SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 47
Baixar para ler offline
UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA LICENCIATURA PLENA
MARCIANNO TEÓFILO DANTAS
A NOVA DINÂMICA DO ENSINO RELIGIOSO NO ENSINO FUNDAMENTAL I:
SUA IMPOTÂNCIA PARA FORMAÇÃO INTEGRAL DO SUJEITO NUMA
SOCIEDADE MULTICULTURAL
JARDIM DE PIRANHAS-RN
2015
MARCIANNO TEÓFILO DANTAS
A NOVA DINAMICA DO ENSINO RELIGIOSO NO ENSINO FUNDAMENTAL I:
SUA IMPOTANCIA PARA FORMAÇÃO INTEGRAL DO SUJEITO NUMA
SOCIEDADE MULTICULTURAL
Trabalho de Intervenção socioescolar
apresentada à Universidade Estadual Vale do
Acaraú - UVA, como requisito parcial para
obtenção do título de Licenciada em Pedagogia.
Orientador: Profº. Ms. Francisco Albertino
Gomes
JARDIM DE PIRANHAS-RN
2015
D192n Dantas, Marcianno Teófilo.
A nova dinâmica do ensino religioso no ensino fundamental
I: sua importância para formação integral do sujeito numa
sociedade multicultural. / Marcianno Teófilo Dantas. – Jardim de
Piranhas/RN: ed. do autor, 2015.
46 f.
Orientador: Prof.º Ms. Francisco Albertino Gomes
Trabalho de Intervenção Socioescolar apresentado à
Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), como requisito
parcial para obtenção do título de Licenciada em Pedagogia.
1. Reflexão - Intervenção. 2. Ensino religioso - Intervenção.
3. Formação integral – Intervenção. I Título.
IBRAPES/UVA/RN CDU 37:2
MARCIANNO TEÓFILO DANTAS
A NOVA DINAMICA DO ENSINO RELIGIOSO NO ENSINO FUNDAMENTAL I:
SUA IMPOTANCIA PARA FORMAÇÃO INTEGRAL DO SUJEITO NUMA
SOCIEDADE MULTICULTURAL
Trabalho de Intervenção socioescolar
apresentada à Universidade Estadual Vale do
Acaraú - UVA, como requisito parcial para
obtenção do título de Licenciada em Pedagogia.
Aprovada em _________de _______.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________________________________
Profº. Ms. Francisco Albertino Gomes – Orientador
Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA / Jardim de Piranhas/RN
Profª Ms. Marta Lúcia de Paiva Rocha– Convidada
Secretaria Municipal de Educação – Brejo do Cruz - PB
_______
Profª. Esp. Adriana Fernandes – Convidada
Secretaria Municipal de Educação – Brejo do Cruz - PB
JARDIM DE PIRANHAS-RN
2015
Dedico este trabalho а Deus, autor e consumador da fé e
doador da vida, e a minha família, pelo amor incondicional.
AGRADECIMENTOS
Por vezes senti meu corpo fraquejar, e Tu estendeste tua mão e ergueste-me. Por
vezes, senti minha alma se abater, e Tu me destes coragem para prosseguir. Por
vezes senti Teu Santo Espírito para me consolar, e hoje a vitória é minha, e a Ti, meu
Deus, toda honra e toda glória, eternamente, te agradeço;
Aqueles que sempre me ensinaram, desde pequeno, a crer nos sonhos e acreditar
que poderia concretiza-los, meus pais: Joaquim Teófilo Dantas e Maria Quaresma
Dantas, sou eternamente grato a vocês;
Aquela que Deus escolheu para dá-me à luz, que me ama com um profundo amor,
abaixo apenas do de Deus, minha Mãe: Maria Quaresma Dantas, educadora
aposentada, exemplo para minha futura prática docente e maior incentivadora para
chegar aonde cheguei, meus muitíssimos agradecimentos;
Aquela que entrou na minha vida, e passou a sonhar comigo, a minha adjutora que
escolhi para viver comigo o resto da vida: Maria Aparecida de Sousa Brito, minha
esposa, te agradeço;
Aqueles que mesmo quando a distância surgir vão permanecer no coração, aos
verdadeiros amigos, com quem compartilhamos momentos de alegrias e de tristezas,
e quando de tudo lembrar-me, jamais me esquecerei de vocês meus amigos,
agradeço-lhes;
Àqueles, que são exemplo de dedicação, de doação, de dignidade pessoal e,
sobretudo, de amor pelo que faz, agradeço-lhes pelo tempo dedicado e experiência,
para que a minha formação fosse um aprendizado para a vida, meus professores (as)
agradeço-lhes; principalmente, aquele que me ensinando, fez nascer no íntimo do
meu coração um grande desejo de aprender e ir além, ao mestre e meu orientador
Francisco Albertino Gomes, meus sinceros agradecimentos;
Aquela que com muita cordialidade, amparou-me quando migrei da minha terra natal,
atendendo ao convite do fidalgo Pastor: Antônio Everton da Costa, instituição
evangélica: Assembleia de Deus, agradecido estou pela confiança em mim
depositada;
Aqueles que direta e indiretamente, contribuíram para chegar aonde cheguei, sou-
lhes eternamente grato!
“À religião pura e imaculada para com Deus é essa: visitar
os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se
da corrupção do mundo”.
São Tiago.
RESUMO
O presente trabalho constitui-se de uma pesquisa que procurou alargar os
conhecimentos sobre a discussão que envolve a disciplina ensino religioso como área
de conhecimento, e levantar uma reflexão sobre sua importância para formação
integral do sujeito. Estudo de cunho qualitativo descritivo que consiste numa reflexão
sobre o desenvolvimento do Ensino Religioso nos anos Iniciais da Escola Municipal
Evanildo Mariano dos Santos, de Jardim de Piranhas - RN. O mesmo tem o objetivo
de valorar o ensino religioso na construção histórica da formação do caráter humano,
bem como seu auxilio para o conhecimento de suas manifestações no campo social,
que leva o sujeito a se descobrir como ser de relações. Bem como localizar o ensino
religioso num contexto histórico cultural e moderno; evidenciando o posicionamento
contra qualquer discriminação baseadas em diferenças culturais, ou opção religiosa
bem como contra o proselitismo. Para isso, fundamentamos a pesquisa em autores
como: JUNQUEIRA (2002; 2007); FONAPER (1997, 2007, 2009); (LDBEN, 1997),
CARON (1997, 1999) dentre outros. Para a concretização desta pesquisa, como
instrumentos de coleta de dados, foram realizadas: uma revisão bibliográfica; uma
entrevista; e questionários, com perguntas abertas e fechadas bem como também
foram feitas observações diretas. Desse modo, procurou deixar evidente que para o
ensino religioso contribuir para formação integral do sujeito, torna-se indispensável
romper com antigas concepções e práticas docentes e criar pontes para que a
disciplina ensino religioso possa nortear vidas, no caminho do respeito, tolerância e
formação de valores éticos e morais.
Palavras – chave: Reflexão. Ensino religioso. Concepção. Formação integral.
ABSTRAT
This work consists of a study that sought to enhance the knowledge of the discussion
that involves teaching religious discipline as an area of knowledge, and raise a
reflection on its importance for the integral formation of the subject. Descriptive
qualitative character study that is a reflection on the development of Religious
Education in the Early Years of the Municipal School Evanildo Mariano dos Santos,
Piranhas Garden - RN. The same is intended to value the religious teaching in the
historic building of the formation of human character and his aid to the knowledge of
its manifestations in society, bringing the patient to figure out how to be in relationships.
And locate the teaching of religion in modern cultural and historical context; showing
the position against any discrimination based on cultural, or religious option and
against proselytizing. For this, we base the research on authors such as: Junqueira
(2002; 2007); FONAPER (1997, 2007, 2009); (LDBEN, 1997), CARON (1997, 1999)
among others. In order to achieve this research, such as data collection instruments
were held: a literature review; an interview; and questionnaires, with open and closed
questions and direct observations were made as well. Thus sought to make clear that
for religious education contribute to the integral formation of the subject, it is essential
to break with old concepts and teaching practices and to bridge the religious teaching
discipline to guide lives, in the way of respect, tolerance and training of ethical and
moral values.
Key Words: Reflection. Religious Teach. Design. Comprehensive training.
LISTA DE SIGLAS
ER – Ensino Religioso
FONAPER – Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso
GPER - Grupo de Pesquisa Educação e Religião
LDB – Lei de Diretrizes e Bases
LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
PCNER – parâmetros curriculares nacionais do Ensino Religioso
PPP – Projeto Político Pedagógico
SEMEC – Secretaria Municipal de Educação
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11
2 A RELEVÂNCIA DE SE ESTUDAR O ENSINO RELIGIOSO ...............................13
2.1 Breve levantamento histórico ..............................................................................14
2.1.1 Ensino Religioso no Brasil Colônia...................................................................18
2.1.2 Ensino Religioso no Brasil Império...................................................................20
2.1.3 Ensino Religioso no Brasil República...............................................................22
3 PERSPECTIVAS LEGAIS PARA O ENSINO RELIGIOSO...................................25
4 INTERVENÇÃO SOCIOESCOLAR: uma relação da teoria x prática.................26
4.1 Palco da pesquisa e metodologia........................................................................26
4.2 Dinâmica e ferramenta de pesquisa....................................................................27
4.3 os elementos da pesquisa...................................................................................28
4.4 Análise dos dados coletados...............................................................................28
4.4.1 Entrevista com a secretária de educação “A”...................................................28
4.4.2 Questionário para o corpo docente das Escolas: amarela, azul e verde..........31
4.4.3 Questionário para o (a) coordenador (a) ..........................................................35
4.4.4 Questionário para os (as) professores (as) ......................................................36
4.5 Escola campo da pesquisa..................................................................................38
4.5.1 Questionário para a diretor “A”.........................................................................39
4.5.2 Questionário para os professores do 1º ao 5º ano...........................................40
5 GUISA CONSIDERAÇÕES ...................................................................................43
REFERÊNCIAS......................................................................................................45
.
11
1 INTRODUÇÃO
O referido trabalho tem como finalidade discorrer a respeito da necessidade da
discussão sobre a inclusão e importância da disciplina de formação religiosa nos
currículos das escolas públicas de ensino fundamental I do município de Jardim de
Piranhas – RN, excogitando o Ensino religioso, numa perspectiva externa a fé
religiosa especifica. Focalizando uma nova dinâmica para o ensino religioso ou
formação religiosa. (De acordo com a LDBEN nº 9394/96) como passo fundamental,
na execução da interação em sala de aula e como mecanismo eficiente na construção
do caráter humano e na inter-relação consegue mesmo, com o outro e com o universo.
Daí a relevância de se realizar tal pesquisa para compreensão da discussão
que desde muito tempo cerca a disciplina ensino religioso desde a colonização até a
publicação das diretrizes e bases da educação, bem como, o entendimento da
disciplina, não com uma linguagem intrínseca a organizações religiosas específicas,
mas sim uma linguagem própria circundante ao espaço escolar. Pois como diz Gruen
(2004, p.113), “chamamos religiosidade a disponibilidade dinâmica de pessoas ao
sentido fundamental de sua existência, encarando como compromisso, não sendo
esta, uma atitude entre muitas: mais sim a raiz do conjunto das dimensões de vida da
pessoa. ”
O Brasil é um país extremamente religioso. E desde muito tempo, no cenário
brasileiro, veem se discutindo o assunto de religião e ensino religioso, sendo este um
assunto universal. A discussão sobre o ensino religioso tendo como proposta uma
nova concepção de sua identidade, como parte da formação do cidadão e o respeito
à diversidade cultural, assim traz diferentes desafios. Seria preciso, uma nova
orientação do olhar da disciplina. O Ensino Religioso tem um papel essencial de
socialização que expede a dois aspectos, um o desenvolvimento individual e o
contexto social e cultural, com a valorização da cultura de sua comunidade dado e
simultaneamente a busca de superação de seus limites.
As discussões focalizam basicamente três pontos: a permanência ou não do
ensino religioso como disciplina regular do currículo escolar; sua identidade como
disciplina e conteúdo; e da formação de professores para atuarem no ensino religioso.
Assim sendo, diante de uma sociedade em constates mudanças, onde temas
como: Cultura da Paz, Diálogo, Solidariedade, Defesa da Vida, Meio Ambiente, novo
12
conceito de “família”, entre outros; fazem parte de nossa construção histórica e de
nossa realidade contemporânea. Diante deste contexto pergunta-se: Quais os
caminhos a serem trilhados, para que o ensino religioso possa contribuir na formação
integral do sujeito em suas dimensões: religiosa, ética e política, rompendo com as
práticas tradicionais que sempre intendeu ensino religioso com catequese, e assim
formar cidadãos capazes de intervir na sociedade plural a qual fazemos parte?
Sabe-se que a religiosidade é um fenômeno intrínseco a todo ser humano e
está presente em todas as culturas, mostrar-se na vida do homem ao longo de sua
história. O termo religião tem sido conceituado de forma diferenciada dependendo de
condicionamentos históricos, culturais e filosóficos.
E nesse contexto este trabalho está estruturado em quatro capítulos, onde no
introdutório, o tema é contextualizado; o segundo capítulo mostra a relevância de se
estudar o ensino religioso, focalizando o cenário histórico desde a colonização até o
surgimento da LDB Nº 9394/96; o terceiro capítulo discorre sobre as perspectivas
legais do ensino religioso, fazendo um breve relato histórico sobre as constituições
brasileiras; o quarto capítulo trata da Intervenção sócioescolar, onde Por fim, teremos
a parte conclusiva de todo trabalho concretizado, em que se abordaremos todas as
análises feitas, visualizadas na Intervenção Sócioescolar sobre a nova dinâmica do
ensino religioso no ensino fundamental, enfocando a formação integral do sujeito
numa sociedade multicultural.
Almeja-se, portanto, que os elementos contidos na pesquisa possam auxiliar
reflexões, discussões e possibilidades de intervenções práticas eficazes, capazes de
criar uma ponte entre a teoria e a prática.
13
2 A RELEVÂNCIA DE SE ESTUDAR O ENSINO RELIGIOSO
Nas breves pesquisas realizadas entendemos que O Ensino Religioso é objeto
de pesquisa em diversas áreas do conhecimento como: educação, teologia, ciência
da religião, filosofia, direito, sociologia, antropologia, psicologia e outros. Estas
pesquisas atuam tangencialmente ou diretamente sobre este tema.
A educação pode ser definida das mais diferentes formas e com parâmetros
diversos, mas, em se tratando de seu objetivo final, todas as definições concentram
para o desenvolvimento integral do sujeito humano na sociedade. É nesse contexto
que o Ensino Religioso fundamenta a sua natureza: o ser humano, para adquirir seu
estado de efetivação integral, necessita da perfeição religiosa.
Nota-se que durante longo período do desencadear do processo educativo no
universo escolar brasileiro, percebemos o Ensino Religioso tratado como um
apêndice, ou seja, uma “rabeira”. Ora abrangido como catequese na escola, ora como
ensino discriminado pela sua natureza eclesial. Sendo alvo de debates mais
polêmicos, durante os processos que visaram sua regulamentação como elemento
normal do sistema de ensino. Na atualidade temos um Ensino Religioso socorrido pela
Nova Lei de Diretrizes e Bases, porém, com uma prática ainda dúbia, pois o decretar
e sancionar de uma lei não garante, o seu cumprimento, ou seja, a sua eficácia. Faz-
se necessário a compreensão e o entendimento da mesma. E que sejam criados
mecanismos, para que possamos fazê-la acontecer.
Visto essa discussão sobre o ensino religioso, nos últimos anos ter se
acentuado mais fortemente nas escolas públicas. Esta controvérsia não é atual, já
ressaltado acima, mas já tem uma longa história de lutas, desentendimentos e
incompreensões na educação do nosso país. A falta de compreensão está ligada à
obscuridade da natureza desta disciplina, bem como ao papel da escola quanto ao
seu desenvolvimento
Desde que o ser humano começou a ter consciência das coisas, ele já percebeu
a existência de algo superior a ele, que foge da sua compreensão. Esta mesma
interpretação foi feita por vários povos e culturas diferentes, e concluiu-se que vem da
mesma fonte inspiradora que chamamos de Transcendente.
14
Para tornar mais objetivo o assunto, busca-se o sentido da palavra
“transcendente”, que segundo o dicionário Aurélio (2002) apresenta muitos
significados como: algo muito elevado, superior, sublime, excelso, que transcende aos
limites da experiência possível, que supõe a intervenção de um princípio que lhe é
superior.
Desta forma O Ensino Religioso não pode perder de vista a contextualização
da pessoa humana no tempo e no espaço, já que a visão que dela se tem influência
profundamente a postura do ser humano frente à sociedade, e garante ou questiona
a relação Pessoa Humana-Deus.
De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso
(FONAPER, 2009), o transcendente é um fenômeno religioso. Entende-se por
fenômeno religioso o processo de busca do ser humano pela Transcendência, que
passa pela experiência pessoal até a experiência religiosa em grupo, comunidade até
a institucionalização pelas Tradições Religiosas. Neste contexto o Ensino Religioso é
o subsídio que vai ao encontro do educando, para lhe ajudar a entender o que é o
fenômeno religioso.
Para Junqueira (1995, p.14) não é “função do Ensino Religioso escolar,
promover conversões, mas oportunizar ambiente favorável para a experiência do
Transcendente, em vista de uma educação integral, atingindo as diversas dimensões
da pessoa.” São oportunidades que a comunidade escolar deve proporcionar ao
educando, visto que nem todos têm a mesma “sorte” de nascer num ambiente que
proporcione tal experiência.
Daí decorre a preocupação em averiguara nas Escolas Públicas de Jardim de
Piranhas - RN, como está incidindo o Ensino Religioso, mais especificamente nos
anos Iniciais do Ensino Fundamental I, a partir do marco histórico do Ensino Religioso
no Brasil com a Lei 9394/96, onde foi dada a nova redação do Artigo 33 da Lei de
Diretrizes de Bases da Educação Nacional (LDBEN nº 9394/96).
2.1 Breve levantamento histórico
A construção das diferentes tendências para Ensino Religioso como
componente curricular é um processo que ocorreu especialmente ao longo da
república brasileira, entretanto é fundamental compreender como a questão religiosa
esteve presente no ambiente educacional em toda história brasileira a partir da
15
presença europeia na constituição do povo brasileiro, pois, inicialmente o projeto de
invasão territorial e dominação da população local confundiam-se com uma proposta
político-econômica. Assim, cabia à educação religiosa cumprir a função de
homogeneizar a cultura brasileira. Contudo, o regime republicano em seu sistema
educacional construiu um componente curricular que valoriza a pluralidade cultural
religiosa de sua população na formação do cidadão.
De fato, foi com a implantação do regime Republicano a partir de 1890 a que o
contexto educacional religioso assume uma nova perspectiva, pois a organização
política brasileira sofreu forte influência das ideias positivistas interferindo em
diferentes aspectos da vida social especificamente no campo da escolarização em
que o país é declarado laico. Portanto, a partir da proclamação da República e da
formação de um Estado laico, o aspecto cultural toma relevância no país considerando
que a população nacional é constituída por uma cultura heterogênea, permitindo
compreender a diversidade a partir do pluralismo cultural religioso.
Em decorrência de acordos entre a Igreja Católica e o Poder executivo
brasileiro, teremos por conta da Reforma Francisco Campos, o decreto conhecido
como Independência da República, de 30 de abril de 1931, que menciona: o ensino
da religião “é admitido como facultativo de acordo com a confissão do aluno e dos
interesses da família, sendo que a organização dos programas e as escolhas dos
livros ficam a cargo dos ministros dos respectivos cultos” (Oliveira, L., 2007, p.51-52).
Posteriormente na Constituição de 1934, no artigo 153 que cita: o ensino religioso
“será de frequência facultativa e ministrado de acordo com os princípios da confissão
religiosa do aluno, manifestada pelos pais ou responsáveis e constituirá 30 matérias
dos horários nas escolas públicas primárias, secundárias, profissionais e normais”.
O artigo 133, da Constituição de 1937, assume a seguinte concepção desta
disciplina: “O Ensino Religioso poderá ser contemplado como matéria do curso
ordinário das escolas primárias, normais e secundárias. Não poderá, porém, constituir
objeto de obrigação dos mestres ou professores nem de frequência compulsória por
parte dos alunos”.
Tal premissa teve forte influência do Manifesto dos “Pioneiros da Escola Nova”
ou “Educadores da Escola Nova”, representantes de um grupo empenhado em
16
reestruturar a Educação de forma a ser modernizada e orientada a adaptar-se ao
processo industrial do país (GADOTTI, 1993, pp. 241-245).
Os escolanovistas eram contra a inclusão do Ensino Religioso por
considerarem os princípios da laicidade, obrigatoriedade e gratuidade do ensino
público. Durante todo o ano de 1941 a Lei Orgânica do Ensino Secundário foi
preparada pessoalmente por Gustavo Capanema. Em um documento manuscrito,
redigido naquela ocasião, ele previu a inclusão da instrução religiosa no currículo do
ensino secundário, entre as disciplinas de educação geral.
Esta medida veio atender as reivindicações da Igreja Católica aproximando-a
do Estado, já que no período da ditadura de Getúlio Vargas as aulas de Religião foram
canceladas, pois o argumento utilizado apoiava-se no papel da religião como ação
moderadora na sociedade, pois lhe cabia o ensino de valores e atitudes cristãs que
contribuíram para a paz e para a tranquilidade social (OLIVEIRA, L. 2007, p. 52).
Como consequência da Constituição da “Terceira República” estabeleceu a primeira
lei de orientação geral da educação brasileira.
A Lei de Diretrizes e Bases para o Ensino de 1961 (Lei n. 4.024), no seu artigo
97 homologou o modelo mais antigo e utilizado do Ensino Religioso em todo o território
nacional – Ensino Religioso Confessional. Em 1964, no quarto período republicano, o
governo militar por meio de um golpe armado depôs o presidente constitucional João
Goulart, e para programar o regime autoritário da ditadura foi necessário revogar e
alterar dispositivos da legislação sobre a educação.
Nova proposta ocorreu em 1971, ocasião em que foi promulgada a Lei de
Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2º Graus, de número 5.692/71, que em seu
31 artigo 7º, parágrafo – sem revogar totalmente a LDB DE 1961 – repete o dispositivo
da Carta Magna de 1968 e Emenda Constitucional número 1/69. Esta insere o Ensino
Religioso nos horários regulares, o que acaba por criar, a área de estudos de Moral e
Cívica, Artes e Educação Física; no intuito, de formar alunos voltados ao civismo e a
moral concernentes ao regime militar.
17
Frente à crise política para restabelecer a democracia no país e, diante de
paradigmas emergentes de possibilidades e certezas, o Ensino Religioso procura a
sua redefinição como disciplina regular no currículo escolar.
No contexto do início do processo para a Constituinte, em 1985 o
encaminhamento do projeto da nova Lei de Diretrizes e Bases no Congresso Nacional
e em 1995 a instalação do FONAPER, faz com que o Ensino Religioso volte a ser
objeto de discussão. Na Constituição Federal de 1988, por meio do artigo 210,
parágrafo 1º do Capítulo III da Ordem Social fica estabelecido que “O ensino religioso
de matrícula facultativa, constituir-se-á disciplina dos horários normais das escolas
públicas de ensino fundamental”.
Enquanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 9.394/96
orienta os sistemas de ensino de todo país com uma característica mais liberal, ou
seja, não mais orientar, mas tutelar todo o processo educacional, com a pretensão de
favorecer a diversidade nacional e a pluralidade cultural brasileira.
O que implicou, inclusive, uma nova compreensão para a educação nacional,
estabelecendo os princípios e fins mais amplos. Essa lei inseriu o Ensino Religioso no
contexto global da educação, que acabou por preconizar o respeito à diversidade
cultural-religiosa do Brasil. Contudo, o Ensino Religioso, manteve-se como disciplina
e não se reverteria em ônus para o Estado.
Descarta-se, desse modo, qualquer possibilidade de uma compreensão
pedagógica e apoia-se numa postura de catequização e não na perspectiva de
disciplina escolar, fato este que provocou protestos e mudanças posteriores, como
destaca o artigo 33, parágrafo 1º: “O Ensino Religioso, de matrícula facultativa,
constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de educação básica,
sendo oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferências
manifestas pelos alunos ou por seus responsáveis”.
Portanto no período entre 1995 (abril) a 1996 (dezembro), assistiu-se a uma
nova mobilização para a definição desta disciplina. Apesar de garantida na
Constituição, necessitava de elementos complementares para serem melhores
definidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
18
Sabemos que O Ensino Religioso insere-se na trajetória da educação nacional,
desenvolvendo-se através das relações estabelecidas entre o Estado e a Igreja
Católica. Nos três primeiros séculos da história do Brasil nos quais Império e Igreja
unem-se para promover uma ação colonizadora, que desconsiderou as culturas dos
africanos e indígenas, visando tanto a exploração de riquezas, quanto a propagação
do Evangelho. (SEVERINO, 1986, p. 71) fala da seguinte forma:
(...) os princípios de uma ética individualista e social fundada na suprema
prioridade da pessoa sobre a sociedade. A qualidade moral dos indivíduos
repercutirá necessariamente sobre a qualidade moral da sociedade. Todo o
investimento da evangelização, em sentido estrito, como da educação, sob
inspiração cristã, se deu historicamente nesta linha. Foi por isso mesmo que
o Cristianismo e a Igreja conviveram pacificamente com situações sociais de
extrema opressão, com a escravidão, a exploração no trabalho etc. É como
se estas situações independessem da vontade do homem, bastando que as
consciências individuais se sentissem em paz, nada se podendo fazer contra
estas situações objetivas.
Relembrando o processo histórico é possível perceber que tanto no período
colonial quanto no imperial do Brasil, época em vigorava o regime de padroado
Portugal tinha como objetivo principal a expansão da fé católica. Assim, desenvolveu-
se o processo de evangelização e catequização das populações indígenas e dos
africanos, o que de acordo com Ranquetat (2007) foi de certa maneira uma espécie
de ensino religioso, de educação e de formação religiosa nos moldes da doutrina
católica.
2.1.1 Ensino Religioso no Brasil Colônia
Para uma melhor compreensão da história do Ensino Religioso no Brasil nestes
quinhentos anos, far-se-á um resumo breve desta trajetória. Conforme o Fórum
Nacional Permanente de Ensino Religioso (FONAPER), nesta primeira fase, de 1500
a 1800, a ênfase é a integração entre escola, igreja, sociedade política e Econômica,
tendo como objetivo básico a integração dos alunos nos valores da sociedade. Foi um
período em que o Ensino Religioso era desenvolvido como Ensino de Religião como
evangelização dos gentios e catequese para os negros, conforme acordo com o Sumo
Pontífice e o Monarca de Portugal. (FONAPER, 2009).
Então nesta faze foram os padres Jesuítas que introduziram o Ensino no Brasil.
Já nos Primeiros anos da Colonização passaram a fundar colégios, onde
19
catequizavam os índios e lhes ensinavam a ler e escrever, como diz FIGUEIREDO
(1996, p.19):
Os primeiros passos na formação do povo brasileiro são dados em tempos
fortes de exploração das riquezas da terra e de submissão dos nativos aos
esquemas da metrópole. O Brasil, desde o início, é alvo de uma política
mercantilista sob o regime de monopólio, que exige o estabelecimento de um
pacto colonial. Este permitia a formação da aristocracia rural e o povoamento
da terra, que se dá em meio a uma exploração característica: no litoral, a
lavoura; no centro, a mineração; no Norte, as drogas. A formação étnica
decorre, em parte, deste fato. Achegada dos negros como mão-de-obra
barata é necessária ao projeto colonizador, propicia a mistura das raças e o
aparecimento de elementos culturais e religiosos que, somados aos dos
costumes indígenas, sob o guarda-chuva do cristianismo e outros elementos
da cultura europeia, vão dar origem às vertentes por onde passará o Ensino
Religioso.
Diante do exposto entendemos o quadro histórico da origem do Ensino
Religioso no Brasil, e isso nos mostra que seus objetivos tinham por interesse divulgar
o Cristianismo Católico Romano. Quanto a isso Lustosa (1992, p. 20) complementa
dizendo:
O projeto colonizador inclui a conquista dos gentios à fé católica, além da
atenção especial aos escravos. Estes terão na religião dos brancos as formas
propícias para se manterem no Estado de submissão e docilidade favoráveis
aos objetivos da metrópole
Notamos então que durante o período colonial o Brasil esteve sob o regime do
padroado e da união Estado e Igreja que nas palavras de BROSSE (1989, p.559):
Uma bula pontifícia de 4 de maio de 1493, separava o domínio de
evangelização dos portugueses dos espanhóis. Com esta bula, o papa
Alexandre VI dividia o mundo (exceto a cristandade europeia) em duas
partes: a Oeste duma linha que passava a poente e a Sul dos Açores e das
ilhas de Cabo Verde, os espanhóis tinham o privilégio da missão, era o
domínio do padroado espanhol ou patronato; a Leste desta linha, os
portugueses tinham o direito exclusivo de evangelizar esta segunda parte do
mundo: é o padroado português. A linha de demarcação foi um pouco
modificada e precisada no tratado luso-espanhol de Tordesilhas (1494), o que
teve como resultado fazer entrar o Brasil no padroado português. Este
privilégio não estava completamente abolido, pois, antes do Vaticano II, as
missões portuguesas dependiam de um dicastério especial em Roma, o dos
assuntos extraordinários, e não da propaganda.
Entende-se com isso que a igreja tinha liberdade para o culto e o ensino da
Religião, mas servil ao Estado. Como predominava na época o ensino escolar dirigido
pela Igreja através principalmente das Ordens e Congregações Religiosas (sobretudo
20
os Jesuítas), o Ensino Religioso era parte integrante do currículo escolar. Dessa forma
A instituição escolar no Brasil nasce religiosa, catequética.
2.1.2 Ensino Religioso no Brasil Império
Neste período, a educação está sob a direção do Estado-Nação e o objetivo é
a escola pública, gratuita, laica para todos. Sendo que o religioso estava submetido
ao estado, onde a burguesia toma o lugar da hierarquia religiosa. Peixoto (1998)
ressalta em sua obra as várias reformas realizadas nos primeiros anos da República,
entre elas a reforma Rivadavia Corrêa (1911), que tentou imprimir um critério prático
ao estudo das disciplinas e ampliou a aplicação do princípio de liberdade espiritual ao
pregar a liberdade de ensino.
Contudo, diante dos protestos católicos e de medidas laicizantes introduzidas
no sistema escolar, o Governador de Minas Gerais em 1928, promulgou a Lei 1.092/28
reintroduzindo o Ensino Religioso nas escolas oficias mineiras. Isto foi o resultado de
um cuidadoso trabalho do clero mineiro junto à sociedade resultando em
reconhecimento da parte do governo para com a Igreja.
Tinha-se a esperança que, conforme Junqueira (2007), com a nova República
se conseguiria organizar no Brasil uma rede pública de “ensino par a todos”, mas
somente com a “Revolução de Trinta” e o Manifesto de 1932, conseguiu-se
responsabilizar o Estado, por meio da Constituição de 1934, a estabelecer um Plano
Nacional de Educação e a extensão da rede de ensino.
Nos anos de 1910 a 1930, ficou marcado o esforço da Igreja Católica para
aproximar-se do Estado, apesar de reações oposicionistas da Maçonaria. Houve,
neste período, a tentativa de organizar partidos católicos, como a Liga Eleitoral
Católica (LEC), visando orientar os fiéis na escolha de candidatos a cargos políticos
no processo constitucional de 1934 e 1946. (JUNQUEIRA, 2007)
Conforme Junqueira (2007), foi organizada pela Igreja Católica uma lista de
questões que se julgavam fundamentais e apresentou-se aos políticos interessados
em apoiá-la. Entre as questões polêmicas estava o campo da educação do Ensino
Religioso, pois, segundo a Igreja Católica, a compreensão do homem, do mundo e de
Deus estariam sendo progressivamente destruídas pela Modernidade e pela
Maçonaria.
21
Neste contexto, dá para perceber que a educação, além de ser uma estratégia
que a Igreja usou para desenvolver este projeto, foi também uma preocupação
constante do episcopado com a concepção de educação como um todo, em especial
com o ensino primário, pois revelava uma oscilação entre a influência humanista
clássica e a realista científica.
Pode-se então dizer que herdamos, pois, do passado uma Igreja
ideologicamente marcada por uma evangelização colonizadora: ela aparece como
obra de gente branca, bem-educada e formada, de classe privilegiada, sobre gente
negra, morena e mestiça, índia, pobre, ignorante e atrasada. Esse é o pano de fundo
sócio religioso que as elites brasileiras queriam impingir à sociedade. Destaca-se
ainda que segundo NERY (1993. p. 9):
Neste período as ideias de liberdade e emancipação (Revolução Francesa –
1779) se propagam e criam forças. Dom João VI volta para Portugal e seu
filho Dom Pedro I permanece no Brasil. Os desentendimentos com Portugal
levam Dom Pedro I a proclamar a Independência do Brasil, em 1822. Cria-se
assim a Monarquia Constitucional, o Império do Brasil (1822-1889) mas na
verdade ainda unido a Portugal pela família imperial Bragança. A Igreja
Católica é declarada religião oficial do Estado. Em 1824, no dia 24 de março,
D. Pedro I outorga a Primeira Constituição Política do Império do Brasil, na
qual não há alusão alguma à educação.
Mas ainda segundo CÁCERES (1993. p. 203), a realidade social como um todo
é bem mais ampla, flexível e Contraditória pois:
.
Na primeira fase da Monarquia Constitucional, a restrição da liberdade
religiosa é acentuada, quando a religião Católica Apostólica Romana é
oficializada como “Religião do Império”, portanto, a doutrina católica, salvo
por uma pequena minoria, não era vivenciada profundamente. A grande
massa da população seguia um ecletismo religioso, mestiçando o catolicismo
às crenças indígenas e dos escravos negros. O povo praticava novenas que
não revelavam fervor, procissões e festas que apenas divertiam.
Em sequência é também neste contexto que desde 1810, os protestantes
entraram no território brasileiro, em consequência do tratado com a Inglaterra para
efetivação de interesses comerciais. A Bíblia começa a ser divulgada, o que tem
prosseguimento mais tarde, com a imigração americana. A par de tudo isso, a
mentalidade de tolerância religiosa no Brasil é espontânea, uma vez que o povo
demonstra um certo interesse pela Bíblia a partir, quase sempre da propaganda
22
protestante. Outro complicador é a influência política da maçonaria que começa a ser
organizada em âmbito nacional.
Diante disso, os programas de Ensino Religioso nas Escolas Católicas deixam
transluzir, entre outras, tal preocupação, principalmente em se tratando da maçonaria
que, de certa forma, influência na política educacional, orientando setores políticos na
difusão de ideias de distinção entre a catequese, como tarefa da comunidade de fé,
sob os cuidados do catequista e da família, enquanto a “instrução religiosa” é realizada
apenas de forma complementar na escola, sendo esta considerada como parte do
sistema global do ensino.
Relata-se que no começo do Império era precário o sistema de ensino: não
havia instrução organizada, lamentavam, em 1823, os deputados convocados à
constituinte; somente a corte e clérigos estudavam; escolas primárias escassas e
professores mal remunerados. Em 1827 surgiram, em regiões mais populares, as
escolas fundamentais, com o sistema de ensino mútuo. LUSTOSA, (1992. p. 89) diz
que em termos históricos:
A mentalidade brasileira é dominada pela classe senhorial, com base na
economia rural, manutenção do regime escravista e forte influência da
hierarquia eclesiástica. Não faltam, porém, movimentos regionais de reação
ao sistema, buscando a libertação da escravidão e a instalação de uma
República, como nos demais países da América Latina. Dom Pedro I torna-
se muito impopular e abdica do trono em favor de Dom Pedro de Alcântara e
retorna a Portugal.
Em resumo pode-se dizer que na prática, o Ensino Religioso é compreendido
e tratado como catequese, é ainda considerado como um componente curricular e se
efetiva através do uso de manuais de catecismo nos padrões tridentinos, em se
tratando da seleção de conteúdos em vista de uma fiel ortodoxia. As formulações da
fé católica privilegiam a tradição romana.
2.1.3 Ensino Religioso no Brasil República
No período republicano o Ensino da Religião Católica Romana passa por uma
crise, pois um novo regime que surgiu em 1891 pede a separação do Estado e da
Igreja. A partir desse fato, passa a vigorar a seguinte expressão: “Será leigo o ensino
ministrado nos estabelecimentos oficiais de ensino” (PCN: ER, 2004. p. 14) essa foi à
