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1
2	 Dezembro · 2014
3
Clivonei Roberto	
clivonei@canaonline.com.br
Luciana Paiva
luciana@canaonline.com.br
CÁ ENTRE NÓS
J
á que em 2014 o cenário não foi
dos melhores, fechamos o ano
com um tema que renova a vida:
sustentabilidade.
Nas páginas da CanaOnline, o lei-
tor poderá conferir o especial AGROBem
que destaca exemplos da agroindústria
sustentável.
Com belas fotos, bons resultados,
ações do bem, boas práticas e, principal-
mente, soluções para engordar o caixa,
esperamos passar energia positiva como
inspiração para o ano que se inicia.
Não é segredo que há muita gente
com a pulga atrás da orelha em relação a
2015, por isso, desejamos que o Novo Ano
seja muuuito melhor do que esperamos.
Feliz Natal, Feliz 2015!!!
Um 2015 muuuito melhor do que esperamos!!!
Capa
Etanol muito mais verde!
Sustentabilidade
-	A dama da
	sustentabilidade
Índice de Sustentabilidade
Empresarial
- Empresa responsável dá lucro
Água
-	Exemplo em
	 gestão hídrica
-	 Águabemaproveitada
-	Pesquisa apresenta alternativas
	 para reduzir consumo
	 de água nas usinas
Desenvolvimento Sustentável
-	Sustentabilidade no DNA
ÍNDICE
Economia
-	Qual o tratamento, doutor?
Leitura
-	Usina Santa Fé sacia a fome
	 de quem quer conhecimento
Soluções Integradas
-	Maior produtividade
	 também é
	sustentabilidade
ReciclagemShow
-	Para o destino
	ambientalmente
	correto
Socioeficiência
-	A sustentabilidade palmo a palmo
Editores:
Luciana Paiva
luciana@canaonline.com.br
Clivonei Roberto
clivonei@canaonline.com.br
Redação:
Adair Sobczack
Jornalista
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Leonardo Ruiz
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Marketing
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Comercial
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Ações do Bem
-	Energia da Guarani abastece
	 Hospital do Câncer de Barretos
Prática Sustentável
-	Para aplicar bem
Fundação
-	Gigante também
	 na sustentabilidade
Ambiental
-	Semeando o futuro
Biodiversidade
-	Elas estão voltando
Tecnologia
-	Gerenciamento de
	 riscos em projetos
Certificação Socioambiental
-	O valor da sustentabilidade
Educação
-	Setor sucroenergético e
	 DuPont solidificam parceria
	 com ações socioambientais
Cana Substantivo Feminino
-	Pré-programação IV Encontro
	 Cana Substantivo Feminino
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digital da Paiva& Baldin Editora
6	 Dezembro · 2014
SUSTENTABILIDADE
A dama da sustentabilidade
A UNICA FOI A PRIMEIRA ASSOCIAÇÃO DE AGRONEGÓCIO
NO MUNDO E PRIMEIRA ENTIDADE ASSOCIATIVA BRASILEIRA
A PUBLICAR UM RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE NOS
PADRÕES GRI. E IZA BARBOSA TEM TUDO A VER COM ESSE FEITO
Luciana Pava e Clivonei Roberto
A
agroindústria canavieira sem-
pre teve forte ligação com o so-
cial, mas nos últimos 10 anos,
esse processo evoluiu para um novo con-
ceito: sustentabilidade. A cadeia sucroe-
nergética passou a buscar o equilíbrio en-
tre o econômico, o ambiental e o social.
Este processo ganhou força quando a Uni-
ca (União da Indústria da Cana-de-açúcar),
contratou, em 2001, Maria Luiza Barbo-
sa, a Iza. Bacharel em Pedagogia e Defi-
cientes de Áudio Comunicação pela Pon-
tifícia Universidade Católica de São Paulo,
com especializações em Educação Espe-
cial pela Universidade Mâcon (França), em
Terceiro Setor pela FGV e Educação Comu-
nitária pelo Sesi, Iza é uma das fundadoras
do Instituto Gaia Revida, que trabalha com
desenvolvimento de pessoas desde 1987.
Também implantou a área de responsabi-
lidade social do Banco HSBC no Brasil.
Era um momento de mudança no
“Manter um projeto
social é importante,
mas não significa
que a empresa
seja socialmente
responsável”
7
setor. Eduardo Carvalho, o primeiro pre-
sidente profissional da Unica, apresen-
tou uma gestão inovadora que estimula-
va voos mais audazes. E Iza aproveitou a
oportunidade. Com o seu conhecimento,
contribuiu para que o setor fizesse a ponte
entre o social e a sustentabilidade. Criou o
Núcleo de Responsabilidade Social da en-
tidade. As unidades já realizavam traba-
lhos sociais, algumas até com áreas bem
organizadas e que promoviam ações que
eram referência nas comunidades onde
estão inseridas. Mas com a criação do Nú-
cleo, as associadas passaram a desenvol-
ver programas de responsabilidade social
e metas definidas e orientadas.
Para isso, investiu na formação de
gestores socioambientais. Entre as ações
para aprendizagem desses gestores, a
Unica firmou parceria com o Instituto Ban-
co Mundial para desenvolver o Programa
de Responsabilidade Social Corporativa e
Competitividade Sustentável nas empre-
sas associadas e nas universidades de São
Paulo e Campinas. Participaram, na pri-
meira etapa, 400 colaboradores das usinas
e 2000 estudantes universitários. O curso
foi adaptado e personalizado para aten-
der a realidade da agroindústria canaviei-
ra, e expandir no setor sucroalcooleiro o
A extinção da queima
decretou o fim do corte
manual: o que fazer
com o cortador de cana?
8	 Dezembro · 2014
conhecimento de responsabilidade social
na nova gestão corporativa.
Da evolução do social
à sustentabilidade
Exigente e workaholic, Iza não me-
diu esforços para disseminar conceitos
conectando negócio, ética, transparência
e responsabilidade. Colocou o pé na es-
trada e foi conhecer a realidade do setor,
conversar com quem faz o dia a dia das
unidades produtoras, com empresários e
políticos, costurar acordos e ensinar boa
parte do que hoje o setor conhece por
sustentabilidade.
Solo preparado, muda plantada e aos
poucos o conceito de responsabilidade
social começou a brotar e ser incorpora-
da ao negócio. “O que me deixou animada
é que foi aumentado consideravelmente a
adesão de gestores às práticas socioam-
bientais, independente da força do mer-
cado, mas porque acreditam e empregam
a sustentabilidade em sua vida. Um exem-
plo foi a participação voluntária das asso-
ciadas da Unica ao Protocolo Agroambien-
tal no Estado de São Paulo para antecipar
o fim da queima da cana”, explica.
Mas com o fim da queima, o que fa-
zer com os cortadores de cana? Iza enca-
beçou a criação dos Projetos Renovação
e Renovação Comunidade, frutos da ação
conjunta entre usinas, entidade represen-
tativa dos trabalhadores e empresas priva-
das, que resultaram na requalificação de
milhares de cortadores e ex-cortadores de
cana, além de pessoas da comunidade.
Depois de propagar, ao longo dos
Qualificação profissional: professores do Senai ensinam como operar colhedoras de cana
SUSTENTABILIDADE
9
anos, uma nova visão de negócio den-
tro do setor, ela tem muito a comemorar.
“Não é coincidência. As empresas que rea-
lizam as melhores práticas são justamente
as que apresentam maior valor de negó-
cio.” Para ela, isso também é resultado da
satisfação do público interno que, ao es-
tar em um bom ambiente de trabalho, ser
valorizado e gostar da empresa, fica bem
mais comprometido com a organização,
produzindo mais e melhor. “Os resultados
podem ser vistos em elevação de produti-
vidade, maior eficiência e menor desper-
dício”, frisa Iza, mencionando ainda que a
empresa ganha em melhoria da imagem e
credibilidade junto ao mercado.
Relatório de Sustentabilidade
Iza coordenou outro importante fei-
to: a Unica foi a primeira associação de
agronegócio no mundo e primeira entida-
de associativa brasileira a realizar um Re-
latório de Sustentabilidade com base nos
parâmetros da Global Reporting Initiative
(GRI), entidade reconhecida mundialmen-
te como detentora dos parâmetros mais
completos e respeitados para esse tipo de
relatório.
Publicado em dezembro de 2008 e
auditado pela PricewaterhouseCoopers, o
relatório trouxe pesquisa de mais de 150
indicadores socioambientais. Registrou,
por exemplo, que na época as associadas
desenvolviam mais de 600 projetos socio-
ambientais, que demandavam investimen-
tos de R$ 160 milhões, beneficiando apro-
ximadamente 400 mil pessoas. E que não
eram ações a esmo, e sim resultados de
Mais de 800 pessoas prestigiaram lançamento da segunda etapa do projeto RenovAção
ALBERTOGONZAGA
10	 Dezembro · 2014
pesquisas sobre as carências da comuni-
dade nas áreas da saúde, educação, meio
ambiente, cultura, esporte, qualidade de
vida e capacitação profissional.
A publicação colocou o setor sucro-
energético na vanguarda da sustentabili-
dade no país. O relatório da Unica criou
um benchmarketing para o setor sucroe-
nergético, tornou-se uma ferramenta de
comparação, para identificar as melhores
práticas e, posteriormente, adequá-las à
realidade de outras empresas. Em junho
de 2011, a Unica publicou a segunda edi-
ção de seu Relatório de Sustentabilidade.
Iza também participou do grupo de
pesquisa e criação técnica para definição
dos critérios a serem avaliados pelos indi-
cadores da Certificação Bonsucro, associa-
ção criada com o objetivo de reduzir os im-
pactos ambientais e sociais da produção
de cana-de-açúcar. Em seu currículo ainda
constam mais de 120 palestras e seminários
nacionais e internacionais. Não é à toa que
hoje Iza é uma das profissionais de maior
credibilidade no país na área de sustentabi-
lidade e responsabilidade socioambiental.
Relatório de Sustentabilidade
auxilia a gerir mudanças
Em 2013, a Unica extinguiu o depar-
tamento de Responsabilidade Social e Iza
passou a ser consultora da entidade, coor-
denando a participação do setor sucroe-
nergético no Pronatec (Programa Nacional
de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego).
Ela se dedicou muito para que o Pronatec
passasse a oferecer um atendimento diri-
gido ao setor e obteve sucesso: o sucroe-
nergético foi o primeiro segmento econô-
mico a ter cursos personalizados voltados
para a sua realidade.
E cada vez mais Iza está ligada ao
tema sustentabilidade. Para facilitar o aces-
so das empresas por esse caminho, criou
a Terra Grata. “Nosso objetivo é oferecer
serviços e tecnologias inovadoras que aju-
dem os nossos clientes a alcançarem suas
metas de forma efetiva e sustentável”, ex-
Em 2008, Iza Barbosa ao lado de Marcos Jank, na época presidente da Unica,
entregam o 1º Relatório de Sustentabilidade da entidade a profissionais do setor
11
plica. É também diretora da Ecológica ID,
uma empresa criada por profissionais da
área de sustentabilidade e meio ambiente
e pelo Grupo IBOPE.
Entre os serviços oferecidos por Iza
e sua equipe está a elaboração de Rela-
tórios de Sustentabilidade. Segundo ela,
esse documento auxilia as empresas a es-
tabelecer metas, aferir desempenho e ge-
rir mudanças com vistas a tornar suas ope-
rações mais sustentáveis, ao informar os
impactos – positivos ou negativos – sobre
o meio ambiente, a sociedade e a econo-
mia. Assim, eles dão forma tangível e con-
creta as questões abstratas, ajudando as
organizações a compreender e gerir me-
lhor os efeitos do desenvolvimento da
sustentabilidade sobre suas atividades e
estratégias.
Mundialmente, as diretrizes mais uti-
lizadas pelas companhias na elaboração
de seus relatórios são as da GRI, as quais
são revisadas e atualizadas periodicamen-
te. Em 2014, algumas empresas já utiliza-
ram as diretrizes da versão mais recente
da GRI, que são as Diretrizes G4, na elabo-
ração de seus relatórios.
Exemplo vem do setor sucroenergé-
tico. A Usina São Manoel, com a assessoria
da Iza, lançou no fim de 2014 o relatório
referente às safras 2012/2013 e 2013/2014
seguindo as diretrizes da GRI-G4. Ela ex-
plica que as Diretrizes G4 constituem um
marco internacional relevante em apoio a
uma abordagem padronizada de elabo-
ração de relatórios, elevando o grau de
transparência e consistência necessário
para tornar as informações úteis e confiá-
veis para mercados e a sociedade.
Quem estiver disposto a adentrar
pelas portas da sustentabilidade, fique à
vontade para procurar a Iza. Com muita
satisfação, ela o conduzirá por esse cami-
nho: iza.barbosa@terragrata.com.br.
Segunda edição do Relatório de Sustentabilidade da Unica
foi lançada e distribuída no Ethanol Summit de 2011
12	 Dezembro · 2014
O
s interesses do mundo corpora-
tivo podem conviver em harmo-
nia com práticas responsáveis do
ponto de vista ambiental e social. É isto
que comprovam as empresas que inte-
gram o Índice de Sustentabilidade Empre-
sarial (ISE) da BM&FBovespa.
Criado há dez anos, é o quarto índi-
ce de sustentabilidade em bolsa de valo-
res a ser lançado mundialmente, reunin-
do empresas com as melhores práticas em
gestão empresarial, ao mesmo tempo em
que incentiva as companhias brasileiras,
listadas na bolsa de valores, a buscarem o
crescimento econômico com inclusão so-
cial e respeito ao meio ambiente. Pode-
se dizer que o Índice de Sustentabilidade
Empresarial da BM&FBovespa é um indu-
tor do mercado de Investimento Sustentá-
vel e Responsável no Brasil.
O ISE é semelhante aos outros indi-
cadores de mercado, como o Índice Boves-
pa (Ibovespa). Todos os índices procuram
ser referência para o mercado de ações e
medem o retorno médio de uma cartei-
ra teórica de ações, o que até este ponto
é igual para todos. O que diferencia cada
um dos índices é o conjunto de ações que
formam a sua carteira e os critérios utili-
zados para a sua escolha, que refletem os
objetivos do indicador.
No caso do ISE, são selecionadas as
ações que, além da liquidez mínima (ne-
cessária para que os fundos possam repli-
car a carteira teórica e oferecer aos seus
clientes), são emitidas por empresas “sus-
tentáveis”. Seriam aquelas que se desta-
cam das demais participantes após passar
por um minucioso processo de seleção que
avalia seu alinhamento estratégico com a
sustentabilidade e práticas adotadas.
Esta avaliação é feita por meio de um
amplo questionário que avalia aproxima-
damente 70 indicadores distribuídos em
sete dimensões: Geral, Natureza do Pro-
duto, Governança Corporativa, Econômi-
Clivonei Roberto
O ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL DA BM&FBOVESPA
COMPLETA 10 ANOS, REUNINDO AS COMPANHIAS COM
MELHORES PRÁTICAS EM GESTÃO SUSTENTÁVEL DO PAÍS
Empresa responsável dá lucro
ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
13
Levantamento da Aon/Warthon mostra que o ISE gerou mais que o dobro do retorno no
período de novembro de 2005 até 14 de abril deste ano, com 142,7% de rentabilidade
14	 Dezembro · 2014
co-Financeira, Social, Ambiental e Mudan-
ças Climáticas.
Objetivos
Cada vez mais investidores têm se
mostrado preocupados com o direciona-
mento de seus investimentos, buscando
alinhar o retorno financeiro e as questões
sociais, ambientais e de governança cor-
porativa. Nesse sentido, pode-se afirmar
que o principal objetivo do ISE é orientar
essa classe de investidores, que deseja di-
recionar seus recursos para empresas que
se destacam pelo seu compromisso com
o desenvolvimento sustentável e alinha-
mento estratégico com a sustentabilidade.
Acredita-se que uma empresa ali-
nhada estrategicamente com a sustenta-
bilidade tenha mais condições de enfren-
tar os riscos e aproveitar as oportunidades
em um mundo de crescentes conflitos,
restrições e escassez, ao mesmo tempo
cheio de necessidades e oportunidades.
Mas sem deixar de ter uma gestão empre-
sarial transparente, profissional e sólida.
Atualmente composto por represen-
tantes de 11 importantes instituições, nacio-
nais e internacionais, o Conselho do ISE (CISE)
é o órgão máximo de deliberação do índice e
tem como missão garantir um processo ético
e transparente de construção do ISE.
As 11 instituições que hoje têm
representação no conselho são:
•	 BM&FBOVESPA – que ocupa a pre-
sidência do conselho;
•	 Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa (IBGC);
•	 Associação Brasileira das Entida-
des Fechadas de Previdência Com-
plementar (ABRAPP);
•	 Associação Brasileira das Entida-
des dos Mercados Financeiro e de
Capitais (ANBIMA);
•	 Associação dos Analistas e Profis-
sionais de Investimentos do Merca-
do de Capitais (APIMEC) – que ocu-
pa a vice-presidência do conselho;
•	 MinistériodoMeioAmbiente(MMA);
•	 Programa das Nações Unidas para
o meio Ambiente (PNUMA);
•	 International Finance Corporation
(IFC);
•	 Grupo de Institutos, Fundações e
Empresas (GIFE);
•	 Instituto dos Auditores Indepen-
des do Brasil (IBRACON);
•	 A Fundação Getulio Vargas, por
meio do seu Centro de Estudos
em Sustentabilidade (GVces), é
parceiro técnico da BM&FBOVES-
PA, sendo responsável pelo desen-
volvimento e aprimoramento da
metodologia do ISE, além da coor-
denação e condução do processo
de análise das empresas para re-
visão anual da carteira do índice.
ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
15
Do indicador à
rotina da empresa
Muito mais do que aquelas cifras e
indicadores que fazem parte da rotina dos
empresários e executivos do mercado fi-
nanceiro, o ISE permite um outro olhar so-
bre o mundo dos negócios. Basta analisar
cada relatório das companhias que inte-
gram a carteira para descobrir que é pos-
sível empreender, ter lucro e solidez com
transparência, ética e responsabilidade
socioambiental.
“O objetivo do ISE é criar um ambien-
te de investimento compatível com o de-
senvolvimento sustentável da sociedade
contemporânea e estimular a responsabi-
lidade ética das corporações por meio de
boas práticas empresariais. Para tanto, sua
finalidade é a de oferecer aos investidores
uma opção de carteira de ações de em-
presas reconhecidamente comprometidas
com a responsabilidade social e a susten-
tabilidade empresarial”, explica Juliana Gi-
rardelli Vilela, advogada da área societária.
E buscar o ISE também está relacio-
nado ao esforço de levar os parâmetros
da sustentabilidade a todos os stakehol-
ders da empresa. No setor de produção
de celulose de eucalipto, a Fibria - empre-
sa 100% brasileira, com ações listadas no
Novo Mercado da BM&FBovespa e na Bol-
sa de Nova York (NYSE) – possui um pro-
grama que engloba cerca de 2,9 mil con-
tratos de cultivo da matéria-prima, sendo
que há produtores com mais de um con-
trato, o que soma ao redor de 80 mil hec-
tares plantados com eucalipto. Trata-se do
Poupança Florestal. “Um programa que
parte da legalidade. Assim, para que o
produtor possa aderir, ele deve, obrigato-
riamente, estar em dia com a Legislação
Ambiental vigente e de acordo com as leis
trabalhistas”, explica Ézio Tadeu Lopes, ge-
rente de Poupança Florestal da empresa
no Espírito Santo e Bahia.
“A ideia central do programa é que o
eucalipto não substitua outras culturas, e
sim que seja uma opção na diversificação
de renda. Tanto que grande parte dos pro-
dutores emprega seu cultivo em sistema
de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta,
o ILPF”, revela Lopes. “Outro grande bene-
fício do Poupança Florestal é a preserva-
ção das matas nativas, pois a Fibria permi-
Equilíbrio é a base da sustentabilidade
16	 Dezembro · 2014
te que até 3,5% da floresta plantada fique
com o produtor. Assim, não há necessida-
de de derrubar espécies nativas, seja para
fazer lenha para consumo ou para empre-
gar na construção de benfeitorias rurais”,
aponta. A Fibria possui uma área florestal
de aproximadamente 968 mil hectares, lo-
calizada em seis estados brasileiros (São
Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espí-
rito Santo, Bahia e Mato Grosso do Sul).
Deste total, mais de 343 mil hectares são
destinados à conservação ambiental.
Por refletir o alto grau de compro-
metimento da empresa com práticas que
aliam desempenho financeiro, sustenta-
bilidade e governança corporativa, a Fi-
bria foi selecionada para integrar pelo
sexto ano consecutivo o Índice de Sus-
tentabilidade Empresarial da BM&FBo-
vespa. A companhia foi incluída na car-
teira de ações do ISE 2015, que irá vigorar
de 5 de janeiro de 2015 a 2 de janeiro de
2016.
Elaborado em parceria com o Cen-
tro de Estudos em Sustentabilidade (GV-
ces) da Fundação Getúlio Vargas (FGV),
o ISE contempla ações das 40 melhores
empresas sob a ótica de Sustentabilida-
de Empresarial e avalia o equilíbrio entre
crescimento econômico, responsabilidade
social e desempenho ambiental. Segundo
a BM&FBovespa, a carteira de 2015 reú-
ne companhias abertas de 19 setores da
economia que somam R$ 1,22 trilhão em
valor de mercado, o equivalente à meta-
de do valor total das empresas com ações
negociadas na Bolsa de Valores brasileira,
com base no fechamento de 24/11/2014.
Fibria: eucalipto como diversificação de renda
ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
17
18	 Dezembro · 2014
ÁGUA
Setor sucroenergético já
estabeleceu diversos programas
rigorosos de gestão ambiental
e de recursos hídricos
19
Exemplo em
gestão hídrica
SETOR SUCROENERGÉTICO JÁ ADOTA, HÁ DÉCADAS,
UMA POSTURA SUSTENTÁVEL QUANDO O ASSUNTO
É CONSERVAÇÃO E O USO RACIONAL DA ÁGUA
RODRIGOPETTERSON/USINASITAMARATI
20	 Dezembro · 2014
O
momento nunca foi tão propício
para abordar o tema racionaliza-
ção e reuso de água na indústria
canavieira. Desde outubro de 2014, a re-
gião Sudeste, principalmente o Estado de
São Paulo, responsável por 60% da produ-
ção canavieira do Brasil, vivencia uma das
maiores estiagens de sua história.
A contínua escassez de chuvas em
alguns estados da região Centro-Sul pro-
vocou sérios danos à cultura da cana-de
-açúcar, reduzindo a oferta de matéria
-prima e levando usinas a anteciparem o
encerramento da safra.
A boa notícia é que o setor, cada vez
mais, adota o uso racional e eficiente dos re-
cursos hídricos, reduzindo de forma significa-
tiva a captação de água nos últimos 30 anos.
Graças ao reuso, a retirada média pelo setor
caiu de 15 a 20 metros cúbicos por tonelada
na década de 70, para a média atual abaixo
de dois metros cúbicos por tonelada, com al-
gumas unidades industriais chegando a cap-
tar menos de um metro cúbico por tonelada.
Segundo o consultor Ambiental e de
Recursos Hídricos da União da Indústria
de Cana-de-Açúcar (UNICA), André Elia
Neto, a técnica de reutilizar traz benefícios
ambientais significativos, como a diminui-
ção da captação do volume do recurso hí-
ÁGUA
Leonardo Ruiz
DIVULGAÇÃOUSINASÃOMARTINHO
21
drico gerado e com a redução da poluição,
já que a descarga de efluentes (resíduos)
é minimizada. Há também benefícios eco-
nômicos para a empresa, com o decrésci-
mo da cobrança pelo uso da água.
Na opinião do especialista, a introdu-
ção de processos de racionalização e reuso
de água vem diminuindo de forma abrupta
a demanda pelo recurso hídrico. Tecnologias
de ponta em desenvolvimento e outras a se-
rem desenvolvidas possibilitarão aproveitar
melhor a água contida na cana, podendo-se
atingir um novo patamar de captação abai-
xo de 0,5 m³/t de cana processada.
DIVULGAÇÃOUSINASITAMARATI
Segundo Caetano Henrique Grossi,
a Usinas Itamarati vem reduzindo,
a cada ano, seu consumo de água,
chegando a 42% na safra 2013/14
Graças ao reuso, a retirada média
pelo setor canavieiro caiu de 15
a 20 metros cúbicos por tonelada
na década de 70 para abaixo de
dois metros cúbicos por tonelada
22	 Dezembro · 2014
ÁGUA
Programas de gestão	
Para o gerente de meio ambiente da
Usinas Itamarati, Caetano Henrique Gros-
si, é de vital importância para a socieda-
de que o setor sucroenergético demonstre
a sua capacidade evolutiva em benefício
do meio ambiente. “Não se trata somen-
te da redução do consumo de água, mas
das consequências dessa relação na qua-
lidade de vida e no bem-estar da socie-
dade no presente e no futuro. Ou seja, a
sustentabilidade deve atender às necessi-
dades presentes sem comprometer a pos-
sibilidade de que as gerações futuras sa-
tisfaçam as suas próprias necessidades”.
Com esse ideal, a empresa, com sede
em Nova Olímpia, Sudoeste do Mato Gros-
so, vem reduzindo, a cada ano, seu con-
sumo de água, chegando a 42% na safra
2013/14. Esse número foi alcançado devi-
do à adoção de diversas medidas, como
eliminação de perdas de água em todo o
processo industrial e reutilização de águas
menos nobres em processos que permi-
tam a sua utilização.
