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TCC - Hábitos Auditivos
INTRODUÇÃO
As lesões auditivas induzidas por níveis elevados de
pressão sonora são um importante problema de saúde
pública e social.
Na sociedade atual, são comuns os comportamentos e
hábitos de exposição à níveis elevados de pressão sonora.
Estudos revelam a tendência do aumento dessas lesões
em crianças e adolescentes.
Perda auditiva induzida por níveis elevados de pressão
sonora é irreversível.
(Chung et al, 2005)
INTRODUÇÃO
As atividades relacionadas ao esclarecimento sobre os
efeitos da exposição excessiva aos níveis elevados de
pressão sonora na saúde e bem estar da população são
pouco expressivas, principalmente na área recreativa.
É papel do Fonoaudiólogo atuar na prevenção alertando
a sociedade sobre os riscos:
- Saúde ocupacional;
- Saúde ambiental.
OBJETIVO
Investigar os hábitos auditivos de uma população jovem
de até 21 anos, que está sendo preparada para o
mercado de trabalho por uma instituição de ensino da
cidade de Belo Horizonte/MG, e correlacionar os
mesmos com os traçados audiométricos encontrados nas
avaliações desta população.
MÉTODOS
Alunos do Centro Federal de Educação Tecnológica de
Minas Gerais (CEFET-MG), na cidade de Belo
Horizonte/MG, nos meses de maio, junho e julho de
2010.
A participação dos adolescentes foi voluntária e anônima.
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
MÉTODOS
Aplicação da anamnese e do questionário para hábitos
auditivos adaptado da Russo (2004) à 99 jovens de 14 à
21 anos de idade.
MÉTODOS
Grupo 1: “controle”. Composto por 41 jovens de 14 a 21
anos de idade, sem restrição de gênero, otoscopia sem
alteração e sem hábito auditivo de usar fone de ouvido
para ouvir música.
Grupo 2: “caso”. Composto por 58 jovens de 14 a 21
anos de idade, sem restrição de gênero, otoscopia sem
alteração e com hábito auditivo de usar fone de ouvido
para ouvir música.
MÉTODOS
A cabina foi instalada nas dependências do CEFET e
devidamente aferida quanto aos níveis internos de ruído
antes do início das audiometrias.
O audiômetro estava devidamente calibrado.
Realização da audiometria tonal nas freqüências de
500Hz a 8000Hz.
MÉTODOS
Estudo descritivo a partir da análise das respostas da
anamnese e do questionário de hábitos auditivos
aplicado para todos os participantes da pesquisa.
Posteriormente, foi realizado um estudo observacional
comparativo entre os grupos “1” e “2” para avaliar a
diferença entre as médias das freqüências de 3.000,
4.000 e 6.000 Hz.
Todos os dados foram submetidos à
análise estatística. (Teste Qui-Quadrado;
Mann-Whitney)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
ANAMNESE Não Sim
Já sofreu alguma pancada na cabeça (traumatismo craniano)? 88 (89%) 11 (11%)
Na família há ou houve pessoas com problema de audição? 75 (76%) 24 (24%)
Já realizou cirurgia de ouvido? 97 (98%) 02 (2%)
Já teve Otite? 82 (83%) 17 (17%)
Já sentiu alguma explosão próxima ao ouvido (bombas, rojões)? 79 (80%) 20 (20%)
Faz ou fez uso de algum medicamento prolongado? 85 (86%) 14 (14%)
Já trabalhou em ambiente ruidoso? 95 (96%) 04 (4%)
Você acha que tem um ouvido melhor que o outro? 67 (68%) 32 (32%)
Já teve rubéola, caxumba ou meningite? 92 (93%) 07 (7%)
Você tem tonturas, vertigens? 66 (67%) 33 (33%)
Sente zumbidos nos ouvidos? 81 (82%) 18 (18%)
T
A
B
E
L
A
1
RESULTADOS E DISCUSSÃO
HÁBITOS AUDITIVOS Não Sim
Usa ou já usou fones de ouvido para ouvir música ou walkman? 41 (41%) 58 (59%)
Freqüenta ou já freqüentou ambientes com som alto? 62 (63%) 37 (37%)
Costuma praticar ou já praticou tiro ao alvo? 100 (100%) 0 (0%)
Costuma ouvir ou já ouviu música alta no carro? 68 (69%) 31 (31%)
Pratica ou já praticou vôo (avião, ultraleve)? 93 (94%) 06 (6%)
Tem hábito de andar ou já andou de motocicleta? 86 (87%) 13 (13%)
Freqüenta ou já freqüentou fliperamas ou casas de jogos
eletrônicos?