23
primeira redação da primeira Constituição da República a orientar a Educação
Brasileira.
Tal enunciado quer mostrar que o Ensino Religioso só poderia ou deveria ser
ministrado apenas em alguns estabelecimentos específicos, como por exemplo nas
escolas de cunho religioso e não mais naquelas mantidas pelo Poder Público. Essa
linha de pensamento foi influenciada pelos ideais da liberdade religiosa regida pelo
princípio da laicidade do Estado, segundo a concepção francesa.
É o que consta do discurso de grande número de parlamentares que atuaram
na Assembleia Constituinte e na implantação do novo regime. Posteriormente, pela
liderança dos pioneiros da educação nova, a partir dos anos 30, essa ideia é
intensificada. Com o texto declarando que o ensino será laico, acontece uma grande
discussão em torno do assunto, diante da possibilidade de se excluir o ensino religioso
no texto da Constituição de 1891, regendo a laicidade. A Igreja católica romana ainda
continuava com sua atuação voltada para a prática proselitista da catequização dentro
das escolas públicas brasileiras, essa fase se prolonga em todo percurso da história
da educação brasileira, precisamente até os 400 anos da história.
Segundo NERY (1993. p.10), para a Igreja Católica e o Ensino Religioso as
consequências são imediatas:
O decreto 119-A do Governo Republicano Provisório (17/01/1890) abole o
Padroado e estabelece a separação Igreja e Estado. O Episcopado brasileiro
reage com a Carta Pastoral coletiva de 19/03/1890 destacando as vantagens
para a Igreja contidas no Decreto 119-A., Mas a constituição de1891, ao
abordar a questão do Ensino Escolar, criando as competências para os
Estados e para o Governo Central, diz em seu artigo 72 parágrafos 6º: “será
leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos”. Esta clausula
provoca inúmeros debates e posicionamentos em defesa da liberdade do
ensino, da liberdade de consciência, da liberdade religiosa, e da igualdade de
direitos. Multiplicam-se os argumentos a favor e contra “laicização do ensino
público”. Os Bispos escrevem: para os crentes, católicos, protestantes,
metodistas, calvinistas, etc. A escola neutra é um verdadeiro presente de
gregos. Seus filhos não encontram na escola um ambiente favorável à
liberdade de consciência, pois o que existe é hostilmente indiferente à
liberdade religiosa, e mais adiante acrescentam: a celeuma levantada em
torno da circular do episcopado nasce de uma lamentável confusão. É um
erro supor que os católicos exigem a obrigatoriedade do ensino do catecismo
nas escolas públicas para os alunos.
Entende-se que eles esperam é que a declaração, “ensino leigo”, não seja
atarracada, com ensino ateu irreligioso. Na sequencias dos anos à Igreja toma posição
de justificação em relação ao ensino da religião como corolário da liberdade religiosa
e da liberdade de consciência que para BEOZZO (1986. p. 281):
24
Contudo não se pode ocultar que toda a questão escolar, ponto nevrálgico da
disputa entre a Igreja e o Estado, não atingia a população pobre, inteiramente
ausente do sistema escolar. Também a Igreja não se preocupava em abrir
escolas para o povo, salvo em situação toda especial dos imigrantes das
áreas de colonização do Sul, estando sua estratégia voltada para os filhos
das classes dominantes. Esta mesma questão do Ensino Religioso nas
escolas oficiais não chegava a sensibilizar e mobilizar as classes dominantes
pois estas podiam sempre enviar seus filhos e filhas para os colégios de
padres e freiras a elas destinadas e aí obter sua educação religiosa.
É um tempo marcado por profundas transformações que mexem com
esquemas de referência. Com maior universalização do ensino, as contradições da
sociedade são trazidas para a escola. Após a hegemonia da Igreja e do Estado sobre
a escola e a educação, caminha-se para a redefinição de poderes e regulamentações
no seio da instituição escolar, pois as diversas forças sociais e profissionais se
articulam para assumir responsabilidades constituindo novas modalidades de
funcionamento da ação escolar. (FONAPER, 2009) como visto, o Ensino Religioso
passou por várias mudanças e conflitos ao longo da história do Brasil, decorrente das
mudanças constitucionais e ideológicas do Estado. Entretanto, o modelo catequético
foi o mais marcante, dado o grande tempo que vigorou nas escolas. Pode-se dizer
que o Ensino Religioso no Brasil, ao longo da história, vinha sendo caracterizado pelo
ensino da religião.
A busca pela liberdade, na década de 1960, no campo individual e coletivo
levou as pessoas a lutarem por seus direitos civis e políticos, mas foi na década
de1970 que a formação profissionalizante se tornou exigência para o mercado de
trabalho, para que se tornassem compatíveis com as exigências do capitalismo
industrial internacional.
Neste contexto os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso
(FONAPER, 2009), vem ressaltar que o Ensino Religioso é obrigatório para a escola,
concedendo ao aluno o direito de optar ou não por ele, no ato da matrícula, sendo
contemplado com a reforma trazida pela Lei 5.692/71, por ser compreendido como um
elemento que colaboraria na “formação moral” das gerações.
25
3 PERSPECTIVAS LEGAIS PARA O ENSINO RELIGIOSO
O ensino religioso organiza-se mediante concepções que norteiam e legitimam
as ações pedagógicas no âmbito escolar. Ele é entendido, como, “o espaço que a
escola pública abre para que estudantes, facultativamente, se iniciem ou se
aperfeiçoem numa determinada concepção do transcendente, focalizando a formação
integral do sujeito, valorizando: as inter-relações: consigo mesmo, com o outro e com
o universo. Nesse sentido fica evidente qual quer doutrinação ou tentativas de educar
a fé do sujeito. As igrejas, individualmente ou associadas, com o amparo legal,
poderão credenciar seus representantes para ocupar o espaço como resposta à
demanda dos alunos de uma determinada escola”.
Cândido (2005) evidencia que, "Educação Religiosa é um termo usado para dar
conta da ideia de pensar o religioso, sem pensar na imposição de uma religião”. Seria
assim a somatória do Ensino Religioso e da Pastoral, numa escola confessional que
tenta abarcar a dimensão religiosa de seus educandos e dar conta de sua
confessionalidade.
O termo Educação Religiosa é utilizado também em alguns discursos ligados à
política para sair do "ensino" e também pela Pastoral da Educação, ligada à Igreja
Católica, para dar conta da ampliação da área de atuação. De acordo com Saviani
(2008), o Ensino Religioso “Nas suas origens, configurou-se uma simbiose entre
educação e catequese materializada na obra dos jesuítas” esse discurso está dentro
do contexto das informações contidas no capítulo anterior, que evidencia que O
Ensino Religioso percorre ao longo de sua história no Brasil, caminhos muito ligados
ao desenvolvimento do Estado Laico e a Igreja Católica, visto desde a colonização do
Brasil por portugueses, cuja religião oficial era a católica, e que também foi implantada
aqui.
26
4 INTERVENÇÃO SOCIOESCOLAR: uma relação da teoria x prática
Se segue uma análise qualitativa de dados que é um fenômeno recentemente
retomado, que se caracteriza por ser um processo indutivo que tem como foco a
fidelidade ao universo de vida cotidiano dos sujeitos, estando baseada nos mesmos
pressupostos da chamada pesquisa qualitativa que conforme as palavras de André
(1983): “ela visa apreender o caráter multidimensional dos fenômenos em sua
manifestação natural, bem como captar os diferentes significados de uma experiência
vivida, auxiliando a compreensão do indivíduo no seu contexto”
Diante disso, é importante frisar que, ainda que os passos metodológicos nessa
abordagem qualitativa não estejam prescritivamente propostos, não se deve
considerar como um sujeito isolado que se norteia apenas pela sua intuição: há que
levar em conta o contato com a realidade pesquisada, associado aos pressupostos
teóricos que sustentam seu projeto.
4.1 Palco da pesquisa e metodologia
Nesta pesquisa foi feita uma análise teórico metodológica tendo como elemento
essencial, para realizar os objetivos propostos, a revisão bibliográfica, como direção
e orientadora na discussão do tema em questão, onde passaram por inspeção
algumas concepções sobre o ensino religioso, que desde que aplicada ao contexto
escolar foi coadjuvante de muitas controvérsias. Se atendo aquelas que apresentaram
novas dinâmicas para o ensino religioso para melhor ser apresentado aos educandos
e que proporcionará subsídios para educadores que militam nessa área.
A partir da pesquisa bibliográfica foi posto em prática, conceitos e ideias,
levantadas que venham a contribuir no processo de construção de saberes relevantes
para formação integral do sujeito, proporcionando um novo rumo no fazer pedagógico.
Dessa forma, refletiremos o ensino religioso, que educa para a vivência pessoal
e coletiva e não venha a ficar apenas na teoria mais intervir no desenvolvimento da
sociedade atual norteando vidas a andar pelo caminho do respeito, aceitação e
tolerância.
Também, foi realizada uma análise do Projeto Político Pedagógico da Escola
Municipal Evanildo dos Santos, sito à Av. Rio Branco S/N, no bairro Novo Jardim na
cidade de Jardim de Piranhas-RN. Atualmente, a referida escola está sendo
administrada pela Profª. Ildete Batista. A criação da Escola Municipal Evanildo
27
Mariano dos Santos ocorreu no dia 05 de abril de 1991, tendo como ato de criação o
nº 377 (código: 24033227). Estão matriculados atualmente na escola cerca de 340
alunos, matutino e vespertino; atendendo as seguintes modalidades de ensino, a citar:
Educação infantil (níveis IV e V), Ensino Fundamental (1º ao 5º ano).
Conforme o PPP da escola, sua missão é contribuir para constante melhoria
das condições educacionais da comunidade, visando assegurar uma educação de
qualidade aos nossos alunos num ambiente criativo, inovador e de respeito ao
próximo. Como também, buscar meios que contribua para o avanço do ensino -
aprendizagem da clientela atendida, tendo como foco o processo de alfabetização e
letramento.
Coerentes com as estratégias previstas na LDBEN nº 9394/96, a instituição
educacional tem como meta prioritária o desenvolvimento global do aluno, e para que
isso ocorra, faz-se necessário a integração entre educação – cultura que não se
restrinja à modelos pré-estabelecidos, mas se concretize numa escola, na qual a
comunidade em que está inserida seja capaz de formar uma sociedade mais justa e
preparada para promover mudanças. Para que a escola alcance seus objetivos, vale
salientar a importância de que o corpo docente faça adequações necessárias para
que os educandos sejam capazes de aprender e serem conscientes de seus direitos
e deveres.
Realizamos também, uma entrevista de caráter histórico e comparativo, com
os atores que compõem o quadro de funcionário da referida escola, com o objetivo de
evidenciar a forma como a escola vem tratando e/ou aplicando o ensino religioso em
sala de aula; com o intuito de levantar informações e qualitativas sobre o assunto.
Ainda foi elaborado um questionário para ser aplicado, com o corpo docente e
coordenação pedagógica das demais escolas do nosso município. Todas as
informações colhidas foram comparadas entre se para ter-se uma ideia de como se
dá, as ações pedagógicas, no tocante ao ensino religioso, nas instituições de ensino
de Jardim de Piranhas - RN. Então, refletirmos sobre um novo fazer pedagógico, para
ensino religioso, visando oferecer um futuro auspicioso e promitente aos alunos de
nossa comunidade.
4.2 Dinâmica e ferramenta de pesquisa
28
Para coleta de dados, utilizou-se de questionários elaborados com diversas
perguntas abertas e fechadas, (APÊNDICES: B, C, D); e uma entrevista, (APÊNDICE:
A). As questões, na sua maioria teve um caráter subjetivo, e foram aplicados para
diretores (as); coordenadores (as); e professores das escolas de ensino fundamental
menor, da rede de ensino do município de Jardim de Piranhas-RN. O objetivo dos
questionários bem como o da entrevista com a secretária do referido município, foi
discutir sobre a disciplina ensino religioso, como componente curricular; e também
refletir na forma que esta, vem sendo tratada no fazer pedagógico das escolas do
município, ressaltando a possibilidade de incluí-la nas salas de aula esta área do
conhecimento, de caráter facultativo, como um fator preponderante para formação
integral dos indivíduos.
4.3 os elementos da pesquisa
Os elementos desta pesquisa foram: todo o corpo docente da Escola Municipal
Evanildo Mariano dos Santos; bem como os diretores, coordenadores e alguns
professores das escolas, que denominaremos de: amarela, azul e verde. E também a
Secretária de Educação da SEMEC “A”, do município de jardim de Piranhas-RN.
4.4 Análise dos dados coletados
Já apresentado o senário, onde a pesquisa foi realizada, os sujeitos da pesquisa
e a dinâmica para colhimento dos dados, este bloco apresenta os frutos da pesquisa;
bem como a interpretação dos dados coletados.
4.4.1 Entrevista com a secretária de educação “A”.
A presente pesquisa teve como objetivo discutir sobre a disciplina ensino
religioso no currículo das escolas da cidade supracitada, e com isso analisar como
este componente curricular vem sendo trabalhado na realidade das escolas do ensino
fundamental menor, e para tanto foi entrevistada a secretária de educação para,
nortear a coleta e tratamento com as informações sobre o tema; e ter uma visão
panorâmica da educação do município.
 ENTREVISTADOR: A princípio gostaria de saber, qual a sua opinião sobre a
inclusão da disciplina Ensino Religiosa no currículo das escolas públicas do município
de Jardim de Piranhas – RN?
29
 SECRETÁRIA A: a inclusão do Ensino religioso como disciplina do currículo
básico de Jardim de Piranhas e de todo o território nacional, foi estabelecido a partir
da LDB, sancionada em 1996 e desde lá vem sofrendo muitas alterações, pois antes,
desde o tempo dos jesuítas, era articulada de forma tendenciosa puxando para o
catolicismo e o doutrinamento, e hoje orienta-se que seja assegurado a liberdade de
consciência e de crença, assim como o respeito à diversidade cultural religiosa do
Brasil, vedadas quaisquer forma de catequese.
 ENTREVISTADOR: Na sua concepção a disciplina de Ensino Religioso é
importante para formação integral do sujeito como as outras disciplinas?
 SECRETÁRIA “A”: Sim o ensino religioso é importante para formação integral
do sujeito, pois tem o propósito de apresentar a diversidade que envolve a história das
religiões. A Escola, ao trazer para seus espaços as diversas manifestações de cada
religião, ensina o princípio da tolerância, do respeito às diferenças da formação
cidadã, exercitando tudo isso na rotina escolar e na sala de aula.
 ENTREVISTADOR: Sabendo que é uma de suas atribuições: “o
comprometimento com a qualidade da Educação em nossa rede de ensino”, qual sua
visão, no tocante a disciplina ER em nossas escolas e seu caráter facultativo?
 SECRETÁRIA “A”: Nós, enquanto equipe da SEMEC, defendemos a escola
pública laica, onde os alunos de todas as confissões religiosas, assim como os atues,
devem ser admitidos indistintamente e igualmente respeitados na sua condição de
indivíduos em formação. Apesar de ser uma disciplina ofertada em caráter facultativo,
nós orientamos para que as famílias sejam esclarecidas e para que o aluno seja
incentivado a permanecer na sala de aula, por considerarmos o conteúdo fundamental
para seu crescimento pessoal, espiritual e intelectual.
 ENTREVISTADOR: Semelhante aos compromissos anteriores ainda acrescenta
sobre sua responsabilidade ser uma Articuladora, e está sempre disposta ao debate,
visto ser a Educação, uma questão pública, vários interesses, concepções, posições
estarão sempre presentes e expressos por segmentos diversos. Então, como vem
30
sendo discutido o ensino religioso no meio educacional do município de Jardim de
Piranhas-RN?
 SECRETÁRIA “A”: o ensino religioso no município de jardim de Piranhas vem
sendo discutido e planejado no interior das escolas continuamente, em seus encontros
pedagógicos, nas reuniões de pais e nas salas de aula.
 ENTREVISTADOR: Como você avalia o ensino religioso em do município de
Jardim de Piranhas-RN?
Bom; Ótimo; Excelente; Regular; Péssima.
 SECRETÁRIA “A”: Bom. Especialmente nas séries iniciais do ensino
fundamental, pois a disciplina é ministrada pelo professor pedagogo, habilitado a
lecionar todos os componentes curriculares ofertados na “série”. Já nas “séries” finais
ainda estamos em processo de adequação, apesar de termos realizado concurso
público para a disciplina ainda não conseguimos a liberação da vaga na única escola
do município, devido à redução inesperada de turmas, acarretando a falta de
preenchimento de carga horaria para os professores do quadro.
 ENTREVISTADOR: Em sua opinião, o Ensino Religioso que pode fazer parte
do nosso currículo, deveria ser de cunho: Confessional; Interconfessional; Ensino das
religiões; Área de conhecimento; explique.
 SECRETÁRIA “A”: Usarei a definição do pesquisador de ensino religioso,
Sérgio Junqueira (GPER: Grupo de Pesquisa Educação e Religião), sobre o que
são áreas do conhecimento: “As áreas do conhecimento são marcos estruturados de
leitura e interpretação da realidade, essenciais para garantir a possibilidade de
participação do cidadão na sociedade de forma autônoma”. Cada uma das áreas
contribui para que os estudantes compreendam a sociedade em que vivem e possam
interferir no espaço e na história que ocupam; pois uma das preocupações da
Educação Básica é a formação do cidadão e que os estudos que as crianças e
adolescentes realizam contribuam para os estudos e o trabalho que exercerão
posteriormente. Ou seja, é uma relação do presente, uma releitura do passado e uma
construção do futuro.
31
Essa entrevista, bastante proveitosa, proporcionou-nos o esclarecimento sobre
muitas dúvidas, concernentes ao tema estudado. Fomentando a busca por entender
cada vez mais os porquês de se trabalhar o ensino religioso como área do
conhecimento. Na realização da entrevista alguns fatos chamou-me a atenção, dentre
muitos. Para ser mais preciso foram três: os conhecimentos bem acentuados, da
entrevistada; uma fala condizente com a revisão bibliográfica realizada; e uma
distância acentuada entre teoria e prática, realidade comprovada, após pesquisa
concluída.
O primeiro fato ficou concretizado por tamanha competência e propriedade
demostrado na dinâmica da entrevista realizada. Bem como na maneira de conciliar o
tempo, para harmonizar as muitas ocupações e ceder deste tempo, um espaço para
contribuir para presente pesquisa acadêmica, sem perder o ritmo da sua rotina diária,
e dessa forma contemplando as atribuições do seu ofício.
O outro, é que se confirmou o que tinha pesquisado sobre a importância do
tema abordado, pois a gama de material pesquisado, ou seja, as ideias aqui
apresentadas, foi por ela citada, como preocupação e visão de futuro para as escolas
do município de Jardim de piranhas, o que me deixou muita mais confiante e
entusiasmado para conclusão da pesquisa
Porém o fato que prendeu minha atenção, com o resultado da pesquisa, foi a
distância entre a teoria e a prática, no que diz respeito a muitas falas da entrevistada
e os dados coletados nas escolas citadas abaixo. E dessa forma concordamos com
as palavras de Freire (2003): “teoria sem a prática vira ‘verbalismo', assim como a
prática sem teoria, vira ativismo. No entanto, quando se une a prática com a teoria
tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora da realidade”. Diante disso
redobramos os esforços, para que na nossa futura prática docente, diminuamos essa
distância entre a teoria e prática. No entanto somos conscientes dos ricos resultados
que tal pesquisa proporcionou e proporcionará, nos âmbitos: pessoa, social e
acadêmico.
4.4.2 Questionário para o corpo docente das Escolas: amarela, azul e verde
32
Nesses espaços buscamos consolidar que devesse ter o Conhecimento que
devemos respeitar à autonomia, à decência e à identificação do educando e, para
que na prática, procurarmos a coerência com este saber, e à criação de algumas
virtudes ou qualidades sem as quais aquele saber vira apócrifo, linguagem vazia e
inoperante. E para esta faze da nossa formação inicial diz ANDRADE (2005, p.5).
Para ser professor é preciso, também, vivenciar a ESCOLA (grifo meu), esta
instituição que é o espaço de sua prática profissional, e que se encontra
povoado de praticantes de um mesmo fazer, e mais, 5 de um fazer que só
existe enquanto prática [...] Assim, o Estágio deve preparar para um trabalho
coletivo, uma vez que, o ensino não é um assunto individual do professor,
pois a tarefa escolar é resultado das ações coletivas dos professores e das
práticas institucionais, situadas em contextos sociais, históricos e culturais.
Com esse entendimento foi que partimos para aplicar os questionários aos
sujeitos da nossa pesquisa nas escolas a citar.
4.4.2.1 Questionário aplicado o (a) diretor (a)
Adentrando mais afundo dentro da realidade escolar, para ser mais preciso, na
busca de informações e realidade do no tema em questão, foi aplicado um
questionário com os (as) diretores (as) destas instituições. E foi concluído que quando
se aproxima um pouco mais da realidade dos fatos, começa a distanciar a teoria da
prática e vice e versa, pois, começamos a notar uma disparidade entre os discursos
apresentados na entrevista, com as informações coletadas nos questionários com os
diretores.
Onde na primeira secção de perguntas e respostas já notamos que a importância
do ensino religioso fica apenas no papel, pois, na pratica ela é entendida de outra
forma com uma importância bem inferior às informações antes passada. E conforme
nos aprofundamos na pesquisa, as dúvidas sobre haver uma distância entre prática
teoria, vão dirimindo-se cada vez mais.
Ao terminar essa parte de questionários, ao nosso ver, e conforme os resultados
das nossas pesquisas, a disciplina ensino religioso, como área de conhecimento, não
é discutida no âmbito escolar, e as práticas pedagógicas que envolvem assuntos e/ou
conteúdos religiosos, conforme a visão dos gestores, estão longe de serem voltadas
a formação integral dos sujeitos que compõem as escolas pesquisadas.
33
 PESQUISADOR: como você ver a disciplina ensino religioso no currículo da
escola em que você é diretor (a)?
 ESCOLA AMARELA: Não está explicita no PPP da Escola e é pouco discutida.
Ela é trabalha de forma interdisciplinar, ou seja, integrada as outras disciplinas.
 ESCOLA AZUL: como um componente importante no currículo; embora a
ênfase maior do trabalho pedagógico seja as áreas de língua portuguesa e
matemática, esse componente tem seu espaço de significações em todos os
níveis de ensino.
 ESCOLA VERDE: o ensino desta disciplina é facultado a datas comemorativas
e a atos de respeito e consideração aos dogmas ou atos adotados por diferentes
religiões, sem planejamento pedagógico realmente exclusivos ao ensino religioso.
 PESQUISADOR: a disciplina ensino religioso (ensino religioso) é importante
para formação integral do sujeito, como as outras disciplinas?
Sim; não? Se sua resposta for sim, justifique.
 ESCOLA AMARELA: o ensino religioso é importante para formação integral do
sujeito pelo fato de sermos seres espirituais que tem muitas curiosidades, como
há uma diversidade religiosa, precisamos aprender a conviver e respeitar o
segmento religioso de cada um.
 ESCOLA AZUL: através de conceitos, conteúdos e eixos temáticos, nos quais
trabalhamos culturas e tradições religiosas, ritos e valores, buscamos contribuir
com a formação integral dos estudantes.
 ESCOLA VERDE: partindo que a humanidade, sempre adotam princípios
relacionados aos deuses e crenças que de uma certa forma conforta e
sensibiliza o homocentrismo da necessidade de respeitar e considerar as
diferentes de vida existentes no planeta ou universo.
 PESQUISADOR: sabendo que o ensino religioso, é previsto na LDB nº 9394/96,
como disciplina de matrícula facultativa, (art. 33). na condição de administrador (a)
escolar, como o (a) senhor (a) deve manter a escola dentro das normas do sistema
educacional, seguindo portarias e instruções, ou seja, como você orienta a sua equipe
pedagógica a trabalhar a disciplina de ensino religioso na escola?
34
 ESCOLA AMARELA: na verdade é uma área de conhecimento pouco discutida
na escola, onde não tive momentos de reflexão para analisar o ponto de vista de
cada um. Trabalhamos mais as datas comemorativas deixando a cargo dos
professores desenvolverem em suas aulas de acordo com a turma.
 ESCOLA AZUL: embora a matrícula seja facultativa a disciplina é parte
integrante do nosso currículo e buscamos respeitar os credos e orientações
religiosas dos estudantes considerando a diversidade a tolerância, no intuito de
construirmos um ambiente de paz.
 ESCOLA VERDE: essa é uma tarefa do setor pedagógico. a supervisão
escolar e professores buscam ser imparciais no sentido que a própria LDB coloca
o ensino no estado laico.
 PESQUISADOR: Entendemos que às vezes o (a) gestor (a) faz como um (a)
maestro, um líder da equipe, que concilia o trabalho pedagógico com o administrativo.
Assim sendo, qual a maior controvérsia, polêmica, ou discussão sobre o Ensino
Religioso que permeia a instituição que você trabalha, se é que existe?
 ESCOLA AMARELA: não existe discussão acirrada em relação ao ensino
religioso, mais quando há pontos de vistas divergentes dialogamos procurando
ouvir o outro.
 ESCOLA AZUL: na verdade na nossa instituição não temos tido problemas
quanto ao ensino religioso, já que não focalizamos o ensino numa única filosofia
e buscamos, sobretudo, o respeito as diferenças de credo, representações
religiosas e valores.
 ESCOLA VERDE: não, como gestor, já participei de eventos em diferentes
denominações religiosas em nossa cidade e estou aberto a qualquer intervenção
religiosa, na própria escola temos finais de semana: seminários, catequese e
olimpíadas promovidas por igrejas como a Batista, católica entre outras.
 PESQUISADOR: sabe-se que o ensino religioso é componente curricular que
possui amparo legal e pedagógico para garantir sua presença efetiva na escola,
permeando: construção do projeto político-pedagógico (PPP); regimento escolar;
plano de estudos e plano do/a professor/a. isto se constitui um fato na instituição da
qual o (a) senhor (a) está como gestor (a)?
 Apenas a ESCOLA AMARELA respondeu que NÃO.
35
 PESQUISADOR: mesmo que não se trabalhe diretamente com o ensino
religioso, sabemos que conteúdos voltados para assuntos religiosos, é realidade
inegável em nossas escolas. Assim sendo, para você o ensino religioso que pode
fazer parte do nosso currículo, deveria ser de cunho: confessional; interconfessional;
ensino das religiões; áreas de conhecimento; nenhuma das alternativas
 ESCOLA AMARELA: não respondeu essa pergunta e as outras responderam
que deveria fazer parte do currículo o ensino religioso como área do
conhecimento.
4.4.3 Questionário para o (a) coordenador (a)
Na visão dos (as) coordenadores (as), a discussão sobre o ensino religioso,
apesar de ser valorizado teoricamente, já havia se encerrado; pois não há espaço
para aplicar uma pratica voltada aos objetivos da disciplina em questão, segundo a
interpretação dos dados coletados, visto ser, as demais disciplinas a base das práticas
das instituições.
Fica evidente que não há um incentivo para inovação da prática pedagógica
dos docentes, talvez por falta de conhecimentos teóricos sobre a relevância do tema.
Dessa forma fica manifesto que se não haver um incentivo para quebra das inércias
de muitas práticas, não só o ensino religioso, mas referente a qualquer outra disciplina,
sendo tirada do currículo, como dito abaixo, os alunos não sentirão falta!
ESCOLA AMARELA: Não quis participar.
 PESQUISADOR: como coordenadora pedagógica, de que forma você avalia, o
trabalho pedagógico de sua instituição, concernente a disciplina ensino religioso?
Regular; bom; ótimo; excelente; não trabalhamos.
 ESCOLA AZUL: respondeu que o trabalho o seu pedagógico concernente ao
ensino religioso é ótimo
 ESCOLA VERDE: disse que era regular.
 PESQUISADOR: sabendo que, organizar encontros de docentes por área e por
nível de ensino, faz parte de seu labor enquanto coordenador (a), você tem reunido
36
sua equipe pedagógica para tratar assuntos no tocante à disciplina ensino religioso e
seus conteúdos específicos? Sim; não; não trabalhamos; justifique
 ESCOLA AZUL: Não, a escola fez o PPP e dentro deste projeto está a proposta
curricular que contém os conteúdos específicos do ensino religioso, sendo
desnecessário uma reunião para priorizar o tema. Consolidamos outras disciplinas
e projetos desenvolvidos durante o ano inteiro.
 ESCOLA VERDE: Não, a escola não trata o ensino religioso de forma
especifica. A visão que temos enquanto coordenação é que se tirar o ensino
religioso do currículo, os alunos não sentirão falta.
 PESQUISADOR: pode dizer também, que dar atendimento individual e coletivo
aos professores, faz parte intricadamente de sua função como coordenador (a). Algum
docente já lhe procurou em busca de orientações para trabalhar ensino religioso? Sim
ou não?
 AS ESCOLAS: AZUL E VERDE: responderam que nunca um educador pediu
orientações
 PESQUISADOR: no seu ponto de vista, qual é a importância do ensino religioso
para a formação integral do sujeito, em uma sociedade multicultural como a que
estamos inseridos?
 ESCOLA AZUL: é importante porque muitas vezes a escola tem que ensinar
valores importantes que a família não ensina.
 ESCOLA VERDE: não diria para formação integral, vejo o ensino religioso,
nos moldes que estão ensinando, como algo dispensável. Ou se efetiva de fato o
ensino religioso ou continua a perder ainda mais espaço na educação.
4.4.4 Questionário para os (as) professores (as)
Aqui vislumbramos uma visão mais nítida sobre a realidade da importância da
disciplina em questão, pois mergulhamos nas informações proporcionadas pelos
protagonistas do ensino. Eles passaram informações mais reais, dentro das
possibilidades de se ter ou não um espaço para a disciplina ensino religioso como
área de conhecimento. Neste contexto pode-se contemplar teoria e prática
caminhando de “mãos dadas”, e que o tema da pesquisa não é uma utopia, mais sim
uma realidade palpável e próxima da nossa realidade.
PERGUNTAS ESCOLA
AMARELA
ESCOLA AZUL ESCOLA VERDE
37
Em sua pratica
docente você
leciona conteúdo
relacionado ao
Ensino Religioso
(ER)?
Sim, leciono. Às vezes leciono. Sim
Você já participou
de alguma
capacitação para
trabalhar com
Ensino Religioso em
sala de aula?
Não, nunca
participei.
Não Não
Os (as) alunos (as)
demonstram
interesse quando se
deparam com temas
que envolvem a
disciplina de Ensino
Religioso, seja estes
planejados ou não?
Sim, demostram
interesse.
Às vezes Sim
Você acha que se
deve trabalhar
Ensino Religioso,
em nossas escolas,
mesmo sabendo da
pluralidade cultural e
religiosa dos nossos
alunos.
Sim. É de
fundamental
importância
trabalhar o ER,
desde que os
docentes sejam
protagonistas do
ensino
aprendizagem, pois
se avaliarmos os
decentes
oportunizando
através do diálogo e
da leitura de livros
literários é possível
respeitar a
pluralidade religiosa
e cultural ampliando
os conhecimentos
dos mesmos para
uma melhor
compreensão do
outro.
Sim, é importante
pois de forma geral
a religião também
forma a identidade
do aluno bem
como seus
preceitos morais e
éticos.
Sim, na verdade devemos
trabalhar o ensino religioso,
mas de forma diferente, ou
seja, procurando temas que
leve o aluno a entender o
mundo que o cerca. Temas
como: cidadania,
solidariedade, cooperação,
respeito, entre outros
Em sua opinião, o
Ensino Religioso,
deveria ser
ministrado por
líderes religiosos,
escolhidos de forma
democrática ou
deveria investir na
capacitação de
profissionais da
educação, para
lecionarem a
disciplina de Ensino
Religioso?
Não deve ser
ministrada por
líderes religiosos,
pelo fato deles
influenciarem na sua
ideologia religiosa.
O professor deve a
partir da realidade
de sua turma
pesquisar e se
aprofundar nesse
sentido. Também
deve ser oferecida
formação nessa
Deveria haver
formação aos de
educação para
lecionarem de uma
forma geral sem
apontar ou dar
ênfase a nenhuma
religião
Fica evidente que se o ER
fosse, ministrado por líderes
religiosos, a coisa iria ficar
bastante crítica, pelo fato
“deles” tentarem impor,
convencer os alunos a
seguir uma religião
especifica. O correto seria
haver uma capacitação para
todos os profissionais para
que as escolas
desenvolvessem um
trabalho de forma adequada
levando todos a entender a
38
área de
conhecimento.
relação existente por trás
das ideologias religiosas
Indique como você
percebe que se
apresenta o
comportamento dos
(as) alunos (as)
durante as
atividades com
conteúdo de ensino
religioso.
Com um maior
poder de
concentração. Os
temas religiosos
despertam a
curiosidade.
Neutralidade e
indiferença para
com o assunto
Neutralidade e indiferença
para com o assunto
Em sua opinião, o
que poderia ser feito
para se oferecer o
Ensino Religioso,
sem proselitismo e
não catequético, ou
seja, um ensino que
seja externo a
qualquer credo
religioso?
Que seja oferecido
formação
continuada e os
próprios docentes
sintam a
necessidades de
buscar esse
conhecimento
percebendo a
pluralidade religiosa
existente em nossa
sociedade e
respeitando
Trabalhar de
forma voltada para
os valores e de
forma geral
Deve ser um ensino que
levasse a criança ou
adolescente, a perceber e
analisar seus atos por meio
da relação com o outro,
compreendendo as razões e
e as consequências de uma
atitude ou de outra. Como
podemos observar, ”não”
devemos ensinar de uma
forma que leve o aluno a
seguir um tipo ou outro de
religião, devemos mostrar
alternativas adequadas para
que os alunos entendam de
uma forma geral.
4.5 Escola campo da pesquisa
Nossa intervenção sócioescolar deu-se meio de conversas informais sobre a
importância de se ter uma discussão em nosso município sobre a inclusão do Ensino
Religioso nos currículos de nossas escolas e uma mini- palestra para os professores.
E através desta, mostrar de forma resumida o caminho que o ensino religioso vem
trilhando desde a colonização até a lei de diretrizes e bases da educação.
Procurei sempre mostrar que se deve ter um novo olhar para essa temática
vista ser tratada de forma unilateral, ou seja, de cunho facultativo. Afirmando que A
religiosidade é uma dimensão constitutiva da realidade humana e o Ensino Religioso
escolar tem como proposta a educação desta dimensão da vida humana com o
objetivo de proporcionar uma formação integral da pessoa. E que nesse sentido sua
função específica é exercitar o educando para que se dê conta da dimensão
transcendente da sua vida e levá-lo a viver na intensidade de si mesmo, traduzindo a
sua religiosidade em atitudes práticas, em harmonia com sua percepção do mundo,
das relações sociais, da ética, moral e justiça.
39
E dessa forma conscientizar que na escola, o Ensino Religioso e os
professores exercem a função de ampliar a relação das diferentes denominações
religiosas e, sobretudo, distinguindo entre o essencial e o acessório, bem como
favorecer e criar espaço de tolerância e respeito. E em se tratando da sua relação
com o educacional sugere reflexão e integração do fenômeno religioso como saber
fundamental para a formação integral do aluno.
E para mostra essa temática preparei alguns slides para os profissionais que
ali estão inseridos. Com isso tentei mostrar a importância de se incluir o Ensino
Religioso nas escolas do nosso Município de Jardim de Piranhas-RN.
Também foi aplicado questionários direcionados a diretora e aos professores
de 1º ao 5º ano, e através destes, e por meio da nossa observação concluímos que a
realidade não é diferente das demais escolas supracitadas, porém os atores que
compõem o quadro pedagógico da instituição estão abertos ao novo e dispostos a
trabalhar para romper com práticas que não contribuam com o crescimento integral
do sujeito. Procurando se adequar e se preparar para enfrentar os desafios que são
novos a cada dia, e oferecer uma educação de qualidade a todos
4.5.1 Questionário para a diretora “A”
 PESQUISADOR: como você ver a disciplina ensino religioso no currículo da
escola em que você é diretor (a)?
Respostas
 DIRETORA “A”: vejo de uma forma importante para a grade curricular, desde
que: trabalhemos com temas relacionados ao crescimento coletivo aos nossos
educandos, como por exemplo, podemos trabalhar ética e cidadania entre
outros.
 PESQUISADOR: a disciplina ensino religioso (ensino religioso) é importante
para formação integral do sujeito, como as outras disciplinas?
Sim; não? Se sua resposta for sim, justifique.
 DIRETORA “A”: sim, podemos trabalhar vários temas que leve ao crescimento
individual e pessoal.
PESQUISADOR: sabendo que o ensino religioso, é previsto na ldb nº 9394/96,
como disciplina de matrícula facultativa, (art. 33). na condição de administrador
(a) escolar, como o (a) senhor (a) deve manter a escola dentro das normas do
sistema educacional, seguindo portarias e instruções, ou seja, como você orienta a
sua equipe pedagógica a trabalhar a disciplina de ensino religioso na escola?
40
 DIRETORA “A”: Mesmo sendo de matrícula facultativa a disciplina ER faz
parte do nosso currículo, trabalhando da forma acima citada sendo facultativo
ou não o importante é que o professor não se detenha a trabalhar religião A ou
B e sim trabalhar de um modo geral em si.
 PESQUISADOR: sabe-se que o ensino religioso é componente curricular que
possui amparo legal e pedagógico para garantir sua presença efetiva na escola,
permeando: construção do projeto político-pedagógico (PPP); regimento escolar;
plano de estudos e plano do/a professor/a. isto se constitui um fato na instituição da
qual o (a) senhor (a) está como gestor (a)?

