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Adequação alimentar e seu impacto no estado nutricional de crianças assistidas em uma
creche universitária no Estado da Bahia.
Fitness food and its impact on the nutritional status of children in a day care assisted in the State
university of Bahia.


RESUMO


Objetivo:
Avaliar a adequação alimentar e seu reflexo no estado nutricional, em crianças de ambos os sexos

com idades entre 4 meses a 3 anos e 11 meses assistidas em uma creche universitária na cidade de

Salvador, Bahia.

Método:

A avaliação antropométrica foi realizada utilizando os parâmetros peso e altura/estatura das

crianças. Para mensurar o peso do grupo do berçário utilizou-se a balança digital e para os demais

grupos a balança mecânica, ambas da marca Filizola®. A estatura foi aferida com o infantômetro

da marca Bandeirante®, e estadiômetro da marca Tonelli® para o berçário e os grupos 1, 2 e 3

respectivamente. Os dados socioeconômicos foram coletados através da anamnese realizada no ato

da matricula da criança na unidade. A análise dos macronutrientes e a dos micronutrientes, ferro,

cálcio e as vitaminas A e C, foram avaliadas com o auxílio do programa Nutwin®.

Resultados:

Dos nutrientes avaliados, o cálcio foi aquele que apresentou maior discrepância em relação à não

adequação, fato esperado já que, as refeições ofertas nesta instituição não são fontes deste

micronutriente.

Conclusão:

Os resultados demonstram que a variação no percentual de adequação em torno do que é

recomendado pelo FNDE, refletiu um impacto adequado no estado nutricional das crianças

assistidas favorável ao crescimento e desenvolvimento destas.



Palavras-chave: Estado nutricional; pré-escolares; alimentação infantil.
2
ABSTRACT


Objective:
Assess the adequacy food and its effects on nutritional status in children of both sexes aged 4
months to 3 years and 11 months attended day care in a university in the city of Salvador, Bahia.
Method:

The anthropometric parameters were performed using height and weight / height of children. To

measure the weight of the nursery group used the digital scale and other groups for the mechanical

balance, both by Filizola ®. Height was measured with the Bandeirante® infantometer brand, and

brand Tonelli® stadiometer to the nursery and groups 1, 2 and 3 respectively. The socioeconomic

data were collected through the interview held at the time of enrolling the child in the unit.

Analysis of macronutrients and micronutrients, iron, calcium and vitamins A and C were evaluated

with the aid of the NutWin ®.

Results:

Of nutrients, calcium was the one that showed the greatest discrepancy in relation to the

inadequacy, indeed expected since, this institution offers meals are not sources of this

micronutrient.

Conclusion:

The results show that the variation in the percentage of adequacy around what is recommended by

the ENDF, reflected an appropriate impact on nutritional status of children attending favorable to

growth and development of these.



Keywords: Nutritional status; Preschool; Infant feeding.
3
INTRODUÇÃO



É essencial, nos primeiros anos de vida, uma alimentação equilibrada no aspecto quantitativo e

qualitativo para a promoção do crescimento e desenvolvimento adequados da criança, pois uma

boa alimentação proporciona o aporte nutricional e energético necessários para o organismo

desempenhar bem suas funções e assim permitir um bom estado de saúde. Portanto, a alimentação

na infância é de suma importância, pois é nesta fase, que a incorporação de hábitos alimentares

saudáveis contribui para a saúde do indivíduo¹.

As práticas alimentares são adquiridas durante toda a vida, destacando-se os primeiros anos como

um período muito importante para o estabelecimento de hábitos alimentares que promovam o bem-

estar do sujeito ². A idade pré-escolar se caracteriza por um período de crescimento lento, porém

contínuo, de alta vulnerabilidade e susceptibilidade à má nutrição ³. Assim carências nutricionais

nesta fase da vida, levam ao crescimento deficiente, aumentam o risco de infecções, promovem

alterações no processo de maturação do sistema nervoso, no desenvolvimento mental e intelectual,

provocando desequilíbrios morfológicos e funcionais, os quais, dependendo da intensidade e

duração, podem ser irreversíveis, ou até mesmo resultar em mortalidade precoce ³. O

acompanhamento da situação nutricional das crianças constitui um instrumento de grande

importância para aferição das condições de saúde da população infantil 4.

A avaliação do consumo alimentar em pesquisas destinadas a estabelecer condições de saúde

torna-se necessária, pois permite caracterizar o nível de risco e a vulnerabilidade da população às

deficiências nutricionais, assim como adequar ou propor medidas de intervenção que garantam a

saúde, particularmente no segmento da população menor de cinco anos, idade na qual a dieta

constitui um dos fatores determinantes da velocidade de crescimento e desenvolvimento, bem

como construção dos hábitos alimentares saudáveis ³.

A antropometria é utilizada na avaliação das dimensões físicas do individuo, sendo um método

bastante aproveitado no diagnóstico nutricional pela facilidade de aplicação, baixo custo e por se

tratar de medidas não invasivas.
4
O acompanhamento da situação nutricional das crianças constitui um instrumento fundamental

para a aferição das condições de saúde da população infantil e monitoramento da evolução da

qualidade de vida da população em geral5.

Segundo Guimarães e Barros6, o uso de índices antropométricos tem sido considerado uma es-

tratégia válida para gerar indicadores sensíveis do estado nutricional e, inclusive, das condições de

vida dos grupos populacionais estudados.

Para a interpretação dos dados de avaliação antropométrica em crianças, pode-se utilizar as

relações entre: peso/idade (P/I), peso/estatura (P/E) e idade/estatura (I/E). Comparando-se então, as

informações obtidas com as curvas de referência recomendadas pela World Health Organization

(WHO)7.

As crianças beneficiadas pela creche permanecem a maior parte de seu tempo nessa instituição, a

maioria em regime integral, com isso a creche é responsável por promover hábitos alimentares

saudáveis e de educação infantil por se tratar de um ambiente de socialização e educação.

Analisando a importância da alimentação escolar, principalmente na idade pré-escolar, é de

fundamental importância que se conheça o valor nutricional da alimentação oferecida pela creche a

fim de averiguar a repercussão da mesma no estado nutricional das crianças nela atendidas.



MÉTODOS


O presente estudo é de caráter transversal constituído de levantamento dos dados antropométricos,

quanti-qualitativo e observacional, onde foi realizada a análise da adequação alimentar quanto à

energia, macronutrientes, vitaminas A e C e os minerais ferro e cálcio. Nessa instituição, são

servidas quatro refeições diárias, divididas em: 1° lanche às 9h, o almoço 11h e 30 min., o 2°

lanche às 14h, e o jantar às 16h. Sendo escolhido como refeição padrão o almoço do cardápio de

uma semana, por ser a refeição que atende a um maior número de crianças assistidas.


Foi utilizada a balança de precisão Welmy®, com capacidade máxima de três quilos e

sensibilidade de 1g para mensurar a quantidade de alimentos que compõem uma refeição padrão
5
(almoço). Para análise da adequação dos nutrientes foi utilizado o programa Nutwin®.

Qualitativamente, verificou-se a diversidade dos diferentes gêneros alimentícios e a combinação

dos mesmos em nutrientes e propriedades sensoriais tais como cores, texturas e sabores.


