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# 1
2 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
Socorro, Minha Igreja se Dividiu
Magno Paganelli
Categoria: Discipulado
C 2000 por Magno Paganelli. Todos os direitos reservados pelo autor.
Disponibilizado por EECBR
Contatos com o autor:
e-mail:info@magnopaganelli.com
Visiteositewww.magnopaganelli.com
As citações bíblicas foram extraídas da edição Revista e Corrigida da
tradução de João Ferreira de Almeida, publicada pela SBB; sendo outra
fonte, será citada.
Projeto gráfico e capa: Magno Paganelli
Revisão: Onélia de Lima Salum Andrade
# 3
Introdução
Capítulo Primeiro:
A referência da salvação
Capítulo Segundo:
O chamado nosso de cada dia
CapítuloTerceiro:
Vai procurar sua turma
Capítulo Quarto:
Sou, mas... quem não é?
Capítulo Quinto:
Quando a preferência é de Deus
Capítulo Sexto:
Vocação, chamada e escolha: para que servem?
Capítulo Sétimo:
Você vai ser um Gerente de Deus
Biografia
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
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41
47
53
61
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○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Geral
Índice
GeralÍndice
4 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
# 5
DedicatóriaDedicatória
Dedicatória
Dedicatória
A FRASE NÃO É MINHA, mas “dedicar um livro
não é tarefa fácil”. Pretendo não cometer in-
justiças ao dedicar este meu novo livro.
Pensoquededicaraos pacificadores,aquem
Jesus se refere em seu Sermão da Montanha,
é mais que justo.
Como este trabalho se baseia, em parte,
nas experiências que adquiri quando dirigi
nossa congregação no bairro da Casa Verde,
em São Paulo, sinto-me na obrigação de dica-
lo a todos aqueles que conviveram comigo e
com minha esposa durante o tempo em que
estivemos ali: a todos os colaboradores, obrei-
ros e amigos.
Por fim, à minha esposa Roseli, que, des-
de a inauguração daquela igreja, me incenti-
vou e ensinou coisas que eu não sabia. Ela,
com a experiência adquirida desde a infância,
ao lado do pai e Pastor, pôde ser minha
auxiliadora. E, ainda mais agora, quando
ministramos cursos e palestras em diversas
igrejas, sua ajuda tem sido muito preciosa.
Desejo que sempre seja assim. Muito obriga-
do, meu ‘nenê’.
6 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
# 7
ANTES DE COMEÇAR A LER ESTE EXEMPLAR —
talvez não seja o primeiro livro que você lê
em busca de orientação —, saiba que, onde
quer que pessoas tenham que trabalhar e vi-
verem juntas, as diferenças entre comporta-
mentos, opiniões e outras irão existir.
Neste caso não estou afirmando que Deus
nos tenha feito incompletos, sem a capacida-
de de nos relacionarmos; apenas nos fez hu-
manos. Não fomos dotados de perfeição,
estamos em busca dela. E é por isso que nos
reunimos durante algumas horas, de alguns
dias da semana, em um culto oferecido ao
nosso Senhor comum: Jesus Cristo.
Quero dar-lhe outro aviso: SOCORRO,
minha igreja se dividiu! não irá resolver os
problemas de sua igreja. Este livro não tem
poder maior que o próprio Criador. Mas há
livros que lemos e nos ajudam. Sendo assim,
IntroduçãoIntrodução
Introdução
Introdução
8 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
algumasexperiênciasencontradasaseguir,somadasaalgumaspas-
sagens da Bíblia — e bastante força de vontade sua e dos mem-
bros de sua igreja, sim, poderão ajudar você a encontrar o cami-
nho da restauração da comunhão e do serviço entre os irmãos.
Sempre ouvi algum tipo de reclamação envolvendo mem-
bros, departamentos ou igrejas inteiras. Esse é um sinal da que
há divisão nas igrejas. Desde que me converti e comecei a viajar
como pregador itinerante, ouço reclamações de Pastores, mem-
bros, músicos (esses parece que reclamam menos, mas há quem
reclame deles), enfim, até mesmo das pessoas que não têm nada
a ver com alguma igreja já ouvi alguma reclamação.
E foi conversando com o dono de uma lanchonete perto do
local onde trabalho, membro de uma igreja, que ouvi mais uma
reclamação. Sou membro de uma igreja com cerca de 1000
membros, e um sem número de eventos e festividades. Confes-
so que não acompanho todos os eventos realizados lá. Mas esse
irmão com quem conversei sempre me diz tudo sobre qualquer
programa que ocorre — para minha surpresa — em minha pró-
pria igreja, como se fosse membro dela!
Ficava imaginando — não sei por quê! — que a igreja da
qual ele é membro era a ante-sala do céu. Mas não, a igreja dele
também tem problemas.
E foram as palavras que disse a ele, repetição de algumas que
disse num estudo apresentado na igreja que pastoreei por cerca
de três anos, que estão neste livro. O apóstolo Paulo organizou,
fundou e dirigiu algumas igrejas. Já naquele tempo, ele identifi-
cou alguns dos problemas mais comuns entre pessoas cristãs reu-
nidas em torno de um Pastor e uma Bíblia.
# 9
Quando identifiquei esses problemas na congregação que
dirigi, lancei um desafio aos irmãos. Que fiasco! Não aconteceu
coisa nenhuma. Passados alguns meses, porém, o desafio come-
çou a ser encarado, a proposta original foi tomando forma, e a
igreja encontrou o caminho que deveria seguir: fomos abençoa-
dos e levamos a salvação aos perdidos.
E é sobre isso que SOCORRO, minha igreja se dividiu! vai
falar, sobre os problemas que o apóstolo Paulo identificou, que
eu identifiquei, e que certamente são os problemas que a sua
igreja também tem. A igreja que Paulo ajudou a plantar está em
pé há 2000 anos; a congregação que dirigi existe até hoje, e é
pastoreada por um Diácono a quem consagrei Pastor. Quer ex-
perimentar o desafio?
Magno Paganelli
Introdução
10 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
# 11
A IGREJA QUE ESTAVA NA CIDADE DE CORINTO
ERA, com certeza, uma das maiores igrejas que
Paulo fundou. Em uma de suas viagens, per-
maneceu ali por alguns anos, deixando para a
cidade uma igreja formada por obreiros e
membros, muitos deles!
A importância daquela igreja também
pode ser vista no fato de Paulo ter enviado
duas de suas maiores cartas aos corintios. Isso
revela não somente sua preocupação com a
saúde espiritual daqueles irmãos, mas tam-
bém a importância deles como igreja estraté-
gica, até mesmo pela posição geográfica que
ocupava.
Além disso, a igreja de Corinto era espiri-
tualmente imatura. Imatura em dois senti-
dos: havia problemas que revelam a mesqui-
nhez daquele grupo, mas também outros que
revelam a malignidade no coração de alguns
membros.Primeiro
Capítulo
PrimeiroCapítulo
A referência da salvação
12 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
Já no primeiro capítulo da carta, Paulo chama a atenção e
combate a divisão doutrinária. A igreja era tendenciosa quando
tinham que decidir quanto ao líder a quem deviam obediência.
Paulo, na condição de apóstolo, foi o enviado para anunciar
a Cristo e reunir os crentes daquela comunidade. Em seguida,
parece-nos que Pedro andou realizando cruzadas naquela região,
e deve ter permanecido ali algum tempo. Também Apolo, pre-
gador enérgico e profundo conhecedor das Escrituras, dirigiu o
grupo de crentes de Corinto. Que resultados trouxe isso para a
igreja de Corinto? Divisão.
Cada um dos três, Paulo, Pedro — chamado Cefas —, e
Apolo foram obreiros com características ministeriais distintas.
Paulo, doutor da Lei, estava preocupado com a ordem, tanto
no culto quanto social. Pedro parece-nos ser o mais pentecostal
dos três, e Apolo reunia caraterísticas de ambos.
As diferenças entre os líderes geraram divisão entre os irmãos,
e o resultado foram “dissensões” e “contendas” a que Paulo se
refere:
“Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus
Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja
entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo senti-
do e em um mesmo parecer. Porque... me foi comunicado
que há contendas entre vós”. (1Co 1.10 e 11).
Esta é, primariamente, uma das causas das divisões ocorridas
naquela igreja: uns gostavam mais de um pregador, outros, mais
# 13
de um pastor, outros, ainda, preferiam o mestre. A questão se
resumia em “gosto”, “preferência pessoal”.
Mas esse “gosto”, essa “preferência pessoal” acarreta um pro-
blema ainda maior. Não um, mas vários! Quero destacar aquele
que Paulo apontou em sua carta.
O apóstolo disse que a igreja perdeu a referência da salvação,
pois nem Paulo, nem Pedro nem Apolo morreram para dar sal-
vação ao mundo:
“Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes
vós batizados em nome de Paulo?” (v. 13)
A referência da salvação continua sendo Cristo. O tema das
mensagens continua sendo Cristo, e este crucificado. O pano de
fundo nos estudos bíblicos deve ser Cristo e o principal teste-
munho na evangelização deve ser a transformação que Cristo faz
ainda hoje.
Quando a igreja perde a referência da salvação, a tendência
natural é que ela busque alguma outra referência. Aí começam a
surgir as preferências: — Prefiro pregador mais eloqüente, prefi-
ro um palestrante politicamente correto, prefiro um testemu-
nho regado a muita aventura, drogas, etc.
É natural a preferência por determinado estilo ministerial.
Deus não nos fez a todos iguais. Cada um de nós tem caracterís-
ticas completamente distintas das dos outros.
Assim, Deus também fez os ministérios. E é o mesmo após-
tolo Paulo quem fala sobre as diferentes características ministe-
riais. Quando, na mesma carta aos Corintios, Paulo ensina so-
Areferênciadasalvação
14 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
bre as diferentes áreas de atuação da igreja, ele compara o corpo
de Cristo ao corpo humano, dizendo que, assim como o corpo
humano, o de Cristo possui vários membros, diferentes entre si,
uns com mais, outros com menos honra — mas todos igual-
mente importantes.
A lição fundamental daquela passagem (1Co 12.12-22) é que
o conjunto trabalha em função de Cristo e do membro a que
está ligado. Ou seja, “a orelha não pode dizer: porque não sou
olho, não sou do corpo”; e, ainda, “se todo o corpo fosse olho,
onde estaria o ouvido?”.
Em outras palavras — e por incrível que pareça, as diferenças
ministeriais de um obreiro em relação a outro são necessárias
para a edificação do próprio corpo. Pode acontecer de um irmão
não gostar da maneira como o Pastor prega; antes, prefere a pre-
gação do Presbítero. Outro, ainda, não gosta de como a dirigen-
te das irmãs organiza os cultos. Preferiria que o dirigente da
Escola Dominical fosse responsável pela organização dos even-
tos, e assim por diante.
A verdade, segundo a Bíblia, é que Deus colocou cada um
desses irmãos e irmãs para dirigir cada departamento, de acordo
com o propósito que Ele, Deus, tem. Todos os ministérios são
necessários para alcançar diferentes tipos de pessoas, com dife-
rentes posições em relação à salvação. Assim, cada irmão e irmã
dá a sua colaboração dentro do plano da salvação projetado por
Deus: é Ele quem sabe como cada pessoa há de ser salva.
Ainda sobre as preferências de cada irmão, quero dizer que,
ao afirmarem sua predileção por um ou outro obreiro e prega-
dor, mostram o egoísmo próprio, em vez de preferirem que a
vontade de Deus seja feita.
# 15
“Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de
Paulo; e, eu de Apolo; e, eu de Cefas; e, eu de Cristo” (vv 12).
Note a constante repetição do pronome eu. Eu, eu, eu e eu.
Quatro vezes. Quatro grupos dividiam a igreja, inclusive o últi-
mo, que se dizia partidário de Cristo. Faltou, até a este grupo,
visão do projeto de Deus.
Note que há irmãos — e eles já existiam naquele tempo —
que não assumem compromisso com nenhuma igreja:
— O irmão é de que igreja?
— Não pertenço a nenhuma igreja. Sou da igreja de Cristo
— dizem.
Esse é o grupo mais disperso, porque não se identificou com
nenhum outro; não consegue se unir a nenhum grupo. E, como
disse João, “como digo que amo a Deus e estou na luz, se não
amo ao próximo, a quem Deus fez?” (1 Jo 2.9).
Quando fui Pastor Auxiliar em nossa congregação no bairro
da Casa Verde, pude presenciar isso. O PastorTitular queria abrir
outras congregações. Essa era uma de suas características. Ele era
bastante animado com essa idéia e isso o levava a realizar cultos
domésticos na casa de alguns irmãos, além dos cultos oficiais da
igreja.
Eu, ao contrário, preferia começar um trabalho e ver o grupo
amadurecer, levá-lo ao conhecimento da Palavra, para que seus
componentes pudessem ser fortalecidos.
Isso gerou uma pequena divisão entre os irmãos. Alguns che-
garam a ficar aborrecidos com o outro Pastor, pelo fato de ele
não estar presente a todos os cultos oficiais da igreja. Mas o fato
Areferênciadasalvação
16 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
de ele não estar presente a todos os cultos não significava que os
irmãos estavam desamparados. Como Pastor Auxiliar, eu tinha
total autonomia e responsabilidade sobre o rebanho. E, além do
mais, era uma bênção para todos o fato dos dois líderes possuí-
rem características distintas. A igreja ganhou com isso e também
as famílias que ele sempre visitava, realizando cultos domésticos
em seus lares.
Paulo era fundador de igrejas. Ele não dirigiu apenas uma
igreja até ao fim de sua vida. Ao inaugurar uma igreja, permane-
cia na cidade até ver que os irmãos podiam caminhar com suas
próprias pernas.
Pedro não tinha o dom de ensinar, como um Mestre. Sua
característica ministerial era a de um evangelista que anuncia a
Cristo e arrebanha milhares de almas. Seria como esses grandes
pregadores que hoje conhecemos: Billy Graham, Larry Lea,
Nilson Fanini, Silas Malafaia, entre outros.
O importante, em todos os casos, é não perder o referencial
da salvação. Cada obreiro cumprirá o ministério como Cristo o
capacitou. A cada irmão cabe identificar o que Cristo quer nos
ensinar com essa diversidade de ministérios e obreiros.
A propósito, cada um de nós deve atender a um ministério
pessoal, e pertencer a um grupo, seja o de evangelistas, seja o de
pastores, ou ocupar um cargo, como o de dirigente de algum
departamento da igreja. A qual ministério você foi chamado?
Como você tem respondido ao chamado feito por Cristo den-
tro de sua igreja? Isso é assunto para um outro capítulo.
# 17
O CULTO DE INAUGURAÇÃO DA NOSSA IGREJA
contou com a presença de aproximadamente
120 pessoas. Era num sábado. Já no domin-
go, a Banda Kadoshi foi responsável pelo lou-
vor. Foi muito bom.
No primeiro culto da semana, entretan-
to, numa terça-feira, conhecemos qual era o
número de pessoas que realmente iriam per-
tencer àquela igreja: 13 membros. Esse foi o
número inicial que assumiu compromisso
com o trabalho.
Evidente, com o passar dos meses, o nú-
mero se elevou. Logo contávamos 60 mem-
bros. O bairro tinha algumas igrejas de ou-
tras denominações, mas é um bairro onde a
maioria é espiritualista. Eu mesmo, antes de
me converter, freqüentei um centro espírita
próximo à igreja que pastoreei.
Algumas famílias da região começaram a
congregar conosco. Alguns vieram de igrejas
Segundo
Capítulo
SegundoCapítulo
O chamado nosso de cada dia
18 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
próximas à nossa; outros, que freqüentavam a sede, após a aber-
tura de uma congregação próxima à casa deles, optaram por esta;
outros, ainda, eram novos convertidos.
Essa diferença de formação espiritual, devido ao fato de ser-
mos todos de diferentes igrejas, gerou certa divisão entre os ir-
mãos. Uns queriam fazer cultos ao ar livre; outros, cultos do-
mésticos; havia os que preferiam ficar quietos e não faltavam os
que não queriam fazer coisa nenhuma.
Nessa época, ministrei um seminário sobre o Apocalipse.
Durante dois meses, todas as terças-feiras, estudamos aquele li-
vro, capítulo por capítulo. A assistência chegou a ser comparada
à de um culto de domingo. Então, pensei: “vou aproveitar que a
freqüência às terças-feiras é grande, e ministrar um estudo sobre
o plano da salvação, já que boa parte dos membros era compos-
ta por novos convertidos e membros antigos que tinham dúvi-
das profundas sobre a própria salvação”.
Foi uma decepção! A freqüência despencou; podia contar nos
dedos de uma só mão o número de irmãos que vinham ao culto
de estudo bíblico. Começou a surgir preferência por determina-
dos cultos. Pouco diferente da divisão na igreja de Corinto, onde
o motivo da divisão era a preferência por determinado líder, na
Casa Verde os membros eram partidários de certas reuniões, cer-
tos temas de cultos. E não só lá; conheço várias igrejas com esse
problema.
A freqüência aos trabalhos das quartas-feiras, quando fazía-
mos campanhas específicas, aumentou, trazendo membros de
outras igrejas para aquele culto.
Gradativamente todos nós começamos a nos concentrar nos
trabalhos internos da congregação. Tanto a liderança quanto a
# 19
membresia olhávamos apenas para o interior da igreja, e nos
esquecemos das almas que estavam fora, carentes da nossa pre-
sença. Isso nos trouxe problemas internos: todos queriam opi-
nar, e ninguém queria trabalhar.
O que fazer, então, quando a união em torno da igreja gera a
própria divisão? O que fazer quando a união traz a divisão?
Esse problema é tão antigo quanto o homem. Quando fez
um pacto com Noé, Deus lhe disse para “frutificar, multiplicar-
se e encher a terra” (Gn 9.1). Passados dois capítulos no mesmo
livro, vemos que os descendentes de Noé reuniram-se em torno
de um ideal: edificar uma cidade e uma torre que tocasse o céu,
e exaltar o nome de si mesmos.
Não foi outro o resultado — a maior divisão de que se tem
notícia na história da humanidade. A milenar confusão das lín-
guas foi o resultado provocado pelo próprio Deus, com a finali-
dade de fazer o homem cumprir o seu propósito, que era fazer
as famílias crescerem, multiplicarem-se e povoarem a terra, ha-
bitando-a em toda a sua plenitude.