 DIRETORA “A”: SIM.
 PESQUISADOR: mesmo que não se trabalhe diretamente com o ensino
religioso, sabemos que conteúdos voltados para assuntos religiosos, é realidade
inegável em nossas escolas. Assim sendo, para você o ensino religioso que pode
fazer parte do nosso currículo, deveria ser de cunho: confessional; interconfessional;
ensino das religiões; área de conhecimento; nenhuma das alternativas.
 DIRETORA: “A”: Área do conhecimento é assim que prosseguimos.
4.5.2 Questionário para os professores do 1º ao 5º ano
PERGUNTAS PROFESSOR
A DO 1º ANO
PROFESSOR
A DO 2º ANO
PROFESSOR
A DO 3º ANO
PROFESSOR
A DO 4º ANO
PROFESSOR
A DO 5º ANO
Em sua
pratica
docente você
leciona
conteúdo
relacionado
ao Ensino
Religioso
(ER)?
Não Na maioria
das vezes
Sim Às vezes Às vezes
Você já
participou de
alguma
capacitação
para trabalhar
com Ensino
Religioso em
sala de aula?
Não Não Não Não Não
Os (as)
alunos (as)
demonstram
interesse
quando se
deparam com
temas que
envolvem a
disciplina de
Ensino
Às vezes Sim Às vezes Às vezes Às vezes
41
Religioso,
seja estes
planejados ou
não?
Você acha
que se deve
trabalhar
Ensino
Religioso, em
nossas
escolas,
mesmo
sabendo da
pluralidade
cultural e
religiosa dos
nossos
alunos.
Sim, mas
acredito que
para isso
aconteça é
preciso que o
professor
esteja
consciente
dessa
pluralidade e
de ter
conhecimento
necessário
para despertar
nas crianças
tais
realidades.
Sim, pois
nossas
crianças
devem
despertar o
interesse
religioso para
que possam
adquirir sua
religiosidade.
Sim,
trabalhando a
história de
cada religião e
respeitando a
opção dos
alunos por
uma
determinada
religião
Sim, É de
grande
importância se
trabalhar o
ensino
religioso a
espiritualidade
de cada um
porque muitas
vezes as
crianças e
adolescentes
carecem
muito disso
Sim, sabemos
que a
pluralidade
religiosa
existe mas
isso não
justifica a falta
de aulas do
ensino
religioso, pois
sabemos que
é de extrema
importância
que se pregue
a paz.
Em sua
opinião, o
Ensino
Religioso,
deveria ser
ministrado por
líderes
religiosos,
escolhidos de
forma
democrática
ou deveria
investir na
capacitação
de
profissionais
da educação,
para
lecionarem a
disciplina de
Ensino
Religioso?
Acho que a
capacitação
dos
profissionais
seja o
caminho mais
viável.
Acho que os
profissionais
da educação
poderiam ter
uma
capacitação.
Na minha
opinião
deveria ser
ministrada por
líderes
religiosos,
pois eles têm
um
conhecimento
mais amplo.
Com a
formação de
professores e
a oferta de
material
didático sobre
o ensino
religioso
acredito que é
possível se
fazer um
trabalho
satisfatório.
Diante do
preparo que
os líderes
religiosos
acerca dos
assuntos em
questão,
acredito que
eles deveriam
ministrar as
aulas
religiosas que
com certeza
teriam um
melhor
resultado.
Indique como
você percebe
que se
apresenta o
comportament
o dos (as)
alunos (as)
durante as
atividades
com conteúdo
de ensino
religioso
Com maior
poder de
concentração
Mais calmos Mais calmos Mais calmos Mais calmos
Em sua
opinião, o que
poderia ser
feito para se
A capacitação
dos
profissionais
que ministram
Aulas
dinâmicas que
abranjam todo
Trabalhando o
ser humano
como imagem
de Deus e
Oferecer uma
formação aos
professores e
discutir sua
Usar métodos
de ensino que
inclua e
respeite a
42
oferecer o
Ensino
Religioso,
sem
proselitismo e
não
catequético,
ou seja, um
ensino que
seja externo a
qualquer
credo
Religioso?
tais conteúdos
que
contemple a
pluralidade de
religiões
existentes
hoje no país.
tipo de
religião
orientando a
ser um
cidadão de
bem.
importância
observando
as leis
religião de
cada um,
como também
suas crenças
43
5 GUISA CONSIDERAÇÕES
Tal oportunidade proporcionou-me concluir que, a Educação só poderá ser
transformada com melhorias significativas quando houver um paralelo entre teoria e
prática durante nossa pratica docente, pois a teoria sem a prática contextualizada é
morta e não passa de conhecimento inacabado e ineficiente.
Sabe-se, porém, que O Ensino Religioso renasceu dos arcaísmos pontificais
sob um contorno de mundo sociocultural, criado e executado pelos educadores como
uma totalidade, simbolizando a integração, um vir a ser histórico e harmônico dentro
das diferenças através da diversidade. Mundo o qual se transformou no decorrer da
composição e transformação inerentes a todas as propostas pedagógicas.
Essa concepção de ensino religioso como área do conhecimento pressupõe
uma reflexão profunda sobre seu significado em diversas abordagens pedagógicas
historicamente construídas, para o ensino religioso dentro do contexto escolar.
O ensino religioso, que contemple a pluralidade religiosa, representado por
todas as manifestações, exige um processo por um novo paradigma que não tenha
como base a fragmentação, o utilitarismo, o racionalismo, o dualismo, entre outros.
Ele não pode ser reduzido aos princípios da eficiência, do dogmatismo, do
proselitismo, pois representando todas as manifestações religiosas, pressupõe uma
pedagogia humanizadora e harmônica na diferença que propicia a individuação dentro
de um tempo histórico presente, modificável e diferenciado. e dessa forma excogitar
esse ensino de uma forma externa a qualquer credo religioso, refletindo a disciplina,
não com uma linguagem intrínseca a organizações religiosas específicas, mas sim
uma linguagem própria circundante ao espaço escolar
Entretanto, A dúvida sempre permanece: como criar um mundo de disparidade
em sala de aula para que nossa experiência com o Ensino Religioso dentro de um
contexto educacional seja significativa? Aí repousa o desafio que cada professor e
aluno levam consigo. A reflexão sobre o tema depende da introspectiva e da
subjetividade de cada um, individualmente, e de todos enquanto sociedade, sendo
sempre uma criação de cada um e sempre diferente em cada sala de aula.
Dessa forma, incide em desenvolver uma significação de completude de
maneira crescente, de forma indutiva. Não apenas reconhecer os temas
superficialmente, desvalorizados, mas perceber suas relações, suas vivências,
44
objetividades, configurações, percebendo como isto influenciou e afetou a vida e a
formação de cada sociedade, de cada grupo, de cada aluno.
Portanto estou consciente que devo unir teoria e prática para que de forma
afetiva possa oferecer caminhos, mediar e produzir conhecimento que norteiem a vida
dos alunos de forma a oferecer e garantir um futuro promissor e próspero para todos,
por meio de uma pedagogia libertadora, não se deixando ser freados pelas
dificuldades, (pedra no caminho) mas enfrentando-as e vencendo-as, sempre
focalizando que o futuro do homem repousa nos braços de uma educação de
qualidade.
45
REFERÊNCIAS
ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. 24. ed. São Paulo: Cortez;
1991.
ANDRADE, Rosa Maria Calaes. Metodologia do Ensino Religioso: novas
perspectivas. Brasília, AEC do Brasil, 1993.
BEOZZO, José Oscar. A igreja entre a revolução de 1930. O estado novo e a
redemocratização. 2ª ed. São Paulo, DIFEL, 1986.
BBRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional LEI 9394/96. Brasília:
MEC,1996.
____________, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, CONSELHO NACIONAL DE
EDUCAÇÃO, Parecer CP/CNE 05/97, sobre formação de professores para o
ensino religioso na escola pública do ensino fundamental. Esclarecendo dúvidas
sobre a Lei nº .394/96, em complemento ao parecer CEB/05/97.
____________. Lei n. 9.475, de 22 julho de 1997. Dá nova redação ao artigo 33 da
lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Brasília, DF, 1997.
BROSSE, Oliver de L. Dicionário de termos da fé. São Paulo, Santuário, 1989.
CÁCERES, Florival. História do Brasil. São Paulo, Moderna, 1993.
CÂNDIDO, Viviane Cristina. O Ensino Religioso em suas fontes. Uma contribuição
para a epistemologia do Ensino Religioso. 2004. Dissertação (Mestrado em
Ciências da Religião) – Centro Universitário Nove de Julho, São Paulo (SP), 2004.
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. A caminhada do Ensino
Religioso na CNBB. 1999, (Mimeo).
FIGUEIREDO, Anísia de Paulo. O Ensino Religioso no Brasil - tendências,
conquistas e perspectivas. Petrópolis: Vozes, 1996
FORUM NACIONAL PERMANENTE DO ENSINO RELIGIOSO. Parâmetros
Curriculares nacionais: ensino religioso. 2. ed. São Paulo: Ave Maria, 1997.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – saberes necessários à prática
educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003.
________. Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Religioso. 9.ed. São
Paulo: Mundo Mirim, 2009.
GADOTTI, Moacir; Pensamento pedagógico brasileiro. Cidade: São Paulo/SP, Ed.
Ática, 8ª edição, 2004.
GRUEN, Wolfgang. O ensino religioso na escola. Petrópolis: Vozes, 1995.
46
JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. O processo de escolarização do ensino
religioso no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.
________. Formação Docente. Diálogo – Revista do Ensino Religioso n° 45 –
Fevereiro/2007
JUNQUEIRA, Sérgio R. A.; CORRÊA, Rosa L. T.; HOLANDA, Ângela M. R. Ensino
Religioso: aspectos legal e curricular. São Paulo: Paulinas, 2007.
LUSTOSA, Oscar. Catequese Católica no Brasil. São Paulo: Paulinas, 1992.
NERY, José Israel. O Ensino Religioso no Brasil, no contexto da história e
das117leis. Brasília, AEC do Brasil, 1993.
PEIXOTO, Júlio Afrânio. Noções de História da Educação Brasileira. 15. ed.
Campinas: Autores Associados, 1998.
RANQUETAT, César Jr. Religião em sala de aula: o ensino religioso nas escolas
públicas brasileiras. Revista Eletrônica de Ciências Sociais, São Paulo, n.1, p.163 -
180.2007.
.
SAVIANI, Dermeval. Política e Educação no Brasil. 66. ed. Campinas: Autores
Associados, 1996

