O documento descreve o ciclo das rochas, no qual as rochas podem se transformar de um tipo para outro através de processos naturais. Começa com rochas magmáticas que se formam pelo resfriamento de magma, e podem se tornar rochas sedimentares através da erosão ou rochas metamórficas sob alta pressão e temperatura. Rochas sedimentares se formam quando os sedimentos são depositados e consolidados, e rochas metamórficas ocorrem devido a alterações minerais sob novas condições.
1. Agrupamento de Escolas de Proença-a-Nova
Biologia e Geologia
10º Ano
Resumo
CICLO DAS ROCHAS
O Ciclo das Rochas
As rochas são o principal objeto de estudo da Geologia. Por definição uma rocha é um
agregado sólido que ocorre naturalmente e é
constituído por um ou mais minerais. Todo o
planeta Terra em si é constituído por rocha em
diferentes estados físicos e com diferentes
composições mineralógicas.
De uma forma geral as rochas podem
ser classificadas em três grandes grupos, quanto
à sua origem: magmáticas, sedimentares e
metamórficas. Estes três tipos de rochas não são imutáveis, isto é, uma rocha magmática não
permanece obrigatoriamente magmática para sempre, pode transformar-se num dos outros
dois tipos de rochas, isto se sofrer todo um conjunto de modificações. Desta forma as rochas
podem transitar de um tipo para o outro constituindo este processo o Ciclo das Rochas.
O ciclo das rochas é uma representação esquemática das diferentes transformações
que uma rocha pode sofrer. Por vezes o seu estudo pode ser complicado pois nele estão
representadas todas as vias possíveis de uma rocha, mas podemos simplifica-lo se analisarmos
um caminho de cada vez.
Mas para que se possa perceber o ciclo das rochas é necessário conhecer os processos
que levam à formação dos três tipos de rochas.
Rochas Magmáticas
Adquirem este nome pois derivam
invariavelmente da solidificação de magma –
rocha fundida que se encontra nas camadas
mais internas da Terra. Dependendo da
composição química do magma assim vai ser
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2. a rocha, pelo que existem uma variedade muito grande de rochas magmáticas, ainda assim é
possível dividir as rochas magmáticas em dois subgrupos dependendo da forma como o
magma arrefeceu.
Se o magma arrefeceu no interior da crusta terrestre, logo de forma lenta o que
permite o desenvolvimento de minerais de grandes dimensões, as rochas magmáticas
denominam-se de intrusivas ou plutónicas. Por seu lado, se o magma chega a superfície e
como tal passa a denominar-se de lava levando a um arrefecimento rápido (em contato com o
ar, água ou mesmo gelo) e como tal à formação de minerais de reduzidas dimensões, as rochas
magmáticas denominam-se de extrusivas ou vulcânicas (pois na maior parte a lava é expulsa
por vulcões).
Estas rochas pela forma como são formadas são as primeiras a surgir na Terra, como
tal todas as outras rochas são diretamente ou indiretamente derivadas destas rochas.
De forma resumida a formação das rochas sedimentares decorre da seguinte forma:
Rocha magmática
intrusiva ou plutónica
Magma
Rocha magmática
Lava Arrefecimento rápido
extrusiva ou vulcânica
Rochas Sedimentares
Os processos que levam à formação das rochas sedimentares decorrem à superfície da
crusta terrestre, pelo que estas rochas só se encontram nas camadas superficiais da Terra. Têm
origem em rochas preexistentes que podem ser magmáticas, metamórficas ou mesmo
sedimentares, quer isto dizer que uma rocha sedimentar é constituída por partes de outras
rochas.
Para que uma rocha sedimentar se forme têm que decorrer uma série de etapas que
por vezes podem demorar milhões de anos a concluir. A primeira etapa da formação destas
rochas é a Meteorização e Erosão da rocha original, processo onde basicamente a rocha
preexistente é degradada em porções mais pequenas – os sedimentos – sendo posteriormente
separados da rocha original (este ultimo processo acaba por ser a erosão). De facto a
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3. meteorização e a erosão são dois processos difíceis de separar até porque os seus agentes
acabam muitas vezes por serem os mesmos: água, vento, gelo, temperatura e seres vivos. A
meteorização pode ser física, em que simplesmente houve uma alteração física da rocha
(normalmente a fragmentação em porções mais pequenas); ou química em que há alterações
químicas nos minerais da rocha original (sendo que neste processo o agente mais comum é a
água).
Os sedimentos então formados passam pela segunda etapa do processo de formação
de uma rocha sedimentar, o transporte, em que são transportados por uma distância variável,
sendo que os agentes de transporte mais normais são a água (através dos rios, mares e
glaciares), vento ou seres vivos. O transporte decorre enquanto o agente tiver capacidade de
carga (ou seja capacidade de transportar o sedimento), quando o agente perde essa
capacidade o sedimento por ação da
gravidade depositam-se no solo, processo
esse que se denomina de sedimentação.
Devido a este fenómeno as rochas
sedimentares adquirem uma característica
particular que é o facto de se formarem
em camadas – os estratos.