A partir daí, o homem se espalhou, pois não conseguiu se
comunicar. Foi mais ou menos o que aconteceu em Corinto; os
irmãos não falavam a mesma língua dentro da igreja:
“Rogo-vos... que digais todos uma mesma coisa... antes, sejais
unidos... em um mesmo parecer” (vv 10).
Havia na igreja uma dificuldade em dizerem a mesma coisa,
em terem um mesmo parecer. Apesar de estarem todos em uma
mesma igreja, discordavam ardentemente em pontos básicos da
fé comum.
O chamado nosso de cada dia
20 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
Dentro de nossas igrejas, é comum ver irmãos defenderem
suas posições teológicas, direcionando a salvação para o modo
como pensam. Outros reagem, por considerarem que o tempo
decorrido desde sua aceitação como membro lhes garante al-
gum lugar no céu. E tantos outros pontos são levantados.
Uma coisa, porém, é certa: a salvação não vem por ritual,
nem por liturgia, nem tampouco por tempo de casa. A única
coisa proveitosa a quem tem muito tempo de casa é o FGTS,
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.
Na vida espiritual, a salvação não se dá por obras, nem por
cargo, não vem por função desempenhada nem por mérito: é
pela fé:
“Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem
de vós; é Dom de Deus. Não vem de obras, para que nin-
guém s glorie” (Ef 2.8 e 9).
É nisso que Paulo insistiu com os corintios. Alguns mem-
bros daquela igreja, os da família de Cloé, contaram a Paulo os
problemas pelos quais a igreja estava passando. Ao que Paulo
respondeu implacável:
“Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para
evangelizar” (vv 17).
“Não para batizar”. O batismo é um ritual interno da igreja;
destina-se àqueles que optaram por entrar, por fazer parte do
corpo. Paulo é claro ao dizer que não foi enviado por Cristo
# 21
com essa finalidade, a de batizar, a de oficiar ritos internos da fé
cristã.
No mesmo versículo, ele se defende, dizendo que sua cha-
mada é para “evangelizar”, ou seja, atuar em trabalhos extraordi-
nários, no campo, adiante dos irmãos. Sua intenção ao usar a
expressão“evangelizar”édeixarclaroqueelenãoiriaperdertempo
resolvendo questões internas daquele grupo. Seu tempo era pre-
cioso para que ficasse enroscado em picuinhas de gente grande.
Nisso a passagem de Paulo em Corinto com a passagem da
confusão das línguas se assemelha. Quando disse que o próprio
Deus promoveu a divisão entre os descendentes de Noé, não me
referi a um caso específico. Durante o período monárquico de
Israel, quando o povo desobedecia à Lei de Moisés, o próprio
Deus levantava uma nação inimiga para fazer guerra aos judeus
e, em alguns casos, levá-los cativos. Foi o que aconteceu quando
Nabucodonozor, rei da Babilônia, atacou aquele país.
Já no Novo Testamento, após o pentecostes, o grupo de ir-
mãos que recebeu o Espírito Santo parece ter gostado de perma-
necer em Jerusalém. O que houve então? Perseguição. O livro
de Atos dos Apóstolos narra a perseguição sofrida pelos apósto-
los. Só assim eles puderam cumprir o mandamento do Senhor,
que era o de permanecer em Jerusalém somente até a vinda do
Espírito Santo. Depois, cada um deveria cumprir a chamada que
havia sido feita:
“E ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda
a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (At 1.8).
Como, ao receberem o Espírito Santo, eles não moveram
um dedo na obra da evangelização, a perseguição feita pelos lí-
O chamado nosso de cada dia
22 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
deres do judaísmo aconteceu. Assim, os apóstolos puderam sair
pelo mundo, divulgando a salvação em Cristo.
Faça a seguinte reflexão: Deus realizou uma grande obra, ao
enviar seu Filho para nos salvar. Depois, cada um de nós experi-
mentou essa salvação. Alguns de nós fomos libertados das dro-
gas e de outros vícios. Outros tiveram os lares restaurados. E
tantos outros benefícios poderia enumerar aqui.
É justo gostarmos muito da igreja onde congregamos, das
igrejas que freqüentamos. O que não é justo é fazer delas um
clube, um salão social onde nos reunimos periodicamente para
discutir a que candidato iremos apoiar nas próximas eleições, ou
sobre que reivindicações faremos ao administrador regional.
Quandocomeçamosapensarnaquelesqueestãoforadaigreja,
sem salvação, e a trabalhar pela salvação deles, por incrível que
pareça, estamos “dizendo a mesma coisa” e estamos “tendo um
mesmo parecer”.
Enquanto os discípulos de Jesus estavam encantados com as
obras que o Mestre estava realizando, tudo ia muito bem. Quan-
do dois deles começaram a discutir qual iria se assentar à direita
de Cristo no trono céu, Jesus teve que repreendê-los (Mt 20.17-
24).
Portanto, uma das principais causas da divisão nas igrejas é o
“olhar para si mesmas”. O olhar do cristão deve estar nas almas,
no evangelismo, pois para isso fomos chamados.
# 23
QUANDO O PASTOR A QUEM EU AUXILIAVA inau-
gurou uma congregação na zona leste e se
mudou para lá, assumi a igreja na CasaVerde.
Lancei, então, um projeto para mobilizar
a igreja, orientando os membros a se organi-
zarem em departamentos. Tínhamos inau-
gurado a igreja há cerca de um ano, talvez
um pouco mais.
O projeto chamou-se “Projeto Vai Procu-
rar Sua Turma”. Não fique assustado, pois
estava baseado em um texto bíblico da ver-
são Revista e Corrigida de Almeida:
“Estes são os filhos de Israel segundo o
seu número, os chefes dos pais, e os capi-
tães dos milhares e das centenas com os
seus oficiais, que serviam ao rei em to-
dos os negócios das turmas...” (1Cr
27.1, grifo meu).Terceiro
Capítulo
TerceiroCapítulo
Vai procurar sua turma
24 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
Israel estava organizado por turmas, e em turmas serviam a
Deus. Minha proposta à igreja era que se organizassem em tur-
mas, em departamentos. Acreditava que a organização iria pro-
mover a expansão do nosso grupo. Afinal, via isso em quase
todas as igrejas que havia visitado.
Mas tive outra decepção. A mobilização não aconteceu ime-
diatamente, como esperava. Lentamente, os irmãos começaram
a ser despertados, e, naturalmente, os grupos começaram a sur-
gir, as turmas começaram a se reunir, animadas pela mobilização
que acontecia na mocidade.
Nessa época, alguns cooperadores (que são aqueles irmãos
que ainda não receberam a primeira consagração a diácono)
mostraram interesse pela hierarquia da igreja. Foi então que mi-
nistrei a eles um estudo sobre os dons ministeriais relacionados
em Efésios 4. Isso ajudou muito aos irmãos, que entenderam
quais as áreas em que a igreja poderia atuar, e cada um dos mem-
bros pôde identificar sua própria chamada.
O texto da carta de Paulo declara:
“E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, e outros para
profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e
doutores. Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a
obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo...” (Ef
4.11 e 12).
Entendo que, quando Paulo diz “querendo o aperfeiçoamento
dos santos”, ele se refere aos ministros, pois são eles que lideram,
ensinam e fazem “a obra do ministério”. “Ministério”, aqui, é
como o conhecemos hoje: a igreja toda, com suas atividades e
departamentos.
# 25
Profetas
Apóstolos
A seguir, relacionei uma lista breve dos ministérios a que Paulo
se referiu na carta aos Efésios. Se você tiver alguma dúvida quan-
to à área em que deve atuar, pode identificar-se em alguma das
que apresentarei agora:
1. Apóstolos. Os apóstolos foram os primeiros líderes da igre-
ja: primeiros a serem chamados (Mt 10.1-2), primeiros na au-
toridade (Mc 6.7; At 1.21-26), primeiros no ministério (At 2.37;
6.1-4) e primeiros nas citações bíblicas (Ef 4.11; 1Co 12.28).
Os apóstolos foram os homens que receberam a comissão e, em
seguida, foram enviados por Jesus a fim de iniciar e dirigir a
pregação e o ensino do evangelho, e, junto a Jesus, fundarem a
igreja.
O título apóstolo vem do grego apostolos, que significa um
mensageiro, alguém enviado com uma missão, um apóstolo de Cris-
to. O critério adotado pelos próprios apóstolos, nos primeiros
dias da igreja, com a finalidade de nomear novos apóstolos, era
verificar se o candidato tinha sido uma testemunha ocular da
ressurreição do próprio Jesus (At 2.22).
O título missionário (enviado) parece ser o equivalente mo-
derno daquele cargo, já que não há mais testemunhas oculares
da ressurreição de Jesus. O próprio Paulo se declarou ser um dos
últimos apóstolos (1Co 4.9; 1Co 15.8). Assim, quando dize-
mos que alguém é um Missionário, reconhecemos que aquela
pessoa atua como um apóstolo, mas não foi testemunha ocular
de Cristo. É, portanto, errado em nossos dias chamar alguém de
apóstolo, porque não há mais testemunhas oculares de Cristo.
2. Profetas. Esses homens, também, seguindo a ordem pro-
posta pelo próprio Senhor, deram continuidade ao ministério
Vaiprocurarsuaturma
26 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
Evangelistas
de Cristo. Em 1 Corintios 12.28, a ordem cronológica das cha-
madas fica bem clara: “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente
apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores (pasto-
res), depois milagres, depois dons de curar, socorros...”.
Essa ordem (primeiramente) não indica importância hierár-
quica, pois somos membros uns dos outros e os mais fracos são
necessários (1Co 12.22). Tudo leva a crer que os profetas atua-
ram juntamente com os apóstolos e deram continuidade ao
ministério iniciado por estes (Ef 2.20; 3.4, 5).
Assim, como eram pioneiros no trabalho, a única diferença
entre apóstolos e profetas parece ser que estes últimos não fo-
ram testemunhas oculares da ressurreição de Jesus, e provavel-
mente foram discípulos dos apóstolos. Certamente o conteúdo
da mensagem dos profetas era evangelístico, anunciando aos
perdidos a salvação em Jesus Cristo. O sentido atual para profeta
é de alguém que interpreta a palavra de Deus: o pregador (Mc
16.15).
3. Evangelista. As pessoas que recebem esse título são pessoas
que têm paixão pelas almas. O evangelista é alguém que procla-
ma boas novas, a mensagem do Evangelho. Paulo mencionou o
evangelista como um dom para o ministério (Ef 4.11). Só Fili-
pe foi especialmente chamado de evangelista (At 21.8), mas
obreiros como Timóteo (2Tm 4.5), Lucas (2Co 8.18), Cle-
mente (Fp 4.3) e Epafras (Cl 1.7; 4.12) talvez tenham trabalha-
do como evangelistas.
As palavras de Paulo a Timóteo sugerem que seu verdadeiro
chamado foi o de evangelista: “... que pregues a palavra, instes a
tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes... sê sóbrio
# 27
Pastor-mestre
em tudo, sofre as aflições, faze a obra dum evangelista, cumpre o
teu ministério” (2Tm 4.2, 5).
Baseados no ministério de Filipe, podemos destacar algumas
atribuições do evangelista, conforme Atos 8:
1º anunciar a Palavra, a essência do Evangelho, que é Cristo,
o Salvador. Ele “lhes pregava a Cristo” (vv 5, 35);
2º levar muitos a crerem e serem batizados (vv 6, 12);
3º realizar milagres, libertação e sinais que atraiam as pessoas
(vv 6, 7 e 8);
4º estarem prontos para pregar a qualquer hora (vv 26);
5º estarem dispostos para viagens evangelísticas (vv 39 e 40).
Os evangelistas são pessoas responsáveis pelo crescimento
numérico da Igreja. Com isto em mente, Paulo ordenou a Ti-
móteo que fizesse o trabalho de um evangelista.
4. Pastor-mestre. Por último Paulo listou pastores e mestres,
concluindo a seqüência de dons ministeriais. Assim, entende-
mos que os apóstolos e os profetas fundaram as igrejas, os
evangelistas empenharam-se em anunciar as boas novas e animar
o povo e, por fim, os pastores-mestres cuidaram do rebanho
local, alimentando-o e instruindo-o em toda a Escritura. Apesar
de se poderem nomear pessoas distintas para pastorear e ensinar,
é bem provável que, desde os primeiros dias da igreja, alguns
pastores sentissem a necessidade de exercer a função de mestre.
Timóteo parece ter sido um desses pastores (2Tm 4.2, 5).
O mestre nem sempre é pastor, mas o pastor deve ser um
mestre apto para ensinar (1Tm 3.2). O cuidado do rebanho sem-
Vaiprocurarsuaturma
28 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
Testemunho
Intercessão
Música, prosa e
poesia espiritual
pre foi uma das maiores preocupações do Senhor (Jr 23.1-4; Ez
34) e o ensino das Escrituras, também (Is 1.3; Os 4.6; Mt 22.29).
Outros dons espirituais que são encontrados nas Escrituras:
1. Música, prosa e poesia espiritual (1Co 14.26; Ef 5.19). Esse
ministério, o de louvor, é um ministério de grande importância
na condução de um culto. Assim como a pregação da Palavra, a
ministração do louvor age em conjunto trazendo paz, graça, li-
bertação e salvação aos ouvintes. Temos inúmeros testemunhos
de pessoas que foram atraídas para a igreja através da música.
2. Intercessão (At 6.4; 1Tm 2.1). Em Êxodo 3.7, Deus decla-
rou a Moisés que ouvia o clamor do povo, e, por isso, deu-se
início a uma das maiores obras de resgate de toda a Bíblia. Dian-
te disso, fica clara a necessidade de um grupo de intercessores
alimentando a igreja com suas orações. A intercessão é funda-
mental no resgate das almas; Jesus sempre orou para que as al-
mas fossem salvas.
3. Testemunho (At 1.8; 5.32; 23.11; 26.22; 1Jo 5.6b). Jesus
nunca disse que, para testemunhar sobre a salvação, alguém de-
vesse ser consagrado a algum cargo especial na igreja. A capacida-
de para testemunhar começa no momento da conversão. A pri-
meira experiência pessoal com Cristo é o maior testemunho que
alguém pode dar, porque a experiência vivida por alguém é a
que mais nos convence. Assim, os grupos que saem a entregar
folhetos e realizar o evangelismo nas ruas podem ser compostos
por todos os membros da igreja que desejam testemunhar suas
experiências.
# 29
Misericórdia
Habilidades especiais
Hospitalidade
Contribuição
4. Habilidades especiais (Ex 35.30-33). A Bíblia diz que Deus
dotou alguns homens com habilidades especiais, como os
artesãos. Eles auxiliaram o povo na construção do Templo. Mas
não são somente os artesãos que podem servir a Deus; qualquer
outra habilidade é bem-vinda, quando colocada a serviço da obra
de Deus: os escritores, as pessoas bem relacionadas na comuni-
dade local, uma oferta especial, o auxílio de um empresário,
entre outros, são bem-vindos.
5. Hospitalidade (1Pe 4.9 e 10; 1Tm 3.2). Paulo advertiu-
nos a sermos hospitaleiros. Há casos em que irmãos de outras
cidades e estados precisam se hospedar na casa de algum mem-
bro. Conheço irmãos que chegaram a levar para suas próprias
casas pessoas carentes, necessitadas, sem moradia fixa.
6. Contribuição (Rm 12.8). O possuidor do dom da contri-
buição compartilha de seus bens com outros com grande amor.
“Aquele que contribui” traduz o grego ho metadidous. A palavra é
encontrada em Efésios 4.28: “... antes trabalhe, fazendo com as
próprias mãos o que é bom, para que tenha que repartir
(metadidonai) com o que tiver necessidade”. A mesma palavra é
empregada em Lucas 3.11 por João Batista: “Quem tiver duas
túnicas, reparta (metadoto) com o que não tem”.
O que tem o dom de contribuir pode canalizar seus dons atra-
vés da igreja, mas ele é mais que um oficial que distribui as ofertas
de outros; ele dá de seus próprios bens, motivado pelo Espírito
Santo, fazendo isso com extraordinária alegria e generosidade.
7. Misericórdia (Rm 12.8). Parece-me que o dom descrito
aqui é o mesmo dom citado em 1 Corintios 12.28 como “socor-
Vaiprocurarsuaturma
30 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
ros”. O verbo grego correspondente a misericórdia é definido
como ter piedade ou misericórdia de. Assim, fica claro que é um
dom utilizado por quem atua na assistência social da igreja, so-
correndo os pobres, os necessitados, os enfermos, e ajudando o
próximo através da misericórdia concedida pelo Senhor, como
um dom de Seu poderoso Espírito.
Concluindo, temos aí, de forma concisa, uma série de áreas
em que a igreja foi capacitada por Cristo para atuar no mundo.
De acordo com a experiência revelada na Bíblia, tanto no Anti-
go quanto no Novo Testamento, se nos envolvermos com o
serviço e esquecermo-nos de nós mesmos por alguns instantes,
daremos o pontapé inicial para a solução dos problemas de divi-
são em nossa igreja.
Portanto, como disse em nossa igreja: “vai procurar sua tur-
ma!”
# 31
DIA DESSES UM PASTOR, amigo meu, Titular
de uma igreja sede, comentou uma discussão
que aconteceu entre o vice dele e um outro
Pastor,quetambémhaviasidovice-presidente
do campo.
O primeiro, Pastor novo, não era cristão
há muito tempo. O último, aproveitando-
se desse fato, alardeou:
— Quem você pensa que é? Eu estou aqui
há quarenta anos!
É... como a moçada diz hoje em dia...
“Foi mal.” E, diga-se de passagem, muito mal;
ele foi realmente infeliz em sua resposta.
Há irmãos que, de posse de um Certifica-
do de Conclusão do InstitutoTeológico, vão
direto à sala pastoral requerer seus direitos,
como se quatro anos de estudo fossem o equi-
valente a um segundo sequer de vocação e
chamada ministerial.Quarto
Capítulo
QuartoCapítulo
Sou, mas... quem não é?
32 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
Este também foi um problema que Paulo enfrentou em
Corinto. Ainda no primeiro capítulo de sua carta, depois de
falar sobre as divisões causadas por preferências por ou outro
pregador, o Apóstolo escreve que alguns membros estavam se
autoproclamando sábios e inteligentes:
“Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e ani-
quilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio?
Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século?
Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mun-
do?” (vv 19 e 20)
É certo que há um abismo entre o sábio segundo o mundo e
o sábio segundo Deus. Segundo o mundo, o sábio irá contra
Deus; segundo Deus, o sábio é aquele que ganha almas até mes-
mo quando prejudica a si mesmo (Mt 18.15).