Optou-se por analisar a adequação dos micronutrientes supracitados, dada a sua importância nos

processos de crescimento e desenvolvimento de crianças, haja vista a maior vulnerabilidade dos

pré-escolares a deficiência dessas vitaminas e minerais conforme consta na literatura.

O universo amostral do estudo é constituído de 50 crianças de ambos os sexos, sendo elas

agrupadas em 4 categorias que são:

Berçário – crianças entre 4 meses e 1 ano de idade

Grupo I – crianças entre 1 ano a aproximadamente 2 anos

Grupo II – crianças entre 2 anos a aproximadamente 3 anos

Grupo III – crianças entre 3 anos a aproximadamente 4 anos

O trabalho foi realizado durante o período letivo de 2010, as crianças atendidas na instituição são

filhos (as) de estudantes de graduação e pós-graduação e servidores da própria universidade.

Foram excluídas do estudo as crianças que não estiveram presentes em todas as etapas das

medidas.

Foram utilizadas medidas como peso e altura para realizar a avaliação antropométrica das crianças.

Para aferir o peso das crianças do berçário, utilizou-se a balança digital da marca Filizola® com

capacidade máxima de 15 kg e precisão de 5g e para medir o comprimento usou-se o infantômetro

da marca Bandeirante® de madeira e alumínio, com comprimento máximo de 1m. Para as crianças

dos demais grupos, foi utilizada a balança mecânica Filizola® com capacidade máxima de 150 kg

e precisão de 100g, já as medidas de altura foram aferidas com o auxílio do estadiômetro da marca

Tonelli®, fixado em parede plana sem rodapé.

As crianças do berçário e do grupo I foram avaliadas três vezes durante o período do estudo, pois

entende-se que essas crianças passam por um crescimento linear mais rápido durante esse período.
6
Enquanto que as crianças dos grupos II e III foram avaliadas duas vezes, por acreditar que o

crescimento linear nessa faixa etária acontece mais lentamente.

Através das medidas peso e estatura, calculou-se os três índices antropométricos comumente

utilizados na avaliação nutricional do infante.

   Peso/Idade – Massa corporal relativa à idade cronológica. Indicador de mudança recente de

peso relacionado com a idade.

   Estatura/Idade – Reflete o crescimento linear. Indicando se houve ou não comprometimento do

crescimento durante todo o seu desenvolvimento.

   Peso/ Estatura – Evidencia se o individuo apresenta massa corporal adequada para a altura.

O diagnóstico nutricional foi obtido através da análise dos resultados dos índices por meio dos

gráficos da WHO7 e classificados de acordo com os percentis da mesma organização.

Serviu também como instrumento do estudo a anamnese realizada com os pais durante a admissão

da criança na creche por entender que são dados importantes que podem esclarecer os possíveis

resultados do estado nutricional da criança.

Todos os fatores descritos acima podem influenciar no estado nutricional da criança sendo

variáveis importantes para a discussão do estudo. Após a análise dos macronutrientes:

carboidratos, proteínas e lipídios e dos micronutrientes: cálcio, ferro, vitaminas A e C, foi

realizado a percentagem de adequação dos macros e micronutrientes através da fórmula: média dos

valores encontrados/média dos valores recomendados x 100. Foi considerado que o almoço perfaz

30% das necessidades diárias das crianças assistidas, a partir da recomendação do FNDE 8 pôde-se

estabelecer a comparação entre o ofertado e o recomendado para a faixa etária em estudo.
7


RESULTADOS


Perfil antropométrico
Do total de crianças avaliadas 47,62 % eram do sexo masculino e 52,38 % do feminino. Pôde-se

observar a partir do presente estudo que a maioria das crianças encontra-se com o peso adequado

tanto para o indicador altura quanto para a idade (72% e 66% respectivamente).

Apenas 2% das crianças apresentaram isoladamente, diagnósticos de grave, moderado déficit de

peso para a idade e, excesso de peso relacionado à idade. 4% das crianças apresentaram leve risco

para déficit, 16% com risco para excesso e 8% com excesso de peso relacionado à altura (Tabela

1).


Análise da adequação alimentar

Para análise da adequação dos macros e micronutrientes, confrontou-se os achados com os dados

preconizados pelo FNDE 8. Assim, o valor calórico médio do almoço de uma semana, no berçário

e no grupo 1 é considerado aceitável, apesar de não ter atingido o recomendado pelo FNDE8. No

grupo 2 e 3 o percentual médio obtido foi relativamente adequado (104,1%).

Quanto as proteínas, observou-se percentual médio de adequação aceitável no berçário (84,13%)

enquanto que nos grupos 1, 2 e 3 os valores foram elevados.

A adequação dos carboidratos está elevada no berçário e no grupo 2 e 3, enquanto no 1 o valor foi

70,6%, não alcançando os valores preconizados pelo FNDE8. Salienta-se a necessidade de

adequação do valor de carboidrato, por ser um nutriente indispensável ao crescimento vez que,

constitui um componente primordial como fonte energética.

Em relação aos lipídios, verifica-se que a quantidade servida foi inferior à recomendada, em todos

os grupos.

O aporte médio de ferro excedeu as recomendações do FNDE8 no grupo 2 e 3, no grupo 1 o valor

obtido é aceitável (90%), mas não atingiu o valor preconizado. O berçário alcançou apenas 59,70%

de adequação.
8
O cálcio obteve um percentual médio de adequação no berçário e grupos 1, 2 e 3 de 34,1%, 32,1%

e 36,7% respectivamente.

Os minerais zinco e magnésio e a vitamina A apresentaram um percentual médio de adequação

elevados em todos os grupos, exceto o percentual médio de adequação do zinco no berçário, cujo

valor alcançado (84,44%) não atingiu o preconizado pelo FNDE 8, apesar de ser aceitável.

As tabela 1 e 2 sugerem melhor visualização da discussão supracitada, fornecendo uma

comparação entre os valores preconizados pelo FNDE 8e o alcançado no almoço, em todos os

grupos do estudo (ANEXO).

Características socioeconômicas

A partir da análise da anamnese feita com os pais ou responsáveis da criança no ato de ingresso à

Creche pôde-se verificar que todas as crianças assistidas possuíam moradia com saneamento básico, e a

maioria possuía renda salarial ≥ 1 salário mínimo*. As mães das crianças eram em sua maioria

estudantes tinham no mínimo o curso superior incompleto (Tabela 3).



DISCUSSÃO

O perfil antropométrico das crianças avaliadas é similar aos achados de Alves et al.5 onde avaliou

pré-escolares com idades entre 4 a 6 anos, em creches filantrópicas da cidade de Umuarama, Para-

ná. Entre as crianças analisadas 81,14% encontravam-se na faixa de eutrofia para o escore z
                                                            9
estatura/idade. Já um estudo realizado por Martino et al.       onde avaliou, dentre outras coisas, o

estado nutricional de pré-escolares assistidos em Centros Educacionais Municipais de Alfenas

(MG) os percentuais para crianças eutróficas foram apenas de: 58,3 % para o índice P/I, 68,2 %

para P/E e 43,7% para E/I. Observou-se ainda desnutrição crônica ou pregressa caracterizada pela

baixa estatura em 20,5% das crianças e desnutrição aguda, por baixo peso, em 4% destas.

