejado, tem uma visão extensa. Como dizia Buarque “seu ideal será colher o fruto sem plantar a arvore.” (p.44). Já o trabalhador é inverso ao aventureiro, é aquele que visa primeiro o a obstáculo, as fronteiras a vencer e não o êxito a ser alcançado. Ele dará o valor moral positivo às ações boas em um trabalho que lhe dê animo em exercer-lo e valor imoral as qualidades próprias de um aventureiro. Pois o autor afirma que esses dois conceitos é o que nos auxiliar a ordenar os conhecimentos dos homens e dos conjuntos sociais, é nesse aspecto individual que eles são de grande relevância para a formação e a evolução das sociedades, assim descobrindo um novo mundo. O gosto da aventura a mistura de raças a implantação de uma civilização nas raízes rurais e escravização vêm dos portugueses. Eles não conseguiram implantar a sua origem, portanto foram se adaptando ao meio em que vivia o índio. A Europa não consegue se achar no meio industrializado ao tempo do descobrimento então passa a produzir gêneros agrícolas para suprir a sua economia. A riqueza de terras férteis e ainda mal desbravadas fez com que elas se tornassem uma grande unidade de produção. Com isso veio a tentativas de emprego aos índios porem não se adaptaram ao trabalho escravo, eventualmente o negro se tornou indispensável no latifúndio colonial. Os portugueses viam ao Brasil buscar o lucro a riqueza ousada, não aquela que custa o trabalho, assim considerados aventureiros e não querer ao trabalho agrícola, os negros torna-se de grande relevância para nossa economia, e esse escravismo é fundamental para remediar as necessidades da Europa. Os portugueses antes do descobrimento do Brasil já eram mestiços e conhecia a escravidão africana em seu país, tal mestiçagem favoreceu para uma nova pátria.
  • 3. Ao analisar o texto identificamos que o autor transparece o preconceito com negro maior que o índio na colônia. A única visão que se tinha em pró do trabalho era o escravismo, o trabalho mecânico era ignorado, apenas trabalho lucrativo interessava. A violência que via na época negava as virtudes sociais. O autor faz uma critica os holandeses por não ter se fixado no Brasil, tais colonos trazem uma perspectiva que não se adequa aqui, que é a formação urbana e quase liberal. Holanda afirma que a língua portuguesa proporcionou uma melhor colonização, pois os índios e os negros compreendiam com mais facilidade. E a igreja católica contribuiu bastante para a contribuição da comunicação melhor que a protestante. Ao explorar o terceiro capítulo assistimos que a estrutura da sociedade se baseia na colônia rural, pois quem detinha o poder era os senhores de engenhos. A base da sociedade esteve de fora dos meios urbanos. O autor fala que os portugueses não implantaram a civilização agrícola e sim as raízes rurais. Mesmo na monarquia prevaleciam os fazendeiros e os seus filhos, pois eram os que exerciam todas as profissões de mando. Depois de o regime republicano ser instalado, fomos envolvidos por varias reformas. Como a fundação do Banco do Brasil, a linha de telegrafia do rio de janeiro, o banco dos hipotecários e inclusive a estradas de ferro do país. Pode-se notar um grande desenvolvimento urbano, por estes fatores e também pelo fato da supressão do trafico negreiro. Considerando um tipo de comercio o trafico negreiro, houve a promulgação da lei de Eusébio de Queiros, para supressão do trafico ao mesmo tempo em que alguns tinham o medo que realmente acabasse. A lei entrou em vigor no momento em que houve a queda súbita desse trafico. O banco do Brasil tinha uma forte ligação da sua abertura com a economia que produzia através do trafico. A lei Ferraz veio apenas para apressar a crise comercial, a primeiro que não teve envolvimento de políticas internas ou fatores internacionais. Essa tal crise foi o desenlace insubsistente da ambição de vestir o país sendo presa a economia escravocrata, com os trajes modernos da democracia burguesa. Na visão do autor o Brasil não tinha condições políticas e sociais para expandir a indústria e o comercio. O engenho por serem completos era visto como uma sociedade, os senhores tinham uma característica de solidez, por ter completamente autoridade de suas terras e ter limitações com seus súditos. O trabalho digno do homem é o trabalho intelectual, pois os colonos brancos não consideram o trabalho físico de respeito. E aqueles que eram dignos desse trabalho mental são os senhores de escravos e seus herdeiros. A inteligência vista com um ornamento um prestigio e não uma forma de conhecimento. O anel de grau e a carta de bacharel legalizam brasões de nobreza.