91 (92%) 08 (8%)
Freqüenta ou já freqüentou academias de ginástica com música? 75 (76%) 24 (24%)
Freqüenta ou já freqüentou cultos religiosos? 77 (78%) 22 (22%)
Freqüenta ou já freqüentou corridas de automóveis ou
motocicletas?
96 (97%) 03 (3%)
Pratica ou já praticou mergulho ou caça submarina? 92 (93%) 07 (7%)
Canta e/ou toca algum instrumento musical? 70 (71%) 29 (29%)
T
A
B
E
L
A
2
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O hábito auditivo mais prevalente foi o uso de fones de
ouvido para ouvir música.
Em estudo realizado em 2004, Russo e Wazen
encontraram a exposição à música coletiva como hábito
mais comum entre os jovens do município de
Sorocaba/SP.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foi realizada a associação entre o hábito auditivo mais
prevalente nesta população (“usa ou já usou fones de
ouvido para ouvir música ou walkman”) e as questões de
anamnese.
Em nenhum dos cruzamentos foi encontrado um p-valor
menor que 0,05, evidenciando uma não associação
entre estas questões.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Existe associação significativa entre o fato de sentir
zumbidos nos ouvidos com o fato de freqüentar
ambientes com som muito alto, com um p-valor igual a
0,029.
O Comitê Nacional de Ruído e Conservação
Auditiva sugere que seja levado em consideração
a queixa de zumbido como um prejuízo adquirido
por uma possível exposição a níveis elevados de
pressão sonora.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Gráfico de Médias para cada
Freqüência na População Geral
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As médias de limiares para a população geral foram mais
altas nas freqüências agudas em relação às freqüências
graves.
Chung e colaboradores afirmam que pequenos períodos
de exposição à sons amplificados podem se tornar
cumulativos e a perda auditiva pode eventualmente tornar-
se substancial na fase adulta.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Através deste estudo, pode-se inferir que a população
pesquisada tem a tendência de desenvolver
rebaixamento auditivo nas freqüências agudas no futuro
caso permaneça com o hábito de exposição a níveis
elevados de pressão sonora.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na comparação da distribuição das médias das
freqüências 3.000, 4.000 e 6.000 Hz entre os grupos “1”
(sem hábito auditivo de usar fone de ouvido para ouvir
música) e “2” (com hábito auditivo de usar fone de ouvido
para ouvir música) não encontrou-se diferença
estatisticamente significante.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Diante da comprovação de que não houve diferença
estatisticamente significante entre as médias de 3.000,
4.000 e 6.000 Hz dos grupos “1” e “2” sugere-se uma nova
pesquisa utilizando um questionário mais específico para
avaliação quantitativa dos hábitos auditivos.
Limitação deste estudo: perguntas subjetivas e
qualitativas, sem discriminação quantitativa do
tempo de exposição, freqüência ou intensidade
desses hábitos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Além disso, é necessário divulgar a importância do
enquadramento de fonoaudiólogos com objetivo de
conscientização, orientação e prevenção da saúde
auditiva em vários setores da sociedade como, por
exemplo, em escolas técnicas preparatórias para o
mercado de trabalho.
CONCLUSÃO
O hábito auditivo mais prevalente na população estudada
foi o uso de fones de ouvido para ouvir música ou
walkman.
Na comparação da distribuição das médias das
freqüências 3.000, 4.000 e 6.000 Hz entre os grupos “1” e
“2” não encontrou-se diferença estatisticamente
significante.