No caso dos coríntios, as diferenças culturais também eram
motivos para divisões — algo parecido com o que ocorre em
sua igreja? E como é repugnante esse tipo de divisão, quando
deveríamos ter sentimentos parecidos com os de uma família!
A igreja de Corinto era formada por judeus convertidos, es-
trangeiros de cultura helenista, isto é, de origem grega, famílias
de respeito e prostitutas convertidas ao cristianismo. O grupo
era bastante heterogêneo. Aproveitando-se disso, alguns julga-
ram ser mais entendidos das coisas de Deus, desprezando a hu-
mildade de outros que, com o coração contrito, se achegavam
ao Senhor.
Paulo atacou veementemente essa espécie de comportamen-
to, de postura. “Porventura não tornou Deus louca a sabedoria
# 33
deste mundo?” — perguntou. Em outras palavras, ele afirmou:
“a sabedoria que você possui, Deus não a pode aproveitar para coisa
alguma. Satisfeito?”
Um dos obreiros que trabalhou comigo estava convencido
de que algumas regrinhas do Seminário deveriam ser seguidas à
risca em uma igreja. Três meios para isso, quatro passos para
aquilo, cinco modos de conseguir aquilo outro. Esse pensamen-
to é fruto do final da década. Já reparou que vivemos no tempo
dos guias práticos? “Guia prático para alcançar isso”, “Guia do
fulano”, “Guia do beltrano”, e por aí vai...
Deus já tem o seu próprio Guia:
“Mas, quando vier aquele Espírito de Verdade, ele vos guia-
rá em toda a verdade” (Jo 16.12).
Não estou fazendo apologia da desordem eclesiástica. Mas
observe se em sua congregação não há alguém com esse com-
portamento. Ora, se o próprio Apóstolo Paulo enfrentou isso,
que dirá nós!
E o que fazer quando um grupo da igreja quer levar-nos aos
“guias práticos de teologia”? O que fazer quando surgem os sá-
bios segundo o mundo?
Não há melhor remédio para resolver o problema de divisão
causada por divergência teológica ou por metodologia de traba-
lho que a antiga e boa cruz. A prioridade da igreja é ganhar almas
e sustentar as que já possui. Para sustentar as que já possui, a igreja
deve promover o fortalecimento da fé dessas almas. E, para se-
rem fortalecidas, é necessário que elas ouçam a Palavra de Deus
— isso é ponto passivo.
Sou,mas...quemnãoé?
34 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
Assim, tanto para umas quanto para outras, Cristo deve ser
anunciado:
“Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem;
mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (v. 18).
Observe atentamente o que motiva os irmãos a virem à igre-
ja. Eles vêm porque irão aprender a Palavra? Hoje será ministra-
do um estudo bíblico sobre o poder da cruz? Ou virão à igreja
porque é o primeiro dia da Campanha da Vitória Financeira?
O grupo de evangelismo sairá porque sentiu que há almas
para Cristo na vizinhança? Ou a mocidade quer verba para um
programa de rádio para poder apresentar um programa gospel
de rock’n’roll?
Amotivaçãofazadiferença.Emqualquercircunstância,quan-
do houver divisão entre os membros, questione-se: — Qual a
motivação para isso? A resposta deverá sempre ser algo entre
Cristo e almas a serem salvas. O que passar disso, não é de pro-
cedência desejável.
Os membros dos departamentos na igreja devem entender
que o grupo a que pertencem é formado por membros que têm
a mesma característica ministerial. Dificilmente haverá um gru-
po de músicos formado por uma dirigente das irmãs, um ado-
lescente, um Presbítero e um novo convertido. Também são
raros os grupos de visitas a casais que são formados por dois
jovens, um diácono e o baterista da igreja.
Normalmente a nossa chamada nos leva a trabalhar em áreas
equivalentes às que pertencíamos quando não éramos cristãos.
# 35
Um dos Pastores que me auxiliava nunca escondeu de ninguém:
— Não me coloquem para trabalhar com jovens; não tenho
vocação nenhuma para isso.Tenho uma chamada para trabalhar
com casais.
E por que isso? Aquele Pastor, antes de se converter, havia
sido adúltero. Nunca teve problemas com jovens. Tinha um
casal de filhos, mas o problema maior de sua vida antes de Cris-
to era a infidelidade conjugal. Assim, quando se converteu, seu
ministério começou a ser conduzido para essa área.
Note as pessoas que trabalham na recuperação de drogados.
Em sua maioria, elas foram viciadas um dia, ou têm ou tiveram
algum parente com aquele tipo de problema. Então, Deus as
coloca para trabalharem com a recuperação de dependentes quí-
micos, porque elas conhecem as circunstâncias que cercam pes-
soas com esse problema; ou elas mesmas sabem como as coisas
são por experiência própria.
Se Deus nos colocou para atuar junto a outros irmãos com as
mesmas vocações espirituais, devemos nos lembrar que tam-
bém temos os mesmos propósitos espirituais. E isso vale para
todo e qualquer departamento, ou grupo da igreja.
Certa vez tivemos um problema específico na igreja. Sempre
que ali realizávamos algum evento, escolhia-se uma das irmãs
para cuidar da alimentação.
Aí surgiu uma irmã, nova convertida, que era excelente cozi-
nheira — que Deus a tenha na igreja! Ela, então, me pediu para
ficar responsável pela cozinha durante os eventos que realizásse-
mos, já que ainda não se sentia capaz de desenvolver nenhuma
outra função. Disse a ela que não via problema nenhum, mas
que falasse também com a dirigente do grupo de irmãs.
Sou,mas...quemnãoé?
36 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
Passou algum tempo, e, quando chegamos próximos ao
Natal, uma família inteira se converteu. No jantar de fim de
ano, surgiu o problema: a irmã responsável pela cozinha ficou
emburrada.
— Que houve, irmã? perguntei.
“— Disseram que fulano trouxesse as coxinhas, quando a
responsável pela cozinha sou eu.”
Não tiro a razão daquela irmã. Ela ficou magoada por sentir
que a única coisa que sabia fazer estava sendo ameaçada, e ela se
imaginou sem poder fazer outra coisa para o seu Senhor.
Perguntei à dirigente das irmãs por que aquele casal de novos
convertidos havia ficado responsável pelas coxinhas. Ela me dis-
se que era para aproveitá-lo em alguma tarefa a fim de que não
se sentissem desprezados.
Não adianta querer manter as pessoas na igreja dando in-
cumbências a elas. Somos um corpo bem ajustado, diz a Bíblia.
Cada um irá desempenhar sua função sem que isso atrapalhe
outro. Quando andamos de um lado para outro, os braços não
se incomodam com isso. Quando digitamos no teclado do com-
putador, os pés não reclamam. Cada um dentro da sua função, e
todos atraídos a Cristo: ele é, e sempre será, o centro e o motivo
de tudo.
Devemos entender e respeitar o tempo para que as coisas acon-
teçam. Uma vez meu Pastor, Jabes Guedes de Alencar, me cha-
mou para ensinar-me uma importante lição. Na época, eu atua-
va como pregador itinerante, ministrando em diversas igrejas.
Mas, como era novo na fé, cometi alguns excessos; nada grave.
Ele, então, me disse que em uma chamada ministerial há
quatro pontos a serem observados.
# 37
São eles: para quê fomos chamados, quando fomos chama-
dos, nossa chamada é para onde e quando devemos começar.
Os erros mais comuns acontecem no último ponto. Sabe-
mos para quê fomos chamados, se para pregador, pastor, missi-
onário, cantor, etc. Temos a noção exata de quando Deus nos
chamou, se foi através de uma profecia, uma visão, uma voca-
ção específica ou algo assim. Conhecemos a área onde atuare-
mos, com que tipo de pessoas iremos trabalhar.
Normalmente ‘pecamos’, entretanto, na questão quando de-
vemos começar nosso ministério. E o pior: muitos irmãos, por
falta de orientação, chegam a abandonar seus empregos, ven-
dem casas, carros e outros bens e dedicam-se de corpo e alma à
obra de Deus, sem que o tempo determinado pelo Senhor te-
nha chegado.
Não estou afirmando que todas as pessoas que fazem isso
estão fora da direção de Deus, porém conhecemos um número
grande de pessoas que se antecipam ao tempo de Deus “e se dão
mal.”
A capacidade pessoal não é o supra-sumo da chamada minis-
terial. Portanto, preste atenção a esses pontos que, para mim,
foram de muito valor; talvez um dos conselhos que mais vale-
ram a pena seguir. Ao Pastor Jabes o meu muito obrigado. A
você, muita atenção.
Sou,mas...quemnãoé?
38 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
# 39
UMA DAS MAIORES DECEPÇÕES que uma pes-
soa pode ter é a rejeição. Não tenha dúvidas
sobre isso. É uma situação muito triste quan-
do alguém pensa ser a pessoa mais apta para
desempenhar função ou pensa ser a pessoa
preferida em uma determinada comunidade,
e não o é.
Gosto de um exemplo bíblico sobre isso.
Quando Jesus estava sendo entrevistado por
Pôncio Pilatos, este, vendo que Jesus estava
indiferente à situação, disse-lhe:
“Não me falas a mim? Não sabes tu que
tenho poder para te crucificar e tenho
poder para te soltar?” (Jo 19.10).
Na nossa linguagem, Pilatos pensava “es-
tar abafando”. Mal sabia que era apenas uma
peça em toda a engrenagem:Quinto
Capítulo
QuintoCapítulo
Quando a preferência é de
Deus
40 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
“Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de
cima te não fosse dado” (v. 11).
O poder que Pilatos julgava possuir por méritos próprios
vinha justamente do Pai daquele sobre quem se gabava — de
Deus. Frustrante.
Como membros de uma comunidade cristã, como compo-
nentes de uma instituição social, precisamos trazer sempre à
memória o seguinte: não somos os guardiães do poder de Deus
— somos o testemunho de que Ele é poderoso. Não precisa-
mos provar a ninguém que Deus é poderoso. O que precisamos
fazer é deixar que Deus prove isso através do nosso comporta-
mento, da nossa maneira de ser, transformada como resultado
desse poder.
No Antigo Testamento, Deus revelou-se de maneiras dife-
rentes no Antigo e no Novo Testamento. Quando Elias esteve
diante dos profetas de Baal, precisou de um artifício pirotécnico
para mostrar a Sua vontade e o Seu poder. Os apóstolos de Jesus
quiseram fazer o mesmo, mas o Mestre os repreendeu, dizendo-
lhes que a proposta de Deus era a salvação, e não a morte dos
incrédulos.
Não que Deus quisesse a morte dos profetas de Baal naquela
ocasião. Não é essa a questão, mas sim o meio e a circunstância
em que a revelação de Deus irá acontecer.
Deus quer se revelar, e isso ficou claro quando Ele enviou
Cristo ao mundo. Mas, de que forma Ele quer se revelar? Atra-
vés das divisões na igreja? Através dos irmãos que se julgam su-
periores aos demais?
# 41
Não. Deus quer usar os que parecem loucos, os que parecem
desprezíveis, os que parecem fracos, os que parecem não ser e os
que parecem vis. Por incrível que pareça, essa é a preferência de
Deus no que diz respeito ao meio da revelação. Essas pessoas são
os meios usados por Deus para que a Sua revelação aconteça.
Muito bem, por que Deus faz isso? Será que Ele é o primeiro
a promover a divisão entre os irmãos para se revelar a nós? De
maneira nenhuma. Deus tem preferências, e Ele prefere se reve-
lar por meios discretos.
Quem foram os palestrantes eloqüentes que não tinham ins-
trução universitária? Os pescadores semi-analfabetos transfor-
mados em apóstolos:
“Então eles [os sacerdotes e o capitão do templo], vendo a
ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens
sem letras e indoutos, se maravilharam...” (At 4.13).
São vários os exemplos de casos como esse, tanto na Bíblia
como fora dela. Por isso vemos que Deus não quer se eviden-
ciar através de suntuosidade, de grandeza e magnificência. É
claro, Ele pode usar uma pessoa eminente, um grande empre-
sário, um artista famoso, desde que a soberania de Deus seja
preservada, ou seja, desde que fique claro a quem Ele se revela
que a capacidade humana foi sobrepujada, foi suprimida pela
grandeza divina:
“Para que nenhuma carne se glorie perante ele” (1Co 1.29).
QuandoapreferênciaédeDeus
42 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
A preferência de Deus é mostrar ao mundo aquilo que Ele é
por essência — Deus. Quando o Senhor chamou a Moisés atra-
vés da sarça ardente, Ele perguntou o que Moisés tinha na mão,
ao que Moisés disse: — Uma vara (Ex 4.2).
Moisés, criado pelo faraó do Egito, erudito, formado nas
ciência daquele país, tinha um pedaço de pau em sua mão.
Deus, então, disse-lhe que justamente aquele pedaço de pau
seria o instrumento que Ele usaria para mostrar ao povo que o
Eu Sou, o Eterno, estava ali para tirar o seu povo de baixo do
jugo egípcio.
A preferência de Deus dentro das nossas igrejas é deixar claro
que um clube é um clube, uma sociedade de bairro é uma soci-
edade de bairro e uma igreja é uma igreja.
Paulo disse que o Senhor estabeleceu entre nós Cristo como
sabedoria, justiça, santificação e redenção. Essas quatro virtudes
devem diferenciar-nos de qualquer outra agremiação, qualquer
outra sociedade.
Neste capítulo, quero que o leitor seja um pouco mais re-
flexivo, olhe para o seu interior. Falei, no capítulo anterior, so-
bre as motivações que levam alguns departamentos à igreja. Mas,
o que realmente o faz permanecer unido ao grupo, ou, pelo
menos, o faz freqüentar a sua igreja?
Nossas preferências podem ser atendidas em algumas áreas
de nossa vida. Posso atender a minha preferência por roupas em
tom pastel indo a uma loja e comprando roupas nesse tom.
Posso trabalhar e comprar um carro modelo esportivo, por ser
esta a minha preferência. Posso, em conjunto com minha espo-
sa, optar por ter um, dois ou até mesmo nenhum filho, se essa
for a nossa preferência.
# 43
Possofreqüentarumaigrejaporinteresseenecessidadedeajuda
financeira, até que Deus me abençoe ou algum irmão me arrume
um emprego; e, então, eu saio da igreja, não volto mais lá. Um
jovem pode assistir aos cultos de uma igreja por estar à procura de
uma namorada. Um empresário pode freqüentar a igreja com in-
tenções comerciais, interessado em vender algo para os membros.
Tudo isso é possível. Mas, com certeza, há um grupo preo-
cupado com a impressão que irá causar em Deus: — Que será
que Deus vê em mim? pensam.
A esse grupo o conselho é prático — Deus busca aqueles que
sinceramente dão prioridade a Cristo. Ele é o poder de Deus
manifesto. Sobre quem fará parte da família de Deus, o próprio
Senhor é quem escolhe os que crêem.
“Mas vós sois dele [de Deus], em Jesus Cristo [por meio de
Cristo], o qual [Cristo] foi feito por Deus sabedoria, e justi-
ça, e santificação, e redenção”.
Por estas quatro marcas, Deus poderá acha-lo: a sabedoria de
Deus em você; a justiça que vem de Deus; a santificação pelo
Espírito de Deus e a redenção que há em Cristo.
Essa é a preferência de Deus — encontrar essas pessoas, e
abençoá-las,ecapacitá-lasparaquepossamedificaraobradeDeus.
Isso não quer dizer que aos demais Deus sempre desprezará.
Não. Para os demais, a ação do Espírito Santo de Deus também
será uma realidade, na tentativa de que sejam transformados, a
fim de atenderem às preferências do Senhor.
Aí, então, farão parte daquele grupo: os preferidos do Pai.
QuandoapreferênciaédeDeus
44 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
# 45
VIMOS, ATÉ AQUI, as situações e comporta-
mentos do grupo de irmãos que trazem a
divisão a uma igreja. Em poucas palavras, as
divisões ocorrem em igrejas onde os irmãos
perderam a referência da salvação. Deixaram,
ao menos por um tempo, de olhar para Cris-
to, e passaram a contemplar a eloqüência, a
sabedoria, o conhecimento de alguns Pasto-
res e pregadores.
Também vimos que Deus chama o Seu
povo para um envolvimento espiritual, e que
esse envolvimento depende da proposta de
Deus para cada pessoa ou grupo delas.
Olhando para trás, para os “dias-em-que-
passamos-divididos”, podemos notar a falta
de algo — não atendemos ao chamado de
Deus.Nãotenteprocuraroutradesculpa,pois
dificilmente irá encontrá-la.
Noventa e nove por cento dos casos de
divisão nas igrejas acontecem quando osSexto
Capítulo
SextoCapítulo
Vocação, chamada e escolha:
para que servem?
46 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
membros estão, ou são, mal informados sobre a sua chamada.
Para que fui chamado? Qual a minha vocação? O que farei no
ministério? Essas são algumas das perguntas mais comuns entre
irmãos em igrejas divididas.
Há casos de igrejas muito pequenas, de irmãos de classe soci-
al mais baixa que, mesmo com o desemprego e seus problemas,
se mantêm unidos. Por quê? Porque, na adversidade, buscam
mais a Deus e se interessam e se envolvem mais com o serviço
cristão.
Mas vamos por partes. Alguém já perguntou — o que é vo-
cação? Vocação nada mais é do que o dom natural que Deus lhe
deu. Note que dizemos que ‘algumas pessoas nascem com voca-
ção para cantar, ou para serem comerciantes’, por exemplo.
Vocação não é chamada. Somos vocacionados quando reuni-
mos capacidades e talentos para realizarmos determinada fun-
ção. Vocação para Pastor — tem aquele obreiro que é carismático,
paciente, bom mestre da Palavra de Deus. Essas são as capacida-
des, as qualidades de um bom Pastor.
Paulo diz que, segundo a carne — segundo o conhecimento
humano —, não existiam muitos sábios na igreja. Quer dizer que
eles se gabavam de serem tão sábios das coisas de Deus, quando,
na verdade, nem das coisas do mundo entendiam direito:
“Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos
os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem
muitos os nobres que são chamados” (1Co 1.26).
Segundo a carne, nada interessa a Deus. Deus não chama os
# 47
capazes segundo o ponto de vista natural, e sim pelo ponto de
vista espiritual.
Há pessoas na igreja que, para não assumirem responsabili-
dade alguma nos trabalhos, dizem: — Ah, não tenho vocação
nenhuma; fui chamado para ser membro de banco.