Além disso, o gerente de meio am-
biente conta que a implantação do Sistema
de Gestão Ambiental também contribuiu
para melhorar o desempenho ambiental
da empresa. “O alto nível de comprometi-
mento de todos empregados dos diversos
níveis e funções hierárquicas é vital para o
cumprimento de nossa Política Ambiental.
O nosso planejamento ambiental é volta-
do para o pensamento proativo, favore-
cendo a melhoria contínua do processo
produtivo industrial”, afirma Grossi.
Entre os benefícios dessas práticas,
segundo ele, estão a redução do impac-
to ambiental causado pela menor retira-
DIVULGAÇÃOUSINASITAMARATI
Resfriamento e
reutilização da água
23
A Usinas Itamarati
realiza monitoramentos
periódicos de suas
operações e atividades que
possam gerar impactos
sobre o meio ambiente
da de água do manancial,
diminuição na geração de
efluentes líquidos no pro-
cesso industrial, além de
uma queda do consumo
de insumos para o trata-
mento da água, uma vez
que o volume captado é menor.
“O circuito aberto de águas se carac-
terizava pela captação e utilização da água
no processo industrial e o seu lançamen-
to nos cursos de água sem um tratamen-
to adequado. Eram comuns problemas re-
lativos a aumento da carga orgânica e da
temperatura dos cursos de água localiza-
dos à jusante das unidades industriais, de-
vido ao lançamento de efluentes em con-
dições impróprias.”
Grossi afirma que, agora, o circuito
fechado de águas se caracteriza, principal-
mente, pelo melhor aproveitamento das
águas e menor volume captado. “Atual-
mente, também não ocorrem lançamentos
de efluentes nos cursos de água. As águas
residuárias, junto com a vinhaça, são utili-
zadas na fertirrigação dos canaviais”.
Monitorando
A Usinas Itamarati realiza, ainda, mo-
nitoramentos constantes de suas ope-
rações e atividades que possam gerar
impactos sobre o meio ambiente. Perio-
dicamente, os resultados são analisados
criticamente pela gerência do Sistema de
Gestão Ambiental. Esta análise visa o con-
trole dos aspectos e impactos ambientais,
a fim de garantir um desempenho adequa-
do com a legislação e outros requisitos.
A empresa realiza continuamente,
segundo Grossi, o monitoramento da qua-
lidade das águas superficiais e subterrâne-
as da região. Segundo ele, são efetuadas
coletas de amostras de águas superficiais
dos rios, córregos e lagoas para a avalia-
ção da sua qualidade por meio de parâ-
metros químicos, físicos e biológicos. O
acompanhamento da qualidade das águas
subterrâneas é realizado através de poços
de monitoramento. Também são efetua-
das coletas de amostras de efluentes em
sistemas de tratamento de esgoto e sepa-
radores de água e óleo para a avaliação
da qualidade antes da sua disposição final.
DIVULGAÇÃOUSINASITAMARATI
24	 Dezembro · 2014
ÁGUA
Tratar águas
residuais não
é mais luxo, é
necessidade
Água bem aproveitada
D
esperdício de água é crime am-
biental e ao caixa da empresa.
Ainda bem que o mercado ofere-
ce tecnologias e serviços que permitem o
uso racional e o reuso de água
A maior estiagem dos últimos 50
anos na região Centro-Sul do Brasil au-
mentou a atenção para a necessidade de
utilizar a água de maneira sustentável. Isso
estimulou diversas empresas a buscarem
soluções para minimizar problemas rela-
cionados à disponibilidade hídrica e ao
lançamento de efluentes. Com isso, a de-
manda por instalações e projetos de reu-
so de água vem crescendo muito devido
ao aumento do custo da água e das limi-
tações de descarte das águas que são uti-
lizadas em indústrias.
“Estamos em um período onde todo
mundo está falando sobre a importân-
cia da água, inclusive, sobre a falta dela
nas usinas. Dessa forma, o tratamento e
a recuperação de algumas águas residu-
ais para a reutilização é algo muito impor-
tante para o setor sucroenergético”, afirma
Rogério Barros, diretor-comercial da Alco-
lina Química e Derivados, empresa locali-
zada em Cravinhos, SP.
Com 20 anos de mercado, a Alcolina,
segundo Rogério Barros, oferece portfólio
completo de soluções para todos os pro-
cessos de fabricação do açúcar e etanol,
mas, atualmente, o grande destaque tem
sido as soluções em tratamento de água.
A empresa oferece ampla linha de aditivos
químicos e equipamentos de última ge-
25
ração para os mais diversos tipos de Tra-
tamento de Águas. Tem um portfólio de
produtos e equipamentos para ETA (Esta-
ção de Tratamento de Água), ETE (Estação
de Tratamento de Efluentes), Osmose Re-
versa, Sistema de Resfriamento, Caldeiras
de Alta e Baixa Pressão, Eletrodeionização,
Desmineralização, Abrandador, Leito Mis-
to e Ultrafiltração. E possui um Departa-
mento Técnico estruturado para indicar
qual é a melhor solução para as empresas,
de acordo com o perfil de cada uma delas.
Um dos serviços realizados pela Al-
colina na área de água, destacado por Ro-
gério Barros, é na Odebrecht Agroindus-
trial. A Alcolina é responsável por todo
o tratamento de resfriamento das unida-
des da Odebrecht. “É um negócio diferen-
ciado, pois eles não compram o produto,
mas os serviços. O Grupo paga, por exem-
plo, um valor X por 1.000 m³ de água tra-
tada e nós entramos com os equipamen-
tos corretos e com o pessoal qualificado
para a realização do procedimento”, finali-
za. Com nove Unidades operando, a Ode-
brecht Agroindustrial, na safra passada,
consumiu 23 milhões de metros cúbicos
de água, sendo 14,7 milhões de metros
cúbicos de águas recicladas ou reutiliza-
das, média de 64% do total consumido.
Rogério salienta que a Alcolina
busca, cada vez mais, novas
tecnologias que ofereçam excelente
custo-benefício às empresas
26	 Dezembro · 2014
ÁGUA
Uma das caldeiras da Unidade Rio Claro, da Odebrecht Agroindustrial, localizada
em Caçú, GO: água de boa qualidade é fundamental para a produção de energia
Rogério salienta que existem inúme-
ras práticas para o tratamento de águas, por
isso a Alcolina busca, cada vez mais, novas
tecnologias que ofereçam excelente custo
-benefício às empresas. Mais informações:
(16) 3951-5080 - www.alcolina.com.br
27
Piracicaba, permitiu traçar um diagnósti-
co quanto à intensidade da utilização de
recursos hídricos nas atividades relaciona-
das ao cultivo da cana-de-açúcar. Os da-
Pesquisa apresenta alternativas para
reduzir consumo de água nas usinas
O BALANÇO TAMBÉM FORNECE DADOS QUE PERMITEM
ESTIMAR O CONSUMO DE EFLUENTES E ESTABELECER O TIPO
DE OPERAÇÃO UNITÁRIA PARA O SEU TRATAMENTO
Fonte: Embrapa Informática Agropecuária
As unidades sucroenergéticas investem em tecnologia para reduzir a utilização de água
U
m levantamento realizado pela
Embrapa Informática Agropecu-
ária (Campinas, SP), em conjunto
com a Faculdade de Tecnologia (Fatec) de
NIELSANDREAS
28	 Dezembro · 2014
ÁGUA
dos obtidos auxiliam no desenvolvimento
de soluções sustentáveis para as produ-
ções de etanol e de açúcar.
O Brasil é o maior produtor de cana,
de açúcar e de etanol de cana do mundo.
No País funcionam 347 usinas. Segundo
dados da Companhia Nacional de Abaste-
cimento (Conab) e do Ministério da Agri-
cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa),
na safra 2013/2014 foram produzidos
40,97 milhões de toneladas de açúcar e
27,17 bilhões de litros de etanol numa
área plantada de 8,8 milhões de hectares.
Isso significa que houve o consumo apro-
ximado de 882 milhões de metros cúbicos
(m³) de água pelas usinas, embora a maio-
ria tenha circuitos de água fechados.
Por meio dos resultados demonstra-
dos pela metodologia é possível determinar
a quantidade de consumo de água na pro-
dução e as medidas necessárias para a sua
otimização de uso e reuso, assim como dis-
tinguir os processos de utilização de água e
efetuar o dimensionamento de tubulações
(coletores, distribuidores, entre outros),
bombas, trocadores de calor, evaporadores
e estações de tratamento de água.
De acordo com o pesquisador da
Embrapa Informática Agropecuária Fábio
César da Silva, o balanço também fornece
dados que permitem estimar o consumo
de efluentes e estabelecer o tipo de ope-
ração unitária para o seu tratamento, além
de avaliar o impacto do uso da água pela
destilaria, no caso da produção de etanol,
e pela fábrica, na produção de açúcar.
Cresce a produção e
cai o consumo de água
Ele explica que, três décadas atrás, a
captação de água na indústria sucroalco-
oleira era de 15 a 20 m³ por tonelada de
cana. Uma rápida redução ocorreu devi-
do à legislação ambiental e à implantação
do sistema de cobrança pela utilização de
recursos hídricos, decorrentes da Consti-
tuição Federal de 1988. Um levantamento
realizado pelo Centro de Tecnologia Cana-
vieira (CTC), em 1997, analisou a captação
de 34 usinas da Copersucar, que chegou à
média de 5 m³ por tonelada. Em 2012, no
Estado de São Paulo o valor foi de 1,26 m³
por tonelada, de acordo com dados da Se-
cretária do Meio Ambiente de São Paulo.
Quatro usinas foram submetidas aos
métodos de avaliação propostos pela pes-
Segundo Silva, os estudos realizados reduzem
a captação de 0,69 a 0,62 m³ por tonelada
29
quisa realizada em colaboração entre a
Embrapa e a Fatec. Três delas apresenta-
ram uma relação de consumo de água por
tonelada de cana satisfatória e dentro dos
parâmetros hídricos solicitados pela Se-
cretaria do Meio Ambiente, que determina
que o consumo de água deve ser abaixo
de 0,7 m³ por tonelada de cana processa-
da. Uma usina analisada, que utiliza 1 m³
por tonelada, deve investir na otimização
do balanço hídrico da fábrica.
Segundo Silva, os estudos realizados
reduzem a captação de 0,69 a 0,62 m³ por
tonelada, indicando as práticas que per-
mitem chegar a esses valores. “Como so-
lução para o uso inadequado e exagerado
dos recursos hídricos nas produções de ál-
cool, podemos apontar a otimização dos
fatores que influenciam o funcionamento
e reduzem as perdas dos equipamentos e
processos de resfriamento.”
Para isso, sugere a instalação de um
desareador para o aumento da eficiência
térmica da caldeira, a substituição de tro-
cadores de calor a placas por chillers de
redução de temperatura na fermentação
do mosto, a limpeza a seco da cana-de
-açúcar e a instalação de torres de refrige-
ração para reutilização da água em opera-
ções unitárias da própria usina.
“A otimização do consumo hídrico
da usina é essencial para a sustentabilida-
Secretaria do Meio Ambiente determina que o consumo de água deve ser abaixo de 0,7 m3
30	 Dezembro · 2014
ÁGUA
de do agronegócio sucroalcooleiro. Dessa
forma, empregar sistemas de água fecha-
dos, fazendo somente a reposição das per-
das de processo, traz enormes vantagens
econômicas para a usina e diminui a cap-
tação de água bruta de rios, lençóis freá-
ticos e mananciais”, explica o pesquisador.
As tecnologias como a limpeza a
seco da cana-de-açúcar para a queima da
palha nas caldeiras de alta pressão fazem
com que esse consumo diminua entre
11% e 13%, em relação à lavagem úmida
que é bem usual atualmente. A substitui-
ção do “spray”, sistema de refrigeração por
aspersão, pela torre de resfriamento, redu-
ziria as perdas de 5% a 8% para 1,5% a 3%,
no total do balanço hídrico.
De acordo com o pesquisador, para
reduzir ainda mais esses números é neces-
sário o tratamento do reuso da água con-
tida no efluente e a realização de proces-
sos, como a concentração e a biodigestão
da vinhaça.
O trabalho foi apresentado no 2014
SPRI Conference Technical e no Congres-
so Nacional de Bioenergia da União dos
Produtores de Bioenergia (Udop) sob o tí-
tulo “Análise de consumo hídrico em usi-
nas sucroenergéticas e as práticas de reu-
so de efluentes.”
Sistema de limpeza de cana a seco é uma das
alternativas para redução do consumo de água pelo setor
31
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
meçou com o comendador Tércio Wan-
derley, fundador da empresa, que desde
o início de sua vida empresarial, antes da
década de 1940, tinha como objetivo a va-
lorização do ser humano, da ética no ne-
gócio e respeito à natureza.
Assim, os Wanderley têm a susten-
tabilidade no DNA, o que facilitou atrair
mais gente de boa vontade. Um dos líde-
res dessa escola de gente que faz é o Valdir
Gomes Costa, coordenador do SGA (Siste-
ma de Gestão Ambiental). Quem já visitou
Sustentabilidade no DNA
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL OCORRE QUANDO UTILIZAMOS OS
RECURSOS NATURAIS PARA A GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA COM
EQUILÍBRIO E RESPEITO À NATUREZA. A CORURIPE FAZ ISSO MUITO BEM
Seja bem-vindo ao
Posto Avançado da
Reserva da Biosfera
da Mata Atlântica
Sítio do Pau-brasil
Luciana Paiva
P
ense em um lugar que você visita e
que é tão gostoso e a hospitalida-
de é tão boa que não dá vontade
de ir embora. Mas se vai, fica com saudade
e com vontade de voltar logo. Pois é, um
lugar assim é a Usina Coruripe, localizada
em Coruripe, Alagoas.
Agora, pense em gente de boa von-
tade. Sempre disposta a fazer o bem, a
criar oportunidades, geração de renda,
vida melhor para a comunidade. Lá na Co-
ruripe tem um monte de gente assim. Co-
32	 Dezembro · 2014
a Coruripe Matriz é quase certeza de ter
sido recepcionado pelo Valdir e aí desfru-
tou da hospitalidade ‘coruripeana’. Visitou
os povoados, conheceu os projetos de ge-
ração de renda, viu artesãs transformando
fibras e papel em arte, cidadãos produzin-
do alimentos, criando peixe, brincou com
crianças felizes, se refrescou com água de
coco natural, se deliciou com o caju da re-
serva ambiental, se lambuzou com o mel
das floradas da mata atlântica, ou com o
caldo de cana doce e escuro da varieda-
de RB-92579. E ainda, talvez tenha dado
uns mergulhos na piscina de água mine-
ral, logo após ter feito a trilha que leva ao
Posto Avançado da Reserva da Biosfera da
Mata Atlântica Sítio do Pau-brasil.
Além da Usina Coruripe Matriz, em
Alagoas, o Grupo Tércio Wanderley pos-
sui mais quatro unidades sucroenergéti-
cas em Minas Gerais: Iturama, Campo Flo-
rido, Limeira d’Oeste e Carneirinho. No
Guia Exame Edição 2014 Melhores e Maio-
res Empresas a Usina Coruripe figura na
primeira colocação no ranking das maio-
res empresas sucroenergéticas do Nordes-
te, Norte e Centro-Oeste e oitava posição
no ranking geral das 50 maiores compa-
nhias do agronegócio das regiões brasilei-
ras citadas. O estudo também revelou que
a Coruripe é a oitava empresa geradora de
empregos diretos, entre as 50 maiores do
agronegócio do Brasil.
Preservação ambiental
Mas a Coruripe também é campeã
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Valdir mostra o mapa da bacia hidrográfica do rio Coruripe, que
faz parte dos projetos de preservação desenvolvidos pela usina
33
no tema sustentabilidade. É detentora de
vários prêmios e certificações na área. E o
Valdir, já com quase 25 anos de casa, tem
participação direta em cada um dos pro-
jetos desenvolvidos. Apenas na área de
preservação realiza programa de educa-
ção ambiental, monitoramento do Rio Co-
ruripe, com repovoamento com espécies
nativas da região, preservação da reserva
legal, APPs e RPPNs, produção de mudas
com espécies nativas da Mata Atlântica e
apoio a pesquisas científicas.
Destinou 17 mil hectares de ter-
ra própria à preservação. Mais de nove
mil hectares já foram transformados em
RPPNs (Reservas Particulares do Patrimô-
nio Natural, que é uma forma irreversível
de manter a área permanentemente pre-
servada. É o caso de Porto Cajueiro, no
município de Januária, no norte mineiro, e
Posto Avançado: Biblioteca ambiental,
Câmara de sementes e Viveiro para
produção anual de 80 mil mudas nativas
Na Casa de Sementes, além da preservação
das espécies, conferimos como são belas e
exóticas as sementes das plantas brasileiras
34	 Dezembro · 2014
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
As espécies nativas são identificadas pelo mateiro Nilo Costa, que
de caçador virou ambientalista, é dá nome à biblioteca ambiental
da Pereira, em Feliz Deserto, litoral de
Alagoas. Além disso, a Coruripe vem
recuperando matas ciliares e substi-
tuindo a cana plantada nas áreas de
encostas por reflorestamento.
O Centro Ambiental no Posto
Avançado recebe estudantes
para palestras ambientais
Valdir Costa ministrando palestra
no Centro Ambiental. O espaço
criativamente decorado encravado na
Mata Atlântica estimula o aprendizado
35
Desenvolvimento
sustentável
Segundo Valdir, pre-
servação ambiental só é
possível se houver uma
contrapartida econômi-
ca para as comunidades
do entorno. Por isso, com
o objetivo de expandir os
seus investimentos socio-
ambientais, o Grupo Tércio
Wanderley fundou, em abril
de 2005, o Instituto para o
Desenvolvimento Social e
Ecológico (Idese). Trata-se
de uma instituição que tem
como objetivo promover a
preservação da natureza e o
progresso da comunidade,
por meio da promoção de
ações voltadas para o de-
senvolvimento sustentável.
Assim, a Coruripe re-
aliza programas de de-
senvolvimento sustentá-
vel como a Oficina de Papel
Artesanal, ação praticada
em Alagoas e Minas Gerais.
Também melhora a ren-
da familiar de jovens por meio da venda
de artesanato feito a partir da mistura do
bagaço da cana com papel de sacos de
cimento.
Na região do município de Coruri-
pe, um dos trabalhos da Usina é recom-
por a mata com mudas de Ouricuri, planta
nativa que estava sendo dizimada, princi-
palmente porque serve de matéria-prima
para a produção de artesanato. Para retirar
a fibra, as pessoas cortavam a palmeira. Os
profissionais da Coruripe treinaram a po-
Artesãs fazendo arte com papel e bagaço de cana
Oficina de Papel Artesanal
36	 Dezembro · 2014
Artesãos
produzindo
peças com
palha de
Ouricuri
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
pulação, ensinando como reti-
rar a fibra preservando a planta.
Também financiaram a criação
da associação de artesãs. A usi-
na é a principal cliente das pe-
ças produzidas, mas o material
é tão belo que já é exportado,
já foi utilizado por personagens
de novela e está em grandes lojas.
A mesma ação acontece em Feliz De-
serto, município vizinho de Coruripe. Só
que lá, a matéria-prima utilizada é a taboa.
Em parceria com a prefeitura, a associação
das artesãs tem um belo ponto de produ-
ção e comercialização das peças. Projetos
que, além de preservar a flora nativa, pos-
sibilitam trabalho e renda para mais de
100 famílias.
No povoado Pontes, uma simpática
vila no município de Feliz Deserto, 90%
das quase 100 famílias de moradores tra-
balham na Usina Coruripe. Lá são desen-
volvidas várias ações como o Projeto Mel.
No povoado está a Casa do Mel, que re-
cebe o produto vindo de 170 colmeias
que geram cerca de 2.000 quilos de mel
A Cooperativa fica no povoado de
Pontal do Coruripe e fica de frente
pro mar. Existe melhor inspiração?
37
Peças produzidas
com a fibra da taboa
de abelha natural que é distribu-
ído para as crianças da região de
Feliz Deserto. A Usina também adquire o
produto que é fornecido como comple-
mento alimentar para os rurícolas. Ainda
no povoado Pontes, a Coruripe tem a Ofi-
cina de Papel Artesanal, a casa de produ-
ção de suplemento alimentar, que é for-
necido para escolas e creches, e a horta
comunitária.
Povoado Pontes, em Feliz Deserto: palco de várias ações da Coruripe
Artesã preparando
a fibra da taboa
38	 Dezembro · 2014
Educação, saúde e esporte
Com ênfase na formação e educação
das crianças, a Coruripe mantém creches e
escolas nos municípios onde atua. A Cre-
che Dr. Vitor Montenegro Wanderley tam-
bém fica no povoado Pontes, e atende cer-
ca de 100 crianças, oferecendo alimentação
saudável, programa básico de saúde e de
vacinação, serviço médico, odontológico e
atividades esportivas e recreativas, e uma
proposta pedagógica de educação infan-
til que objetiva aumentar a autoestima de
seus participantes. Em Minas Gerais, desta-
ca-se o projeto Florescer, que oferece edu-
cação e cultura para centenas de crianças e
jovens do município de Campo Florido.
O esporte também marca presença
entre as ações da Coruripe. Um dos princi-
pais é o projeto Basquete Cidadão desen-
volvido em parceria com a Federação de
Basketball de Alagoas. O objetivo é pro-
mover cidadania por meio do esporte. A
iniciativa funciona em um antigo armazém
de açúcar no bairro de Jaraguá, na capital
alagoana. Ele devolve a autoestima para
crianças e adolescentes carentes da pe-
riferia de Maceió. Nele, a prática esporti-
va está associada à frequência e ao rendi-
mento escolar. Mais de 300 jovens trocam
as ruas da cidade pelas salas de aula das
escolas e pelas quadras de basquete. Por-
tadores de necessidades especiais têm
destaque nas equipes de basquete em ca-
deira de rodas e de surdos-mudos.
É, quando o assunto é sustentabili-
dade, a Coruripe joga em todas as pontas,
criando pontes para que as pessoas possam
ser campeãs seja qual for sua modalidade.
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
No povoado Cachoeira, em Teotônio Vilela,
Alagoas, a usina Coruripe desenvolve
projeto de criação de peixes e hortifruti
O Anderson trabalha há nove anos na
Coruripe: era tratorista, fez curso de
apicultor e hoje trabalha na Casa de Mel
39
40	 Dezembro · 2014
Qualotratamento,
doutor?
ECONOMIA
O SETOR GANHOU O GESUCRO (GRUPO DE ESTUDOS
PARA GESTÃO SUSTENTÁVEL E CONTROLADORIA
DA CADEIA SUCROENERGÉTICA), POIS NÃO
ADIANTA APENAS SABER O DIAGNÓSTICO.
É PRECISO REALIZAR O TRATAMENTO!
* Marcos Françóia
I
magine uma pessoa doente. Ela bus-
ca por um médico que lhe pede vários
exames, a fim de dar um diagnóstico e
prescrever os tratamentos necessários. Po-
rém, se o paciente não fizer os exames, o
médico não irá descobrir o que acontece e
41
caso o paciente não faça o tratamento in-
dicado, pode morrer.
Traça-se aqui um paralelo com as
empresas do setor sucroenergético, que
há tempos se encontra em crise. Mais do
que aguardar sinais positivos do mercado
e do governo, que aos poucos vem sur-
gindo, é preciso fazer a lição de casa: or-
ganizar-se financeiramente e descobrir
oportunidades.
No mundo dos negócios, milagres
não existem. Somente trabalho duro e
busca por melhoria. O primeiro passo para
o sucesso é ter domínio sobre o seu negó-
cio e conhecer profundamente os núme-
ros. Através deles é possível agir em meio
à adversidade.
Para saber onde estão os problemas
é preciso investigar, buscar dados con-
cretos: saber o quanto a empresa produz,
qual sua capacidade, quais oportunidades
poderia ter, seus custos reais, o melhor re-
gime fiscal, a quantidade de funcionários,
as receitas e despesas. E ninguém melhor
Reunião do Gesucro no auditório da MBF em Sertãozinho, SP
42	 Dezembro · 2014
ECONOMIA
para juntar todas essas informações, es-
tudá-las e transformá-las em soluções do
que a Controladoria.
O trabalho dessa área, tal como o do
médico em relação ao paciente, permite
enxergar a realidade da empresa e traçar
metas para solucionar problemas e reto-
mar o crescimento.
Todavia, os controllers, ou controla-
dores, não trabalham sozinhos. Eles pre-
cisam de um departamento de Tecnolo-
gia da Informação estruturado, confiável
e ágil, que atue em conjunto com eles,
afinal, é a TI que pode fornecer os dados
mais apurados, os “exames” para a análise.
Porém, não basta somente descobrir
a “doença” que atinge a empresa se nada
for feito. Uma vez traçadas as metas para
reorganização da empresa, é preciso que
o “paciente” realmente se empenhe em
cumprir o “tratamento”.
Acontece que os controllers são vis-
tos com desconfiança pelos demais de-
partamentos e nem sempre há coopera-
ção para realizar as mudanças necessárias.
Por vezes, até mesmo a extração de dados
de cada área é dificultada.
É preciso compreender que a contro-
ladoria tem real necessidade de receber as
informações corretas, a fim de minimizar e
evitar problemas para a empresa e os indi-
víduos que nela atuam.