Foi encontrada associação significativa entre
o fato de sentir zumbidos nos ouvidos e
freqüentar ambientes com som muito alto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Chung JH. Loss in Young People Using a Web-Based Survey Technique.
PEDIATRICS. 2005 Apr;(4):861-7.
2. Pfeiffer M, Rocha RL, Oliveira FR, Frota S. Intercorrência audiológica em músicos
após um show de. Rev CEFAC. 2007;9(3):423-9.
3. Morata TC, Zucki F. Promoção da saúde auditiva diante de riscos ambientais: uma
reflexão da atuação e da produção científica na área. In: Morata TC, Zucki F. Caminhos
para saúde auditiva ambiental-ocupacional. 1ª edição. São Paulo: Plexus; 2005. p.11-
27.
4. Wazen SRG, Russo ICP. Estudo da audição e dos hábitos auditivos de jovens do
município de Sorocaba – São Paulo. Pró-Fono R. Atual. Cient. Jan-abr 2004;16(1):83-
94.
5. Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva, Boletim 6 - Diretrizes Básicas de
um Programa de Conservação Auditiva. São Paulo: Comitê Nacional de Ruído e
Conservação Auditiva. 1999. 3 p.
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  • 2. INTRODUÇÃO As lesões auditivas induzidas por níveis elevados de pressão sonora são um importante problema de saúde pública e social. Na sociedade atual, são comuns os comportamentos e hábitos de exposição à níveis elevados de pressão sonora. Estudos revelam a tendência do aumento dessas lesões em crianças e adolescentes. Perda auditiva induzida por níveis elevados de pressão sonora é irreversível. (Chung et al, 2005)
  • 3. INTRODUÇÃO As atividades relacionadas ao esclarecimento sobre os efeitos da exposição excessiva aos níveis elevados de pressão sonora na saúde e bem estar da população são pouco expressivas, principalmente na área recreativa. É papel do Fonoaudiólogo atuar na prevenção alertando a sociedade sobre os riscos: - Saúde ocupacional; - Saúde ambiental.
  • 4. OBJETIVO Investigar os hábitos auditivos de uma população jovem de até 21 anos, que está sendo preparada para o mercado de trabalho por uma instituição de ensino da cidade de Belo Horizonte/MG, e correlacionar os mesmos com os traçados audiométricos encontrados nas avaliações desta população.
  • 5. MÉTODOS Alunos do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG), na cidade de Belo Horizonte/MG, nos meses de maio, junho e julho de 2010. A participação dos adolescentes foi voluntária e anônima. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
  • 6. MÉTODOS Aplicação da anamnese e do questionário para hábitos auditivos adaptado da Russo (2004) à 99 jovens de 14 à 21 anos de idade.
  • 7. MÉTODOS Grupo 1: “controle”. Composto por 41 jovens de 14 a 21 anos de idade, sem restrição de gênero, otoscopia sem alteração e sem hábito auditivo de usar fone de ouvido para ouvir música. Grupo 2: “caso”. Composto por 58 jovens de 14 a 21 anos de idade, sem restrição de gênero, otoscopia sem alteração e com hábito auditivo de usar fone de ouvido para ouvir música.
  • 8. MÉTODOS A cabina foi instalada nas dependências do CEFET e devidamente aferida quanto aos níveis internos de ruído antes do início das audiometrias. O audiômetro estava devidamente calibrado. Realização da audiometria tonal nas freqüências de 500Hz a 8000Hz.