Costumo dizer que membro de banco é o prego, o parafuso,
a madeira; são eles que compõem um banco de igreja; eles são os
membros de banco — nós somos membros do Corpo de Cris-
to. Veja o que Paulo diz sobre isso:
“Mas o que confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu,
é Deus” (2Co 1.21).
Paulo não estava escrevendo a Segunda Carta somente aos
obreirosdaigreja;eleescreviaatodososmembros.Assim,quando
diz que “Deus é quem nos ungiu”, quer ensinar que Deus ungiu
a todos, e não somente a alguns obreiros.
E para que serve a unção? você poderá perguntar. A unção é o
que determina o que cada um dos filhos de Deus fará na Sua
obra. A unção determina o tipo de missão de cada um.
Davi foi ungido pelo profeta Samuel para ser rei em Israel
(1Sm 16.1). Jesus recebeu a tríplice unção: rei, sacerdote e pro-
feta (Is 61.1); é o único caso na Bíblia de alguém que teve as três
unções. Assim, pela unção que recebemos de Deus, os nossos
talentos naturais são tornados espirituais — agora servem para o
serviço cristão.
É após a unção que podemos atender à chamada. A chamada
é feita por Deus, e somente por Ele. Alguém pode cursar quatro
Vocação,chamadaeescolha:paraqueservem?
48 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
anos de Seminário Teológico, ser filho ou amigão do Pastor, ser
o dizimista mais fiel da igreja, mas, se a chamada não for feita
pelo Senhor, de nada adiantará sair às almas.
Sei de um Pastor que dirigia uma grande congregação, onde
os dizimistas eram fiéis, a evangelização era eficiente; ele morava
em uma excelente e ampla casa pastoral e sua esposa e filhos
eram os melhores desse mundo, do ponto de vista dele. No
entanto, orava constantemente a Deus, queixando-se de sentir
um vazio em seu interior.
Certo dia, após orar mais uma vez, fazendo a Deus a mesma
reclamação, o Senhor lhe respondeu que nunca o havia chamado
para ser Pastor de igrejas. O Senhor disse a ele que a chamada
dele era para ser pregador itinerante, para realizar cruzadas
evangelísticas e ganhar almas, e, por isso, ele sofria aquele senti-
mento de vazio interior.
Imediatamente aquele Pastor comunicou a resposta de Deus
à sua família, e, em seguida, à igreja.Transferiu o cargo e deixou
a casa pastoral, indo morar num casebre. Um tempo depois, ele
testemunhou que o Senhor o estava abençoando de forma
indescritível, e que agora sentia estar no centro da vontade de
Deus.
Assim acontece conosco, quando não atendemos ao chama-
do do Senhor. Tudo parece nos incomodar; temos a impressão
de trazer conosco uma dívida para com o céu, isso sem falar no
efeito cavalo-de-pau — parece que nunca saímos do lugar.
Por último, Paulo fala da escolha. No início dos versículos
27 e 28 ele repete que Deus escolheu os “aparentemente piores”,
a fim de torná-los os melhores, os melhores pelos critérios de
Deus.
# 49
Em síntese, o que os versículos 26 a 31 sugerem é que a
desatenção dos coríntios ao chamado de Deus é o que, basica-
mente, gerou aquele “monte” de problemas na igreja. Ao invés
de unirem-se, os membros se dividiram e criaram rivalidades
entre si, rivalidades teológicas, doutrinárias e de preferências pes-
soais.
O resultado foi que, além de divididos, eles não amadurece-
ram espiritualmente:
“E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas
como a meninos em Cristo... Porque ainda sois carnais. Pois,
havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois
porventura carnais, e não andais segundo os homens? Por-
que dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo;
porventura não sois carnais?” (1Co 3.1, 2 e 4).
Agora, responda para si:
— Você foi ungido para quê? e:
— O que está fazendo agora para atender à sua chamada?
Creio que, se você não sabe onde, ou em que área ou depar-
tamento da igreja poderá trabalhar, busque a orientação de seu
Pastor, ou no departamento de aconselhamento. Eles foram cons-
tituídos por Deus para orientá-lo sobre o que deve fazer. Mas
não deixe de orar e pedir a revelação de Deus para sua vida sobre
o que você deverá fazer. Deus quer se revelar a nós. Ele tem
prazer em se deixar conhecer diariamente. Creia nisso.
Vocação,chamadaeescolha:paraqueservem?
50 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
# 51
COMO VIMOS, “Deus nos ungiu”. Não tenha
mais dúvida sobre a unção; você viu que o
apóstolo Paulo escreveu isso (2Co 1.21). Há
pessoas que perdem muito tempo de suas
vidas espirituais, e deixam de se desenvolver
e de serem grandes obreiros ou obreiras na
igreja, porque desconheciam a existência da
unção sobre suas vidas.
Porisso,comeceaorar,aquestionaraDeus
e a observar qual é a sua vocação, com quais
atividades você mais se identifica, e quais são
as atividades desenvolvidas por você que mais
frutificam:
“Eu vos escolhi a vós, e vos nomeei [cha-
mei e lhes dei o meu Nome], para que
vades e deis fruto” (Jo 15.16).Sétimo
Capítulo
SétimoCapítulo
Você vai ser um gerente de
Deus
52 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
Quando prestar atenção a esses pequenos detalhes, irá desco-
brir para quê foi ungido; saberá, então, qual é o seu ministério.
O passo seguinte é o que mais o irá atrair: desenvolver o seu
chamado. Toda pessoa chamada por Deus pode atuar em diver-
sas áreas dentro do ministério.Talvez você descubra que, para a
função a que foi chamado, já há alguém trabalhando e não há
espaço para mais ninguém. Há duas opções:
- primeira: aguardar o tempo certo de você atender à cha-
mada;
- segunda: procurar, dentro da mesma igreja ou ministé-
rio, uma outra colocação onde possa pôr em prática a
sua vocação.
Costumo dizer que, na obra de Deus, somos todos como
gerentes de uma grande empresa. Numa empresa são vários os
departamentos: de vendas, de compras, de administração, de
qualidade, etc. Todos esses departamentos têm um gerente. Na
verdade, todos eles são os gerentes de suas áreas, mas cada um
dentro da sua própria função.
O gerente de vendas é o responsável por seu setor, assim como
o de compras é responsável por aquela área, e assim por diante.
Mesmo sendo todos gerentes, eles atuam em áreas distintas, com
funções distintas e utilizam ferramentas distintas.
Por exemplo: o que o gerente de vendas faz é vender, e para
isso ele necessita tabela de preços, talão de pedidos e catálogo de
produtos. Já o gerente de compras, para que possa desempenhar
suas funções, necessita de amostras de produtos, requisição de
compra, lista de fornecedores, etc. Para que o gerente financeiro
possa trabalhar bem, ele utilizará talões de cheques, mapas de
controle financeiro, extratos das contas correntes.
# 53
Cada um, dentro de sua própria área, está desempenhando
suas funções e utilizando ferramentas próprias para o seu traba-
lho.
Assim são os gerentes de Deus. Você deve descobrir qual é a
sua vocação e saber para quando é a sua chamada: se é para já, ou
se ainda há um tempo até que comece a trabalhar. Em seguida,
após descobrir para qual área foi chamado, deverá saber quais
são as funções pertinentes à sua chamada. Se vai ser um ‘gerente’
no evangelismo, se vai ser um ‘gerente’ na assistência social, se
vai ser um ‘gerente’ na escola dominical, etc.
Quando souber em que área irá atuar, aí sim, poderá orar,
pedindo a Deus as ferramentas próprias para o que irá fazer. Se
dermos talões de pedidos e listas de preços ao gerente de com-
pras, o que ele irá fazer? Nada. Se dermos requisição de compra,
amostras de produtos e lista de fornecedores ao gerente financei-
ro, o que ele irá fazer? Nada, também.
Assim, quando soubermos em que área iremos servir a Deus,
poderemos orar pedindo-lhe as ferramentas necessárias para o
bom exercício de nossas funções. Se for atuar como evangelista,
peça a Deus que lhe dê dons de conhecimento da palavra, sabe-
doria, revelação. Se for trabalhar com recuperação de vidas, peça
que lhe dê dons de misericórdia, amor, discernimento. E assim
por diante.
Não peça uma boa voz se for trabalhar na assistência social.
Se for cantar, sim. Não peça dons errados; peça aquilo que real-
mente lhe será útil.
Pouco antes de entregar a direção da igreja da Casa Verde para
me dedicar ao ministério do ensino e aos livros, tive uma expe-
riência formidável na restauração de uma igreja dividida. Como
VocêvaiserumgerentedeDeus
54 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
tenho facilidade em escrever e preparar um folheto para ser im-
presso em gráfica — pois trabalho nessa área —, elaborei um
folheto formato 5 (meia folha de sulfite), com quatro páginas,
colorido, com uma mensagem, os dias de culto, os temas dos
cultos, telefone para contato, enfim, um folheto personalizado
da nossa igreja. Tirei uma oferta especial para a impressão de
dois mil folhetos, talvez um pouco mais.
Tirei uma xerox do Guia de Ruas, na página onde nossa igre-
ja se localizava. Convoquei os irmãos dispostos a distribuir os
folhetos no sábado de manhã. Reunimo-nos na igreja, e apre-
sentei o pequeno — mas eficiente projeto.
Divididos em duplas, mostrei-lhes as ruas próximas à igreja,
numa área de 1 km². As duplas escolheram as ruas onde iriam
entregar os mais de dois mil folhetos. Saímos todos.
Pouco mais de uma hora depois, todas as duplas voltaram
para a igreja. Houve algumas ligações, algumas visitas e nenhu-
ma conversão. Repetimos a dose, e a igreja começou a tomar
gosto pelo trabalho. À medida que o tempo passava, eles me
cobravam novos folhetos e nova data para a distribuição dos
mesmos.
Pergunte-me o que aconteceu alguns meses depois, e eu lhe
direi o seguinte.
— As irmãs começaram um pequeno trabalho de assistência
social na comunidade, e reforçaram a arrecadação de cestas bási-
cas para os desempregados e necessitados, cristãos ou não.
— Os jovens passaram a se interessar por estudos bíblicos,
pois, quando entregavam folhetos nas portas das escolas (e isso
passou a acontecer durante a semana), os alunos questionavam
# 55
sobre passagens da Bíblia, e eles viram a necessidade de se prepa-
rarem melhor. Tive que começar um novo culto de estudo bí-
blico só para os jovens (na verdade, alguns obreiros também
queriam participar e nisso insistiam).
— Alguns irmãos passaram a dedicar ofertas especiais quan-
do viram que o evangelismo tinha prioridade na igreja.
— Motivados pelos irmãos que participaram dos primeiros
sábados de distribuição de folhetos, outros irmãos se integraram
ao grupo.
Assim, podemos, ainda, destacar a atribuição de outras tare-
fas a novos grupos, como, por exemplo, visitas a entidades (cre-
ches, orfanatos, asilos, hospitais, etc.). Essas são atividades que a
igreja precisará incorporar após uma forte ação de evangelismo
na região.
Tenho observado ao longo dos anos como Pregador que, em
muitos casos, após pregar uma mensagem sobre determinado
assunto, alguns irmãos que ouvem a mensagem parecem não ter
entendido absolutamente nada. Mesmo preparando-me, estu-
dando o tema, orando e procurando apresentar a mensagem da
forma mais didática possível, sem usar palavras ou expressões
complicadas, alguns irmãos sequer são tocados pela mensagem.
Observo que existe um abismo aparentemente intransponí-
vel quando a igreja não está envolvida com alguma atividade,
seja ela social ou evangelística. Entretanto, o envolvimento dos
membros com algumas dessas atividades os desperta, ao mesmo
tempo, para a Palavra de Deus; todo o grupo será impactado
pela ação do Espírito Santo na igreja.
Creio que há Pastores que sentem a mesma coisa: pregam
uma mensagem que julgam edificante, necessária, porém, ao
VocêvaiserumgerentedeDeus
56 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
descerem do púlpito, têm a impressão de que não foram ouvi-
dos pelos membros.
Quando todos estivermos ocupados com alguma ação
evangelística, não haverá tempo para promover algum tipo de
divisão na igreja local. Combater a ociosidade e promover o
serviço cristão é, sem dúvida, uma forte arma contra a divisão
entre irmãos.
Um dos grupos que eu acreditava ser o mais disperso com
relação ao ensino da Palavra era o dos jovens. Foi o que mais me
surpreendeu.
Como disse, quando eles começaram a entregar folhetos nas
portas das escolas à noite, durante a semana, muitos dos alunos
dessas escolas começaram a confrontá-los com perguntas difí-
ceis para eles. Então, viram a necessidade de se prepararem me-
lhor a fim de responderem à altura a essas questões que eram
levantadas.
Pessoalmente, comecei um grupo de estudos com os jovens.
E acredito que esse trabalho, o trabalho com os jovens, deva ser
feito pelo próprio Pastor ou por algum irmão ou casal da igreja
com quem os jovens se identifiquem bastante.
Nesse grupo estudávamos a Bíblia, abordando temas com-
plexos, em uma linguagem descontraída, para que eles se sentis-
sem bem à vontade. E isso realmente aconteceu: eles questiona-
vam e punham para fora todas as dúvidas, ¾ e muitas delas
‘cabeludas’ mesmo. Mas isso era realmente necessário para que o
grupo se entrosasse e permanecesse envolvido com as atividades.
O grupo de jovens cresceu e até hoje ele existe naquela igreja.
Alguns daqueles jovens já trabalham como obreiros.
# 57
Uma coisa devo dizer: os jovens não devem ser ‘inseridos’ em
um trabalho. Por exemplo, eles não devem ser um grupo que
deverá participar de determinado evento da igreja ou nele traba-
lhar; isso não os desperta. Eles devem ter um trabalho específico
voltado para eles, na linguagem deles e que seja dinâmico, que
não apresente limites para a criatividade deles.
Bem, certamente poderia aprofundar-me mais em todos es-
ses assuntos que abordei neste pequeno livro. Sempre que o Se-
nhor me orienta a escrever um livro, Ele também me dá a visão
da obra por completo. Estou seguro de que este formato é ideal
para atender, em princípio, às necessidades mais urgentes da igreja
que esteja atravessando o problema que foi abordado aqui.
Meu sincero desejo é que, em sua igreja, esse problema não
torne a atormentá-los, e tomara que em breve tenha que escre-
ver um livro com o seguinte título: “SOCORRO, precisamos
de um templo maior”.
VocêvaiserumgerentedeDeus
58 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
# 59
MAGNO PAGANELLI DE SOUZA, nascido a 22
de agosto de 1967, é natural de Araçatuba,
interior de São Paulo.
Cresceu na capital de São Paulo, onde ini-
ciou seus estudos e, aos 15 anos de idade,
teve os primeiros contatos com drogas leves,
vindo a se tornar um viciado em cocaína anos
mais tarde, na época em que concluiu o Cur-
so Técnico em Publicidade.
Com as drogas vieram também as atitu-
des agressivas e criminosas, o que compro-
meteu sua vida profissional e familiar. Após
tentar o suicídio por algumas vezes, Magno
Paganelli esbarrou em uma revelação profé-
tica de Deus que relatava toda a sua vida e,
principalmente, pensamentos íntimos que ele
mantinha consigo. Isso aconteceu em um
culto doméstico no bairro do Bom Retiro,
em São Paulo, em agosto de 1991, quando
já tinha 24 anos.
BiografiaBiografia
Biografia
Biografia
60 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
Liberto imediatamente das drogas, por intermédio da oração
feita por uma missionária, Magno Paganelli iniciou sua busca
por se aperfeiçoar na fé em Cristo, seu Salvador e Libertador.
Desde os primeiros meses de sua vida cristã, dispunha-se a
servir a Deus, cooperando em um programa de rádio mantido
pelo grupo de evangelismo da Missão Brilho Celeste.
Aos onze meses de sua nova vida, Magno Paganelli fez sua
primeira viagem acompanhando um grupo de missionários.
Apesar de não ter completado sua formação acadêmica, nem
possuir formação teológica, é Professor de Teologia e desenvol-
ve o ministério do ensino da palavra de Deus.
Tem sido convidado a ministrar estudos e palestras em diver-
sas igrejas, centros de estudos, seminários, jornais e revistas de
vários estados do Brasil, chegando a marcar presença em vários
programas de rádio e televisão, como o Programa Impacto, das
Igrejas Batistas, no litoral paulista, e em um programa
evangelístico na Rede Bandeirantes de Campinas. Seus artigos
são publicados por jornais e revistas e alcançam milhares de lei-
tores por mês.
Como Publicitário, há 18 anos trabalha com Produção Grá-
fica no segmento editorial. Também na área editorial, coorde-
nou a publicação de mais de 20 livros (incluindo livros premia-
dos). É autor de 24 livros em diversas áreas e também atua como
ghostwriter, produzindo textos e livros para palestrantes nacio-
nais e internacionais.
É casado com Roseli Paganelli, que o auxilia no ministério
que desenvolve como pregador, pelo Ministério do Bom Retiro
(Pr. Jabes Guedes de Alencar).
# 61
Conheça as outras obras do autor
“E Então Virá o Fim” (Escatologia)
• Os sinais da volta de Cristo:
– sinais no Sol, na Lua e nas estrelas, alterações nos
mares, degelo polar, camada de ozônio e efeito
estufa são fatos publicados pela imprensa moderna,
e que confirmam e dão nova perspectiva às
profecias bíblicas. É bastante didático e interessa à
todos os grupos da igreja.
Prêmio ABEC como Autor Revelação.
“Ciência & Fatos Bíblicos” (Ciência e Fé Cristã)
São vários os assuntos abordados neste livro:
• ‘A criação do universo’, ‘Criação x evolução’, ‘A
origem das espécies’, ‘O que a Bíblia diz sobre curas
espirituais?’, ‘Quem são as entidades do espiritismo?’,
‘Ufologia’, ‘A volta de Cristo: Sinais morais; o
aquecimento global e a volta de Cristo; sinais
astronômicos da volta de Cristo’ entre outros assuntos.
“Não Estive Só” (romance baseado em
fatos verídicos)
O livro conta o testemunho pessoal do autor,
quando foi preso, por problemas ocorridos
antes de sua conversão. Narra o dia-a-dia
em uma delegacia de polícia em São Paulo, e
mostra como Deus usa situações incomuns
para falar com os Seus filhos.
62 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
“Conhecedores do Bem e do Mal”
(Antropologia do NT)
Estudo sobre a formação das ‘fortalezas’
(conceitos, idéias), baseado nas
declarações do Apóstolo Paulo.
