SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 4
Baixar para ler offline
A história do suco de laranja.

A laranja, consumida ao natural ou em forma de suco, é a fruta mais desejada
do planeta. Um negócio que faz rolar no mundo todo algo como um bilhão de
dólares por mês. Na forma de sucos puros, os citros (laranja, tangerina e
“grape-fruit”) estão em primeiro lugar de consumo nos Estados Unidos.
Essa posição da laranja é antiga e sólida, com crescimento estimulado pela
tendência de valorização permanente do consumo de produtos naturais. E
entre os produtos naturais o suco de laranja é um dos que mais inspira
confiança.
A motivação principal que as pessoas têm para gostar do suco de laranja – a
ponto de fazer dela a fruta mais consumida no mundo – é pura e simplesmente
o seu gosto. Assim como o café, chocolate, carne bovina, o suco de laranja tem
o privilégio de ter um “gosto universal”, que é assimilado com prazer por
pessoas de qualquer parte do mundo. Esse “gosto universal” é que faz com
que se possa tomar suco de laranja – ou comer a fruta – todo dia, várias vezes
por dia, sem enjoar. O resultado é sempre uma sensação gratificante – de
prazer e saúde – que se segue ao ato de sorver um copo de suco.
A laranja chegou ao Mundo Ocidental quase na mesma época das grandes
navegações. Ficou a idéia de ela foi trazida do Oriente – principalmente da
China – pelos navegantes portugueses.
E todos aprenderam consumir a laranja ao natural. Com o advento da máquina
de espremer – primeiro os extratores de bar, depois os domésticos, finalmente
os industriais – chegou a era de se beber laranja.
Coisa de americano. Já em 1905 um esforço conjugado de produtores,
comerciantes e industriais do setor nos EUA passou a sugerir que o povo
“bebesse laranja” e fizesse isso sem esforço, e sem melar ( ou machucar) as
mãos, usando as maquininhas de espremer que custavam tão barato....Em
verdade os produtores de laranja absorviam eles próprios uma parte do custo
dessas maquininhas para que elas, a preços bem acessíveis, chegassem logo
à mão das donas de casa e mostrassem do que eram capazes. Um anúncio de
jornal em 1916 – “Beba uma laranja!” dava o preço de um espremedor elétrico:
10 centavos de dólar, menos do que um maço de cigarros.
Para os produtores de laranja substituir o fruto “in natura” pelo suco significava
aumentar a demanda, pois são necessárias em média de três a quatro laranjas
para fazer um copo de suco.
O americano logo adotou a idéia. Na década de 30 o consumo de suco de
laranja passou, no país, de meio litro por pessoa, por ano, para cinco litros por
pessoa/ano. Em 1936, 90% das famílias americanas já tinham assimilado o
costume – uma verdadeira instituição nacional – do suco de laranja no
“breakfast” – o café da manhã. Em muitas cidades, o mesmo esquema de
distribuição do leite é usado para o suco, que chega à porta das casas
cedinho, gelado, confiável, seguro, insubstituível...
Simultaneamente, no início da década de 30 teve início o enlatamento de suco
natural preservado em solução de dissulfito de potássio. Então o negócio
cresceu vertiginosamente e o desenvolvimento da indústria acelerou-se com a
Segunda Guerra Mundial.
O suco de laranja é gostoso por suas qualidades de sabor e de aroma,
conceitos que a Engenharia de Alimentação fundiu numa só palavra:
“saboroma”. O sabor e o aroma, unidos, vão dar a “essência” da fruta, que no
caso da laranja está no seu óleo essencial, um dos subprodutos da indústria
cítrica.
Conta-se que na história da tecnologia do suco de laranja, quando se buscava