Conversando com vários controllers,
notou-se que a grande maioria enfrenta os
mesmos problemas. Assim, surgiu a ideia
de criar o Gesucro (Grupo de Estudos para
Gestão Sustentável e Controladoria da Ca-
deia Sucroenergética), para promover um
espaço de debate e troca de experiências
entre os profissionais das áreas de finan-
ças, administração e controladoria do se-
tor canavieiro e sua cadeia produtiva.
Outro ponto importante do gru-
po é que ele visa valorizar esses profis-
sionais, que têm atuação vital nas empre-
sas hoje em dia, por meio de atividades
de aprimoramento como cursos, palestras,
workshops, e criar um padrão de critérios
de avaliação de resultados e indicadores
e desenvolvimento de controles. É possí-
vel conhecer um pouco mais sobre o Ge-
sucro em sua página na internet (www.ge-
sucro.com.br).
Para finalizar, ressalta-se novamente
a necessidade de haver uma área de Con-
troladoria nas empresas. Quanto mais rá-
pido ela agir, mais cedo serão conhecidas
as dificuldades e serão traçados planos de
ação para resultados que evitem um mal
maior.
* Marcos Françóia,
diretor da MBF Agribusiness
43
44	 Dezembro · 2014
Texto: Clivonei Roberto
EMPRESA DESENVOLVE VÁRIAS INICIATIVAS VOLTADAS
À PROMOÇÃO CULTURAL E AO ESTÍMULO À LEITURA
Usina Santa Fé sacia a fome
de quem quer conhecimento
LEITURA
“Viajar pela leitura
sem rumo, sem intenção.
Só para viver a aventura
que é ter um livro nas mãos.”
Clarice Pacheco
A
lém de produzir açúcar e etanol, a
Usina Santa Fé também produz lei-
tores. E dos bons, daqueles sempre
ávidos por viajar pelas páginas de um livro.
No final de novembro, chegou ao fim
o Festival de Leitura de 2014 promovido
pela usina. Durante vários meses, os jovens
das escolas do Município de Nova Europa,
em que a usina está sediada, foram estimu-
lados a ler e escrever pequenos resumos
dos livros. No encerramento do Festival, os
“mais aplicados leitores” receberam tablets
e máquinas fotográficas como prêmio.
Mas a vocação social da Santa Fé em
fomentar o conhecimento e o saber, por
meio da leitura e da promoção cultural, é
antigo. No passado, a usina chegou a ter
uma biblioteca, que hoje funciona na ci-
dade de Nova Europa. Foi transformada
na Casa da Leitura, que tem também uma
Crianças e adolescentes de Nova Europa participaram do II Festival de Leitura
DIVULGAÇÃOUSINASANTAFÉ
45
versão volante que leva cultura para diver-
sas cidades onde a Usina atua. É uma bi-
blioteca móvel, que permite que estudan-
tes de escolas da região e de comunidades
desprovidas de espaços de leitura tenham
acesso a diversos títulos.
Para a Usina Santa Fé, desenvolver ati-
vidades culturais e educacionais deve pas-
sar inevitavelmente pelo estímulo à leitura.
Em vários eventos promovidos pela empre-
sa há um convite para o fascinante mun-
do dos livros. Tanto para crianças e jovens
- quando ocorrem oficinas de leitura, con-
cursos de redação e apresentação de con-
tadores de histórias -, como para os profes-
sores da rede pública - que participam de
workshops. Sempre há uma maneira de en-
volver todos no mundo “fantástico” da lite-
ratura e do saber!
É uma contribuição intangível, mas
Pelo Festival, os alunos das escolas de
Nova Europa foram estimulados a ler e
escrever pequenos resumos dos livros
Os “mais aplicados leitores”
receberam tablets e máquinas
fotográficas como presente
Contadores de história levam crianças e adolescentes a se interessarem pelas histórias dos livros
DIVULGAÇÃOUSINASANTAFÉ
DIVULGAÇÃOUSINASANTAFÉ
DIVULGAÇÃOUSINASANTAFÉ
46	 Dezembro · 2014
transformadora que a Usina Santa Fé ofe-
rece ao futuro da população da comunida-
de. Afinal, como disse Nelson Mandela, “a
educação é a arma mais poderosa que você
pode usar para mudar o mundo”.
Nasce o Instituto Itaquerê
A Santa Fé desenvolve diversos pro-
jetos sociais nas comunidades onde está
inserida. O que começou com uma creche
para filhos de funcionários, uma escola e
uma biblioteca se transformou no CECOI
(Centro de Convivência Itaquerê), e foi ofe-
recido para toda comunidade de Nova Eu-
ropa a partir de 2000. O Centro atende por
dia quase 500 crianças da cidade, oferendo
a elas atividades de complementação esco-
lar, cursos preparatórios para o desenvol-
vimento profissional, esporte, arte e lazer.
Funciona em área da usina, uma antiga es-
cola com áreas verdes, salas de aulas, brin-
quedos, quadras e muito espaço.
Mas, em 1º de dezembro, uma assem-
bleia transformou o CECOI no Instituto de
Desenvolvimento Social Itaquerê. O objeti-
vo do novo Instituto é o mesmo do antigo
Centro: atuar na promoção social, desenvol-
vendo, assessorando e apoiando tecnica-
mente programas de atendimento a crian-
ças e adolescentes visando a integração
social, educação e saúde, defendendo seus
direitos e garantindo-lhes a vivência da ci-
dadania, inclusive com projetos relaciona-
dos com a preservação do Meio Ambien-
te. À frente do Instituto, na sua presidência,
está Anita Ferraz Malzoni, filha de Roberto e
Anita Malzoni que já, nos anos 1970, enxer-
garam a necessidade de fazer caminhar jun-
to com o desenvolvimento econômico tam-
bém o social e o ambiental, hoje o chamado
desenvolvimento sustentável.
Segundo Anita, os trabalhos vão con-
tinuar os mesmos no Centro, podendo ser
aprimorados com entrada de verbas que
serão repassadas para o Instituto, via Leis
de Incentivo, e pela própria Usina Santa Fé
- que até agora arcava sozinha com inves-
timentos anuais na ordem de R$ 500 mil. A
intenção é de, no futuro, o Instituto cons-
truir uma sede na cidade e facilitar ainda
mais a participação da população local.
Assembleia cria o Instituto de
Desenvolvimento Social Itaquerê
DIVULGAÇÃOUSINASANTAFÉ
DIVULGAÇÃOUSINASANTAFÉ
47
48	 Dezembro · 2014
SOLUÇÕES INTEGRADAS
Maior produtividade
também é sustentabilidade
CRESCER VERTICALMENTE É A BASE PARA O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO AGRONEGÓCIO
Luciana Paiva
H
á cerca de 20 anos, o cupim era
principal praga nos canaviais da
Destilaria Santa Inês, uma das
três unidades sucroenergéticas do Gru-
po Tonielo, em Sertãozinho. Fernando
Prati, gerente agrícola do Grupo, lembra
que na época, em um projeto de parce-
ria com a BASF, a Destilaria desenvolveu
um trabalho para testar o inseticida Re-
gent®
800WG no controle dos cupins em
cana-soca. “Usávamos uma enxadinha
para abrir um sulco na soqueira para co-
locar o produto, depois criamos uma bo-
tinha fina que ia estourando o meio da li-
nha da soqueira. Os equipamentos eram
rudimentares e provocavam danos nas
plantas. Mesmo assim o Regent®
800 WG
controlou perfeitamente os cupins”, con-
ta Prati.
Ele brinca: “Naquela época, éramos
felizes e não sabíamos, pois só havia o
cupim que comia um pouquinho, depois
Cana-planta com
alto pegamento e
protegida de doenças
49
vieram o Migdolus, o Sphenophorus levis.
Estes sim são problemas, o Sphenopho-
rus mais ainda”, afirma. Ele tem razão, pois
atualmente o Sphenophorus é uma das
principais pragas que atacam os canaviais
no Estado de São Paulo. As larvas desse in-
seto se abrigam no interior do rizoma, di-
ficultando o seu controle e danificando os
tecidos. A partir daí, pode ocorrer a mor-
te da planta e falhas nas brotações das so-
queiras, causando prejuízos na ordem de
30 toneladas de cana por hectare. A lon-
gevidade do canavial também é reduzida,
obrigando reformas extremamente preco-
ces, o que aumenta os custos.
A região de Ribeirão Preto, onde
se encontra a Destilaria Santa Inês e ou-
tra unidade do Grupo, a Virálcool Pitan-
gueiras, é uma das áreas de maior incidên-
cia de Sphenophorus. Segundo a Datagro
Alta Performance, a praga está presen-
te em mais de 60% dos canaviais do No-
roeste paulista. Gustavo Nogueira, geren-
te-técnico da Associação dos Plantadores
de Cana do Oeste Paulista (Canaoeste), diz
que no raio de atuação da entidade, que
envolve 50 municípios e 150 mil hecta-
res com cana, só não tem Sphenophorus
quem não procurou. Prati explica que o
corte de cana crua criou um ambiente fa-
vorável à disseminação de doenças e pra-
gas da cana, já que o fogo era um elemen-
to que participava do controle.
Evolução no controle de
pragas e doenças da cana
Mas se aumentou a incidência de
novas pragas também evoluíram as tec-
nologias e ferramentas disponíveis. “Ago-
ra contamos com implementos com dis-
cos cortantes que colocam os defensivos
no interior da soqueira sem danificá-la. E
as plantadoras de cana depositam os pro-
dutos no sulco de plantio de forma homo-
gênea. E o melhor, o Regent®
800 WG, que
controla cupim, também controla o Mig-
dolus e a broca. E tem mais uma vanta-
gem: é uma barreira química para as for-
Fernando
Prati: foco na
perenização
da cana
50	 Dezembro · 2014
migas cortadeiras. Depois que passamos a
usar o produto deixamos de nos preocu-
par com o controle de formigas, principal-
mente na cana de primeiro corte”, infor-
ma Prati.
Além da Destilaria Santa Inês e da Vi-
rálcool Pitangueiras, o Grupo Tonielo tem
a Virálcool, unidade Castilho, no Oeste
paulista. A soma da área de cana das três
unidades - terras próprias e arrendadas -
é de 45 mil hectares. O plantio anual é de
aproximadamente 11 mil hectares e toda a
área é tratada com o inseticida Regent 800
WG, enquanto que em cana-soca, para o
controle de Sphenophorus, o controle é
feito com o inseticida Regent DUO.
Cana perene
Em ano normal (sem problemas cli-
máticos), a produção anual da Destilaria
Santa Inês é de 700 mil toneladas, da Vi-
rálcool Pitangueiras, em torno de 2,6 mi-
lhões, mesmo número da Virácool Casti-
lho - a mais nova unidade do Grupo. Da
cana moída na Santa Inês, 70% é de forne-
cedores de cana. Na Virálcool Pitangueiras
são 50% e na Castilho, 30%. Há quase 30
anos atuando na agroindústria canavieira,
Prati sabe que a prosperidade do negó-
cio depende do aumento da produtivida-
de e da longevidade do canavial, por isso,
desenvolve um projeto de perenização da
cana. Nas duas unidades mais antigas do
Área de cana-soca na destilaria Santa Inês tratada com Regent DUO
51
52	 Dezembro · 2014
SOLUÇÕES INTEGRADAS
Grupo, a idade média dos canaviais é de
6,7 a 7 cortes. Há quase oito safras, a pro-
dutividade média da Santa Inês é superior
a 100 toneladas por hectare. Na Virálcool
Pitangueiras a média é de 95 ton/ha e na
Unidade Castilho é de 80 ton/ha.
Porém, para o gerente agrícola do
Grupo Tonielo, não adianta ter um cana-
vial que apresenta três cortes com 120 to-
neladas, sendo que depois a produtivi-
Controle começa na hora do
plantio. No sulco da cana são
depositados o inseticida Regent®
800 WG, mais o fungicida Comet®
dade cai drasticamente. O importante é
mantê-la alta por longo tempo. Sua meta
é obter canaviais na casa dos três dígi-
tos por pelo menos 10 cortes. Para isso,
entre as medidas adotas está o capricho
no manejo e preparo de solo. “Sou a fa-
vor da sistematização, do uso de subso-
lador, principalmente nos solos argilosos.
Também plainamos toda área, deixamos o
solo um colchão macio, perfeito para re-
ceber a cana, mas tudo isso pode ser um
trabalho perdido se não controlamos as
doenças e pragas. A cana com presença
da praga é como um moleque com verme.
Você dá o vermífugo e ele responde posi-
tivamente, volta a comer, crescer, fica re-
sistente às doenças. É o que acontece com
a cana quando recebe o defensivo certo”,
salienta Prati.
No Grupo Tonielo, o controle come-
ça na hora do plantio. No sulco da cana
são depositados o inseticida Regent®
800
WG mais o fungicida Comet®
, também
da BASF. O primeiro controla as pragas
e o segundo protege a cana de doenças
como a podridão abacaxi, que prejudi-
ca a germinação e o desenvolvimento das
mudas, além de proporcionar maior en-
raizamento. “Isso é fundamental, pois a
maior quantidade de raiz faz com que a
53
cana se alimente melhor, gerando não só
maior quantidade de perfilhos, porém sa-
dios e mais fortes. Além disso, a presen-
ça de mais raízes dificulta danos como o
arranquio de soqueiras durante a colhei-
ta mecanizada”, diz. Os dois produtos fa-
zem parte do Sistema AgCelence®
Cana-
de-Açúcar, que além de controlar pragas e
doenças, possibilita ganhos de biomassa e
rendimento industrial.
Segundo ele, a mecanização é o prin-
cipal empecilho para a perenização do ca-
navial. Em áreas de cana de fornecedor da
Santa Inês, onde o corte é manual, a lon-
gevidade do canavial com boa produtivida-
de ultrapassa os 12 cortes. “Com a colheita
mecanizada, é fundamental o enraizamen-
to, senão as falhas na soqueira serão inten-
sas, o que levará a renovar o canavial no
terceiro corte. Precisamos utilizar produtos
que nos ajudem a preparar a cana para so-
frer menos a ação da máquina.”
A maior seca dos últimos 50 anos no
interior paulista reduziu a produção da sa-
fra 2014/15 das unidades do Grupo Tonie-
lo em torno de 20%. A média de produ-
tividade por hectare na Santa Inês foi de
80 toneladas, da Virálcool Pitangueiras de
79 e da unidade Castilho caiu para 60 to-
neladas. Em Castilho, 100% do plantio e
colheita são mecanizados, o solo é mais
argiloso - o que facilita o arranquio da so-
queira -, além de ser área recuperada de
pastagem. Tudo isso aumenta o desafio
dos profissionais do Grupo, que têm o ob-
jetivo de não só recuperar a produtivida-
de atingida antes da seca, como ampliá-la.
Prati une experiência e tecnologia para re-
solver os problemas que o setor enfrenta,
principalmente nas novas fronteiras cana-
vieiras. “As inovações estão à disposição e
vamos usá-las.”
As unidades do Grupo Virálcool,
como a destilaria Santa Inês,
tiveram queda de safra. O
objetivo é não só recuperar a
produtividade atingida antes
da seca, como ampliá-la
54	 Dezembro · 2014
SOLUÇÕES INTEGRADAS
Grupo Tércio Wanderley
quer mais do que o controle
de doenças e pragas da cana
Expandir as fronteiras da cana faz
parte do currículo do Grupo Tércio Wan-
derley, de Alagoas, detentor da maior uni-
dade sucroenergético do Norte/Nordeste,
a Usina Coruripe. Ao perceber que as ter-
ras propícias ao cultivo da cana-de-açú-
car no estado se esgotavam, o Grupo dire-
cionou seu crescimento para o Centro-Sul.
Em 1994 adquiriu a destilaria Alexandre
Balbo, em Iturama (MG), e transformou a
destilaria na Usina Coruripe Unidade Itu-
rama, figurando entre as mais modernas
do País.
Depois, também em Minas Gerais,
implantou mais três unidades: Campo Flo-
rido, Limeira do Oeste e Carneirinho. Má-
rio Sérgio Matias, gerente Corporativo
de Planejamento e Desenvolvimento do
Grupo, informa que essas quatro unida-
des somam 75 mil hectares com cana, e
a unidade Matriz, localizada no município
alagoano de Coruripe, conta com 30 mil
“Para obter alta brotação, produtividade
e longevidade não se justifica cortar
custos”, alerta Mário Sérgio
Nesta safra, a produção do Grupo Tércio Wanderley,
em Minas Gerais, foi de 10,5 milhões de toneladas
55
hectares. Em Minas, a produção das qua-
tro unidades na safra 2014/15 foi de 10,5
milhões de toneladas. Na unidade alagoa-
na, a safra começou em setembro e a pre-
visão é colher três milhões de toneladas.
Mario Sérgio explica que a Usina de
Campo Florido está a 200 quilômetros de
distância de Iturama, por isso, é conside-
rado um outro polo produtivo. A produti-
vidade de Campo Florido é de 83 tonela-
das por hectare, sendo que 70% da cana
vem de fornecedores. A média do polo
Iturama, que reúne as outras três unida-
des, é de 87 toneladas, mas a Unidade Itu-
rama está na casa das 100 toneladas. Já
a Carneirinho, incorporada ao Grupo em
2012, apresenta menos de 80 ton/ha, pu-
xando o resultado para baixo. O objetivo é
que a média das quatro unidades alcance
a casa dos três dígitos.
As unidades da Coruripe em Minas
possuem 100% de corte mecanizado, o
que, segundo Mário Sérgio, acaba agre-
dindo muito a parte estrutural da planta,
facilitando a entrada de patógenos, prin-
cipalmente fungos, tornando necessário
criar uma proteção por meio de inseticidas
e fungicidas. Introduzir a cana em área de
pastagens com histórico de patógenos é
mais um fator complicador. “Não é possí-
vel plantar a cana em um ambiente desses,
é preciso criar uma barreira química de
proteção. O custo de introdução de cana-
vial, dependendo da região, gira em torno
de R$ 6 mil a R$ 7 mil por hectare. Então, é
preciso fazer bem-feito para não ter de re-
formá-lo antes da hora. Além disso, o ob-
jetivo é obter alta brotação, produtividade
e longevidade e, por isso, não se justifica
cortar custos”, alerta Mário Sérgio.
Anualmente, a área de plantio de
cana nas unidades da Coruripe em Mi-
Usina Coruripe filial Iturama: média de produtividade na casa dos três dígitos
56	 Dezembro · 2014
nas Gerais é em torno de 11 mil hectares e
quase 100% recebe aplicação no sulco de
plantio do inseticida Regent®
e do fungici-
da Comet®
. “Antigamente, observávamos
a incidência da podridão abacaxi princi-
palmente no inverno. Depois da mecani-
zação, passou a ocorrer o ano todo. Para
controlá-la, utilizamos o fungicida Comet®
para o tratamento de tolete, protegendo
contra a podridão abacaxi e outras doen-
ças. Outro fator positivo desse produto é
o efeito de potencializar o enraizamento”,
afirma Matias. E nas áreas de cana-soca,
logo após o corte, Mário salienta que apli-
cam o Regent Duo®
. Segundo ele, o pro-
duto proporciona grande redução na in-
festação de pragas como broca, saúvas e
cigarrinha, além de longo poder residual,
resultando na melhor relação custo-bene-
fício do mercado.
Coruripe Matriz quer os
benefíciosdosistemaAgCelence®
Como o corte mecanizado começou
a crescer na Coruripe Matriz, em Alago-
as, a unidade passou a utilizar o fungici-
da Comet®
e o inseticida Regent®
800 WG
nos 4,5 mil hectares de plantio. Além do
controle das pragas e doenças, Mário con-
ta que o objetivo é estender aos canaviais
alagoanos os benefícios AgCelence®
obti-
dos nos canaviais do Grupo em Minas Ge-
rais: plantas mais sadias, melhor desenvol-
vimento radicular, maior arranque e ganho
de produtividade de 10 a 15 toneladas de
cana por hectare por ano.
“Só quem utiliza sabe os ganhos com
esse sistema. Funciona mesmo. As soluções
integradas da BASF não podem ficar fora do
pacote de ações, que visam elevar a compe-
titividade do negócio”, afirma Mário Sérgio.
SOLUÇÕES INTEGRADAS
Além do controle das pragas e doenças, o objetivo é
estender aos canaviais alagoanos os benefícios AgCelence®
57
58	 Dezembro · 2014
DIVULGAÇÃORAÍZEN
59
PLANTA 2G DA RAÍZEN PRODUZ ETANOL COM PEGADA
DE CARBONO 15 VEZES MENOR QUE O ETANOL 1G.
DEIXANDO A CANA AINDA MAIS SUSTENTÁVEL
Etanol muito
mais verde!
60	 Dezembro · 2014
Clivonei Roberto
E
m seus mais de 70 anos, a Usina Cos-
ta Pinto, em Piracicaba, SP, já produ-
ziu muito etanol. Mas os litros do
biocombustível que saíram de sua destila-
ria no final novembro passado são um di-
visor de águas para a companhia. A unida-
de entrou para a história recente do etanol
2G no Brasil ao iniciar a operação da pri-
meira planta de etanol de segunda gera-
ção do Grupo Raízen.
A empresa é pioneira ao produzir em
escala o biocombustível a partir do baga-
ço da cana. A planta tem capacidade para
gerar anualmente 40 milhões de litros de
etanol celulósico. Um projeto que tem po-
tencial para aumentar em até 50% a pro-
dução atual de etanol da Raízen.
Segundo Pedro Mizutani, vice-presi-
dente de Etanol, Açúcar e Bioenergia da
Raízen, a planta da Costa Pinto é a primei-
ra unidade de etanol de segunda geração
totalmente integrada com a planta de eta-
nol de primeira geração (1G).
Com parte dos recursos vindos do
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvi-
mento Econômico e Social), R$ 237 mi-
lhões foram investidos na nova planta,
construída estrategicamente ao lado da
unidade do grupo já dedicada à produção
de etanol de primeira geração. A proximi-
dade e a sinergia entre as duas unidades
conferem ganhos logísticos e de custo,
proporcionando eficiência e competitivi-
Bagaço segue
por esteira em
direção à planta
de etanol 2 G
CAPA
61
dade a todo o processo produtivo.
Antônio Alberto Stuchi, diretor-exe-
cutivo de produção do Grupo, frisa que
uma planta de etanol de segunda geração
“sozinha”, que não seja integrada à planta
de etanol de primeira geração, tem viabi-
lidade econômica menor do que uma uni-
dade projetada para trabalhar em sinergia
com a unidade de 1G. Para produzir o 2G
na Costa Pinto, por exemplo, as caldeiras
utilizadas são as mesmas, assim como os
sistemas de fermentação e de destilação.
“Fizemos adaptações, mas toda parte de
vapor e energia usamos a que já temos na
usina. Apenas compramos caldeira nova
para trabalhar na entressafra.”
Desde 2012, a Raízen, em parce-
ria com a Iogen Corporation, empresa ca-
nadense de biotecnologia, mantém uma
planta teste de etanol celulósico na cida-
de de Ottawa, no Canadá, com o objeti-
vo de adquirir a expertise necessária para
implementar a primeira unidade comer-
cial da Raízen no Brasil. Os testes incluí-
ram o envio de mais de 1.000 toneladas
de bagaço de cana-de-açúcar para o Ca-
nadá para o aprimoramento das técnicas
de produção de etanol celulósico. Juntas,
Raízen e Iogen Corporation são acionistas
da Iogen Energy, uma joint venture 50%/
50%, detentora da tecnologia de processo
da biomassa para produção do etanol de
segunda geração.
“Com o aprendizado adquirido du-
rante os testes no Canadá, a Raízen acredi-
62	 Dezembro · 2014
Pedro Mizutani
apresenta a matéria-
prima e o produto
final do 2G da Raízen
Antônio Alberto Stuchi
apresenta polpa hidrolisada
de bagaço: o primeiro passo
rumo ao etanol celulósico
ta no potencial do etanol
celulósico para atender à
demanda crescente por
biocombustíveis no Bra-
sil e no mundo e seguirá
investindo nesta tecnolo-
gia”, afirma Mizutani.
As enzimas que atu-
am na conversão do material celulósico
em açúcar – uma das etapas do proces-
so de fabricação do etanol – são forneci-
das pela Novozymes, parceira da Raízen
no fornecimento e aprimoramento da tec-
nologia enzimática.
Emissão 15 vezes menor
Segundo Mizutani, o etanol de se-
gunda geração é um produto sustentá-
vel como poucos. “É a solução apresenta-
da pela indústria sucroenergética para a
construção de um futuro com emissões de
carbono cada vez menores.”
Alberto Abreu, diretor agroindustrial
da companhia, concorda com Mizutani.
“Ponto central para a Raízen, a sustentabi-
lidade é um dos pilares do projeto de 2G.
Temos na produção de etanol de segun-
da geração uma pegada de carbono mui-
to menor do que na produção do etanol
de primeira geração.”
Ele lembra que o 1G já tem uma pega-
da baixa, mas no processo de produção do
2G o nível de emissão é 15 ve-
zes menor. Enquanto na pro-
dução do etanol de primeira
geração há uma emissão de
1,5 milhão de tonelada de CO2
por ano no processo produti-
CAPA
63
vo, a emissão no sistema de fabricação do
etanol de segunda geração é de 100 mil to-
neladas de CO2
. “Este é um elemento funda-
mental na estratégia da Raízen de desenvol-
ver produtos totalmente relacionados com
sustentabilidade”, acentua Abreu.