Os valores encontrados nesta instituição que se referem ao excesso de peso estão em acordo com

uma variedade de estudos realizados no país que confirmam o fenômeno conhecido como transição

nutricional.
9
           10
Tuma et al. , realizaram um trabalho em três creches de Brasília, e encontraram a ocorrência de

6,1% de excesso de peso e 4,8 % de déficit de estatura, de acordo com os índices P/E e E/I,

respectivamente. Corso et al.11 encontraram a ocorrência de 6,8 % de obesidade em crianças

menores de seis anos em Florianópolis Santa Catarina; Uma pesquisa realizada por Lima e

Grillo12, em escolas e creches públicas do Município de Bombinhas, Santa Catarina, encontrou

13% de sobrepeso entre as crianças avaliadas; E o trabalho de Gigante et al.13 realizado em

Pelotas, onde acompanharam 1.273 crianças e detectaram cerca de 10% de sobrepeso, Todos estes

trabalhos permitem mostrar que existe de fato, uma tendência de aumento das prevalências de

sobrepeso e obesidade nas crianças brasileiras. A prevalência de sobrepeso e obesidade em pré-

escolares reflete a transição epidemiológica e nutricional, pela qual o país está passando e que

exige planejamento de intervenções nutricionais adequadas que possam contemplar também a

prevenção da obesidade entre as crianças institucionalizadas5.

Sobre a análise da adequação alimentar os achados do teor protéico na creche em estudo, tiveram
                                                                 14
resultados semelhantes aos encontrados por Abranches et al.           onde mostram que o conteúdo

protéico oferecido por creches públicas e privadas no contexto do programa da alimentação

escolar, em São Paulo, havia ultrapassado as necessidades estimadas para crianças.

A maioria dos trabalhos que avaliaram a oferta de proteínas na alimentação do infante encontrou

resultados semelhantes 15,16. O consumo de uma alimentação hiperprotéica poderia ser um fator de

proteção para a desnutrição, desde que atendida as recomendações de energia15. Como os lipídios

são nutrientes destinados a função energética, as proteínas excedentes poderiam estar sendo

mobilizadas para este fim, visto que o cardápio do almoço apresentou-se hipolipídico.

As quantidades inferiores de lipídios em relação à recomendação, estão em acordo com os achados

de Carvajal et al. 17 onde ao analisar a adequação da merenda escolar de uma escola da 1º a 4º série

de Maringá-PR, obteve o percentual de adequação (42,58%) também inferior, ainda que

comparado ao recomendado pelo PNAE.

Quanto a inadequação do ferro salienta-se que o almoço representa a principal refeição do dia de

muitas crianças na creche e nessa fase as recomendações de ferro que estão elevadas precisam ser
10
supridas em função da expansão do volume sanguíneo e do crescimento dos tecidos, além da

freqüente ocorrência de anemia nessa faixa etária.

Assim como o ferro, é necessário enfatizar a importância da adequação da vitamina C que não

atingiu o percentual de adequação em todos os grupos. É sabido que a vitamina C aumenta a

biodisponibilidade do ferro da dieta, sendo um aspecto importante a ser destacado, visto que a

anemia ferropriva na faixa etária em estudo é freqüente. Sendo considerada uma carência

nutricional endêmica conforme relata Abranches et al. 14. Esses achados refletem, possivelmente, a

não consideração da sobremesa oferecida às crianças, a qual comumente é constituída por frutas,

fontes dessa vitamina. Ainda assim, enfatiza-se a necessidade de atentar-se aos resultados, pois

sendo uma vitamina fotossensível e não termoresistente, os valores contabilizados pelo software

passam a não refletir a quantidade real de vitamina servida, os quais certamente estão menores

ainda dos observados.

Os valores encontrados de cálcio são resultados esperados, já que ao considerar apenas o almoço

na presente pesquisa, esta refeição geralmente não oferta fontes de cálcio. É importante considerar

que poderá haver uma maior oferta desse micronutriente nas demais refeições realizadas no lar

podendo atingir sua recomendação diária. Ainda assim, deve-se atentar aos altos valores

encontrados de proteínas no almoço, uma vez que em excesso propicia efeito hipercalciurético

comprometendo a biodisponibilidade de cálcio na dieta18. Alves et al.5 ao observar o consumo

alimentar verificou que o cálcio também foi nutriente menos ofertado com 14,93% de adequação,

muito abaixo do preconizado. Diante dos achados, ressalta-se a necessidade de garantir a ingestão

mínima do cálcio, pois é sabida sua importância para a formação dos ossos e dentes na infância.

O expressivo resultado dos minerais zinco e magnésio configura-se num aspecto positivo para as

crianças, haja vista a atuação dos mesmos como cofatores de enzimas responsáveis tanto por

diversas atividades metabólicas como na resposta imune inata e adquirida, além do papel

importante na maturação dos tecidos e células linfóides. Sua deficiência acarreta neutropenia e

linfopenia, comprometendo a imunocompetência 19.
11
A presença de alimentos como abóbora e cenoura possibilitou o elevado percentual médio da

vitamina A. Estando em harmonia como os resultados encontrados por Spinelli et al.15 quando

observou o consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches obteve oferta razoável de

adequação de vitamina A (92,2% e 98%), reflexo da freqüência de alimentos como abóbora,

cenoura, mamão e outros no cardápio desse estudo. Adicionalmente, Abranches et al.14 obteve
                                                                                   17
resultados similares, por outro lado, o trabalho realizado por Carvajal et al.          não atingiu a

recomendação dessa vitamina sendo obtido apenas 14,04% de percentual médio de adequação.

Os valores elevados dessa vitamina se tornam significantemente positivos, pois a maior

vulnerabilidade dos pré-escolares a essa carência nutricional é justificada pelo rápido crescimento

e desenvolvimento nessa fase da vida, com conseqüente aumento das necessidades de vitamina A,

além das múltiplas doenças a que estão expostos, principalmente, as infecções gastrointestinais e

respiratórias20. As quais reduzem a absorção e elevam consideravelmente a utilização biológica e a

excreção desse micronutriente21.

No que diz respeito às características socioeconômicas avaliadas no estudo é importante salientar

que o meio ambiente, permeado pelas condições materiais de vida e pelo acesso aos serviços de

saúde e educação, determina padrões característicos de saúde e doença na criança. Variáveis como

renda familiar, escolaridade, entre outras, estão condicionadas, à forma de inclusão das famílias no

processo de produção, refletindo na aquisição de alimentos e, conseqüentemente, no estado

nutricional dessas crianças22. Os achados do presente estudo está em consonância com os

encontrados por Castro et al.22 onde as condições sanitárias dos domicílios eram satisfatórias, uma

vez que a maioria das famílias das crianças possui saneamento básico em suas moradias. É fácil

verificar, especificamente sobre a saúde infantil, que um maior nível de escolaridade dos pais

poderá, por exemplo, levar a um melhor entendimento dos mecanismos etiológicos das doenças

infantis e a uma maior eficiência nos cuidados higiênicos com as crianças. Poderá também

contribuir para melhor identificação e utilização de serviços públicos de assistência à criança que

desenvolvem atividades como puericultura e vacinação. O saneamento básico tem grande

influência sobre o estado nutricional das crianças, pois a desnutrição infantil e infecções
12
geralmente estão relacionadas à baixa condição de moradia e saneamento básico, interferindo no

estado nutricional da criança 23.