o melhor método de fazê-lo concentrado, houve um momento de indecisão.
Após percorrer vários evaporadores, passar por choques de temperatura e
quedas no vácuo, o suco de laranja estava uma beleza, em perda de água,
volume, viscosidade, cor. Só que, misturado outra vez com a água, não tinha
gosto de nada. Ou melhor, “parecia um líquido amarelo com duas colheres de
açúcar e uma aspirina dissolvida”, na frase pitoresca de um jornalista.
É que no processo de perder água, o suco também tinha perdido os
componentes voláteis de sabor e aroma –sua “quintessência”. E só voltou a ter
o gosto próprio quando, em novo passo tecnológico, as essências foram
captadas e readicionadas no suco.
Assim, em 1940 já era comercializado o suco concentrado embalado a quente
(hot pack) e, em 1944 teve inicio a comercialização do suco concentrado
congelado que por ser de superior qualidade tomou rapidamente o lugar do
suco embalado a quente.
A partir de então nos EUA laranja acompanha o status da família, seu nível de
vida. À medida que sobe em escala social, mais laranja consome, mas,
igualmente, mais aumenta a exigência.
Até um certo ponto a dona de cada aceita descascar a laranja. Depois não
aceita mais, exige o espremedor. Em seguida rejeita o trabalho de lidar com a
casca e limpar o espremedor, que então o suco pronto, bastando por água e
mexer. Próximo passo é não quer mais nem botar água nem mexer...... Isso é o
que já acontece desde vinte anos atrás, com o advento do suco pasteurizado,
pronto para beber.
À parte o fato de que alimenta e dá prazer, o suco de laranja é um hábito do
café-da-manhã dos americanos, e como esse hábito já se espraiou por muitos
países, tem gente que garante que mais de 70% do suco de laranja do mundo
é consumido entre as sete e as nove da manhã. Porque o americano, cumprido
seu ritual matutino de cada dia, não volta mais ao suco a não ser na manhã
seguinte.
Já na maioria dos países europeus a identificação do suco de laranja com o
“breakfast” não é tão marcante, e nem o certa um conceito de alimento ou de
item obrigatório e com hora marcada da dieta cotidiana; é tomado por prazer
mesmo, quando não, também, como refresco ou para matar a sede. E então,
liberado do selo de ser comida matutina, é sorvido ao longo do dia, à noite, a
qualquer hora e em todo lugar e circunstância, o que, teoricamente, até eleva o
seu potencial de consumo.
Os americanos são os maiores consumidores de suco de laranja. Em segundo
lugar vêm os alemães, depois pela ordem, os suecos, os suíços, os
noruegueses, os austríacos, a Inglaterra e a França.
No Brasil a industrialização de cítricos teve início na década de 60 e, hoje, o
Estado de São Paulo processa mais de 80% da produção de laranja,
exportando mais de 90% de tudo que produz.
A tecnologia de produção do suco concentrado permite que se obtenha os
seguintes subprodutos: óleo essencial e óleo destilado (usados na indústria de
cosmético, perfumes e alimentação) D’limonene (solvente usado na indústria
de tintas e vernizes), polpa cítrica usada como componente de ração para gado
bovino.
Suco pronto para beber.
Em 1999 a indústria brasileira, através da Citrosuco, industria do Grupo
Fischer, desenvolveu a tecnologia que permitiu transportar a longas distância e
a granel, o suco pronto para beber.
Assim, graças ao armazenamento e transporte de suco fresco, dentro de
rigorosas condições assépticas, consumidores do mundo inteiro já podem
desfrutar do sabor da laranja brasileira, com a qualidade, aroma e o frescor da
fruta colhida na hora.