Etanol 2G deixa o
negócio mais sustentável
A Raízen concluiu a construção da
sua primeira unidade de etanol celulósi-
co no país quatorze meses após o início
das obras, ou seja, dentro do prazo anun-
ciado no início do projeto. “O cumprimen-
to do prazo e do orçamento tem a ver com
a sustentabilidade econômica do projeto”,
destaca Abreu.
Com as mesmas especificações e
propriedades do etanol de primeira ge-
ração, o 2G será destinado pela Raízen à
comercialização em todo o Brasil. No en-
tanto, para celebrar a chegada do novo
etanol aos consumidores, a empresa dis-
ponibilizou no começo de dezembro 200
mil litros do combustível em um posto da
Rede Shell situado em Piracicaba.
Com 24 unidades produtoras, a Raí-
zen produz por ano cerca de 2 bilhões de
litros de etanol, 4,5 milhões de
toneladas de açúcar e gera mais
de 900 MW de energia elétrica
a partir do bagaço da cana-de
-açúcar. Como a companhia es-
tima elevar em 50% sua produ-
ção de etanol com o 2G, deverá
oferecer um adicional ao mer-
cado de 1 bilhão de litros por
ano até 2024 caso atinja seus
arrojados planos na área.
Para ampliar a produção
do 2G, a Raízen planeja cons-
truir mais sete plantas de eta-
nol celulósico até 2024, todas
próximas a unidades de pro-
Equipe de executivos
da Raízen comemora o
início da produção
64	 Dezembro · 2014
Pedro Mizutani abastece carro
da CanaOnline com etanol 2G
em posto da Shell em Piracicaba
dução de primeira geração já existentes,
a exemplo da Costa Pinto. No entanto, a
previsão é que a marca de produção de
1 bilhão de litros de etanol somente seja
atingida quando as oito unidades estive-
rem operando com capacidade máxima.
Na concretização da planta da Cos-
ta Pinto, a Raízen desenvolveu um know
-how interno voltado ao projeto de etanol
de segunda geração, o que é fundamental
para os planos da empresa de construir as
outras plantas.
“Nosso sonho é chegar a 1 bilhão
de litros. As próximas plantas terão escala
maior que na Costa Pinto. Teremos plan-
tas que chegarão a 130 milhões de litros
por ano, sempre integrando a unidade de
etanol 1G com as plantas de 2G. Serão es-
colhidas plantas que cogeram e estão lo-
calizadas em local mais favorável do pon-
to de vista logístico quanto à biomassa”,
explica Abreu. No entanto, ele não adian-
ta qual será a próxima unidade da Raízen
a receber uma planta de segunda geração.
Abreu lembra ainda que a planta da
Costa Pinto está customizada para fazer
etanol 2G a partir de palha e do ba-
gaço de cana, mas trata-se de um
primeiro passo. Afinal, é uma tec-
nologia que transforma diferen-
tes biomassas em biocombustível.
Portanto, com o tempo, a planta
também pode receber outras ma-
térias-primas, como milho, trigo,
cavaco de madeira, eucalipto.
Para a Raízen, o início da pro-
dução do etanol 2G abre portas
para a companhia e torna o negó-
cio ainda mais sustentável, ao pos-
sibilitar o crescimento superlativo
da produção do biocombustível
sem precisar de novas unidades
ou de aumentar a área plantada.
CAPA
65
RECICLAGEM SHOW
Para o destino
ambientalmente correto
RECICLAGEM SHOW
DIVULGAÇÃOINPEV
O Brasil é líder e referência
mundial no assunto, seguido
pela França, Canadá e Polônia
66	 Dezembro · 2014
W
aldemiro Kopp, produtor de
milho, soja e trigo da região
paranaense de Cambé, sem-
pre se preocupou com as embalagens va-
zias dos defensivos agrícolas que utilizava
em sua propriedade. O que o diferencia de
outros produtores é que esse pensamento
teve início ainda na década de 1970, quan-
do ideais sustentáveis eram pouco bus-
cados pela população. Mesmo sem pro-
gramas de logística, Kopp nunca vendeu,
queimou, enterrou ou jogou fora suas em-
balagens, que, naquela época, chegavam
a mais de mil unidades. Guardou tudo la-
vado, dentro do barracão, à espera de um
sistema que desse a possibilidade de des-
tinar adequadamente essas embalagens.
Foram, aproximadamente, 33 anos
de espera. Mas esse dia chegou. Quando
o Instituto Nacional de Processamento de
Embalagens Vazias (inpEV) foi criado, em
2001, o produtor paranaense pôde fazer
sua primeira devolução, entregando três
caminhões cheios de embalagens.
Porém, antes de explicar o programa,
cabe um contexto histórico. A partir da dé-
cada de 1960, houve um aumento na uti-
lização de defensivos agrícolas em todo o
país. As leis criadas visavam apenas regu-
lamentar as aplicações, sem, no entanto,
dispor sobre as destinações. Sem alterna-
tivas, era comum aos agricultores enter-
RECICLAGEM SHOW
Leonardo Ruiz
BRASIL É REFERÊNCIA MUNDIAL QUANDO O ASSUNTO É DESTINAÇÃO
CORRETA DE EMBALAGENS DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS PÓS-CONSUMO
Em 1999, a Andef indicou que 50% das embalagens vazias de defensivos
agrícolas no Brasil eram doadas ou vendidas sem qualquer controle
DIVULGAÇÃOINPEV
67
rar, jogar fora ou queimar esses materiais
após a utilização, um ato que causava da-
nos ao meio ambiente e criava riscos para
a saúde humana.
Em 1999, a Associação Nacional de
Defesa Vegetal (Andef) indicou que, na-
quela época, 50% das embalagens vazias
de defensivos agrícolas no Brasil eram do-
adas ou vendidas sem qualquer controle,
25% tinham como destino a queima a céu
aberto, 10% eram armazenadas ao relen-
to e 15% eram simplesmente abandona-
das no campo.
Visando alterar esse cenário, foi ins-
tituída, em 2000, a Lei Federal 9.974/00
(promulgada em junho de 2000 e regula-
mentada em 2002), que atribuiu aos usu-
ários de defensivos agrícolas a responsa-
bilidade de devolver as embalagens vazias
aos comerciantes que, por sua vez, teriam
de encaminhá-las aos fabricantes. Em caso
de não cumprimento, os envolvidos esta-
riam sujeitos a punição prevista em lei.
Embora a lei tivesse sido criada, ain-
da faltavam meios para que ela fosse cum-
prida em sua totalidade. Dessa forma, em
dezembro de 2001, foi fundado o inpEV,
uma entidade que viria integrar todos os
elos da cadeia e que gerenciasse o siste-
ma da melhor maneira.
InpEV e Sistema
Campo Limpo
Desde sua criação, em 2002, o Sis-
tema Campo Limpo (logística reversa das
embalagens vazias de agrotóxicos), ge-
renciado pelo inpEV, ultrapassou a mar-
ca de 300 mil toneladas de embalagens
retiradas do meio ambiente. O resultado
de 2013 (40.404 toneladas) representa um
aumento de 8% na destinação desse ma-
terial se comparado ao ano anterior, quan-
do o país destinou 37.379 mil toneladas.
Entre janeiro e outubro deste ano,
o Sistema destinou 37.795 toneladas do
material em todo o país. A quantidade é
8% maior se comparada ao mesmo perío-
do de 2013. Para 2015, a expectativa é que
sejam destinadas 45.500 toneladas de em-
balagens vazias de defensivos agrícolas.
DIVULGAÇÃOINPEV
Em 2000, foi criada Lei Federal que
atribuiu aos usuários de defensivos
agrícolas a responsabilidade de devolver
as embalagens vazias aos comerciantes
68	 Dezembro · 2014
Esses dados elevam o Brasil a líder e refe-
rência mundial no assunto, seguido pela
França, Canadá e Polônia.
A gerente de sustentabilidade do
inpEV, Maria Helena Zucchi Calado, conta
que, em termos de devolução (percentu-
al), os estados que mais se destacam são
Mato Grosso, Paraná, São Paulo e Goiás.
“Atualmente, 94% das embalagens plásti-
cas primárias são devolvidas pelos agricul-
tores brasileiros nas mais de 400 unidades
de recebimento presentes em 25 Estados
e no Distrito Federal, que somam mais de
146 mil m² de área construída e ambien-
talmente licenciada”.
Segundo ela, o desempenho exem-
plar do Sistema Campo Limpo e os cres-
centes resultados são reflexos da aplica-
ção de quatro fundamentos: legislação,
que prevê responsabilidades compartilha-
das, integração entre os elos do sistema
(agricultores, fabricantes - estes represen-
tados pelo inpEV -, canais de distribuição
e poder público), investimentos contínu-
os nas áreas de educação e conscientiza-
ção para agricultores e futuras gerações, e
gestão de processos e da informação por
meio de sistemas que orientam a tomada
de decisões.
“Vale lembrar que os benefícios am-
bientais do Sistema podem ser comprova-
dos pelos resultados do sexto estudo de
ecoeficiência realizado pela Fundação Es-
paço ECO. A pesquisa encomendada pelo
inpEV indicou que, entre 2002 e 2013, o
Sistema evitou a emissão de 394 mil to-
neladas de CO2
, volume que corresponde
a dois milhões de árvores que deixariam
de ser cortadas. Sem o programa, a extra-
ção de recursos naturais teria sido 3,8 ve-
zes maior.”
Procedimentos
Após a aquisição de um defensivo
agrícola, o produtor recebe a nota fiscal
da compra que contém, além das informa-
ções usuais, o local onde as embalagens
vazias devem ser devolvidas. No momento
do preparo da calda para aplicação na la-
RECICLAGEM SHOW
Desde sua criação, em 2002, o Sistema
Campo Limpo ultrapassou a marca
de 300 mil toneladas de embalagens
retiradas do meio ambiente
DIVULGAÇÃOINPEV
69
voura, deve-se fazer a tríplice lavagem ou
lavagem sob pressão e perfurar o fundo
do recipiente, evitando assim a sua reutili-
zação. Após esse procedimento, o produ-
tor deve armazenar temporariamente es-
ses materiais em local adequado dentro
de sua propriedade.
A devolução deve ser feita na unida-
Para 2015, a expectativa é que sejam
destinadas 45.500 toneladas de
embalagens vazias de defensivos agrícolas
No momento do preparo da
calda para aplicação na lavoura,
deve-se fazer a tríplice lavagem
DIVULGAÇÃOINPEVDIVULGAÇÃOINPEV
DIVULGAÇÃOINPEV
de de recebimento do Sistema indicada
na Nota Fiscal. Nessas unidades, as emba-
lagens são preparadas pelos funcionários
para seguirem ao destino final (reciclagem
ou incineração). Ao todo, dez reciclado-
res parceiros do Sistema transformam as
embalagens (plásticas, metálicas, pape-
lão e tampas) em 17 diferentes artefatos,
como barricas de papelão, tubos para es-
goto, cruzetas de poste de transmissão de
energia, embalagens para óleo lubrifican-
te, caixas de bateria automotiva, além das
Ecoplásticas Triex, embalagens que têm
suas fabricações voltadas para o envase
do próprio defensivo agrícola produzidas
pela Campo Limpo Reciclagem e Transfor-
mação de Plásticos.
Já as embalagens não laváveis (cer-
ca de 5% do total) e aquelas que não fo-
ram corretamente lavadas pelos agriculto-
res são encaminhadas aos incineradores
parceiros do Sistema.
Ao todo, o Sistema Campo Limpo reúne
mais de 400 unidades de recebimento,
entre centrais e postos, distribuídas
em 25 estados e no Distrito Federal
70	 Dezembro · 2014
Postos
Ao todo, o Sistema Campo Limpo re-
úne mais de 400 unidades de recebimento,
entre centrais e postos, distribuídas em 25
estados e no Distrito Federal. Essas unida-
des são geridas por associações e coope-
rativas, na maioria dos casos com apoio do
inpEV. As unidades de recebimento devem
ser ambientalmente licenciadas para o re-
cebimento das embalagens e são classifi-
cadas como postos ou centrais conforme o
porte e o tipo de serviço efetuado.
Os postos de recebimento, que de-
vem ter, no mínimo, 80 m² de área cons-
truída, realizam serviços como recebimen-
to, inspeção e classificação de embalagens
lavadas e não lavadas, emissão de recibo
confirmando a entrega das embalagens
pelos agricultores e encaminhamento das
embalagens às centrais de recebimento.
Essas centrais, com, no mínimo, 160
m² de área construída, também são geri-
das por uma Associação de Distribuidores
ou Cooperativa, porém, com o gerencia-
mento do inpEV. Além de operar os mes-
mos serviços dos postos de recebimento,
as centrais também realizam a separação
e compactação das embalagens por tipo
(COEX, PEAD MONO, metálica, papelão) e
a emissão de ordem de coleta para que
o inpEV providencie o transporte para o
destino final (reciclagem ou incineração).
Uma dessas centrais é a de Piracica-
ba, SP, gerida pela Cooperativa dos Plan-
tadores de Cana do Estado de São Paulo
(Coplacana). Segunda central construída
RECICLAGEM SHOW
A Coplacana realiza, ainda,
coletas itinerantes de embalagens
vazias em locais variados e
escolhidos estrategicamente
para facilitar a entrega
A cooperativa realiza palestras com crianças visando transmitir conhecimentos
sobre a importância de se destinar corretamente as embalagens vazias de defensivos
DIVULGAÇÃOCOPLACANA
71
INPEV
no país, ela atua recebendo embalagens
de agricultores, usinas e postos de recebi-
mento, sendo esses localizados nos muni-
cípios paulistas de Araras, Santa Cruz das
Palmeiras, Barra Bonita e Cerquilho.
Segundo o superintende da Copla-
cana, Klever José Coral, a central recebe,
anualmente, cerca de 400 toneladas de
embalagens vazias. “É importante ressal-
tar que o inpEV monitora todas as ativida-
des realizadas. Além disso, o Instituto dá
todo o apoio necessário, capacitando fun-
cionários e gestores sobre como atuar e
administrar essas unidades”.
Segundo ele, tanto os grandes gru-
pos como os pequenos agricultores já
aderiram ao Sistema. “As usinas geralmen-
te juntam um número expressivo de em-
balagens e entregam caminhões lotados
nos postos. Já os produtores trazem os
materiais em suas próprias caminhonetes”.
A Coplacana realiza, ainda, coletas
itinerantes de embalagens vazias em lo-
cais variados e escolhidos estrategica-
mente para facilitar a entrega, pois mui-
tas usinas e propriedades ficam a grandes
distâncias de um posto ou central de rece-
bimento. “Além disso, são realizadas, tam-
bém, palestras junto a produtores, e até
mesmo crianças, visando conscientizar a
população a respeito da importância de
se destinar corretamente esses materiais”,
afirma o superintendente.
Volume de embalagens vazias de defensivos agrícolas destinado desde 2002
DIVULGAÇÃOCOPLACANA
72	 Dezembro · 2014
A sustentabilidade palmo a palmo
SOCIOECOEFICIÊNCIA
FERRAMENTA EXCLUSIVA BASF APRESENTA METODOLOGIA PARA
MEDIR E AVALIAR A SUSTENTABILIDADE NA AGRICULTURA
Sede da Fundação
Espaço ECO®
em São
Bernardo do Campo, SP
JOAOATHAIDE
E
m 2005, a BASF, em parceria com a
GIZ (agência de Cooperação Alemã
para o Desenvolvimento Sustentá-
vel), criou a Fundação Espaço ECO®
. (FEE®
).
Alinhada às diretrizes do Pacto Global, sua
missão é promover o desenvolvimento
sustentável no ambiente empresarial e na
sociedade, transferindo conhecimento e
tecnologia, por meio de três eixos de atu-
ação: Socioecoeficiência, Programas Edu-
cativos e Conservação Ambiental, focando
os aspectos sociais, ambientais e econô-
micos em todas suas atividades.
Redson Vieira, gerente de Departa-
mento de Relações Governamentais e Sus-
tentabilidade da Unidade de Proteção de
Cultivos da BASF para o Brasil, explica que
as ações da FEE®
são, de maneira geral,
73
direcionadas aos parceiros de negócios,
ou às comunidades onde a empresa tem
plantas produtivas ou forte atuação. As
iniciativas vão desde a área de educação
com o Atlas Ambiental, o projeto Química
na Vida, que leva às escolas noções sobre
a química no dia a dia, até ferramentas de
medição e gerenciamento da sustentabili-
dade, pois a FEE®
acredita que só se pode
gerenciar aquilo que pode ser medido.
Só se pode gerenciar
aquilo que pode ser medido
Por isso, a FEE®
é responsável pela
aplicação de uma metodologia científica
exclusiva no mundo que compara produ-
tos ou processos, baseadas na norma NBR
ISO14040 – Avaliação de Ciclo de Vida. Tra-
ta-se da Análise de Ecoeficiência, desen-
volvida pela BASF na Alemanha, em 1996,
e constitui em uma inovadora metodolo-
gia que compara indicadores ambientais
e econômicos para sua melhoria contí-
nua. A ferramenta já conta, inclusive, com
a validação de três agências mundialmen-
te especializadas: TÜV Süd da Alemanha, a
empresa norueguesa “Det Norske Veritas”
(DNV) e a National Sanitation Foundation
(NSF) nos EUA.
Emiliano Graziano, gerente de So-
ciecoeficência e responsável pelo estu-
do na Fundação Espaço ECO®
, observa
que essa ferramenta não é apenas dirigi-
da aos clientes BASF, mas um serviço que
a FEE®
disponibiliza ao mercado. Para ofe-
recer um trabalho personalizado em cada
Redson: ações direcionadas aos parceiros de negócios, ou às comunidades
onde a empresa tem plantas produtivas ou forte atuação
74	 Dezembro · 2014
Emiliano:
ferramenta
diferenciada
estudo realizado, além da Aná-
lise de Ecoeficiência, outras
sete ferramentas são aplica-
das, sendo duas delas exclusi-
vas – SEEBALANCE®
e AgBalan-
ceTM
. e outras cinco existentes
no mercado: Avaliação de Ci-
clo de Vida (ACV), Pegada Hí-
drica, Pegada de Carbono e Pe-
gada Energética, o Total Cost
Ownership (TCO) e o HotSpot
Analysis.
Em todo o mundo, já mais
de 700 estudos concluídos com estas me-
todologias, o que impactou diretamen-
te aproximadamente 3500 pessoas. Entre
os principais segmentos atendidos estão
agronegócio, alimentício, construção, ce-
lulose e papel, petroquímico, químico,
têxtil, tintas, entre outros.
O AgBalanceTM
, explica Emiliano, é
uma ferramenta com metodologia di-
ferenciada, pois leva em conta de forma
conjunta os aspectos ambientais, sociais e
econômicos do segmento, além de utilizar
esquemas de ponderação que permitem
avaliar as práticas de produção de forma
ampla em toda a cadeia. Para isso, 69 in-
dicadores, cada um ligado a um dos três
pilares da sustentabilidade, são calculados
por meio da ponderação de aproximada-
mente 200 fatores de avaliação.
Guarani: pioneira
no uso da ferramenta
A SLC Agrícola e a Guarani Açúcar
Etanol e Energia foram as primeiras em-
presas brasileiras a utilizarem a metodolo-
gia científica. O resultado foi apresentado
em 2012. No caso da Guarani, os estudos
basearam-se na comparação entre as Uni-
dades Industriais Andrade, localizada no
município de Pitangueiras, e a Cruz Alta,
na cidade de Olímpia, ambas no noroes-
te Paulista. Nelas também foram avalia-
das as performances econômica, social e
ambiental, incluindo toda a cadeia de su-
SOCIOECOEFICIÊNCIA
75
primentos. A base de comparação foi a
produção de 100 toneladas de cana-de
-açúcar nas duas unidades durante a sa-
fra 2010/11, até o momento da entrega
da cana às usinas para processamento de
etanol, açúcar e energia.
Embora o estudo tenha apontado
uma paridade na maioria dos aspectos
analisados, foram identificadas diferenças
entre a gestão das unidades, tendo como
ponto crucial o manejo dos fertilizantes.
Ambas se utilizam de vinhaça e compos-
to (torta de filtro e cinzas) - subprodutos
Estudo estimula o uso de
resíduos como a vinhaça
na fertilização da cana
do processamento da cana - como opções
ao uso de fertilizantes minerais. AgBalan-
ceTM
apontou que na unidade Cruz Alta há
maior utilização de vinhaça e composto,
se comparada à unidade Andrade. Neste
caso, a recomendação é a intensificação
da utilização dos mesmos, já que propor-
cionam maior benefício ambiental e eco-
nomia na adubação.
Os interessados em medir a susten-
tabilidade de sua produção, basta entrar
em contato com o representante técnico
de venda (RTV) da BASF de sua região.
TADEUFESSELL
76	 Dezembro · 2014
AÇÕES DO BEM
Energia da Guarani abastece
Hospital do Câncer de Barretos
A GUARANI SE PRONTIFICOU A FORNECER AO HOSPITAL 800 MWH DE ENERGIA
COGERADA NAS UNIDADES INDUSTRIAIS DA EMPRESA, DURANTE NOVE MESES
Energia produzida na Guarani
segue pelas linhas cortando
canaviais e seguindo estradas
até chegar às cidades
TADEUFESSEL–CORTESIAUNICA
D
esde 2013 a Guarani provê ener-
gia limpa, produzida a partir do
bagaço da cana-de-açúcar para
um dos principais centros de referência e
combate ao câncer do Brasil: o Hospital de
Câncer de Barretos. No acordo, renovado
em 2014, a Guarani se prontificou a forne-
cer ao hospital 800 MWh de energia coge-
rada nas unidades industriais da empresa,
durante nove meses. Esse montante cor-
responde a 10% do que é consumido pelo
hospital e ajuda a diminuir um déficit ope-
racional da instituição. A quantia é o sufi-
ciente para abastecer o pavilhão Sandy &
Junior, destinado à Internação pediátrica.
Para Jacyr Costa Filho, diretor da di-
visão Brasil da Tereos, proprietária da Gua-
rani, “a empresa se orgulha de ter uma
parceria de longo prazo com o Hospital
do Câncer, que é uma referência nacional.
O aspecto social, ambiental e econômico
do desenvolvimento sustentável estão re-
presentados nesse ato.”
Já para Henrique Prata, diretor ge-
ral do Hospital de Câncer de Barretos, a
doação da Guarani se tornou um exemplo
para que outras usinas também contribu-
íssem com a causa do hospital. “O pionei-
77
rismo na doação de energia nos enche de
orgulho. Esperamos que mais parceiros si-
gam esse modelo.”
Além do fornecimento de energia lim-
pa ao hospital, a Guarani mantém brinque-
dotecas que oferecem brinquedos, jogos e
material educativo para escolas, creches e
centros de referência na região. Esse pro-
jeto estimula a educação e ajuda as crian-
ças a desenvolverem habilidades específi-
cas. Existem brinquedotecas mantidas com
apoio da Guarani em Olímpia, Parisi, Tana-
bi, Barretos, São José do Rio Preto, Colina,
Ibitiúva, Jaborandi e Pitangueiras, cidades
do Noroeste do Estado de São Paulo.
Empresa quadruplicará
capacidade de
geração de energia
Os projetos de cogeração de ener-
gia elétrica para a venda tiveram início na
Guarani em 2003. A energia produzida a
partir do bagaço da cana-de-açúcar é lim-
pa e renovável, contribuindo para o de-
senvolvimento sustentável do Brasil, uma
vez que reduz a emissão de gases poluen-
tes que causam o efeito estufa.
Em 2010, a Companhia aprovou um
plano de investimento que ira quadrupli-
car a sua capacidade de cogerar energia.
Na safra 2013/14, a Companhia produziu
720 000 MWh de energia para o sistema
elétrico e estima comercializar mais de 1
milhão de MWh na atual safra, o que re-
presenta um aumento de 40% em relação
à safra anterior.
Segundo o Balanço Energético Na-
cional de 2013, divulgado pela Empresa
de Pesquisa Energética (EPE), a fonte bio-
massa atingiu uma produção de 39.679
A direção do Hospital de Câncer de Barretos espera que mais parceiros sigam esse modelo
78	 Dezembro · 2014
GWh, incluindo tanto
a energia elétrica des-
tinada para o auto-
consumo das unidades industriais quanto
a encaminhada para o Sistema Interligado
Nacional (SIN). Em relação a 2012, a gera-
ção do ano passado foi superior em 14%,
o equivalente à geração total que a Usi-
na Belo Monte produzirá a partir de 2019,
quando estiver plenamente motorizada.
A fonte biomassa, em novembro de
2013, havia atingido outro marco históri-
co, quando superou a potência instalada
prevista para Belo Monte, de 11.233 MW.
Atualmente, de acordo com a Agência Na-
cional de Energia Elétrica (ANEEL), as 480
termelétricas a biomassa em operação
têm 11.571 MW instalados, representando
8,4% da matriz elétrica do Brasil.
AÇÕES DO BEM
Energia da Guarani
abastece o pavilhão
Sandy & Junior
no Hospital de
Câncer de Barretos
Além do fornecimento de energia limpa ao hospital, a Guarani mantém brinquedotecas
79
Para aplicar bem
TREINAMENTO E FERRAMENTAS QUE POSSIBILITAM INFORMAÇÕES MAIS
COMPLETAS PARA A TOMADA DE DECISÃO SOBRE APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS
Luciana Paiva
A
plicar defensivos agrícolas de for-
ma correta, com menor risco ao
ambiente, ao aplicador e reduzin-
do custos para o produtor. Era o que vi-
sava um projeto do pesquisador Hamilton
Humberto Ramos, do Instituto Agronômi-
co (IAC) e que virou realidade em 2007,
por meio do investimento e apoio da
Arysta LifeScience. Desde seu lançamen-
to, o programa, que ganhou o nome de
Aplique Bem, já percorreu mais de 600 mil
quilômetros e mais de 47 mil pessoas –
entre agricultores, funcionários e demais
interessados – receberam treinamento
gratuito sobre o correto uso dos defensi-
vos agrícolas e as boas práticas de manu-
seio de EPIs.
