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Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2008 – 2010
OBJETIVO GERAL EVANGELIZAR A PARTIR DO ENCONTRO COM JESUS CRISTO, COMO DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS,  À LUZ DA EVANGÉLICA OPÇÃO PREFERENCIAL PELOS POBRES, PROMOVENDO A DIGNIDADE DA PESSOA, RENOVANDO A COMUNIDADE, PARTICIPANDO DA CONSTRUÇÃO DE UMA  SOCIEDADE JUSTA E SOLIDÁRIA, “ PARA QUE TODOS TENHAM VIDA E  A TENHAM EM ABUNDÂNCIA”(JO  10,10 ).
Vida plena para todos As Diretrizes da Ação Evangelizadora - no espírito do evento da Conferência de Aparecida. Numa época de profundas mudanças socioculturais, a Igreja é chamada a proclamar a mensagem do Evangelho para que os povos tenham vida e a tenham em abundância. Atinge o ser humano por inteiro e desenvolve a existência em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural.  A missão de Jesus Cristo consistiu  em levar à humanidade esta vida em  palavras e ações.Toda atividade missionária é compromisso por uma vida mais digna. As condições de vida dos excluídos e ignorados em sua miséria e dor contradizem esse projeto do Pai e desafiam os cristãos.  O serviço de caridade entre os pobres é um campo de atividade que caracteriza a vida cristã, o estilo eclesial e a programação pastoral.
Compromisso com a Vida  A evangelização é tarefa de todos os fiéis, em virtude de seu batismo. De modo especial o laicato, devidamente formado, deve atuar como verdadeiro sujeito eclesial. A missão não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã.  Nossa  conversão pessoal  possibilita impregnar, com uma firme decisão missionária, as estruturas eclesiais e os planos pastorais de qualquer instituição da Igreja, exigindo nossa  conversão pastoral .  Isso implica escuta e fidelidade ao Espírito, impelindo-nos à missão e às mudanças socioculturais. Cada diocese será uma “comunidade missionária” ao fortalecer sua consciência missionária com gestos concretos e ao responder aos grandes problemas da sociedade. Estes desafios exigem imaginação e criatividade.
Horizonte das Diretrizes da Ação Evangelizadora Nos capítulos seguintes examinaremos: 1º ) A  realidade marcante na atual sociedade brasileira  de cunho cultural, social, econômico, político, ético e religioso. 2º) Uma  iluminação teológica  explicita as quatro exigências intrínsecas da evangelização   e se realiza através do tríplice múnus: ministérios da Palavra, da Liturgia e da Caridade.  3º) As  pistas de ação pastoral  para os próximos anos em nível da pessoa, comunidade e sociedade.  4º) No último capítulo abordaremos a  Missão Continental  em nosso País – “Ai de mim se eu não evangelizar”.
1.  A realidade   nos interpela Nosso olhar sobre a realidade brasileira em meio a luzes e sombras. As grandes mudanças desafiam-nos a discernir os ‘sinais dos tempos’ à luz do Espírito Santo, a serviço do Reino. Aproveitamos a contribuição das ciências sociais e humanas, ao conhecer melhor a realidade e clarear suas causas. Essas transformações têm alcance global. Um fator determinante dessas mudanças é a ciência e a tecnologia.  Os discípulos missionários procuram como o fenômeno afeta a vida, o sentido religioso e ético de nossos irmãos.
Situação Sócio-Cultural   O contexto sócio-cultural contemporâneo comprova o fenômeno de uma crescente fragmentação dos referenciais de sentido e relativização dos valores. Gera critérios parciais e múltiplos nas realidades da vida, nas opções religiosas e nos relacionamentos pessoais.  Esses critérios parciais, não conseguindo oferecer um significado adequado a toda a realidade, geram uma  crise de sentido.  Levam as pessoas a sentirem-se frustradas pela dificuldade de influir nos acontecimentos.  No campo cultural, prevalece na opinião pública a impressão de desencanto, inclusive nos países ricos, os mais beneficiados pela globalização.
Busca de uma satisfação imediata  Em lugar da segurança e do progresso prometidos, a globalização provocou um aumento sensível de riscos: possíveis desastres químicos e atômicos, catástrofes climáticas e ecológicas, conseqüência da intervenção humana agressiva ao meio ambiente. A violência e o terrorismo crescentes são sentidos por todos. Diante das incertezas e do risco, as pessoas buscam  satisfação imediata.  A sociedade mantém aceso o desejo de consumo, dando a impressão enganosa de que cada um pode escolher e comprar o que quiser.  A avidez do mercado descontrola o desejo de crianças, jovens e adultos. Na esfera da vida privada predomina a mentalidade de que cada um se julga dono de suas decisões.
O futuro é incerto  As novas gerações são as mais afetadas em suas aspirações pessoais profundas por essa cultura do consumo. Crescem elas na lógica do individualismo pragmático e narcisista, despertando mundos imaginários de liberdade e igualdade.  Afirmam o presente porque o passado perdeu relevância diante de tantas exclusões sociais, políticas e econômicas. Para elas, o  futuro é incerto . Participam da lógica da vida como espetáculo, considerando o corpo como fonte de referência de sua realidade presente. Têm nova atração pelas sensações e crescem na grande maioria sem referência aos valores e instâncias religiosas.  Nosso olhar de fé e de esperança constata aspectos positivos dessa mudança: o valor da pessoa, da liberdade, a busca do sentido da vida.
Novos tipos de relacionamento  A passagem da agricultura para a indústria provocou a  urbanização, concentrou nas cidades a população, produzindo as  megalópoles. O crescimento dos meios de comunicação de massa levou a cidade a exercer uma influência maior, difundindo padrões culturais nas regiões rurais. A grande cidade favorece o contato com uma pluralidade de experiências e de expressões culturais. Multiplica as possibilidades de escolha do indivíduo, que constrói a sua própria identidade.  Diante do perigo da massificação, o indivíduo tem na  família  um apoio fundamental, embora reduzida ao seu núcleo, mais frágil e exposta a rupturas.  Além da família, o indivíduo procura  novas relações , a partir de sua escolha, por afinidade de interesses. Entre as experiências, marcadas por afinidades emocionais, estão as comunidades e movimentos religiosos.
Situação Econômica   A face de maior êxito da globalização é sua dimensão econômica que se sobrepõe às outras dimensões da vida humana e as condiciona. A dinâmica do mercado absolutiza a eficácia e a produtividade como valores reguladores das relações humanas dentro do capitalismo neoliberal, conduzido por uma ideologia do lucro que estimula a concorrência. A concentração de recursos físicos, monetários e de informação produz a exclusão. Localizamos aí os rostos concretos de antigas e novas pobrezas: moradores de rua, migrantes, enfermos, dependentes de substâncias químicas, mulheres excluídas por questões de gênero, etnia e situação sócio-econômica; crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social. Os novos pobres são descartáveis.
Outra mudança sócio-econômica é o desemprego estrutural,  caracterizado pela diminuição da mão-de-obra na indústria, pela fragmentação do processo produtivo e pela flexibilização das relações de trabalho. O fenômeno do desemprego estrutural atinge a vida e a dignidade de milhões de pessoas, a começar pelos jovens. Ele destrói a dignidade pessoal, a visão de futuro, e o sentido de lealdade e solidariedade.  Sem uma política de proteção específica do Estado, inspirada no princípio de subsidiariedade, as economias de escala dos grandes consórcios terminam por se impor como única forma de dinamismo econômico Desemprego estrutural
Conseqüências da atual Globalização  As populações rurais sofrem mais as conseqüências da pobreza, agravada pela falta de acesso a terra, de financiamento adequado, de condições gerais de vida digna e de apoio à agricultura familiar.  A reforma agrária continua  uma exigência diante da escandalosa concentração de terra nas mãos de poucos.   São alarmantes os níveis de corrupção na economia, envolvendo o setor público e o setor privado, vinculada ao tráfico de drogas, de armas e de pessoas. Fenômeno preocupante é o processo da mobilidade humana. Apesar das dificuldades econômicas da população, há melhorias: o desemprego cai, a renda e o consumo têm crescido, impulsionando o crescimento da economia.