Fonte: Livro “Gota de Sol” – José Hamilton Ribeiro



A tecnologia de produção do suco concentrado permite conservar todas
                    as características do produto.

O Brasil é hoje um dos maiores produtores mundiais de suco concentrado e
congelado de laranja.
A tecnologia de fabricação do produto permite conservar todas a suas
características nutricionais e sabor do suco natural, viabilizando extensa
atividade econômica no cultivo e industrialização dos citros.
Durante a safra as fábricas operam dia e noite, sem interrupção, para
assegurar o processamento total da produção.
A cada dia as fabricas recebem toneladas de frutas que serão analisadas,
selecionadas, lavadas e individualmente prensadas.

As laranjas são classificadas para melhor adaptação às prensas extratoras
que, numa só operação, extraem o suco separando o bagaço, o óleo essencial
da casca e a casca.

O suco extraído, pré-filtrado nos tubos coadores, ainda contém uma certa
quantidade de sólidos, a polpa. Necessita, pois, um acabamento, polimento ou
filtração posterior.

Dessa forma é conduzido aos filtros rotativos, chamados finishers, onde as
eventuais “garrafinhas” que escaparam dos tubos coadores da extratora são
rompidas, libertando seu líquido que é então filtrado novamente.

Depois de armazenado em tanques de equilíbrio, o suco é bombeado para a
fase de centrifugação, onde sofrerá uma separação mais apurada de seus
componentes insolúveis. Nesta fase, um sistema automático de controle
permite, em tempos pré-ajustados, a eliminação das menores partículas sólidas
que não foram retidas na filtragem.

O suco assim purificado, que contém oitenta e oito por cento de água e doze
por cento de sólidos solúveis responsáveis pelo sabor, odor e propriedade
nutritiva do produto, será agora concentrado nos evaporadores, especialmente
projetados para não alterar as características do suco natural.
Sob ação do vapor a baixa temperatura e vácuo, extrai-se o excesso de água
até atingir a concentração de sessenta e cinco por cento de sólidos solúveis,
com uma redução de volume e peso que torna o manuseio, congelamento e
transporte do produto a longas distâncias economicamente viáveis.

Nos laboratórios procedem-se à análise de cada lote, para assegurar a
manutenção de pureza e propriedades naturais do suco, além dos requisitos
técnicos como coloração e acidez.

Após o processo de concentração o suco permanece com sua cor natural e
sabor inalterado. Nos tanques/blenders o produto é homogeneizado e colocado
dentro dos padrões de qualidade desejados, sendo depois resfriado e enviado
para armazenamento a granel, a dez graus centígrados abaixo de zero.

 O suco pode ser comercializado na forma de concentrado ou sob diferentes
marcas, embalagens e vias de distribuição, por empresas engarrafadoras que
readicionam o volume de água, extraída durante o processo de concentração,
comercializando o produto reconstituido. E assim, o suco chega ao alcance de
consumidores dos consumidores, com o sabor integral e o incomparável valor
nutritivo da laranja natural.

Os subprodutos da laranja

A industria tem pequisado constantemente todos os meios de aproveitar
integralmente a laranja. Atualmente, da casca até o bagaço tudo é utilizado na
obtenção de diversos subprodutos, como óleo essencial, óleo destilado, polpa
cítrica congelada, polpa cítrica peletizada, D’Limonene e álcool cítrico. Esses
subprodutos são extraídos durante o processo de produção do suco e
utilizados na fabricação de plásticos, tintas, vernizes, remédios, cosméticos,
bebidas, alimentos e rações animais.

Fonte: Arquivo Citrosuco

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a A história e tecnologia do suco de laranja brasileiro

Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº2 - Julho 2013 - café
Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº2 - Julho 2013 - caféBoletim MarkEsalq Ano 1 Nº2 - Julho 2013 - café
Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº2 - Julho 2013 - caféMarkEsalq
 
APOSTILA DE CAIPIRINHAS
APOSTILA DE CAIPIRINHAS APOSTILA DE CAIPIRINHAS
APOSTILA DE CAIPIRINHAS Mauricio Campos
 
Uvas a longevidade e a beleza estão no suco das uvas
Uvas a longevidade e a beleza estão no suco das uvasUvas a longevidade e a beleza estão no suco das uvas
Uvas a longevidade e a beleza estão no suco das uvasSerginho Sucesso
 
Plano de comunicação - Suco de soja do bem
Plano de comunicação - Suco de soja do bemPlano de comunicação - Suco de soja do bem
Plano de comunicação - Suco de soja do bemHeloísa Félix Leitner
 
Fabricação de polpa e néctar de frutas
Fabricação de polpa e néctar de frutasFabricação de polpa e néctar de frutas
Fabricação de polpa e néctar de frutasCamila Moresco
 
Embrapa suco de uva
Embrapa suco de uvaEmbrapa suco de uva
Embrapa suco de uvapauloweimann
 
Cafe chocolate-ebook1
Cafe chocolate-ebook1Cafe chocolate-ebook1
Cafe chocolate-ebook1Janine Gil
 
Sabor Do Café Curiosidades
Sabor Do Café   CuriosidadesSabor Do Café   Curiosidades
Sabor Do Café CuriosidadesMedusa Fabula
 