Esta consultoria garante importan-
tes benefícios ao produtor, pois as técni-
cas e as informações transmitidas auxiliam
na construção de uma agricultura susten-
tável. A precisão em utilizar o defensivo
agrícola torna-se um diferencial produti-
vo, por garantir oportunidades de melho-
rias e vantagens econômicas, para que se-
jam evitados possíveis desperdícios ou até
mesmo que seja utilizada uma quantida-
de de insumo menor do que a necessária.
“Estatísticas mostram que uma má aplica-
ção pode levar a um desperdício de até
70% do produto, o que reflete diretamen-
te no resultado do negócio. E é nesse sen-
O Arysta Fly vê o
canavial de cima
80	 Dezembro · 2014
tido que atua o Programa Aplique Bem –
para orientar o produtor que é possível
minimizarmos de forma significativa esse
problema”, ressalta Líria Hosoe, gerente
de Registro da Arysta LifeScience.
Lucas Rona, gerente de marketing
no segmento cana-de-açúcar da Arys-
ta, salienta que o foco da empresa não é
apenas oferecer produtos, mas soluções
que contribuam para a sustentabilidade
do agronegócio e ações como o Aplique
Bem, o que demostra o comprometimen-
to da Arysta em contribuir para uma ativi-
dade mais sustentável, segura e eficiente
para toda a cadeia da produção agrícola.
No segundo semestre de 2014, para
realizar atendimentos em todo o país, o
Aplique Bem ganhou um terceiro veículo,
PRÁTICA SUSTENTÁVEL
o Tech Móvel. Líria diz que, com mais essa
unidade, o programa amplia sua capacida-
de de proporcionar, por meio da dissemi-
nação do conhecimento, maior proteção
ambiental e humana, além de contribuir
para a redução de custos de produção. “O
objetivo do Aplique Bem vem sendo al-
cançado. Hoje, os produtores rurais estão
mais conscientes das falhas que podem
ocorrer durante a aplicação de agroquími-
cos. Nas revendas, também constatamos
aumento da procura por equipamentos de
proteção, pontas de pulverização, manô-
metros e outros materiais utilizados para
manutenção das máquinas”, ressalta Líria.
O sucesso do Aplique Bem no Bra-
sil despertou interesse internacional. A
Arysta informa que o programa já é rea-
O Aplique Bem conta com três unidades do Tech Móvel
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  • 3. 3 Clivonei Roberto clivonei@canaonline.com.br Luciana Paiva luciana@canaonline.com.br CÁ ENTRE NÓS J á que em 2014 o cenário não foi dos melhores, fechamos o ano com um tema que renova a vida: sustentabilidade. Nas páginas da CanaOnline, o lei- tor poderá conferir o especial AGROBem que destaca exemplos da agroindústria sustentável. Com belas fotos, bons resultados, ações do bem, boas práticas e, principal- mente, soluções para engordar o caixa, esperamos passar energia positiva como inspiração para o ano que se inicia. Não é segredo que há muita gente com a pulga atrás da orelha em relação a 2015, por isso, desejamos que o Novo Ano seja muuuito melhor do que esperamos. Feliz Natal, Feliz 2015!!! Um 2015 muuuito melhor do que esperamos!!!
  • 4. Capa Etanol muito mais verde! Sustentabilidade - A dama da sustentabilidade Índice de Sustentabilidade Empresarial - Empresa responsável dá lucro Água - Exemplo em gestão hídrica - Águabemaproveitada - Pesquisa apresenta alternativas para reduzir consumo de água nas usinas Desenvolvimento Sustentável - Sustentabilidade no DNA ÍNDICE Economia - Qual o tratamento, doutor? Leitura - Usina Santa Fé sacia a fome de quem quer conhecimento Soluções Integradas - Maior produtividade também é sustentabilidade ReciclagemShow - Para o destino ambientalmente correto Socioeficiência - A sustentabilidade palmo a palmo
  • 5. Editores: Luciana Paiva luciana@canaonline.com.br Clivonei Roberto clivonei@canaonline.com.br Redação: Adair Sobczack Jornalista adair@canaonline.com.br Leonardo Ruiz Estagiário de jornalismo leonardo@canaonline.com.br Marketing Regina Baldin Comercial Anderson Siqueira comercial@canaonline.com.br Editor gráfico Thiago Gallo Ações do Bem - Energia da Guarani abastece Hospital do Câncer de Barretos Prática Sustentável - Para aplicar bem Fundação - Gigante também na sustentabilidade Ambiental - Semeando o futuro Biodiversidade - Elas estão voltando Tecnologia - Gerenciamento de riscos em projetos Certificação Socioambiental - O valor da sustentabilidade Educação - Setor sucroenergético e DuPont solidificam parceria com ações socioambientais Cana Substantivo Feminino - Pré-programação IV Encontro Cana Substantivo Feminino - Debatedores confirmados Aproveite melhor sua navegação clicando em: Áudio LinkFotosVídeo Entre em contato: Opiniões, dúvidas e sugestões sobre a re- vista CanaOnline serão muito bem-vindas: Redação: Rua João Pasqualin, 248, cj 22 Cep 14090-420 – Ribeirão Preto, SP Telefones: (16) 3627-4502 / 3421-9074 Email: luciana@canaonline.com.br www.canaonline.com.br CanaOnline é uma publicação digital da Paiva& Baldin Editora
  • 6. 6 Dezembro · 2014 SUSTENTABILIDADE A dama da sustentabilidade A UNICA FOI A PRIMEIRA ASSOCIAÇÃO DE AGRONEGÓCIO NO MUNDO E PRIMEIRA ENTIDADE ASSOCIATIVA BRASILEIRA A PUBLICAR UM RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE NOS PADRÕES GRI. E IZA BARBOSA TEM TUDO A VER COM ESSE FEITO Luciana Pava e Clivonei Roberto A agroindústria canavieira sem- pre teve forte ligação com o so- cial, mas nos últimos 10 anos, esse processo evoluiu para um novo con- ceito: sustentabilidade. A cadeia sucroe- nergética passou a buscar o equilíbrio en- tre o econômico, o ambiental e o social. Este processo ganhou força quando a Uni- ca (União da Indústria da Cana-de-açúcar), contratou, em 2001, Maria Luiza Barbo- sa, a Iza. Bacharel em Pedagogia e Defi- cientes de Áudio Comunicação pela Pon- tifícia Universidade Católica de São Paulo, com especializações em Educação Espe- cial pela Universidade Mâcon (França), em Terceiro Setor pela FGV e Educação Comu- nitária pelo Sesi, Iza é uma das fundadoras do Instituto Gaia Revida, que trabalha com desenvolvimento de pessoas desde 1987. Também implantou a área de responsabi- lidade social do Banco HSBC no Brasil. Era um momento de mudança no “Manter um projeto social é importante, mas não significa que a empresa seja socialmente responsável”
  • 7. 7 setor. Eduardo Carvalho, o primeiro pre- sidente profissional da Unica, apresen- tou uma gestão inovadora que estimula- va voos mais audazes. E Iza aproveitou a oportunidade. Com o seu conhecimento, contribuiu para que o setor fizesse a ponte entre o social e a sustentabilidade. Criou o Núcleo de Responsabilidade Social da en- tidade. As unidades já realizavam traba- lhos sociais, algumas até com áreas bem organizadas e que promoviam ações que eram referência nas comunidades onde estão inseridas. Mas com a criação do Nú- cleo, as associadas passaram a desenvol- ver programas de responsabilidade social e metas definidas e orientadas. Para isso, investiu na formação de gestores socioambientais. Entre as ações para aprendizagem desses gestores, a Unica firmou parceria com o Instituto Ban- co Mundial para desenvolver o Programa de Responsabilidade Social Corporativa e Competitividade Sustentável nas empre- sas associadas e nas universidades de São Paulo e Campinas. Participaram, na pri- meira etapa, 400 colaboradores das usinas e 2000 estudantes universitários. O curso foi adaptado e personalizado para aten- der a realidade da agroindústria canaviei- ra, e expandir no setor sucroalcooleiro o A extinção da queima decretou o fim do corte manual: o que fazer com o cortador de cana?
  • 8. 8 Dezembro · 2014 conhecimento de responsabilidade social na nova gestão corporativa. Da evolução do social à sustentabilidade Exigente e workaholic, Iza não me- diu esforços para disseminar conceitos conectando negócio, ética, transparência e responsabilidade. Colocou o pé na es- trada e foi conhecer a realidade do setor, conversar com quem faz o dia a dia das unidades produtoras, com empresários e políticos, costurar acordos e ensinar boa parte do que hoje o setor conhece por sustentabilidade. Solo preparado, muda plantada e aos poucos o conceito de responsabilidade social começou a brotar e ser incorpora- da ao negócio. “O que me deixou animada é que foi aumentado consideravelmente a adesão de gestores às práticas socioam- bientais, independente da força do mer- cado, mas porque acreditam e empregam a sustentabilidade em sua vida. Um exem- plo foi a participação voluntária das asso- ciadas da Unica ao Protocolo Agroambien- tal no Estado de São Paulo para antecipar o fim da queima da cana”, explica. Mas com o fim da queima, o que fa- zer com os cortadores de cana? Iza enca- beçou a criação dos Projetos Renovação e Renovação Comunidade, frutos da ação conjunta entre usinas, entidade represen- tativa dos trabalhadores e empresas priva- das, que resultaram na requalificação de milhares de cortadores e ex-cortadores de cana, além de pessoas da comunidade. Depois de propagar, ao longo dos Qualificação profissional: professores do Senai ensinam como operar colhedoras de cana SUSTENTABILIDADE
  • 9. 9 anos, uma nova visão de negócio den- tro do setor, ela tem muito a comemorar. “Não é coincidência. As empresas que rea- lizam as melhores práticas são justamente as que apresentam maior valor de negó- cio.” Para ela, isso também é resultado da satisfação do público interno que, ao es- tar em um bom ambiente de trabalho, ser valorizado e gostar da empresa, fica bem mais comprometido com a organização, produzindo mais e melhor. “Os resultados podem ser vistos em elevação de produti- vidade, maior eficiência e menor desper- dício”, frisa Iza, mencionando ainda que a empresa ganha em melhoria da imagem e credibilidade junto ao mercado. Relatório de Sustentabilidade Iza coordenou outro importante fei- to: a Unica foi a primeira associação de agronegócio no mundo e primeira entida- de associativa brasileira a realizar um Re- latório de Sustentabilidade com base nos parâmetros da Global Reporting Initiative (GRI), entidade reconhecida mundialmen- te como detentora dos parâmetros mais completos e respeitados para esse tipo de relatório. Publicado em dezembro de 2008 e auditado pela PricewaterhouseCoopers, o relatório trouxe pesquisa de mais de 150 indicadores socioambientais. Registrou, por exemplo, que na época as associadas desenvolviam mais de 600 projetos socio- ambientais, que demandavam investimen- tos de R$ 160 milhões, beneficiando apro- ximadamente 400 mil pessoas. E que não eram ações a esmo, e sim resultados de Mais de 800 pessoas prestigiaram lançamento da segunda etapa do projeto RenovAção ALBERTOGONZAGA
  • 10. 10 Dezembro · 2014 pesquisas sobre as carências da comuni- dade nas áreas da saúde, educação, meio ambiente, cultura, esporte, qualidade de vida e capacitação profissional. A publicação colocou o setor sucro- energético na vanguarda da sustentabili- dade no país. O relatório da Unica criou um benchmarketing para o setor sucroe- nergético, tornou-se uma ferramenta de comparação, para identificar as melhores práticas e, posteriormente, adequá-las à realidade de outras empresas. Em junho de 2011, a Unica publicou a segunda edi- ção de seu Relatório de Sustentabilidade. Iza também participou do grupo de pesquisa e criação técnica para definição dos critérios a serem avaliados pelos indi- cadores da Certificação Bonsucro, associa- ção criada com o objetivo de reduzir os im- pactos ambientais e sociais da produção de cana-de-açúcar. Em seu currículo ainda constam mais de 120 palestras e seminários nacionais e internacionais. Não é à toa que hoje Iza é uma das profissionais de maior credibilidade no país na área de sustentabi- lidade e responsabilidade socioambiental. Relatório de Sustentabilidade auxilia a gerir mudanças Em 2013, a Unica extinguiu o depar- tamento de Responsabilidade Social e Iza passou a ser consultora da entidade, coor- denando a participação do setor sucroe- nergético no Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego). Ela se dedicou muito para que o Pronatec passasse a oferecer um atendimento diri- gido ao setor e obteve sucesso: o sucroe- nergético foi o primeiro segmento econô- mico a ter cursos personalizados voltados para a sua realidade. E cada vez mais Iza está ligada ao tema sustentabilidade. Para facilitar o aces- so das empresas por esse caminho, criou a Terra Grata. “Nosso objetivo é oferecer serviços e tecnologias inovadoras que aju- dem os nossos clientes a alcançarem suas metas de forma efetiva e sustentável”, ex- Em 2008, Iza Barbosa ao lado de Marcos Jank, na época presidente da Unica, entregam o 1º Relatório de Sustentabilidade da entidade a profissionais do setor
  • 11. 11 plica. É também diretora da Ecológica ID, uma empresa criada por profissionais da área de sustentabilidade e meio ambiente e pelo Grupo IBOPE. Entre os serviços oferecidos por Iza e sua equipe está a elaboração de Rela- tórios de Sustentabilidade. Segundo ela, esse documento auxilia as empresas a es- tabelecer metas, aferir desempenho e ge- rir mudanças com vistas a tornar suas ope- rações mais sustentáveis, ao informar os impactos – positivos ou negativos – sobre o meio ambiente, a sociedade e a econo- mia. Assim, eles dão forma tangível e con- creta as questões abstratas, ajudando as organizações a compreender e gerir me- lhor os efeitos do desenvolvimento da sustentabilidade sobre suas atividades e estratégias. Mundialmente, as diretrizes mais uti- lizadas pelas companhias na elaboração de seus relatórios são as da GRI, as quais são revisadas e atualizadas periodicamen- te. Em 2014, algumas empresas já utiliza- ram as diretrizes da versão mais recente da GRI, que são as Diretrizes G4, na elabo- ração de seus relatórios. Exemplo vem do setor sucroenergé- tico. A Usina São Manoel, com a assessoria da Iza, lançou no fim de 2014 o relatório referente às safras 2012/2013 e 2013/2014 seguindo as diretrizes da GRI-G4. Ela ex- plica que as Diretrizes G4 constituem um marco internacional relevante em apoio a uma abordagem padronizada de elabo- ração de relatórios, elevando o grau de transparência e consistência necessário para tornar as informações úteis e confiá- veis para mercados e a sociedade. Quem estiver disposto a adentrar pelas portas da sustentabilidade, fique à vontade para procurar a Iza. Com muita satisfação, ela o conduzirá por esse cami- nho: iza.barbosa@terragrata.com.br. Segunda edição do Relatório de Sustentabilidade da Unica foi lançada e distribuída no Ethanol Summit de 2011
  • 12. 12 Dezembro · 2014 O s interesses do mundo corpora- tivo podem conviver em harmo- nia com práticas responsáveis do ponto de vista ambiental e social. É isto que comprovam as empresas que inte- gram o Índice de Sustentabilidade Empre- sarial (ISE) da BM&FBovespa. Criado há dez anos, é o quarto índi- ce de sustentabilidade em bolsa de valo- res a ser lançado mundialmente, reunin- do empresas com as melhores práticas em gestão empresarial, ao mesmo tempo em que incentiva as companhias brasileiras, listadas na bolsa de valores, a buscarem o crescimento econômico com inclusão so- cial e respeito ao meio ambiente. Pode- se dizer que o Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBovespa é um indu- tor do mercado de Investimento Sustentá- vel e Responsável no Brasil. O ISE é semelhante aos outros indi- cadores de mercado, como o Índice Boves- pa (Ibovespa). Todos os índices procuram ser referência para o mercado de ações e medem o retorno médio de uma cartei- ra teórica de ações, o que até este ponto é igual para todos. O que diferencia cada um dos índices é o conjunto de ações que formam a sua carteira e os critérios utili- zados para a sua escolha, que refletem os objetivos do indicador. No caso do ISE, são selecionadas as ações que, além da liquidez mínima (ne- cessária para que os fundos possam repli- car a carteira teórica e oferecer aos seus clientes), são emitidas por empresas “sus- tentáveis”. Seriam aquelas que se desta- cam das demais participantes após passar por um minucioso processo de seleção que avalia seu alinhamento estratégico com a sustentabilidade e práticas adotadas. Esta avaliação é feita por meio de um amplo questionário que avalia aproxima- damente 70 indicadores distribuídos em sete dimensões: Geral, Natureza do Pro- duto, Governança Corporativa, Econômi- Clivonei Roberto O ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL DA BM&FBOVESPA COMPLETA 10 ANOS, REUNINDO AS COMPANHIAS COM MELHORES PRÁTICAS EM GESTÃO SUSTENTÁVEL DO PAÍS Empresa responsável dá lucro ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
  • 13. 13 Levantamento da Aon/Warthon mostra que o ISE gerou mais que o dobro do retorno no período de novembro de 2005 até 14 de abril deste ano, com 142,7% de rentabilidade
  • 14. 14 Dezembro · 2014 co-Financeira, Social, Ambiental e Mudan- ças Climáticas. Objetivos Cada vez mais investidores têm se mostrado preocupados com o direciona- mento de seus investimentos, buscando alinhar o retorno financeiro e as questões sociais, ambientais e de governança cor- porativa. Nesse sentido, pode-se afirmar que o principal objetivo do ISE é orientar essa classe de investidores, que deseja di- recionar seus recursos para empresas que se destacam pelo seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e alinha- mento estratégico com a sustentabilidade. Acredita-se que uma empresa ali- nhada estrategicamente com a sustenta- bilidade tenha mais condições de enfren- tar os riscos e aproveitar as oportunidades em um mundo de crescentes conflitos, restrições e escassez, ao mesmo tempo cheio de necessidades e oportunidades. Mas sem deixar de ter uma gestão empre- sarial transparente, profissional e sólida. Atualmente composto por represen- tantes de 11 importantes instituições, nacio- nais e internacionais, o Conselho do ISE (CISE) é o órgão máximo de deliberação do índice e tem como missão garantir um processo ético e transparente de construção do ISE. As 11 instituições que hoje têm representação no conselho são: • BM&FBOVESPA – que ocupa a pre- sidência do conselho; • Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC); • Associação Brasileira das Entida- des Fechadas de Previdência Com- plementar (ABRAPP); • Associação Brasileira das Entida- des dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA); • Associação dos Analistas e Profis- sionais de Investimentos do Merca- do de Capitais (APIMEC) – que ocu- pa a vice-presidência do conselho; • MinistériodoMeioAmbiente(MMA); • Programa das Nações Unidas para o meio Ambiente (PNUMA); • International Finance Corporation (IFC); • Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE); • Instituto dos Auditores Indepen- des do Brasil (IBRACON); • A Fundação Getulio Vargas, por meio do seu Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces), é parceiro técnico da BM&FBOVES- PA, sendo responsável pelo desen- volvimento e aprimoramento da metodologia do ISE, além da coor- denação e condução do processo de análise das empresas para re- visão anual da carteira do índice. ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
  • 15. 15 Do indicador à rotina da empresa Muito mais do que aquelas cifras e indicadores que fazem parte da rotina dos empresários e executivos do mercado fi- nanceiro, o ISE permite um outro olhar so- bre o mundo dos negócios. Basta analisar cada relatório das companhias que inte- gram a carteira para descobrir que é pos- sível empreender, ter lucro e solidez com transparência, ética e responsabilidade socioambiental. “O objetivo do ISE é criar um ambien- te de investimento compatível com o de- senvolvimento sustentável da sociedade contemporânea e estimular a responsabi- lidade ética das corporações por meio de boas práticas empresariais. Para tanto, sua finalidade é a de oferecer aos investidores uma opção de carteira de ações de em- presas reconhecidamente comprometidas com a responsabilidade social e a susten- tabilidade empresarial”, explica Juliana Gi- rardelli Vilela, advogada da área societária. E buscar o ISE também está relacio- nado ao esforço de levar os parâmetros da sustentabilidade a todos os stakehol- ders da empresa. No setor de produção de celulose de eucalipto, a Fibria - empre- sa 100% brasileira, com ações listadas no Novo Mercado da BM&FBovespa e na Bol- sa de Nova York (NYSE) – possui um pro- grama que engloba cerca de 2,9 mil con- tratos de cultivo da matéria-prima, sendo que há produtores com mais de um con- trato, o que soma ao redor de 80 mil hec- tares plantados com eucalipto. Trata-se do Poupança Florestal. “Um programa que parte da legalidade. Assim, para que o produtor possa aderir, ele deve, obrigato- riamente, estar em dia com a Legislação Ambiental vigente e de acordo com as leis trabalhistas”, explica Ézio Tadeu Lopes, ge- rente de Poupança Florestal da empresa no Espírito Santo e Bahia. “A ideia central do programa é que o eucalipto não substitua outras culturas, e sim que seja uma opção na diversificação de renda. Tanto que grande parte dos pro- dutores emprega seu cultivo em sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, o ILPF”, revela Lopes. “Outro grande bene- fício do Poupança Florestal é a preserva- ção das matas nativas, pois a Fibria permi- Equilíbrio é a base da sustentabilidade
  • 16. 16 Dezembro · 2014 te que até 3,5% da floresta plantada fique com o produtor. Assim, não há necessida- de de derrubar espécies nativas, seja para fazer lenha para consumo ou para empre- gar na construção de benfeitorias rurais”, aponta. A Fibria possui uma área florestal de aproximadamente 968 mil hectares, lo- calizada em seis estados brasileiros (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espí- rito Santo, Bahia e Mato Grosso do Sul). Deste total, mais de 343 mil hectares são destinados à conservação ambiental. Por refletir o alto grau de compro- metimento da empresa com práticas que aliam desempenho financeiro, sustenta- bilidade e governança corporativa, a Fi- bria foi selecionada para integrar pelo sexto ano consecutivo o Índice de Sus- tentabilidade Empresarial da BM&FBo- vespa. A companhia foi incluída na car- teira de ações do ISE 2015, que irá vigorar de 5 de janeiro de 2015 a 2 de janeiro de 2016. Elaborado em parceria com o Cen- tro de Estudos em Sustentabilidade (GV- ces) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o ISE contempla ações das 40 melhores empresas sob a ótica de Sustentabilida- de Empresarial e avalia o equilíbrio entre crescimento econômico, responsabilidade social e desempenho ambiental. Segundo a BM&FBovespa, a carteira de 2015 reú- ne companhias abertas de 19 setores da economia que somam R$ 1,22 trilhão em valor de mercado, o equivalente à meta- de do valor total das empresas com ações negociadas na Bolsa de Valores brasileira, com base no fechamento de 24/11/2014. Fibria: eucalipto como diversificação de renda ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL
  • 17. 17
  • 18. 18 Dezembro · 2014 ÁGUA Setor sucroenergético já estabeleceu diversos programas rigorosos de gestão ambiental e de recursos hídricos
  • 19. 19 Exemplo em gestão hídrica SETOR SUCROENERGÉTICO JÁ ADOTA, HÁ DÉCADAS, UMA POSTURA SUSTENTÁVEL QUANDO O ASSUNTO É CONSERVAÇÃO E O USO RACIONAL DA ÁGUA RODRIGOPETTERSON/USINASITAMARATI
  • 20. 20 Dezembro · 2014 O momento nunca foi tão propício para abordar o tema racionaliza- ção e reuso de água na indústria canavieira. Desde outubro de 2014, a re- gião Sudeste, principalmente o Estado de São Paulo, responsável por 60% da produ- ção canavieira do Brasil, vivencia uma das maiores estiagens de sua história. A contínua escassez de chuvas em alguns estados da região Centro-Sul pro- vocou sérios danos à cultura da cana-de -açúcar, reduzindo a oferta de matéria -prima e levando usinas a anteciparem o encerramento da safra. A boa notícia é que o setor, cada vez mais, adota o uso racional e eficiente dos re- cursos hídricos, reduzindo de forma significa- tiva a captação de água nos últimos 30 anos. Graças ao reuso, a retirada média pelo setor caiu de 15 a 20 metros cúbicos por tonelada na década de 70, para a média atual abaixo de dois metros cúbicos por tonelada, com al- gumas unidades industriais chegando a cap- tar menos de um metro cúbico por tonelada. Segundo o consultor Ambiental e de Recursos Hídricos da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), André Elia Neto, a técnica de reutilizar traz benefícios ambientais significativos, como a diminui- ção da captação do volume do recurso hí- ÁGUA Leonardo Ruiz DIVULGAÇÃOUSINASÃOMARTINHO
  • 21. 21 drico gerado e com a redução da poluição, já que a descarga de efluentes (resíduos) é minimizada. Há também benefícios eco- nômicos para a empresa, com o decrésci- mo da cobrança pelo uso da água. Na opinião do especialista, a introdu- ção de processos de racionalização e reuso de água vem diminuindo de forma abrupta a demanda pelo recurso hídrico. Tecnologias de ponta em desenvolvimento e outras a se- rem desenvolvidas possibilitarão aproveitar melhor a água contida na cana, podendo-se atingir um novo patamar de captação abai- xo de 0,5 m³/t de cana processada. DIVULGAÇÃOUSINASITAMARATI Segundo Caetano Henrique Grossi, a Usinas Itamarati vem reduzindo, a cada ano, seu consumo de água, chegando a 42% na safra 2013/14 Graças ao reuso, a retirada média pelo setor canavieiro caiu de 15 a 20 metros cúbicos por tonelada na década de 70 para abaixo de dois metros cúbicos por tonelada
  • 22. 22 Dezembro · 2014 ÁGUA Programas de gestão Para o gerente de meio ambiente da Usinas Itamarati, Caetano Henrique Gros- si, é de vital importância para a socieda- de que o setor sucroenergético demonstre a sua capacidade evolutiva em benefício do meio ambiente. “Não se trata somen- te da redução do consumo de água, mas das consequências dessa relação na qua- lidade de vida e no bem-estar da socie- dade no presente e no futuro. Ou seja, a sustentabilidade deve atender às necessi- dades presentes sem comprometer a pos- sibilidade de que as gerações futuras sa- tisfaçam as suas próprias necessidades”. Com esse ideal, a empresa, com sede em Nova Olímpia, Sudoeste do Mato Gros- so, vem reduzindo, a cada ano, seu con- sumo de água, chegando a 42% na safra 2013/14. Esse número foi alcançado devi- do à adoção de diversas medidas, como eliminação de perdas de água em todo o processo industrial e reutilização de águas menos nobres em processos que permi- tam a sua utilização. Além disso, o gerente de meio am- biente conta que a implantação do Sistema de Gestão Ambiental também contribuiu para melhorar o desempenho ambiental da empresa. “O alto nível de comprometi- mento de todos empregados dos diversos níveis e funções hierárquicas é vital para o cumprimento de nossa Política Ambiental. O nosso planejamento ambiental é volta- do para o pensamento proativo, favore- cendo a melhoria contínua do processo produtivo industrial”, afirma Grossi. Entre os benefícios dessas práticas, segundo ele, estão a redução do impac- to ambiental causado pela menor retira- DIVULGAÇÃOUSINASITAMARATI Resfriamento e reutilização da água
  • 23. 23 A Usinas Itamarati realiza monitoramentos periódicos de suas operações e atividades que possam gerar impactos sobre o meio ambiente da de água do manancial, diminuição na geração de efluentes líquidos no pro- cesso industrial, além de uma queda do consumo de insumos para o trata- mento da água, uma vez que o volume captado é menor. “O circuito aberto de águas se carac- terizava pela captação e utilização da água no processo industrial e o seu lançamen- to nos cursos de água sem um tratamen- to adequado. Eram comuns problemas re- lativos a aumento da carga orgânica e da temperatura dos cursos de água localiza- dos à jusante das unidades industriais, de- vido ao lançamento de efluentes em con- dições impróprias.” Grossi afirma que, agora, o circuito fechado de águas se caracteriza, principal- mente, pelo melhor aproveitamento das águas e menor volume captado. “Atual- mente, também não ocorrem lançamentos de efluentes nos cursos de água. As águas residuárias, junto com a vinhaça, são utili- zadas na fertirrigação dos canaviais”. Monitorando A Usinas Itamarati realiza, ainda, mo- nitoramentos constantes de suas ope- rações e atividades que possam gerar impactos sobre o meio ambiente. Perio- dicamente, os resultados são analisados criticamente pela gerência do Sistema de Gestão Ambiental. Esta análise visa o con- trole dos aspectos e impactos ambientais, a fim de garantir um desempenho adequa- do com a legislação e outros requisitos. A empresa realiza continuamente, segundo Grossi, o monitoramento da qua- lidade das águas superficiais e subterrâne- as da região. Segundo ele, são efetuadas coletas de amostras de águas superficiais dos rios, córregos e lagoas para a avalia- ção da sua qualidade por meio de parâ- metros químicos, físicos e biológicos. O acompanhamento da qualidade das águas subterrâneas é realizado através de poços de monitoramento. Também são efetua- das coletas de amostras de efluentes em sistemas de tratamento de esgoto e sepa- radores de água e óleo para a avaliação da qualidade antes da sua disposição final. DIVULGAÇÃOUSINASITAMARATI
  • 24. 24 Dezembro · 2014 ÁGUA Tratar águas residuais não é mais luxo, é necessidade Água bem aproveitada D esperdício de água é crime am- biental e ao caixa da empresa. Ainda bem que o mercado ofere- ce tecnologias e serviços que permitem o uso racional e o reuso de água A maior estiagem dos últimos 50 anos na região Centro-Sul do Brasil au- mentou a atenção para a necessidade de utilizar a água de maneira sustentável. Isso estimulou diversas empresas a buscarem soluções para minimizar problemas rela- cionados à disponibilidade hídrica e ao lançamento de efluentes. Com isso, a de- manda por instalações e projetos de reu- so de água vem crescendo muito devido ao aumento do custo da água e das limi- tações de descarte das águas que são uti- lizadas em indústrias. “Estamos em um período onde todo mundo está falando sobre a importân- cia da água, inclusive, sobre a falta dela nas usinas. Dessa forma, o tratamento e a recuperação de algumas águas residu- ais para a reutilização é algo muito impor- tante para o setor sucroenergético”, afirma Rogério Barros, diretor-comercial da Alco- lina Química e Derivados, empresa locali- zada em Cravinhos, SP. Com 20 anos de mercado, a Alcolina, segundo Rogério Barros, oferece portfólio completo de soluções para todos os pro- cessos de fabricação do açúcar e etanol, mas, atualmente, o grande destaque tem sido as soluções em tratamento de água. A empresa oferece ampla linha de aditivos químicos e equipamentos de última ge-
  • 25. 25 ração para os mais diversos tipos de Tra- tamento de Águas. Tem um portfólio de produtos e equipamentos para ETA (Esta- ção de Tratamento de Água), ETE (Estação de Tratamento de Efluentes), Osmose Re- versa, Sistema de Resfriamento, Caldeiras de Alta e Baixa Pressão, Eletrodeionização, Desmineralização, Abrandador, Leito Mis- to e Ultrafiltração. E possui um Departa- mento Técnico estruturado para indicar qual é a melhor solução para as empresas, de acordo com o perfil de cada uma delas. Um dos serviços realizados pela Al- colina na área de água, destacado por Ro- gério Barros, é na Odebrecht Agroindus- trial. A Alcolina é responsável por todo o tratamento de resfriamento das unida- des da Odebrecht. “É um negócio diferen- ciado, pois eles não compram o produto, mas os serviços. O Grupo paga, por exem- plo, um valor X por 1.000 m³ de água tra- tada e nós entramos com os equipamen- tos corretos e com o pessoal qualificado para a realização do procedimento”, finali- za. Com nove Unidades operando, a Ode- brecht Agroindustrial, na safra passada, consumiu 23 milhões de metros cúbicos de água, sendo 14,7 milhões de metros cúbicos de águas recicladas ou reutiliza- das, média de 64% do total consumido. Rogério salienta que a Alcolina busca, cada vez mais, novas tecnologias que ofereçam excelente custo-benefício às empresas
  • 26. 26 Dezembro · 2014 ÁGUA Uma das caldeiras da Unidade Rio Claro, da Odebrecht Agroindustrial, localizada em Caçú, GO: água de boa qualidade é fundamental para a produção de energia Rogério salienta que existem inúme- ras práticas para o tratamento de águas, por isso a Alcolina busca, cada vez mais, novas tecnologias que ofereçam excelente custo -benefício às empresas. Mais informações: (16) 3951-5080 - www.alcolina.com.br
  • 27. 27 Piracicaba, permitiu traçar um diagnósti- co quanto à intensidade da utilização de recursos hídricos nas atividades relaciona- das ao cultivo da cana-de-açúcar. Os da- Pesquisa apresenta alternativas para reduzir consumo de água nas usinas O BALANÇO TAMBÉM FORNECE DADOS QUE PERMITEM ESTIMAR O CONSUMO DE EFLUENTES E ESTABELECER O TIPO DE OPERAÇÃO UNITÁRIA PARA O SEU TRATAMENTO Fonte: Embrapa Informática Agropecuária As unidades sucroenergéticas investem em tecnologia para reduzir a utilização de água U m levantamento realizado pela Embrapa Informática Agropecu- ária (Campinas, SP), em conjunto com a Faculdade de Tecnologia (Fatec) de NIELSANDREAS
  • 28. 28 Dezembro · 2014 ÁGUA dos obtidos auxiliam no desenvolvimento de soluções sustentáveis para as produ- ções de etanol e de açúcar. O Brasil é o maior produtor de cana, de açúcar e de etanol de cana do mundo. No País funcionam 347 usinas. Segundo dados da Companhia Nacional de Abaste- cimento (Conab) e do Ministério da Agri- cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), na safra 2013/2014 foram produzidos 40,97 milhões de toneladas de açúcar e 27,17 bilhões de litros de etanol numa área plantada de 8,8 milhões de hectares. Isso significa que houve o consumo apro- ximado de 882 milhões de metros cúbicos (m³) de água pelas usinas, embora a maio- ria tenha circuitos de água fechados. Por meio dos resultados demonstra- dos pela metodologia é possível determinar a quantidade de consumo de água na pro- dução e as medidas necessárias para a sua otimização de uso e reuso, assim como dis- tinguir os processos de utilização de água e efetuar o dimensionamento de tubulações (coletores, distribuidores, entre outros), bombas, trocadores de calor, evaporadores e estações de tratamento de água. De acordo com o pesquisador da Embrapa Informática Agropecuária Fábio César da Silva, o balanço também fornece dados que permitem estimar o consumo de efluentes e estabelecer o tipo de ope- ração unitária para o seu tratamento, além de avaliar o impacto do uso da água pela destilaria, no caso da produção de etanol, e pela fábrica, na produção de açúcar. Cresce a produção e cai o consumo de água Ele explica que, três décadas atrás, a captação de água na indústria sucroalco- oleira era de 15 a 20 m³ por tonelada de cana. Uma rápida redução ocorreu devi- do à legislação ambiental e à implantação do sistema de cobrança pela utilização de recursos hídricos, decorrentes da Consti- tuição Federal de 1988. Um levantamento realizado pelo Centro de Tecnologia Cana- vieira (CTC), em 1997, analisou a captação de 34 usinas da Copersucar, que chegou à média de 5 m³ por tonelada. Em 2012, no Estado de São Paulo o valor foi de 1,26 m³ por tonelada, de acordo com dados da Se- cretária do Meio Ambiente de São Paulo. Quatro usinas foram submetidas aos métodos de avaliação propostos pela pes- Segundo Silva, os estudos realizados reduzem a captação de 0,69 a 0,62 m³ por tonelada
  • 29. 29 quisa realizada em colaboração entre a Embrapa e a Fatec. Três delas apresenta- ram uma relação de consumo de água por tonelada de cana satisfatória e dentro dos parâmetros hídricos solicitados pela Se- cretaria do Meio Ambiente, que determina que o consumo de água deve ser abaixo de 0,7 m³ por tonelada de cana processa- da. Uma usina analisada, que utiliza 1 m³ por tonelada, deve investir na otimização do balanço hídrico da fábrica. Segundo Silva, os estudos realizados reduzem a captação de 0,69 a 0,62 m³ por tonelada, indicando as práticas que per- mitem chegar a esses valores. “Como so- lução para o uso inadequado e exagerado dos recursos hídricos nas produções de ál- cool, podemos apontar a otimização dos fatores que influenciam o funcionamento e reduzem as perdas dos equipamentos e processos de resfriamento.” Para isso, sugere a instalação de um desareador para o aumento da eficiência térmica da caldeira, a substituição de tro- cadores de calor a placas por chillers de redução de temperatura na fermentação do mosto, a limpeza a seco da cana-de -açúcar e a instalação de torres de refrige- ração para reutilização da água em opera- ções unitárias da própria usina. “A otimização do consumo hídrico da usina é essencial para a sustentabilida- Secretaria do Meio Ambiente determina que o consumo de água deve ser abaixo de 0,7 m3
  • 30. 30 Dezembro · 2014 ÁGUA de do agronegócio sucroalcooleiro. Dessa forma, empregar sistemas de água fecha- dos, fazendo somente a reposição das per- das de processo, traz enormes vantagens econômicas para a usina e diminui a cap- tação de água bruta de rios, lençóis freá- ticos e mananciais”, explica o pesquisador. As tecnologias como a limpeza a seco da cana-de-açúcar para a queima da palha nas caldeiras de alta pressão fazem com que esse consumo diminua entre 11% e 13%, em relação à lavagem úmida que é bem usual atualmente. A substitui- ção do “spray”, sistema de refrigeração por aspersão, pela torre de resfriamento, redu- ziria as perdas de 5% a 8% para 1,5% a 3%, no total do balanço hídrico. De acordo com o pesquisador, para reduzir ainda mais esses números é neces- sário o tratamento do reuso da água con- tida no efluente e a realização de proces- sos, como a concentração e a biodigestão da vinhaça. O trabalho foi apresentado no 2014 SPRI Conference Technical e no Congres- so Nacional de Bioenergia da União dos Produtores de Bioenergia (Udop) sob o tí- tulo “Análise de consumo hídrico em usi- nas sucroenergéticas e as práticas de reu- so de efluentes.” Sistema de limpeza de cana a seco é uma das alternativas para redução do consumo de água pelo setor
  • 31. 31 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL meçou com o comendador Tércio Wan- derley, fundador da empresa, que desde o início de sua vida empresarial, antes da década de 1940, tinha como objetivo a va- lorização do ser humano, da ética no ne- gócio e respeito à natureza. Assim, os Wanderley têm a susten- tabilidade no DNA, o que facilitou atrair mais gente de boa vontade. Um dos líde- res dessa escola de gente que faz é o Valdir Gomes Costa, coordenador do SGA (Siste- ma de Gestão Ambiental). Quem já visitou Sustentabilidade no DNA DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL OCORRE QUANDO UTILIZAMOS OS RECURSOS NATURAIS PARA A GERAÇÃO DE EMPREGO E RENDA COM EQUILÍBRIO E RESPEITO À NATUREZA. A CORURIPE FAZ ISSO MUITO BEM Seja bem-vindo ao Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Sítio do Pau-brasil Luciana Paiva P ense em um lugar que você visita e que é tão gostoso e a hospitalida- de é tão boa que não dá vontade de ir embora. Mas se vai, fica com saudade e com vontade de voltar logo. Pois é, um lugar assim é a Usina Coruripe, localizada em Coruripe, Alagoas. Agora, pense em gente de boa von- tade. Sempre disposta a fazer o bem, a criar oportunidades, geração de renda, vida melhor para a comunidade. Lá na Co- ruripe tem um monte de gente assim. Co-
  • 32. 32 Dezembro · 2014 a Coruripe Matriz é quase certeza de ter sido recepcionado pelo Valdir e aí desfru- tou da hospitalidade ‘coruripeana’. Visitou os povoados, conheceu os projetos de ge- ração de renda, viu artesãs transformando fibras e papel em arte, cidadãos produzin- do alimentos, criando peixe, brincou com crianças felizes, se refrescou com água de coco natural, se deliciou com o caju da re- serva ambiental, se lambuzou com o mel das floradas da mata atlântica, ou com o caldo de cana doce e escuro da varieda- de RB-92579. E ainda, talvez tenha dado uns mergulhos na piscina de água mine- ral, logo após ter feito a trilha que leva ao Posto Avançado da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica Sítio do Pau-brasil. Além da Usina Coruripe Matriz, em Alagoas, o Grupo Tércio Wanderley pos- sui mais quatro unidades sucroenergéti- cas em Minas Gerais: Iturama, Campo Flo- rido, Limeira d’Oeste e Carneirinho. No Guia Exame Edição 2014 Melhores e Maio- res Empresas a Usina Coruripe figura na primeira colocação no ranking das maio- res empresas sucroenergéticas do Nordes- te, Norte e Centro-Oeste e oitava posição no ranking geral das 50 maiores compa- nhias do agronegócio das regiões brasilei- ras citadas. O estudo também revelou que a Coruripe é a oitava empresa geradora de empregos diretos, entre as 50 maiores do agronegócio do Brasil. Preservação ambiental Mas a Coruripe também é campeã DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Valdir mostra o mapa da bacia hidrográfica do rio Coruripe, que faz parte dos projetos de preservação desenvolvidos pela usina
  • 33. 33 no tema sustentabilidade. É detentora de vários prêmios e certificações na área. E o Valdir, já com quase 25 anos de casa, tem participação direta em cada um dos pro- jetos desenvolvidos. Apenas na área de preservação realiza programa de educa- ção ambiental, monitoramento do Rio Co- ruripe, com repovoamento com espécies nativas da região, preservação da reserva legal, APPs e RPPNs, produção de mudas com espécies nativas da Mata Atlântica e apoio a pesquisas científicas. Destinou 17 mil hectares de ter- ra própria à preservação. Mais de nove mil hectares já foram transformados em RPPNs (Reservas Particulares do Patrimô- nio Natural, que é uma forma irreversível de manter a área permanentemente pre- servada. É o caso de Porto Cajueiro, no município de Januária, no norte mineiro, e Posto Avançado: Biblioteca ambiental, Câmara de sementes e Viveiro para produção anual de 80 mil mudas nativas Na Casa de Sementes, além da preservação das espécies, conferimos como são belas e exóticas as sementes das plantas brasileiras
  • 34. 34 Dezembro · 2014 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL As espécies nativas são identificadas pelo mateiro Nilo Costa, que de caçador virou ambientalista, é dá nome à biblioteca ambiental da Pereira, em Feliz Deserto, litoral de Alagoas. Além disso, a Coruripe vem recuperando matas ciliares e substi- tuindo a cana plantada nas áreas de encostas por reflorestamento. O Centro Ambiental no Posto Avançado recebe estudantes para palestras ambientais Valdir Costa ministrando palestra no Centro Ambiental. O espaço criativamente decorado encravado na Mata Atlântica estimula o aprendizado
  • 35. 35 Desenvolvimento sustentável Segundo Valdir, pre- servação ambiental só é possível se houver uma contrapartida econômi- ca para as comunidades do entorno. Por isso, com o objetivo de expandir os seus investimentos socio- ambientais, o Grupo Tércio Wanderley fundou, em abril de 2005, o Instituto para o Desenvolvimento Social e Ecológico (Idese). Trata-se de uma instituição que tem como objetivo promover a preservação da natureza e o progresso da comunidade, por meio da promoção de ações voltadas para o de- senvolvimento sustentável. Assim, a Coruripe re- aliza programas de de- senvolvimento sustentá- vel como a Oficina de Papel Artesanal, ação praticada em Alagoas e Minas Gerais. Também melhora a ren- da familiar de jovens por meio da venda de artesanato feito a partir da mistura do bagaço da cana com papel de sacos de cimento. Na região do município de Coruri- pe, um dos trabalhos da Usina é recom- por a mata com mudas de Ouricuri, planta nativa que estava sendo dizimada, princi- palmente porque serve de matéria-prima para a produção de artesanato. Para retirar a fibra, as pessoas cortavam a palmeira. Os profissionais da Coruripe treinaram a po- Artesãs fazendo arte com papel e bagaço de cana Oficina de Papel Artesanal
  • 36. 36 Dezembro · 2014 Artesãos produzindo peças com palha de Ouricuri DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL pulação, ensinando como reti- rar a fibra preservando a planta. Também financiaram a criação da associação de artesãs. A usi- na é a principal cliente das pe- ças produzidas, mas o material é tão belo que já é exportado, já foi utilizado por personagens de novela e está em grandes lojas. A mesma ação acontece em Feliz De- serto, município vizinho de Coruripe. Só que lá, a matéria-prima utilizada é a taboa. Em parceria com a prefeitura, a associação das artesãs tem um belo ponto de produ- ção e comercialização das peças. Projetos que, além de preservar a flora nativa, pos- sibilitam trabalho e renda para mais de 100 famílias. No povoado Pontes, uma simpática vila no município de Feliz Deserto, 90% das quase 100 famílias de moradores tra- balham na Usina Coruripe. Lá são desen- volvidas várias ações como o Projeto Mel. No povoado está a Casa do Mel, que re- cebe o produto vindo de 170 colmeias que geram cerca de 2.000 quilos de mel A Cooperativa fica no povoado de Pontal do Coruripe e fica de frente pro mar. Existe melhor inspiração?