CONCLUSÃO

Os dados apresentados demonstram que a maior discrepância da não adequação, foi de cálcio, em

todos os grupos, aspecto este esperado já que não há oferta de refeições que incluam fontes deste

micronutriente na creche. Assim é recomendável a observância sistemática de oferta domiciliar de

uma refeição láctea, fonte de cálcio, na primeira e última refeição(ceia e desjejum).para que se

consiga atingir as recomendações. Apesar do percentual de adequação não ter atingindo 100% nos

grupos analisados, com variação para mais ou para menos de macro e micronutrientes, pôde-se

observar que, este não foi um indicador que refletisse negativamente no estado nutricional das

crianças assistidas, já que a maioria encontra-se em adequado estado nutricional no que diz

respeito ao peso relacionado à altura e idade.
13
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ILUSTRAÇÕES
Tabela 1. Diagnóstico antropométrico segundo os indicadores P/A e P/I entre os diferentes grupos da creche estudada.


                                                                                                                                                               TOTAL
                                BERÇÁRIO                               GRUPO 1                          GRUPO 2                        GRUPO 3
    Diagnóstico
                                   (Total – 06)                        (Total - 11)                     (Total -19)                    (Total -14)

                             P/A                  P/I            P/A                  P/I         P/A              P/I           P/A              P/I         P/A    P/I
                          n........%          n.......%        n......%          n......%       n......%        n........%    n........%       n........%     %      %
Grave                          -           1........16,7           -                   -            -                 -            -                 -         -     02
Moderado                       -                   -               -                   -            -                 -            -          1.......7,1      -     02
Leve       (risco   de   1.......16, 7       2.......33,3          -            4......36,4         -          5........27,   1.......7,1     3......21,4     04     28
déficit)                                                                                                              8

Adequado                 4......66,7         3........50     10......90,9       7.......63,6   13.....68,4     13......68,    9.......64,3    10......71,     72     66
                                                                                                                      4                              4
Risco de excesso         1.......16,7              -          1.......7,1              -       3......15,8            -       3......21,4            -        16      -
Excesso                        -                   -               -                   -       3......15,8     1........5,6   1.......7,1            -        08     02
Obesidade grave                -                   -               -                   -            -                 -            -                 -         -      -



Tabela 2. Percentual médio de adequação do almoço servido na creche no período de uma semana.

           GRUPOS                                       BERÇÁRIO                                                  GRUPO 1                                           GRUPO 2 e 3                 GRUPO 2 e 3
 Nutrientes/ Energia                     R                 E     PA(%)                          R                  E      PA(%)                              R**       E        PA(%)   R***      E         PA(%)
       Energia (cal)                     200                185,75             92,88              300              267,42               89,1                 300      312,38    104,1    400      312,4     78,10
         PTN (g)                         6,3                  5,3              84,13              9,4               13,58               144,5                9,4      14,57      155    12,5       14,6     116,8
         CHO (g)                         32,5                37,02             113,91             48,8              34,45               70,6                48,8      56,44     115,7   65,0       56,4      86,8
         LIP (g)                         5,0                 1,78               35,6              7,5               2,03                27,1                 7,5       3,14     41,9    10,0       3,1       31,0
         Fe (mg)                         3,3                 1,97              59,70              2,1               1,89                90,0                 2,1       2,83     134,8    3,0       2,8       93,3
         Ca (mg)                         81,0                27,62             34,10             150,0              48,21               32,1                150,0     55,10     36,7    240,0      55,1      23,0
        Vit C (mg)                       15,0                9,94              66,27              5,0               1,93                38,6                 5,0       2,88     57,6     8,0       2,9       36,3
       Vit A (µg)*                      150,0               469,32             312,88             90,0             478,19               531,3               90,0      622,98    692,2   120,0     623,0     519,2
         Mg (mg)                         23,0                26,64             115,83             24,0              38,17               159,1               24,0      57,36     239,0   39,0       57,4     147,2
         Zn (mg)                         0,9                 0,76              84,44              0,9               1,26                140,0                0,9       1,81     201,1    1,5       1,8      120,0
LEGENDA:

Tabela 2. Percentual médio de adequação do almoço servido na creche no período de uma semana.

     R: RECOMENDADO
     E: ENCONTRADO
    PA: PERCENTUAL DE ADEQUAÇÃO

   *Forma de Retinol
  **Recomendado para 3 anos de idade
 *** Recomendado para 4 anos de idade

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Adequação alimentar e seu impacto no estado nutricional de crianças assistidas em uma Creche Universitária no Estado da Bahia. Autores: Maria Helena Gonçalves Lima ¹ Lílian Portela Pereira da Silva² Kely Sousa Ma