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Educação Espírita InfantoJuvenil: O PLANEJAMENTO DIDÁTICO
Educação Espírita InfantoJuvenil: O PLANEJAMENTO DIDÁTICOEducação Espírita InfantoJuvenil: O PLANEJAMENTO DIDÁTICO
Educação Espírita InfantoJuvenil: O PLANEJAMENTO DIDÁTICOArlete Laenzlinger
 
A ebd e a familia
A ebd e a familiaA ebd e a familia
A ebd e a familiaKleber Maia
 
Ministério pastoral e educação continuada
Ministério pastoral e educação continuadaMinistério pastoral e educação continuada
Ministério pastoral e educação continuadalogcabral
 
Caderno ensino relig_parana
Caderno ensino relig_paranaCaderno ensino relig_parana
Caderno ensino relig_paranaIsa ...
 
A ebd e a sua influência na sociedade
A ebd e a sua influência na sociedade A ebd e a sua influência na sociedade
A ebd e a sua influência na sociedade Kleber Maia
 
Apresentação do Guia de Preparação para a Vida Matrimonial - Encontros para N...
Apresentação do Guia de Preparação para a Vida Matrimonial - Encontros para N...Apresentação do Guia de Preparação para a Vida Matrimonial - Encontros para N...
Apresentação do Guia de Preparação para a Vida Matrimonial - Encontros para N...André Kawahala
 

Mais procurados (12)

Cifa 2013
Cifa 2013Cifa 2013
Cifa 2013
 
O processo de educação na fé PJ
O processo de educação na fé PJO processo de educação na fé PJ
O processo de educação na fé PJ
 
Educação Espírita InfantoJuvenil: O PLANEJAMENTO DIDÁTICO
Educação Espírita InfantoJuvenil: O PLANEJAMENTO DIDÁTICOEducação Espírita InfantoJuvenil: O PLANEJAMENTO DIDÁTICO
Educação Espírita InfantoJuvenil: O PLANEJAMENTO DIDÁTICO
 
A ebd e a familia
A ebd e a familiaA ebd e a familia
A ebd e a familia
 
Ministério pastoral e educação continuada
Ministério pastoral e educação continuadaMinistério pastoral e educação continuada
Ministério pastoral e educação continuada
 
Caderno ensino relig_parana
Caderno ensino relig_paranaCaderno ensino relig_parana
Caderno ensino relig_parana
 
Doc 12 cnbb - orientações sobre o matrimonio
Doc 12   cnbb - orientações sobre o matrimonioDoc 12   cnbb - orientações sobre o matrimonio
Doc 12 cnbb - orientações sobre o matrimonio
 
A ebd e a sua influência na sociedade
A ebd e a sua influência na sociedade A ebd e a sua influência na sociedade
A ebd e a sua influência na sociedade
 
Apresentação do Guia de Preparação para a Vida Matrimonial - Encontros para N...
Apresentação do Guia de Preparação para a Vida Matrimonial - Encontros para N...Apresentação do Guia de Preparação para a Vida Matrimonial - Encontros para N...
Apresentação do Guia de Preparação para a Vida Matrimonial - Encontros para N...
 
