O documento resume a edição de abril de 2006 de uma publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores de São Paulo. Apresenta os autores que contribuíram com textos de prosa e poesia, informa sobre eventos e premiações, e inclui exemplos de poemas e contos escritos por médicos.
1. Mental,
oral,
escrito
“
Informativo Mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores
SOBRAMES-SP - Regional do Estado de São Paulo
O Bandeirante
Um
a publicação
feita por
M
édicos
Escritores
15
Ano XIV - n° 161 - Abril de 2006
Suplemento LiterárioSuplemento LiterárioSuplemento LiterárioSuplemento LiterárioSuplemento Literário
Aqui estão os autores da
prosa e do verso que você
lerá nesta edição:
Nelson Jacintho, Fernando Batigália,
Aldo Mileto, Lígia Pezutto, Leda
Galvão, Evanir Carvalho, Paulo
Rodarte, Maria Virgínia Bosco,
Luiz Giovani e Rodolpho Civile.
Pg.3 a 6.
Escrever é estar no
extremo de si mesmo.
João Cabral de Melo Neto -
(1920), in Museu de Tudo:
“Exceção Bernanos, que se dizia
escritor da Sala de Jantar”.
“ Convide aquele médico seu
conhecido, que vive
inventando e escrevendo
histórias, para participar
da SOBRAMES-SP
Geováh Paulo da Cruz
Não me consta que existam
sociedades de professores escritores,
advogados escritores, arquitetos
escritores, financistas escritores, et
sicigitur.Nosseusofícios,certamente
os professores falam muito e
escrevem pouco. Os advogados
escrevem muito e não lêem tanto. Os
arquitetos não lêem, nem escrevem.
Já os médicos lêem muito e escrevem
pouco. Grande parte, de tanto ler,
acaba sentindo necessidade de
escrever. Deve ser por esta razão a
grande inclinação dos médicos para a
escrita. Talvez seja uma compulsão.
Muitos são aqueles que trataram de
temas e assuntos literários extra-
médicos. Entre nós, citaríamos Guimarães Rosa, Júlio
Ribeiro, Martins de Oliveira, Pedro Nava.
A primeira idéia ou ideo-semiologia é aquela mental,
a fixação de uma imagem, um som, um odor, uma sensação
cinestésica. Um índio descobriu o caminho para um bosque
farto: é um feito que mesmo sem palavras gera memória
evocável. Supondo-se que fosse um hominídeo, tão primitivo
que ainda não falasse, haveria no seu cérebro um gravado
mnemônico daquilo. Ao tentar passar para outros a sua
experiência, foi descobrindo evolutivamente os sons
articulados, até chegar a uma linguagem gramatical
eficiente, efetiva. Sua semântica foi crescendo. Este foi
seu mecanismo de comunicação. Dentro da inteligência dele
havia a semiótica real, agora expressa por sons, mas como
inculcá-la noutro cérebro? Simplesmente falando? Ora, tanto
isto podia dar certo, quanto não, o que era uma falha. Podia
comunicar mal, ou o outro guardar mal, ou as duas coisas.
Pormaisqueamemóriaoraltenhaalcançadolimiteselevados
de eficiência, era um sistema lábil. A tradição oral estava
baseada no alicerce: velhos esclerosados contando para
jovens desatentos, que por sua vez se tornavam velhos
esclerosados contando para jovens desatentos. Por isso, a
versão de um fato nunca era a mesma por mais de duas
gerações.
Geováh Paulo da Cruz
é médico oftalmologista
em São Paulo
Isto precisava de conserto,
encontrado na semiótica gráfica.
A escrita. Pronto, estava
estereotipadaaconstruçãomental,
baseada na comunicação verbal,
mas não oral. Os sons deixaram
de ser apenas sons, para tomar
forma dimensional, um grafismo,
algo parecido com a notação
musical, que veio mais tarde. Um
sinal significava um som, que não
tinha necessariamente de ser
emitido, nem falado, mas que era
verbal, expressava uma idéia ou
um coisa, real ou abstrata. Sem
pronunciar uma única palavra o
humano podia se fazer entender,
algo assim como se fosse possível transferir um “pedaço”
materializado de seu pensamento para dentro de outro
pensamento alheio. Um enxerto ou transfusão gráfica.
A moda pegou. Daí por diante alguém conheceu da
experiência do outro, e pôde agregá-la ao seu repertório.
Alguém grava para que alguém leia. É o que estamos
fazendo, neste nosso jornal. Mesmo que sejamos apenas
uns poucos entre escritores e leitores, esta transmissão é
um legado indestrutível, indelével, ao alcance de
interlocutores distantes um do outro, no espaço e no
tempo. Hoje eu “falo” para um meu desconhecido, que
estará no norte do país, daqui a um mês, ou a um século.
Não é um milagre? Finalizemos de forma bem humorada.
Um pequeno jornal do interior, de periodicidade incerta,
fez inflamado e veemente editorial sobre a iminência da
segunda guerra mundial. Logo a seguir Hitler invadiu a
Polônia. Uns dois meses após saiu nova edição, cuja
manchete era: “Não ouviram as nossas advertências!!!”.
Nossa pretensão não chega a tanto, mas é
igualmente bem intencionada.