  • 37. 37 Peças produzidas com a fibra da taboa de abelha natural que é distribu- ído para as crianças da região de Feliz Deserto. A Usina também adquire o produto que é fornecido como comple- mento alimentar para os rurícolas. Ainda no povoado Pontes, a Coruripe tem a Ofi- cina de Papel Artesanal, a casa de produ- ção de suplemento alimentar, que é for- necido para escolas e creches, e a horta comunitária. Povoado Pontes, em Feliz Deserto: palco de várias ações da Coruripe Artesã preparando a fibra da taboa
  • 38. 38 Dezembro · 2014 Educação, saúde e esporte Com ênfase na formação e educação das crianças, a Coruripe mantém creches e escolas nos municípios onde atua. A Cre- che Dr. Vitor Montenegro Wanderley tam- bém fica no povoado Pontes, e atende cer- ca de 100 crianças, oferecendo alimentação saudável, programa básico de saúde e de vacinação, serviço médico, odontológico e atividades esportivas e recreativas, e uma proposta pedagógica de educação infan- til que objetiva aumentar a autoestima de seus participantes. Em Minas Gerais, desta- ca-se o projeto Florescer, que oferece edu- cação e cultura para centenas de crianças e jovens do município de Campo Florido. O esporte também marca presença entre as ações da Coruripe. Um dos princi- pais é o projeto Basquete Cidadão desen- volvido em parceria com a Federação de Basketball de Alagoas. O objetivo é pro- mover cidadania por meio do esporte. A iniciativa funciona em um antigo armazém de açúcar no bairro de Jaraguá, na capital alagoana. Ele devolve a autoestima para crianças e adolescentes carentes da pe- riferia de Maceió. Nele, a prática esporti- va está associada à frequência e ao rendi- mento escolar. Mais de 300 jovens trocam as ruas da cidade pelas salas de aula das escolas e pelas quadras de basquete. Por- tadores de necessidades especiais têm destaque nas equipes de basquete em ca- deira de rodas e de surdos-mudos. É, quando o assunto é sustentabili- dade, a Coruripe joga em todas as pontas, criando pontes para que as pessoas possam ser campeãs seja qual for sua modalidade. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL No povoado Cachoeira, em Teotônio Vilela, Alagoas, a usina Coruripe desenvolve projeto de criação de peixes e hortifruti O Anderson trabalha há nove anos na Coruripe: era tratorista, fez curso de apicultor e hoje trabalha na Casa de Mel
  • 39. 39
  • 40. 40 Dezembro · 2014 Qualotratamento, doutor? ECONOMIA O SETOR GANHOU O GESUCRO (GRUPO DE ESTUDOS PARA GESTÃO SUSTENTÁVEL E CONTROLADORIA DA CADEIA SUCROENERGÉTICA), POIS NÃO ADIANTA APENAS SABER O DIAGNÓSTICO. É PRECISO REALIZAR O TRATAMENTO! * Marcos Françóia I magine uma pessoa doente. Ela bus- ca por um médico que lhe pede vários exames, a fim de dar um diagnóstico e prescrever os tratamentos necessários. Po- rém, se o paciente não fizer os exames, o médico não irá descobrir o que acontece e
  • 41. 41 caso o paciente não faça o tratamento in- dicado, pode morrer. Traça-se aqui um paralelo com as empresas do setor sucroenergético, que há tempos se encontra em crise. Mais do que aguardar sinais positivos do mercado e do governo, que aos poucos vem sur- gindo, é preciso fazer a lição de casa: or- ganizar-se financeiramente e descobrir oportunidades. No mundo dos negócios, milagres não existem. Somente trabalho duro e busca por melhoria. O primeiro passo para o sucesso é ter domínio sobre o seu negó- cio e conhecer profundamente os núme- ros. Através deles é possível agir em meio à adversidade. Para saber onde estão os problemas é preciso investigar, buscar dados con- cretos: saber o quanto a empresa produz, qual sua capacidade, quais oportunidades poderia ter, seus custos reais, o melhor re- gime fiscal, a quantidade de funcionários, as receitas e despesas. E ninguém melhor Reunião do Gesucro no auditório da MBF em Sertãozinho, SP
  • 42. 42 Dezembro · 2014 ECONOMIA para juntar todas essas informações, es- tudá-las e transformá-las em soluções do que a Controladoria. O trabalho dessa área, tal como o do médico em relação ao paciente, permite enxergar a realidade da empresa e traçar metas para solucionar problemas e reto- mar o crescimento. Todavia, os controllers, ou controla- dores, não trabalham sozinhos. Eles pre- cisam de um departamento de Tecnolo- gia da Informação estruturado, confiável e ágil, que atue em conjunto com eles, afinal, é a TI que pode fornecer os dados mais apurados, os “exames” para a análise. Porém, não basta somente descobrir a “doença” que atinge a empresa se nada for feito. Uma vez traçadas as metas para reorganização da empresa, é preciso que o “paciente” realmente se empenhe em cumprir o “tratamento”. Acontece que os controllers são vis- tos com desconfiança pelos demais de- partamentos e nem sempre há coopera- ção para realizar as mudanças necessárias. Por vezes, até mesmo a extração de dados de cada área é dificultada. É preciso compreender que a contro- ladoria tem real necessidade de receber as informações corretas, a fim de minimizar e evitar problemas para a empresa e os indi- víduos que nela atuam. Conversando com vários controllers, notou-se que a grande maioria enfrenta os mesmos problemas. Assim, surgiu a ideia de criar o Gesucro (Grupo de Estudos para Gestão Sustentável e Controladoria da Ca- deia Sucroenergética), para promover um espaço de debate e troca de experiências entre os profissionais das áreas de finan- ças, administração e controladoria do se- tor canavieiro e sua cadeia produtiva. Outro ponto importante do gru- po é que ele visa valorizar esses profis- sionais, que têm atuação vital nas empre- sas hoje em dia, por meio de atividades de aprimoramento como cursos, palestras, workshops, e criar um padrão de critérios de avaliação de resultados e indicadores e desenvolvimento de controles. É possí- vel conhecer um pouco mais sobre o Ge- sucro em sua página na internet (www.ge- sucro.com.br). Para finalizar, ressalta-se novamente a necessidade de haver uma área de Con- troladoria nas empresas. Quanto mais rá- pido ela agir, mais cedo serão conhecidas as dificuldades e serão traçados planos de ação para resultados que evitem um mal maior. * Marcos Françóia, diretor da MBF Agribusiness
  • 43. 43
  • 44. 44 Dezembro · 2014 Texto: Clivonei Roberto EMPRESA DESENVOLVE VÁRIAS INICIATIVAS VOLTADAS À PROMOÇÃO CULTURAL E AO ESTÍMULO À LEITURA Usina Santa Fé sacia a fome de quem quer conhecimento LEITURA “Viajar pela leitura sem rumo, sem intenção. Só para viver a aventura que é ter um livro nas mãos.” Clarice Pacheco A lém de produzir açúcar e etanol, a Usina Santa Fé também produz lei- tores. E dos bons, daqueles sempre ávidos por viajar pelas páginas de um livro. No final de novembro, chegou ao fim o Festival de Leitura de 2014 promovido pela usina. Durante vários meses, os jovens das escolas do Município de Nova Europa, em que a usina está sediada, foram estimu- lados a ler e escrever pequenos resumos dos livros. No encerramento do Festival, os “mais aplicados leitores” receberam tablets e máquinas fotográficas como prêmio. Mas a vocação social da Santa Fé em fomentar o conhecimento e o saber, por meio da leitura e da promoção cultural, é antigo. No passado, a usina chegou a ter uma biblioteca, que hoje funciona na ci- dade de Nova Europa. Foi transformada na Casa da Leitura, que tem também uma Crianças e adolescentes de Nova Europa participaram do II Festival de Leitura DIVULGAÇÃOUSINASANTAFÉ
  • 45. 45 versão volante que leva cultura para diver- sas cidades onde a Usina atua. É uma bi- blioteca móvel, que permite que estudan- tes de escolas da região e de comunidades desprovidas de espaços de leitura tenham acesso a diversos títulos. Para a Usina Santa Fé, desenvolver ati- vidades culturais e educacionais deve pas- sar inevitavelmente pelo estímulo à leitura. Em vários eventos promovidos pela empre- sa há um convite para o fascinante mun- do dos livros. Tanto para crianças e jovens - quando ocorrem oficinas de leitura, con- cursos de redação e apresentação de con- tadores de histórias -, como para os profes- sores da rede pública - que participam de workshops. Sempre há uma maneira de en- volver todos no mundo “fantástico” da lite- ratura e do saber! É uma contribuição intangível, mas Pelo Festival, os alunos das escolas de Nova Europa foram estimulados a ler e escrever pequenos resumos dos livros Os “mais aplicados leitores” receberam tablets e máquinas fotográficas como presente Contadores de história levam crianças e adolescentes a se interessarem pelas histórias dos livros DIVULGAÇÃOUSINASANTAFÉ DIVULGAÇÃOUSINASANTAFÉ DIVULGAÇÃOUSINASANTAFÉ
  • 46. 46 Dezembro · 2014 transformadora que a Usina Santa Fé ofe- rece ao futuro da população da comunida- de. Afinal, como disse Nelson Mandela, “a educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo”. Nasce o Instituto Itaquerê A Santa Fé desenvolve diversos pro- jetos sociais nas comunidades onde está inserida. O que começou com uma creche para filhos de funcionários, uma escola e uma biblioteca se transformou no CECOI (Centro de Convivência Itaquerê), e foi ofe- recido para toda comunidade de Nova Eu- ropa a partir de 2000. O Centro atende por dia quase 500 crianças da cidade, oferendo a elas atividades de complementação esco- lar, cursos preparatórios para o desenvol- vimento profissional, esporte, arte e lazer. Funciona em área da usina, uma antiga es- cola com áreas verdes, salas de aulas, brin- quedos, quadras e muito espaço. Mas, em 1º de dezembro, uma assem- bleia transformou o CECOI no Instituto de Desenvolvimento Social Itaquerê. O objeti- vo do novo Instituto é o mesmo do antigo Centro: atuar na promoção social, desenvol- vendo, assessorando e apoiando tecnica- mente programas de atendimento a crian- ças e adolescentes visando a integração social, educação e saúde, defendendo seus direitos e garantindo-lhes a vivência da ci- dadania, inclusive com projetos relaciona- dos com a preservação do Meio Ambien- te. À frente do Instituto, na sua presidência, está Anita Ferraz Malzoni, filha de Roberto e Anita Malzoni que já, nos anos 1970, enxer- garam a necessidade de fazer caminhar jun- to com o desenvolvimento econômico tam- bém o social e o ambiental, hoje o chamado desenvolvimento sustentável. Segundo Anita, os trabalhos vão con- tinuar os mesmos no Centro, podendo ser aprimorados com entrada de verbas que serão repassadas para o Instituto, via Leis de Incentivo, e pela própria Usina Santa Fé - que até agora arcava sozinha com inves- timentos anuais na ordem de R$ 500 mil. A intenção é de, no futuro, o Instituto cons- truir uma sede na cidade e facilitar ainda mais a participação da população local. Assembleia cria o Instituto de Desenvolvimento Social Itaquerê DIVULGAÇÃOUSINASANTAFÉ DIVULGAÇÃOUSINASANTAFÉ
  • 47. 47
  • 48. 48 Dezembro · 2014 SOLUÇÕES INTEGRADAS Maior produtividade também é sustentabilidade CRESCER VERTICALMENTE É A BASE PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO AGRONEGÓCIO Luciana Paiva H á cerca de 20 anos, o cupim era principal praga nos canaviais da Destilaria Santa Inês, uma das três unidades sucroenergéticas do Gru- po Tonielo, em Sertãozinho. Fernando Prati, gerente agrícola do Grupo, lembra que na época, em um projeto de parce- ria com a BASF, a Destilaria desenvolveu um trabalho para testar o inseticida Re- gent® 800WG no controle dos cupins em cana-soca. “Usávamos uma enxadinha para abrir um sulco na soqueira para co- locar o produto, depois criamos uma bo- tinha fina que ia estourando o meio da li- nha da soqueira. Os equipamentos eram rudimentares e provocavam danos nas plantas. Mesmo assim o Regent® 800 WG controlou perfeitamente os cupins”, con- ta Prati. Ele brinca: “Naquela época, éramos felizes e não sabíamos, pois só havia o cupim que comia um pouquinho, depois Cana-planta com alto pegamento e protegida de doenças
  • 49. 49 vieram o Migdolus, o Sphenophorus levis. Estes sim são problemas, o Sphenopho- rus mais ainda”, afirma. Ele tem razão, pois atualmente o Sphenophorus é uma das principais pragas que atacam os canaviais no Estado de São Paulo. As larvas desse in- seto se abrigam no interior do rizoma, di- ficultando o seu controle e danificando os tecidos. A partir daí, pode ocorrer a mor- te da planta e falhas nas brotações das so- queiras, causando prejuízos na ordem de 30 toneladas de cana por hectare. A lon- gevidade do canavial também é reduzida, obrigando reformas extremamente preco- ces, o que aumenta os custos. A região de Ribeirão Preto, onde se encontra a Destilaria Santa Inês e ou- tra unidade do Grupo, a Virálcool Pitan- gueiras, é uma das áreas de maior incidên- cia de Sphenophorus. Segundo a Datagro Alta Performance, a praga está presen- te em mais de 60% dos canaviais do No- roeste paulista. Gustavo Nogueira, geren- te-técnico da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste Paulista (Canaoeste), diz que no raio de atuação da entidade, que envolve 50 municípios e 150 mil hecta- res com cana, só não tem Sphenophorus quem não procurou. Prati explica que o corte de cana crua criou um ambiente fa- vorável à disseminação de doenças e pra- gas da cana, já que o fogo era um elemen- to que participava do controle. Evolução no controle de pragas e doenças da cana Mas se aumentou a incidência de novas pragas também evoluíram as tec- nologias e ferramentas disponíveis. “Ago- ra contamos com implementos com dis- cos cortantes que colocam os defensivos no interior da soqueira sem danificá-la. E as plantadoras de cana depositam os pro- dutos no sulco de plantio de forma homo- gênea. E o melhor, o Regent® 800 WG, que controla cupim, também controla o Mig- dolus e a broca. E tem mais uma vanta- gem: é uma barreira química para as for- Fernando Prati: foco na perenização da cana
  • 50. 50 Dezembro · 2014 migas cortadeiras. Depois que passamos a usar o produto deixamos de nos preocu- par com o controle de formigas, principal- mente na cana de primeiro corte”, infor- ma Prati. Além da Destilaria Santa Inês e da Vi- rálcool Pitangueiras, o Grupo Tonielo tem a Virálcool, unidade Castilho, no Oeste paulista. A soma da área de cana das três unidades - terras próprias e arrendadas - é de 45 mil hectares. O plantio anual é de aproximadamente 11 mil hectares e toda a área é tratada com o inseticida Regent 800 WG, enquanto que em cana-soca, para o controle de Sphenophorus, o controle é feito com o inseticida Regent DUO. Cana perene Em ano normal (sem problemas cli- máticos), a produção anual da Destilaria Santa Inês é de 700 mil toneladas, da Vi- rálcool Pitangueiras, em torno de 2,6 mi- lhões, mesmo número da Virácool Casti- lho - a mais nova unidade do Grupo. Da cana moída na Santa Inês, 70% é de forne- cedores de cana. Na Virálcool Pitangueiras são 50% e na Castilho, 30%. Há quase 30 anos atuando na agroindústria canavieira, Prati sabe que a prosperidade do negó- cio depende do aumento da produtivida- de e da longevidade do canavial, por isso, desenvolve um projeto de perenização da cana. Nas duas unidades mais antigas do Área de cana-soca na destilaria Santa Inês tratada com Regent DUO
  • 51. 51
  • 52. 52 Dezembro · 2014 SOLUÇÕES INTEGRADAS Grupo, a idade média dos canaviais é de 6,7 a 7 cortes. Há quase oito safras, a pro- dutividade média da Santa Inês é superior a 100 toneladas por hectare. Na Virálcool Pitangueiras a média é de 95 ton/ha e na Unidade Castilho é de 80 ton/ha. Porém, para o gerente agrícola do Grupo Tonielo, não adianta ter um cana- vial que apresenta três cortes com 120 to- neladas, sendo que depois a produtivi- Controle começa na hora do plantio. No sulco da cana são depositados o inseticida Regent® 800 WG, mais o fungicida Comet® dade cai drasticamente. O importante é mantê-la alta por longo tempo. Sua meta é obter canaviais na casa dos três dígi- tos por pelo menos 10 cortes. Para isso, entre as medidas adotas está o capricho no manejo e preparo de solo. “Sou a fa- vor da sistematização, do uso de subso- lador, principalmente nos solos argilosos. Também plainamos toda área, deixamos o solo um colchão macio, perfeito para re- ceber a cana, mas tudo isso pode ser um trabalho perdido se não controlamos as doenças e pragas. A cana com presença da praga é como um moleque com verme. Você dá o vermífugo e ele responde posi- tivamente, volta a comer, crescer, fica re- sistente às doenças. É o que acontece com a cana quando recebe o defensivo certo”, salienta Prati. No Grupo Tonielo, o controle come- ça na hora do plantio. No sulco da cana são depositados o inseticida Regent® 800 WG mais o fungicida Comet® , também da BASF. O primeiro controla as pragas e o segundo protege a cana de doenças como a podridão abacaxi, que prejudi- ca a germinação e o desenvolvimento das mudas, além de proporcionar maior en- raizamento. “Isso é fundamental, pois a maior quantidade de raiz faz com que a
  • 53. 53 cana se alimente melhor, gerando não só maior quantidade de perfilhos, porém sa- dios e mais fortes. Além disso, a presen- ça de mais raízes dificulta danos como o arranquio de soqueiras durante a colhei- ta mecanizada”, diz. Os dois produtos fa- zem parte do Sistema AgCelence® Cana- de-Açúcar, que além de controlar pragas e doenças, possibilita ganhos de biomassa e rendimento industrial. Segundo ele, a mecanização é o prin- cipal empecilho para a perenização do ca- navial. Em áreas de cana de fornecedor da Santa Inês, onde o corte é manual, a lon- gevidade do canavial com boa produtivida- de ultrapassa os 12 cortes. “Com a colheita mecanizada, é fundamental o enraizamen- to, senão as falhas na soqueira serão inten- sas, o que levará a renovar o canavial no terceiro corte. Precisamos utilizar produtos que nos ajudem a preparar a cana para so- frer menos a ação da máquina.” A maior seca dos últimos 50 anos no interior paulista reduziu a produção da sa- fra 2014/15 das unidades do Grupo Tonie- lo em torno de 20%. A média de produ- tividade por hectare na Santa Inês foi de 80 toneladas, da Virálcool Pitangueiras de 79 e da unidade Castilho caiu para 60 to- neladas. Em Castilho, 100% do plantio e colheita são mecanizados, o solo é mais argiloso - o que facilita o arranquio da so- queira -, além de ser área recuperada de pastagem. Tudo isso aumenta o desafio dos profissionais do Grupo, que têm o ob- jetivo de não só recuperar a produtivida- de atingida antes da seca, como ampliá-la. Prati une experiência e tecnologia para re- solver os problemas que o setor enfrenta, principalmente nas novas fronteiras cana- vieiras. “As inovações estão à disposição e vamos usá-las.” As unidades do Grupo Virálcool, como a destilaria Santa Inês, tiveram queda de safra. O objetivo é não só recuperar a produtividade atingida antes da seca, como ampliá-la
  • 54. 54 Dezembro · 2014 SOLUÇÕES INTEGRADAS Grupo Tércio Wanderley quer mais do que o controle de doenças e pragas da cana Expandir as fronteiras da cana faz parte do currículo do Grupo Tércio Wan- derley, de Alagoas, detentor da maior uni- dade sucroenergético do Norte/Nordeste, a Usina Coruripe. Ao perceber que as ter- ras propícias ao cultivo da cana-de-açú- car no estado se esgotavam, o Grupo dire- cionou seu crescimento para o Centro-Sul. Em 1994 adquiriu a destilaria Alexandre Balbo, em Iturama (MG), e transformou a destilaria na Usina Coruripe Unidade Itu- rama, figurando entre as mais modernas do País. Depois, também em Minas Gerais, implantou mais três unidades: Campo Flo- rido, Limeira do Oeste e Carneirinho. Má- rio Sérgio Matias, gerente Corporativo de Planejamento e Desenvolvimento do Grupo, informa que essas quatro unida- des somam 75 mil hectares com cana, e a unidade Matriz, localizada no município alagoano de Coruripe, conta com 30 mil “Para obter alta brotação, produtividade e longevidade não se justifica cortar custos”, alerta Mário Sérgio Nesta safra, a produção do Grupo Tércio Wanderley, em Minas Gerais, foi de 10,5 milhões de toneladas
  • 55. 55 hectares. Em Minas, a produção das qua- tro unidades na safra 2014/15 foi de 10,5 milhões de toneladas. Na unidade alagoa- na, a safra começou em setembro e a pre- visão é colher três milhões de toneladas. Mario Sérgio explica que a Usina de Campo Florido está a 200 quilômetros de distância de Iturama, por isso, é conside- rado um outro polo produtivo. A produti- vidade de Campo Florido é de 83 tonela- das por hectare, sendo que 70% da cana vem de fornecedores. A média do polo Iturama, que reúne as outras três unida- des, é de 87 toneladas, mas a Unidade Itu- rama está na casa das 100 toneladas. Já a Carneirinho, incorporada ao Grupo em 2012, apresenta menos de 80 ton/ha, pu- xando o resultado para baixo. O objetivo é que a média das quatro unidades alcance a casa dos três dígitos. As unidades da Coruripe em Minas possuem 100% de corte mecanizado, o que, segundo Mário Sérgio, acaba agre- dindo muito a parte estrutural da planta, facilitando a entrada de patógenos, prin- cipalmente fungos, tornando necessário criar uma proteção por meio de inseticidas e fungicidas. Introduzir a cana em área de pastagens com histórico de patógenos é mais um fator complicador. “Não é possí- vel plantar a cana em um ambiente desses, é preciso criar uma barreira química de proteção. O custo de introdução de cana- vial, dependendo da região, gira em torno de R$ 6 mil a R$ 7 mil por hectare. Então, é preciso fazer bem-feito para não ter de re- formá-lo antes da hora. Além disso, o ob- jetivo é obter alta brotação, produtividade e longevidade e, por isso, não se justifica cortar custos”, alerta Mário Sérgio. Anualmente, a área de plantio de cana nas unidades da Coruripe em Mi- Usina Coruripe filial Iturama: média de produtividade na casa dos três dígitos
  • 56. 56 Dezembro · 2014 nas Gerais é em torno de 11 mil hectares e quase 100% recebe aplicação no sulco de plantio do inseticida Regent® e do fungici- da Comet® . “Antigamente, observávamos a incidência da podridão abacaxi princi- palmente no inverno. Depois da mecani- zação, passou a ocorrer o ano todo. Para controlá-la, utilizamos o fungicida Comet® para o tratamento de tolete, protegendo contra a podridão abacaxi e outras doen- ças. Outro fator positivo desse produto é o efeito de potencializar o enraizamento”, afirma Matias. E nas áreas de cana-soca, logo após o corte, Mário salienta que apli- cam o Regent Duo® . Segundo ele, o pro- duto proporciona grande redução na in- festação de pragas como broca, saúvas e cigarrinha, além de longo poder residual, resultando na melhor relação custo-bene- fício do mercado. Coruripe Matriz quer os benefíciosdosistemaAgCelence® Como o corte mecanizado começou a crescer na Coruripe Matriz, em Alago- as, a unidade passou a utilizar o fungici- da Comet® e o inseticida Regent® 800 WG nos 4,5 mil hectares de plantio. Além do controle das pragas e doenças, Mário con- ta que o objetivo é estender aos canaviais alagoanos os benefícios AgCelence® obti- dos nos canaviais do Grupo em Minas Ge- rais: plantas mais sadias, melhor desenvol- vimento radicular, maior arranque e ganho de produtividade de 10 a 15 toneladas de cana por hectare por ano. “Só quem utiliza sabe os ganhos com esse sistema. Funciona mesmo. As soluções integradas da BASF não podem ficar fora do pacote de ações, que visam elevar a compe- titividade do negócio”, afirma Mário Sérgio. SOLUÇÕES INTEGRADAS Além do controle das pragas e doenças, o objetivo é estender aos canaviais alagoanos os benefícios AgCelence®
  • 57. 57
  • 58. 58 Dezembro · 2014 DIVULGAÇÃORAÍZEN
  • 59. 59 PLANTA 2G DA RAÍZEN PRODUZ ETANOL COM PEGADA DE CARBONO 15 VEZES MENOR QUE O ETANOL 1G. DEIXANDO A CANA AINDA MAIS SUSTENTÁVEL Etanol muito mais verde!