Aula 5 perfil e atributos do pregador cristão
Aula 5   perfil e atributos do pregador cristãoAula 5   perfil e atributos do pregador cristão
Aula 5 perfil e atributos do pregador cristão
 
Folder ptc
Folder ptcFolder ptc
Folder ptc
 
Projeto brothers 2012
Projeto brothers 2012Projeto brothers 2012
Projeto brothers 2012
 

Semelhante a Ensino religioso e formação integral

Curso de Formação de inicial de evageliz
Curso de Formação de inicial de evagelizCurso de Formação de inicial de evageliz
Curso de Formação de inicial de evagelizcaiomilhomem4
 
Metologia na catequese
Metologia na catequeseMetologia na catequese
Metologia na catequeseJorge Felliphe
 
Monografia do Seminário_Ensino religioso
Monografia do Seminário_Ensino religiosoMonografia do Seminário_Ensino religioso
Monografia do Seminário_Ensino religiosoDafianaCarlos
 
GESTÃO DEMOCRÁTICA: RESGATANDO OS VALORES HUMANOS DO ENSINO RELIGIOSO NAS ESC...
GESTÃO DEMOCRÁTICA: RESGATANDO OS VALORES HUMANOS DO ENSINO RELIGIOSO NAS ESC...GESTÃO DEMOCRÁTICA: RESGATANDO OS VALORES HUMANOS DO ENSINO RELIGIOSO NAS ESC...
GESTÃO DEMOCRÁTICA: RESGATANDO OS VALORES HUMANOS DO ENSINO RELIGIOSO NAS ESC...Jocilaine Moreira
 
Boletim 520 - 29/01/17
Boletim 520 - 29/01/17Boletim 520 - 29/01/17
Boletim 520 - 29/01/17stanaami
 
Slides Referencial Curricular
Slides Referencial CurricularSlides Referencial Curricular
Slides Referencial Curricularacs8cre
 
Apostila palestra para os pais
Apostila palestra para os pais  Apostila palestra para os pais
Apostila palestra para os pais Lucia Verissimo
 
A VIDA DE FREIO JOÃO PEDRO DE SEXTO
A VIDA DE FREIO JOÃO PEDRO DE SEXTOA VIDA DE FREIO JOÃO PEDRO DE SEXTO
A VIDA DE FREIO JOÃO PEDRO DE SEXTOIsabel Aguiar
 
Bimba kids 08-02-2015 - juname 2015
Bimba kids   08-02-2015 - juname 2015Bimba kids   08-02-2015 - juname 2015
Bimba kids 08-02-2015 - juname 2015Juliana Dias
 
Organizando o dij da casa espírita
Organizando o dij da casa espíritaOrganizando o dij da casa espírita
Organizando o dij da casa espíritaDaniane Bornea Friedl
 
Boa esperança.santa rita orientação sexual_1.ppt
Boa esperança.santa rita orientação sexual_1.pptBoa esperança.santa rita orientação sexual_1.ppt
Boa esperança.santa rita orientação sexual_1.ppttemastransversais
 
EDUCAÇÃO CRISTÃ CETADEB 1 e 2.pptx
EDUCAÇÃO CRISTÃ CETADEB 1 e 2.pptxEDUCAÇÃO CRISTÃ CETADEB 1 e 2.pptx
EDUCAÇÃO CRISTÃ CETADEB 1 e 2.pptxMarcelo Cleto Chagas
 
LBJ Lição 9 - A missão ensinadora da igreja
LBJ Lição 9 -  A missão ensinadora da igrejaLBJ Lição 9 -  A missão ensinadora da igreja
LBJ Lição 9 - A missão ensinadora da igrejaNatalino das Neves Neves
 

Semelhante a Ensino religioso e formação integral (20)

APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO APRESENTAÇÃO
APRESENTAÇÃO
 
Curso de Formação de inicial de evageliz
Curso de Formação de inicial de evagelizCurso de Formação de inicial de evageliz
Curso de Formação de inicial de evageliz
 
Projeto escola de pais 2014 1
Projeto escola de pais 2014 1Projeto escola de pais 2014 1
Projeto escola de pais 2014 1
 
Metologia na catequese
Metologia na catequeseMetologia na catequese
Metologia na catequese
 
Monografia do Seminário_Ensino religioso
Monografia do Seminário_Ensino religiosoMonografia do Seminário_Ensino religioso
Monografia do Seminário_Ensino religioso
 
Monografia ufpe caa
Monografia ufpe caaMonografia ufpe caa
Monografia ufpe caa
 
Grupo Adoração e Vida
Grupo Adoração e VidaGrupo Adoração e Vida
Grupo Adoração e Vida
 
GESTÃO DEMOCRÁTICA: RESGATANDO OS VALORES HUMANOS DO ENSINO RELIGIOSO NAS ESC...
GESTÃO DEMOCRÁTICA: RESGATANDO OS VALORES HUMANOS DO ENSINO RELIGIOSO NAS ESC...GESTÃO DEMOCRÁTICA: RESGATANDO OS VALORES HUMANOS DO ENSINO RELIGIOSO NAS ESC...
GESTÃO DEMOCRÁTICA: RESGATANDO OS VALORES HUMANOS DO ENSINO RELIGIOSO NAS ESC...
 
Boletim 520 - 29/01/17
Boletim 520 - 29/01/17Boletim 520 - 29/01/17
Boletim 520 - 29/01/17
 
Slides Referencial Curricular
Slides Referencial CurricularSlides Referencial Curricular
Slides Referencial Curricular
 
Identidade
IdentidadeIdentidade
Identidade
 
Apostila palestra para os pais
Apostila palestra para os pais  Apostila palestra para os pais
Apostila palestra para os pais
 
A VIDA DE FREIO JOÃO PEDRO DE SEXTO
A VIDA DE FREIO JOÃO PEDRO DE SEXTOA VIDA DE FREIO JOÃO PEDRO DE SEXTO
A VIDA DE FREIO JOÃO PEDRO DE SEXTO
 
Bimba kids 08-02-2015 - juname 2015
Bimba kids   08-02-2015 - juname 2015Bimba kids   08-02-2015 - juname 2015
Bimba kids 08-02-2015 - juname 2015
 
Organizando o dij da casa espírita
Organizando o dij da casa espíritaOrganizando o dij da casa espírita
Organizando o dij da casa espírita
 
3 ppp sobre inapaf
3 ppp sobre inapaf3 ppp sobre inapaf
3 ppp sobre inapaf
 
Boa esperança.santa rita orientação sexual_1.ppt
Boa esperança.santa rita orientação sexual_1.pptBoa esperança.santa rita orientação sexual_1.ppt
Boa esperança.santa rita orientação sexual_1.ppt
 
EDUCAÇÃO CRISTÃ CETADEB 1 e 2.pptx
EDUCAÇÃO CRISTÃ CETADEB 1 e 2.pptxEDUCAÇÃO CRISTÃ CETADEB 1 e 2.pptx
EDUCAÇÃO CRISTÃ CETADEB 1 e 2.pptx
 
Adv apresentação-2014
Adv   apresentação-2014Adv   apresentação-2014
Adv apresentação-2014
 
LBJ Lição 9 - A missão ensinadora da igreja
LBJ Lição 9 -  A missão ensinadora da igrejaLBJ Lição 9 -  A missão ensinadora da igreja
LBJ Lição 9 - A missão ensinadora da igreja
 

Último

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...azulassessoria9
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfHELENO FAVACHO
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxedelon1
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfHELENO FAVACHO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaHELENO FAVACHO
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxLusGlissonGud
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médiorosenilrucks
 

Último (20)

PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: COMUNICAÇÃO ASSERTIVA E INTERPESS...
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdfProjeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia TecnologiaPROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
PROJETO DE EXTENSÃO I - Radiologia Tecnologia
 
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptxApresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
Apresentação em Powerpoint do Bioma Catinga.pptx
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 