SEBENTA UFCD 8334-TEORIA DO SERVIÇO DE BEBIDAS.pdf
SEBENTA UFCD 8334-TEORIA DO SERVIÇO DE BEBIDAS.pdfSEBENTA UFCD 8334-TEORIA DO SERVIÇO DE BEBIDAS.pdf
SEBENTA UFCD 8334-TEORIA DO SERVIÇO DE BEBIDAS.pdfElisabeteMiranda13
 
Book Reunião Ciclo Julho
Book Reunião Ciclo JulhoBook Reunião Ciclo Julho
Book Reunião Ciclo JulhoAlsite_design
 
A Terceira Onda do Consumo de Café
A Terceira Onda do Consumo de CaféA Terceira Onda do Consumo de Café
A Terceira Onda do Consumo de CaféLuiz Valeriano
 
ABC Conservas caseiras de frutas
ABC Conservas caseiras de frutasABC Conservas caseiras de frutas
ABC Conservas caseiras de frutasLenildo Araujo
 

Semelhante a A história e tecnologia do suco de laranja brasileiro (20)

Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº2 - Julho 2013 - café
Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº2 - Julho 2013 - caféBoletim MarkEsalq Ano 1 Nº2 - Julho 2013 - café
Boletim MarkEsalq Ano 1 Nº2 - Julho 2013 - café
 
APOSTILA DE CAIPIRINHAS
APOSTILA DE CAIPIRINHAS APOSTILA DE CAIPIRINHAS
APOSTILA DE CAIPIRINHAS
 
Uvas a longevidade e a beleza estão no suco das uvas
Uvas a longevidade e a beleza estão no suco das uvasUvas a longevidade e a beleza estão no suco das uvas
Uvas a longevidade e a beleza estão no suco das uvas
 
CajuíNa
CajuíNaCajuíNa
CajuíNa
 
Refrigerantes
RefrigerantesRefrigerantes
Refrigerantes
 
5621293.ppt
5621293.ppt5621293.ppt
5621293.ppt
 
Licor de frutas
Licor de frutasLicor de frutas
Licor de frutas
 
Plano de comunicação - Suco de soja do bem
Plano de comunicação - Suco de soja do bemPlano de comunicação - Suco de soja do bem
Plano de comunicação - Suco de soja do bem
 
Fabricação de polpa e néctar de frutas
Fabricação de polpa e néctar de frutasFabricação de polpa e néctar de frutas
Fabricação de polpa e néctar de frutas
 
Cafe
CafeCafe
Cafe
 
Embrapa suco de uva
Embrapa suco de uvaEmbrapa suco de uva
Embrapa suco de uva
 
ENO
ENOENO
ENO
 
Cafe chocolate-ebook1
Cafe chocolate-ebook1Cafe chocolate-ebook1
Cafe chocolate-ebook1
 
ELABORAÇÃO DE sucos23.pdf
ELABORAÇÃO DE sucos23.pdfELABORAÇÃO DE sucos23.pdf
ELABORAÇÃO DE sucos23.pdf
 
Sabor Do Café Curiosidades
Sabor Do Café   CuriosidadesSabor Do Café   Curiosidades
Sabor Do Café Curiosidades
 
Limão x sistema digestivo
Limão x sistema digestivoLimão x sistema digestivo
Limão x sistema digestivo
 
SEBENTA UFCD 8334-TEORIA DO SERVIÇO DE BEBIDAS.pdf
SEBENTA UFCD 8334-TEORIA DO SERVIÇO DE BEBIDAS.pdfSEBENTA UFCD 8334-TEORIA DO SERVIÇO DE BEBIDAS.pdf
SEBENTA UFCD 8334-TEORIA DO SERVIÇO DE BEBIDAS.pdf
 
Book Reunião Ciclo Julho
Book Reunião Ciclo JulhoBook Reunião Ciclo Julho
Book Reunião Ciclo Julho
 
A Terceira Onda do Consumo de Café
A Terceira Onda do Consumo de CaféA Terceira Onda do Consumo de Café
A Terceira Onda do Consumo de Café
 
ABC Conservas caseiras de frutas
ABC Conservas caseiras de frutasABC Conservas caseiras de frutas
ABC Conservas caseiras de frutas
 

Mais de barbiebruxadoleste

Saiba mais reforma ortográfica
Saiba mais  reforma ortográficaSaiba mais  reforma ortográfica
Saiba mais reforma ortográficabarbiebruxadoleste
 