2. O Bandeirante - ANO XIV - nº 161 - Abril 2006 - Publicação da SOBRAMES-SP - Sociedade Brasileira de Médicos Escritores
Regional do Estado de São Paulo - Sede: Rua Alves Guimarães, 251 - CEP 05410-000 - Pinheiros - São Paulo - SP - telefax (11) 3062.9887
/ 3062-3604 - Projeto Gráfico e Diagramação: Rumo Editorial Produções e Edições Ltda. - E-mail: rumoeditorial@uol.com.br
Editores: Flerts Nebó, Marcos Gimenes Salun. Redatores: Luiz Giovani, Marcos Gimenes Salun. Jornalista Responsável: Marcos Gimenes
Salun - MTb 20.405 - SP - Correspondência: Av.Prof. Sylla Mattos, 652 - apto. 12 - Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010 -
E-mail: sobrames@uol.com.br - Diretoria Gestão 2005/2006 - Presidente: Flerts Nebó. Primeiro-secretário: Marcos Gimenes Salun
Segundo-secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Tesoureiro: Milton Maretti. Conselho Fiscal Efetivos: Luiz Giovani, Madalena
J.G.M.Nebó, José Rodrigues Louzã. Suplentes: Sérgio Perazzo, José Jucovsky, Arlete M.M.Giovani.
O Bandeirante
Abril 2006
Quem ama não esquece
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Superpizza
A sogra do Miletto
MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA - Desde 20 de março as 270
milhões de pessoas que falam o idioma português em todo o mundo
ganharam um ponto de encontro. No coração de São Paulo, na
Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa, ambicioso projeto
de mais de U$ 36 milhões, proporciona uma viagem sensorial e
subjetiva pela língua portuguesa, guiada por palavras, autores e
estrelas do Brasil. Totalmente interativo, o museu revela os segredos
do idioma, suas origens e produções textuais. O museu funciona
de terça a domingo, das 10h as 18h, na Praça da Luz, s/n, com
ingressos a R$ 4 (inteira). A entrada é gratuita para crianças até
10 anos e pessoas acima de 60. Vale a pena também uma visita ao
portal www.museudalinguaportuguesa.org.br
ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA - Ficam todos os membros
da SOBRAMES convocados para a Assembléia Geral Ordinária
que acontecerá no dia 20 de abril, às 17h, no auditório do
centro de eventos do Maceió Mar Hotel, na Av. Álvaro
Otacílio, 2991 - Bairro Ponta Verde, em Maceió, Alagoas. Na
pauta, dentre outros itens, a escolha da sede do XXII
Congresso Brasileiro de Médicos Escritores em 2008 e eleição
de nova diretoria da SOBRAMES Nacional.
NOVO MEMBRO - Comunicamos o ingresso de mais um membro
colaborador na SOBRAMES-SP, a partir de abril. Trata-se da
jornalista Leda Galvão de Avellar Pires, da cidade de Ubatuba
- SP, que há algum tempo já vem interagindo com a nossa
regional. Contatos: leda_galvao@uol.com.br
ELEIÇÕES 2006 - Até 01 de agosto poderão inscrever-se as
chapas que pretendam concorrer às eleições para a diretoria
da SOBRAMES-SP para o biênio 2007/2008. A eleição ocorrerá
no dia 15.09.2006, durante Assembléia Geral Ordinária.
Aguardem todos os detalhes nas próximas edições.
O casal Luiz e Sônia Yamasaki, ele engenheiro e ela artista
plástica, gentilmente aceitou nosso convite para escolher
dentre os textos dos autores que encararam o desafio
proposto para 12ª edição da Superpizza, com o tema “Amor
de sogra”, o que mais lhes agradou. Eles indicaram como
favorito o belo soneto “Minha sogra, meu amor” , publicado
na página 3 desta edição, de autoria de nosso já
premiadíssimo Aldo Miletto. Agradecemos a colaboração de
Sônia e Luiz e parabenizamos o poeta Miletto, que receberá
uma garrafa de vinho numa de nossas próximas Pizzas.
Há um ditado que diz: “O amor nunca
morre”! Realmente, se algum de nós tiver um
amor sincero e profundo, jamais o
esqueceremos.
Esse amor poderá ser por uma pessoa ou
por alguma coisa, mas por maiores esforços que
possamos fazer por nos esquecer dele, ele
sempre estará em nossa mente. Ou, como dizem
os poetas, estará sempre em nosso coração.
Citemos, só como exemplo, o conhecido
e super-relatado “Amor de mãe”.
É verdade que temos observado
ultimamente que esse “amor” na realidade não
era amor, mas sim o ódio de alguma pessoa,
por algo que havia se passado em sua vida e
que a “marcara” profundamente a ponto de
NÃO MATAR, ao menos desejar a morte de um
ente que viera de seu interior.
Mas o amor a que nos estamos referindo,
embora seja originário de nossos sentimentos,
ele é puro e nos acompanha, mesmo enquanto
estamos nos braços de Morfeu, visto que
participa de nossos sentimentos, mesmo sem
pensar nele.
Estou me referindo ao amor à literatura!
Muitas vezes, um simples pedaço de jornal, nos
faz recordar de alguma “coisa” que se passou
em nossa vida, como é, por exemplo, o carinho
e o amor que dedicamos a nossa SOBRAMES.
Quem passou pela vida e não amou,
passou pela vida... NÃO VIVEU!
3. Minha sogra, meu amor*
3O Bandeirante
Abril 2006SuplementoSuplementoSuplementoSuplementoSuplemento
LiterárioLiterárioLiterárioLiterárioLiterário
Aldo Miletto
Médico psiquiatra - São Paulo - SP
Anatomia da alma
Fernando Batigália
Cirurgião gastroenterologista -
São José do Rio Prêto - SP
Minha sogra, meu amor!... / eu concordo co’o epíteto...