Ensino religioso e formação integral

  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA LICENCIATURA PLENA MARCIANNO TEÓFILO DANTAS A NOVA DINÂMICA DO ENSINO RELIGIOSO NO ENSINO FUNDAMENTAL I: SUA IMPOTÂNCIA PARA FORMAÇÃO INTEGRAL DO SUJEITO NUMA SOCIEDADE MULTICULTURAL JARDIM DE PIRANHAS-RN 2015
  • 2. MARCIANNO TEÓFILO DANTAS A NOVA DINAMICA DO ENSINO RELIGIOSO NO ENSINO FUNDAMENTAL I: SUA IMPOTANCIA PARA FORMAÇÃO INTEGRAL DO SUJEITO NUMA SOCIEDADE MULTICULTURAL Trabalho de Intervenção socioescolar apresentada à Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciada em Pedagogia. Orientador: Profº. Ms. Francisco Albertino Gomes JARDIM DE PIRANHAS-RN 2015
  • 3. D192n Dantas, Marcianno Teófilo. A nova dinâmica do ensino religioso no ensino fundamental I: sua importância para formação integral do sujeito numa sociedade multicultural. / Marcianno Teófilo Dantas. – Jardim de Piranhas/RN: ed. do autor, 2015. 46 f. Orientador: Prof.º Ms. Francisco Albertino Gomes Trabalho de Intervenção Socioescolar apresentado à Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), como requisito parcial para obtenção do título de Licenciada em Pedagogia. 1. Reflexão - Intervenção. 2. Ensino religioso - Intervenção. 3. Formação integral – Intervenção. I Título. IBRAPES/UVA/RN CDU 37:2
  • 4. MARCIANNO TEÓFILO DANTAS A NOVA DINAMICA DO ENSINO RELIGIOSO NO ENSINO FUNDAMENTAL I: SUA IMPOTANCIA PARA FORMAÇÃO INTEGRAL DO SUJEITO NUMA SOCIEDADE MULTICULTURAL Trabalho de Intervenção socioescolar apresentada à Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, como requisito parcial para obtenção do título de Licenciada em Pedagogia. Aprovada em _________de _______. BANCA EXAMINADORA __________________________________________________________________ Profº. Ms. Francisco Albertino Gomes – Orientador Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA / Jardim de Piranhas/RN Profª Ms. Marta Lúcia de Paiva Rocha– Convidada Secretaria Municipal de Educação – Brejo do Cruz - PB _______ Profª. Esp. Adriana Fernandes – Convidada Secretaria Municipal de Educação – Brejo do Cruz - PB JARDIM DE PIRANHAS-RN 2015
  • 5. Dedico este trabalho а Deus, autor e consumador da fé e doador da vida, e a minha família, pelo amor incondicional.
  • 6. AGRADECIMENTOS Por vezes senti meu corpo fraquejar, e Tu estendeste tua mão e ergueste-me. Por vezes, senti minha alma se abater, e Tu me destes coragem para prosseguir. Por vezes senti Teu Santo Espírito para me consolar, e hoje a vitória é minha, e a Ti, meu Deus, toda honra e toda glória, eternamente, te agradeço; Aqueles que sempre me ensinaram, desde pequeno, a crer nos sonhos e acreditar que poderia concretiza-los, meus pais: Joaquim Teófilo Dantas e Maria Quaresma Dantas, sou eternamente grato a vocês; Aquela que Deus escolheu para dá-me à luz, que me ama com um profundo amor, abaixo apenas do de Deus, minha Mãe: Maria Quaresma Dantas, educadora aposentada, exemplo para minha futura prática docente e maior incentivadora para chegar aonde cheguei, meus muitíssimos agradecimentos; Aquela que entrou na minha vida, e passou a sonhar comigo, a minha adjutora que escolhi para viver comigo o resto da vida: Maria Aparecida de Sousa Brito, minha esposa, te agradeço; Aqueles que mesmo quando a distância surgir vão permanecer no coração, aos verdadeiros amigos, com quem compartilhamos momentos de alegrias e de tristezas, e quando de tudo lembrar-me, jamais me esquecerei de vocês meus amigos, agradeço-lhes; Àqueles, que são exemplo de dedicação, de doação, de dignidade pessoal e, sobretudo, de amor pelo que faz, agradeço-lhes pelo tempo dedicado e experiência, para que a minha formação fosse um aprendizado para a vida, meus professores (as) agradeço-lhes; principalmente, aquele que me ensinando, fez nascer no íntimo do meu coração um grande desejo de aprender e ir além, ao mestre e meu orientador Francisco Albertino Gomes, meus sinceros agradecimentos; Aquela que com muita cordialidade, amparou-me quando migrei da minha terra natal, atendendo ao convite do fidalgo Pastor: Antônio Everton da Costa, instituição evangélica: Assembleia de Deus, agradecido estou pela confiança em mim depositada; Aqueles que direta e indiretamente, contribuíram para chegar aonde cheguei, sou- lhes eternamente grato!
  • 7. “À religião pura e imaculada para com Deus é essa: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e guardar-se da corrupção do mundo”. São Tiago.
  • 8. RESUMO O presente trabalho constitui-se de uma pesquisa que procurou alargar os conhecimentos sobre a discussão que envolve a disciplina ensino religioso como área de conhecimento, e levantar uma reflexão sobre sua importância para formação integral do sujeito. Estudo de cunho qualitativo descritivo que consiste numa reflexão sobre o desenvolvimento do Ensino Religioso nos anos Iniciais da Escola Municipal Evanildo Mariano dos Santos, de Jardim de Piranhas - RN. O mesmo tem o objetivo de valorar o ensino religioso na construção histórica da formação do caráter humano, bem como seu auxilio para o conhecimento de suas manifestações no campo social, que leva o sujeito a se descobrir como ser de relações. Bem como localizar o ensino religioso num contexto histórico cultural e moderno; evidenciando o posicionamento contra qualquer discriminação baseadas em diferenças culturais, ou opção religiosa bem como contra o proselitismo. Para isso, fundamentamos a pesquisa em autores como: JUNQUEIRA (2002; 2007); FONAPER (1997, 2007, 2009); (LDBEN, 1997), CARON (1997, 1999) dentre outros. Para a concretização desta pesquisa, como instrumentos de coleta de dados, foram realizadas: uma revisão bibliográfica; uma entrevista; e questionários, com perguntas abertas e fechadas bem como também foram feitas observações diretas. Desse modo, procurou deixar evidente que para o ensino religioso contribuir para formação integral do sujeito, torna-se indispensável romper com antigas concepções e práticas docentes e criar pontes para que a disciplina ensino religioso possa nortear vidas, no caminho do respeito, tolerância e formação de valores éticos e morais. Palavras – chave: Reflexão. Ensino religioso. Concepção. Formação integral.
  • 9. ABSTRAT This work consists of a study that sought to enhance the knowledge of the discussion that involves teaching religious discipline as an area of knowledge, and raise a reflection on its importance for the integral formation of the subject. Descriptive qualitative character study that is a reflection on the development of Religious Education in the Early Years of the Municipal School Evanildo Mariano dos Santos, Piranhas Garden - RN. The same is intended to value the religious teaching in the historic building of the formation of human character and his aid to the knowledge of its manifestations in society, bringing the patient to figure out how to be in relationships. And locate the teaching of religion in modern cultural and historical context; showing the position against any discrimination based on cultural, or religious option and against proselytizing. For this, we base the research on authors such as: Junqueira (2002; 2007); FONAPER (1997, 2007, 2009); (LDBEN, 1997), CARON (1997, 1999) among others. In order to achieve this research, such as data collection instruments were held: a literature review; an interview; and questionnaires, with open and closed questions and direct observations were made as well. Thus sought to make clear that for religious education contribute to the integral formation of the subject, it is essential to break with old concepts and teaching practices and to bridge the religious teaching discipline to guide lives, in the way of respect, tolerance and training of ethical and moral values. Key Words: Reflection. Religious Teach. Design. Comprehensive training.
  • 10. LISTA DE SIGLAS ER – Ensino Religioso FONAPER – Fórum Nacional Permanente do Ensino Religioso GPER - Grupo de Pesquisa Educação e Religião LDB – Lei de Diretrizes e Bases LDBEN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional PCNER – parâmetros curriculares nacionais do Ensino Religioso PPP – Projeto Político Pedagógico SEMEC – Secretaria Municipal de Educação
  • 11. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................11 2 A RELEVÂNCIA DE SE ESTUDAR O ENSINO RELIGIOSO ...............................13 2.1 Breve levantamento histórico ..............................................................................14 2.1.1 Ensino Religioso no Brasil Colônia...................................................................18 2.1.2 Ensino Religioso no Brasil Império...................................................................20 2.1.3 Ensino Religioso no Brasil República...............................................................22 3 PERSPECTIVAS LEGAIS PARA O ENSINO RELIGIOSO...................................25 4 INTERVENÇÃO SOCIOESCOLAR: uma relação da teoria x prática.................26 4.1 Palco da pesquisa e metodologia........................................................................26 4.2 Dinâmica e ferramenta de pesquisa....................................................................27 4.3 os elementos da pesquisa...................................................................................28 4.4 Análise dos dados coletados...............................................................................28 4.4.1 Entrevista com a secretária de educação “A”...................................................28 4.4.2 Questionário para o corpo docente das Escolas: amarela, azul e verde..........31 4.4.3 Questionário para o (a) coordenador (a) ..........................................................35 4.4.4 Questionário para os (as) professores (as) ......................................................36 4.5 Escola campo da pesquisa..................................................................................38 4.5.1 Questionário para a diretor “A”.........................................................................39 4.5.2 Questionário para os professores do 1º ao 5º ano...........................................40 5 GUISA CONSIDERAÇÕES ...................................................................................43 REFERÊNCIAS......................................................................................................45 .
  • 12. 11 1 INTRODUÇÃO O referido trabalho tem como finalidade discorrer a respeito da necessidade da discussão sobre a inclusão e importância da disciplina de formação religiosa nos currículos das escolas públicas de ensino fundamental I do município de Jardim de Piranhas – RN, excogitando o Ensino religioso, numa perspectiva externa a fé religiosa especifica. Focalizando uma nova dinâmica para o ensino religioso ou formação religiosa. (De acordo com a LDBEN nº 9394/96) como passo fundamental, na execução da interação em sala de aula e como mecanismo eficiente na construção do caráter humano e na inter-relação consegue mesmo, com o outro e com o universo. Daí a relevância de se realizar tal pesquisa para compreensão da discussão que desde muito tempo cerca a disciplina ensino religioso desde a colonização até a publicação das diretrizes e bases da educação, bem como, o entendimento da disciplina, não com uma linguagem intrínseca a organizações religiosas específicas, mas sim uma linguagem própria circundante ao espaço escolar. Pois como diz Gruen (2004, p.113), “chamamos religiosidade a disponibilidade dinâmica de pessoas ao sentido fundamental de sua existência, encarando como compromisso, não sendo esta, uma atitude entre muitas: mais sim a raiz do conjunto das dimensões de vida da pessoa. ” O Brasil é um país extremamente religioso. E desde muito tempo, no cenário brasileiro, veem se discutindo o assunto de religião e ensino religioso, sendo este um assunto universal. A discussão sobre o ensino religioso tendo como proposta uma nova concepção de sua identidade, como parte da formação do cidadão e o respeito à diversidade cultural, assim traz diferentes desafios. Seria preciso, uma nova orientação do olhar da disciplina. O Ensino Religioso tem um papel essencial de socialização que expede a dois aspectos, um o desenvolvimento individual e o contexto social e cultural, com a valorização da cultura de sua comunidade dado e simultaneamente a busca de superação de seus limites. As discussões focalizam basicamente três pontos: a permanência ou não do ensino religioso como disciplina regular do currículo escolar; sua identidade como disciplina e conteúdo; e da formação de professores para atuarem no ensino religioso. Assim sendo, diante de uma sociedade em constates mudanças, onde temas como: Cultura da Paz, Diálogo, Solidariedade, Defesa da Vida, Meio Ambiente, novo
  • 13. 12 conceito de “família”, entre outros; fazem parte de nossa construção histórica e de nossa realidade contemporânea. Diante deste contexto pergunta-se: Quais os caminhos a serem trilhados, para que o ensino religioso possa contribuir na formação integral do sujeito em suas dimensões: religiosa, ética e política, rompendo com as práticas tradicionais que sempre intendeu ensino religioso com catequese, e assim formar cidadãos capazes de intervir na sociedade plural a qual fazemos parte? Sabe-se que a religiosidade é um fenômeno intrínseco a todo ser humano e está presente em todas as culturas, mostrar-se na vida do homem ao longo de sua história. O termo religião tem sido conceituado de forma diferenciada dependendo de condicionamentos históricos, culturais e filosóficos. E nesse contexto este trabalho está estruturado em quatro capítulos, onde no introdutório, o tema é contextualizado; o segundo capítulo mostra a relevância de se estudar o ensino religioso, focalizando o cenário histórico desde a colonização até o surgimento da LDB Nº 9394/96; o terceiro capítulo discorre sobre as perspectivas legais do ensino religioso, fazendo um breve relato histórico sobre as constituições brasileiras; o quarto capítulo trata da Intervenção sócioescolar, onde Por fim, teremos a parte conclusiva de todo trabalho concretizado, em que se abordaremos todas as análises feitas, visualizadas na Intervenção Sócioescolar sobre a nova dinâmica do ensino religioso no ensino fundamental, enfocando a formação integral do sujeito numa sociedade multicultural. Almeja-se, portanto, que os elementos contidos na pesquisa possam auxiliar reflexões, discussões e possibilidades de intervenções práticas eficazes, capazes de criar uma ponte entre a teoria e a prática.
  • 14. 13 2 A RELEVÂNCIA DE SE ESTUDAR O ENSINO RELIGIOSO Nas breves pesquisas realizadas entendemos que O Ensino Religioso é objeto de pesquisa em diversas áreas do conhecimento como: educação, teologia, ciência da religião, filosofia, direito, sociologia, antropologia, psicologia e outros. Estas pesquisas atuam tangencialmente ou diretamente sobre este tema. A educação pode ser definida das mais diferentes formas e com parâmetros diversos, mas, em se tratando de seu objetivo final, todas as definições concentram para o desenvolvimento integral do sujeito humano na sociedade. É nesse contexto que o Ensino Religioso fundamenta a sua natureza: o ser humano, para adquirir seu estado de efetivação integral, necessita da perfeição religiosa. Nota-se que durante longo período do desencadear do processo educativo no universo escolar brasileiro, percebemos o Ensino Religioso tratado como um apêndice, ou seja, uma “rabeira”. Ora abrangido como catequese na escola, ora como ensino discriminado pela sua natureza eclesial. Sendo alvo de debates mais polêmicos, durante os processos que visaram sua regulamentação como elemento normal do sistema de ensino. Na atualidade temos um Ensino Religioso socorrido pela Nova Lei de Diretrizes e Bases, porém, com uma prática ainda dúbia, pois o decretar e sancionar de uma lei não garante, o seu cumprimento, ou seja, a sua eficácia. Faz- se necessário a compreensão e o entendimento da mesma. E que sejam criados mecanismos, para que possamos fazê-la acontecer. Visto essa discussão sobre o ensino religioso, nos últimos anos ter se acentuado mais fortemente nas escolas públicas. Esta controvérsia não é atual, já ressaltado acima, mas já tem uma longa história de lutas, desentendimentos e incompreensões na educação do nosso país. A falta de compreensão está ligada à obscuridade da natureza desta disciplina, bem como ao papel da escola quanto ao seu desenvolvimento Desde que o ser humano começou a ter consciência das coisas, ele já percebeu a existência de algo superior a ele, que foge da sua compreensão. Esta mesma interpretação foi feita por vários povos e culturas diferentes, e concluiu-se que vem da mesma fonte inspiradora que chamamos de Transcendente.
  • 15. 14 Para tornar mais objetivo o assunto, busca-se o sentido da palavra “transcendente”, que segundo o dicionário Aurélio (2002) apresenta muitos significados como: algo muito elevado, superior, sublime, excelso, que transcende aos limites da experiência possível, que supõe a intervenção de um princípio que lhe é superior. Desta forma O Ensino Religioso não pode perder de vista a contextualização da pessoa humana no tempo e no espaço, já que a visão que dela se tem influência profundamente a postura do ser humano frente à sociedade, e garante ou questiona a relação Pessoa Humana-Deus. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (FONAPER, 2009), o transcendente é um fenômeno religioso. Entende-se por fenômeno religioso o processo de busca do ser humano pela Transcendência, que passa pela experiência pessoal até a experiência religiosa em grupo, comunidade até a institucionalização pelas Tradições Religiosas. Neste contexto o Ensino Religioso é o subsídio que vai ao encontro do educando, para lhe ajudar a entender o que é o fenômeno religioso. Para Junqueira (1995, p.14) não é “função do Ensino Religioso escolar, promover conversões, mas oportunizar ambiente favorável para a experiência do Transcendente, em vista de uma educação integral, atingindo as diversas dimensões da pessoa.” São oportunidades que a comunidade escolar deve proporcionar ao educando, visto que nem todos têm a mesma “sorte” de nascer num ambiente que proporcione tal experiência. Daí decorre a preocupação em averiguara nas Escolas Públicas de Jardim de Piranhas - RN, como está incidindo o Ensino Religioso, mais especificamente nos anos Iniciais do Ensino Fundamental I, a partir do marco histórico do Ensino Religioso no Brasil com a Lei 9394/96, onde foi dada a nova redação do Artigo 33 da Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional (LDBEN nº 9394/96). 2.1 Breve levantamento histórico A construção das diferentes tendências para Ensino Religioso como componente curricular é um processo que ocorreu especialmente ao longo da república brasileira, entretanto é fundamental compreender como a questão religiosa esteve presente no ambiente educacional em toda história brasileira a partir da
  • 16. 15 presença europeia na constituição do povo brasileiro, pois, inicialmente o projeto de invasão territorial e dominação da população local confundiam-se com uma proposta político-econômica. Assim, cabia à educação religiosa cumprir a função de homogeneizar a cultura brasileira. Contudo, o regime republicano em seu sistema educacional construiu um componente curricular que valoriza a pluralidade cultural religiosa de sua população na formação do cidadão. De fato, foi com a implantação do regime Republicano a partir de 1890 a que o contexto educacional religioso assume uma nova perspectiva, pois a organização política brasileira sofreu forte influência das ideias positivistas interferindo em diferentes aspectos da vida social especificamente no campo da escolarização em que o país é declarado laico. Portanto, a partir da proclamação da República e da formação de um Estado laico, o aspecto cultural toma relevância no país considerando que a população nacional é constituída por uma cultura heterogênea, permitindo compreender a diversidade a partir do pluralismo cultural religioso. Em decorrência de acordos entre a Igreja Católica e o Poder executivo brasileiro, teremos por conta da Reforma Francisco Campos, o decreto conhecido como Independência da República, de 30 de abril de 1931, que menciona: o ensino da religião “é admitido como facultativo de acordo com a confissão do aluno e dos interesses da família, sendo que a organização dos programas e as escolhas dos livros ficam a cargo dos ministros dos respectivos cultos” (Oliveira, L., 2007, p.51-52). Posteriormente na Constituição de 1934, no artigo 153 que cita: o ensino religioso “será de frequência facultativa e ministrado de acordo com os princípios da confissão religiosa do aluno, manifestada pelos pais ou responsáveis e constituirá 30 matérias dos horários nas escolas públicas primárias, secundárias, profissionais e normais”. O artigo 133, da Constituição de 1937, assume a seguinte concepção desta disciplina: “O Ensino Religioso poderá ser contemplado como matéria do curso ordinário das escolas primárias, normais e secundárias. Não poderá, porém, constituir objeto de obrigação dos mestres ou professores nem de frequência compulsória por parte dos alunos”. Tal premissa teve forte influência do Manifesto dos “Pioneiros da Escola Nova” ou “Educadores da Escola Nova”, representantes de um grupo empenhado em
  • 17. 16 reestruturar a Educação de forma a ser modernizada e orientada a adaptar-se ao processo industrial do país (GADOTTI, 1993, pp. 241-245). Os escolanovistas eram contra a inclusão do Ensino Religioso por considerarem os princípios da laicidade, obrigatoriedade e gratuidade do ensino público. Durante todo o ano de 1941 a Lei Orgânica do Ensino Secundário foi preparada pessoalmente por Gustavo Capanema. Em um documento manuscrito, redigido naquela ocasião, ele previu a inclusão da instrução religiosa no currículo do ensino secundário, entre as disciplinas de educação geral. Esta medida veio atender as reivindicações da Igreja Católica aproximando-a do Estado, já que no período da ditadura de Getúlio Vargas as aulas de Religião foram canceladas, pois o argumento utilizado apoiava-se no papel da religião como ação moderadora na sociedade, pois lhe cabia o ensino de valores e atitudes cristãs que contribuíram para a paz e para a tranquilidade social (OLIVEIRA, L. 2007, p. 52). Como consequência da Constituição da “Terceira República” estabeleceu a primeira lei de orientação geral da educação brasileira. A Lei de Diretrizes e Bases para o Ensino de 1961 (Lei n. 4.024), no seu artigo 97 homologou o modelo mais antigo e utilizado do Ensino Religioso em todo o território nacional – Ensino Religioso Confessional. Em 1964, no quarto período republicano, o governo militar por meio de um golpe armado depôs o presidente constitucional João Goulart, e para programar o regime autoritário da ditadura foi necessário revogar e alterar dispositivos da legislação sobre a educação. Nova proposta ocorreu em 1971, ocasião em que foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2º Graus, de número 5.692/71, que em seu 31 artigo 7º, parágrafo – sem revogar totalmente a LDB DE 1961 – repete o dispositivo da Carta Magna de 1968 e Emenda Constitucional número 1/69. Esta insere o Ensino Religioso nos horários regulares, o que acaba por criar, a área de estudos de Moral e Cívica, Artes e Educação Física; no intuito, de formar alunos voltados ao civismo e a moral concernentes ao regime militar.
  • 18. 17 Frente à crise política para restabelecer a democracia no país e, diante de paradigmas emergentes de possibilidades e certezas, o Ensino Religioso procura a sua redefinição como disciplina regular no currículo escolar. No contexto do início do processo para a Constituinte, em 1985 o encaminhamento do projeto da nova Lei de Diretrizes e Bases no Congresso Nacional e em 1995 a instalação do FONAPER, faz com que o Ensino Religioso volte a ser objeto de discussão. Na Constituição Federal de 1988, por meio do artigo 210, parágrafo 1º do Capítulo III da Ordem Social fica estabelecido que “O ensino religioso de matrícula facultativa, constituir-se-á disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. Enquanto a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei n. 9.394/96 orienta os sistemas de ensino de todo país com uma característica mais liberal, ou seja, não mais orientar, mas tutelar todo o processo educacional, com a pretensão de favorecer a diversidade nacional e a pluralidade cultural brasileira. O que implicou, inclusive, uma nova compreensão para a educação nacional, estabelecendo os princípios e fins mais amplos. Essa lei inseriu o Ensino Religioso no contexto global da educação, que acabou por preconizar o respeito à diversidade cultural-religiosa do Brasil. Contudo, o Ensino Religioso, manteve-se como disciplina e não se reverteria em ônus para o Estado. Descarta-se, desse modo, qualquer possibilidade de uma compreensão pedagógica e apoia-se numa postura de catequização e não na perspectiva de disciplina escolar, fato este que provocou protestos e mudanças posteriores, como destaca o artigo 33, parágrafo 1º: “O Ensino Religioso, de matrícula facultativa, constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de educação básica, sendo oferecido, sem ônus para os cofres públicos, de acordo com as preferências manifestas pelos alunos ou por seus responsáveis”. Portanto no período entre 1995 (abril) a 1996 (dezembro), assistiu-se a uma nova mobilização para a definição desta disciplina. Apesar de garantida na Constituição, necessitava de elementos complementares para serem melhores definidos na Lei de Diretrizes e Bases da Educação.
  • 19. 18 Sabemos que O Ensino Religioso insere-se na trajetória da educação nacional, desenvolvendo-se através das relações estabelecidas entre o Estado e a Igreja Católica. Nos três primeiros séculos da história do Brasil nos quais Império e Igreja unem-se para promover uma ação colonizadora, que desconsiderou as culturas dos africanos e indígenas, visando tanto a exploração de riquezas, quanto a propagação do Evangelho. (SEVERINO, 1986, p. 71) fala da seguinte forma: (...) os princípios de uma ética individualista e social fundada na suprema prioridade da pessoa sobre a sociedade. A qualidade moral dos indivíduos repercutirá necessariamente sobre a qualidade moral da sociedade. Todo o investimento da evangelização, em sentido estrito, como da educação, sob inspiração cristã, se deu historicamente nesta linha. Foi por isso mesmo que o Cristianismo e a Igreja conviveram pacificamente com situações sociais de extrema opressão, com a escravidão, a exploração no trabalho etc. É como se estas situações independessem da vontade do homem, bastando que as consciências individuais se sentissem em paz, nada se podendo fazer contra estas situações objetivas. Relembrando o processo histórico é possível perceber que tanto no período colonial quanto no imperial do Brasil, época em vigorava o regime de padroado Portugal tinha como objetivo principal a expansão da fé católica. Assim, desenvolveu- se o processo de evangelização e catequização das populações indígenas e dos africanos, o que de acordo com Ranquetat (2007) foi de certa maneira uma espécie de ensino religioso, de educação e de formação religiosa nos moldes da doutrina católica. 2.1.1 Ensino Religioso no Brasil Colônia Para uma melhor compreensão da história do Ensino Religioso no Brasil nestes quinhentos anos, far-se-á um resumo breve desta trajetória. Conforme o Fórum Nacional Permanente de Ensino Religioso (FONAPER), nesta primeira fase, de 1500 a 1800, a ênfase é a integração entre escola, igreja, sociedade política e Econômica, tendo como objetivo básico a integração dos alunos nos valores da sociedade. Foi um período em que o Ensino Religioso era desenvolvido como Ensino de Religião como evangelização dos gentios e catequese para os negros, conforme acordo com o Sumo Pontífice e o Monarca de Portugal. (FONAPER, 2009). Então nesta faze foram os padres Jesuítas que introduziram o Ensino no Brasil. Já nos Primeiros anos da Colonização passaram a fundar colégios, onde