Situação Sócio-Política   O  enfraquecimento da política  decorre das mudanças culturais, do crescimento do poder dos grandes grupos econômicos, impondo suas decisões e substituindo as instâncias políticas, com riscos para a democracia. Houve desencanto e diminuição da confiança do povo nos políticos, nas instituições públicas e nos três poderes do Estado. Em contrapartida, surgiram novos sinais de esperança e de empenho político: organizações alternativas, não governamentais e movimentos sociais, sem vinculação partidária, para defender seus direitos. Na América Latina, vivemos numa crescente consciência da sociedade. No entanto, c resce a banalização da vida: a manipulação de embriões, homicídios por motivos banais...
A Ecologia   A  rica biodiversidade do Brasil, com os diversos biomas, tem suscitado cobiça internacional. Intensificam-se a devastação ambiental da Amazônia e as agressões à dignidade e à cultura dos povos indígenas.  O acervo de conhecimentos tradicionais tem sido objeto de apropriação intelectual ilícita, sendo patenteados por indústrias farmacêuticas e de biogenética. A isso se soma a agressão à natureza, à terra e às águas - tratadas como mercadoria negociável.  Isso é conseqüência de um modelo de desenvolvimento econômico, que privilegia o mercado financeiro e prioriza o agro-negócio.  As grandes indústrias extrativistas e a agro-indústria não respeitam os direitos das populações locais.
A Situação Religiosa   A mentalidade individualista alastra-se também no campo religioso. O indivíduo escolhe sua religião num contexto pluralista. Aderindo a uma tradição ou a uma instituição religiosa, ele tende a escolher crenças, ritos e normas que lhe agradam subjetivamente. Procura construir sua religião pessoal com fragmentos e práticas de várias religiões. Cresce a atração por práticas esotéricas, afetando a fé cristã.  Uma crescente tendência em setores da sociedade admite a prática religiosa apenas na esfera privada, em base a uma sociedade laicista, criticando as manifestações da Igreja em matéria de moral.  Movimentos religiosos autônomos se deixam enganar pela chamada “teologia da prosperidade”.
Tendências religiosas no Brasil  Essas tendências, no Brasil, apareceram no Censo 2000. Evidenciam a diversidade das situações regionais. Os   principais dados relativos à questão “religião”:a) Diminuição dos católicos: 83,3% (1991) para 73,9% (2000); b) Aumento dos evangélicos, de 9,0% (1991) para 15,6% (2000);c) Aumento dos “sem religião”, passando de 4,7% da população (1991) para 7,4% (2000), ou de 7 para 12,5 milhões. Pesquisas  recentes do IBGE e da Fundação Getúlio Vargas devem ser avaliados com discernimento. Apontam para uma “modernização” dos hábitos dos brasileiros e para um crescimento do individualismo e do subjetivismo mas mostram a religiosidade ainda alta.  Não obstante, devemos reconhecer a existência de pessoas que se dizem atéias.
2 o)  Discípulos Missionários em uma Igreja em estado permanente de Missão Ao acolher a pessoa de Jesus Cristo, pela fé, o cristão se une a ele e entra em comunhão com o Pai e o Espírito Santo. A comunhão com a Santíssima Trindade é o fundamento da comunhão na Igreja, e da missão no mundo. Não há discipulado sem comunhão e missão. É eclesial em sua realização histórica. Nela e por ela o discípulo se torna sujeito do ato de fé. A Igreja evangeliza como comunidade de amor. Atrai seus membros para viver o amor fraterno e os interpela a participar da “aventura da fé”.  A Igreja é a “casa e escola de comunhão”. Constitui uma unidade orgânica com diversidade de carismas, ministérios e serviços, animada por uma espiritualidade de comunhão missionária.  A Comunidade Missionária
As atuais Diretrizes da evangelização ressaltam o  serviço, o diálogo, o anúncio e o testemunho de comunhão  como exigências intrínsecas. O evangelizador se põe  a  serviço  do dinamismo da libertação integral, da humanização, da reconciliação e da inserção social. Este serviço pressupõe o respeito aos outros, o conhecimento de concepções de vida, dos problemas existenciais, dos anseios e frustrações, das alegrias e tristezas. Exige  escuta e diálogo  sobre o sentido da existência, a fé   em Deus e a oração, com convicções religiosas da presença de “sementes do verbo”. Neste diálogo será possível esclarecer as razões da nossa esperança e chegar ao  anúncio   do Evangelho. Da fé em Jesus Cristo nasce a comunidade, chamada a dar o  testemunho da   comunhão .   As Exigências e os Âmbitos da Evangelização
O discípulo é chamado por Jesus Cristo para com Ele conviver, participar de sua Vida, unir-se à sua Pessoa e aderir à sua missão. Ele entrega sua liberdade a Jesus, Caminho, Verdade e Vida. Assume “o estilo de vida do próprio Jesus”: amor incondicional, solidário, acolhedor até a doação da própria vida; assim compartilha do destino do Mestre. Todo discípulo é missionário. O encontro pessoal com Jesus Cristo impulsiona a promover o Reino da Vida, que diz respeito à totalidade da existência - a dimensão pessoal, familiar, social e cultural.  A salvação de Jesus Cristo deve atingir as relações sociais entre os seres humanos,  envolve a promoção humana e a autêntica libertação. Logo, o encontro com Jesus Cristo nos pobres é uma dimensão constitutiva de nossa fé em Jesus Cristo.  Vocação e Missão dos Discípulos Missionários
A  Igreja oferece o acesso à  Palavra de Deus , à celebração da  Eucaristia , e cuida da  caridade fraterna  através dos ministério s  da  Palavra , da  Liturgia  e  da  Caridade .     A missão segundo o tríplice múnus
Ministério da Palavra   A proclamação da Palavra de Deus pela Igreja é decisiva : como acolhimento livre ao anúncio salvífico da pessoa de Cristo. Começamos a ser cristão pela pregação do querigma, uma oferta imprescindível a todos . O poder do Espírito e da Palavra contagia as pessoas e as leva a escutar a Jesus Cristo, a crer n’Ele.  O anúncio e a acolhida da Palavra são fundamentais para a vida e a missão da Igreja.  Os pastores se empenhem para que a Palavra seja anunciada, comentada e refletida com homilias bem preparadas, e encarnadas na vida.  Faz-se necessário uma pastoral bíblica para uma evangelização inculturada.
Exigências do Ministério da Palavra  O ministério da Palavra exige o ministério da  catequese .  Na cultura pluralista, os ambientes da escola, do trabalho e da vida social não comunicam valores cristãos. As famílias estão despreparadas para assumir a responsabilidade da educação da fé. A importância da catequese, de inspiração catecumenal, não se limita às crianças e aos jovens.  É prioridade a catequese adulta com adultos, um “itinerário catequético permanente”, uma verdadeira escola de formação integral. Aos fiéis leigos continuem as oportunidades de  formação bíblico-teológica . As universidades católicas  promovam o diálogo entre fé e razão, fé e cultura e o conhecimento da Doutrina Social da Igreja. As dioceses apóiem o ensino religioso nas escolas públicas e particulares.  Urge um apoio decidido à evangelização da Juventude.
