Este documento discute a pesquisa sobre selos postais como objetos de comunicação. Apresenta perguntas sobre como indicar o lugar do selo postal na pesquisa de comunicação e explorar o selo propriamente para revelar seu estatuto. Defende que o selo postal é caracterizado não por sua definição, mas pelo olhar transdisciplinar direcionado aos processos históricos, sociais e simbólicos nele investidos.
7. O QUE É UM SELO POSTAL?
QUEM PERGUNTA?
DE ONDE PERGUNTA?
8. PERGUNTAS DA PESQUISA
Como indicar que o selo postal tem seu
lugar enquanto objeto de pesquisa em
Comunicação e, assim, propor esse locus?
Até que ponto olhar, pensar e explorar o selo
postal, propriamente dito, permitiria explicar
ou revelar o seu estatuto, contribuindo,
assim, para responder a pergunta anterior?
9. “...penso que estamos cegos, cegos que vêem, cegos
que, vendo, não vêem” (SARAMAGO, 1995, p. 310).
CONFISSÕES
10. “A escolha de surfá-la foi solitária. O surf foi coletivo.”
(o autor, 2012).
ESCOLHAS
11. ÉTICA DO OLHAR
“VER EM => NO e SOBRE”
Exercício de olhar de maneira respeitosa, atenta,
vagarosa, profunda e para além.
ESCOLHAS
12. PROPOSIÇÃO FUNDAMENTAL:
o selo postal é, sempre, uma
representação imagética estática,
figurativa, esquemática, padronizada e
que remete ao passado.
15. LINGUAGEM
Neste estudo ela foi compreendida como uma
habilidade que é praticada no teatro da vida social
e cuja encenação resulta de vários componentes.
Cada componente demanda competências
situacionais dos locutores e interlocutores
envolvidos no ato de linguagem.
Por sua vez, todo ato de linguagem ocorre numa
situação de comunicação.
16. DISCURSO
É um fenômeno caracterizado por
um conjunto de sentidos socialmente
estabelecidos que emergem,
unicamente, por meio da
materialidade de diversos e distintos
textos em que pese a condição
sócio-histórica de sua produção.
17. IMAGEM
Pode ser entendido como um objeto
(passível de identificação, análise e
interpretação,) constituído de uma
“picturalidade” situada, sempre, numa
inter-relação entre o dizível o visível.
21. - O que o faz: composição material e
técnicas de mecanização;
- Onde é: regimes de produção,
circulação e consumo;
- O que o transforma: da Filatelia
Digital.
24. O que explica ou revela o estatuto do
selo postal e, por conseguinte, o seu
lugar enquanto objeto de pesquisa
no campo da Comunicação não é “o
que” o define, mas:
o olhar que lhe é dirigido,
articulado pelo sujeitos e suas
práticas sociais.
25. O que caracteriza o selo postal no
campo da Comunicação é a
possibilidade de um olhar
transdisciplinar, direcionado aos
processos históricos, sociais e
simbólicos. É investir o selo postal e
demais documentos filatélicos de
sentidos transubjetivos.
26. “Selos são cartões de visitas que os
grandes Estados deixam no quarto
das crianças.”
(BENJAMIN, 1995, p. 59).
Notas do Editor
Paranaguá, no Paraná.
Punctum (Roland Barthes):
Este estudo é uma tentativa de articular experiência e estrutura, não no sentido de uma fórmula definitiva, de um dito com características totalizantes que tentam, em vão, abarcar e sistematizar os estudos em Comunicação, mas, sobretudo, interrogar o próprio objeto a partir de um EIXO CONCEITUAL constituído de três elementos fundamentais que, de fato, funcionam em qualquer estudo na área de Comunicação: linguagem, discurso e imagem. Não é por acaso que esses três conceitos foram utilizados na Tese. Não poderia abordar o selo postal sem articular esse três conceitos, posto que o selo postal é um meio de comunicação porque utiliza linguagens, materializa discursos e configura imagens, mas, também, é um objeto de pesquisa que, por meio dos estudos teóricos sobre a Linguagem, o Discurso e a Imagem constituem o campo da Comunicação e áreas correlatas.
Situá-lo a partir de sentidos que surgem da realidade social articulados as representações do mundo externo real (social e físico) que o Self (EU) adquire no decorrer das tramas sociais no qual é partícipe.