Mostra como a Bíblia orienta o homem a
adotar novos conceitos e valores sem
que isso provoque repulsa ao novo
convertido.
ESGOTADO. Será relançado em
breve.
“100 Esboços de Gênesis a Apocalipse”
(Hermenêutica)
O pregador que adquire um livro de esboços neces-
sita de material para uma boa preleção. “Tópicos”
certamente o embaraça ainda mais! Assim, Cem
Esboços de Gênesis a Apocalipse se difere dos
livros dessa categoria lançados anteriormente.
Em cada um dos cem esboços, o leitor encontra-
rá Título e o ‘Objetivo’ da mensagem, isto é, qual
o propósito a que ela se destina.
No decorrer do próprio esboço o leitor sentirá a
diferença, quando notar comentários sobre o texto
lido ou sobre o assunto a ser desenvolvido.
Esses comentários são mais explicativos, e
proporcionam maior clareza ao futuro ouvinte.
Por fim, o tópico de ajuda ‘Apelo’ o auxiliará na
conclusão da sua exposição da mensagem.
Contém, ainda, 6 estudos bíblicos adicionais.

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Socorro - Minha Igreja se Dividiu

  • 1. # 1
  • 2. 2 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! Socorro, Minha Igreja se Dividiu Magno Paganelli Categoria: Discipulado C 2000 por Magno Paganelli. Todos os direitos reservados pelo autor. Disponibilizado por EECBR Contatos com o autor: e-mail:info@magnopaganelli.com Visiteositewww.magnopaganelli.com As citações bíblicas foram extraídas da edição Revista e Corrigida da tradução de João Ferreira de Almeida, publicada pela SBB; sendo outra fonte, será citada. Projeto gráfico e capa: Magno Paganelli Revisão: Onélia de Lima Salum Andrade
  • 3. # 3 Introdução Capítulo Primeiro: A referência da salvação Capítulo Segundo: O chamado nosso de cada dia CapítuloTerceiro: Vai procurar sua turma Capítulo Quarto: Sou, mas... quem não é? Capítulo Quinto: Quando a preferência é de Deus Capítulo Sexto: Vocação, chamada e escolha: para que servem? Capítulo Sétimo: Você vai ser um Gerente de Deus Biografia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ 09 13 19 25 33 41 47 53 61 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Geral Índice GeralÍndice
  • 4. 4 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
  • 5. # 5 DedicatóriaDedicatória Dedicatória Dedicatória A FRASE NÃO É MINHA, mas “dedicar um livro não é tarefa fácil”. Pretendo não cometer in- justiças ao dedicar este meu novo livro. Pensoquededicaraos pacificadores,aquem Jesus se refere em seu Sermão da Montanha, é mais que justo. Como este trabalho se baseia, em parte, nas experiências que adquiri quando dirigi nossa congregação no bairro da Casa Verde, em São Paulo, sinto-me na obrigação de dica- lo a todos aqueles que conviveram comigo e com minha esposa durante o tempo em que estivemos ali: a todos os colaboradores, obrei- ros e amigos. Por fim, à minha esposa Roseli, que, des- de a inauguração daquela igreja, me incenti- vou e ensinou coisas que eu não sabia. Ela, com a experiência adquirida desde a infância, ao lado do pai e Pastor, pôde ser minha auxiliadora. E, ainda mais agora, quando ministramos cursos e palestras em diversas igrejas, sua ajuda tem sido muito preciosa. Desejo que sempre seja assim. Muito obriga- do, meu ‘nenê’.
  • 6. 6 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
  • 7. # 7 ANTES DE COMEÇAR A LER ESTE EXEMPLAR — talvez não seja o primeiro livro que você lê em busca de orientação —, saiba que, onde quer que pessoas tenham que trabalhar e vi- verem juntas, as diferenças entre comporta- mentos, opiniões e outras irão existir. Neste caso não estou afirmando que Deus nos tenha feito incompletos, sem a capacida- de de nos relacionarmos; apenas nos fez hu- manos. Não fomos dotados de perfeição, estamos em busca dela. E é por isso que nos reunimos durante algumas horas, de alguns dias da semana, em um culto oferecido ao nosso Senhor comum: Jesus Cristo. Quero dar-lhe outro aviso: SOCORRO, minha igreja se dividiu! não irá resolver os problemas de sua igreja. Este livro não tem poder maior que o próprio Criador. Mas há livros que lemos e nos ajudam. Sendo assim, IntroduçãoIntrodução Introdução Introdução
  • 8. 8 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! algumasexperiênciasencontradasaseguir,somadasaalgumaspas- sagens da Bíblia — e bastante força de vontade sua e dos mem- bros de sua igreja, sim, poderão ajudar você a encontrar o cami- nho da restauração da comunhão e do serviço entre os irmãos. Sempre ouvi algum tipo de reclamação envolvendo mem- bros, departamentos ou igrejas inteiras. Esse é um sinal da que há divisão nas igrejas. Desde que me converti e comecei a viajar como pregador itinerante, ouço reclamações de Pastores, mem- bros, músicos (esses parece que reclamam menos, mas há quem reclame deles), enfim, até mesmo das pessoas que não têm nada a ver com alguma igreja já ouvi alguma reclamação. E foi conversando com o dono de uma lanchonete perto do local onde trabalho, membro de uma igreja, que ouvi mais uma reclamação. Sou membro de uma igreja com cerca de 1000 membros, e um sem número de eventos e festividades. Confes- so que não acompanho todos os eventos realizados lá. Mas esse irmão com quem conversei sempre me diz tudo sobre qualquer programa que ocorre — para minha surpresa — em minha pró- pria igreja, como se fosse membro dela! Ficava imaginando — não sei por quê! — que a igreja da qual ele é membro era a ante-sala do céu. Mas não, a igreja dele também tem problemas. E foram as palavras que disse a ele, repetição de algumas que disse num estudo apresentado na igreja que pastoreei por cerca de três anos, que estão neste livro. O apóstolo Paulo organizou, fundou e dirigiu algumas igrejas. Já naquele tempo, ele identifi- cou alguns dos problemas mais comuns entre pessoas cristãs reu- nidas em torno de um Pastor e uma Bíblia.
  • 9. # 9 Quando identifiquei esses problemas na congregação que dirigi, lancei um desafio aos irmãos. Que fiasco! Não aconteceu coisa nenhuma. Passados alguns meses, porém, o desafio come- çou a ser encarado, a proposta original foi tomando forma, e a igreja encontrou o caminho que deveria seguir: fomos abençoa- dos e levamos a salvação aos perdidos. E é sobre isso que SOCORRO, minha igreja se dividiu! vai falar, sobre os problemas que o apóstolo Paulo identificou, que eu identifiquei, e que certamente são os problemas que a sua igreja também tem. A igreja que Paulo ajudou a plantar está em pé há 2000 anos; a congregação que dirigi existe até hoje, e é pastoreada por um Diácono a quem consagrei Pastor. Quer ex- perimentar o desafio? Magno Paganelli Introdução
  • 10. 10 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
  • 11. # 11 A IGREJA QUE ESTAVA NA CIDADE DE CORINTO ERA, com certeza, uma das maiores igrejas que Paulo fundou. Em uma de suas viagens, per- maneceu ali por alguns anos, deixando para a cidade uma igreja formada por obreiros e membros, muitos deles! A importância daquela igreja também pode ser vista no fato de Paulo ter enviado duas de suas maiores cartas aos corintios. Isso revela não somente sua preocupação com a saúde espiritual daqueles irmãos, mas tam- bém a importância deles como igreja estraté- gica, até mesmo pela posição geográfica que ocupava. Além disso, a igreja de Corinto era espiri- tualmente imatura. Imatura em dois senti- dos: havia problemas que revelam a mesqui- nhez daquele grupo, mas também outros que revelam a malignidade no coração de alguns membros.Primeiro Capítulo PrimeiroCapítulo A referência da salvação
  • 12. 12 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! Já no primeiro capítulo da carta, Paulo chama a atenção e combate a divisão doutrinária. A igreja era tendenciosa quando tinham que decidir quanto ao líder a quem deviam obediência. Paulo, na condição de apóstolo, foi o enviado para anunciar a Cristo e reunir os crentes daquela comunidade. Em seguida, parece-nos que Pedro andou realizando cruzadas naquela região, e deve ter permanecido ali algum tempo. Também Apolo, pre- gador enérgico e profundo conhecedor das Escrituras, dirigiu o grupo de crentes de Corinto. Que resultados trouxe isso para a igreja de Corinto? Divisão. Cada um dos três, Paulo, Pedro — chamado Cefas —, e Apolo foram obreiros com características ministeriais distintas. Paulo, doutor da Lei, estava preocupado com a ordem, tanto no culto quanto social. Pedro parece-nos ser o mais pentecostal dos três, e Apolo reunia caraterísticas de ambos. As diferenças entre os líderes geraram divisão entre os irmãos, e o resultado foram “dissensões” e “contendas” a que Paulo se refere: “Rogo-vos, porém, irmãos, pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que digais todos uma mesma coisa, e que não haja entre vós dissensões; antes sejais unidos em um mesmo senti- do e em um mesmo parecer. Porque... me foi comunicado que há contendas entre vós”. (1Co 1.10 e 11). Esta é, primariamente, uma das causas das divisões ocorridas naquela igreja: uns gostavam mais de um pregador, outros, mais
  • 13. # 13 de um pastor, outros, ainda, preferiam o mestre. A questão se resumia em “gosto”, “preferência pessoal”. Mas esse “gosto”, essa “preferência pessoal” acarreta um pro- blema ainda maior. Não um, mas vários! Quero destacar aquele que Paulo apontou em sua carta. O apóstolo disse que a igreja perdeu a referência da salvação, pois nem Paulo, nem Pedro nem Apolo morreram para dar sal- vação ao mundo: “Está Cristo dividido? Foi Paulo crucificado por vós? Ou fostes vós batizados em nome de Paulo?” (v. 13) A referência da salvação continua sendo Cristo. O tema das mensagens continua sendo Cristo, e este crucificado. O pano de fundo nos estudos bíblicos deve ser Cristo e o principal teste- munho na evangelização deve ser a transformação que Cristo faz ainda hoje. Quando a igreja perde a referência da salvação, a tendência natural é que ela busque alguma outra referência. Aí começam a surgir as preferências: — Prefiro pregador mais eloqüente, prefi- ro um palestrante politicamente correto, prefiro um testemu- nho regado a muita aventura, drogas, etc. É natural a preferência por determinado estilo ministerial. Deus não nos fez a todos iguais. Cada um de nós tem caracterís- ticas completamente distintas das dos outros. Assim, Deus também fez os ministérios. E é o mesmo após- tolo Paulo quem fala sobre as diferentes características ministe- riais. Quando, na mesma carta aos Corintios, Paulo ensina so- Areferênciadasalvação
  • 14. 14 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! bre as diferentes áreas de atuação da igreja, ele compara o corpo de Cristo ao corpo humano, dizendo que, assim como o corpo humano, o de Cristo possui vários membros, diferentes entre si, uns com mais, outros com menos honra — mas todos igual- mente importantes. A lição fundamental daquela passagem (1Co 12.12-22) é que o conjunto trabalha em função de Cristo e do membro a que está ligado. Ou seja, “a orelha não pode dizer: porque não sou olho, não sou do corpo”; e, ainda, “se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido?”. Em outras palavras — e por incrível que pareça, as diferenças ministeriais de um obreiro em relação a outro são necessárias para a edificação do próprio corpo. Pode acontecer de um irmão não gostar da maneira como o Pastor prega; antes, prefere a pre- gação do Presbítero. Outro, ainda, não gosta de como a dirigen- te das irmãs organiza os cultos. Preferiria que o dirigente da Escola Dominical fosse responsável pela organização dos even- tos, e assim por diante. A verdade, segundo a Bíblia, é que Deus colocou cada um desses irmãos e irmãs para dirigir cada departamento, de acordo com o propósito que Ele, Deus, tem. Todos os ministérios são necessários para alcançar diferentes tipos de pessoas, com dife- rentes posições em relação à salvação. Assim, cada irmão e irmã dá a sua colaboração dentro do plano da salvação projetado por Deus: é Ele quem sabe como cada pessoa há de ser salva. Ainda sobre as preferências de cada irmão, quero dizer que, ao afirmarem sua predileção por um ou outro obreiro e prega- dor, mostram o egoísmo próprio, em vez de preferirem que a vontade de Deus seja feita.
  • 15. # 15 “Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo; e, eu de Apolo; e, eu de Cefas; e, eu de Cristo” (vv 12). Note a constante repetição do pronome eu. Eu, eu, eu e eu. Quatro vezes. Quatro grupos dividiam a igreja, inclusive o últi- mo, que se dizia partidário de Cristo. Faltou, até a este grupo, visão do projeto de Deus. Note que há irmãos — e eles já existiam naquele tempo — que não assumem compromisso com nenhuma igreja: — O irmão é de que igreja? — Não pertenço a nenhuma igreja. Sou da igreja de Cristo — dizem. Esse é o grupo mais disperso, porque não se identificou com nenhum outro; não consegue se unir a nenhum grupo. E, como disse João, “como digo que amo a Deus e estou na luz, se não amo ao próximo, a quem Deus fez?” (1 Jo 2.9). Quando fui Pastor Auxiliar em nossa congregação no bairro da Casa Verde, pude presenciar isso. O PastorTitular queria abrir outras congregações. Essa era uma de suas características. Ele era bastante animado com essa idéia e isso o levava a realizar cultos domésticos na casa de alguns irmãos, além dos cultos oficiais da igreja. Eu, ao contrário, preferia começar um trabalho e ver o grupo amadurecer, levá-lo ao conhecimento da Palavra, para que seus componentes pudessem ser fortalecidos. Isso gerou uma pequena divisão entre os irmãos. Alguns che- garam a ficar aborrecidos com o outro Pastor, pelo fato de ele não estar presente a todos os cultos oficiais da igreja. Mas o fato Areferênciadasalvação
  • 16. 16 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! de ele não estar presente a todos os cultos não significava que os irmãos estavam desamparados. Como Pastor Auxiliar, eu tinha total autonomia e responsabilidade sobre o rebanho. E, além do mais, era uma bênção para todos o fato dos dois líderes possuí- rem características distintas. A igreja ganhou com isso e também as famílias que ele sempre visitava, realizando cultos domésticos em seus lares. Paulo era fundador de igrejas. Ele não dirigiu apenas uma igreja até ao fim de sua vida. Ao inaugurar uma igreja, permane- cia na cidade até ver que os irmãos podiam caminhar com suas próprias pernas. Pedro não tinha o dom de ensinar, como um Mestre. Sua característica ministerial era a de um evangelista que anuncia a Cristo e arrebanha milhares de almas. Seria como esses grandes pregadores que hoje conhecemos: Billy Graham, Larry Lea, Nilson Fanini, Silas Malafaia, entre outros. O importante, em todos os casos, é não perder o referencial da salvação. Cada obreiro cumprirá o ministério como Cristo o capacitou. A cada irmão cabe identificar o que Cristo quer nos ensinar com essa diversidade de ministérios e obreiros. A propósito, cada um de nós deve atender a um ministério pessoal, e pertencer a um grupo, seja o de evangelistas, seja o de pastores, ou ocupar um cargo, como o de dirigente de algum departamento da igreja. A qual ministério você foi chamado? Como você tem respondido ao chamado feito por Cristo den- tro de sua igreja? Isso é assunto para um outro capítulo.