Viagem gastronômica e literária pela normandia
Viagem gastronômica e literária pela normandiaViagem gastronômica e literária pela normandia
Viagem gastronômica e literária pela normandiabarbiebruxadoleste
 
Vida e saude alimentacao saudavel cap 01
Vida e saude alimentacao saudavel cap 01Vida e saude alimentacao saudavel cap 01
Vida e saude alimentacao saudavel cap 01barbiebruxadoleste
 
Vida e saude aspectos nutricionais das sementes
Vida e saude aspectos nutricionais das sementesVida e saude aspectos nutricionais das sementes
Vida e saude aspectos nutricionais das sementesbarbiebruxadoleste
 
Vida e saude atividade física
Vida e saude atividade físicaVida e saude atividade física
Vida e saude atividade físicabarbiebruxadoleste
 
Vida e saude entenda o colesterol
Vida e saude entenda o colesterolVida e saude entenda o colesterol
Vida e saude entenda o colesterolbarbiebruxadoleste
 
Vida e saude piramide alimentar
Vida e saude piramide alimentarVida e saude piramide alimentar
Vida e saude piramide alimentarbarbiebruxadoleste
 
Vida e saude tenha uma vida saudavel
Vida e saude tenha uma vida saudavelVida e saude tenha uma vida saudavel
Vida e saude tenha uma vida saudavelbarbiebruxadoleste
 
Receitas torta verde de limão
Receitas torta verde de limãoReceitas torta verde de limão
Receitas torta verde de limãobarbiebruxadoleste
 
Receitas torta de frango ou peixe
Receitas torta de frango ou peixeReceitas torta de frango ou peixe
Receitas torta de frango ou peixebarbiebruxadoleste
 
Receitas sorvete de coco com calda de laranja e manga flambada
Receitas sorvete de coco com calda de laranja e manga flambadaReceitas sorvete de coco com calda de laranja e manga flambada
Receitas sorvete de coco com calda de laranja e manga flambadabarbiebruxadoleste
 

Mais de barbiebruxadoleste (20)

Saiba mais reforma ortográfica
Saiba mais  reforma ortográficaSaiba mais  reforma ortográfica
Saiba mais reforma ortográfica
 
Seleção de salgadinhos
Seleção de salgadinhosSeleção de salgadinhos
Seleção de salgadinhos
 
Viagem gastronômica e literária pela normandia
Viagem gastronômica e literária pela normandiaViagem gastronômica e literária pela normandia
Viagem gastronômica e literária pela normandia
 
Vida e saude alimentacao saudavel cap 01
Vida e saude alimentacao saudavel cap 01Vida e saude alimentacao saudavel cap 01
Vida e saude alimentacao saudavel cap 01
 
Vida e saude aspectos nutricionais das sementes
Vida e saude aspectos nutricionais das sementesVida e saude aspectos nutricionais das sementes
Vida e saude aspectos nutricionais das sementes
 
Vida e saude atividade física
Vida e saude atividade físicaVida e saude atividade física
Vida e saude atividade física
 
Vida e saude entenda o colesterol
Vida e saude entenda o colesterolVida e saude entenda o colesterol
Vida e saude entenda o colesterol
 
Vida e saude magnésio
Vida e saude magnésioVida e saude magnésio
Vida e saude magnésio
 
Vida e saude oleo de fritura
Vida e saude oleo de frituraVida e saude oleo de fritura
Vida e saude oleo de fritura
 
Vida e saude piramide alimentar
Vida e saude piramide alimentarVida e saude piramide alimentar
Vida e saude piramide alimentar
 
Vida e saude soja na cozinha
Vida e saude soja na cozinhaVida e saude soja na cozinha
Vida e saude soja na cozinha
 
Vida e saude tenha uma vida saudavel
Vida e saude tenha uma vida saudavelVida e saude tenha uma vida saudavel
Vida e saude tenha uma vida saudavel
 
Vida e saude veja verduras
Vida e saude veja verdurasVida e saude veja verduras
Vida e saude veja verduras
 
Receitas torta verde de limão
Receitas torta verde de limãoReceitas torta verde de limão
Receitas torta verde de limão
 