Ela foi, com seu pendor, / mãe e avó de muitos netos,
que acolheu ao seu redor, / com dedicação, afeto
e carinho, com calor, / para herdeiros tão diletos!...
Atenciosa com os seus, / alma pura e desprendida,
dedicada mãe e esposa, / sempre muito bem se deu,
com os genros... Louvo a Deus, / pela graça recebida,
dessa dama generosa, / que em meu mundo apareceu!...
Mas um dia, muito cedo, / de repente surpreendeu,
ao romper todo esse enredo / de benesses, de bondade...
Quieta, silenciosamente, / mui calada adoeceu...
No hospital, examinada, / silenciosa faleceu...
Anjo bom foi pra morada / celestial da eternidade,
onde vela, certamente, / por nós todos, junto ao Céu!
*texto vencedor da 12ª Superpizza - 16.02.2006
Sentei-me à beira das poeiras
E conjuguei “meus” verbos no Presente
Para sentir a vigésima quinta hora,
Vigília do que se quer conhecer.
Levitei o corpo esquecido
Por sobre a linha do Tempo
Que por mim sempre passara solene.
Arremessei o conceito de Vazio
E me distanciei
Dos corredores de sonhos e sentimentos.
A cada degrau, sem olhar para trás,
Visões e cirandas
De alegria, de Ser e de Saber
Até o ponto único, indivisível
Transcendente e imanente em Si.
Folha em branco.
Desafio feroz
quando a crítica
se faz algoz.
A mente ardia
no sentir do dia.
O vazio e o nada,
a falta vazada.
Nos amigos,
a esperança,
feito mimos
de criança.
Incentivo permanente
a me deixar contente.
Tomo coragem
e rabisco na aragem
de uma amizade sólida
a cultivar minha história,
seguindo linhas sinuosas
da inspiração preguiçosa.
E, no silêncio da sala,
minha mente se embala
em mais um verso
branco ou com rima.
Sucesso encantado.
Inspiração
Lígia Terezinha Pezutto
Jornalista - São Paulo - SP
Se eu pudesse
Nelson Jacintho
Médico ortopedista - Ribeirão Preto - SP
Se eu pudesse, eu gostaria tanto,
De ver o mundo, todinho mudado,
De cada face ver sair o pranto,
Em cada gesto, ver o braço dado...
Ver as famílias em torno das mesas,
Ver pais idosos em abraço franco,
No dia a dia, não se ter surpresas,
Ganhar em paz, nosso cabelo branco...
Que bom seria se o mundo mudasse,
Se em toda a terra, não houvesse fome,
Se a falcatrua, no mundo acabasse,
Se os poderosos honrassem seu nome...
A terra é rica, mas o mundo é pobre.
A terra é fértil, mas sovina o homem.
Que bom seria se num gesto nobre,
O ser humano se tornasse “Homem”...
E em cada face, nascesse o riso,
Em cada gesto, nascesse o perdão,
Em cada choro, nascesse uma vida
E afago terno, no aperto de mão...
4. 4O Bandeirante
Abril 2006 SuplementoSuplementoSuplementoSuplementoSuplemento
LiterárioLiterárioLiterárioLiterárioLiterário
1972. Era secretária do Departamento de Ginecologia
e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Botucatu.
Chefe: Dr. Laurival Antonio de Luca.
Certo dia, às 16 horas, veio o convite tentador da
Dra. Irene, docente do Departamento: ir para Humaitá
(AM), com a primeira equipe de Medicina e ficar lá uma
semana a fim de verificar possibilidades de atuação na
área. Deveria estar na Praça Paratodos às 21 horas em
ponto com mala e tudo.
Olhei minha escrivaninha... fiz um balanço... ajeitei
a papelada e escrevi o bilhete: - Dr. Laurival: Estou indo
para Humaitá. Volto na próxima quarta-feira.
Fui para casa, falei para o meu marido: - Vou pedir
uma coisa que sei que você não vai deixar, mas vou
fazer.
- Qual a loucura dessa vez?
- Estou indo para Humaitá com uma equipe do Projeto
Rondon. Aí, ele simplesmente virou as costas e saiu.
Às 20h30m eu estava na Praça e vi o ônibus da
Faculdade ali estacionado. Perto dele, a Dra. Irene e os
sextoanistas.
Subimos para o ônibus com a cara e a coragem (não
muita). Itinerário: Botucatu a Campo Grande (MS); de
lá, até Porto Velho (RO) em avião da FAB. Depois, de
ônibus, até Humaitá.
Ótima viagem com passageiros, leitoas, frangos etc.
e, um senhor mostrando para outro, com toda a
naturalidade a maior pepita de ouro que jamais verei
novamente em minha vida.
O perdão que
não veio
Leda Galvão de Avellar Pires
Jornalista - Ubatuba - SP
Chegando na cidade: surpresa. Ainda não
havia alojamento. Ficamos divididos em casas
particulares. Francisco Dal Médico, de Bauru – o
Chicão – foi nosso cicerone e anfitrião.
No dia seguinte, fomos conhecer a cidade –
na época, apenas duas ruas sem calçamento e o
hospital.