Ministério da Liturgia   A Liturgia é a celebração do mistério pascal da morte e ressurreição de Cristo - e da história da salvação. Ela é ação ritual, com sinais e palavras. Todos os seus membros têm o direito e o dever de participar da ação litúrgica.  Pelo  Batismo , as pessoas aderem a Cristo e as insere na comunidade cristã. Pela  confirmação , o cristão é imbuído do Espírito do Senhor para viver o compromisso da fé. Pela  eucaristia , a Igreja celebra o memorial da morte e ressurreição de Cristo. Pela  penitência-reconciliação , a Igreja celebra o amor misericordioso do Pai que perdoa. Pela  unção dos enfermos , a Igreja se une ao sofrimento dos doentes e idosos. Pelo  sacramento da ordem , o Espírito constitui os ministérios ordenados a serviço do sacerdócio comum. Pelo  sacramento do matrimônio , a Igreja celebra o amor de Deus pela humanidade e a entrega de Cristo por sua esposa, a Igreja.
O Ministério da Liturgia na prática dos cristãos  O  Domingo  é a celebração do Mistério Pascal. O dia de festa, quando a família de Deus reúne-se para escutar a Palavra e repartir o Pão. Onde não há a celebração regular da Eucaristia dominical, devemos valorizar a celebração da Palavra. Distribua-se a Comunhão Eucarística, na celebração da Palavra, segundo as normas em vigor. O  Ano Litúrgico  revela o mistério de Cristo no decorrer do ano, desde a encarnação e nascimento até à ascensão, ao pentecostes e à expectativa da esperança da vinda do Senhor. Um caminho pedagógico-espiritual nos ritmos do tempo. As festas de devoção popular são uma modalidade inculturada de manifestar a fé, um tesouro da Igreja Católica na América Latina. A música litúrgica é parte integrante e significativa da ação ritual. Ela tem a capacidade de atingir os corações.
Ministério da Caridade   O centro da vida cristã   é a caridade, o amor-doação, o amor que vem de Deus. Quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. A nossa resposta é acreditar no amor de Deus.Eis o distintivo dos cristãos: “Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos”. A opção pelos pobres, implícita na fé cristológica, deverá atravessar as estruturas e prioridades pastorais. A globalização fez emergir em nosso país novos rostos pobres: Os migrantes, as vítimas da violência, os refugiados, as pessoas portadoras do vírus HIV, os tóxico-dependentes, os idosos, meninos/as vítimas da prostituição, da violência, de tráfico de pessoas, de abortos, do trabalho infantil, mulheres maltratadas, exploradas sexualmente, pessoas com necessidades especiais, desempregados, analfabetos digitais, encarcerados, habitantes de rua...
O Ministério da Caridade na prática  A caridade cristã deve promover a vida humana em todas as  modalidades, baseada no fundamento dos direitos humanos. A importância do anúncio de uma antropologia integral, é um mistério aclarado à luz do mistério do Verbo encarnado. Daí a importância da bioética e do meio ambiente. Brota do amor cristão a defesa das culturas indígenas e dos afro-descendentes com sua memória cultural e sua identidade étnica. A Igreja deverá formar pessoas em níveis de decisão: empresários, políticos, formadores de opinião no mundo do trabalho, dirigentes sindicais à luz da opção pelos pobres.  Os cristãos  são impulsionados pelo Espírito  a participar da vida política.   Os leigos/as devem estar presentes na vida pública, atuando como sujeitos eclesiais e competentes interlocutores entre a Igreja e a sociedade.
A Formação dos Discípulos Missionários   Diante da atual sociedade pluralista e secularizada faz-se necessário reforçar uma decidida opção pela formação dos discípulos missionários. O processo formativo da iniciação cristã se estende aos batizados não evangelizados, a maioria dos nossos católicos. Urge uma identidade católica mais pessoal.  A Igreja cresce por ‘atração’ como Cristo ‘atrai tudo a si’ com a força de seu amor”. Começa com uma pergunta: “quem procuram?” (Jo 1,38). Seguiu um convite a viver uma experiência: “venham e verão” (Jo 1,39). Esta narração permanecerá na história como síntese do método cristão. A Igreja Particular deve ter como prioridade um projeto orgânico de formação. F undamentais - a organização e a articulação dos leigos:  Conselhos  Diocesano, Regionais e Nacional de Leigo s,  fortalecendo o  Conselho Nacional dos Leigos do Brasil (CNLB) .
A Espiritualidade do discípulo missionário   A missão evangelizadora exige estruturas adequadas.Os  sujeitos  sejam  alimentados por uma  espiritualidade missionária   conforme a própria vocação, os dons, carismas e ministérios. A ação do Espírito Santo faz arder o coração do seguidor de Jesus e o coloca no caminho dos irmãos. A fidelidade ao Evangelho e a autenticidade do testemunho fazem parte da própria missão evangelizadora. Exige sábia aplicação dos instrumentos modernos.  Nada substitui a experiência do Deus vivo: escuta da Palavra de Deus no livro da Escritura e no livro da vida; participação na eucaristia; oração generosa e a presença na realidade humana; abandono ao Espírito que precede a ação, assiste-o nas dificuldades e mesmo nos fracassos; d oação de si mesmo.
3. Pistas de Ação para a Ação Evangelizadora Mantemos os três âmbitos de ação:  pessoa, comunidade e sociedade,  como realidades interligadas e complementares.  Promover a dignidade da pessoa O  Desafio :  A construção da identidade pessoal e da liberdade autêntica na atual sociedade . A  Fé Cristã :  Filhos de Deus, nós o somos!   (1 Jo 3,2 ) O ser humano é dom de Deus. Criou-o à sua imagem e semelhança, por amor e para amor. É  pessoa , dotada de razão e vontade, autonomia, liberdade e capacidade de amar. Por isso, não podemos deixar de respeitar a dignidade de todos.
Respeitar a dignidade   da pessoa humana  : a) Defender e promover a dignidade da vida humana em todas as etapas da existência, desde a fecundação até a morte natural.  b) Tratar  o ser humano como fim e não como meio , não o manipulando como se fosse um objeto... c) Tratar todo ser humano  sem preconceito nem discriminação ,  acolhendo, perdoando, recuperando a vida e a liberdade, denunciando os desrespeitos, valorizando as condições materiais, históricas, sociais e culturais.
Pistas de Ação - Pessoa  À luz da Conferência de Aparecida, pistas urgentes de ação: A Pessoa: testemunho, busca, acolhimento e acompanhamento A consciência missionária deve ter presente as pessoas integralmente como sinal do Reino de Deus. No Brasil tem crescido a  experiência da visitação:   às famílias e às residências, aos ambientes, aos locais de trabalho, às moradias de estudantes, às favelas e cortiços, aos alojamentos de trabalhadores, às prisões e aos albergues. É preciso visitar os moradores de rua lá onde vivem. Estes locais se constituem em  núcleos de convivência . Para considerar a Pessoa e as diversas situações de vida - nas diversas etapas da vida - implica lembrar: a  criança , os  adolescentes  e os  jovens,  as  pessoas idosas ,  as mulheres , as  famílias  com a realidade de  moradia, exclusão, ameaças à vida ,  a oração e a celebração .
Renovar a Comunidade   O  Desafio : A fragmentação da vida e a busca de relações mais humanas. A  Fé Cristã :  Onde dois ou três estiverem reunidos, Eu estarei no meio deles! (mt 18,20). Criada à imagem e semelhança do Deus-Trindade, a pessoa se realiza como irmã de todos e de tudo. A vida fraterna em comunidade alimenta atitudes de apoio mútuo, reconciliação, solidariedade e compromisso, partilha dos dons e dos bens a serviço na missão. Nas situações de individualismo, a fé cristã identifica a mesma resposta da Bíblia.  Continua a gritar :  “ Por acaso, sou responsável por meu irmão? ”.  É preciso estar preparado para gerar o fascínio pela vida de irmãos. Variam os modos de concretizar. A meta deve permanecer.