  • 20. 19 catequizavam os índios e lhes ensinavam a ler e escrever, como diz FIGUEIREDO (1996, p.19): Os primeiros passos na formação do povo brasileiro são dados em tempos fortes de exploração das riquezas da terra e de submissão dos nativos aos esquemas da metrópole. O Brasil, desde o início, é alvo de uma política mercantilista sob o regime de monopólio, que exige o estabelecimento de um pacto colonial. Este permitia a formação da aristocracia rural e o povoamento da terra, que se dá em meio a uma exploração característica: no litoral, a lavoura; no centro, a mineração; no Norte, as drogas. A formação étnica decorre, em parte, deste fato. Achegada dos negros como mão-de-obra barata é necessária ao projeto colonizador, propicia a mistura das raças e o aparecimento de elementos culturais e religiosos que, somados aos dos costumes indígenas, sob o guarda-chuva do cristianismo e outros elementos da cultura europeia, vão dar origem às vertentes por onde passará o Ensino Religioso. Diante do exposto entendemos o quadro histórico da origem do Ensino Religioso no Brasil, e isso nos mostra que seus objetivos tinham por interesse divulgar o Cristianismo Católico Romano. Quanto a isso Lustosa (1992, p. 20) complementa dizendo: O projeto colonizador inclui a conquista dos gentios à fé católica, além da atenção especial aos escravos. Estes terão na religião dos brancos as formas propícias para se manterem no Estado de submissão e docilidade favoráveis aos objetivos da metrópole Notamos então que durante o período colonial o Brasil esteve sob o regime do padroado e da união Estado e Igreja que nas palavras de BROSSE (1989, p.559): Uma bula pontifícia de 4 de maio de 1493, separava o domínio de evangelização dos portugueses dos espanhóis. Com esta bula, o papa Alexandre VI dividia o mundo (exceto a cristandade europeia) em duas partes: a Oeste duma linha que passava a poente e a Sul dos Açores e das ilhas de Cabo Verde, os espanhóis tinham o privilégio da missão, era o domínio do padroado espanhol ou patronato; a Leste desta linha, os portugueses tinham o direito exclusivo de evangelizar esta segunda parte do mundo: é o padroado português. A linha de demarcação foi um pouco modificada e precisada no tratado luso-espanhol de Tordesilhas (1494), o que teve como resultado fazer entrar o Brasil no padroado português. Este privilégio não estava completamente abolido, pois, antes do Vaticano II, as missões portuguesas dependiam de um dicastério especial em Roma, o dos assuntos extraordinários, e não da propaganda. Entende-se com isso que a igreja tinha liberdade para o culto e o ensino da Religião, mas servil ao Estado. Como predominava na época o ensino escolar dirigido pela Igreja através principalmente das Ordens e Congregações Religiosas (sobretudo
  • 21. 20 os Jesuítas), o Ensino Religioso era parte integrante do currículo escolar. Dessa forma A instituição escolar no Brasil nasce religiosa, catequética. 2.1.2 Ensino Religioso no Brasil Império Neste período, a educação está sob a direção do Estado-Nação e o objetivo é a escola pública, gratuita, laica para todos. Sendo que o religioso estava submetido ao estado, onde a burguesia toma o lugar da hierarquia religiosa. Peixoto (1998) ressalta em sua obra as várias reformas realizadas nos primeiros anos da República, entre elas a reforma Rivadavia Corrêa (1911), que tentou imprimir um critério prático ao estudo das disciplinas e ampliou a aplicação do princípio de liberdade espiritual ao pregar a liberdade de ensino. Contudo, diante dos protestos católicos e de medidas laicizantes introduzidas no sistema escolar, o Governador de Minas Gerais em 1928, promulgou a Lei 1.092/28 reintroduzindo o Ensino Religioso nas escolas oficias mineiras. Isto foi o resultado de um cuidadoso trabalho do clero mineiro junto à sociedade resultando em reconhecimento da parte do governo para com a Igreja. Tinha-se a esperança que, conforme Junqueira (2007), com a nova República se conseguiria organizar no Brasil uma rede pública de “ensino par a todos”, mas somente com a “Revolução de Trinta” e o Manifesto de 1932, conseguiu-se responsabilizar o Estado, por meio da Constituição de 1934, a estabelecer um Plano Nacional de Educação e a extensão da rede de ensino. Nos anos de 1910 a 1930, ficou marcado o esforço da Igreja Católica para aproximar-se do Estado, apesar de reações oposicionistas da Maçonaria. Houve, neste período, a tentativa de organizar partidos católicos, como a Liga Eleitoral Católica (LEC), visando orientar os fiéis na escolha de candidatos a cargos políticos no processo constitucional de 1934 e 1946. (JUNQUEIRA, 2007) Conforme Junqueira (2007), foi organizada pela Igreja Católica uma lista de questões que se julgavam fundamentais e apresentou-se aos políticos interessados em apoiá-la. Entre as questões polêmicas estava o campo da educação do Ensino Religioso, pois, segundo a Igreja Católica, a compreensão do homem, do mundo e de Deus estariam sendo progressivamente destruídas pela Modernidade e pela Maçonaria.
  • 22. 21 Neste contexto, dá para perceber que a educação, além de ser uma estratégia que a Igreja usou para desenvolver este projeto, foi também uma preocupação constante do episcopado com a concepção de educação como um todo, em especial com o ensino primário, pois revelava uma oscilação entre a influência humanista clássica e a realista científica. Pode-se então dizer que herdamos, pois, do passado uma Igreja ideologicamente marcada por uma evangelização colonizadora: ela aparece como obra de gente branca, bem-educada e formada, de classe privilegiada, sobre gente negra, morena e mestiça, índia, pobre, ignorante e atrasada. Esse é o pano de fundo sócio religioso que as elites brasileiras queriam impingir à sociedade. Destaca-se ainda que segundo NERY (1993. p. 9): Neste período as ideias de liberdade e emancipação (Revolução Francesa – 1779) se propagam e criam forças. Dom João VI volta para Portugal e seu filho Dom Pedro I permanece no Brasil. Os desentendimentos com Portugal levam Dom Pedro I a proclamar a Independência do Brasil, em 1822. Cria-se assim a Monarquia Constitucional, o Império do Brasil (1822-1889) mas na verdade ainda unido a Portugal pela família imperial Bragança. A Igreja Católica é declarada religião oficial do Estado. Em 1824, no dia 24 de março, D. Pedro I outorga a Primeira Constituição Política do Império do Brasil, na qual não há alusão alguma à educação. Mas ainda segundo CÁCERES (1993. p. 203), a realidade social como um todo é bem mais ampla, flexível e Contraditória pois: . Na primeira fase da Monarquia Constitucional, a restrição da liberdade religiosa é acentuada, quando a religião Católica Apostólica Romana é oficializada como “Religião do Império”, portanto, a doutrina católica, salvo por uma pequena minoria, não era vivenciada profundamente. A grande massa da população seguia um ecletismo religioso, mestiçando o catolicismo às crenças indígenas e dos escravos negros. O povo praticava novenas que não revelavam fervor, procissões e festas que apenas divertiam. Em sequência é também neste contexto que desde 1810, os protestantes entraram no território brasileiro, em consequência do tratado com a Inglaterra para efetivação de interesses comerciais. A Bíblia começa a ser divulgada, o que tem prosseguimento mais tarde, com a imigração americana. A par de tudo isso, a mentalidade de tolerância religiosa no Brasil é espontânea, uma vez que o povo demonstra um certo interesse pela Bíblia a partir, quase sempre da propaganda
  • 23. 22 protestante. Outro complicador é a influência política da maçonaria que começa a ser organizada em âmbito nacional. Diante disso, os programas de Ensino Religioso nas Escolas Católicas deixam transluzir, entre outras, tal preocupação, principalmente em se tratando da maçonaria que, de certa forma, influência na política educacional, orientando setores políticos na difusão de ideias de distinção entre a catequese, como tarefa da comunidade de fé, sob os cuidados do catequista e da família, enquanto a “instrução religiosa” é realizada apenas de forma complementar na escola, sendo esta considerada como parte do sistema global do ensino. Relata-se que no começo do Império era precário o sistema de ensino: não havia instrução organizada, lamentavam, em 1823, os deputados convocados à constituinte; somente a corte e clérigos estudavam; escolas primárias escassas e professores mal remunerados. Em 1827 surgiram, em regiões mais populares, as escolas fundamentais, com o sistema de ensino mútuo. LUSTOSA, (1992. p. 89) diz que em termos históricos: A mentalidade brasileira é dominada pela classe senhorial, com base na economia rural, manutenção do regime escravista e forte influência da hierarquia eclesiástica. Não faltam, porém, movimentos regionais de reação ao sistema, buscando a libertação da escravidão e a instalação de uma República, como nos demais países da América Latina. Dom Pedro I torna- se muito impopular e abdica do trono em favor de Dom Pedro de Alcântara e retorna a Portugal. Em resumo pode-se dizer que na prática, o Ensino Religioso é compreendido e tratado como catequese, é ainda considerado como um componente curricular e se efetiva através do uso de manuais de catecismo nos padrões tridentinos, em se tratando da seleção de conteúdos em vista de uma fiel ortodoxia. As formulações da fé católica privilegiam a tradição romana. 2.1.3 Ensino Religioso no Brasil República No período republicano o Ensino da Religião Católica Romana passa por uma crise, pois um novo regime que surgiu em 1891 pede a separação do Estado e da Igreja. A partir desse fato, passa a vigorar a seguinte expressão: “Será leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos oficiais de ensino” (PCN: ER, 2004. p. 14) essa foi à
  • 24. 23 primeira redação da primeira Constituição da República a orientar a Educação Brasileira. Tal enunciado quer mostrar que o Ensino Religioso só poderia ou deveria ser ministrado apenas em alguns estabelecimentos específicos, como por exemplo nas escolas de cunho religioso e não mais naquelas mantidas pelo Poder Público. Essa linha de pensamento foi influenciada pelos ideais da liberdade religiosa regida pelo princípio da laicidade do Estado, segundo a concepção francesa. É o que consta do discurso de grande número de parlamentares que atuaram na Assembleia Constituinte e na implantação do novo regime. Posteriormente, pela liderança dos pioneiros da educação nova, a partir dos anos 30, essa ideia é intensificada. Com o texto declarando que o ensino será laico, acontece uma grande discussão em torno do assunto, diante da possibilidade de se excluir o ensino religioso no texto da Constituição de 1891, regendo a laicidade. A Igreja católica romana ainda continuava com sua atuação voltada para a prática proselitista da catequização dentro das escolas públicas brasileiras, essa fase se prolonga em todo percurso da história da educação brasileira, precisamente até os 400 anos da história. Segundo NERY (1993. p.10), para a Igreja Católica e o Ensino Religioso as consequências são imediatas: O decreto 119-A do Governo Republicano Provisório (17/01/1890) abole o Padroado e estabelece a separação Igreja e Estado. O Episcopado brasileiro reage com a Carta Pastoral coletiva de 19/03/1890 destacando as vantagens para a Igreja contidas no Decreto 119-A., Mas a constituição de1891, ao abordar a questão do Ensino Escolar, criando as competências para os Estados e para o Governo Central, diz em seu artigo 72 parágrafos 6º: “será leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos”. Esta clausula provoca inúmeros debates e posicionamentos em defesa da liberdade do ensino, da liberdade de consciência, da liberdade religiosa, e da igualdade de direitos. Multiplicam-se os argumentos a favor e contra “laicização do ensino público”. Os Bispos escrevem: para os crentes, católicos, protestantes, metodistas, calvinistas, etc. A escola neutra é um verdadeiro presente de gregos. Seus filhos não encontram na escola um ambiente favorável à liberdade de consciência, pois o que existe é hostilmente indiferente à liberdade religiosa, e mais adiante acrescentam: a celeuma levantada em torno da circular do episcopado nasce de uma lamentável confusão. É um erro supor que os católicos exigem a obrigatoriedade do ensino do catecismo nas escolas públicas para os alunos. Entende-se que eles esperam é que a declaração, “ensino leigo”, não seja atarracada, com ensino ateu irreligioso. Na sequencias dos anos à Igreja toma posição de justificação em relação ao ensino da religião como corolário da liberdade religiosa e da liberdade de consciência que para BEOZZO (1986. p. 281):
  • 25. 24 Contudo não se pode ocultar que toda a questão escolar, ponto nevrálgico da disputa entre a Igreja e o Estado, não atingia a população pobre, inteiramente ausente do sistema escolar. Também a Igreja não se preocupava em abrir escolas para o povo, salvo em situação toda especial dos imigrantes das áreas de colonização do Sul, estando sua estratégia voltada para os filhos das classes dominantes. Esta mesma questão do Ensino Religioso nas escolas oficiais não chegava a sensibilizar e mobilizar as classes dominantes pois estas podiam sempre enviar seus filhos e filhas para os colégios de padres e freiras a elas destinadas e aí obter sua educação religiosa. É um tempo marcado por profundas transformações que mexem com esquemas de referência. Com maior universalização do ensino, as contradições da sociedade são trazidas para a escola. Após a hegemonia da Igreja e do Estado sobre a escola e a educação, caminha-se para a redefinição de poderes e regulamentações no seio da instituição escolar, pois as diversas forças sociais e profissionais se articulam para assumir responsabilidades constituindo novas modalidades de funcionamento da ação escolar. (FONAPER, 2009) como visto, o Ensino Religioso passou por várias mudanças e conflitos ao longo da história do Brasil, decorrente das mudanças constitucionais e ideológicas do Estado. Entretanto, o modelo catequético foi o mais marcante, dado o grande tempo que vigorou nas escolas. Pode-se dizer que o Ensino Religioso no Brasil, ao longo da história, vinha sendo caracterizado pelo ensino da religião. A busca pela liberdade, na década de 1960, no campo individual e coletivo levou as pessoas a lutarem por seus direitos civis e políticos, mas foi na década de1970 que a formação profissionalizante se tornou exigência para o mercado de trabalho, para que se tornassem compatíveis com as exigências do capitalismo industrial internacional. Neste contexto os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Religioso (FONAPER, 2009), vem ressaltar que o Ensino Religioso é obrigatório para a escola, concedendo ao aluno o direito de optar ou não por ele, no ato da matrícula, sendo contemplado com a reforma trazida pela Lei 5.692/71, por ser compreendido como um elemento que colaboraria na “formação moral” das gerações.
  • 26. 25 3 PERSPECTIVAS LEGAIS PARA O ENSINO RELIGIOSO O ensino religioso organiza-se mediante concepções que norteiam e legitimam as ações pedagógicas no âmbito escolar. Ele é entendido, como, “o espaço que a escola pública abre para que estudantes, facultativamente, se iniciem ou se aperfeiçoem numa determinada concepção do transcendente, focalizando a formação integral do sujeito, valorizando: as inter-relações: consigo mesmo, com o outro e com o universo. Nesse sentido fica evidente qual quer doutrinação ou tentativas de educar a fé do sujeito. As igrejas, individualmente ou associadas, com o amparo legal, poderão credenciar seus representantes para ocupar o espaço como resposta à demanda dos alunos de uma determinada escola”. Cândido (2005) evidencia que, "Educação Religiosa é um termo usado para dar conta da ideia de pensar o religioso, sem pensar na imposição de uma religião”. Seria assim a somatória do Ensino Religioso e da Pastoral, numa escola confessional que tenta abarcar a dimensão religiosa de seus educandos e dar conta de sua confessionalidade. O termo Educação Religiosa é utilizado também em alguns discursos ligados à política para sair do "ensino" e também pela Pastoral da Educação, ligada à Igreja Católica, para dar conta da ampliação da área de atuação. De acordo com Saviani (2008), o Ensino Religioso “Nas suas origens, configurou-se uma simbiose entre educação e catequese materializada na obra dos jesuítas” esse discurso está dentro do contexto das informações contidas no capítulo anterior, que evidencia que O Ensino Religioso percorre ao longo de sua história no Brasil, caminhos muito ligados ao desenvolvimento do Estado Laico e a Igreja Católica, visto desde a colonização do Brasil por portugueses, cuja religião oficial era a católica, e que também foi implantada aqui.
  • 27. 26 4 INTERVENÇÃO SOCIOESCOLAR: uma relação da teoria x prática Se segue uma análise qualitativa de dados que é um fenômeno recentemente retomado, que se caracteriza por ser um processo indutivo que tem como foco a fidelidade ao universo de vida cotidiano dos sujeitos, estando baseada nos mesmos pressupostos da chamada pesquisa qualitativa que conforme as palavras de André (1983): “ela visa apreender o caráter multidimensional dos fenômenos em sua manifestação natural, bem como captar os diferentes significados de uma experiência vivida, auxiliando a compreensão do indivíduo no seu contexto” Diante disso, é importante frisar que, ainda que os passos metodológicos nessa abordagem qualitativa não estejam prescritivamente propostos, não se deve considerar como um sujeito isolado que se norteia apenas pela sua intuição: há que levar em conta o contato com a realidade pesquisada, associado aos pressupostos teóricos que sustentam seu projeto. 4.1 Palco da pesquisa e metodologia Nesta pesquisa foi feita uma análise teórico metodológica tendo como elemento essencial, para realizar os objetivos propostos, a revisão bibliográfica, como direção e orientadora na discussão do tema em questão, onde passaram por inspeção algumas concepções sobre o ensino religioso, que desde que aplicada ao contexto escolar foi coadjuvante de muitas controvérsias. Se atendo aquelas que apresentaram novas dinâmicas para o ensino religioso para melhor ser apresentado aos educandos e que proporcionará subsídios para educadores que militam nessa área. A partir da pesquisa bibliográfica foi posto em prática, conceitos e ideias, levantadas que venham a contribuir no processo de construção de saberes relevantes para formação integral do sujeito, proporcionando um novo rumo no fazer pedagógico. Dessa forma, refletiremos o ensino religioso, que educa para a vivência pessoal e coletiva e não venha a ficar apenas na teoria mais intervir no desenvolvimento da sociedade atual norteando vidas a andar pelo caminho do respeito, aceitação e tolerância. Também, foi realizada uma análise do Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal Evanildo dos Santos, sito à Av. Rio Branco S/N, no bairro Novo Jardim na cidade de Jardim de Piranhas-RN. Atualmente, a referida escola está sendo administrada pela Profª. Ildete Batista. A criação da Escola Municipal Evanildo
  • 28. 27 Mariano dos Santos ocorreu no dia 05 de abril de 1991, tendo como ato de criação o nº 377 (código: 24033227). Estão matriculados atualmente na escola cerca de 340 alunos, matutino e vespertino; atendendo as seguintes modalidades de ensino, a citar: Educação infantil (níveis IV e V), Ensino Fundamental (1º ao 5º ano). Conforme o PPP da escola, sua missão é contribuir para constante melhoria das condições educacionais da comunidade, visando assegurar uma educação de qualidade aos nossos alunos num ambiente criativo, inovador e de respeito ao próximo. Como também, buscar meios que contribua para o avanço do ensino - aprendizagem da clientela atendida, tendo como foco o processo de alfabetização e letramento. Coerentes com as estratégias previstas na LDBEN nº 9394/96, a instituição educacional tem como meta prioritária o desenvolvimento global do aluno, e para que isso ocorra, faz-se necessário a integração entre educação – cultura que não se restrinja à modelos pré-estabelecidos, mas se concretize numa escola, na qual a comunidade em que está inserida seja capaz de formar uma sociedade mais justa e preparada para promover mudanças. Para que a escola alcance seus objetivos, vale salientar a importância de que o corpo docente faça adequações necessárias para que os educandos sejam capazes de aprender e serem conscientes de seus direitos e deveres. Realizamos também, uma entrevista de caráter histórico e comparativo, com os atores que compõem o quadro de funcionário da referida escola, com o objetivo de evidenciar a forma como a escola vem tratando e/ou aplicando o ensino religioso em sala de aula; com o intuito de levantar informações e qualitativas sobre o assunto. Ainda foi elaborado um questionário para ser aplicado, com o corpo docente e coordenação pedagógica das demais escolas do nosso município. Todas as informações colhidas foram comparadas entre se para ter-se uma ideia de como se dá, as ações pedagógicas, no tocante ao ensino religioso, nas instituições de ensino de Jardim de Piranhas - RN. Então, refletirmos sobre um novo fazer pedagógico, para ensino religioso, visando oferecer um futuro auspicioso e promitente aos alunos de nossa comunidade. 4.2 Dinâmica e ferramenta de pesquisa
  • 29. 28 Para coleta de dados, utilizou-se de questionários elaborados com diversas perguntas abertas e fechadas, (APÊNDICES: B, C, D); e uma entrevista, (APÊNDICE: A). As questões, na sua maioria teve um caráter subjetivo, e foram aplicados para diretores (as); coordenadores (as); e professores das escolas de ensino fundamental menor, da rede de ensino do município de Jardim de Piranhas-RN. O objetivo dos questionários bem como o da entrevista com a secretária do referido município, foi discutir sobre a disciplina ensino religioso, como componente curricular; e também refletir na forma que esta, vem sendo tratada no fazer pedagógico das escolas do município, ressaltando a possibilidade de incluí-la nas salas de aula esta área do conhecimento, de caráter facultativo, como um fator preponderante para formação integral dos indivíduos. 4.3 os elementos da pesquisa Os elementos desta pesquisa foram: todo o corpo docente da Escola Municipal Evanildo Mariano dos Santos; bem como os diretores, coordenadores e alguns professores das escolas, que denominaremos de: amarela, azul e verde. E também a Secretária de Educação da SEMEC “A”, do município de jardim de Piranhas-RN. 4.4 Análise dos dados coletados Já apresentado o senário, onde a pesquisa foi realizada, os sujeitos da pesquisa e a dinâmica para colhimento dos dados, este bloco apresenta os frutos da pesquisa; bem como a interpretação dos dados coletados. 4.4.1 Entrevista com a secretária de educação “A”. A presente pesquisa teve como objetivo discutir sobre a disciplina ensino religioso no currículo das escolas da cidade supracitada, e com isso analisar como este componente curricular vem sendo trabalhado na realidade das escolas do ensino fundamental menor, e para tanto foi entrevistada a secretária de educação para, nortear a coleta e tratamento com as informações sobre o tema; e ter uma visão panorâmica da educação do município.  ENTREVISTADOR: A princípio gostaria de saber, qual a sua opinião sobre a inclusão da disciplina Ensino Religiosa no currículo das escolas públicas do município de Jardim de Piranhas – RN?
  • 30. 29  SECRETÁRIA A: a inclusão do Ensino religioso como disciplina do currículo básico de Jardim de Piranhas e de todo o território nacional, foi estabelecido a partir da LDB, sancionada em 1996 e desde lá vem sofrendo muitas alterações, pois antes, desde o tempo dos jesuítas, era articulada de forma tendenciosa puxando para o catolicismo e o doutrinamento, e hoje orienta-se que seja assegurado a liberdade de consciência e de crença, assim como o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer forma de catequese.  ENTREVISTADOR: Na sua concepção a disciplina de Ensino Religioso é importante para formação integral do sujeito como as outras disciplinas?  SECRETÁRIA “A”: Sim o ensino religioso é importante para formação integral do sujeito, pois tem o propósito de apresentar a diversidade que envolve a história das religiões. A Escola, ao trazer para seus espaços as diversas manifestações de cada religião, ensina o princípio da tolerância, do respeito às diferenças da formação cidadã, exercitando tudo isso na rotina escolar e na sala de aula.  ENTREVISTADOR: Sabendo que é uma de suas atribuições: “o comprometimento com a qualidade da Educação em nossa rede de ensino”, qual sua visão, no tocante a disciplina ER em nossas escolas e seu caráter facultativo?  SECRETÁRIA “A”: Nós, enquanto equipe da SEMEC, defendemos a escola pública laica, onde os alunos de todas as confissões religiosas, assim como os atues, devem ser admitidos indistintamente e igualmente respeitados na sua condição de indivíduos em formação. Apesar de ser uma disciplina ofertada em caráter facultativo, nós orientamos para que as famílias sejam esclarecidas e para que o aluno seja incentivado a permanecer na sala de aula, por considerarmos o conteúdo fundamental para seu crescimento pessoal, espiritual e intelectual.  ENTREVISTADOR: Semelhante aos compromissos anteriores ainda acrescenta sobre sua responsabilidade ser uma Articuladora, e está sempre disposta ao debate, visto ser a Educação, uma questão pública, vários interesses, concepções, posições estarão sempre presentes e expressos por segmentos diversos. Então, como vem
  • 31. 30 sendo discutido o ensino religioso no meio educacional do município de Jardim de Piranhas-RN?  SECRETÁRIA “A”: o ensino religioso no município de jardim de Piranhas vem sendo discutido e planejado no interior das escolas continuamente, em seus encontros pedagógicos, nas reuniões de pais e nas salas de aula.  ENTREVISTADOR: Como você avalia o ensino religioso em do município de Jardim de Piranhas-RN? Bom; Ótimo; Excelente; Regular; Péssima.  SECRETÁRIA “A”: Bom. Especialmente nas séries iniciais do ensino fundamental, pois a disciplina é ministrada pelo professor pedagogo, habilitado a lecionar todos os componentes curriculares ofertados na “série”. Já nas “séries” finais ainda estamos em processo de adequação, apesar de termos realizado concurso público para a disciplina ainda não conseguimos a liberação da vaga na única escola do município, devido à redução inesperada de turmas, acarretando a falta de preenchimento de carga horaria para os professores do quadro.  ENTREVISTADOR: Em sua opinião, o Ensino Religioso que pode fazer parte do nosso currículo, deveria ser de cunho: Confessional; Interconfessional; Ensino das religiões; Área de conhecimento; explique.  SECRETÁRIA “A”: Usarei a definição do pesquisador de ensino religioso, Sérgio Junqueira (GPER: Grupo de Pesquisa Educação e Religião), sobre o que são áreas do conhecimento: “As áreas do conhecimento são marcos estruturados de leitura e interpretação da realidade, essenciais para garantir a possibilidade de participação do cidadão na sociedade de forma autônoma”. Cada uma das áreas contribui para que os estudantes compreendam a sociedade em que vivem e possam interferir no espaço e na história que ocupam; pois uma das preocupações da Educação Básica é a formação do cidadão e que os estudos que as crianças e adolescentes realizam contribuam para os estudos e o trabalho que exercerão posteriormente. Ou seja, é uma relação do presente, uma releitura do passado e uma construção do futuro.
  • 32. 31 Essa entrevista, bastante proveitosa, proporcionou-nos o esclarecimento sobre muitas dúvidas, concernentes ao tema estudado. Fomentando a busca por entender cada vez mais os porquês de se trabalhar o ensino religioso como área do conhecimento. Na realização da entrevista alguns fatos chamou-me a atenção, dentre muitos. Para ser mais preciso foram três: os conhecimentos bem acentuados, da entrevistada; uma fala condizente com a revisão bibliográfica realizada; e uma distância acentuada entre teoria e prática, realidade comprovada, após pesquisa concluída. O primeiro fato ficou concretizado por tamanha competência e propriedade demostrado na dinâmica da entrevista realizada. Bem como na maneira de conciliar o tempo, para harmonizar as muitas ocupações e ceder deste tempo, um espaço para contribuir para presente pesquisa acadêmica, sem perder o ritmo da sua rotina diária, e dessa forma contemplando as atribuições do seu ofício. O outro, é que se confirmou o que tinha pesquisado sobre a importância do tema abordado, pois a gama de material pesquisado, ou seja, as ideias aqui apresentadas, foi por ela citada, como preocupação e visão de futuro para as escolas do município de Jardim de piranhas, o que me deixou muita mais confiante e entusiasmado para conclusão da pesquisa Porém o fato que prendeu minha atenção, com o resultado da pesquisa, foi a distância entre a teoria e a prática, no que diz respeito a muitas falas da entrevistada e os dados coletados nas escolas citadas abaixo. E dessa forma concordamos com as palavras de Freire (2003): “teoria sem a prática vira ‘verbalismo', assim como a prática sem teoria, vira ativismo. No entanto, quando se une a prática com a teoria tem-se a práxis, a ação criadora e modificadora da realidade”. Diante disso redobramos os esforços, para que na nossa futura prática docente, diminuamos essa distância entre a teoria e prática. No entanto somos conscientes dos ricos resultados que tal pesquisa proporcionou e proporcionará, nos âmbitos: pessoa, social e acadêmico. 4.4.2 Questionário para o corpo docente das Escolas: amarela, azul e verde