No segundo dia, descida pelo Rio Madeira até o
povoado de Carapanatuba (carapanã, mosquitinho que pica
doído e não respeita jeans). Cicerone: o bispo Dom Miguel
D´Aversa que nessa época não via os rondonistas com
bons olhos. Depois, mudou completamente, tornando-se
nosso grande amigo.
A viagem de barco, uma delícia!!! Calor infernal.
Alimentação: uma bolacha esquisita dura até de roer.
Arroz, feito com água do Madeira, quase sem sal. À noite,
o barco embicou e estacionou quase dentro da floresta.
Aí duas alternativas: ou ficávamos no beliche, verdadeira
sauna, ou no convés, sendo comidos literalmente pelos
carapanãs. Preferimos o beliche a passamos a noite toda
colocando toalha molhada no corpo.
A chegada no povoado valeu pela viagem. Fomos
festivamente recebidos, frutas à vontade, piranha cozida
junto com folhas de bananeira.
Os demais dias passamos conversando com a
comunidade, trocando idéias, Dra. Irene e os sextoanistas
conhecendo melhor o hospital e aprendendo a diagnosticar
doenças usando apenas o olho clínico. Cirurgias e partos
não faltaram, com a Irmã Giovana (sem diploma) dando
aulas práticas...
Na volta, entrei na Secretaria e quando esperava que
o Chefe fosse deixar explodir todo o seu sangue italiano,
olhou-me friamente e disse:
- Por que não pediu?
- Se pedisse, o senhor não deixaria.
- Jamais a perdoarei por isso.
E não perdoou mesmo, porém seu coração somente
balançou em 1995 quando me operou de um câncer de
mama... Isso, porém, é outra história.
Saudade
Evanir da Silva Carvalho
Médico reumatologista - São Paulo - SP
A saudade soa sem sentido
É como a descrição de um aroma
Ou um sabor que não vivemos
É a soma e a pena dos pecados que não cometemos
E assim vivi a vida toda...
Era a falta de algo ou alguém
Um lugar, uma música, uma voz...
Era a minha masmorra e o algoz
E tudo clareou quando lhe conheci
Como se gritassem todos, sóis, sós em mim
Explicando tudo, uma panacéia
E a saudade ente se dissipou
Quando você partiu, tudo ruiu
Demorei dias para assimilar a idéia
Aceitá-la descer a força pela garganta
Pois a confusão em mim era tanta
E cheia de amarras
E aos poucos aquelas garras
Longas e afiadas de saudade
Penetraram todas em meus pulmões
Ninguém ouviu minhas orações
Portanto não mereci piedade
Além da dor indescritível
O mais incrível
Desde então, não pude mais respirar!
5. O Bandeirante
Abril 2006 5SuplementoSuplementoSuplementoSuplementoSuplemento
LiterárioLiterárioLiterárioLiterárioLiterário
Sinistra criatura
Paulo E. Rodarte de Abreu
Médico urologista - Lavras - MG
Nunca o vi com bons olhos, desde quando ele saiu
às ruas. Aliás, de seu parente mais antigo, não guardo
boas recordações. Ele é um chato de plantão, que
incomoda no melhor momento. Há quem diga que não
pôde concluir o intento por obra e graça do seu
chamamento. Ele nos buzina nos ouvidos, em qualquer
momento, menos na hora mais adequada. E no mundo
informatizado de hoje, não há como dele se livrar. Dizem
em sua defesa que ele ajuda nos negócios, mas faz o
negócio baixar. Quando ele tilinta nos tira do sério. E a
maioria das suas chamadas são ledos enganos, pura
conversa fiada.
Quem o inventou adorava conversa, mas não
gostava de avistar aquele que com ele dialogava. Ele
nasceu numa noite fria, de um parto complicado.
Imagino que o parteiro que o recebeu estava num dia
infeliz, pois a ele chamavam de hora em hora. Aquele
aparelhinho falante não tem a timidez por qualidade.
Entra em conversa alheia como se fosse amigo íntimo.
No entanto é um ilustre desconhecido, um penetra
aborrecido. Em alguns locais ele é barrado no baile, sua
presença abominada. Mas para alegria dos fabricantes
aquela figura modernosa dá um lucro de engordar
defunto. Em cada esquina da cidade, nos pontos mais
valorizados, uma loja oferece os seus serviços. Aquela
peça, da qual cresce o consumo, fica cada vez mais
barata. E os modelos oferecidos são mais e mais
formosos, com inúmeras qualidades no manuseio.
Servem de computador, máquina de retratos, e até na
televisão eles são capazes de aparecer. Não lhes
ignoro a capacidade de desenvoltura. Acada ano
que passa mil e uma funções, como Bombril,
com mil e uma qualidades. Mas felizmente
Bombril não fala, apenas cuida da limpeza
doméstica.
Em sua defesa apregoam algumas
virtudes. É fácil de localizar o usuário, não se
pode esconder ninguém que dele lança mão, se esconde
em qualquer bolsa de mulher, cabe na palma da mão, ao
contrário do parente fixo, ele se desloca na velocidade
do vento, pode dormir ao relento, sem medo de raio
pegar, não fica resfriado como o dono, pois não tem
pulmão, são carregados como um cachorro de madame,
com a vantagem de não sujar o ambiente, são higiênicos,
não tossem, não latem, apenas buzinam os nossos
ouvidos, quando alguém nos procura, falam ao ouvido
do dono, sem dizer a que vieram, e outras qualidades
mais, que encher-me-iam a página, só de delas falar.