Pistas de Ação - Comunidade  Diálogo dentro das comunidades  A experiência comunitária, vivida à luz da Boa Nova do Reino de Deus, conduz ao empenho pela  fraternidade   e a união . No interior da comunidade eclesial, o diálogo deve ser regra permanente para a convivência e a comunhão. A variedade de vocações, espiritualidades e movimentos deve ser vista como riqueza sem competição, rejeição ou discriminação.  Para a maioria dos nossos fiéis, a relação com a Igreja se restringe aos chamados  serviços paroquiais.  Urge sejam as paróquias comunidades vivas e dinâmicas. O caminho é a sua  setorização em unidades territoriais menores ,  com equipes próprias de animação e de coordenaçã o,  valorizando formas comunitárias para experimentar a  gratuidade dos relacionamentos  e o  compromisso missionário.
Pistas de ação  - Comunidade  Comunidades Eclesiais de Base Fruto de experiência em muitas regiões do Brasil, as comunidades eclesiais de base permitiram ao povo chegar a um conhecimento maior da Palavra de Deus, ao compromisso social em nome do Evangelho, ao surgimento de novos serviços leigos e à educação da fé dos adultos.  Comunidade, dons, serviços e ministérios A comunhão de amor se manifesta na  diversidade de carismas, serviços e ministérios . Toda Pessoa é portadora de dons em unidade e complementaridade com os dons dos outros. Neste sentido,  se destacam:   a diversidade ministerial; a formação dos conselhos;    articulação das ações evangelizadoras
Pistas de ação - Comunidade Comunidades que dialogam :  Comunidades cristãs fechadas contradizem a dinâmica do Reino de Deus - sal, luz e fermento. Diálogo ecumênico  –  A comunhão na fé professada no Credo e na Graça batismal une os católicos com as pessoas batizadas.  Diálogo inter-religioso   – A verdadeira atitude de diálogo se estende para além dos cristãos. Convoca-nos ao encontro fraterno com os seguidores de  religiões não cristãs.  Este diálogo se estende aos mundos afro-descendente e indígena. Comunidade essencialmente missionária Os primeiros destinatários são os  católicos afastados  e indiferentes, alargando o horizonte na  missão além fronteiras , em outras regiões e ambientes.
Construir uma Sociedade Solidária   O  Desafio : O escândalo da exclusão e da violência na sociedade consumista interpela a solidariedade . A  Fé Cristã :  “ Não havia necessitados entre eles! ” (At 4,34). As condições de vida de milhões de abandonados e excluídos contradizem o projeto de Deus e desafiam os cristãos a um compromisso  mais efetivo em prol da vida.  Nos pobres e excluídos, a dignidade humana está profanada. A consciência desta realidade tem feito da opção pelos pobres um traço da fisionomia da Igreja latino-americana e caribenha. A Igreja precisa continuar sendo companheira de caminho de nossos irmãos mais pobres, inclusive até o martírio. É chamada a ser uma Igreja Samaritana - sacramento de amor, de solidariedade e de justiça.
Pistas de Ação - Sociedade  A Igreja pode colaborar em diversificados caminhos de atuação: Trabalhar por uma  nova cultura de austeridade ;   estimular condições mínimas de  subsistência ; firmar o compromisso por políticas públicas; evitar sejam desviadas verbas sociais; estimular a  segurança alimentar e nutricional ; Promover a justa  distribuição de renda ; combater a  corrupção , através da Lei 9840;trabalhar pela  segurança  e  pelo combate à  criminalidade ; incrementar a presença pastoral junto aos presidiários; promover  uma sociedade que respeite a diferenças ;  educar para a preservação do  meio ambiente
Pistas de ação – Sociedade Compromisso  solidário  e compromisso  social e político   Incentive-se a  participação social e política  dos cristãos, a participação nos Conselhos de Direitos, a busca de  políticas públicas   visando superar as desigualdades históricas. Apóiem-se as diferentes iniciativas de  economia solidária:  alternativas de trabalho e renda, consumo solidário, segurança alimentar, cuidado com o meio ambiente, formas de finanças solidárias, trabalho coletivo e busca do desenvolvimento local.  Compromisso missionário nos novos areópagos  A solidariedade e o compromisso sócio-transformador levam a Igreja a assumir novas realidades - os novos areópagos.Entre eles, podemos destacar: o mundo das culturas, a realidade urbana, o mundo da educação e os meios de comunicação.
Pistas de ação - Sociedade Diálogo com as culturas e a crescente urbanização   Os cristãos colaborem com grupos religiosos ou da sociedade civil, apoiando iniciativas ecumênicas, em parcerias com as populações de origem indígena e africana. Tarefa  importante: a formação de níveis de decisão. Valorizar a busca da ética para superar o hedonismo, a corrupção e o vazio de valores. A ética social cristã é exigência para todos e uma contribuição da Igreja para uma sociedade justa. A educação pode ser adquirida através da formação na ação. Entre nós, algumas experiências se mostram eficazes:  CEFEP, IBRADES, CNLB ... A  urbanização  é um fenômeno de amplo alcance. Ultrapassa os limites físicos das grandes cidades. A mentalidade surge em estreita ligação com os imensos aglomerados humanos e chega pelos meios de comunicação aos mais diversos recantos do País.
Pistas de ação - Sociedade Mundo da educação e os meios de comunicação   A escola é lugar privilegiado de formação e promoção integral. A  escola   católica  empenhe-se na sua identidade, como  comunidade eclesial e centro de evangelização, chamada a marcar sua presença por um projeto centrado na pessoa humana. A Ação Evangelizadora nas Universidades Católicas exige uma explicitação prática de sua identidade católica. Os cristãos aprendam a utilizar os  meios de comunicação : estimulando o espírito crítico atento à manipulação da opinião pública pela  mídia  ; tornando mais eficaz a presença da Igreja nos meios de comunicação de massa; apoiando seus próprios meios de comunicação; cuidar da linguagem; investindo na formação de comunicadores; ampliando a cooperação ecumênica nos meios de comunicação.
Pistas de ação - Sociedade Compromisso com as questões que envolvem toda a   humanidade   A sensibilidade do discípulo missionário exige voltar sua atenção para toda a humanidade. Num mundo globalizado, é impossível fechar os olhos para os povos marcados pela pobreza, pela exclusão, pela violência e pela perseguição:  apoiar a sociedade civil para a reabilitação da ética na política; priorizar a criação de fontes de trabalho para setores marginalizados; incentivar a justa regulação da economia, do sistema financeiro e do comércio mundial;  examinar os tratados intergovernamentais do livre comércio; assumir as questões ligadas ao aquecimento global; incentivar a atenção às pessoas necessitadas de proteção internacional. Estas numerosas  Pistas de Ação  cumprirão seu objetivo se forem assumidas com crescente  coerência de vida .
4º.   CONCLUSÃO “ AI DE MIM SE EU NÃO EVANGELIZAR ”   A Conferência de Aparecida convocou a Igreja na América Latina a colocar-se em estado permanente de missão. “Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim. É, antes, uma necessidade que se me impõe. Ai de mim se eu não evangelizar”.  Nós, Igreja no Brasil, assumimos o compromisso com a  Missão Continental , conforme a inspiração de Aparecida, com rosto brasileiro. Nós o fazemos à luz das atuais Diretrizes da Evangelização, assumindo a convocação para uma efetiva  conversão pastoral .  Buscando ajudar as Igrejas Locais no desencadeamento de um processo de Igreja em estado de missão, a CNBB elaborará um  PROJETO   NACIONAL  inculturado. Os  sujeitos privilegiados  desta missão são cada comunidade eclesial e, dentro dela, cada fiel leigo/a..

