1. 100 perguntas e respostas
COMO
ESCREVER
UM LIVRO
Ariel Rivadeneira
COMOESCREVERUMLIVROArielRivadeneira
Você está convencidode que quer ser um escri-
tor porque sente a vocação em suas veias. No entanto,
quando começa a escrever, descobre que ter idéias e
saber como conduzi-las no papel não é a mesma coisa.
Que não basta ter um bom personagem para elaborar
uma excelente história ou escrever um poema especial,
que redigir um texto que prenda a atenção do leitor leva
tempo e envolve muita energia.
Reconhecer a dificuldade de escrever e se fazer muitas
perguntas já é um bom começo. Em Como escrever um
livro, você encontrará o auxílio necessário para todas as
suas dúvidas.
* Como evitar que a minha história se
complique excessivamente?
* Como é possível, em poucas páginas,
apresentar bem o personagem?
*Qual é a chave para o começo de uma
história?
* Qual a diferença entre a voz própria e
a voz narrativa?
* Qual é a forma correta de escrever os
pensamentos do personagem?
Este livro é um guia de primeiros socor-
ros para urgências literárias. A partir do
momento em que decide escrever até o
momento de ver seu livro publicado, você
encontrará nesta obra um arsenal com-
pleto para sair com êxito dos apuros. Em
vez de tentar esquecer a possibilidade
de ser um escritor, com os ensinamen-
tos aqui expostos você verá seus desejos
aumentados a cada página e poderá es-
colher entre as várias alternativas para
criar uma história interessante.
Ariel Rivadeneira nasceu em
Buenos Aires, Argentina. Há alguns
anos reside em Barcelona, na Espa-
nha, onde é jornalista e fundador da
Grafein-Barcelona, uma oficina de
escrita criativa.
TambémédiretordeEscribiryPubli-
car, uma revista de criação literária.
Como escrever um livro é sua primeira
publicação no Brasil.
www.ediouro.com.br/comoescreverumlivro
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6. Existem livros curtos que, para
entendê-los como merecem,
é preciso uma vida muito extensa.
Francisco de Quevedo
Um livro que não está escrito,
é como se faltasse algo.
Les Luthiers
Não sei o que se admira tanto
em Moisés pelos 10 mandamentos.
Eu também escrevo e, a mim,
Deus não me inspira o tema.
Groucho Marx
7.
8. 9
A síndrome do paciente: escritor
NÃO TEM CORAGEM de confessar a si mesmo, mas se vê publi-
cando um livro com uma capa lindíssima e seu nome destacado
nela em letras garrafais. Um lançamento de sucesso e milhões
de exemplares vendidos.
Exame clínico
Anotesuasreaçõesesensaçõesemduascolunas,colocando
as confortáveis em uma e as desconfortáveis em outra. Você
vai perceber que passará de uma para outra em menos tempo
que a duração de um relâmpago. Escrever é um ato violento ou
exuberante, um vazio ou uma realização. Um trajeto mais para
lá ou mais para cá.
Se você falhar no ato da criação
Poderá amargurar-se diante das idéias que não consegue
gerar e censurar-se, perdendo a autoconfiança. Ou fartar-se de
palavras, sem saber o que fazer com as muitas que estão nos
dicionários; ou ainda escrever um livro em que a falta do voca-
bulário ou uma estrutura rebuscada o torne imperfeito.
Se você falhar na técnica
Poderá funcionar como um robô, usando constantemente
asmesmaspalavras,damesmamaneira,tornando-se,assim,re-
petitivo.Vocêcorreoriscodefazerexatamenteigualaqualquer
outro escritor, como se contasse uma piada, sem se dar conta de
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que, para fazer literatura, não basta transcrever o que alguém já
contou. Ou pode perder o controle e forçar tanto na linguagem
que deixará o texto empobrecido.
O que fazer, então?
Seja qual for o caso, escrever é saudável. É como sonhar.
Freud contava que havia uma cidade em que todos os ho-
mens estavam apaixonados pela mesma mulher, até que um dia
um deles, um homem bem pequeno, amanheceu dizendo que se
sentia livre daquela obsessão.
Ao ser indagado pelos vizinhos sobre como havia consegui-
do, ele comentou que durante a noite tinha sonhado que aquela
mulher o amava. E, sonhando, o homem resolveu o conflito.
Resultados como este também são possíveis quando se
escreve.
Se você está lendo este livro, é porque está precisando de
ajuda e porque ainda tem muitas dúvidas.
Talvez tenha feito vários checkups e se tornou um hipo-
condríaco literário, pesquisando constantemente, querendo
compreender o que é ser escritor, qual o melhor treinamento,
como multiplicar as idéias, evitar todos os tipos de bloqueio,
dominarasestratégias,alinguagem,comoconseguirvozprópria
e encontrar o narrador mais adequado para cada caso.