  • 17. # 17 O CULTO DE INAUGURAÇÃO DA NOSSA IGREJA contou com a presença de aproximadamente 120 pessoas. Era num sábado. Já no domin- go, a Banda Kadoshi foi responsável pelo lou- vor. Foi muito bom. No primeiro culto da semana, entretan- to, numa terça-feira, conhecemos qual era o número de pessoas que realmente iriam per- tencer àquela igreja: 13 membros. Esse foi o número inicial que assumiu compromisso com o trabalho. Evidente, com o passar dos meses, o nú- mero se elevou. Logo contávamos 60 mem- bros. O bairro tinha algumas igrejas de ou- tras denominações, mas é um bairro onde a maioria é espiritualista. Eu mesmo, antes de me converter, freqüentei um centro espírita próximo à igreja que pastoreei. Algumas famílias da região começaram a congregar conosco. Alguns vieram de igrejas Segundo Capítulo SegundoCapítulo O chamado nosso de cada dia
  • 18. 18 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! próximas à nossa; outros, que freqüentavam a sede, após a aber- tura de uma congregação próxima à casa deles, optaram por esta; outros, ainda, eram novos convertidos. Essa diferença de formação espiritual, devido ao fato de ser- mos todos de diferentes igrejas, gerou certa divisão entre os ir- mãos. Uns queriam fazer cultos ao ar livre; outros, cultos do- mésticos; havia os que preferiam ficar quietos e não faltavam os que não queriam fazer coisa nenhuma. Nessa época, ministrei um seminário sobre o Apocalipse. Durante dois meses, todas as terças-feiras, estudamos aquele li- vro, capítulo por capítulo. A assistência chegou a ser comparada à de um culto de domingo. Então, pensei: “vou aproveitar que a freqüência às terças-feiras é grande, e ministrar um estudo sobre o plano da salvação, já que boa parte dos membros era compos- ta por novos convertidos e membros antigos que tinham dúvi- das profundas sobre a própria salvação”. Foi uma decepção! A freqüência despencou; podia contar nos dedos de uma só mão o número de irmãos que vinham ao culto de estudo bíblico. Começou a surgir preferência por determina- dos cultos. Pouco diferente da divisão na igreja de Corinto, onde o motivo da divisão era a preferência por determinado líder, na Casa Verde os membros eram partidários de certas reuniões, cer- tos temas de cultos. E não só lá; conheço várias igrejas com esse problema. A freqüência aos trabalhos das quartas-feiras, quando fazía- mos campanhas específicas, aumentou, trazendo membros de outras igrejas para aquele culto. Gradativamente todos nós começamos a nos concentrar nos trabalhos internos da congregação. Tanto a liderança quanto a
  • 19. # 19 membresia olhávamos apenas para o interior da igreja, e nos esquecemos das almas que estavam fora, carentes da nossa pre- sença. Isso nos trouxe problemas internos: todos queriam opi- nar, e ninguém queria trabalhar. O que fazer, então, quando a união em torno da igreja gera a própria divisão? O que fazer quando a união traz a divisão? Esse problema é tão antigo quanto o homem. Quando fez um pacto com Noé, Deus lhe disse para “frutificar, multiplicar- se e encher a terra” (Gn 9.1). Passados dois capítulos no mesmo livro, vemos que os descendentes de Noé reuniram-se em torno de um ideal: edificar uma cidade e uma torre que tocasse o céu, e exaltar o nome de si mesmos. Não foi outro o resultado — a maior divisão de que se tem notícia na história da humanidade. A milenar confusão das lín- guas foi o resultado provocado pelo próprio Deus, com a finali- dade de fazer o homem cumprir o seu propósito, que era fazer as famílias crescerem, multiplicarem-se e povoarem a terra, ha- bitando-a em toda a sua plenitude. A partir daí, o homem se espalhou, pois não conseguiu se comunicar. Foi mais ou menos o que aconteceu em Corinto; os irmãos não falavam a mesma língua dentro da igreja: “Rogo-vos... que digais todos uma mesma coisa... antes, sejais unidos... em um mesmo parecer” (vv 10). Havia na igreja uma dificuldade em dizerem a mesma coisa, em terem um mesmo parecer. Apesar de estarem todos em uma mesma igreja, discordavam ardentemente em pontos básicos da fé comum. O chamado nosso de cada dia
  • 20. 20 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! Dentro de nossas igrejas, é comum ver irmãos defenderem suas posições teológicas, direcionando a salvação para o modo como pensam. Outros reagem, por considerarem que o tempo decorrido desde sua aceitação como membro lhes garante al- gum lugar no céu. E tantos outros pontos são levantados. Uma coisa, porém, é certa: a salvação não vem por ritual, nem por liturgia, nem tampouco por tempo de casa. A única coisa proveitosa a quem tem muito tempo de casa é o FGTS, Fundo de Garantia por Tempo de Serviço. Na vida espiritual, a salvação não se dá por obras, nem por cargo, não vem por função desempenhada nem por mérito: é pela fé: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é Dom de Deus. Não vem de obras, para que nin- guém s glorie” (Ef 2.8 e 9). É nisso que Paulo insistiu com os corintios. Alguns mem- bros daquela igreja, os da família de Cloé, contaram a Paulo os problemas pelos quais a igreja estava passando. Ao que Paulo respondeu implacável: “Porque Cristo enviou-me, não para batizar, mas para evangelizar” (vv 17). “Não para batizar”. O batismo é um ritual interno da igreja; destina-se àqueles que optaram por entrar, por fazer parte do corpo. Paulo é claro ao dizer que não foi enviado por Cristo
  • 21. # 21 com essa finalidade, a de batizar, a de oficiar ritos internos da fé cristã. No mesmo versículo, ele se defende, dizendo que sua cha- mada é para “evangelizar”, ou seja, atuar em trabalhos extraordi- nários, no campo, adiante dos irmãos. Sua intenção ao usar a expressão“evangelizar”édeixarclaroqueelenãoiriaperdertempo resolvendo questões internas daquele grupo. Seu tempo era pre- cioso para que ficasse enroscado em picuinhas de gente grande. Nisso a passagem de Paulo em Corinto com a passagem da confusão das línguas se assemelha. Quando disse que o próprio Deus promoveu a divisão entre os descendentes de Noé, não me referi a um caso específico. Durante o período monárquico de Israel, quando o povo desobedecia à Lei de Moisés, o próprio Deus levantava uma nação inimiga para fazer guerra aos judeus e, em alguns casos, levá-los cativos. Foi o que aconteceu quando Nabucodonozor, rei da Babilônia, atacou aquele país. Já no Novo Testamento, após o pentecostes, o grupo de ir- mãos que recebeu o Espírito Santo parece ter gostado de perma- necer em Jerusalém. O que houve então? Perseguição. O livro de Atos dos Apóstolos narra a perseguição sofrida pelos apósto- los. Só assim eles puderam cumprir o mandamento do Senhor, que era o de permanecer em Jerusalém somente até a vinda do Espírito Santo. Depois, cada um deveria cumprir a chamada que havia sido feita: “E ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra” (At 1.8). Como, ao receberem o Espírito Santo, eles não moveram um dedo na obra da evangelização, a perseguição feita pelos lí- O chamado nosso de cada dia
  • 22. 22 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! deres do judaísmo aconteceu. Assim, os apóstolos puderam sair pelo mundo, divulgando a salvação em Cristo. Faça a seguinte reflexão: Deus realizou uma grande obra, ao enviar seu Filho para nos salvar. Depois, cada um de nós experi- mentou essa salvação. Alguns de nós fomos libertados das dro- gas e de outros vícios. Outros tiveram os lares restaurados. E tantos outros benefícios poderia enumerar aqui. É justo gostarmos muito da igreja onde congregamos, das igrejas que freqüentamos. O que não é justo é fazer delas um clube, um salão social onde nos reunimos periodicamente para discutir a que candidato iremos apoiar nas próximas eleições, ou sobre que reivindicações faremos ao administrador regional. Quandocomeçamosapensarnaquelesqueestãoforadaigreja, sem salvação, e a trabalhar pela salvação deles, por incrível que pareça, estamos “dizendo a mesma coisa” e estamos “tendo um mesmo parecer”. Enquanto os discípulos de Jesus estavam encantados com as obras que o Mestre estava realizando, tudo ia muito bem. Quan- do dois deles começaram a discutir qual iria se assentar à direita de Cristo no trono céu, Jesus teve que repreendê-los (Mt 20.17- 24). Portanto, uma das principais causas da divisão nas igrejas é o “olhar para si mesmas”. O olhar do cristão deve estar nas almas, no evangelismo, pois para isso fomos chamados.
  • 23. # 23 QUANDO O PASTOR A QUEM EU AUXILIAVA inau- gurou uma congregação na zona leste e se mudou para lá, assumi a igreja na CasaVerde. Lancei, então, um projeto para mobilizar a igreja, orientando os membros a se organi- zarem em departamentos. Tínhamos inau- gurado a igreja há cerca de um ano, talvez um pouco mais. O projeto chamou-se “Projeto Vai Procu- rar Sua Turma”. Não fique assustado, pois estava baseado em um texto bíblico da ver- são Revista e Corrigida de Almeida: “Estes são os filhos de Israel segundo o seu número, os chefes dos pais, e os capi- tães dos milhares e das centenas com os seus oficiais, que serviam ao rei em to- dos os negócios das turmas...” (1Cr 27.1, grifo meu).Terceiro Capítulo TerceiroCapítulo Vai procurar sua turma
  • 24. 24 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! Israel estava organizado por turmas, e em turmas serviam a Deus. Minha proposta à igreja era que se organizassem em tur- mas, em departamentos. Acreditava que a organização iria pro- mover a expansão do nosso grupo. Afinal, via isso em quase todas as igrejas que havia visitado. Mas tive outra decepção. A mobilização não aconteceu ime- diatamente, como esperava. Lentamente, os irmãos começaram a ser despertados, e, naturalmente, os grupos começaram a sur- gir, as turmas começaram a se reunir, animadas pela mobilização que acontecia na mocidade. Nessa época, alguns cooperadores (que são aqueles irmãos que ainda não receberam a primeira consagração a diácono) mostraram interesse pela hierarquia da igreja. Foi então que mi- nistrei a eles um estudo sobre os dons ministeriais relacionados em Efésios 4. Isso ajudou muito aos irmãos, que entenderam quais as áreas em que a igreja poderia atuar, e cada um dos mem- bros pôde identificar sua própria chamada. O texto da carta de Paulo declara: “E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores. Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo...” (Ef 4.11 e 12). Entendo que, quando Paulo diz “querendo o aperfeiçoamento dos santos”, ele se refere aos ministros, pois são eles que lideram, ensinam e fazem “a obra do ministério”. “Ministério”, aqui, é como o conhecemos hoje: a igreja toda, com suas atividades e departamentos.
  • 25. # 25 Profetas Apóstolos A seguir, relacionei uma lista breve dos ministérios a que Paulo se referiu na carta aos Efésios. Se você tiver alguma dúvida quan- to à área em que deve atuar, pode identificar-se em alguma das que apresentarei agora: 1. Apóstolos. Os apóstolos foram os primeiros líderes da igre- ja: primeiros a serem chamados (Mt 10.1-2), primeiros na au- toridade (Mc 6.7; At 1.21-26), primeiros no ministério (At 2.37; 6.1-4) e primeiros nas citações bíblicas (Ef 4.11; 1Co 12.28). Os apóstolos foram os homens que receberam a comissão e, em seguida, foram enviados por Jesus a fim de iniciar e dirigir a pregação e o ensino do evangelho, e, junto a Jesus, fundarem a igreja. O título apóstolo vem do grego apostolos, que significa um mensageiro, alguém enviado com uma missão, um apóstolo de Cris- to. O critério adotado pelos próprios apóstolos, nos primeiros dias da igreja, com a finalidade de nomear novos apóstolos, era verificar se o candidato tinha sido uma testemunha ocular da ressurreição do próprio Jesus (At 2.22). O título missionário (enviado) parece ser o equivalente mo- derno daquele cargo, já que não há mais testemunhas oculares da ressurreição de Jesus. O próprio Paulo se declarou ser um dos últimos apóstolos (1Co 4.9; 1Co 15.8). Assim, quando dize- mos que alguém é um Missionário, reconhecemos que aquela pessoa atua como um apóstolo, mas não foi testemunha ocular de Cristo. É, portanto, errado em nossos dias chamar alguém de apóstolo, porque não há mais testemunhas oculares de Cristo. 2. Profetas. Esses homens, também, seguindo a ordem pro- posta pelo próprio Senhor, deram continuidade ao ministério Vaiprocurarsuaturma
  • 26. 26 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! Evangelistas de Cristo. Em 1 Corintios 12.28, a ordem cronológica das cha- madas fica bem clara: “E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro doutores (pasto- res), depois milagres, depois dons de curar, socorros...”. Essa ordem (primeiramente) não indica importância hierár- quica, pois somos membros uns dos outros e os mais fracos são necessários (1Co 12.22). Tudo leva a crer que os profetas atua- ram juntamente com os apóstolos e deram continuidade ao ministério iniciado por estes (Ef 2.20; 3.4, 5). Assim, como eram pioneiros no trabalho, a única diferença entre apóstolos e profetas parece ser que estes últimos não fo- ram testemunhas oculares da ressurreição de Jesus, e provavel- mente foram discípulos dos apóstolos. Certamente o conteúdo da mensagem dos profetas era evangelístico, anunciando aos perdidos a salvação em Jesus Cristo. O sentido atual para profeta é de alguém que interpreta a palavra de Deus: o pregador (Mc 16.15). 3. Evangelista. As pessoas que recebem esse título são pessoas que têm paixão pelas almas. O evangelista é alguém que procla- ma boas novas, a mensagem do Evangelho. Paulo mencionou o evangelista como um dom para o ministério (Ef 4.11). Só Fili- pe foi especialmente chamado de evangelista (At 21.8), mas obreiros como Timóteo (2Tm 4.5), Lucas (2Co 8.18), Cle- mente (Fp 4.3) e Epafras (Cl 1.7; 4.12) talvez tenham trabalha- do como evangelistas. As palavras de Paulo a Timóteo sugerem que seu verdadeiro chamado foi o de evangelista: “... que pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas, exortes... sê sóbrio
  • 27. # 27 Pastor-mestre em tudo, sofre as aflições, faze a obra dum evangelista, cumpre o teu ministério” (2Tm 4.2, 5). Baseados no ministério de Filipe, podemos destacar algumas atribuições do evangelista, conforme Atos 8: 1º anunciar a Palavra, a essência do Evangelho, que é Cristo, o Salvador. Ele “lhes pregava a Cristo” (vv 5, 35); 2º levar muitos a crerem e serem batizados (vv 6, 12); 3º realizar milagres, libertação e sinais que atraiam as pessoas (vv 6, 7 e 8); 4º estarem prontos para pregar a qualquer hora (vv 26); 5º estarem dispostos para viagens evangelísticas (vv 39 e 40). Os evangelistas são pessoas responsáveis pelo crescimento numérico da Igreja. Com isto em mente, Paulo ordenou a Ti- móteo que fizesse o trabalho de um evangelista. 4. Pastor-mestre. Por último Paulo listou pastores e mestres, concluindo a seqüência de dons ministeriais. Assim, entende- mos que os apóstolos e os profetas fundaram as igrejas, os evangelistas empenharam-se em anunciar as boas novas e animar o povo e, por fim, os pastores-mestres cuidaram do rebanho local, alimentando-o e instruindo-o em toda a Escritura. Apesar de se poderem nomear pessoas distintas para pastorear e ensinar, é bem provável que, desde os primeiros dias da igreja, alguns pastores sentissem a necessidade de exercer a função de mestre. Timóteo parece ter sido um desses pastores (2Tm 4.2, 5). O mestre nem sempre é pastor, mas o pastor deve ser um mestre apto para ensinar (1Tm 3.2). O cuidado do rebanho sem- Vaiprocurarsuaturma
  • 28. 28 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! Testemunho Intercessão Música, prosa e poesia espiritual pre foi uma das maiores preocupações do Senhor (Jr 23.1-4; Ez 34) e o ensino das Escrituras, também (Is 1.3; Os 4.6; Mt 22.29). Outros dons espirituais que são encontrados nas Escrituras: 1. Música, prosa e poesia espiritual (1Co 14.26; Ef 5.19). Esse ministério, o de louvor, é um ministério de grande importância na condução de um culto. Assim como a pregação da Palavra, a ministração do louvor age em conjunto trazendo paz, graça, li- bertação e salvação aos ouvintes. Temos inúmeros testemunhos de pessoas que foram atraídas para a igreja através da música. 2. Intercessão (At 6.4; 1Tm 2.1). Em Êxodo 3.7, Deus decla- rou a Moisés que ouvia o clamor do povo, e, por isso, deu-se início a uma das maiores obras de resgate de toda a Bíblia. Dian- te disso, fica clara a necessidade de um grupo de intercessores alimentando a igreja com suas orações. A intercessão é funda- mental no resgate das almas; Jesus sempre orou para que as al- mas fossem salvas. 3. Testemunho (At 1.8; 5.32; 23.11; 26.22; 1Jo 5.6b). Jesus nunca disse que, para testemunhar sobre a salvação, alguém de- vesse ser consagrado a algum cargo especial na igreja. A capacida- de para testemunhar começa no momento da conversão. A pri- meira experiência pessoal com Cristo é o maior testemunho que alguém pode dar, porque a experiência vivida por alguém é a que mais nos convence. Assim, os grupos que saem a entregar folhetos e realizar o evangelismo nas ruas podem ser compostos por todos os membros da igreja que desejam testemunhar suas experiências.
  • 29. # 29 Misericórdia Habilidades especiais Hospitalidade Contribuição 4. Habilidades especiais (Ex 35.30-33). A Bíblia diz que Deus dotou alguns homens com habilidades especiais, como os artesãos. Eles auxiliaram o povo na construção do Templo. Mas não são somente os artesãos que podem servir a Deus; qualquer outra habilidade é bem-vinda, quando colocada a serviço da obra de Deus: os escritores, as pessoas bem relacionadas na comuni- dade local, uma oferta especial, o auxílio de um empresário, entre outros, são bem-vindos. 5. Hospitalidade (1Pe 4.9 e 10; 1Tm 3.2). Paulo advertiu- nos a sermos hospitaleiros. Há casos em que irmãos de outras cidades e estados precisam se hospedar na casa de algum mem- bro. Conheço irmãos que chegaram a levar para suas próprias casas pessoas carentes, necessitadas, sem moradia fixa. 6. Contribuição (Rm 12.8). O possuidor do dom da contri- buição compartilha de seus bens com outros com grande amor. “Aquele que contribui” traduz o grego ho metadidous. A palavra é encontrada em Efésios 4.28: “... antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha que repartir (metadidonai) com o que tiver necessidade”. A mesma palavra é empregada em Lucas 3.11 por João Batista: “Quem tiver duas túnicas, reparta (metadoto) com o que não tem”. O que tem o dom de contribuir pode canalizar seus dons atra- vés da igreja, mas ele é mais que um oficial que distribui as ofertas de outros; ele dá de seus próprios bens, motivado pelo Espírito Santo, fazendo isso com extraordinária alegria e generosidade. 7. Misericórdia (Rm 12.8). Parece-me que o dom descrito aqui é o mesmo dom citado em 1 Corintios 12.28 como “socor- Vaiprocurarsuaturma
  • 30. 30 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! ros”. O verbo grego correspondente a misericórdia é definido como ter piedade ou misericórdia de. Assim, fica claro que é um dom utilizado por quem atua na assistência social da igreja, so- correndo os pobres, os necessitados, os enfermos, e ajudando o próximo através da misericórdia concedida pelo Senhor, como um dom de Seu poderoso Espírito. Concluindo, temos aí, de forma concisa, uma série de áreas em que a igreja foi capacitada por Cristo para atuar no mundo. De acordo com a experiência revelada na Bíblia, tanto no Anti- go quanto no Novo Testamento, se nos envolvermos com o serviço e esquecermo-nos de nós mesmos por alguns instantes, daremos o pontapé inicial para a solução dos problemas de divi- são em nossa igreja. Portanto, como disse em nossa igreja: “vai procurar sua tur- ma!”
  • 31. # 31 DIA DESSES UM PASTOR, amigo meu, Titular de uma igreja sede, comentou uma discussão que aconteceu entre o vice dele e um outro Pastor,quetambémhaviasidovice-presidente do campo. O primeiro, Pastor novo, não era cristão há muito tempo. O último, aproveitando- se desse fato, alardeou: — Quem você pensa que é? Eu estou aqui há quarenta anos! É... como a moçada diz hoje em dia... “Foi mal.” E, diga-se de passagem, muito mal; ele foi realmente infeliz em sua resposta. Há irmãos que, de posse de um Certifica- do de Conclusão do InstitutoTeológico, vão direto à sala pastoral requerer seus direitos, como se quatro anos de estudo fossem o equi- valente a um segundo sequer de vocação e chamada ministerial.Quarto Capítulo QuartoCapítulo Sou, mas... quem não é?