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Diretrizes

  • 1. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2008 – 2010
  • 2. OBJETIVO GERAL EVANGELIZAR A PARTIR DO ENCONTRO COM JESUS CRISTO, COMO DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS, À LUZ DA EVANGÉLICA OPÇÃO PREFERENCIAL PELOS POBRES, PROMOVENDO A DIGNIDADE DA PESSOA, RENOVANDO A COMUNIDADE, PARTICIPANDO DA CONSTRUÇÃO DE UMA SOCIEDADE JUSTA E SOLIDÁRIA, “ PARA QUE TODOS TENHAM VIDA E A TENHAM EM ABUNDÂNCIA”(JO 10,10 ).
  • 3. Vida plena para todos As Diretrizes da Ação Evangelizadora - no espírito do evento da Conferência de Aparecida. Numa época de profundas mudanças socioculturais, a Igreja é chamada a proclamar a mensagem do Evangelho para que os povos tenham vida e a tenham em abundância. Atinge o ser humano por inteiro e desenvolve a existência em sua dimensão pessoal, familiar, social e cultural. A missão de Jesus Cristo consistiu em levar à humanidade esta vida em palavras e ações.Toda atividade missionária é compromisso por uma vida mais digna. As condições de vida dos excluídos e ignorados em sua miséria e dor contradizem esse projeto do Pai e desafiam os cristãos. O serviço de caridade entre os pobres é um campo de atividade que caracteriza a vida cristã, o estilo eclesial e a programação pastoral.
  • 4. Compromisso com a Vida A evangelização é tarefa de todos os fiéis, em virtude de seu batismo. De modo especial o laicato, devidamente formado, deve atuar como verdadeiro sujeito eclesial. A missão não é tarefa opcional, mas parte integrante da identidade cristã. Nossa conversão pessoal possibilita impregnar, com uma firme decisão missionária, as estruturas eclesiais e os planos pastorais de qualquer instituição da Igreja, exigindo nossa conversão pastoral . Isso implica escuta e fidelidade ao Espírito, impelindo-nos à missão e às mudanças socioculturais. Cada diocese será uma “comunidade missionária” ao fortalecer sua consciência missionária com gestos concretos e ao responder aos grandes problemas da sociedade. Estes desafios exigem imaginação e criatividade.
  • 5. Horizonte das Diretrizes da Ação Evangelizadora Nos capítulos seguintes examinaremos: 1º ) A realidade marcante na atual sociedade brasileira de cunho cultural, social, econômico, político, ético e religioso. 2º) Uma iluminação teológica explicita as quatro exigências intrínsecas da evangelização e se realiza através do tríplice múnus: ministérios da Palavra, da Liturgia e da Caridade. 3º) As pistas de ação pastoral para os próximos anos em nível da pessoa, comunidade e sociedade. 4º) No último capítulo abordaremos a Missão Continental em nosso País – “Ai de mim se eu não evangelizar”.
  • 6. 1. A realidade nos interpela Nosso olhar sobre a realidade brasileira em meio a luzes e sombras. As grandes mudanças desafiam-nos a discernir os ‘sinais dos tempos’ à luz do Espírito Santo, a serviço do Reino. Aproveitamos a contribuição das ciências sociais e humanas, ao conhecer melhor a realidade e clarear suas causas. Essas transformações têm alcance global. Um fator determinante dessas mudanças é a ciência e a tecnologia. Os discípulos missionários procuram como o fenômeno afeta a vida, o sentido religioso e ético de nossos irmãos.
  • 7. Situação Sócio-Cultural O contexto sócio-cultural contemporâneo comprova o fenômeno de uma crescente fragmentação dos referenciais de sentido e relativização dos valores. Gera critérios parciais e múltiplos nas realidades da vida, nas opções religiosas e nos relacionamentos pessoais. Esses critérios parciais, não conseguindo oferecer um significado adequado a toda a realidade, geram uma crise de sentido. Levam as pessoas a sentirem-se frustradas pela dificuldade de influir nos acontecimentos.  No campo cultural, prevalece na opinião pública a impressão de desencanto, inclusive nos países ricos, os mais beneficiados pela globalização.
  • 8. Busca de uma satisfação imediata Em lugar da segurança e do progresso prometidos, a globalização provocou um aumento sensível de riscos: possíveis desastres químicos e atômicos, catástrofes climáticas e ecológicas, conseqüência da intervenção humana agressiva ao meio ambiente. A violência e o terrorismo crescentes são sentidos por todos. Diante das incertezas e do risco, as pessoas buscam satisfação imediata. A sociedade mantém aceso o desejo de consumo, dando a impressão enganosa de que cada um pode escolher e comprar o que quiser. A avidez do mercado descontrola o desejo de crianças, jovens e adultos. Na esfera da vida privada predomina a mentalidade de que cada um se julga dono de suas decisões.
  • 9. O futuro é incerto As novas gerações são as mais afetadas em suas aspirações pessoais profundas por essa cultura do consumo. Crescem elas na lógica do individualismo pragmático e narcisista, despertando mundos imaginários de liberdade e igualdade. Afirmam o presente porque o passado perdeu relevância diante de tantas exclusões sociais, políticas e econômicas. Para elas, o futuro é incerto . Participam da lógica da vida como espetáculo, considerando o corpo como fonte de referência de sua realidade presente. Têm nova atração pelas sensações e crescem na grande maioria sem referência aos valores e instâncias religiosas. Nosso olhar de fé e de esperança constata aspectos positivos dessa mudança: o valor da pessoa, da liberdade, a busca do sentido da vida.
  • 10. Novos tipos de relacionamento A passagem da agricultura para a indústria provocou a urbanização, concentrou nas cidades a população, produzindo as megalópoles. O crescimento dos meios de comunicação de massa levou a cidade a exercer uma influência maior, difundindo padrões culturais nas regiões rurais. A grande cidade favorece o contato com uma pluralidade de experiências e de expressões culturais. Multiplica as possibilidades de escolha do indivíduo, que constrói a sua própria identidade. Diante do perigo da massificação, o indivíduo tem na família um apoio fundamental, embora reduzida ao seu núcleo, mais frágil e exposta a rupturas. Além da família, o indivíduo procura novas relações , a partir de sua escolha, por afinidade de interesses. Entre as experiências, marcadas por afinidades emocionais, estão as comunidades e movimentos religiosos.
  • 11. Situação Econômica A face de maior êxito da globalização é sua dimensão econômica que se sobrepõe às outras dimensões da vida humana e as condiciona. A dinâmica do mercado absolutiza a eficácia e a produtividade como valores reguladores das relações humanas dentro do capitalismo neoliberal, conduzido por uma ideologia do lucro que estimula a concorrência. A concentração de recursos físicos, monetários e de informação produz a exclusão. Localizamos aí os rostos concretos de antigas e novas pobrezas: moradores de rua, migrantes, enfermos, dependentes de substâncias químicas, mulheres excluídas por questões de gênero, etnia e situação sócio-econômica; crianças e adolescentes em situação de risco pessoal e social. Os novos pobres são descartáveis.
  • 12. Outra mudança sócio-econômica é o desemprego estrutural, caracterizado pela diminuição da mão-de-obra na indústria, pela fragmentação do processo produtivo e pela flexibilização das relações de trabalho. O fenômeno do desemprego estrutural atinge a vida e a dignidade de milhões de pessoas, a começar pelos jovens. Ele destrói a dignidade pessoal, a visão de futuro, e o sentido de lealdade e solidariedade. Sem uma política de proteção específica do Estado, inspirada no princípio de subsidiariedade, as economias de escala dos grandes consórcios terminam por se impor como única forma de dinamismo econômico Desemprego estrutural
  • 13. Conseqüências da atual Globalização As populações rurais sofrem mais as conseqüências da pobreza, agravada pela falta de acesso a terra, de financiamento adequado, de condições gerais de vida digna e de apoio à agricultura familiar. A reforma agrária continua uma exigência diante da escandalosa concentração de terra nas mãos de poucos. São alarmantes os níveis de corrupção na economia, envolvendo o setor público e o setor privado, vinculada ao tráfico de drogas, de armas e de pessoas. Fenômeno preocupante é o processo da mobilidade humana. Apesar das dificuldades econômicas da população, há melhorias: o desemprego cai, a renda e o consumo têm crescido, impulsionando o crescimento da economia.