  • 1. Adequação alimentar e seu impacto no estado nutricional de crianças assistidas em uma creche universitária no Estado da Bahia. Fitness food and its impact on the nutritional status of children in a day care assisted in the State university of Bahia. RESUMO Objetivo: Avaliar a adequação alimentar e seu reflexo no estado nutricional, em crianças de ambos os sexos com idades entre 4 meses a 3 anos e 11 meses assistidas em uma creche universitária na cidade de Salvador, Bahia. Método: A avaliação antropométrica foi realizada utilizando os parâmetros peso e altura/estatura das crianças. Para mensurar o peso do grupo do berçário utilizou-se a balança digital e para os demais grupos a balança mecânica, ambas da marca Filizola®. A estatura foi aferida com o infantômetro da marca Bandeirante®, e estadiômetro da marca Tonelli® para o berçário e os grupos 1, 2 e 3 respectivamente. Os dados socioeconômicos foram coletados através da anamnese realizada no ato da matricula da criança na unidade. A análise dos macronutrientes e a dos micronutrientes, ferro, cálcio e as vitaminas A e C, foram avaliadas com o auxílio do programa Nutwin®. Resultados: Dos nutrientes avaliados, o cálcio foi aquele que apresentou maior discrepância em relação à não adequação, fato esperado já que, as refeições ofertas nesta instituição não são fontes deste micronutriente. Conclusão: Os resultados demonstram que a variação no percentual de adequação em torno do que é recomendado pelo FNDE, refletiu um impacto adequado no estado nutricional das crianças assistidas favorável ao crescimento e desenvolvimento destas. Palavras-chave: Estado nutricional; pré-escolares; alimentação infantil.
  • 2. 2 ABSTRACT Objective: Assess the adequacy food and its effects on nutritional status in children of both sexes aged 4 months to 3 years and 11 months attended day care in a university in the city of Salvador, Bahia. Method: The anthropometric parameters were performed using height and weight / height of children. To measure the weight of the nursery group used the digital scale and other groups for the mechanical balance, both by Filizola ®. Height was measured with the Bandeirante® infantometer brand, and brand Tonelli® stadiometer to the nursery and groups 1, 2 and 3 respectively. The socioeconomic data were collected through the interview held at the time of enrolling the child in the unit. Analysis of macronutrients and micronutrients, iron, calcium and vitamins A and C were evaluated with the aid of the NutWin ®. Results: Of nutrients, calcium was the one that showed the greatest discrepancy in relation to the inadequacy, indeed expected since, this institution offers meals are not sources of this micronutrient. Conclusion: The results show that the variation in the percentage of adequacy around what is recommended by the ENDF, reflected an appropriate impact on nutritional status of children attending favorable to growth and development of these. Keywords: Nutritional status; Preschool; Infant feeding.
  • 3. 3 INTRODUÇÃO É essencial, nos primeiros anos de vida, uma alimentação equilibrada no aspecto quantitativo e qualitativo para a promoção do crescimento e desenvolvimento adequados da criança, pois uma boa alimentação proporciona o aporte nutricional e energético necessários para o organismo desempenhar bem suas funções e assim permitir um bom estado de saúde. Portanto, a alimentação na infância é de suma importância, pois é nesta fase, que a incorporação de hábitos alimentares saudáveis contribui para a saúde do indivíduo¹. As práticas alimentares são adquiridas durante toda a vida, destacando-se os primeiros anos como um período muito importante para o estabelecimento de hábitos alimentares que promovam o bem- estar do sujeito ². A idade pré-escolar se caracteriza por um período de crescimento lento, porém contínuo, de alta vulnerabilidade e susceptibilidade à má nutrição ³. Assim carências nutricionais nesta fase da vida, levam ao crescimento deficiente, aumentam o risco de infecções, promovem alterações no processo de maturação do sistema nervoso, no desenvolvimento mental e intelectual, provocando desequilíbrios morfológicos e funcionais, os quais, dependendo da intensidade e duração, podem ser irreversíveis, ou até mesmo resultar em mortalidade precoce ³. O acompanhamento da situação nutricional das crianças constitui um instrumento de grande importância para aferição das condições de saúde da população infantil 4. A avaliação do consumo alimentar em pesquisas destinadas a estabelecer condições de saúde torna-se necessária, pois permite caracterizar o nível de risco e a vulnerabilidade da população às deficiências nutricionais, assim como adequar ou propor medidas de intervenção que garantam a saúde, particularmente no segmento da população menor de cinco anos, idade na qual a dieta constitui um dos fatores determinantes da velocidade de crescimento e desenvolvimento, bem como construção dos hábitos alimentares saudáveis ³. A antropometria é utilizada na avaliação das dimensões físicas do individuo, sendo um método bastante aproveitado no diagnóstico nutricional pela facilidade de aplicação, baixo custo e por se tratar de medidas não invasivas.
  • 4. 4 O acompanhamento da situação nutricional das crianças constitui um instrumento fundamental para a aferição das condições de saúde da população infantil e monitoramento da evolução da qualidade de vida da população em geral5. Segundo Guimarães e Barros6, o uso de índices antropométricos tem sido considerado uma es- tratégia válida para gerar indicadores sensíveis do estado nutricional e, inclusive, das condições de vida dos grupos populacionais estudados. Para a interpretação dos dados de avaliação antropométrica em crianças, pode-se utilizar as relações entre: peso/idade (P/I), peso/estatura (P/E) e idade/estatura (I/E). Comparando-se então, as informações obtidas com as curvas de referência recomendadas pela World Health Organization (WHO)7. As crianças beneficiadas pela creche permanecem a maior parte de seu tempo nessa instituição, a maioria em regime integral, com isso a creche é responsável por promover hábitos alimentares saudáveis e de educação infantil por se tratar de um ambiente de socialização e educação. Analisando a importância da alimentação escolar, principalmente na idade pré-escolar, é de fundamental importância que se conheça o valor nutricional da alimentação oferecida pela creche a fim de averiguar a repercussão da mesma no estado nutricional das crianças nela atendidas. MÉTODOS O presente estudo é de caráter transversal constituído de levantamento dos dados antropométricos, quanti-qualitativo e observacional, onde foi realizada a análise da adequação alimentar quanto à energia, macronutrientes, vitaminas A e C e os minerais ferro e cálcio. Nessa instituição, são servidas quatro refeições diárias, divididas em: 1° lanche às 9h, o almoço 11h e 30 min., o 2° lanche às 14h, e o jantar às 16h. Sendo escolhido como refeição padrão o almoço do cardápio de uma semana, por ser a refeição que atende a um maior número de crianças assistidas. Foi utilizada a balança de precisão Welmy®, com capacidade máxima de três quilos e sensibilidade de 1g para mensurar a quantidade de alimentos que compõem uma refeição padrão