  • 32. 32 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! Este também foi um problema que Paulo enfrentou em Corinto. Ainda no primeiro capítulo de sua carta, depois de falar sobre as divisões causadas por preferências por ou outro pregador, o Apóstolo escreve que alguns membros estavam se autoproclamando sábios e inteligentes: “Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, e ani- quilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mun- do?” (vv 19 e 20) É certo que há um abismo entre o sábio segundo o mundo e o sábio segundo Deus. Segundo o mundo, o sábio irá contra Deus; segundo Deus, o sábio é aquele que ganha almas até mes- mo quando prejudica a si mesmo (Mt 18.15). No caso dos coríntios, as diferenças culturais também eram motivos para divisões — algo parecido com o que ocorre em sua igreja? E como é repugnante esse tipo de divisão, quando deveríamos ter sentimentos parecidos com os de uma família! A igreja de Corinto era formada por judeus convertidos, es- trangeiros de cultura helenista, isto é, de origem grega, famílias de respeito e prostitutas convertidas ao cristianismo. O grupo era bastante heterogêneo. Aproveitando-se disso, alguns julga- ram ser mais entendidos das coisas de Deus, desprezando a hu- mildade de outros que, com o coração contrito, se achegavam ao Senhor. Paulo atacou veementemente essa espécie de comportamen- to, de postura. “Porventura não tornou Deus louca a sabedoria
  • 33. # 33 deste mundo?” — perguntou. Em outras palavras, ele afirmou: “a sabedoria que você possui, Deus não a pode aproveitar para coisa alguma. Satisfeito?” Um dos obreiros que trabalhou comigo estava convencido de que algumas regrinhas do Seminário deveriam ser seguidas à risca em uma igreja. Três meios para isso, quatro passos para aquilo, cinco modos de conseguir aquilo outro. Esse pensamen- to é fruto do final da década. Já reparou que vivemos no tempo dos guias práticos? “Guia prático para alcançar isso”, “Guia do fulano”, “Guia do beltrano”, e por aí vai... Deus já tem o seu próprio Guia: “Mas, quando vier aquele Espírito de Verdade, ele vos guia- rá em toda a verdade” (Jo 16.12). Não estou fazendo apologia da desordem eclesiástica. Mas observe se em sua congregação não há alguém com esse com- portamento. Ora, se o próprio Apóstolo Paulo enfrentou isso, que dirá nós! E o que fazer quando um grupo da igreja quer levar-nos aos “guias práticos de teologia”? O que fazer quando surgem os sá- bios segundo o mundo? Não há melhor remédio para resolver o problema de divisão causada por divergência teológica ou por metodologia de traba- lho que a antiga e boa cruz. A prioridade da igreja é ganhar almas e sustentar as que já possui. Para sustentar as que já possui, a igreja deve promover o fortalecimento da fé dessas almas. E, para se- rem fortalecidas, é necessário que elas ouçam a Palavra de Deus — isso é ponto passivo. Sou,mas...quemnãoé?
  • 34. 34 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! Assim, tanto para umas quanto para outras, Cristo deve ser anunciado: “Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus” (v. 18). Observe atentamente o que motiva os irmãos a virem à igre- ja. Eles vêm porque irão aprender a Palavra? Hoje será ministra- do um estudo bíblico sobre o poder da cruz? Ou virão à igreja porque é o primeiro dia da Campanha da Vitória Financeira? O grupo de evangelismo sairá porque sentiu que há almas para Cristo na vizinhança? Ou a mocidade quer verba para um programa de rádio para poder apresentar um programa gospel de rock’n’roll? Amotivaçãofazadiferença.Emqualquercircunstância,quan- do houver divisão entre os membros, questione-se: — Qual a motivação para isso? A resposta deverá sempre ser algo entre Cristo e almas a serem salvas. O que passar disso, não é de pro- cedência desejável. Os membros dos departamentos na igreja devem entender que o grupo a que pertencem é formado por membros que têm a mesma característica ministerial. Dificilmente haverá um gru- po de músicos formado por uma dirigente das irmãs, um ado- lescente, um Presbítero e um novo convertido. Também são raros os grupos de visitas a casais que são formados por dois jovens, um diácono e o baterista da igreja. Normalmente a nossa chamada nos leva a trabalhar em áreas equivalentes às que pertencíamos quando não éramos cristãos.
  • 35. # 35 Um dos Pastores que me auxiliava nunca escondeu de ninguém: — Não me coloquem para trabalhar com jovens; não tenho vocação nenhuma para isso.Tenho uma chamada para trabalhar com casais. E por que isso? Aquele Pastor, antes de se converter, havia sido adúltero. Nunca teve problemas com jovens. Tinha um casal de filhos, mas o problema maior de sua vida antes de Cris- to era a infidelidade conjugal. Assim, quando se converteu, seu ministério começou a ser conduzido para essa área. Note as pessoas que trabalham na recuperação de drogados. Em sua maioria, elas foram viciadas um dia, ou têm ou tiveram algum parente com aquele tipo de problema. Então, Deus as coloca para trabalharem com a recuperação de dependentes quí- micos, porque elas conhecem as circunstâncias que cercam pes- soas com esse problema; ou elas mesmas sabem como as coisas são por experiência própria. Se Deus nos colocou para atuar junto a outros irmãos com as mesmas vocações espirituais, devemos nos lembrar que tam- bém temos os mesmos propósitos espirituais. E isso vale para todo e qualquer departamento, ou grupo da igreja. Certa vez tivemos um problema específico na igreja. Sempre que ali realizávamos algum evento, escolhia-se uma das irmãs para cuidar da alimentação. Aí surgiu uma irmã, nova convertida, que era excelente cozi- nheira — que Deus a tenha na igreja! Ela, então, me pediu para ficar responsável pela cozinha durante os eventos que realizásse- mos, já que ainda não se sentia capaz de desenvolver nenhuma outra função. Disse a ela que não via problema nenhum, mas que falasse também com a dirigente do grupo de irmãs. Sou,mas...quemnãoé?
  • 36. 36 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! Passou algum tempo, e, quando chegamos próximos ao Natal, uma família inteira se converteu. No jantar de fim de ano, surgiu o problema: a irmã responsável pela cozinha ficou emburrada. — Que houve, irmã? perguntei. “— Disseram que fulano trouxesse as coxinhas, quando a responsável pela cozinha sou eu.” Não tiro a razão daquela irmã. Ela ficou magoada por sentir que a única coisa que sabia fazer estava sendo ameaçada, e ela se imaginou sem poder fazer outra coisa para o seu Senhor. Perguntei à dirigente das irmãs por que aquele casal de novos convertidos havia ficado responsável pelas coxinhas. Ela me dis- se que era para aproveitá-lo em alguma tarefa a fim de que não se sentissem desprezados. Não adianta querer manter as pessoas na igreja dando in- cumbências a elas. Somos um corpo bem ajustado, diz a Bíblia. Cada um irá desempenhar sua função sem que isso atrapalhe outro. Quando andamos de um lado para outro, os braços não se incomodam com isso. Quando digitamos no teclado do com- putador, os pés não reclamam. Cada um dentro da sua função, e todos atraídos a Cristo: ele é, e sempre será, o centro e o motivo de tudo. Devemos entender e respeitar o tempo para que as coisas acon- teçam. Uma vez meu Pastor, Jabes Guedes de Alencar, me cha- mou para ensinar-me uma importante lição. Na época, eu atua- va como pregador itinerante, ministrando em diversas igrejas. Mas, como era novo na fé, cometi alguns excessos; nada grave. Ele, então, me disse que em uma chamada ministerial há quatro pontos a serem observados.
  • 37. # 37 São eles: para quê fomos chamados, quando fomos chama- dos, nossa chamada é para onde e quando devemos começar. Os erros mais comuns acontecem no último ponto. Sabe- mos para quê fomos chamados, se para pregador, pastor, missi- onário, cantor, etc. Temos a noção exata de quando Deus nos chamou, se foi através de uma profecia, uma visão, uma voca- ção específica ou algo assim. Conhecemos a área onde atuare- mos, com que tipo de pessoas iremos trabalhar. Normalmente ‘pecamos’, entretanto, na questão quando de- vemos começar nosso ministério. E o pior: muitos irmãos, por falta de orientação, chegam a abandonar seus empregos, ven- dem casas, carros e outros bens e dedicam-se de corpo e alma à obra de Deus, sem que o tempo determinado pelo Senhor te- nha chegado. Não estou afirmando que todas as pessoas que fazem isso estão fora da direção de Deus, porém conhecemos um número grande de pessoas que se antecipam ao tempo de Deus “e se dão mal.” A capacidade pessoal não é o supra-sumo da chamada minis- terial. Portanto, preste atenção a esses pontos que, para mim, foram de muito valor; talvez um dos conselhos que mais vale- ram a pena seguir. Ao Pastor Jabes o meu muito obrigado. A você, muita atenção. Sou,mas...quemnãoé?
  • 38. 38 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
  • 39. # 39 UMA DAS MAIORES DECEPÇÕES que uma pes- soa pode ter é a rejeição. Não tenha dúvidas sobre isso. É uma situação muito triste quan- do alguém pensa ser a pessoa mais apta para desempenhar função ou pensa ser a pessoa preferida em uma determinada comunidade, e não o é. Gosto de um exemplo bíblico sobre isso. Quando Jesus estava sendo entrevistado por Pôncio Pilatos, este, vendo que Jesus estava indiferente à situação, disse-lhe: “Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar?” (Jo 19.10). Na nossa linguagem, Pilatos pensava “es- tar abafando”. Mal sabia que era apenas uma peça em toda a engrenagem:Quinto Capítulo QuintoCapítulo Quando a preferência é de Deus
  • 40. 40 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! “Respondeu Jesus: Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado” (v. 11). O poder que Pilatos julgava possuir por méritos próprios vinha justamente do Pai daquele sobre quem se gabava — de Deus. Frustrante. Como membros de uma comunidade cristã, como compo- nentes de uma instituição social, precisamos trazer sempre à memória o seguinte: não somos os guardiães do poder de Deus — somos o testemunho de que Ele é poderoso. Não precisa- mos provar a ninguém que Deus é poderoso. O que precisamos fazer é deixar que Deus prove isso através do nosso comporta- mento, da nossa maneira de ser, transformada como resultado desse poder. No Antigo Testamento, Deus revelou-se de maneiras dife- rentes no Antigo e no Novo Testamento. Quando Elias esteve diante dos profetas de Baal, precisou de um artifício pirotécnico para mostrar a Sua vontade e o Seu poder. Os apóstolos de Jesus quiseram fazer o mesmo, mas o Mestre os repreendeu, dizendo- lhes que a proposta de Deus era a salvação, e não a morte dos incrédulos. Não que Deus quisesse a morte dos profetas de Baal naquela ocasião. Não é essa a questão, mas sim o meio e a circunstância em que a revelação de Deus irá acontecer. Deus quer se revelar, e isso ficou claro quando Ele enviou Cristo ao mundo. Mas, de que forma Ele quer se revelar? Atra- vés das divisões na igreja? Através dos irmãos que se julgam su- periores aos demais?
  • 41. # 41 Não. Deus quer usar os que parecem loucos, os que parecem desprezíveis, os que parecem fracos, os que parecem não ser e os que parecem vis. Por incrível que pareça, essa é a preferência de Deus no que diz respeito ao meio da revelação. Essas pessoas são os meios usados por Deus para que a Sua revelação aconteça. Muito bem, por que Deus faz isso? Será que Ele é o primeiro a promover a divisão entre os irmãos para se revelar a nós? De maneira nenhuma. Deus tem preferências, e Ele prefere se reve- lar por meios discretos. Quem foram os palestrantes eloqüentes que não tinham ins- trução universitária? Os pescadores semi-analfabetos transfor- mados em apóstolos: “Então eles [os sacerdotes e o capitão do templo], vendo a ousadia de Pedro e João, e informados de que eram homens sem letras e indoutos, se maravilharam...” (At 4.13). São vários os exemplos de casos como esse, tanto na Bíblia como fora dela. Por isso vemos que Deus não quer se eviden- ciar através de suntuosidade, de grandeza e magnificência. É claro, Ele pode usar uma pessoa eminente, um grande empre- sário, um artista famoso, desde que a soberania de Deus seja preservada, ou seja, desde que fique claro a quem Ele se revela que a capacidade humana foi sobrepujada, foi suprimida pela grandeza divina: “Para que nenhuma carne se glorie perante ele” (1Co 1.29). QuandoapreferênciaédeDeus
  • 42. 42 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! A preferência de Deus é mostrar ao mundo aquilo que Ele é por essência — Deus. Quando o Senhor chamou a Moisés atra- vés da sarça ardente, Ele perguntou o que Moisés tinha na mão, ao que Moisés disse: — Uma vara (Ex 4.2). Moisés, criado pelo faraó do Egito, erudito, formado nas ciência daquele país, tinha um pedaço de pau em sua mão. Deus, então, disse-lhe que justamente aquele pedaço de pau seria o instrumento que Ele usaria para mostrar ao povo que o Eu Sou, o Eterno, estava ali para tirar o seu povo de baixo do jugo egípcio. A preferência de Deus dentro das nossas igrejas é deixar claro que um clube é um clube, uma sociedade de bairro é uma soci- edade de bairro e uma igreja é uma igreja. Paulo disse que o Senhor estabeleceu entre nós Cristo como sabedoria, justiça, santificação e redenção. Essas quatro virtudes devem diferenciar-nos de qualquer outra agremiação, qualquer outra sociedade. Neste capítulo, quero que o leitor seja um pouco mais re- flexivo, olhe para o seu interior. Falei, no capítulo anterior, so- bre as motivações que levam alguns departamentos à igreja. Mas, o que realmente o faz permanecer unido ao grupo, ou, pelo menos, o faz freqüentar a sua igreja? Nossas preferências podem ser atendidas em algumas áreas de nossa vida. Posso atender a minha preferência por roupas em tom pastel indo a uma loja e comprando roupas nesse tom. Posso trabalhar e comprar um carro modelo esportivo, por ser esta a minha preferência. Posso, em conjunto com minha espo- sa, optar por ter um, dois ou até mesmo nenhum filho, se essa for a nossa preferência.
  • 43. # 43 Possofreqüentarumaigrejaporinteresseenecessidadedeajuda financeira, até que Deus me abençoe ou algum irmão me arrume um emprego; e, então, eu saio da igreja, não volto mais lá. Um jovem pode assistir aos cultos de uma igreja por estar à procura de uma namorada. Um empresário pode freqüentar a igreja com in- tenções comerciais, interessado em vender algo para os membros. Tudo isso é possível. Mas, com certeza, há um grupo preo- cupado com a impressão que irá causar em Deus: — Que será que Deus vê em mim? pensam. A esse grupo o conselho é prático — Deus busca aqueles que sinceramente dão prioridade a Cristo. Ele é o poder de Deus manifesto. Sobre quem fará parte da família de Deus, o próprio Senhor é quem escolhe os que crêem. “Mas vós sois dele [de Deus], em Jesus Cristo [por meio de Cristo], o qual [Cristo] foi feito por Deus sabedoria, e justi- ça, e santificação, e redenção”. Por estas quatro marcas, Deus poderá acha-lo: a sabedoria de Deus em você; a justiça que vem de Deus; a santificação pelo Espírito de Deus e a redenção que há em Cristo. Essa é a preferência de Deus — encontrar essas pessoas, e abençoá-las,ecapacitá-lasparaquepossamedificaraobradeDeus. Isso não quer dizer que aos demais Deus sempre desprezará. Não. Para os demais, a ação do Espírito Santo de Deus também será uma realidade, na tentativa de que sejam transformados, a fim de atenderem às preferências do Senhor. Aí, então, farão parte daquele grupo: os preferidos do Pai. QuandoapreferênciaédeDeus
  • 44. 44 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
  • 45. # 45 VIMOS, ATÉ AQUI, as situações e comporta- mentos do grupo de irmãos que trazem a divisão a uma igreja. Em poucas palavras, as divisões ocorrem em igrejas onde os irmãos perderam a referência da salvação. Deixaram, ao menos por um tempo, de olhar para Cris- to, e passaram a contemplar a eloqüência, a sabedoria, o conhecimento de alguns Pasto- res e pregadores. Também vimos que Deus chama o Seu povo para um envolvimento espiritual, e que esse envolvimento depende da proposta de Deus para cada pessoa ou grupo delas. Olhando para trás, para os “dias-em-que- passamos-divididos”, podemos notar a falta de algo — não atendemos ao chamado de Deus.Nãotenteprocuraroutradesculpa,pois dificilmente irá encontrá-la. Noventa e nove por cento dos casos de divisão nas igrejas acontecem quando osSexto Capítulo SextoCapítulo Vocação, chamada e escolha: para que servem?
  • 46. 46 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! membros estão, ou são, mal informados sobre a sua chamada. Para que fui chamado? Qual a minha vocação? O que farei no ministério? Essas são algumas das perguntas mais comuns entre irmãos em igrejas divididas. Há casos de igrejas muito pequenas, de irmãos de classe soci- al mais baixa que, mesmo com o desemprego e seus problemas, se mantêm unidos. Por quê? Porque, na adversidade, buscam mais a Deus e se interessam e se envolvem mais com o serviço cristão. Mas vamos por partes. Alguém já perguntou — o que é vo- cação? Vocação nada mais é do que o dom natural que Deus lhe deu. Note que dizemos que ‘algumas pessoas nascem com voca- ção para cantar, ou para serem comerciantes’, por exemplo. Vocação não é chamada. Somos vocacionados quando reuni- mos capacidades e talentos para realizarmos determinada fun- ção. Vocação para Pastor — tem aquele obreiro que é carismático, paciente, bom mestre da Palavra de Deus. Essas são as capacida- des, as qualidades de um bom Pastor. Paulo diz que, segundo a carne — segundo o conhecimento humano —, não existiam muitos sábios na igreja. Quer dizer que eles se gabavam de serem tão sábios das coisas de Deus, quando, na verdade, nem das coisas do mundo entendiam direito: “Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados” (1Co 1.26). Segundo a carne, nada interessa a Deus. Deus não chama os
  • 47. # 47 capazes segundo o ponto de vista natural, e sim pelo ponto de vista espiritual. Há pessoas na igreja que, para não assumirem responsabili- dade alguma nos trabalhos, dizem: — Ah, não tenho vocação nenhuma; fui chamado para ser membro de banco. Costumo dizer que membro de banco é o prego, o parafuso, a madeira; são eles que compõem um banco de igreja; eles são os membros de banco — nós somos membros do Corpo de Cris- to. Veja o que Paulo diz sobre isso: “Mas o que confirma convosco em Cristo, e o que nos ungiu, é Deus” (2Co 1.21). Paulo não estava escrevendo a Segunda Carta somente aos obreirosdaigreja;eleescreviaatodososmembros.Assim,quando diz que “Deus é quem nos ungiu”, quer ensinar que Deus ungiu a todos, e não somente a alguns obreiros. E para que serve a unção? você poderá perguntar. A unção é o que determina o que cada um dos filhos de Deus fará na Sua obra. A unção determina o tipo de missão de cada um. Davi foi ungido pelo profeta Samuel para ser rei em Israel (1Sm 16.1). Jesus recebeu a tríplice unção: rei, sacerdote e pro- feta (Is 61.1); é o único caso na Bíblia de alguém que teve as três unções. Assim, pela unção que recebemos de Deus, os nossos talentos naturais são tornados espirituais — agora servem para o serviço cristão. É após a unção que podemos atender à chamada. A chamada é feita por Deus, e somente por Ele. Alguém pode cursar quatro Vocação,chamadaeescolha:paraqueservem?
