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LÍDERES
QUALIFICADOS,
IGREJAS
SANTIFICADAS
1.
Presbíteros
e
Diáconos:
que
são
e
o
que
fazem?
Com o crescimento e a expansão da igreja, no primeiro século, surgiram
múltiplas necessidades relacionadas com a organização, a edificação, a
evangelização e a beneficência. Sob a direção do Espírito Santo, os após-
tolos promoveram, em Jerusalém, a eleição de diáconos; depois, constituí-
ram presbíteros em cada cidade onde se estabeleceram as novas igrejas.
Ver At 6.1-7; 14.22-23; Tt 1.5.
Com a bênção de Deus, crescem também as nossas igrejas, nos tempos
atuais. As exigências do ministério se multiplicam. Temos necessidade de
presbíteros, de diáconos e da cooperação de todos os membros. Ser Pres-
bítero ou Diácono de uma igreja é grande privilégio, mas também uma
grande responsabilidade. Vamos refletir sobre estes ministérios, à luz da
Palavra de Deus.
Os termos "presbíteros", "bispos" e "diáconos".
"Presbíteros" e "bispos" ocorrem paralelamente no Novo Testamento e re-
ferem-se àqueles líderes espirituais de cujo ministério e conduta depende
o bem estar da igreja.
• "Presbítero" vem do grego presbiterós, que quer dizer ancião. O
costume de escolher homens mais experimentados para ajudar na
liderança do povo de Deus remonta à época em que Moisés nomeou
setenta anciãos para ajudá-lo na condução do povo de Israel, no de-
serto (Nm 11.15-17). Posteriormente, no Judaísmo, cada Sinagoga
veio a ter os seus anciãos. Eles presidiam a congregação, repreendi-
am e disciplinavam quando necessário, conciliavam os inimigos, e-
xerciam a supervisão material e espiritual.
• "Bispo" vem do grego episcopos e significa supervisor,
superintendente (I Tm 3.1-2).
• "Diácono" vem do grego diakonos e significa ministro ou servo. Di-
akonia, que aparece mais vezes no Novo Testamento, significa ser-
viço, ministério. Não se refere apenas ao ministério hoje atribuído
aos nossos diáconos. Paulo descreve Epafras corno diakonos ou mi-
nistro de Cristo" (Cl 1.7) e a si mesmo como diakonos ou ministro
do Evangelho e da igreja (Cl 1.23,25). Entretanto, o relato, em At 6,
sobre a escolha de 7 homens aprovados para supervisionarem a
administração do fundo para as viúvas, é comumente tornado corno
a instituição formal do diaconato. Este é o primeiro exemplo de en-
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trega de responsabilidades administrativas e sociais a homens dota-
dos de caráter e dons apropriados. Tornou-se um procedimento típi-
co nas igrejas gentias.
A excelente obra do presbiterato
Paulo escreveu a Timóteo: "Se alguém aspira ao episcopado, excelente
obra almeja" (I Tm 3.1). Que obra excelente é esta?
(a) Pastorear o rebanho com o pastor, que também é presbítero (At
20.17-18; I Pe 5.1-3).
(b) Ensinar a Palavra (I Tm 3.2; 5.17).
(c) Refutar os que contradizem a Verdade (Tt 1.9,11).
(d) Governar, presidir, liderar (I Tm 3.4-5; 5.17).
(e) Orar com e pelos doentes (Tg 5.14).
A Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil diz o seguinte sobre as
funções dos presbíteros:
"... corrigir ou admoestar os faltosos; auxiliar o pastor no trabalho de visitas; ins-
truir os neófitos (novos convertidos); consolar os aflitos; cuidar da infância e da
juventude; orar com os crentes e por eles; informar o pastor dos casos de doen-
ças e aflições; distribuir os elementos da Santa Ceia; tomar parte na ordenação
de ministros e oficiais; representar o Conselho no Presbitério, este no Sínodo e no
Supremo Concílio" (CI-IPB, Art. 5).
A excelente obra do diaconato.
Com base em Atos 6, os diáconos cuidam da beneficência da igreja, um
trabalho tão importante e difícil, que o texto menciona a necessidade de
serem os diáconos "homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sa-
bedoria" (v.3). Estêvão, um daqueles primeiros 7 diáconos, era "homem
cheio de fé e do Espírito Santo" (v.5). Alguns diáconos receberam também
o dom da profecia e/ou do ensino, e o talento natural para discursar, de
modo que, além da beneficência, exerciam também o ministério da Pala-
vra. Foi o caso de Estêvão (At 6.8-7.53) e de Filipe (At 8.5ss).
Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil diz o seguinte sobre o
diaconato:
"O diácono é o oficial eleito pela igreja e ordenado pelo Conselho para, sob a su-
pervisão deste, dedicar-se especialmente: (a) à arrecadação de ofertas para fins
piedosos; (b) ao cuidado dos pobres, doentes e inválidos; (c) à manutenção da
ordem e reverência nos lugares reservados ao serviço divino; (d) exercer a fiscaliza-
ção para que haja boa ordem na Casa de Deus e suas dependências."
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As qualificações necessárias.
Em I Pe 5.1-3, vemos que os presbíteros (incluindo os pastores) devem
ser "modelos do rebanho". Os diáconos, conforme observamos em At 6.3-
5, devem ser "homens cheios do Espírito Santo e de sabedoria... e de fé".
Paulo, em II Tm 2.2, fala de "homens fiéis e idôneos." Este mesmo após-
tolo, nas duas passagens mais importantes sobre presbíteros e diáconos, I
Tm 3.1-12 e Tt 1.5-9, enumera cerca de vinte qualificações que os presbí-
teros e os diáconos precisam ter. São elas:
• Irrepreensível
• Esposo de uma só mulher
• Bom chefe de família
• Hospitaleiro
• Temperante
• Sóbrio
• Modesto
• Não dado ao vinho
• Não violento
• Cordato
• Inimigo de contendas
• Não avarento
• Apto para ensinar
• Não seja neófito
• Bom testemunho dos de fora
• Piedoso
Vamos estudar cada uma destas virtudes. Nosso propósito é duplo:
• preparar-nos para uma eleição de presbíteros e diáconos;
• desenvolver estas virtudes em nossas próprias vidas, uma vez que,
na Palavra de Deus, elas não se restringem aos "oficiais" da igreja.
Naturalmente, nenhum de nós possui todas estas virtudes, no grau re-
comendado. Mas o importante é estarmos conscientes de sua necessidade
e crescendo na prática das mesmas...
Pr. Éber Lenz Cesar
eberlenzcesar@gmail.com