  • 14. Situação Sócio-Política O enfraquecimento da política decorre das mudanças culturais, do crescimento do poder dos grandes grupos econômicos, impondo suas decisões e substituindo as instâncias políticas, com riscos para a democracia. Houve desencanto e diminuição da confiança do povo nos políticos, nas instituições públicas e nos três poderes do Estado. Em contrapartida, surgiram novos sinais de esperança e de empenho político: organizações alternativas, não governamentais e movimentos sociais, sem vinculação partidária, para defender seus direitos. Na América Latina, vivemos numa crescente consciência da sociedade. No entanto, c resce a banalização da vida: a manipulação de embriões, homicídios por motivos banais...
  • 15. A Ecologia A rica biodiversidade do Brasil, com os diversos biomas, tem suscitado cobiça internacional. Intensificam-se a devastação ambiental da Amazônia e as agressões à dignidade e à cultura dos povos indígenas. O acervo de conhecimentos tradicionais tem sido objeto de apropriação intelectual ilícita, sendo patenteados por indústrias farmacêuticas e de biogenética. A isso se soma a agressão à natureza, à terra e às águas - tratadas como mercadoria negociável. Isso é conseqüência de um modelo de desenvolvimento econômico, que privilegia o mercado financeiro e prioriza o agro-negócio. As grandes indústrias extrativistas e a agro-indústria não respeitam os direitos das populações locais.
  • 16. A Situação Religiosa A mentalidade individualista alastra-se também no campo religioso. O indivíduo escolhe sua religião num contexto pluralista. Aderindo a uma tradição ou a uma instituição religiosa, ele tende a escolher crenças, ritos e normas que lhe agradam subjetivamente. Procura construir sua religião pessoal com fragmentos e práticas de várias religiões. Cresce a atração por práticas esotéricas, afetando a fé cristã. Uma crescente tendência em setores da sociedade admite a prática religiosa apenas na esfera privada, em base a uma sociedade laicista, criticando as manifestações da Igreja em matéria de moral. Movimentos religiosos autônomos se deixam enganar pela chamada “teologia da prosperidade”.
  • 17. Tendências religiosas no Brasil Essas tendências, no Brasil, apareceram no Censo 2000. Evidenciam a diversidade das situações regionais. Os principais dados relativos à questão “religião”:a) Diminuição dos católicos: 83,3% (1991) para 73,9% (2000); b) Aumento dos evangélicos, de 9,0% (1991) para 15,6% (2000);c) Aumento dos “sem religião”, passando de 4,7% da população (1991) para 7,4% (2000), ou de 7 para 12,5 milhões. Pesquisas recentes do IBGE e da Fundação Getúlio Vargas devem ser avaliados com discernimento. Apontam para uma “modernização” dos hábitos dos brasileiros e para um crescimento do individualismo e do subjetivismo mas mostram a religiosidade ainda alta. Não obstante, devemos reconhecer a existência de pessoas que se dizem atéias.
  • 18. 2 o) Discípulos Missionários em uma Igreja em estado permanente de Missão Ao acolher a pessoa de Jesus Cristo, pela fé, o cristão se une a ele e entra em comunhão com o Pai e o Espírito Santo. A comunhão com a Santíssima Trindade é o fundamento da comunhão na Igreja, e da missão no mundo. Não há discipulado sem comunhão e missão. É eclesial em sua realização histórica. Nela e por ela o discípulo se torna sujeito do ato de fé. A Igreja evangeliza como comunidade de amor. Atrai seus membros para viver o amor fraterno e os interpela a participar da “aventura da fé”. A Igreja é a “casa e escola de comunhão”. Constitui uma unidade orgânica com diversidade de carismas, ministérios e serviços, animada por uma espiritualidade de comunhão missionária. A Comunidade Missionária
  • 19. As atuais Diretrizes da evangelização ressaltam o serviço, o diálogo, o anúncio e o testemunho de comunhão como exigências intrínsecas. O evangelizador se põe a serviço do dinamismo da libertação integral, da humanização, da reconciliação e da inserção social. Este serviço pressupõe o respeito aos outros, o conhecimento de concepções de vida, dos problemas existenciais, dos anseios e frustrações, das alegrias e tristezas. Exige escuta e diálogo sobre o sentido da existência, a fé em Deus e a oração, com convicções religiosas da presença de “sementes do verbo”. Neste diálogo será possível esclarecer as razões da nossa esperança e chegar ao anúncio do Evangelho. Da fé em Jesus Cristo nasce a comunidade, chamada a dar o testemunho da comunhão . As Exigências e os Âmbitos da Evangelização
  • 20. O discípulo é chamado por Jesus Cristo para com Ele conviver, participar de sua Vida, unir-se à sua Pessoa e aderir à sua missão. Ele entrega sua liberdade a Jesus, Caminho, Verdade e Vida. Assume “o estilo de vida do próprio Jesus”: amor incondicional, solidário, acolhedor até a doação da própria vida; assim compartilha do destino do Mestre. Todo discípulo é missionário. O encontro pessoal com Jesus Cristo impulsiona a promover o Reino da Vida, que diz respeito à totalidade da existência - a dimensão pessoal, familiar, social e cultural. A salvação de Jesus Cristo deve atingir as relações sociais entre os seres humanos, envolve a promoção humana e a autêntica libertação. Logo, o encontro com Jesus Cristo nos pobres é uma dimensão constitutiva de nossa fé em Jesus Cristo. Vocação e Missão dos Discípulos Missionários
  • 21. A Igreja oferece o acesso à Palavra de Deus , à celebração da Eucaristia , e cuida da caridade fraterna através dos ministério s da Palavra , da Liturgia e da Caridade .   A missão segundo o tríplice múnus
  • 22. Ministério da Palavra A proclamação da Palavra de Deus pela Igreja é decisiva : como acolhimento livre ao anúncio salvífico da pessoa de Cristo. Começamos a ser cristão pela pregação do querigma, uma oferta imprescindível a todos . O poder do Espírito e da Palavra contagia as pessoas e as leva a escutar a Jesus Cristo, a crer n’Ele. O anúncio e a acolhida da Palavra são fundamentais para a vida e a missão da Igreja. Os pastores se empenhem para que a Palavra seja anunciada, comentada e refletida com homilias bem preparadas, e encarnadas na vida. Faz-se necessário uma pastoral bíblica para uma evangelização inculturada.
  • 23. Exigências do Ministério da Palavra O ministério da Palavra exige o ministério da catequese . Na cultura pluralista, os ambientes da escola, do trabalho e da vida social não comunicam valores cristãos. As famílias estão despreparadas para assumir a responsabilidade da educação da fé. A importância da catequese, de inspiração catecumenal, não se limita às crianças e aos jovens. É prioridade a catequese adulta com adultos, um “itinerário catequético permanente”, uma verdadeira escola de formação integral. Aos fiéis leigos continuem as oportunidades de formação bíblico-teológica . As universidades católicas promovam o diálogo entre fé e razão, fé e cultura e o conhecimento da Doutrina Social da Igreja. As dioceses apóiem o ensino religioso nas escolas públicas e particulares. Urge um apoio decidido à evangelização da Juventude.