Receitas torta palmito
Receitas torta palmitoReceitas torta palmito
Receitas torta palmito
 
Receitas torta fria linhaça
Receitas torta fria linhaçaReceitas torta fria linhaça
Receitas torta fria linhaça
 
Receitas torta de frango ou peixe
Receitas torta de frango ou peixeReceitas torta de frango ou peixe
Receitas torta de frango ou peixe
 
Receitas torta atum
Receitas torta atumReceitas torta atum
Receitas torta atum
 
Receitas sucos cabelos bcos
Receitas sucos cabelos bcosReceitas sucos cabelos bcos
Receitas sucos cabelos bcos
 
Receitas sorvete de coco com calda de laranja e manga flambada
Receitas sorvete de coco com calda de laranja e manga flambadaReceitas sorvete de coco com calda de laranja e manga flambada
Receitas sorvete de coco com calda de laranja e manga flambada
 

Último

o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfCamillaBrito19
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?AnabelaGuerreiro7
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorEdvanirCosta
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioDomingasMariaRomao
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxMauricioOliveira258223
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...azulassessoria9
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdfBlendaLima1
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobremaryalouhannedelimao
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Maria Teresa Thomaz
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇJaineCarolaineLima
 

Último (20)

o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdfo ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
o ciclo do contato Jorge Ponciano Ribeiro.pdf
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
Urso Castanho, Urso Castanho, o que vês aqui?
 
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de ProfessorINTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
INTERVENÇÃO PARÁ - Formação de Professor
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medioAraribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
Araribá slides 9ano.pdf para os alunos do medio
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptxSlides sobre as Funções da Linguagem.pptx
Slides sobre as Funções da Linguagem.pptx
 
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...Considere a seguinte situação fictícia:  Durante uma reunião de equipe em uma...
Considere a seguinte situação fictícia: Durante uma reunião de equipe em uma...
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
3-Livro-Festa-no-céu-Angela-Lago.pdf-·-versão-1.pdf
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobreAULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
AULA DE CARIOLOGIA TSB introdução tudo sobre
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
ATIVIDADE - CHARGE.pptxDFGHJKLÇ~ÇLJHUFTDRSEDFGJHKLÇ
 