Ele vicia que nem cachaça ou coisa pior, quem tem não
fica sem. Mas é uma persona não grata quando entra no
consultório do médico. É uma atração irresistível, à
cobiça dos ladrões.
Mas um seu defeito só não vê quem não quer. O
casado que o leva ao motel, melhor ainda à cama, com
a parceira que não é a própria, pode entrar pelo cano,
na hora melhor. Quando aquele pestinha toca, quando
menos se espera, e a outra o atende, quando a esposa
chama, aí a vaca vai pro brejo, no melhor da festança.
Nestes momentos inglórios, quem ainda gostava dele,
fica de mal para sempre, até a próxima compra.
Vocês sabem quem é a sinistra criatura? Se não
sabem fiquem sabendo. Ele é um penetra incorrigível,
porta voz das notícias ruins, comadre fuxiqueira que se
prima por transmitir fofocas, inverdades verdadeiras.
Ele nada mais é, nada menos, do que aquele aparelhinho
da onda, o atrevido telefone celular, em quem nem
mesmo o nome fica direito.
Nesta noite, sonhei um sonho utópico, um pouco
diferente dos demais. Sonhei com a liberdade.
Desatei as amarras das minhas correntes
invisíveis, e ao observá-las rompidas, percebi um “não
sei o quê” meio meu, como se tivesse arrebentado a
mim mesma.
Reconheci tantos antigos desejos,
sorrateiramente transformados em amarras, tantas
grades construídas pelas minhas mãos, que me entendi
prisioneira de mim.
Jaziam ao chão, as correntes dos meus amores,
das minhas ilusões, dos meus preconceitos, das minhas
falsas crenças, das minhas equivocadas necessidades.
Entreolhavam-me todos assustados, e
sinalizavam-me com a permissão passiva e zombeteira:
-Vá,podeir!-masrelutantemente,pareinocaminho.
Sempre ouvi dizer, que o pior castigo do Homem
poderia ser a conquista da liberdade. Deveras. Talvez por
isto necessitemos tanto atar nossas próprias correntes
invisíveis.
Senti-me ancorada à minha grade,
propositalmente sem bússola, debatendo-me às
tempestades, rogando apenas por brisas, qual um barco
que necessita, mas não consegue largar o cais.
E então, igualmente ao paradoxo de todos os
sonhos, recolhi todos os cacos das correntes, e resolvi
me trancar para todo o sempre.
Ao despertar, percebi que acordara do mais
efêmero e irreal dos meus sonhos, para continuar
adormecida no meu eterno e real pesadelo.
Grades
Maria Virgínia Bosco
Médica cardiologista - São Paulo - SP
6. 6
O Bandeirante
Abril 2006 SuplementoSuplementoSuplementoSuplementoSuplemento
LiterárioLiterárioLiterárioLiterárioLiterário
O pernil da
velha bota
Luiz Giovani
Médico pediatra - São Paulo - SP
As luzes da cidade grande piscavam lá fora. Milhares.
Pequenos e grandes letreiros coloridos refletiam desenhos
em movimento nas paredes da sala.
Eram repetitivos em suas brincadeiras, ao contrário
das duas crianças que corriam pelos cômodos em algazarra.
A noite era de festa. Uma noite especial.
Em frente à ampla janela ele contemplava, do nono
andar, a fantástica visão dos anúncios luminosos. Lá em baixo,
as árvores da rua pareciam dançar, enfeitadas com seus
vestidos de minúsculas luzes brancas. O baile começara.
Puxando a perna da calça, uma das crianças o
acordou daquele momento de sonho e transe.
- Pai! A mãe está chamando! Ficou surdo?
Então ele se voltou para a sua realidade e foi em
direção à mesa. Tantas frutas, castanhas, passas, figos
importados. No centro, um enorme cesto exibia nas alças a
graciosa cachoeira de fios de ovos. Presunto gordo, vários
queijos finos, inúmeras baguettes e outros pães davam
harmonia ao conjunto tão cuidadosamente preparado.
Tudo ao redor parecia tão perfeito, mas ele estava
triste. Faltava alguma coisa. Por que a noite feliz, planejada
havia meses, agora decepcionava?
Havia dentro do peito algo que se debatia para sair e
se agitava incomodamente.
A mulher e a sogra surgiram da cozinha e o
surpreenderam fitando a mesa. Traziam nas mãos o pernil
Tempos... tempos...
Rodolpho Civile
Médico - São José dos Campos - SP
Como vocês já perceberam, eu sou um velhinho,
que não tendo nada a fazer, vivo aborrecendo os outros,
com as minhas idéias e reminiscências. Provavelmente, é um
desgaste dos neurônios ou parafusos mentais espanados pelo
uso. Desta vez, a minha preocupação: “a importância das
mulheres na vida dos homens” e “a importância dos homens
na vida das mulheres”. É importante que se diga: desde que
o mundo é mundo, a vida de ambos está interligada.
No Gênesis, o primeiro livro sagrado do Pentateuco
da Bíblia, consta que Deus criou o homem à Sua semelhança,
colocou-o no Paraíso e lhe deu o nome de Adão. Para não
deixá-lo solitário e tristonho, durante um profundo sono,
tirou-lhe uma costela e fez uma mulher, Eva.
Deduz-se que Deus criou Eva para encher... encher
a vida de Adão de alegria! Concluiu-se que homem e mulher
têm a mesma constituição. Tudo estava bem entre eles até
que apareceu a serpente e, maldosamente, os enganou. Em
conseqüência, a serpente foi amaldiçoada e Adão e Eva
expulsos do Paraíso.