Após a sedimentação dos
sedimentos estes podem ser recobertos por outros sedimentos que também sofreram
sedimentação, entrando-se agora noutra etapa, a diagénese. Basicamente a diagénese é um
conjunto de processos onde os sedimentos até então desagregados vão ser comprimidos
diminuído os espaços entre si e “colando-se” uns aos outros. Desta forma passa-se de um
conjunto de sedimentos desagregados para uma rocha de sedimentos consolidada. As duas
fases da diagénese são a compactação – em que ocorre a compressão dos sedimentos por
peso dos sedimentos que se depositam em cima, levando à diminuição dos espaços entre os
sedimentos e consequente expulsão da água que ocupava esses mesmos espaço – e a
cimentação – onde os sedimentos agora muito juntos ficam colados uns aos outros através de
substâncias como por exemplo a argila.
Dependendo dos sedimentos e dos processos envolvidos na formação de uma rocha
sedimentar elas são classificadas em detríticas, quimiogénicas e biogénicas.
Formadas a partir de clastos, materiais detríticos resultantes da erosão de
Detríticas
rochas já existentes. Estas partículas possuem minerais inalterados ou
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4. muito pouco alterados. Estas rochas podem ser não consolidadas, se os
clastos se encontrarem soltos, ou ser consolidada, se sofreram um
processo um processo de diagénese e os clastos estão ligados por um
cimento formado por minerais novos. A classificação destas rochas faz-se,
principalmente, atendendo ao tamanho dos detritos.
São rochas sedimentares resultantes de sedimentos químicos. São
formadas, essencialmente, por minerais de neoformação (minerais que
sofreram alterações tornando-se diferentes dos iniciais) resultantes da
precipitação de substâncias em solução ou por evaporação do solvente
(água).
Quimiogénicas
A precipitação de materiais dissolvidos, pode ocorrer devido à
evaporação da água ou devido à alteração de condições da solução, como
por exemplo, a variação da pressão ou da temperatura. As rochas
formadas por cristais que precipitam durante a evaporação da água têm
textura cristalina e designam-se por evaporitos.
Muitos organismos aquáticos fixam carbonatos. Após a morte, esses
seres depositam-se no fundo do mar, formando um sedimento biogénico.
Biogénicas
A parte orgânica normalmente é decomposta e as conchas acabam por
ser cimentadas, evoluindo para calcários consolidados.
De uma forma geral as rochas sedimentares forma-se da seguinte forma:
Meteorização
Rochas magmáticas
Erosão
Rocha
Rochas sedimentares
Transporte sedimentar
Rochas metamórficas
Sedimentação
Diagénese
Rochas metamórficas
As rochas metamórficas, tal como as sedimentares, formam-se por alteração de rochas
preexistentes mas normalmente no interior da crusta terreste uma vez que são necessárias
condições de pressão e temperatura superiores às encontradas à superfície. O processo que
levam à formação das rochas sedimentares denomina-se de metamorfismo.
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5. Sempre que uma rocha que se formou num determinado ambiente, com determinadas
características de temperatura e pressão, passa para outro ambiente os minerais que
constituem essa rocha são passíveis de sofrerem alterações. Minerais sujeitos a temperaturas
e pressões superiores às que se formaram podem tornar-se instáveis e reagir formando outros
minerais, estáveis nas novas condições. Assim não apenas as rochas magmáticas ou
sedimentares podem sofrer metamorfismo, mas também as rochas metamórficas, bastando
para isso estarem sujeitas a condições mais severas.
Os principais fatores de metamorfismo são a pressão e a temperatura, os dois atuam
ao mesmo tempo, havendo no entanto tipos de metamorfismo em que um deles atua mais do
que o outro. No caso do metamorfismo de contato o principal fator em causa é a
temperatura, isto porque ocorreu uma intrusão magmática (que se encontra a altas
temperaturas) que ao entrar em contato com a rocha encaixante leva a alteração desta, este
processo leva à formação de rochas como por exemplo as corneanas. O metamorfismo
regional por seu lado deriva essencialmente do aumento da pressão, ocorre normalmente em
zonas de limites convergentes em que o choque de duas massas rochosas leva a um aumento
progressivo da pressão (e consequentemente da temperatura) que ordena os minerais
segundo novos planos resultando em rochas laminares como a ardósia e o micaxisto.
Outros fenómenos podem levar à formação de rochas metamórficas como por
exemplo o metamorfismo de impacto,
em que devido ao impacto de
meteoritos na crusta terrestres geram-
se superficialmente elevadas
temperaturas e pressões, as quais são
suficientes para gerarem
metamorfismo.
Se os processos de
metamorfismos forem intensos o
suficiente as rochas podem mesmo fundir-se por completo e nesse momento entramos no
campo das rochas magmáticas, completando assim o ciclo.
As rochas metamórficas formam-se regra geral da seguinte forma:
Rochas magmáticas Metamorfismo
Rochas sedimentares (Pressão e Rocha metamórfico
Rochas metamórficas Temperatura)
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6. Se reunirmos todos os
percursos possíveis das rochas obtemos
o Ciclo das Rochas:
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