A história e tecnologia do suco de laranja brasileiro

  • 1. A história do suco de laranja. A laranja, consumida ao natural ou em forma de suco, é a fruta mais desejada do planeta. Um negócio que faz rolar no mundo todo algo como um bilhão de dólares por mês. Na forma de sucos puros, os citros (laranja, tangerina e “grape-fruit”) estão em primeiro lugar de consumo nos Estados Unidos. Essa posição da laranja é antiga e sólida, com crescimento estimulado pela tendência de valorização permanente do consumo de produtos naturais. E entre os produtos naturais o suco de laranja é um dos que mais inspira confiança. A motivação principal que as pessoas têm para gostar do suco de laranja – a ponto de fazer dela a fruta mais consumida no mundo – é pura e simplesmente o seu gosto. Assim como o café, chocolate, carne bovina, o suco de laranja tem o privilégio de ter um “gosto universal”, que é assimilado com prazer por pessoas de qualquer parte do mundo. Esse “gosto universal” é que faz com que se possa tomar suco de laranja – ou comer a fruta – todo dia, várias vezes por dia, sem enjoar. O resultado é sempre uma sensação gratificante – de prazer e saúde – que se segue ao ato de sorver um copo de suco. A laranja chegou ao Mundo Ocidental quase na mesma época das grandes navegações. Ficou a idéia de ela foi trazida do Oriente – principalmente da China – pelos navegantes portugueses. E todos aprenderam consumir a laranja ao natural. Com o advento da máquina de espremer – primeiro os extratores de bar, depois os domésticos, finalmente os industriais – chegou a era de se beber laranja. Coisa de americano. Já em 1905 um esforço conjugado de produtores, comerciantes e industriais do setor nos EUA passou a sugerir que o povo “bebesse laranja” e fizesse isso sem esforço, e sem melar ( ou machucar) as mãos, usando as maquininhas de espremer que custavam tão barato....Em verdade os produtores de laranja absorviam eles próprios uma parte do custo dessas maquininhas para que elas, a preços bem acessíveis, chegassem logo à mão das donas de casa e mostrassem do que eram capazes. Um anúncio de jornal em 1916 – “Beba uma laranja!” dava o preço de um espremedor elétrico: 10 centavos de dólar, menos do que um maço de cigarros. Para os produtores de laranja substituir o fruto “in natura” pelo suco significava aumentar a demanda, pois são necessárias em média de três a quatro laranjas para fazer um copo de suco. O americano logo adotou a idéia. Na década de 30 o consumo de suco de laranja passou, no país, de meio litro por pessoa, por ano, para cinco litros por pessoa/ano. Em 1936, 90% das famílias americanas já tinham assimilado o costume – uma verdadeira instituição nacional – do suco de laranja no “breakfast” – o café da manhã. Em muitas cidades, o mesmo esquema de distribuição do leite é usado para o suco, que chega à porta das casas cedinho, gelado, confiável, seguro, insubstituível... Simultaneamente, no início da década de 30 teve início o enlatamento de suco natural preservado em solução de dissulfito de potássio. Então o negócio cresceu vertiginosamente e o desenvolvimento da indústria acelerou-se com a Segunda Guerra Mundial. O suco de laranja é gostoso por suas qualidades de sabor e de aroma, conceitos que a Engenharia de Alimentação fundiu numa só palavra: “saboroma”. O sabor e o aroma, unidos, vão dar a “essência” da fruta, que no
  • 2. caso da laranja está no seu óleo essencial, um dos subprodutos da indústria cítrica. Conta-se que na história da tecnologia do suco de laranja, quando se buscava o melhor método de fazê-lo concentrado, houve um momento de indecisão. Após percorrer vários evaporadores, passar por choques de temperatura e quedas no vácuo, o suco de laranja estava uma beleza, em perda de água, volume, viscosidade, cor. Só que, misturado outra vez com a água, não tinha gosto de nada. Ou melhor, “parecia um líquido amarelo com duas colheres de açúcar e uma aspirina dissolvida”, na frase pitoresca de um jornalista. É que no processo de perder água, o suco também tinha perdido os componentes voláteis de sabor e aroma –sua “quintessência”. E só voltou a ter o gosto próprio quando, em novo passo tecnológico, as essências foram captadas e readicionadas no suco. Assim, em 1940 já era comercializado o suco concentrado embalado a quente (hot pack) e, em 1944 teve inicio a comercialização do suco concentrado congelado que por ser de superior qualidade tomou rapidamente o lugar do suco embalado a quente. A partir de então nos EUA laranja acompanha o status da família, seu nível de vida. À medida que sobe em escala social, mais laranja consome, mas, igualmente, mais aumenta a exigência. Até um certo ponto a dona de cada aceita descascar a laranja. Depois não aceita mais, exige o espremedor. Em seguida rejeita o trabalho de lidar com a casca e limpar o espremedor, que então o suco pronto, bastando por água e mexer. Próximo passo é não quer mais nem botar água nem mexer...... Isso é o que já acontece desde vinte anos atrás, com o advento do suco pasteurizado, pronto para beber. À parte o fato de que alimenta e dá prazer, o suco de laranja é um hábito do café-da-manhã dos americanos, e como esse hábito já se espraiou por muitos países, tem gente que garante que mais de 70% do suco de laranja do mundo é consumido entre as sete e as nove da manhã. Porque