  • 48. 48 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! anos de Seminário Teológico, ser filho ou amigão do Pastor, ser o dizimista mais fiel da igreja, mas, se a chamada não for feita pelo Senhor, de nada adiantará sair às almas. Sei de um Pastor que dirigia uma grande congregação, onde os dizimistas eram fiéis, a evangelização era eficiente; ele morava em uma excelente e ampla casa pastoral e sua esposa e filhos eram os melhores desse mundo, do ponto de vista dele. No entanto, orava constantemente a Deus, queixando-se de sentir um vazio em seu interior. Certo dia, após orar mais uma vez, fazendo a Deus a mesma reclamação, o Senhor lhe respondeu que nunca o havia chamado para ser Pastor de igrejas. O Senhor disse a ele que a chamada dele era para ser pregador itinerante, para realizar cruzadas evangelísticas e ganhar almas, e, por isso, ele sofria aquele senti- mento de vazio interior. Imediatamente aquele Pastor comunicou a resposta de Deus à sua família, e, em seguida, à igreja.Transferiu o cargo e deixou a casa pastoral, indo morar num casebre. Um tempo depois, ele testemunhou que o Senhor o estava abençoando de forma indescritível, e que agora sentia estar no centro da vontade de Deus. Assim acontece conosco, quando não atendemos ao chama- do do Senhor. Tudo parece nos incomodar; temos a impressão de trazer conosco uma dívida para com o céu, isso sem falar no efeito cavalo-de-pau — parece que nunca saímos do lugar. Por último, Paulo fala da escolha. No início dos versículos 27 e 28 ele repete que Deus escolheu os “aparentemente piores”, a fim de torná-los os melhores, os melhores pelos critérios de Deus.
  • 49. # 49 Em síntese, o que os versículos 26 a 31 sugerem é que a desatenção dos coríntios ao chamado de Deus é o que, basica- mente, gerou aquele “monte” de problemas na igreja. Ao invés de unirem-se, os membros se dividiram e criaram rivalidades entre si, rivalidades teológicas, doutrinárias e de preferências pes- soais. O resultado foi que, além de divididos, eles não amadurece- ram espiritualmente: “E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a meninos em Cristo... Porque ainda sois carnais. Pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois porventura carnais, e não andais segundo os homens? Por- que dizendo um: Eu sou de Paulo; e outro: Eu de Apolo; porventura não sois carnais?” (1Co 3.1, 2 e 4). Agora, responda para si: — Você foi ungido para quê? e: — O que está fazendo agora para atender à sua chamada? Creio que, se você não sabe onde, ou em que área ou depar- tamento da igreja poderá trabalhar, busque a orientação de seu Pastor, ou no departamento de aconselhamento. Eles foram cons- tituídos por Deus para orientá-lo sobre o que deve fazer. Mas não deixe de orar e pedir a revelação de Deus para sua vida sobre o que você deverá fazer. Deus quer se revelar a nós. Ele tem prazer em se deixar conhecer diariamente. Creia nisso. Vocação,chamadaeescolha:paraqueservem?
  • 50. 50 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
  • 51. # 51 COMO VIMOS, “Deus nos ungiu”. Não tenha mais dúvida sobre a unção; você viu que o apóstolo Paulo escreveu isso (2Co 1.21). Há pessoas que perdem muito tempo de suas vidas espirituais, e deixam de se desenvolver e de serem grandes obreiros ou obreiras na igreja, porque desconheciam a existência da unção sobre suas vidas. Porisso,comeceaorar,aquestionaraDeus e a observar qual é a sua vocação, com quais atividades você mais se identifica, e quais são as atividades desenvolvidas por você que mais frutificam: “Eu vos escolhi a vós, e vos nomeei [cha- mei e lhes dei o meu Nome], para que vades e deis fruto” (Jo 15.16).Sétimo Capítulo SétimoCapítulo Você vai ser um gerente de Deus
  • 52. 52 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! Quando prestar atenção a esses pequenos detalhes, irá desco- brir para quê foi ungido; saberá, então, qual é o seu ministério. O passo seguinte é o que mais o irá atrair: desenvolver o seu chamado. Toda pessoa chamada por Deus pode atuar em diver- sas áreas dentro do ministério.Talvez você descubra que, para a função a que foi chamado, já há alguém trabalhando e não há espaço para mais ninguém. Há duas opções: - primeira: aguardar o tempo certo de você atender à cha- mada; - segunda: procurar, dentro da mesma igreja ou ministé- rio, uma outra colocação onde possa pôr em prática a sua vocação. Costumo dizer que, na obra de Deus, somos todos como gerentes de uma grande empresa. Numa empresa são vários os departamentos: de vendas, de compras, de administração, de qualidade, etc. Todos esses departamentos têm um gerente. Na verdade, todos eles são os gerentes de suas áreas, mas cada um dentro da sua própria função. O gerente de vendas é o responsável por seu setor, assim como o de compras é responsável por aquela área, e assim por diante. Mesmo sendo todos gerentes, eles atuam em áreas distintas, com funções distintas e utilizam ferramentas distintas. Por exemplo: o que o gerente de vendas faz é vender, e para isso ele necessita tabela de preços, talão de pedidos e catálogo de produtos. Já o gerente de compras, para que possa desempenhar suas funções, necessita de amostras de produtos, requisição de compra, lista de fornecedores, etc. Para que o gerente financeiro possa trabalhar bem, ele utilizará talões de cheques, mapas de controle financeiro, extratos das contas correntes.
  • 53. # 53 Cada um, dentro de sua própria área, está desempenhando suas funções e utilizando ferramentas próprias para o seu traba- lho. Assim são os gerentes de Deus. Você deve descobrir qual é a sua vocação e saber para quando é a sua chamada: se é para já, ou se ainda há um tempo até que comece a trabalhar. Em seguida, após descobrir para qual área foi chamado, deverá saber quais são as funções pertinentes à sua chamada. Se vai ser um ‘gerente’ no evangelismo, se vai ser um ‘gerente’ na assistência social, se vai ser um ‘gerente’ na escola dominical, etc. Quando souber em que área irá atuar, aí sim, poderá orar, pedindo a Deus as ferramentas próprias para o que irá fazer. Se dermos talões de pedidos e listas de preços ao gerente de com- pras, o que ele irá fazer? Nada. Se dermos requisição de compra, amostras de produtos e lista de fornecedores ao gerente financei- ro, o que ele irá fazer? Nada, também. Assim, quando soubermos em que área iremos servir a Deus, poderemos orar pedindo-lhe as ferramentas necessárias para o bom exercício de nossas funções. Se for atuar como evangelista, peça a Deus que lhe dê dons de conhecimento da palavra, sabe- doria, revelação. Se for trabalhar com recuperação de vidas, peça que lhe dê dons de misericórdia, amor, discernimento. E assim por diante. Não peça uma boa voz se for trabalhar na assistência social. Se for cantar, sim. Não peça dons errados; peça aquilo que real- mente lhe será útil. Pouco antes de entregar a direção da igreja da Casa Verde para me dedicar ao ministério do ensino e aos livros, tive uma expe- riência formidável na restauração de uma igreja dividida. Como VocêvaiserumgerentedeDeus
  • 54. 54 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! tenho facilidade em escrever e preparar um folheto para ser im- presso em gráfica — pois trabalho nessa área —, elaborei um folheto formato 5 (meia folha de sulfite), com quatro páginas, colorido, com uma mensagem, os dias de culto, os temas dos cultos, telefone para contato, enfim, um folheto personalizado da nossa igreja. Tirei uma oferta especial para a impressão de dois mil folhetos, talvez um pouco mais. Tirei uma xerox do Guia de Ruas, na página onde nossa igre- ja se localizava. Convoquei os irmãos dispostos a distribuir os folhetos no sábado de manhã. Reunimo-nos na igreja, e apre- sentei o pequeno — mas eficiente projeto. Divididos em duplas, mostrei-lhes as ruas próximas à igreja, numa área de 1 km². As duplas escolheram as ruas onde iriam entregar os mais de dois mil folhetos. Saímos todos. Pouco mais de uma hora depois, todas as duplas voltaram para a igreja. Houve algumas ligações, algumas visitas e nenhu- ma conversão. Repetimos a dose, e a igreja começou a tomar gosto pelo trabalho. À medida que o tempo passava, eles me cobravam novos folhetos e nova data para a distribuição dos mesmos. Pergunte-me o que aconteceu alguns meses depois, e eu lhe direi o seguinte. — As irmãs começaram um pequeno trabalho de assistência social na comunidade, e reforçaram a arrecadação de cestas bási- cas para os desempregados e necessitados, cristãos ou não. — Os jovens passaram a se interessar por estudos bíblicos, pois, quando entregavam folhetos nas portas das escolas (e isso passou a acontecer durante a semana), os alunos questionavam
  • 55. # 55 sobre passagens da Bíblia, e eles viram a necessidade de se prepa- rarem melhor. Tive que começar um novo culto de estudo bí- blico só para os jovens (na verdade, alguns obreiros também queriam participar e nisso insistiam). — Alguns irmãos passaram a dedicar ofertas especiais quan- do viram que o evangelismo tinha prioridade na igreja. — Motivados pelos irmãos que participaram dos primeiros sábados de distribuição de folhetos, outros irmãos se integraram ao grupo. Assim, podemos, ainda, destacar a atribuição de outras tare- fas a novos grupos, como, por exemplo, visitas a entidades (cre- ches, orfanatos, asilos, hospitais, etc.). Essas são atividades que a igreja precisará incorporar após uma forte ação de evangelismo na região. Tenho observado ao longo dos anos como Pregador que, em muitos casos, após pregar uma mensagem sobre determinado assunto, alguns irmãos que ouvem a mensagem parecem não ter entendido absolutamente nada. Mesmo preparando-me, estu- dando o tema, orando e procurando apresentar a mensagem da forma mais didática possível, sem usar palavras ou expressões complicadas, alguns irmãos sequer são tocados pela mensagem. Observo que existe um abismo aparentemente intransponí- vel quando a igreja não está envolvida com alguma atividade, seja ela social ou evangelística. Entretanto, o envolvimento dos membros com algumas dessas atividades os desperta, ao mesmo tempo, para a Palavra de Deus; todo o grupo será impactado pela ação do Espírito Santo na igreja. Creio que há Pastores que sentem a mesma coisa: pregam uma mensagem que julgam edificante, necessária, porém, ao VocêvaiserumgerentedeDeus
  • 56. 56 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! descerem do púlpito, têm a impressão de que não foram ouvi- dos pelos membros. Quando todos estivermos ocupados com alguma ação evangelística, não haverá tempo para promover algum tipo de divisão na igreja local. Combater a ociosidade e promover o serviço cristão é, sem dúvida, uma forte arma contra a divisão entre irmãos. Um dos grupos que eu acreditava ser o mais disperso com relação ao ensino da Palavra era o dos jovens. Foi o que mais me surpreendeu. Como disse, quando eles começaram a entregar folhetos nas portas das escolas à noite, durante a semana, muitos dos alunos dessas escolas começaram a confrontá-los com perguntas difí- ceis para eles. Então, viram a necessidade de se prepararem me- lhor a fim de responderem à altura a essas questões que eram levantadas. Pessoalmente, comecei um grupo de estudos com os jovens. E acredito que esse trabalho, o trabalho com os jovens, deva ser feito pelo próprio Pastor ou por algum irmão ou casal da igreja com quem os jovens se identifiquem bastante. Nesse grupo estudávamos a Bíblia, abordando temas com- plexos, em uma linguagem descontraída, para que eles se sentis- sem bem à vontade. E isso realmente aconteceu: eles questiona- vam e punham para fora todas as dúvidas, ¾ e muitas delas ‘cabeludas’ mesmo. Mas isso era realmente necessário para que o grupo se entrosasse e permanecesse envolvido com as atividades. O grupo de jovens cresceu e até hoje ele existe naquela igreja. Alguns daqueles jovens já trabalham como obreiros.
  • 57. # 57 Uma coisa devo dizer: os jovens não devem ser ‘inseridos’ em um trabalho. Por exemplo, eles não devem ser um grupo que deverá participar de determinado evento da igreja ou nele traba- lhar; isso não os desperta. Eles devem ter um trabalho específico voltado para eles, na linguagem deles e que seja dinâmico, que não apresente limites para a criatividade deles. Bem, certamente poderia aprofundar-me mais em todos es- ses assuntos que abordei neste pequeno livro. Sempre que o Se- nhor me orienta a escrever um livro, Ele também me dá a visão da obra por completo. Estou seguro de que este formato é ideal para atender, em princípio, às necessidades mais urgentes da igreja que esteja atravessando o problema que foi abordado aqui. Meu sincero desejo é que, em sua igreja, esse problema não torne a atormentá-los, e tomara que em breve tenha que escre- ver um livro com o seguinte título: “SOCORRO, precisamos de um templo maior”. VocêvaiserumgerentedeDeus
  • 58. 58 # SOCORRO, minha igreja se dividiu!
  • 59. # 59 MAGNO PAGANELLI DE SOUZA, nascido a 22 de agosto de 1967, é natural de Araçatuba, interior de São Paulo. Cresceu na capital de São Paulo, onde ini- ciou seus estudos e, aos 15 anos de idade, teve os primeiros contatos com drogas leves, vindo a se tornar um viciado em cocaína anos mais tarde, na época em que concluiu o Cur- so Técnico em Publicidade. Com as drogas vieram também as atitu- des agressivas e criminosas, o que compro- meteu sua vida profissional e familiar. Após tentar o suicídio por algumas vezes, Magno Paganelli esbarrou em uma revelação profé- tica de Deus que relatava toda a sua vida e, principalmente, pensamentos íntimos que ele mantinha consigo. Isso aconteceu em um culto doméstico no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, em agosto de 1991, quando já tinha 24 anos. BiografiaBiografia Biografia Biografia
  • 60. 60 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! Liberto imediatamente das drogas, por intermédio da oração feita por uma missionária, Magno Paganelli iniciou sua busca por se aperfeiçoar na fé em Cristo, seu Salvador e Libertador. Desde os primeiros meses de sua vida cristã, dispunha-se a servir a Deus, cooperando em um programa de rádio mantido pelo grupo de evangelismo da Missão Brilho Celeste. Aos onze meses de sua nova vida, Magno Paganelli fez sua primeira viagem acompanhando um grupo de missionários. Apesar de não ter completado sua formação acadêmica, nem possuir formação teológica, é Professor de Teologia e desenvol- ve o ministério do ensino da palavra de Deus. Tem sido convidado a ministrar estudos e palestras em diver- sas igrejas, centros de estudos, seminários, jornais e revistas de vários estados do Brasil, chegando a marcar presença em vários programas de rádio e televisão, como o Programa Impacto, das Igrejas Batistas, no litoral paulista, e em um programa evangelístico na Rede Bandeirantes de Campinas. Seus artigos são publicados por jornais e revistas e alcançam milhares de lei- tores por mês. Como Publicitário, há 18 anos trabalha com Produção Grá- fica no segmento editorial. Também na área editorial, coorde- nou a publicação de mais de 20 livros (incluindo livros premia- dos). É autor de 24 livros em diversas áreas e também atua como ghostwriter, produzindo textos e livros para palestrantes nacio- nais e internacionais. É casado com Roseli Paganelli, que o auxilia no ministério que desenvolve como pregador, pelo Ministério do Bom Retiro (Pr. Jabes Guedes de Alencar).
  • 61. # 61 Conheça as outras obras do autor “E Então Virá o Fim” (Escatologia) • Os sinais da volta de Cristo: – sinais no Sol, na Lua e nas estrelas, alterações nos mares, degelo polar, camada de ozônio e efeito estufa são fatos publicados pela imprensa moderna, e que confirmam e dão nova perspectiva às profecias bíblicas. É bastante didático e interessa à todos os grupos da igreja. Prêmio ABEC como Autor Revelação. “Ciência & Fatos Bíblicos” (Ciência e Fé Cristã) São vários os assuntos abordados neste livro: • ‘A criação do universo’, ‘Criação x evolução’, ‘A origem das espécies’, ‘O que a Bíblia diz sobre curas espirituais?’, ‘Quem são as entidades do espiritismo?’, ‘Ufologia’, ‘A volta de Cristo: Sinais morais; o aquecimento global e a volta de Cristo; sinais astronômicos da volta de Cristo’ entre outros assuntos. “Não Estive Só” (romance baseado em fatos verídicos) O livro conta o testemunho pessoal do autor, quando foi preso, por problemas ocorridos antes de sua conversão. Narra o dia-a-dia em uma delegacia de polícia em São Paulo, e mostra como Deus usa situações incomuns para falar com os Seus filhos.
  • 62. 62 # SOCORRO, minha igreja se dividiu! “Conhecedores do Bem e do Mal” (Antropologia do NT) Estudo sobre a formação das ‘fortalezas’ (conceitos, idéias), baseado nas declarações do Apóstolo Paulo. Mostra como a Bíblia orienta o homem a adotar novos conceitos e valores sem que isso provoque repulsa ao novo convertido. ESGOTADO. Será relançado em breve. “100 Esboços de Gênesis a Apocalipse” (Hermenêutica) O pregador que adquire um livro de esboços neces- sita de material para uma boa preleção. “Tópicos” certamente o embaraça ainda mais! Assim, Cem Esboços de Gênesis a Apocalipse se difere dos livros dessa categoria lançados anteriormente. Em cada um dos cem esboços, o leitor encontra- rá Título e o ‘Objetivo’ da mensagem, isto é, qual o propósito a que ela se destina. No decorrer do próprio esboço o leitor sentirá a diferença, quando notar comentários sobre o texto lido ou sobre o assunto a ser desenvolvido. Esses comentários são mais explicativos, e proporcionam maior clareza ao futuro ouvinte. Por fim, o tópico de ajuda ‘Apelo’ o auxiliará na conclusão da sua exposição da mensagem. Contém, ainda, 6 estudos bíblicos adicionais.