  • 5. 5 (almoço). Para análise da adequação dos nutrientes foi utilizado o programa Nutwin®. Qualitativamente, verificou-se a diversidade dos diferentes gêneros alimentícios e a combinação dos mesmos em nutrientes e propriedades sensoriais tais como cores, texturas e sabores. Optou-se por analisar a adequação dos micronutrientes supracitados, dada a sua importância nos processos de crescimento e desenvolvimento de crianças, haja vista a maior vulnerabilidade dos pré-escolares a deficiência dessas vitaminas e minerais conforme consta na literatura. O universo amostral do estudo é constituído de 50 crianças de ambos os sexos, sendo elas agrupadas em 4 categorias que são: Berçário – crianças entre 4 meses e 1 ano de idade Grupo I – crianças entre 1 ano a aproximadamente 2 anos Grupo II – crianças entre 2 anos a aproximadamente 3 anos Grupo III – crianças entre 3 anos a aproximadamente 4 anos O trabalho foi realizado durante o período letivo de 2010, as crianças atendidas na instituição são filhos (as) de estudantes de graduação e pós-graduação e servidores da própria universidade. Foram excluídas do estudo as crianças que não estiveram presentes em todas as etapas das medidas. Foram utilizadas medidas como peso e altura para realizar a avaliação antropométrica das crianças. Para aferir o peso das crianças do berçário, utilizou-se a balança digital da marca Filizola® com capacidade máxima de 15 kg e precisão de 5g e para medir o comprimento usou-se o infantômetro da marca Bandeirante® de madeira e alumínio, com comprimento máximo de 1m. Para as crianças dos demais grupos, foi utilizada a balança mecânica Filizola® com capacidade máxima de 150 kg e precisão de 100g, já as medidas de altura foram aferidas com o auxílio do estadiômetro da marca Tonelli®, fixado em parede plana sem rodapé. As crianças do berçário e do grupo I foram avaliadas três vezes durante o período do estudo, pois entende-se que essas crianças passam por um crescimento linear mais rápido durante esse período.
  • 6. 6 Enquanto que as crianças dos grupos II e III foram avaliadas duas vezes, por acreditar que o crescimento linear nessa faixa etária acontece mais lentamente. Através das medidas peso e estatura, calculou-se os três índices antropométricos comumente utilizados na avaliação nutricional do infante.  Peso/Idade – Massa corporal relativa à idade cronológica. Indicador de mudança recente de peso relacionado com a idade.  Estatura/Idade – Reflete o crescimento linear. Indicando se houve ou não comprometimento do crescimento durante todo o seu desenvolvimento.  Peso/ Estatura – Evidencia se o individuo apresenta massa corporal adequada para a altura. O diagnóstico nutricional foi obtido através da análise dos resultados dos índices por meio dos gráficos da WHO7 e classificados de acordo com os percentis da mesma organização. Serviu também como instrumento do estudo a anamnese realizada com os pais durante a admissão da criança na creche por entender que são dados importantes que podem esclarecer os possíveis resultados do estado nutricional da criança. Todos os fatores descritos acima podem influenciar no estado nutricional da criança sendo variáveis importantes para a discussão do estudo. Após a análise dos macronutrientes: carboidratos, proteínas e lipídios e dos micronutrientes: cálcio, ferro, vitaminas A e C, foi realizado a percentagem de adequação dos macros e micronutrientes através da fórmula: média dos valores encontrados/média dos valores recomendados x 100. Foi considerado que o almoço perfaz 30% das necessidades diárias das crianças assistidas, a partir da recomendação do FNDE 8 pôde-se estabelecer a comparação entre o ofertado e o recomendado para a faixa etária em estudo.
  • 7. 7 RESULTADOS Perfil antropométrico Do total de crianças avaliadas 47,62 % eram do sexo masculino e 52,38 % do feminino. Pôde-se observar a partir do presente estudo que a maioria das crianças encontra-se com o peso adequado tanto para o indicador altura quanto para a idade (72% e 66% respectivamente). Apenas 2% das crianças apresentaram isoladamente, diagnósticos de grave, moderado déficit de peso para a idade e, excesso de peso relacionado à idade. 4% das crianças apresentaram leve risco para déficit, 16% com risco para excesso e 8% com excesso de peso relacionado à altura (Tabela 1). Análise da adequação alimentar Para análise da adequação dos macros e micronutrientes, confrontou-se os achados com os dados preconizados pelo FNDE 8. Assim, o valor calórico médio do almoço de uma semana, no berçário e no grupo 1 é considerado aceitável, apesar de não ter atingido o recomendado pelo FNDE8. No grupo 2 e 3 o percentual médio obtido foi relativamente adequado (104,1%). Quanto as proteínas, observou-se percentual médio de adequação aceitável no berçário (84,13%) enquanto que nos grupos 1, 2 e 3 os valores foram elevados. A adequação dos carboidratos está elevada no berçário e no grupo 2 e 3, enquanto no 1 o valor foi 70,6%, não alcançando os valores preconizados pelo FNDE8. Salienta-se a necessidade de adequação do valor de carboidrato, por ser um nutriente indispensável ao crescimento vez que, constitui um componente primordial como fonte energética. Em relação aos lipídios, verifica-se que a quantidade servida foi inferior à recomendada, em todos os grupos. O aporte médio de ferro excedeu as recomendações do FNDE8 no grupo 2 e 3, no grupo 1 o valor obtido é aceitável (90%), mas não atingiu o valor preconizado. O berçário alcançou apenas 59,70% de adequação.
  • 8. 8 O cálcio obteve um percentual médio de adequação no berçário e grupos 1, 2 e 3 de 34,1%, 32,1% e 36,7% respectivamente. Os minerais zinco e magnésio e a vitamina A apresentaram um percentual médio de adequação elevados em todos os grupos, exceto o percentual médio de adequação do zinco no berçário, cujo valor alcançado (84,44%) não atingiu o preconizado pelo FNDE 8, apesar de ser aceitável. As tabela 1 e 2 sugerem melhor visualização da discussão supracitada, fornecendo uma comparação entre os valores preconizados pelo FNDE 8e o alcançado no almoço, em todos os grupos do estudo (ANEXO). Características socioeconômicas A partir da análise da anamnese feita com os pais ou responsáveis da criança no ato de ingresso à Creche pôde-se verificar que todas as crianças assistidas possuíam moradia com saneamento básico, e a maioria possuía renda salarial ≥ 1 salário mínimo*. As mães das crianças eram em sua maioria estudantes tinham no mínimo o curso superior incompleto (Tabela 3). DISCUSSÃO O perfil antropométrico das crianças avaliadas é similar aos achados de Alves et al.5 onde avaliou pré-escolares com idades entre 4 a 6 anos, em creches filantrópicas da cidade de Umuarama, Para- ná. Entre as crianças analisadas 81,14% encontravam-se na faixa de eutrofia para o escore z 9 estatura/idade. Já um estudo realizado por Martino et al. onde avaliou, dentre outras coisas, o estado nutricional de pré-escolares assistidos em Centros Educacionais Municipais de Alfenas (MG) os percentuais para crianças eutróficas foram apenas de: 58,3 % para o índice P/I, 68,2 % para P/E e 43,7% para E/I. Observou-se ainda desnutrição crônica ou pregressa caracterizada pela baixa estatura em 20,5% das crianças e desnutrição aguda, por baixo peso, em 4% destas. Os valores encontrados nesta instituição que se referem ao excesso de peso estão em acordo com uma variedade de estudos realizados no país que confirmam o fenômeno conhecido como transição nutricional.