  • 24. Ministério da Liturgia A Liturgia é a celebração do mistério pascal da morte e ressurreição de Cristo - e da história da salvação. Ela é ação ritual, com sinais e palavras. Todos os seus membros têm o direito e o dever de participar da ação litúrgica. Pelo Batismo , as pessoas aderem a Cristo e as insere na comunidade cristã. Pela confirmação , o cristão é imbuído do Espírito do Senhor para viver o compromisso da fé. Pela eucaristia , a Igreja celebra o memorial da morte e ressurreição de Cristo. Pela penitência-reconciliação , a Igreja celebra o amor misericordioso do Pai que perdoa. Pela unção dos enfermos , a Igreja se une ao sofrimento dos doentes e idosos. Pelo sacramento da ordem , o Espírito constitui os ministérios ordenados a serviço do sacerdócio comum. Pelo sacramento do matrimônio , a Igreja celebra o amor de Deus pela humanidade e a entrega de Cristo por sua esposa, a Igreja.
  • 25. O Ministério da Liturgia na prática dos cristãos O Domingo é a celebração do Mistério Pascal. O dia de festa, quando a família de Deus reúne-se para escutar a Palavra e repartir o Pão. Onde não há a celebração regular da Eucaristia dominical, devemos valorizar a celebração da Palavra. Distribua-se a Comunhão Eucarística, na celebração da Palavra, segundo as normas em vigor. O Ano Litúrgico revela o mistério de Cristo no decorrer do ano, desde a encarnação e nascimento até à ascensão, ao pentecostes e à expectativa da esperança da vinda do Senhor. Um caminho pedagógico-espiritual nos ritmos do tempo. As festas de devoção popular são uma modalidade inculturada de manifestar a fé, um tesouro da Igreja Católica na América Latina. A música litúrgica é parte integrante e significativa da ação ritual. Ela tem a capacidade de atingir os corações.
  • 26. Ministério da Caridade O centro da vida cristã é a caridade, o amor-doação, o amor que vem de Deus. Quem permanece no amor permanece em Deus e Deus nele. A nossa resposta é acreditar no amor de Deus.Eis o distintivo dos cristãos: “Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos”. A opção pelos pobres, implícita na fé cristológica, deverá atravessar as estruturas e prioridades pastorais. A globalização fez emergir em nosso país novos rostos pobres: Os migrantes, as vítimas da violência, os refugiados, as pessoas portadoras do vírus HIV, os tóxico-dependentes, os idosos, meninos/as vítimas da prostituição, da violência, de tráfico de pessoas, de abortos, do trabalho infantil, mulheres maltratadas, exploradas sexualmente, pessoas com necessidades especiais, desempregados, analfabetos digitais, encarcerados, habitantes de rua...
  • 27. O Ministério da Caridade na prática A caridade cristã deve promover a vida humana em todas as modalidades, baseada no fundamento dos direitos humanos. A importância do anúncio de uma antropologia integral, é um mistério aclarado à luz do mistério do Verbo encarnado. Daí a importância da bioética e do meio ambiente. Brota do amor cristão a defesa das culturas indígenas e dos afro-descendentes com sua memória cultural e sua identidade étnica. A Igreja deverá formar pessoas em níveis de decisão: empresários, políticos, formadores de opinião no mundo do trabalho, dirigentes sindicais à luz da opção pelos pobres. Os cristãos são impulsionados pelo Espírito a participar da vida política. Os leigos/as devem estar presentes na vida pública, atuando como sujeitos eclesiais e competentes interlocutores entre a Igreja e a sociedade.
  • 28. A Formação dos Discípulos Missionários Diante da atual sociedade pluralista e secularizada faz-se necessário reforçar uma decidida opção pela formação dos discípulos missionários. O processo formativo da iniciação cristã se estende aos batizados não evangelizados, a maioria dos nossos católicos. Urge uma identidade católica mais pessoal. A Igreja cresce por ‘atração’ como Cristo ‘atrai tudo a si’ com a força de seu amor”. Começa com uma pergunta: “quem procuram?” (Jo 1,38). Seguiu um convite a viver uma experiência: “venham e verão” (Jo 1,39). Esta narração permanecerá na história como síntese do método cristão. A Igreja Particular deve ter como prioridade um projeto orgânico de formação. F undamentais - a organização e a articulação dos leigos: Conselhos Diocesano, Regionais e Nacional de Leigo s, fortalecendo o Conselho Nacional dos Leigos do Brasil (CNLB) .
  • 29. A Espiritualidade do discípulo missionário A missão evangelizadora exige estruturas adequadas.Os sujeitos sejam alimentados por uma espiritualidade missionária conforme a própria vocação, os dons, carismas e ministérios. A ação do Espírito Santo faz arder o coração do seguidor de Jesus e o coloca no caminho dos irmãos. A fidelidade ao Evangelho e a autenticidade do testemunho fazem parte da própria missão evangelizadora. Exige sábia aplicação dos instrumentos modernos. Nada substitui a experiência do Deus vivo: escuta da Palavra de Deus no livro da Escritura e no livro da vida; participação na eucaristia; oração generosa e a presença na realidade humana; abandono ao Espírito que precede a ação, assiste-o nas dificuldades e mesmo nos fracassos; d oação de si mesmo.
  • 30. 3. Pistas de Ação para a Ação Evangelizadora Mantemos os três âmbitos de ação: pessoa, comunidade e sociedade, como realidades interligadas e complementares. Promover a dignidade da pessoa O Desafio : A construção da identidade pessoal e da liberdade autêntica na atual sociedade . A Fé Cristã : Filhos de Deus, nós o somos! (1 Jo 3,2 ) O ser humano é dom de Deus. Criou-o à sua imagem e semelhança, por amor e para amor. É pessoa , dotada de razão e vontade, autonomia, liberdade e capacidade de amar. Por isso, não podemos deixar de respeitar a dignidade de todos.
  • 31. Respeitar a dignidade da pessoa humana : a) Defender e promover a dignidade da vida humana em todas as etapas da existência, desde a fecundação até a morte natural. b) Tratar o ser humano como fim e não como meio , não o manipulando como se fosse um objeto... c) Tratar todo ser humano sem preconceito nem discriminação , acolhendo, perdoando, recuperando a vida e a liberdade, denunciando os desrespeitos, valorizando as condições materiais, históricas, sociais e culturais.
  • 32. Pistas de Ação - Pessoa À luz da Conferência de Aparecida, pistas urgentes de ação: A Pessoa: testemunho, busca, acolhimento e acompanhamento A consciência missionária deve ter presente as pessoas integralmente como sinal do Reino de Deus. No Brasil tem crescido a experiência da visitação: às famílias e às residências, aos ambientes, aos locais de trabalho, às moradias de estudantes, às favelas e cortiços, aos alojamentos de trabalhadores, às prisões e aos albergues. É preciso visitar os moradores de rua lá onde vivem. Estes locais se constituem em núcleos de convivência . Para considerar a Pessoa e as diversas situações de vida - nas diversas etapas da vida - implica lembrar: a criança , os adolescentes e os jovens, as pessoas idosas , as mulheres , as famílias com a realidade de moradia, exclusão, ameaças à vida , a oração e a celebração .
  • 33. Renovar a Comunidade O Desafio : A fragmentação da vida e a busca de relações mais humanas. A Fé Cristã : Onde dois ou três estiverem reunidos, Eu estarei no meio deles! (mt 18,20). Criada à imagem e semelhança do Deus-Trindade, a pessoa se realiza como irmã de todos e de tudo. A vida fraterna em comunidade alimenta atitudes de apoio mútuo, reconciliação, solidariedade e compromisso, partilha dos dons e dos bens a serviço na missão. Nas situações de individualismo, a fé cristã identifica a mesma resposta da Bíblia. Continua a gritar : “ Por acaso, sou responsável por meu irmão? ”. É preciso estar preparado para gerar o fascínio pela vida de irmãos. Variam os modos de concretizar. A meta deve permanecer.