  • 4. Em nossa convivência as pessoas desejam ser um servidor publico, por muitas vezes dizemos que queremos um emprego e não um trabalho. Fazendo uma analogia com o que o relata sobre trabalho mecânico e intelectual. Ninguém faz bacharel pra trabalhar no braçal, sujar as mãos e se cansar. Considerando assim o trabalho como um castigo, quem não estuda está sujeito ao trabalho manual. Esse período de colonização visto no livro é o capitalismo que ainda valoriza o trabalho como algo que dignifica o homem, e que pessoas que possuem o trabalho digno é a minoria e que vivem em constante mudança almejando altos cargos. Silva Lisboa economicista baiano em momento algum observa que a tão admirada inteligência seja apenas decorativa, e sim uma forma do homem se distinguir do seu semelhante. Para o autor a cidade se expandiu de forma prematura e anormal. Assim comenta Holanda: ”O predomínio esmagador do ruralismo, segundo todas as aparências, foi antes um fenômeno típico do esforço dos nossos colonizadores do que uma imposição do meio.” (p.92). A implantação de cidades foi a melhor forma de dominação, aborda-se esse assunto no quarto capitulo onde a colonização espanhola caracterizava-se por introduzir nas colônias as cidades e se concentrava no interior das terras, no planalto, enquanto os portugueses tinham um caráter de exploração comercial, na visão do o autor o português era muito desleixado em relação as construções da cidade. Com a descoberta do ouro os portugueses foram migrando para o interior e a metrópole tentou impedir essa migração. Com esse advento das minas Portugal instituiu ordem nas colônias. A burguesia tinha o desejo de fazer parte da nobreza, na verdade com diz Holanda todos queriam fazer parte da nobreza e tinham uma preocupação coma a aparência. Portugueses considerados semeadores por semear a desordem e os espanhóis por ladrilhador ver a cidade com espaço de racionalidade. Nesse capitulo relata um pouco a historia política de Portugal vinculada a população almejar a nobreza, que percebemos facilmente no Brasil. “A igreja transformara-se, por esse modo, em simples braço do poder secular, em um departamento da administração leiga.” (pag. 118). O quinto capítulo surge o sistema industrial, que separa no processo de manufatura os empregadores e empregado distinguindo cada um de sua função, gerando assim o antagonismo de classe, ou seja, a diferença social que começa a partir desse capitalismo. A relação que havia entre o empregador e o empregado eram pessoais e diretas, e não tinha nenhum envolvimento com autoridades. Já entre o trabalhador manual e o ultimo proprietário o acionista tem vários funcionários e autoridades que o representa. O autor mostra como há vários intermediários nessa relação, portanto se houver algum problema como salários inadequados, acidentes de trabalho e outros a
  • 5. responsabilidade se perde durante todo esse caminho percorrido do trabalhador ao proprietário. Em nossa civilização teremos o “homem cordial” uma pessoa que não diz à verdade que transmite a simpatia e agradável aos olhos do povo. A vida em sociedade do homem cordial é uma forma de libertação do pavor que sente de si próprio em todas as circunstâncias de sua existência. No sexto capitulo como diz o autor é no trabalho que iremos buscar a própria sastifação, ele tem seu fim em si mesmo e não na obra. As pessoas anseiam ocupar mais cargos do que aqueles que possuem, e acaba por não exercer nenhum. Desejo esse de alcançar prestigio e dinheiro sem esforço. A concepção do bacharelismo tem uma presença forte na representação da personalidade e o do valor próprio. O autor critica as idéias positivistas e a sua permanência no Brasil que se dá pela não preocupação com a intelectualidade e pelo amor nas idéias fixas e genéricas. Para Holanda a democracia sempre foi um mal entendido, os movimentos sociais e políticos sempre vinha de cima para baixo, a população ficou indiferente. O romantismo ofuscou a realidade e se criou um mundo fora do mundo, que auxiliou na construção de falsa e livre realidade. Ressalta de como a alfabetização fundamental para o Brasil e de como traços de nossa intelectualidade revelam uma mentalidade senhorial e conservadora. O sétimo capítulo a abolição é um marco, e as revoluções são bem demoradas no Brasil. As cidades ganham autonomia em relação ao mundo rural. O café gerou mudanças na tradição, assim como a legitimação da cidade. Os senhores de engenhos se desprendem da tradição rural, e a lavoura deixa de ser aquele mundo pequeno e passa a ser grande economia e a única fonte de riqueza. A cultura do café abre espaço para o trabalho remunerado. Para o autor a ausência de partidos políticos atualmente é um sintoma de nossa inadaptação ao regime legitimamente democrático. Holanda critica o Brasil que acredita em fórmulas. Falam quais são os principais elementos constituintes de uma democracia. Com a cordialidade, o brasileiro dificilmente chegará nessa revolução, que seria a salvação para a sociedade brasileira atual. Raízes do Brasil é uma obra que se resume em estudos que enfatizam a verdadeira historia de colonização de exploração realizada em nosso país, onde o autor Sergio Buarque de Holanda esclarece todo envolvimento que houve para construir as nossas raízes, sendo essencial ler essa obra para obter o conhecimento profundo da verdadeira historia das nossas raízes brasileiras.