  • 9. 9 10 Tuma et al. , realizaram um trabalho em três creches de Brasília, e encontraram a ocorrência de 6,1% de excesso de peso e 4,8 % de déficit de estatura, de acordo com os índices P/E e E/I, respectivamente. Corso et al.11 encontraram a ocorrência de 6,8 % de obesidade em crianças menores de seis anos em Florianópolis Santa Catarina; Uma pesquisa realizada por Lima e Grillo12, em escolas e creches públicas do Município de Bombinhas, Santa Catarina, encontrou 13% de sobrepeso entre as crianças avaliadas; E o trabalho de Gigante et al.13 realizado em Pelotas, onde acompanharam 1.273 crianças e detectaram cerca de 10% de sobrepeso, Todos estes trabalhos permitem mostrar que existe de fato, uma tendência de aumento das prevalências de sobrepeso e obesidade nas crianças brasileiras. A prevalência de sobrepeso e obesidade em pré- escolares reflete a transição epidemiológica e nutricional, pela qual o país está passando e que exige planejamento de intervenções nutricionais adequadas que possam contemplar também a prevenção da obesidade entre as crianças institucionalizadas5. Sobre a análise da adequação alimentar os achados do teor protéico na creche em estudo, tiveram 14 resultados semelhantes aos encontrados por Abranches et al. onde mostram que o conteúdo protéico oferecido por creches públicas e privadas no contexto do programa da alimentação escolar, em São Paulo, havia ultrapassado as necessidades estimadas para crianças. A maioria dos trabalhos que avaliaram a oferta de proteínas na alimentação do infante encontrou resultados semelhantes 15,16. O consumo de uma alimentação hiperprotéica poderia ser um fator de proteção para a desnutrição, desde que atendida as recomendações de energia15. Como os lipídios são nutrientes destinados a função energética, as proteínas excedentes poderiam estar sendo mobilizadas para este fim, visto que o cardápio do almoço apresentou-se hipolipídico. As quantidades inferiores de lipídios em relação à recomendação, estão em acordo com os achados de Carvajal et al. 17 onde ao analisar a adequação da merenda escolar de uma escola da 1º a 4º série de Maringá-PR, obteve o percentual de adequação (42,58%) também inferior, ainda que comparado ao recomendado pelo PNAE. Quanto a inadequação do ferro salienta-se que o almoço representa a principal refeição do dia de muitas crianças na creche e nessa fase as recomendações de ferro que estão elevadas precisam ser
  • 10. 10 supridas em função da expansão do volume sanguíneo e do crescimento dos tecidos, além da freqüente ocorrência de anemia nessa faixa etária. Assim como o ferro, é necessário enfatizar a importância da adequação da vitamina C que não atingiu o percentual de adequação em todos os grupos. É sabido que a vitamina C aumenta a biodisponibilidade do ferro da dieta, sendo um aspecto importante a ser destacado, visto que a anemia ferropriva na faixa etária em estudo é freqüente. Sendo considerada uma carência nutricional endêmica conforme relata Abranches et al. 14. Esses achados refletem, possivelmente, a não consideração da sobremesa oferecida às crianças, a qual comumente é constituída por frutas, fontes dessa vitamina. Ainda assim, enfatiza-se a necessidade de atentar-se aos resultados, pois sendo uma vitamina fotossensível e não termoresistente, os valores contabilizados pelo software passam a não refletir a quantidade real de vitamina servida, os quais certamente estão menores ainda dos observados. Os valores encontrados de cálcio são resultados esperados, já que ao considerar apenas o almoço na presente pesquisa, esta refeição geralmente não oferta fontes de cálcio. É importante considerar que poderá haver uma maior oferta desse micronutriente nas demais refeições realizadas no lar podendo atingir sua recomendação diária. Ainda assim, deve-se atentar aos altos valores encontrados de proteínas no almoço, uma vez que em excesso propicia efeito hipercalciurético comprometendo a biodisponibilidade de cálcio na dieta18. Alves et al.5 ao observar o consumo alimentar verificou que o cálcio também foi nutriente menos ofertado com 14,93% de adequação, muito abaixo do preconizado. Diante dos achados, ressalta-se a necessidade de garantir a ingestão mínima do cálcio, pois é sabida sua importância para a formação dos ossos e dentes na infância. O expressivo resultado dos minerais zinco e magnésio configura-se num aspecto positivo para as crianças, haja vista a atuação dos mesmos como cofatores de enzimas responsáveis tanto por diversas atividades metabólicas como na resposta imune inata e adquirida, além do papel importante na maturação dos tecidos e células linfóides. Sua deficiência acarreta neutropenia e linfopenia, comprometendo a imunocompetência 19.
  • 11. 11 A presença de alimentos como abóbora e cenoura possibilitou o elevado percentual médio da vitamina A. Estando em harmonia como os resultados encontrados por Spinelli et al.15 quando observou o consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses em creches obteve oferta razoável de adequação de vitamina A (92,2% e 98%), reflexo da freqüência de alimentos como abóbora, cenoura, mamão e outros no cardápio desse estudo. Adicionalmente, Abranches et al.14 obteve 17 resultados similares, por outro lado, o trabalho realizado por Carvajal et al. não atingiu a recomendação dessa vitamina sendo obtido apenas 14,04% de percentual médio de adequação. Os valores elevados dessa vitamina se tornam significantemente positivos, pois a maior vulnerabilidade dos pré-escolares a essa carência nutricional é justificada pelo rápido crescimento e desenvolvimento nessa fase da vida, com conseqüente aumento das necessidades de vitamina A, além das múltiplas doenças a que estão expostos, principalmente, as infecções gastrointestinais e respiratórias20. As quais reduzem a absorção e elevam consideravelmente a utilização biológica e a excreção desse micronutriente21. No que diz respeito às características socioeconômicas avaliadas no estudo é importante salientar que o meio ambiente, permeado pelas condições materiais de vida e pelo acesso aos serviços de saúde e educação, determina padrões característicos de saúde e doença na criança. Variáveis como renda familiar, escolaridade, entre outras, estão condicionadas, à forma de inclusão das famílias no processo de produção, refletindo na aquisição de alimentos e, conseqüentemente, no estado nutricional dessas crianças22. Os achados do presente estudo está em consonância com os encontrados por Castro et al.22 onde as condições sanitárias dos domicílios eram satisfatórias, uma vez que a maioria das famílias das crianças possui saneamento básico em suas moradias. É fácil verificar, especificamente sobre a saúde infantil, que um maior nível de escolaridade dos pais poderá, por exemplo, levar a um melhor entendimento dos mecanismos etiológicos das doenças infantis e a uma maior eficiência nos cuidados higiênicos com as crianças. Poderá também contribuir para melhor identificação e utilização de serviços públicos de assistência à criança que desenvolvem atividades como puericultura e vacinação. O saneamento básico tem grande influência sobre o estado nutricional das crianças, pois a desnutrição infantil e infecções
  • 12. 12 geralmente estão relacionadas à baixa condição de moradia e saneamento básico, interferindo no estado nutricional da criança 23. CONCLUSÃO Os dados apresentados demonstram que a maior discrepância da não adequação, foi de cálcio, em todos os grupos, aspecto este esperado já que não há oferta de refeições que incluam fontes deste micronutriente na creche. Assim é recomendável a observância sistemática de oferta domiciliar de uma refeição láctea, fonte de cálcio, na primeira e última refeição(ceia e desjejum).para que se consiga atingir as recomendações. Apesar do percentual de adequação não ter atingindo 100% nos grupos analisados, com variação para mais ou para menos de macro e micronutrientes, pôde-se observar que, este não foi um indicador que refletisse negativamente no estado nutricional das crianças assistidas, já que a maioria encontra-se em adequado estado nutricional no que diz respeito ao peso relacionado à altura e idade.