  • 34. Pistas de Ação - Comunidade Diálogo dentro das comunidades A experiência comunitária, vivida à luz da Boa Nova do Reino de Deus, conduz ao empenho pela fraternidade e a união . No interior da comunidade eclesial, o diálogo deve ser regra permanente para a convivência e a comunhão. A variedade de vocações, espiritualidades e movimentos deve ser vista como riqueza sem competição, rejeição ou discriminação. Para a maioria dos nossos fiéis, a relação com a Igreja se restringe aos chamados serviços paroquiais. Urge sejam as paróquias comunidades vivas e dinâmicas. O caminho é a sua setorização em unidades territoriais menores , com equipes próprias de animação e de coordenaçã o, valorizando formas comunitárias para experimentar a gratuidade dos relacionamentos e o compromisso missionário.
  • 35. Pistas de ação - Comunidade Comunidades Eclesiais de Base Fruto de experiência em muitas regiões do Brasil, as comunidades eclesiais de base permitiram ao povo chegar a um conhecimento maior da Palavra de Deus, ao compromisso social em nome do Evangelho, ao surgimento de novos serviços leigos e à educação da fé dos adultos. Comunidade, dons, serviços e ministérios A comunhão de amor se manifesta na diversidade de carismas, serviços e ministérios . Toda Pessoa é portadora de dons em unidade e complementaridade com os dons dos outros. Neste sentido, se destacam: a diversidade ministerial; a formação dos conselhos;    articulação das ações evangelizadoras
  • 36. Pistas de ação - Comunidade Comunidades que dialogam : Comunidades cristãs fechadas contradizem a dinâmica do Reino de Deus - sal, luz e fermento. Diálogo ecumênico – A comunhão na fé professada no Credo e na Graça batismal une os católicos com as pessoas batizadas. Diálogo inter-religioso – A verdadeira atitude de diálogo se estende para além dos cristãos. Convoca-nos ao encontro fraterno com os seguidores de religiões não cristãs. Este diálogo se estende aos mundos afro-descendente e indígena. Comunidade essencialmente missionária Os primeiros destinatários são os católicos afastados e indiferentes, alargando o horizonte na missão além fronteiras , em outras regiões e ambientes.
  • 37. Construir uma Sociedade Solidária O Desafio : O escândalo da exclusão e da violência na sociedade consumista interpela a solidariedade . A Fé Cristã : “ Não havia necessitados entre eles! ” (At 4,34). As condições de vida de milhões de abandonados e excluídos contradizem o projeto de Deus e desafiam os cristãos a um compromisso mais efetivo em prol da vida. Nos pobres e excluídos, a dignidade humana está profanada. A consciência desta realidade tem feito da opção pelos pobres um traço da fisionomia da Igreja latino-americana e caribenha. A Igreja precisa continuar sendo companheira de caminho de nossos irmãos mais pobres, inclusive até o martírio. É chamada a ser uma Igreja Samaritana - sacramento de amor, de solidariedade e de justiça.
  • 38. Pistas de Ação - Sociedade A Igreja pode colaborar em diversificados caminhos de atuação: Trabalhar por uma nova cultura de austeridade ; estimular condições mínimas de subsistência ; firmar o compromisso por políticas públicas; evitar sejam desviadas verbas sociais; estimular a segurança alimentar e nutricional ; Promover a justa distribuição de renda ; combater a corrupção , através da Lei 9840;trabalhar pela segurança e pelo combate à criminalidade ; incrementar a presença pastoral junto aos presidiários; promover uma sociedade que respeite a diferenças ; educar para a preservação do meio ambiente
  • 39. Pistas de ação – Sociedade Compromisso solidário e compromisso social e político Incentive-se a participação social e política dos cristãos, a participação nos Conselhos de Direitos, a busca de políticas públicas visando superar as desigualdades históricas. Apóiem-se as diferentes iniciativas de economia solidária: alternativas de trabalho e renda, consumo solidário, segurança alimentar, cuidado com o meio ambiente, formas de finanças solidárias, trabalho coletivo e busca do desenvolvimento local. Compromisso missionário nos novos areópagos A solidariedade e o compromisso sócio-transformador levam a Igreja a assumir novas realidades - os novos areópagos.Entre eles, podemos destacar: o mundo das culturas, a realidade urbana, o mundo da educação e os meios de comunicação.
  • 40. Pistas de ação - Sociedade Diálogo com as culturas e a crescente urbanização Os cristãos colaborem com grupos religiosos ou da sociedade civil, apoiando iniciativas ecumênicas, em parcerias com as populações de origem indígena e africana. Tarefa importante: a formação de níveis de decisão. Valorizar a busca da ética para superar o hedonismo, a corrupção e o vazio de valores. A ética social cristã é exigência para todos e uma contribuição da Igreja para uma sociedade justa. A educação pode ser adquirida através da formação na ação. Entre nós, algumas experiências se mostram eficazes: CEFEP, IBRADES, CNLB ... A urbanização é um fenômeno de amplo alcance. Ultrapassa os limites físicos das grandes cidades. A mentalidade surge em estreita ligação com os imensos aglomerados humanos e chega pelos meios de comunicação aos mais diversos recantos do País.
  • 41. Pistas de ação - Sociedade Mundo da educação e os meios de comunicação A escola é lugar privilegiado de formação e promoção integral. A escola católica empenhe-se na sua identidade, como comunidade eclesial e centro de evangelização, chamada a marcar sua presença por um projeto centrado na pessoa humana. A Ação Evangelizadora nas Universidades Católicas exige uma explicitação prática de sua identidade católica. Os cristãos aprendam a utilizar os meios de comunicação : estimulando o espírito crítico atento à manipulação da opinião pública pela mídia ; tornando mais eficaz a presença da Igreja nos meios de comunicação de massa; apoiando seus próprios meios de comunicação; cuidar da linguagem; investindo na formação de comunicadores; ampliando a cooperação ecumênica nos meios de comunicação.
  • 42. Pistas de ação - Sociedade Compromisso com as questões que envolvem toda a humanidade A sensibilidade do discípulo missionário exige voltar sua atenção para toda a humanidade. Num mundo globalizado, é impossível fechar os olhos para os povos marcados pela pobreza, pela exclusão, pela violência e pela perseguição:  apoiar a sociedade civil para a reabilitação da ética na política; priorizar a criação de fontes de trabalho para setores marginalizados; incentivar a justa regulação da economia, do sistema financeiro e do comércio mundial; examinar os tratados intergovernamentais do livre comércio; assumir as questões ligadas ao aquecimento global; incentivar a atenção às pessoas necessitadas de proteção internacional. Estas numerosas Pistas de Ação cumprirão seu objetivo se forem assumidas com crescente coerência de vida .
  • 43. 4º. CONCLUSÃO “ AI DE MIM SE EU NÃO EVANGELIZAR ” A Conferência de Aparecida convocou a Igreja na América Latina a colocar-se em estado permanente de missão. “Anunciar o Evangelho não é título de glória para mim. É, antes, uma necessidade que se me impõe. Ai de mim se eu não evangelizar”. Nós, Igreja no Brasil, assumimos o compromisso com a Missão Continental , conforme a inspiração de Aparecida, com rosto brasileiro. Nós o fazemos à luz das atuais Diretrizes da Evangelização, assumindo a convocação para uma efetiva conversão pastoral . Buscando ajudar as Igrejas Locais no desencadeamento de um processo de Igreja em estado de missão, a CNBB elaborará um PROJETO NACIONAL inculturado. Os sujeitos privilegiados desta missão são cada comunidade eclesial e, dentro dela, cada fiel leigo/a..