E o tempo foi passando, passando... E novas gerações
foram se sucedendo com diferentes características de
personalidades. Ora com a predominância do homem, ora
da mulher...
Os antigos romanos diziam: “atrás de um grande
homem existe sempre uma mulher”. Com o passar do tempo:
“atrás de uma grande mulher existe sempre um homem”.
Os antigos gregos diziam: “o homem representa a
inteligência e a mulher a beleza”. Com o passar do tempo:
“o homem representa a beleza e a mulher a inteligência”.
Nos nossos dias a mulher representa a beleza e a inteligência.
Do homem não se fala mais nada!
Um periódico da época comentou ironicamente que
o grande filósofo Sócrates, preso injustamente por
corromper a mocidade pelas suas idéias, preferiu tomar
cicuta do que voltar aos braços da mulher, que era uma
“chata”...
Ah, serpentes, serpentes! Não foi só no Paraíso que
elas existiram. Hoje elas continuam soltando os seus
venenos! Não vamos dar crédito a tais estultices...
Homens e mulheres, de mãos dadas, caminham pela
vida a fora, lutando, sofrendo, amando, criando os seus filhos
com respeito e dedicação, sem o espírito de rivalidade e
predominância entre os sexos.
Reconheço que, numa sociedade ou numa família,
tem que haver um líder, um administrador, uma cabeça que
pensa, que ordena, para se evitar bagunça, desordem e
anarquia.
Na minha casa, por exemplo, existe ordem. Quem
manda sou eu! Naturalmente, depois de ouvir a minha mulher.
Eu sempre dou a penúltima palavra.
***
recém-tirado do forno. O aroma estava delicioso,
inundando todos os cômodos do apartamento.
- Gostou?
De repente, aquele seu arremedo de sorriso,
amarelo e sem graça, desapareceu e sua boca
escancarou enorme, de alegria pela descoberta.
Passando pelas mulheres atônitas foi até o
armário. Agarrou dois pratos de porcelana inglesa e, sem
dizer palavra, iniciou a passeata em volta da mesa. Serviu-se
de tudo, do bom e do melhor. Sentiu-se um menino travesso
descobrindo uma brincadeira deliciosa. arroz, farofa doce,
tênder frio, queijos, frutas e... fios de ovos... Por que não?
Uma lasca gigante de pernil, a baguette sob o braço e por
fim as taças mais a garrafa de vinho espumante.
As crianças logo notaram as reações dos adultos e,
imóveis sobre o grosso carpete, indagaram-lhe com as
boquinhas abertas.
- Já volto! - disse sorrindo da soleira da sala.
Uma tênue luz emanava da rústica edícula, nos fundos
do estacionamento. A porta semi-aberta foi empurrada
delicadamente com o pé.
- Ó de casa! Posso entrar?
O velho solitário preparava a espiriteira para aquecer
a marmita com arroz, feijão e um pedaço de carne.
- Doutor! O senhor por aqui... Hoje...
Acomodaram-se nos bancos, ao redor da minúscula
mesa tosca. O cheiro do pernil, sem pedir licença, tomou
conta do quarto enquanto ele, sorrindo em silêncio, abria
a garrafa.
- Um Lambrusco, da velha Itália...
O vinho borbulhou na taça ao mesmo tempo em que
o velho engolia seco. Estava surpreso e feliz.
- Vamos lá, seu Américo, conte de novo como foi que
o senhor e seu pai passaram aquela noite no navio, vindos
da Itália... Era Natal também, não?
7. De 3 a 6 de maio acontecerá em Buenos Aires, Argentina, o
“Tercer Congreso de Médicos Escritores”, organizado pela
LISAME - Liga Sulamericana de Médicos Escritores e pela
Asociación de Médicos Escritores de la Ciudad de Buenos
Aires. As inscrições vão até 24 de abril. O evento terá um dia
dedicado aos escritores brasileiros, com mostra de livros e
exposição de trabalhos. A SOBRAMES-SP, que colabora com a
inclusão de mais de 40 livros de seus autores no evento, se
fará representar pelo seu presidente, Dr. Flerts Nebó e outros
confrades que já confirmaram presença. Informações com
Sra. Laura pelo e-mail eventos@medicos-municipales.org.br.
Nossas próximas atrações
O Bandeirante
Abril 2006 7
Confira a seguir as atividades da SOBRAMES-SP até o
final deste ano. A grande novidade é a inclusão na agenda
da “Mostra Artística de Médicos Escritores”, de 26 de maio
a 10 de junho (veja nota completa na página 8). Não perca!
AgendaRegistro
Pra começar, pizza e literatura
O comparecimento foi pequeno, numa noite em que
coincidiu de alguns confrades estarem com problemas de
saúde e o trânsito em São Paulo apresentar-se bastante
caótico. Assim mesmo, 20 pessoas estiveram compartilhando
a mesa de pizza, chope e boa prosa na pizzaria Bonde
Paulista, no último dia 16 de março. Ali acontecu a 188ª Pizza
Literária da SOBRAMES-SP, que como não poderia deixar de
ser, teve também a apresentação da boa literatura de
produção de nossos escritores. Foram doze trabalhos
literários, entre crônicas, contos e poesia, que serão
publicados ao longo das próximas edições de nosso
suplemento literário. No encontro também foi anunciado o
vencedor da Superpizza de fevereiro (veja nota na pg.2). O
sorteio de três CDs musicais, um mimo oferecido pela
diretoria aos que participam de nossas reuniões, encerrou
a noite.
