O documento descreve três divisões regionais do Brasil:
1) A divisão oficial do IBGE não captura totalmente a integração nacional impulsionada pelo Sudeste;
2) A proposta de Pedro Geiger em 1967 dividiu o Brasil em três complexos regionais - Centro-Sul, Nordeste e Amazônia - baseados na integração econômica;
3) Já a divisão de Milton Santos em 2001 separou o Brasil em quatro regiões - Amazônia, Nordeste, Centro-Oeste e a região Concentrada.
1. AS TRÊS DIVISÕES REGIONAIS DO BRASIL - OS COMPLEXOS REGIONAIS
A dinâmica regional brasileira expressa as grandes tendências econômicas e demográficas de apropriação e valorização do território. O
processo de integração nacional, impulsionado pela modernização industrial do Sudeste, não encontra tradução precisa na divisão regional
oficial. Essa lacuna foi preenchida pela proposta de divisão do país em três complexos regionais ou regiões geoeconômicas.
A proposta, elaborada em 1967, pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger, assentou-se em critérios diferentes daqueles que haviam orientado os
técnicos do IBGE na delimitação das macrorregiões oficiais. Mais do que características naturais ou econômicas singulares, os complexos
regionais espelham, no plano espacial, os resultados da integração econômica promovida pela concentração industrial no Sudeste. Ao
contrário da divisão regional oficial, a delimitação dos complexos regionais não é moldada pelos limites político-administrativos das unidades
da federação. O norte semi-árido de Minas Gerais integra o Complexo do Nordeste; o oeste do Maranhão integra o Complexo da Amazônia;
Tocantins e Mato Grosso estão divididos entre a Amazônia e o Centro-Sul.
No final da década de 1960, quando Geiger elaborou sua proposta, o Centro-Sul já tinha se consolidado como o coração econômico do
Brasil. O complexo regional concentrava 70% da população brasileira e a maior parte da produção industrial e agropecuária do país,
funcionando como fonte dos capitais que dinamizavam toda a economia nacional. O Centro-Sul expressa a integração econômica do
Sudeste industrial e financeiro com o Sul agrícola e industrial. Também espelha a expansão da agropecuária moderna para a porção
meridional do Centro-Oeste e a transferência da capital federal para o Brasil Central.
O Complexo do Nordeste abrange a vasta região de povoamento antigo e apropriação produtiva baseada em estruturas agrárias e sociais
arcaicas. O Complexo da Amazônia coincide, essencialmente, com o Domínio Amazônico. Ele expressa a existência de uma fronteira de
expansão da econo¬mia nacional, que é tanto uma fronteira demográfica quanto uma fronteira de recursos.
DIVISÃO REGIONAL DE MILTON
SANTOS
• Proposta pelo geógrafo Milton Santos
em 2001, no livro Brasil: território e
sociedade no início do século XXI
• Nessa divisão, há a região concentrada,
que abrange as regiões Sudeste e Sul do
IBGE. Segundo Milton Santos, nessa
região estão concentradas as maiores
mudanças tecnológicas do país. É a
região mais moderna do Brasil, com
centros de pesquisa, de tecnologia,
universidades etc.
• Dividiu o Brasil em quatro regiões:
Amazônia, Nordeste, Centro-Oeste e
Concentrada
• Conhecida como os “quatro brasis"
Questões
I – Compare a divisão regional do Brasil feita pelo IBGE com a divisão em regiões geoeconômicas e responda:
1 – Que região manteve o mesmo nome?
2 – Que regiões do IBGE formam a região Centro-Sul?
3 – O Estado em que você está, localiza-se em qual região geoeconômica?
II – Observando o terceiro mapa, responda:
1 - Que Estados fazem parte da região Concentrada?
2 – Por que a divisão proposta por Milton Santos ficou conhecida como “quatro brasis?
III – Comparando o segundo e o terceiro mapa assinale as alternativas corretas
( ) Tanto a divisão em regiões geoeconômicas quanto a divisão em quatro brasis, consideram a história do nosso país.
( ) O segundo mapa (divisão geoeconômica) obedece aos limites dos Estados.
( ) A divisão proposta por Milton Santos (terceiro mapa) utiliza inovações tecnológicas para dividir o Brasil.
( ) A divisão geoeconômica engloba três regiões no Centro-Sul.