  • 13. 13 REFERÊNCIAS 1. Vargas PR, Bleil RAT. Consumo alimentar estado nutricional de crianças atendidas em creche filantrópica na região oeste do Paraná. [dissertação]. Cascavel: Escola de Nutrição da Faculdade Assis Gurgacz; 2007. 2. Philippi ST, Cruz ATR, Colucci ACA. Pirâmide alimentar para crianças de 2 a 3 anos. Rev. Nutr. 2003. Campinas, v.16, n.1, p.5-19, jan./mar., 3. Barbosa RMS, Soares EA, Lanzillotti HS. Avaliação da ingestão de nutrientes de crianças de uma creche filantrópica: aplicação do Consumo Dietético de Referência. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, v.7,n.2, p.159-166, abr. / jun., 2007. 4. Cruz ATR, Souza JMP de, Philippi ST. Avaliação da concordância dos métodos de pesagem direta de alimentos em creches - São Paulo - Brasil Rev. bras. epidemiol., São Paulo v.6, n.3, Set., 2003. 5. Alves G, Colauto EV, Fernandes JK, Zabine L, Nienow RC. Avaliação antropométrica e consumo alimentar de pré-escolares em creches de Umuarama, Paraná. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, v. 12, n. 2, p. 119-126, maio/ago. 2008. 6. Guimarães LV, Barros MB. A. As diferenças de estado nutricional em pré-escolares de rede pública e a transição nutricional. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 77, n.5,p. 381-386, 2001. 7. WHO (World Health Organization). The WHO Child Growth Standards, 2006. [online- acesso em: 26 ago. 2010]. Disponível em: http://www.who.int/childgrowth/standards/en/ . 8. FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Referências Nutricionais para o Programa Nacional de Alimentação Escolar, 2009. [online- acesso em: 5 out. 2010]. Disponível em: http://www.fnde.gov.br . 9. Martino HSD, Ferreira AC, Pereira CNA, Silva RR. Avaliação antropométrica e análise dietética de pré-escolares em centros educacionais municipais no sul de Minas Gerais. Ciência & Saúde Coletiva, 15 (2):551-558, 2010. 10. Tuma RCFB, Costa THM, Schmitz BAS. Avaliação antropométrica e dietética de pré- escolares em três creches de Brasília. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., v. 5, n. 4, p. 419-428, 2005.
  • 14. 14 11. Corso ACT, Buralli KO, Souza JMPde. Crescimento físico de escolares de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil: um estudo caso-controle. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 17(1):79-87, jan- fev, 2001. 12. Lima A, Grillo LP. Diagnóstico nutricional de crianças assistidas em escolas e creches da rede municipal de ensino, município de Bombinhas. In: Anais do Simpósio Sul Brasileiro de Alimentação e Nutrição; 2000 abril 26-28; Florianópolis, Santa Catarina. Florianópolis: Hart & Mídia;2000. p. 541-75. 13. Gigante DP, Victora CG, Araújo CLP, Barros FC. Tendências no perfil nutricional das crianças nascidas em 1993 em Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil: análises longitudinais. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(Sup. 1):S141-S147, 2003. 14. Abranches MV, Paula HAdeA, Mata GMSC, Salvador BC, Marinho MS, Priore SE. Avaliação da adequação alimentar de creches pública e privada no contexto do programa nacional de alimentação escolar. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr. J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 34, n. 2, p. 43-57, ago. 2009. 15. Spinelli MGN, Goulart RMM, Santos ALP, Gumiero LdiC, Farhud CC, Freitas EBde, et al. Consumo alimentar de crianças de 6 a 18 meses. Revista de Nutrição Campinas, 16(4):409-14, out/dez., 2003. 16. Zaccarelli EM. Avaliação do estado nutricional de crianças e estrutura de funcionamento de creches no Município de São Paulo [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Ciências Farmacêuticas, Universidade de São Paulo, 2001. 17. Carvajal AESS, Koehnlein EA, Bennemann RM. Avaliação da merenda de uma escola municipal de 1ª a 4ª série de Maringá – PR. Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar- 2009. ISBN 978-85-61091-05-7. 18. Cruz GF da, Santos R da S, Carvalho CMRG de, Moita GC. Avaliação dietética em creches municipais de Teresina, Piauí, Brasil. Rev. Nutr. vol.14 no.1 Campinas Jan./Apr. 2001. 19. Macêdo EMC de, Amorim MAF, Silva ACS da, Castro CMMB de. Efeitos da deficiência de cobre, zinco e magnésio sobre o sistema imune de crianças com desnutrição grave. Rev Paul Pediatr; 28(3):329-36, 2010. 20. World Health Organization (WHO). A growth chart for internation al use in maternal and child health care. Guidelines for primary health care personal, Genebra, 1995.
  • 15. 15 21. Fernandes TF dos S, Diniz A da S, Cabral PC, Oliveira RS, Lóla MM de F, Silva SMM, et al. Hipovitaminose A em pré-escolares de creches públicas do Recife: indicadores bioquímico e dietético. Rev. Nutr., Campinas, 18(4):471-480, jul./ago., 2005. 22. Castro TGde, Novaes JFde, Silva MR, Costa NMB, Franceschini S do CC, Tinôco ALA, et al. Caracterização do consumo alimentar, ambiente sócio econômico e estado nutricional de pré- escolares de creches municipais, Rev. Nutr., Campinas, 2005. 23. Monteiro CA, Szarfarc SC. Estudo das condições de saúde das crianças do município de São Paulo, SP (Brasil),1984-1985. Rev. Saúde Públ., São Paulo, 21:255-60, 1987.
  • 16. ILUSTRAÇÕES Tabela 1. Diagnóstico antropométrico segundo os indicadores P/A e P/I entre os diferentes grupos da creche estudada. TOTAL BERÇÁRIO GRUPO 1 GRUPO 2 GRUPO 3 Diagnóstico (Total – 06) (Total - 11) (Total -19) (Total -14) P/A P/I P/A P/I P/A P/I P/A P/I P/A P/I n........% n.......% n......% n......% n......% n........% n........% n........% % % Grave - 1........16,7 - - - - - - - 02 Moderado - - - - - - - 1.......7,1 - 02 Leve (risco de 1.......16, 7 2.......33,3 - 4......36,4 - 5........27, 1.......7,1 3......21,4 04 28 déficit) 8 Adequado 4......66,7 3........50 10......90,9 7.......63,6 13.....68,4 13......68, 9.......64,3 10......71, 72 66 4 4 Risco de excesso 1.......16,7 - 1.......7,1 - 3......15,8 - 3......21,4 - 16 - Excesso - - - - 3......15,8 1........5,6 1.......7,1 - 08 02 Obesidade grave - - - - - - - - - - Tabela 2. Percentual médio de adequação do almoço servido na creche no período de uma semana. GRUPOS BERÇÁRIO GRUPO 1 GRUPO 2 e 3 GRUPO 2 e 3 Nutrientes/ Energia R E PA(%) R E PA(%) R** E PA(%) R*** E PA(%) Energia (cal) 200 185,75 92,88 300 267,42 89,1 300 312,38 104,1 400 312,4 78,10 PTN (g) 6,3 5,3 84,13 9,4 13,58 144,5 9,4 14,57 155 12,5 14,6 116,8 CHO (g) 32,5 37,02 113,91 48,8 34,45 70,6 48,8 56,44 115,7 65,0 56,4 86,8 LIP (g) 5,0 1,78 35,6 7,5 2,03 27,1 7,5 3,14 41,9 10,0 3,1 31,0 Fe (mg) 3,3 1,97 59,70 2,1 1,89 90,0 2,1 2,83 134,8 3,0 2,8 93,3 Ca (mg) 81,0 27,62 34,10 150,0 48,21 32,1 150,0 55,10 36,7 240,0 55,1 23,0 Vit C (mg) 15,0 9,94 66,27 5,0 1,93 38,6 5,0 2,88 57,6 8,0 2,9 36,3 Vit A (µg)* 150,0 469,32 312,88 90,0 478,19 531,3 90,0 622,98 692,2 120,0 623,0 519,2 Mg (mg) 23,0 26,64 115,83 24,0 38,17 159,1 24,0 57,36 239,0 39,0 57,4 147,2 Zn (mg) 0,9 0,76 84,44 0,9 1,26 140,0 0,9 1,81 201,1 1,5 1,8 120,0
  • 17. LEGENDA: Tabela 2. Percentual médio de adequação do almoço servido na creche no período de uma semana. R: RECOMENDADO E: ENCONTRADO PA: PERCENTUAL DE ADEQUAÇÃO *Forma de Retinol **Recomendado para 3 anos de idade *** Recomendado para 4 anos de idade