Muitas pessoas não escrevem porque procuram respostas
como as 100 que serão encontradas aqui.
Então... avante! Não sofra; aja!
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1
Tenho vontade de escrever.
Por onde começo?
PRIMEIRO VOCÊ PRECISA saber de onde vem essa necessidade e
até onde deseja avançar. Se quer escrever, deve ter claro o que
quer escrever.
De qualquer maneira, comece pelas primeiras palavras que
lhe vêm à mente.
Diz um provérbio árabe que uma palavra dita se converte
em um conto. Assim, pela manhã, nas aldeias, todas as mulhe-
res se juntavam à beira do rio e conversavam, entre risadas e
afazeres.
Certa ocasião, uma mulher disse para outra, que estava ao
lado:
— Meu marido me deu de presente um par de brincos de
ouro.
A interlocutora sussurrou ao ouvido de outra mulher:
— O marido de Zulma deu a ela de presente um par de
brincos de ouro com brilhantes.
— Que sorte tem esta mulher que nós não temos? — per-
guntou esta última à outra, acrescentando uma pérola ao bri-
lhante.
E a inveja trouxe a desconfiança.
— Vai saber onde o marido arrumou isso! — exclamou uma
das mulheres.
— Certamente roubou de alguém — disse outra.
E uma delas, a mais invejosa, afirmou:
— Você tem razão. O marido de Zulma sempre sai à noite.
Dizem que ele trabalhou em um palácio. Como é muito bonito,
a princesa deve ter se apaixonado por ele e lhe dado a jóia.
11. 12
E então aquelas mulheres começaram a criar histórias que
lhes vinham à mente.
— Talvez por isso o rei tenha construído para o marido de
Zulma um palácio que fica bem distante, com uma fortaleza
que o cerca.
Ao final de tanto falatório, chegou aos ouvidos de toda a
população que o marido de Zulma tinha um romance secreto
com a princesa.
Você pode imaginar um final para esta história?
Comosepodeperceber,combaseemapenasumafrase,uma
série de opiniões divergentes foram estimuladas, até se chegar
a uma conclusão final.
Portanto,comeceporumafrasequepossasugeriralgomais,
continue com uma série de opiniões divergentes, até chegar a
uma conclusão final.
E por que não começar com apenas uma palavra? A que
você acaba de pensar agora, por exemplo. Divida essa palavra
em sílabas. Cada sílaba vai gerar outras palavras, e você terá
com o que começar.
Ou comece só com um fragmento, que pode ser uma recor-
dação, um sonho, uma observação, até que tenha o alicerce da
estrutura.
12. Este livro foi composto em Esprit Book
e impresso pela gráfica Edigraf sobre
papel offset 75g para a Ediouro, em janeiro de 2009.
13. 100 perguntas e respostas
COMO
ESCREVER
UM LIVRO
Ariel Rivadeneira
COMOESCREVERUMLIVROArielRivadeneira
Você está convencidode que quer ser um escri-
tor porque sente a vocação em suas veias. No entanto,
quando começa a escrever, descobre que ter idéias e
saber como conduzi-las no papel não é a mesma coisa.
Que não basta ter um bom personagem para elaborar
uma excelente história ou escrever um poema especial,
que redigir um texto que prenda a atenção do leitor leva
tempo e envolve muita energia.
Reconhecer a dificuldade de escrever e se fazer muitas
perguntas já é um bom começo. Em Como escrever um
livro, você encontrará o auxílio necessário para todas as
suas dúvidas.
* Como evitar que a minha história se
complique excessivamente?
* Como é possível, em poucas páginas,
apresentar bem o personagem?
*Qual é a chave para o começo de uma
história?
* Qual a diferença entre a voz própria e
a voz narrativa?
* Qual é a forma correta de escrever os
pensamentos do personagem?
Este livro é um guia de primeiros socor-
ros para urgências literárias. A partir do
momento em que decide escrever até o
momento de ver seu livro publicado, você
encontrará nesta obra um arsenal com-
pleto para sair com êxito dos apuros. Em
vez de tentar esquecer a possibilidade
de ser um escritor, com os ensinamen-
tos aqui expostos você verá seus desejos
aumentados a cada página e poderá es-
colher entre as várias alternativas para
criar uma história interessante.
Ariel Rivadeneira nasceu em
Buenos Aires, Argentina. Há alguns
anos reside em Barcelona, na Espa-
nha, onde é jornalista e fundador da
Grafein-Barcelona, uma oficina de
escrita criativa.
TambémédiretordeEscribiryPubli-
car, uma revista de criação literária.
Como escrever um livro é sua primeira
publicação no Brasil.
www.ediouro.com.br/comoescreverumlivro
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