  • 33. 32 Nesses espaços buscamos consolidar que devesse ter o Conhecimento que devemos respeitar à autonomia, à decência e à identificação do educando e, para que na prática, procurarmos a coerência com este saber, e à criação de algumas virtudes ou qualidades sem as quais aquele saber vira apócrifo, linguagem vazia e inoperante. E para esta faze da nossa formação inicial diz ANDRADE (2005, p.5). Para ser professor é preciso, também, vivenciar a ESCOLA (grifo meu), esta instituição que é o espaço de sua prática profissional, e que se encontra povoado de praticantes de um mesmo fazer, e mais, 5 de um fazer que só existe enquanto prática [...] Assim, o Estágio deve preparar para um trabalho coletivo, uma vez que, o ensino não é um assunto individual do professor, pois a tarefa escolar é resultado das ações coletivas dos professores e das práticas institucionais, situadas em contextos sociais, históricos e culturais. Com esse entendimento foi que partimos para aplicar os questionários aos sujeitos da nossa pesquisa nas escolas a citar. 4.4.2.1 Questionário aplicado o (a) diretor (a) Adentrando mais afundo dentro da realidade escolar, para ser mais preciso, na busca de informações e realidade do no tema em questão, foi aplicado um questionário com os (as) diretores (as) destas instituições. E foi concluído que quando se aproxima um pouco mais da realidade dos fatos, começa a distanciar a teoria da prática e vice e versa, pois, começamos a notar uma disparidade entre os discursos apresentados na entrevista, com as informações coletadas nos questionários com os diretores. Onde na primeira secção de perguntas e respostas já notamos que a importância do ensino religioso fica apenas no papel, pois, na pratica ela é entendida de outra forma com uma importância bem inferior às informações antes passada. E conforme nos aprofundamos na pesquisa, as dúvidas sobre haver uma distância entre prática teoria, vão dirimindo-se cada vez mais. Ao terminar essa parte de questionários, ao nosso ver, e conforme os resultados das nossas pesquisas, a disciplina ensino religioso, como área de conhecimento, não é discutida no âmbito escolar, e as práticas pedagógicas que envolvem assuntos e/ou conteúdos religiosos, conforme a visão dos gestores, estão longe de serem voltadas a formação integral dos sujeitos que compõem as escolas pesquisadas.
  • 34. 33  PESQUISADOR: como você ver a disciplina ensino religioso no currículo da escola em que você é diretor (a)?  ESCOLA AMARELA: Não está explicita no PPP da Escola e é pouco discutida. Ela é trabalha de forma interdisciplinar, ou seja, integrada as outras disciplinas.  ESCOLA AZUL: como um componente importante no currículo; embora a ênfase maior do trabalho pedagógico seja as áreas de língua portuguesa e matemática, esse componente tem seu espaço de significações em todos os níveis de ensino.  ESCOLA VERDE: o ensino desta disciplina é facultado a datas comemorativas e a atos de respeito e consideração aos dogmas ou atos adotados por diferentes religiões, sem planejamento pedagógico realmente exclusivos ao ensino religioso.  PESQUISADOR: a disciplina ensino religioso (ensino religioso) é importante para formação integral do sujeito, como as outras disciplinas? Sim; não? Se sua resposta for sim, justifique.  ESCOLA AMARELA: o ensino religioso é importante para formação integral do sujeito pelo fato de sermos seres espirituais que tem muitas curiosidades, como há uma diversidade religiosa, precisamos aprender a conviver e respeitar o segmento religioso de cada um.  ESCOLA AZUL: através de conceitos, conteúdos e eixos temáticos, nos quais trabalhamos culturas e tradições religiosas, ritos e valores, buscamos contribuir com a formação integral dos estudantes.  ESCOLA VERDE: partindo que a humanidade, sempre adotam princípios relacionados aos deuses e crenças que de uma certa forma conforta e sensibiliza o homocentrismo da necessidade de respeitar e considerar as diferentes de vida existentes no planeta ou universo.  PESQUISADOR: sabendo que o ensino religioso, é previsto na LDB nº 9394/96, como disciplina de matrícula facultativa, (art. 33). na condição de administrador (a) escolar, como o (a) senhor (a) deve manter a escola dentro das normas do sistema educacional, seguindo portarias e instruções, ou seja, como você orienta a sua equipe pedagógica a trabalhar a disciplina de ensino religioso na escola?
  • 35. 34  ESCOLA AMARELA: na verdade é uma área de conhecimento pouco discutida na escola, onde não tive momentos de reflexão para analisar o ponto de vista de cada um. Trabalhamos mais as datas comemorativas deixando a cargo dos professores desenvolverem em suas aulas de acordo com a turma.  ESCOLA AZUL: embora a matrícula seja facultativa a disciplina é parte integrante do nosso currículo e buscamos respeitar os credos e orientações religiosas dos estudantes considerando a diversidade a tolerância, no intuito de construirmos um ambiente de paz.  ESCOLA VERDE: essa é uma tarefa do setor pedagógico. a supervisão escolar e professores buscam ser imparciais no sentido que a própria LDB coloca o ensino no estado laico.  PESQUISADOR: Entendemos que às vezes o (a) gestor (a) faz como um (a) maestro, um líder da equipe, que concilia o trabalho pedagógico com o administrativo. Assim sendo, qual a maior controvérsia, polêmica, ou discussão sobre o Ensino Religioso que permeia a instituição que você trabalha, se é que existe?  ESCOLA AMARELA: não existe discussão acirrada em relação ao ensino religioso, mais quando há pontos de vistas divergentes dialogamos procurando ouvir o outro.  ESCOLA AZUL: na verdade na nossa instituição não temos tido problemas quanto ao ensino religioso, já que não focalizamos o ensino numa única filosofia e buscamos, sobretudo, o respeito as diferenças de credo, representações religiosas e valores.  ESCOLA VERDE: não, como gestor, já participei de eventos em diferentes denominações religiosas em nossa cidade e estou aberto a qualquer intervenção religiosa, na própria escola temos finais de semana: seminários, catequese e olimpíadas promovidas por igrejas como a Batista, católica entre outras.  PESQUISADOR: sabe-se que o ensino religioso é componente curricular que possui amparo legal e pedagógico para garantir sua presença efetiva na escola, permeando: construção do projeto político-pedagógico (PPP); regimento escolar; plano de estudos e plano do/a professor/a. isto se constitui um fato na instituição da qual o (a) senhor (a) está como gestor (a)?  Apenas a ESCOLA AMARELA respondeu que NÃO.
  • 36. 35  PESQUISADOR: mesmo que não se trabalhe diretamente com o ensino religioso, sabemos que conteúdos voltados para assuntos religiosos, é realidade inegável em nossas escolas. Assim sendo, para você o ensino religioso que pode fazer parte do nosso currículo, deveria ser de cunho: confessional; interconfessional; ensino das religiões; áreas de conhecimento; nenhuma das alternativas  ESCOLA AMARELA: não respondeu essa pergunta e as outras responderam que deveria fazer parte do currículo o ensino religioso como área do conhecimento. 4.4.3 Questionário para o (a) coordenador (a) Na visão dos (as) coordenadores (as), a discussão sobre o ensino religioso, apesar de ser valorizado teoricamente, já havia se encerrado; pois não há espaço para aplicar uma pratica voltada aos objetivos da disciplina em questão, segundo a interpretação dos dados coletados, visto ser, as demais disciplinas a base das práticas das instituições. Fica evidente que não há um incentivo para inovação da prática pedagógica dos docentes, talvez por falta de conhecimentos teóricos sobre a relevância do tema. Dessa forma fica manifesto que se não haver um incentivo para quebra das inércias de muitas práticas, não só o ensino religioso, mas referente a qualquer outra disciplina, sendo tirada do currículo, como dito abaixo, os alunos não sentirão falta! ESCOLA AMARELA: Não quis participar.  PESQUISADOR: como coordenadora pedagógica, de que forma você avalia, o trabalho pedagógico de sua instituição, concernente a disciplina ensino religioso? Regular; bom; ótimo; excelente; não trabalhamos.  ESCOLA AZUL: respondeu que o trabalho o seu pedagógico concernente ao ensino religioso é ótimo  ESCOLA VERDE: disse que era regular.  PESQUISADOR: sabendo que, organizar encontros de docentes por área e por nível de ensino, faz parte de seu labor enquanto coordenador (a), você tem reunido
  • 37. 36 sua equipe pedagógica para tratar assuntos no tocante à disciplina ensino religioso e seus conteúdos específicos? Sim; não; não trabalhamos; justifique  ESCOLA AZUL: Não, a escola fez o PPP e dentro deste projeto está a proposta curricular que contém os conteúdos específicos do ensino religioso, sendo desnecessário uma reunião para priorizar o tema. Consolidamos outras disciplinas e projetos desenvolvidos durante o ano inteiro.  ESCOLA VERDE: Não, a escola não trata o ensino religioso de forma especifica. A visão que temos enquanto coordenação é que se tirar o ensino religioso do currículo, os alunos não sentirão falta.  PESQUISADOR: pode dizer também, que dar atendimento individual e coletivo aos professores, faz parte intricadamente de sua função como coordenador (a). Algum docente já lhe procurou em busca de orientações para trabalhar ensino religioso? Sim ou não?  AS ESCOLAS: AZUL E VERDE: responderam que nunca um educador pediu orientações  PESQUISADOR: no seu ponto de vista, qual é a importância do ensino religioso para a formação integral do sujeito, em uma sociedade multicultural como a que estamos inseridos?  ESCOLA AZUL: é importante porque muitas vezes a escola tem que ensinar valores importantes que a família não ensina.  ESCOLA VERDE: não diria para formação integral, vejo o ensino religioso, nos moldes que estão ensinando, como algo dispensável. Ou se efetiva de fato o ensino religioso ou continua a perder ainda mais espaço na educação. 4.4.4 Questionário para os (as) professores (as) Aqui vislumbramos uma visão mais nítida sobre a realidade da importância da disciplina em questão, pois mergulhamos nas informações proporcionadas pelos protagonistas do ensino. Eles passaram informações mais reais, dentro das possibilidades de se ter ou não um espaço para a disciplina ensino religioso como área de conhecimento. Neste contexto pode-se contemplar teoria e prática caminhando de “mãos dadas”, e que o tema da pesquisa não é uma utopia, mais sim uma realidade palpável e próxima da nossa realidade. PERGUNTAS ESCOLA AMARELA ESCOLA AZUL ESCOLA VERDE
  • 38. 37 Em sua pratica docente você leciona conteúdo relacionado ao Ensino Religioso (ER)? Sim, leciono. Às vezes leciono. Sim Você já participou de alguma capacitação para trabalhar com Ensino Religioso em sala de aula? Não, nunca participei. Não Não Os (as) alunos (as) demonstram interesse quando se deparam com temas que envolvem a disciplina de Ensino Religioso, seja estes planejados ou não? Sim, demostram interesse. Às vezes Sim Você acha que se deve trabalhar Ensino Religioso, em nossas escolas, mesmo sabendo da pluralidade cultural e religiosa dos nossos alunos. Sim. É de fundamental importância trabalhar o ER, desde que os docentes sejam protagonistas do ensino aprendizagem, pois se avaliarmos os decentes oportunizando através do diálogo e da leitura de livros literários é possível respeitar a pluralidade religiosa e cultural ampliando os conhecimentos dos mesmos para uma melhor compreensão do outro. Sim, é importante pois de forma geral a religião também forma a identidade do aluno bem como seus preceitos morais e éticos. Sim, na verdade devemos trabalhar o ensino religioso, mas de forma diferente, ou seja, procurando temas que leve o aluno a entender o mundo que o cerca. Temas como: cidadania, solidariedade, cooperação, respeito, entre outros Em sua opinião, o Ensino Religioso, deveria ser ministrado por líderes religiosos, escolhidos de forma democrática ou deveria investir na capacitação de profissionais da educação, para lecionarem a disciplina de Ensino Religioso? Não deve ser ministrada por líderes religiosos, pelo fato deles influenciarem na sua ideologia religiosa. O professor deve a partir da realidade de sua turma pesquisar e se aprofundar nesse sentido. Também deve ser oferecida formação nessa Deveria haver formação aos de educação para lecionarem de uma forma geral sem apontar ou dar ênfase a nenhuma religião Fica evidente que se o ER fosse, ministrado por líderes religiosos, a coisa iria ficar bastante crítica, pelo fato “deles” tentarem impor, convencer os alunos a seguir uma religião especifica. O correto seria haver uma capacitação para todos os profissionais para que as escolas desenvolvessem um trabalho de forma adequada levando todos a entender a
  • 39. 38 área de conhecimento. relação existente por trás das ideologias religiosas Indique como você percebe que se apresenta o comportamento dos (as) alunos (as) durante as atividades com conteúdo de ensino religioso. Com um maior poder de concentração. Os temas religiosos despertam a curiosidade. Neutralidade e indiferença para com o assunto Neutralidade e indiferença para com o assunto Em sua opinião, o que poderia ser feito para se oferecer o Ensino Religioso, sem proselitismo e não catequético, ou seja, um ensino que seja externo a qualquer credo religioso? Que seja oferecido formação continuada e os próprios docentes sintam a necessidades de buscar esse conhecimento percebendo a pluralidade religiosa existente em nossa sociedade e respeitando Trabalhar de forma voltada para os valores e de forma geral Deve ser um ensino que levasse a criança ou adolescente, a perceber e analisar seus atos por meio da relação com o outro, compreendendo as razões e e as consequências de uma atitude ou de outra. Como podemos observar, ”não” devemos ensinar de uma forma que leve o aluno a seguir um tipo ou outro de religião, devemos mostrar alternativas adequadas para que os alunos entendam de uma forma geral. 4.5 Escola campo da pesquisa Nossa intervenção sócioescolar deu-se meio de conversas informais sobre a importância de se ter uma discussão em nosso município sobre a inclusão do Ensino Religioso nos currículos de nossas escolas e uma mini- palestra para os professores. E através desta, mostrar de forma resumida o caminho que o ensino religioso vem trilhando desde a colonização até a lei de diretrizes e bases da educação. Procurei sempre mostrar que se deve ter um novo olhar para essa temática vista ser tratada de forma unilateral, ou seja, de cunho facultativo. Afirmando que A religiosidade é uma dimensão constitutiva da realidade humana e o Ensino Religioso escolar tem como proposta a educação desta dimensão da vida humana com o objetivo de proporcionar uma formação integral da pessoa. E que nesse sentido sua função específica é exercitar o educando para que se dê conta da dimensão transcendente da sua vida e levá-lo a viver na intensidade de si mesmo, traduzindo a sua religiosidade em atitudes práticas, em harmonia com sua percepção do mundo, das relações sociais, da ética, moral e justiça.
  • 40. 39 E dessa forma conscientizar que na escola, o Ensino Religioso e os professores exercem a função de ampliar a relação das diferentes denominações religiosas e, sobretudo, distinguindo entre o essencial e o acessório, bem como favorecer e criar espaço de tolerância e respeito. E em se tratando da sua relação com o educacional sugere reflexão e integração do fenômeno religioso como saber fundamental para a formação integral do aluno. E para mostra essa temática preparei alguns slides para os profissionais que ali estão inseridos. Com isso tentei mostrar a importância de se incluir o Ensino Religioso nas escolas do nosso Município de Jardim de Piranhas-RN. Também foi aplicado questionários direcionados a diretora e aos professores de 1º ao 5º ano, e através destes, e por meio da nossa observação concluímos que a realidade não é diferente das demais escolas supracitadas, porém os atores que compõem o quadro pedagógico da instituição estão abertos ao novo e dispostos a trabalhar para romper com práticas que não contribuam com o crescimento integral do sujeito. Procurando se adequar e se preparar para enfrentar os desafios que são novos a cada dia, e oferecer uma educação de qualidade a todos 4.5.1 Questionário para a diretora “A”  PESQUISADOR: como você ver a disciplina ensino religioso no currículo da escola em que você é diretor (a)? Respostas  DIRETORA “A”: vejo de uma forma importante para a grade curricular, desde que: trabalhemos com temas relacionados ao crescimento coletivo aos nossos educandos, como por exemplo, podemos trabalhar ética e cidadania entre outros.  PESQUISADOR: a disciplina ensino religioso (ensino religioso) é importante para formação integral do sujeito, como as outras disciplinas? Sim; não? Se sua resposta for sim, justifique.  DIRETORA “A”: sim, podemos trabalhar vários temas que leve ao crescimento individual e pessoal. PESQUISADOR: sabendo que o ensino religioso, é previsto na ldb nº 9394/96, como disciplina de matrícula facultativa, (art. 33). na condição de administrador (a) escolar, como o (a) senhor (a) deve manter a escola dentro das normas do sistema educacional, seguindo portarias e instruções, ou seja, como você orienta a sua equipe pedagógica a trabalhar a disciplina de ensino religioso na escola?
  • 41. 40  DIRETORA “A”: Mesmo sendo de matrícula facultativa a disciplina ER faz parte do nosso currículo, trabalhando da forma acima citada sendo facultativo ou não o importante é que o professor não se detenha a trabalhar religião A ou B e sim trabalhar de um modo geral em si.  PESQUISADOR: sabe-se que o ensino religioso é componente curricular que possui amparo legal e pedagógico para garantir sua presença efetiva na escola, permeando: construção do projeto político-pedagógico (PPP); regimento escolar; plano de estudos e plano do/a professor/a. isto se constitui um fato na instituição da qual o (a) senhor (a) está como gestor (a)?   DIRETORA “A”: SIM.  PESQUISADOR: mesmo que não se trabalhe diretamente com o ensino religioso, sabemos que conteúdos voltados para assuntos religiosos, é realidade inegável em nossas escolas. Assim sendo, para você o ensino religioso que pode fazer parte do nosso currículo, deveria ser de cunho: confessional; interconfessional; ensino das religiões; área de conhecimento; nenhuma das alternativas.  DIRETORA: “A”: Área do conhecimento é assim que prosseguimos. 4.5.2 Questionário para os professores do 1º ao 5º ano PERGUNTAS PROFESSOR A DO 1º ANO PROFESSOR A DO 2º ANO PROFESSOR A DO 3º ANO PROFESSOR A DO 4º ANO PROFESSOR A DO 5º ANO Em sua pratica docente você leciona conteúdo relacionado ao Ensino Religioso (ER)? Não Na maioria das vezes Sim Às vezes Às vezes Você já participou de alguma capacitação para trabalhar com Ensino Religioso em sala de aula? Não Não Não Não Não Os (as) alunos (as) demonstram interesse quando se deparam com temas que envolvem a disciplina de Ensino Às vezes Sim Às vezes Às vezes Às vezes
  • 42. 41 Religioso, seja estes planejados ou não? Você acha que se deve trabalhar Ensino Religioso, em nossas escolas, mesmo sabendo da pluralidade cultural e religiosa dos nossos alunos. Sim, mas acredito que para isso aconteça é preciso que o professor esteja consciente dessa pluralidade e de ter conhecimento necessário para despertar nas crianças tais realidades. Sim, pois nossas crianças devem despertar o interesse religioso para que possam adquirir sua religiosidade. Sim, trabalhando a história de cada religião e respeitando a opção dos alunos por uma determinada religião Sim, É de grande importância se trabalhar o ensino religioso a espiritualidade de cada um porque muitas vezes as crianças e adolescentes carecem muito disso Sim, sabemos que a pluralidade religiosa existe mas isso não justifica a falta de aulas do ensino religioso, pois sabemos que é de extrema importância que se pregue a paz. Em sua opinião, o Ensino Religioso, deveria ser ministrado por líderes religiosos, escolhidos de forma democrática ou deveria investir na capacitação de profissionais da educação, para lecionarem a disciplina de Ensino Religioso? Acho que a capacitação dos profissionais seja o caminho mais viável. Acho que os profissionais da educação poderiam ter uma capacitação. Na minha opinião deveria ser ministrada por líderes religiosos, pois eles têm um conhecimento mais amplo. Com a formação de professores e a oferta de material didático sobre o ensino religioso acredito que é possível se fazer um trabalho satisfatório. Diante do preparo que os líderes religiosos acerca dos assuntos em questão, acredito que eles deveriam ministrar as aulas religiosas que com certeza teriam um melhor resultado. Indique como você percebe que se apresenta o comportament o dos (as) alunos (as) durante as atividades com conteúdo de ensino religioso Com maior poder de concentração Mais calmos Mais calmos Mais calmos Mais calmos Em sua opinião, o que poderia ser feito para se A capacitação dos profissionais que ministram Aulas dinâmicas que abranjam todo Trabalhando o ser humano como imagem de Deus e Oferecer uma formação aos professores e discutir sua Usar métodos de ensino que inclua e respeite a
  • 43. 42 oferecer o Ensino Religioso, sem proselitismo e não catequético, ou seja, um ensino que seja externo a qualquer credo Religioso? tais conteúdos que contemple a pluralidade de religiões existentes hoje no país. tipo de religião orientando a ser um cidadão de bem. importância observando as leis religião de cada um, como também suas crenças
  • 44. 43 5 GUISA CONSIDERAÇÕES Tal oportunidade proporcionou-me concluir que, a Educação só poderá ser transformada com melhorias significativas quando houver um paralelo entre teoria e prática durante nossa pratica docente, pois a teoria sem a prática contextualizada é morta e não passa de conhecimento inacabado e ineficiente. Sabe-se, porém, que O Ensino Religioso renasceu dos arcaísmos pontificais sob um contorno de mundo sociocultural, criado e executado pelos educadores como uma totalidade, simbolizando a integração, um vir a ser histórico e harmônico dentro das diferenças através da diversidade. Mundo o qual se transformou no decorrer da composição e transformação inerentes a todas as propostas pedagógicas. Essa concepção de ensino religioso como área do conhecimento pressupõe uma reflexão profunda sobre seu significado em diversas abordagens pedagógicas historicamente construídas, para o ensino religioso dentro do contexto escolar. O ensino religioso, que contemple a pluralidade religiosa, representado por todas as manifestações, exige um processo por um novo paradigma que não tenha como base a fragmentação, o utilitarismo, o racionalismo, o dualismo, entre outros. Ele não pode ser reduzido aos princípios da eficiência, do dogmatismo, do proselitismo, pois representando todas as manifestações religiosas, pressupõe uma pedagogia humanizadora e harmônica na diferença que propicia a individuação dentro de um tempo histórico presente, modificável e diferenciado. e dessa forma excogitar esse ensino de uma forma externa a qualquer credo religioso, refletindo a disciplina, não com uma linguagem intrínseca a organizações religiosas específicas, mas sim uma linguagem própria circundante ao espaço escolar Entretanto, A dúvida sempre permanece: como criar um mundo de disparidade em sala de aula para que nossa experiência com o Ensino Religioso dentro de um contexto educacional seja significativa? Aí repousa o desafio que cada professor e aluno levam consigo. A reflexão sobre o tema depende da introspectiva e da subjetividade de cada um, individualmente, e de todos enquanto sociedade, sendo sempre uma criação de cada um e sempre diferente em cada sala de aula. Dessa forma, incide em desenvolver uma significação de completude de maneira crescente, de forma indutiva. Não apenas reconhecer os temas superficialmente, desvalorizados, mas perceber suas relações, suas vivências,
  • 45. 44 objetividades, configurações, percebendo como isto influenciou e afetou a vida e a formação de cada sociedade, de cada grupo, de cada aluno. Portanto estou consciente que devo unir teoria e prática para que de forma afetiva possa oferecer caminhos, mediar e produzir conhecimento que norteiem a vida dos alunos de forma a oferecer e garantir um futuro promissor e próspero para todos, por meio de uma pedagogia libertadora, não se deixando ser freados pelas dificuldades, (pedra no caminho) mas enfrentando-as e vencendo-as, sempre focalizando que o futuro do homem repousa nos braços de uma educação de qualidade.
  • 46. 45 REFERÊNCIAS ALVES, Rubem. Conversas com quem gosta de ensinar. 24. ed. São Paulo: Cortez; 1991. ANDRADE, Rosa Maria Calaes. Metodologia do Ensino Religioso: novas perspectivas. Brasília, AEC do Brasil, 1993. BEOZZO, José Oscar. A igreja entre a revolução de 1930. O estado novo e a redemocratização. 2ª ed. São Paulo, DIFEL, 1986. BBRASIL. Lei de diretrizes e bases da educação nacional LEI 9394/96. Brasília: MEC,1996. ____________, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, Parecer CP/CNE 05/97, sobre formação de professores para o ensino religioso na escola pública do ensino fundamental. Esclarecendo dúvidas sobre a Lei nº .394/96, em complemento ao parecer CEB/05/97. ____________. Lei n. 9.475, de 22 julho de 1997. Dá nova redação ao artigo 33 da lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF, 1997. BROSSE, Oliver de L. Dicionário de termos da fé. São Paulo, Santuário, 1989. CÁCERES, Florival. História do Brasil. São Paulo, Moderna, 1993. CÂNDIDO, Viviane Cristina. O Ensino Religioso em suas fontes. Uma contribuição para a epistemologia do Ensino Religioso. 2004. Dissertação (Mestrado em Ciências da Religião) – Centro Universitário Nove de Julho, São Paulo (SP), 2004. CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL. A caminhada do Ensino Religioso na CNBB. 1999, (Mimeo). FIGUEIREDO, Anísia de Paulo. O Ensino Religioso no Brasil - tendências, conquistas e perspectivas. Petrópolis: Vozes, 1996 FORUM NACIONAL PERMANENTE DO ENSINO RELIGIOSO. Parâmetros Curriculares nacionais: ensino religioso. 2. ed. São Paulo: Ave Maria, 1997. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia – saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2003. ________. Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Religioso. 9.ed. São Paulo: Mundo Mirim, 2009. GADOTTI, Moacir; Pensamento pedagógico brasileiro. Cidade: São Paulo/SP, Ed. Ática, 8ª edição, 2004. GRUEN, Wolfgang. O ensino religioso na escola. Petrópolis: Vozes, 1995.
  • 47. 46 JUNQUEIRA, Sérgio Rogério Azevedo. O processo de escolarização do ensino religioso no Brasil. Rio de Janeiro: Vozes, 2002. ________. Formação Docente. Diálogo – Revista do Ensino Religioso n° 45 – Fevereiro/2007 JUNQUEIRA, Sérgio R. A.; CORRÊA, Rosa L. T.; HOLANDA, Ângela M. R. Ensino Religioso: aspectos legal e curricular. São Paulo: Paulinas, 2007. LUSTOSA, Oscar. Catequese Católica no Brasil. São Paulo: Paulinas, 1992. NERY, José Israel. O Ensino Religioso no Brasil, no contexto da história e das117leis. Brasília, AEC do Brasil, 1993. PEIXOTO, Júlio Afrânio. Noções de História da Educação Brasileira. 15. ed. Campinas: Autores Associados, 1998. RANQUETAT, César Jr. Religião em sala de aula: o ensino religioso nas escolas públicas brasileiras. Revista Eletrônica de Ciências Sociais, São Paulo, n.1, p.163 - 180.2007. . SAVIANI, Dermeval. Política e Educação no Brasil. 66. ed. Campinas: Autores Associados, 1996