“Marranismo”, de Meraldo Zisman
O vocábulo castelhano “marrano” disigna os judeus
convertidos durante a Inquisição e também é sinônimo de
cristão-novo. Em sua obra mais recente, “Marranismo” -
Edições Bagaço - Recife - PE - 2005 - o confrade
pernambucano Meraldo Zisman discorre, em 176 páginas,
sobre alguns aspectos da saga do povo judeu, especialmente
a “Gente da Nação” no Brasil. Com desenvoltura e
conhecimento, Meraldo discorre sobre vários aspectos da
história, preconceitos, antipatias e perseguições dos judeus.
Há ainda uma interessante abordagem das incursões dos
Bandeirantes, a partir de São Paulo, durante os séculos XVII
e XVIII. A aquisição do livro e contatos com o autor podem
ser feitos pelo e-mail meraldozisman@uol.com.br. Saiba mais
sobre o autor e sua obra em www.meraldo.com.br
Encontro de escritores na Argentina
Endereços, horários e referências
Pizza Literária: São realizadas na Rua Oscar Freire, 1597 -
Pizzaria Bonde Paulista - a partir de 19h30
Reunião de Diretoria: São realizadas na sede da
sociedade, na Rua Alves Guimarães, 251 - a partir de 20h30
XXI Congresso Brasileiro de Médicos Escritores: Será
realizado de 20 a 22 de abril de 2006, na cidade de Maceió.
Informações com os organizadores: (082) 3221-5323
Mostra Artística de Médicos Escritores: Acontecerá na
Casa da Fazenda do Morumbi, na Av..Morumbi, 5594
ENDOMED MEDICINA
LABORATORIAL
Sede: Av. Eng. George Corbisier, 746
Pq. Jabaquara - SP
CAC 0800-170-004
O envio de notícias, publicações ou informações sobre lançamentos
de livros para a redação do jornal “O Bandeirante” pode ser feito
para um dos seguintes endereços: Redação: Av. Prof.Sylla Mattos,
652 - apto.12 - Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010 *
Sede: Rua Alves Guimarães, 251 - Pinheiros - São Paulo - SP - CEP
05410-000
04.04.2006 Reunião de diretoria
20.04.2006 XXI Congresso Brasileiro de Médicos
Escritores (Maceió - AL)
27.04.2006 189ª Pizza Literária
Divulgação do tema da próxima Superpizza
02.05.2006 Reunião de diretoria
18.05.2006 190ª Pizza Literária
13ª Superpizza (apresentação de textos)
26.05.2006 Abertura da ‘Mostra Artística de Médicos
Escritores” - Centro Cultural APSEN
06.06.2006 Reunião de diretoria
10.06.2006 Cerimônia de encerramento da
“Mostra Artística de Médicos Escritores”
22.06.2006 191ª Pizza Literária
Premiação da Superpizza anterior
04.07.2006 Reunião de diretoria
20.07.2006 192ª Pizza Literária dedicada a Escritores
Consagrados, favoritos dos membros.
Divulgação do tema da próxima Superpizza
01.08.2006 Reunião de diretoria
17.08.2006 193ª Pizza Literária
14ª Superpizza (apresentação de textos)
05.09.2006 Reunião de diretoria
21.09.2006 194ª Pizza Literária
Premiação da Superpizza anterior
Assembléia Geral Ordinária.
Eleições de diretoria para biênio 2007/2008.
03.10.2006 Reunião de diretoria.
19.10.2006 195ª Pizza Literária
Entrega do PRÊMIO FLERTS NEBÓ (prosa)
Divulgação do tema da próxima Superpizza
07.11.2006 Reunião de diretoria
16.11.2006 196ª Pizza Literária
15ª Superpizza (apresentação de textos)
05.12.2006 Reunião de Diretoria
21.12.2006 197ª Pizza Literária
Entrega do PRÊMIO BERNARDO DE OLIVEIRA
MARTINS (poesia)
Premiação da SUPERPIZZA anterior
Transmissão de cargos para Diretoria Eleita
Guimarães Rosa, em Cordisburgo
A SOBRAMES de Minas Gerais estará organizando, de 13 a 16
de julho, na cidade de Cordisburgo - MG, o “Encontro Médico
Literário Nacional com Guimarães Rosa”, atividade paralela à
XVIII Semana Roseana de Cordisburgo. Na programação do
evento daquela cidade, a SOBRAMES-MG participará com
apresentação de trabalhos literários de seus autores, além
de integrar-se em passeios e diversas atividades artisticas e
culturais. Os interessados podem obter todos os
esclarecimentos pelo e-mail neoclinic@hotmail.com (Anna
Cecília) ou pelos telefones: (035) 9137-486 Glória Starling /
8809-9828 Ângela Lima / 8726-3381 Flávia Rocha
8. Importante parceria garante realização da
Mostra Artística de Médicos Escritores
De 25 de maio a 10 de junho estará acontecendo
em São Paulo a “Mostra Artística de Médicos Escritores”,
evento organizado e produzido pela SOBRAMES-SP com o
importante apoio cultural do laboratório APSEN
Farmacêutica S.A. (www.apsen.com.br/novosite). Após
uma parceria firmada entre a diretoria da SOBRAMES-SP
e o Centro Cultural APSEN foi possível alçar este vôo,
que conta com a infra-estrutura da Casa da Fazenda do
Morumbi (Av.Morumbi, 5994) e com o apoio da Academia
Brasileira de Arte, Cultura e História - ABACH.