o americano, cumprido seu ritual matutino de cada dia, não volta mais ao suco a não ser na manhã seguinte. Já na maioria dos países europeus a identificação do suco de laranja com o “breakfast” não é tão marcante, e nem o certa um conceito de alimento ou de item obrigatório e com hora marcada da dieta cotidiana; é tomado por prazer mesmo, quando não, também, como refresco ou para matar a sede. E então, liberado do selo de ser comida matutina, é sorvido ao longo do dia, à noite, a qualquer hora e em todo lugar e circunstância, o que, teoricamente, até eleva o seu potencial de consumo. Os americanos são os maiores consumidores de suco de laranja. Em segundo lugar vêm os alemães, depois pela ordem, os suecos, os suíços, os noruegueses, os austríacos, a Inglaterra e a França. No Brasil a industrialização de cítricos teve início na década de 60 e, hoje, o Estado de São Paulo processa mais de 80% da produção de laranja, exportando mais de 90% de tudo que produz. A tecnologia de produção do suco concentrado permite que se obtenha os seguintes subprodutos: óleo essencial e óleo destilado (usados na indústria de cosmético, perfumes e alimentação) D’limonene (solvente usado na indústria de tintas e vernizes), polpa cítrica usada como componente de ração para gado bovino.
  • 3. Suco pronto para beber. Em 1999 a indústria brasileira, através da Citrosuco, industria do Grupo Fischer, desenvolveu a tecnologia que permitiu transportar a longas distância e a granel, o suco pronto para beber. Assim, graças ao armazenamento e transporte de suco fresco, dentro de rigorosas condições assépticas, consumidores do mundo inteiro já podem desfrutar do sabor da laranja brasileira, com a qualidade, aroma e o frescor da fruta colhida na hora. Fonte: Livro “Gota de Sol” – José Hamilton Ribeiro A tecnologia de produção do suco concentrado permite conservar todas as características do produto. O Brasil é hoje um dos maiores produtores mundiais de suco concentrado e congelado de laranja. A tecnologia de fabricação do produto permite conservar todas a suas características nutricionais e sabor do suco natural, viabilizando extensa atividade econômica no cultivo e industrialização dos citros. Durante a safra as fábricas operam dia e noite, sem interrupção, para assegurar o processamento total da produção. A cada dia as fabricas recebem toneladas de frutas que serão analisadas, selecionadas, lavadas e individualmente prensadas. As laranjas são classificadas para melhor adaptação às prensas extratoras que, numa só operação, extraem o suco separando o bagaço, o óleo essencial da casca e a casca. O suco extraído, pré-filtrado nos tubos coadores, ainda contém uma certa quantidade de sólidos, a polpa. Necessita, pois, um acabamento, polimento ou filtração posterior. Dessa forma é conduzido aos filtros rotativos, chamados finishers, onde as eventuais “garrafinhas” que escaparam dos tubos coadores da extratora são rompidas, libertando seu líquido que é então filtrado novamente. Depois de armazenado em tanques de equilíbrio, o suco é bombeado para a fase de centrifugação, onde sofrerá uma separação mais apurada de seus componentes insolúveis. Nesta fase, um sistema automático de controle permite, em tempos pré-ajustados, a eliminação das menores partículas sólidas que não foram retidas na filtragem. O suco assim purificado, que contém oitenta e oito por cento de água e doze por cento de sólidos solúveis responsáveis pelo sabor, odor e propriedade nutritiva do produto, será agora concentrado nos evaporadores, especialmente projetados para não alterar as características do suco natural.
  • 4. Sob ação do vapor a baixa temperatura e vácuo, extrai-se o excesso de água até atingir a concentração de sessenta e cinco por cento de sólidos solúveis, com uma redução de volume e peso que torna o manuseio, congelamento e transporte do produto a longas distâncias economicamente viáveis. Nos laboratórios procedem-se à análise de cada lote, para assegurar a manutenção de pureza e propriedades naturais do suco, além dos requisitos técnicos como coloração e acidez. Após o processo de concentração o suco permanece com sua cor natural e sabor inalterado. Nos tanques/blenders o produto é homogeneizado e colocado dentro dos padrões de qualidade desejados, sendo depois resfriado e enviado para armazenamento a granel, a dez graus centígrados abaixo de zero. O suco pode ser comercializado na forma de concentrado ou sob diferentes marcas, embalagens e vias de distribuição, por empresas engarrafadoras que readicionam o volume de água, extraída durante o processo de concentração, comercializando o produto reconstituido. E assim, o suco chega ao alcance de consumidores dos consumidores, com o sabor integral e o incomparável valor nutritivo da laranja natural. Os subprodutos da laranja A industria tem pequisado constantemente todos os meios de aproveitar integralmente a laranja. Atualmente, da casca até o bagaço tudo é utilizado na obtenção de diversos subprodutos, como óleo essencial, óleo destilado, polpa cítrica congelada, polpa cítrica peletizada, D’Limonene e álcool cítrico. Esses subprodutos são extraídos durante o processo de produção do suco e utilizados na fabricação de plásticos, tintas, vernizes, remédios, cosméticos, bebidas, alimentos e rações animais. Fonte: Arquivo Citrosuco