  • 60. 60 Dezembro · 2014 Clivonei Roberto E m seus mais de 70 anos, a Usina Cos- ta Pinto, em Piracicaba, SP, já produ- ziu muito etanol. Mas os litros do biocombustível que saíram de sua destila- ria no final novembro passado são um di- visor de águas para a companhia. A unida- de entrou para a história recente do etanol 2G no Brasil ao iniciar a operação da pri- meira planta de etanol de segunda gera- ção do Grupo Raízen. A empresa é pioneira ao produzir em escala o biocombustível a partir do baga- ço da cana. A planta tem capacidade para gerar anualmente 40 milhões de litros de etanol celulósico. Um projeto que tem po- tencial para aumentar em até 50% a pro- dução atual de etanol da Raízen. Segundo Pedro Mizutani, vice-presi- dente de Etanol, Açúcar e Bioenergia da Raízen, a planta da Costa Pinto é a primei- ra unidade de etanol de segunda geração totalmente integrada com a planta de eta- nol de primeira geração (1G). Com parte dos recursos vindos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvi- mento Econômico e Social), R$ 237 mi- lhões foram investidos na nova planta, construída estrategicamente ao lado da unidade do grupo já dedicada à produção de etanol de primeira geração. A proximi- dade e a sinergia entre as duas unidades conferem ganhos logísticos e de custo, proporcionando eficiência e competitivi- Bagaço segue por esteira em direção à planta de etanol 2 G CAPA
  • 61. 61 dade a todo o processo produtivo. Antônio Alberto Stuchi, diretor-exe- cutivo de produção do Grupo, frisa que uma planta de etanol de segunda geração “sozinha”, que não seja integrada à planta de etanol de primeira geração, tem viabi- lidade econômica menor do que uma uni- dade projetada para trabalhar em sinergia com a unidade de 1G. Para produzir o 2G na Costa Pinto, por exemplo, as caldeiras utilizadas são as mesmas, assim como os sistemas de fermentação e de destilação. “Fizemos adaptações, mas toda parte de vapor e energia usamos a que já temos na usina. Apenas compramos caldeira nova para trabalhar na entressafra.” Desde 2012, a Raízen, em parce- ria com a Iogen Corporation, empresa ca- nadense de biotecnologia, mantém uma planta teste de etanol celulósico na cida- de de Ottawa, no Canadá, com o objeti- vo de adquirir a expertise necessária para implementar a primeira unidade comer- cial da Raízen no Brasil. Os testes incluí- ram o envio de mais de 1.000 toneladas de bagaço de cana-de-açúcar para o Ca- nadá para o aprimoramento das técnicas de produção de etanol celulósico. Juntas, Raízen e Iogen Corporation são acionistas da Iogen Energy, uma joint venture 50%/ 50%, detentora da tecnologia de processo da biomassa para produção do etanol de segunda geração. “Com o aprendizado adquirido du- rante os testes no Canadá, a Raízen acredi-
  • 62. 62 Dezembro · 2014 Pedro Mizutani apresenta a matéria- prima e o produto final do 2G da Raízen Antônio Alberto Stuchi apresenta polpa hidrolisada de bagaço: o primeiro passo rumo ao etanol celulósico ta no potencial do etanol celulósico para atender à demanda crescente por biocombustíveis no Bra- sil e no mundo e seguirá investindo nesta tecnolo- gia”, afirma Mizutani. As enzimas que atu- am na conversão do material celulósico em açúcar – uma das etapas do proces- so de fabricação do etanol – são forneci- das pela Novozymes, parceira da Raízen no fornecimento e aprimoramento da tec- nologia enzimática. Emissão 15 vezes menor Segundo Mizutani, o etanol de se- gunda geração é um produto sustentá- vel como poucos. “É a solução apresenta- da pela indústria sucroenergética para a construção de um futuro com emissões de carbono cada vez menores.” Alberto Abreu, diretor agroindustrial da companhia, concorda com Mizutani. “Ponto central para a Raízen, a sustentabi- lidade é um dos pilares do projeto de 2G. Temos na produção de etanol de segun- da geração uma pegada de carbono mui- to menor do que na produção do etanol de primeira geração.” Ele lembra que o 1G já tem uma pega- da baixa, mas no processo de produção do 2G o nível de emissão é 15 ve- zes menor. Enquanto na pro- dução do etanol de primeira geração há uma emissão de 1,5 milhão de tonelada de CO2 por ano no processo produti- CAPA
  • 63. 63 vo, a emissão no sistema de fabricação do etanol de segunda geração é de 100 mil to- neladas de CO2 . “Este é um elemento funda- mental na estratégia da Raízen de desenvol- ver produtos totalmente relacionados com sustentabilidade”, acentua Abreu. Etanol 2G deixa o negócio mais sustentável A Raízen concluiu a construção da sua primeira unidade de etanol celulósi- co no país quatorze meses após o início das obras, ou seja, dentro do prazo anun- ciado no início do projeto. “O cumprimen- to do prazo e do orçamento tem a ver com a sustentabilidade econômica do projeto”, destaca Abreu. Com as mesmas especificações e propriedades do etanol de primeira ge- ração, o 2G será destinado pela Raízen à comercialização em todo o Brasil. No en- tanto, para celebrar a chegada do novo etanol aos consumidores, a empresa dis- ponibilizou no começo de dezembro 200 mil litros do combustível em um posto da Rede Shell situado em Piracicaba. Com 24 unidades produtoras, a Raí- zen produz por ano cerca de 2 bilhões de litros de etanol, 4,5 milhões de toneladas de açúcar e gera mais de 900 MW de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de -açúcar. Como a companhia es- tima elevar em 50% sua produ- ção de etanol com o 2G, deverá oferecer um adicional ao mer- cado de 1 bilhão de litros por ano até 2024 caso atinja seus arrojados planos na área. Para ampliar a produção do 2G, a Raízen planeja cons- truir mais sete plantas de eta- nol celulósico até 2024, todas próximas a unidades de pro- Equipe de executivos da Raízen comemora o início da produção
  • 64. 64 Dezembro · 2014 Pedro Mizutani abastece carro da CanaOnline com etanol 2G em posto da Shell em Piracicaba dução de primeira geração já existentes, a exemplo da Costa Pinto. No entanto, a previsão é que a marca de produção de 1 bilhão de litros de etanol somente seja atingida quando as oito unidades estive- rem operando com capacidade máxima. Na concretização da planta da Cos- ta Pinto, a Raízen desenvolveu um know -how interno voltado ao projeto de etanol de segunda geração, o que é fundamental para os planos da empresa de construir as outras plantas. “Nosso sonho é chegar a 1 bilhão de litros. As próximas plantas terão escala maior que na Costa Pinto. Teremos plan- tas que chegarão a 130 milhões de litros por ano, sempre integrando a unidade de etanol 1G com as plantas de 2G. Serão es- colhidas plantas que cogeram e estão lo- calizadas em local mais favorável do pon- to de vista logístico quanto à biomassa”, explica Abreu. No entanto, ele não adian- ta qual será a próxima unidade da Raízen a receber uma planta de segunda geração. Abreu lembra ainda que a planta da Costa Pinto está customizada para fazer etanol 2G a partir de palha e do ba- gaço de cana, mas trata-se de um primeiro passo. Afinal, é uma tec- nologia que transforma diferen- tes biomassas em biocombustível. Portanto, com o tempo, a planta também pode receber outras ma- térias-primas, como milho, trigo, cavaco de madeira, eucalipto. Para a Raízen, o início da pro- dução do etanol 2G abre portas para a companhia e torna o negó- cio ainda mais sustentável, ao pos- sibilitar o crescimento superlativo da produção do biocombustível sem precisar de novas unidades ou de aumentar a área plantada. CAPA
  • 65. 65 RECICLAGEM SHOW Para o destino ambientalmente correto RECICLAGEM SHOW DIVULGAÇÃOINPEV O Brasil é líder e referência mundial no assunto, seguido pela França, Canadá e Polônia
  • 66. 66 Dezembro · 2014 W aldemiro Kopp, produtor de milho, soja e trigo da região paranaense de Cambé, sem- pre se preocupou com as embalagens va- zias dos defensivos agrícolas que utilizava em sua propriedade. O que o diferencia de outros produtores é que esse pensamento teve início ainda na década de 1970, quan- do ideais sustentáveis eram pouco bus- cados pela população. Mesmo sem pro- gramas de logística, Kopp nunca vendeu, queimou, enterrou ou jogou fora suas em- balagens, que, naquela época, chegavam a mais de mil unidades. Guardou tudo la- vado, dentro do barracão, à espera de um sistema que desse a possibilidade de des- tinar adequadamente essas embalagens. Foram, aproximadamente, 33 anos de espera. Mas esse dia chegou. Quando o Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) foi criado, em 2001, o produtor paranaense pôde fazer sua primeira devolução, entregando três caminhões cheios de embalagens. Porém, antes de explicar o programa, cabe um contexto histórico. A partir da dé- cada de 1960, houve um aumento na uti- lização de defensivos agrícolas em todo o país. As leis criadas visavam apenas regu- lamentar as aplicações, sem, no entanto, dispor sobre as destinações. Sem alterna- tivas, era comum aos agricultores enter- RECICLAGEM SHOW Leonardo Ruiz BRASIL É REFERÊNCIA MUNDIAL QUANDO O ASSUNTO É DESTINAÇÃO CORRETA DE EMBALAGENS DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS PÓS-CONSUMO Em 1999, a Andef indicou que 50% das embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil eram doadas ou vendidas sem qualquer controle DIVULGAÇÃOINPEV
  • 67. 67 rar, jogar fora ou queimar esses materiais após a utilização, um ato que causava da- nos ao meio ambiente e criava riscos para a saúde humana. Em 1999, a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) indicou que, na- quela época, 50% das embalagens vazias de defensivos agrícolas no Brasil eram do- adas ou vendidas sem qualquer controle, 25% tinham como destino a queima a céu aberto, 10% eram armazenadas ao relen- to e 15% eram simplesmente abandona- das no campo. Visando alterar esse cenário, foi ins- tituída, em 2000, a Lei Federal 9.974/00 (promulgada em junho de 2000 e regula- mentada em 2002), que atribuiu aos usu- ários de defensivos agrícolas a responsa- bilidade de devolver as embalagens vazias aos comerciantes que, por sua vez, teriam de encaminhá-las aos fabricantes. Em caso de não cumprimento, os envolvidos esta- riam sujeitos a punição prevista em lei. Embora a lei tivesse sido criada, ain- da faltavam meios para que ela fosse cum- prida em sua totalidade. Dessa forma, em dezembro de 2001, foi fundado o inpEV, uma entidade que viria integrar todos os elos da cadeia e que gerenciasse o siste- ma da melhor maneira. InpEV e Sistema Campo Limpo Desde sua criação, em 2002, o Sis- tema Campo Limpo (logística reversa das embalagens vazias de agrotóxicos), ge- renciado pelo inpEV, ultrapassou a mar- ca de 300 mil toneladas de embalagens retiradas do meio ambiente. O resultado de 2013 (40.404 toneladas) representa um aumento de 8% na destinação desse ma- terial se comparado ao ano anterior, quan- do o país destinou 37.379 mil toneladas. Entre janeiro e outubro deste ano, o Sistema destinou 37.795 toneladas do material em todo o país. A quantidade é 8% maior se comparada ao mesmo perío- do de 2013. Para 2015, a expectativa é que sejam destinadas 45.500 toneladas de em- balagens vazias de defensivos agrícolas. DIVULGAÇÃOINPEV Em 2000, foi criada Lei Federal que atribuiu aos usuários de defensivos agrícolas a responsabilidade de devolver as embalagens vazias aos comerciantes
  • 68. 68 Dezembro · 2014 Esses dados elevam o Brasil a líder e refe- rência mundial no assunto, seguido pela França, Canadá e Polônia. A gerente de sustentabilidade do inpEV, Maria Helena Zucchi Calado, conta que, em termos de devolução (percentu- al), os estados que mais se destacam são Mato Grosso, Paraná, São Paulo e Goiás. “Atualmente, 94% das embalagens plásti- cas primárias são devolvidas pelos agricul- tores brasileiros nas mais de 400 unidades de recebimento presentes em 25 Estados e no Distrito Federal, que somam mais de 146 mil m² de área construída e ambien- talmente licenciada”. Segundo ela, o desempenho exem- plar do Sistema Campo Limpo e os cres- centes resultados são reflexos da aplica- ção de quatro fundamentos: legislação, que prevê responsabilidades compartilha- das, integração entre os elos do sistema (agricultores, fabricantes - estes represen- tados pelo inpEV -, canais de distribuição e poder público), investimentos contínu- os nas áreas de educação e conscientiza- ção para agricultores e futuras gerações, e gestão de processos e da informação por meio de sistemas que orientam a tomada de decisões. “Vale lembrar que os benefícios am- bientais do Sistema podem ser comprova- dos pelos resultados do sexto estudo de ecoeficiência realizado pela Fundação Es- paço ECO. A pesquisa encomendada pelo inpEV indicou que, entre 2002 e 2013, o Sistema evitou a emissão de 394 mil to- neladas de CO2 , volume que corresponde a dois milhões de árvores que deixariam de ser cortadas. Sem o programa, a extra- ção de recursos naturais teria sido 3,8 ve- zes maior.” Procedimentos Após a aquisição de um defensivo agrícola, o produtor recebe a nota fiscal da compra que contém, além das informa- ções usuais, o local onde as embalagens vazias devem ser devolvidas. No momento do preparo da calda para aplicação na la- RECICLAGEM SHOW Desde sua criação, em 2002, o Sistema Campo Limpo ultrapassou a marca de 300 mil toneladas de embalagens retiradas do meio ambiente DIVULGAÇÃOINPEV
  • 69. 69 voura, deve-se fazer a tríplice lavagem ou lavagem sob pressão e perfurar o fundo do recipiente, evitando assim a sua reutili- zação. Após esse procedimento, o produ- tor deve armazenar temporariamente es- ses materiais em local adequado dentro de sua propriedade. A devolução deve ser feita na unida- Para 2015, a expectativa é que sejam destinadas 45.500 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas No momento do preparo da calda para aplicação na lavoura, deve-se fazer a tríplice lavagem DIVULGAÇÃOINPEVDIVULGAÇÃOINPEV DIVULGAÇÃOINPEV de de recebimento do Sistema indicada na Nota Fiscal. Nessas unidades, as emba- lagens são preparadas pelos funcionários para seguirem ao destino final (reciclagem ou incineração). Ao todo, dez reciclado- res parceiros do Sistema transformam as embalagens (plásticas, metálicas, pape- lão e tampas) em 17 diferentes artefatos, como barricas de papelão, tubos para es- goto, cruzetas de poste de transmissão de energia, embalagens para óleo lubrifican- te, caixas de bateria automotiva, além das Ecoplásticas Triex, embalagens que têm suas fabricações voltadas para o envase do próprio defensivo agrícola produzidas pela Campo Limpo Reciclagem e Transfor- mação de Plásticos. Já as embalagens não laváveis (cer- ca de 5% do total) e aquelas que não fo- ram corretamente lavadas pelos agriculto- res são encaminhadas aos incineradores parceiros do Sistema. Ao todo, o Sistema Campo Limpo reúne mais de 400 unidades de recebimento, entre centrais e postos, distribuídas em 25 estados e no Distrito Federal
  • 70. 70 Dezembro · 2014 Postos Ao todo, o Sistema Campo Limpo re- úne mais de 400 unidades de recebimento, entre centrais e postos, distribuídas em 25 estados e no Distrito Federal. Essas unida- des são geridas por associações e coope- rativas, na maioria dos casos com apoio do inpEV. As unidades de recebimento devem ser ambientalmente licenciadas para o re- cebimento das embalagens e são classifi- cadas como postos ou centrais conforme o porte e o tipo de serviço efetuado. Os postos de recebimento, que de- vem ter, no mínimo, 80 m² de área cons- truída, realizam serviços como recebimen- to, inspeção e classificação de embalagens lavadas e não lavadas, emissão de recibo confirmando a entrega das embalagens pelos agricultores e encaminhamento das embalagens às centrais de recebimento. Essas centrais, com, no mínimo, 160 m² de área construída, também são geri- das por uma Associação de Distribuidores ou Cooperativa, porém, com o gerencia- mento do inpEV. Além de operar os mes- mos serviços dos postos de recebimento, as centrais também realizam a separação e compactação das embalagens por tipo (COEX, PEAD MONO, metálica, papelão) e a emissão de ordem de coleta para que o inpEV providencie o transporte para o destino final (reciclagem ou incineração). Uma dessas centrais é a de Piracica- ba, SP, gerida pela Cooperativa dos Plan- tadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana). Segunda central construída RECICLAGEM SHOW A Coplacana realiza, ainda, coletas itinerantes de embalagens vazias em locais variados e escolhidos estrategicamente para facilitar a entrega A cooperativa realiza palestras com crianças visando transmitir conhecimentos sobre a importância de se destinar corretamente as embalagens vazias de defensivos DIVULGAÇÃOCOPLACANA
  • 71. 71 INPEV no país, ela atua recebendo embalagens de agricultores, usinas e postos de recebi- mento, sendo esses localizados nos muni- cípios paulistas de Araras, Santa Cruz das Palmeiras, Barra Bonita e Cerquilho. Segundo o superintende da Copla- cana, Klever José Coral, a central recebe, anualmente, cerca de 400 toneladas de embalagens vazias. “É importante ressal- tar que o inpEV monitora todas as ativida- des realizadas. Além disso, o Instituto dá todo o apoio necessário, capacitando fun- cionários e gestores sobre como atuar e administrar essas unidades”. Segundo ele, tanto os grandes gru- pos como os pequenos agricultores já aderiram ao Sistema. “As usinas geralmen- te juntam um número expressivo de em- balagens e entregam caminhões lotados nos postos. Já os produtores trazem os materiais em suas próprias caminhonetes”. A Coplacana realiza, ainda, coletas itinerantes de embalagens vazias em lo- cais variados e escolhidos estrategica- mente para facilitar a entrega, pois mui- tas usinas e propriedades ficam a grandes distâncias de um posto ou central de rece- bimento. “Além disso, são realizadas, tam- bém, palestras junto a produtores, e até mesmo crianças, visando conscientizar a população a respeito da importância de se destinar corretamente esses materiais”, afirma o superintendente. Volume de embalagens vazias de defensivos agrícolas destinado desde 2002 DIVULGAÇÃOCOPLACANA
  • 72. 72 Dezembro · 2014 A sustentabilidade palmo a palmo SOCIOECOEFICIÊNCIA FERRAMENTA EXCLUSIVA BASF APRESENTA METODOLOGIA PARA MEDIR E AVALIAR A SUSTENTABILIDADE NA AGRICULTURA Sede da Fundação Espaço ECO® em São Bernardo do Campo, SP JOAOATHAIDE E m 2005, a BASF, em parceria com a GIZ (agência de Cooperação Alemã para o Desenvolvimento Sustentá- vel), criou a Fundação Espaço ECO® . (FEE® ). Alinhada às diretrizes do Pacto Global, sua missão é promover o desenvolvimento sustentável no ambiente empresarial e na sociedade, transferindo conhecimento e tecnologia, por meio de três eixos de atu- ação: Socioecoeficiência, Programas Edu- cativos e Conservação Ambiental, focando os aspectos sociais, ambientais e econô- micos em todas suas atividades. Redson Vieira, gerente de Departa- mento de Relações Governamentais e Sus- tentabilidade da Unidade de Proteção de Cultivos da BASF para o Brasil, explica que as ações da FEE® são, de maneira geral,
  • 73. 73 direcionadas aos parceiros de negócios, ou às comunidades onde a empresa tem plantas produtivas ou forte atuação. As iniciativas vão desde a área de educação com o Atlas Ambiental, o projeto Química na Vida, que leva às escolas noções sobre a química no dia a dia, até ferramentas de medição e gerenciamento da sustentabili- dade, pois a FEE® acredita que só se pode gerenciar aquilo que pode ser medido. Só se pode gerenciar aquilo que pode ser medido Por isso, a FEE® é responsável pela aplicação de uma metodologia científica exclusiva no mundo que compara produ- tos ou processos, baseadas na norma NBR ISO14040 – Avaliação de Ciclo de Vida. Tra- ta-se da Análise de Ecoeficiência, desen- volvida pela BASF na Alemanha, em 1996, e constitui em uma inovadora metodolo- gia que compara indicadores ambientais e econômicos para sua melhoria contí- nua. A ferramenta já conta, inclusive, com a validação de três agências mundialmen- te especializadas: TÜV Süd da Alemanha, a empresa norueguesa “Det Norske Veritas” (DNV) e a National Sanitation Foundation (NSF) nos EUA. Emiliano Graziano, gerente de So- ciecoeficência e responsável pelo estu- do na Fundação Espaço ECO® , observa que essa ferramenta não é apenas dirigi- da aos clientes BASF, mas um serviço que a FEE® disponibiliza ao mercado. Para ofe- recer um trabalho personalizado em cada Redson: ações direcionadas aos parceiros de negócios, ou às comunidades onde a empresa tem plantas produtivas ou forte atuação
  • 74. 74 Dezembro · 2014 Emiliano: ferramenta diferenciada estudo realizado, além da Aná- lise de Ecoeficiência, outras sete ferramentas são aplica- das, sendo duas delas exclusi- vas – SEEBALANCE® e AgBalan- ceTM . e outras cinco existentes no mercado: Avaliação de Ci- clo de Vida (ACV), Pegada Hí- drica, Pegada de Carbono e Pe- gada Energética, o Total Cost Ownership (TCO) e o HotSpot Analysis. Em todo o mundo, já mais de 700 estudos concluídos com estas me- todologias, o que impactou diretamen- te aproximadamente 3500 pessoas. Entre os principais segmentos atendidos estão agronegócio, alimentício, construção, ce- lulose e papel, petroquímico, químico, têxtil, tintas, entre outros. O AgBalanceTM , explica Emiliano, é uma ferramenta com metodologia di- ferenciada, pois leva em conta de forma conjunta os aspectos ambientais, sociais e econômicos do segmento, além de utilizar esquemas de ponderação que permitem avaliar as práticas de produção de forma ampla em toda a cadeia. Para isso, 69 in- dicadores, cada um ligado a um dos três pilares da sustentabilidade, são calculados por meio da ponderação de aproximada- mente 200 fatores de avaliação. Guarani: pioneira no uso da ferramenta A SLC Agrícola e a Guarani Açúcar Etanol e Energia foram as primeiras em- presas brasileiras a utilizarem a metodolo- gia científica. O resultado foi apresentado em 2012. No caso da Guarani, os estudos basearam-se na comparação entre as Uni- dades Industriais Andrade, localizada no município de Pitangueiras, e a Cruz Alta, na cidade de Olímpia, ambas no noroes- te Paulista. Nelas também foram avalia- das as performances econômica, social e ambiental, incluindo toda a cadeia de su- SOCIOECOEFICIÊNCIA
  • 75. 75 primentos. A base de comparação foi a produção de 100 toneladas de cana-de -açúcar nas duas unidades durante a sa- fra 2010/11, até o momento da entrega da cana às usinas para processamento de etanol, açúcar e energia. Embora o estudo tenha apontado uma paridade na maioria dos aspectos analisados, foram identificadas diferenças entre a gestão das unidades, tendo como ponto crucial o manejo dos fertilizantes. Ambas se utilizam de vinhaça e compos- to (torta de filtro e cinzas) - subprodutos Estudo estimula o uso de resíduos como a vinhaça na fertilização da cana do processamento da cana - como opções ao uso de fertilizantes minerais. AgBalan- ceTM apontou que na unidade Cruz Alta há maior utilização de vinhaça e composto, se comparada à unidade Andrade. Neste caso, a recomendação é a intensificação da utilização dos mesmos, já que propor- cionam maior benefício ambiental e eco- nomia na adubação. Os interessados em medir a susten- tabilidade de sua produção, basta entrar em contato com o representante técnico de venda (RTV) da BASF de sua região. TADEUFESSELL
  • 76. 76 Dezembro · 2014 AÇÕES DO BEM Energia da Guarani abastece Hospital do Câncer de Barretos A GUARANI SE PRONTIFICOU A FORNECER AO HOSPITAL 800 MWH DE ENERGIA COGERADA NAS UNIDADES INDUSTRIAIS DA EMPRESA, DURANTE NOVE MESES Energia produzida na Guarani segue pelas linhas cortando canaviais e seguindo estradas até chegar às cidades TADEUFESSEL–CORTESIAUNICA D esde 2013 a Guarani provê ener- gia limpa, produzida a partir do bagaço da cana-de-açúcar para um dos principais centros de referência e combate ao câncer do Brasil: o Hospital de Câncer de Barretos. No acordo, renovado em 2014, a Guarani se prontificou a forne- cer ao hospital 800 MWh de energia coge- rada nas unidades industriais da empresa, durante nove meses. Esse montante cor- responde a 10% do que é consumido pelo hospital e ajuda a diminuir um déficit ope- racional da instituição. A quantia é o sufi- ciente para abastecer o pavilhão Sandy & Junior, destinado à Internação pediátrica. Para Jacyr Costa Filho, diretor da di- visão Brasil da Tereos, proprietária da Gua- rani, “a empresa se orgulha de ter uma parceria de longo prazo com o Hospital do Câncer, que é uma referência nacional. O aspecto social, ambiental e econômico do desenvolvimento sustentável estão re- presentados nesse ato.” Já para Henrique Prata, diretor ge- ral do Hospital de Câncer de Barretos, a doação da Guarani se tornou um exemplo para que outras usinas também contribu- íssem com a causa do hospital. “O pionei-
  • 77. 77 rismo na doação de energia nos enche de orgulho. Esperamos que mais parceiros si- gam esse modelo.” Além do fornecimento de energia lim- pa ao hospital, a Guarani mantém brinque- dotecas que oferecem brinquedos, jogos e material educativo para escolas, creches e centros de referência na região. Esse pro- jeto estimula a educação e ajuda as crian- ças a desenvolverem habilidades específi- cas. Existem brinquedotecas mantidas com apoio da Guarani em Olímpia, Parisi, Tana- bi, Barretos, São José do Rio Preto, Colina, Ibitiúva, Jaborandi e Pitangueiras, cidades do Noroeste do Estado de São Paulo. Empresa quadruplicará capacidade de geração de energia Os projetos de cogeração de ener- gia elétrica para a venda tiveram início na Guarani em 2003. A energia produzida a partir do bagaço da cana-de-açúcar é lim- pa e renovável, contribuindo para o de- senvolvimento sustentável do Brasil, uma vez que reduz a emissão de gases poluen- tes que causam o efeito estufa. Em 2010, a Companhia aprovou um plano de investimento que ira quadrupli- car a sua capacidade de cogerar energia. Na safra 2013/14, a Companhia produziu 720 000 MWh de energia para o sistema elétrico e estima comercializar mais de 1 milhão de MWh na atual safra, o que re- presenta um aumento de 40% em relação à safra anterior. Segundo o Balanço Energético Na- cional de 2013, divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a fonte bio- massa atingiu uma produção de 39.679 A direção do Hospital de Câncer de Barretos espera que mais parceiros sigam esse modelo
  • 78. 78 Dezembro · 2014 GWh, incluindo tanto a energia elétrica des- tinada para o auto- consumo das unidades industriais quanto a encaminhada para o Sistema Interligado Nacional (SIN). Em relação a 2012, a gera- ção do ano passado foi superior em 14%, o equivalente à geração total que a Usi- na Belo Monte produzirá a partir de 2019, quando estiver plenamente motorizada. A fonte biomassa, em novembro de 2013, havia atingido outro marco históri- co, quando superou a potência instalada prevista para Belo Monte, de 11.233 MW. Atualmente, de acordo com a Agência Na- cional de Energia Elétrica (ANEEL), as 480 termelétricas a biomassa em operação têm 11.571 MW instalados, representando 8,4% da matriz elétrica do Brasil. AÇÕES DO BEM Energia da Guarani abastece o pavilhão Sandy & Junior no Hospital de Câncer de Barretos Além do fornecimento de energia limpa ao hospital, a Guarani mantém brinquedotecas
  • 79. 79 Para aplicar bem TREINAMENTO E FERRAMENTAS QUE POSSIBILITAM INFORMAÇÕES MAIS COMPLETAS PARA A TOMADA DE DECISÃO SOBRE APLICAÇÃO DE DEFENSIVOS Luciana Paiva A plicar defensivos agrícolas de for- ma correta, com menor risco ao ambiente, ao aplicador e reduzin- do custos para o produtor. Era o que vi- sava um projeto do pesquisador Hamilton Humberto Ramos, do Instituto Agronômi- co (IAC) e que virou realidade em 2007, por meio do investimento e apoio da Arysta LifeScience. Desde seu lançamen- to, o programa, que ganhou o nome de Aplique Bem, já percorreu mais de 600 mil quilômetros e mais de 47 mil pessoas – entre agricultores, funcionários e demais interessados – receberam treinamento gratuito sobre o correto uso dos defensi- vos agrícolas e as boas práticas de manu- seio de EPIs. Esta consultoria garante importan- tes benefícios ao produtor, pois as técni- cas e as informações transmitidas auxiliam na construção de uma agricultura susten- tável. A precisão em utilizar o defensivo agrícola torna-se um diferencial produti- vo, por garantir oportunidades de melho- rias e vantagens econômicas, para que se- jam evitados possíveis desperdícios ou até mesmo que seja utilizada uma quantida- de de insumo menor do que a necessária. “Estatísticas mostram que uma má aplica- ção pode levar a um desperdício de até 70% do produto, o que reflete diretamen- te no resultado do negócio. E é nesse sen- O Arysta Fly vê o canavial de cima
  • 80. 80 Dezembro · 2014 tido que atua o Programa Aplique Bem – para orientar o produtor que é possível minimizarmos de forma significativa esse problema”, ressalta Líria Hosoe, gerente de Registro da Arysta LifeScience. Lucas Rona, gerente de marketing no segmento cana-de-açúcar da Arys- ta, salienta que o foco da empresa não é apenas oferecer produtos, mas soluções que contribuam para a sustentabilidade do agronegócio e ações como o Aplique Bem, o que demostra o comprometimen- to da Arysta em contribuir para uma ativi- dade mais sustentável, segura e eficiente para toda a cadeia da produção agrícola. No segundo semestre de 2014, para realizar atendimentos em todo o país, o Aplique Bem ganhou um terceiro veículo, PRÁTICA SUSTENTÁVEL o Tech Móvel. Líria diz que, com mais essa unidade, o programa amplia sua capacida- de de proporcionar, por meio da dissemi- nação do conhecimento, maior proteção ambiental e humana, além de contribuir para a redução de custos de produção. “O objetivo do Aplique Bem vem sendo al- cançado. Hoje, os produtores rurais estão mais conscientes das falhas que podem ocorrer durante a aplicação de agroquími- cos. Nas revendas, também constatamos aumento da procura por equipamentos de proteção, pontas de pulverização, manô- metros e outros materiais utilizados para manutenção das máquinas”, ressalta Líria. O sucesso do Aplique Bem no Bra- sil despertou interesse internacional. A Arysta informa que o programa já é rea- O Aplique Bem conta com três unidades do Tech Móvel