A programação do evento constará de uma mostra
de livros e textos dos escritores da SOBRAMES-SP
juntamente com exposição individual de 30 telas do pintor
Flerts Nebó, aberta à visitação pública de 26 de maio a
10 de junho, das 10h às 22h. Na abertura do evento
(25.05) está prevista a realização de um sarau litero-
musical, com leitura de textos de autores da SOBRAMES
e apresentação de grupo musical do qual participa nosso
confrade, Sérgio Perazzo, também poeta. A abertura da
mostra será marcada ainda por um coquetel e por um
jantar oferecido aos convidados.
O projeto contará com a publicação de uma edição
especial do jornal “O Bandeirante”, que excepcionalmente
terá 12 páginas e uma tiragem de 5000 exemplares, com
8
O Bandeirante
Abril 2006
Evento
Anuidades
Os membros da SOBRAMES-SP que ainda não
pagaram a anuidade de 2006 poderão fazê-lo enviando
um cheque cruzado e nominal a SOBRAMES-SP, no valor
de R$ 140,00 para a sede da entidade, na Rua Alves
Guimarães, 251 - CEP. 05410-000 - São Paulo - SP. Ressalte-
se que os membros acadêmicos pagam 50% do valor da
anuidade e que os membros honorários, beneméritos, e
eméritos estão isentos do pagamento. Quem preferir
poderá efetuar o pagamento diretamente ao tesoureiro,
Dr. Milton Maretti, nas Pizzas Literárias.
Quem já contribuiu
Até a data do fechamento desta edição já haviam
contribuído pagando a sua anuidade os seguintes
confrades:Aída Lúcia P.S.Begliomini,AlcioneA.Gonçalves,
Aldo Miletto,Arlete M.M.Giovani, Ester Maria Bittencourt,
Fernando Batigália, Geováh P.da Cruz, Helio Begliomini,
Hélio J.Déstro, Helmut A.Mataré, Jacyra C.Funfas, José
Jucovsky, José R.Louzã, Karin S.R.Massaro,Lígia T.
Pezutto, Luiz Giovani, Madalena J.G.M.Nebó, Manlio
M.M.Napoli, Marcos G.Salun, Maria da Glória Civile, Maria
do Céu C.Louzã, Maria Virgínia Bosco, Mario de Mello Faro,
Milton Maretti, Nelson Jacintho, Rodolpho Civile, Sérgio
Perazzo, SôniaAndruskevicius, Thereza Freire Vieira, Vera
Lúcia Teixeira e Walter W.Harris. Em caso de dúvidas
entre em contato com a diretoria pelo email
SOBRAMES@UOL.COM.BR.
circulação a partir de 5 de maio. A distribuição será feita
pelos divulgadores científicos do Laboratório APSEN
Farmacêutica em todo Brasil, além da mala direta do
Centro Cultural APSEN, da Casa da Fazenda do Morumbi
e da SOBRAMES-SP. Haverá ampla divulgação do evento
na imprensa.
Os autores da SOBRAMES-SP que pretendam ter
seus livros na mostra devem fazer contato com Marcos
Salun pelo telefone (11) 9182-4815 ou pelo e-mail
sobrames@uol.com.br. Os livros da mostra poderão ser
entregues aos organizadores nas Pizzas Literárias de abril
e maio, com indicação de seu preço de venda, para que
sejam devidamente catalogados. Autores que pretendam
fazer lançamentos de seus livros no espaço da mostra
deverão reservar dia e horário, para montagem da
programação. A distribuição dos convites de lançamento,
nesse caso, fica por conta dos autores interessados.
No dia 10 de junho está prevista a realização de
novo sarau litero-musical, com uma singela cerimônia
de encerramento, com entrega de certificados aos
participantes.
Contamos com a participação de todos os nossos
confrades e seus familiares nesta importante atividade
organizada pela SOBRAMES-SP.
Coletânea
Acertando as contasAcendendo o forno
Estão na fase final os entendimentos com a
editora para a publicação de mais uma obra-prima da
SOBRAMES-SP, a coletânea “A Pizza Literária - Nona
Fornada” que deve ser lançada em novembro de 2006. O
forno já foi aceso e agora está na hora de coletar todos
os melhores ingredientes para que a obra tenha o mesmo
sabor e qualidade insuperáveis das edições anteriores.
A participação será por adesão e cada autor
poderá utilizar um mínimo de 5 (cinco) páginas do livro,
sem limite máximo. A cada página adquirida o autor terá
direito a 5 (cinco) exemplares da obra e 10 (dez) convites
para a noite de autógrafos e lançamento. Os interessados
devem preparar seus textos em prosa ou poesia,
gravando-os em arquivos magnéticos, em Word, fonte
Times New Roman, corpo 12.
Nas regras básicas já definidas, preve-se que não
há determinação de gênero ou tema específico para a
participação e tampouco limite máximo para o tamanho
dos textos. É uma oportunidade dos autores publicarem
sua obra em sistema cooperativo com baixo custo e
excelente qualidade editorial.
Aqueles que quiserem receber mais informações
antecipadamente, podem enviar e-mail para
SOBRAMES@UOL.COM.BR. Até o final deste mês os
escritores receberão correspondência específica com
todos os detalhes necessários à sua participação.