O relatório indica que o Rio teve 416 casos de contaminação por micobactéria em 2015, mais do que os outros cinco estados com maior incidência no Brasil. A contaminação ocorreu principalmente em hospitais particulares devido ao uso frequente de equipamentos de videocirurgia suscetíveis. A reutilização inadequada de materiais descartáveis e a falta de esterilização adequada foram fatores contribuintes para a epidemia. As autoridades de saúde mantêm o alerta devido a novos surtos identificados em outros estados.
Jornal do Brasil - Ciência e Tecnologia - Relatório diz que Rio teve 416 casos de contaminação por microbactéria
1. 01/03/2016 Jornal do Brasil Ciência e Tecnologia Relatório diz que Rio teve 416 casos de contaminação por microbactéria
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12/08/2008 às 01h21 Atualizada em 24/10/2011 às 23h49
Relatório diz que Rio teve 416 casos de contaminação por
microbactéria
Terçafeira, 1 de março de 2016
Jornal do Brasil
Felipe Sáles e Renata Victal, Jornal do Brasil
RIO ‐ Considerada uma emergência epidemiológica pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa),
as infecções pós‐cirúrgicas ocorridas depois de videocirurgias foram maiores nos últimos oito anos no Rio
do que nos cinco Estados com maior incidência no Brasil, segundo nota técnica divulgada pelo órgão.
Embora atualmente a situação no Rio seja considerada sob controle com 10 casos no primeiro trimestre a
Secretaria Estadual de Saúde mantém o alerta nas redes pública e privada de saúde devido ao novo surto
identificado no Espírito Santo.
Segundo registros do Sistema Único de Saúde (SUS), cerca de 30% dos pacientes internados em todo o páis
contraem algum tipo de infecção hospitalar.
Só no ano passado, o Rio contabilizou 416 casos mais de um por dia de infecções causadas pela
Micobactéria de Crescimento Rápido (MCR). Em oito anos, foram 969 vítimas mais do que o total de
casos, no período, encontrados em Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul, Pará e Espírito Santo, os dois
últimos, também com registro de epidemias recentes. O Rio é também o campeão absoluto de hospitais
contaminados: de 128 unidades infectadas, 77 ficavam no Estado. Espírito Santo, o segundo colocado,
registrou apenas 14 hospitais.
Nem particulares salvam
Presidente da Associação de Estudos em Controle de Infecção Hospitalar do Estado do Rio (AECIHERJ), o
infectologista Alberto Chebabo afirma que 80% das infecções por MCR ocorreram em hospitais
particulares, simplesmente porque costumam ter mais equipamentos de videocirurgias mais suscetíveis à
contaminação por esse tipo de bactéria. O reaproveitamento de materiais descartáveis e a falta de
esterilização adequada dos materiais videocirúrgicos foram os principais fatores de contaminação em
massa.
Os hospitais usavam uma solução química que achavam ser capaz de desinfectar explicou Chebabo. Isso
porque o processo de esterilização podia demorar até 24 horas. Agora toda a estrutura teve de ser
modificada.
Presidente da Sociedade Brasileira de Videocirurgia, Antônio Bispo credita também à conjuntura
econômica a epidemia de MCR.
Muitas vezes devido a limitações do plano de saúde ou à capacidade financeira do paciente,
desinfectaram materiais descartáveis de forma inadequada admite Bispo. Não estamos numa situação
epidêmica, o que não significa que não haja mais casos.
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