  • 9. MÉTODOS Estudo descritivo a partir da análise das respostas da anamnese e do questionário de hábitos auditivos aplicado para todos os participantes da pesquisa. Posteriormente, foi realizado um estudo observacional comparativo entre os grupos “1” e “2” para avaliar a diferença entre as médias das freqüências de 3.000, 4.000 e 6.000 Hz. Todos os dados foram submetidos à análise estatística. (Teste Qui-Quadrado; Mann-Whitney)
  • 10. RESULTADOS E DISCUSSÃO ANAMNESE Não Sim Já sofreu alguma pancada na cabeça (traumatismo craniano)? 88 (89%) 11 (11%) Na família há ou houve pessoas com problema de audição? 75 (76%) 24 (24%) Já realizou cirurgia de ouvido? 97 (98%) 02 (2%) Já teve Otite? 82 (83%) 17 (17%) Já sentiu alguma explosão próxima ao ouvido (bombas, rojões)? 79 (80%) 20 (20%) Faz ou fez uso de algum medicamento prolongado? 85 (86%) 14 (14%) Já trabalhou em ambiente ruidoso? 95 (96%) 04 (4%) Você acha que tem um ouvido melhor que o outro? 67 (68%) 32 (32%) Já teve rubéola, caxumba ou meningite? 92 (93%) 07 (7%) Você tem tonturas, vertigens? 66 (67%) 33 (33%) Sente zumbidos nos ouvidos? 81 (82%) 18 (18%) T A B E L A 1
  • 11. RESULTADOS E DISCUSSÃO HÁBITOS AUDITIVOS Não Sim Usa ou já usou fones de ouvido para ouvir música ou walkman? 41 (41%) 58 (59%) Freqüenta ou já freqüentou ambientes com som alto? 62 (63%) 37 (37%) Costuma praticar ou já praticou tiro ao alvo? 100 (100%) 0 (0%) Costuma ouvir ou já ouviu música alta no carro? 68 (69%) 31 (31%) Pratica ou já praticou vôo (avião, ultraleve)? 93 (94%) 06 (6%) Tem hábito de andar ou já andou de motocicleta? 86 (87%) 13 (13%) Freqüenta ou já freqüentou fliperamas ou casas de jogos eletrônicos? 91 (92%) 08 (8%) Freqüenta ou já freqüentou academias de ginástica com música? 75 (76%) 24 (24%) Freqüenta ou já freqüentou cultos religiosos? 77 (78%) 22 (22%) Freqüenta ou já freqüentou corridas de automóveis ou motocicletas? 96 (97%) 03 (3%) Pratica ou já praticou mergulho ou caça submarina? 92 (93%) 07 (7%) Canta e/ou toca algum instrumento musical? 70 (71%) 29 (29%) T A B E L A 2
  • 12. RESULTADOS E DISCUSSÃO O hábito auditivo mais prevalente foi o uso de fones de ouvido para ouvir música. Em estudo realizado em 2004, Russo e Wazen encontraram a exposição à música coletiva como hábito mais comum entre os jovens do município de Sorocaba/SP.
  • 13. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi realizada a associação entre o hábito auditivo mais prevalente nesta população (“usa ou já usou fones de ouvido para ouvir música ou walkman”) e as questões de anamnese. Em nenhum dos cruzamentos foi encontrado um p-valor menor que 0,05, evidenciando uma não associação entre estas questões.
  • 14. RESULTADOS E DISCUSSÃO Existe associação significativa entre o fato de sentir zumbidos nos ouvidos com o fato de freqüentar ambientes com som muito alto, com um p-valor igual a 0,029. O Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva sugere que seja levado em consideração a queixa de zumbido como um prejuízo adquirido por uma possível exposição a níveis elevados de pressão sonora.
  • 15. RESULTADOS E DISCUSSÃO Gráfico de Médias para cada Freqüência na População Geral
  • 16. RESULTADOS E DISCUSSÃO As médias de limiares para a população geral foram mais altas nas freqüências agudas em relação às freqüências graves. Chung e colaboradores afirmam que pequenos períodos de exposição à sons amplificados podem se tornar cumulativos e a perda auditiva pode eventualmente tornar- se substancial na fase adulta.
  • 17. RESULTADOS E DISCUSSÃO Através deste estudo, pode-se inferir que a população pesquisada tem a tendência de desenvolver rebaixamento auditivo nas freqüências agudas no futuro caso permaneça com o hábito de exposição a níveis elevados de pressão sonora.
  • 18. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na comparação da distribuição das médias das freqüências 3.000, 4.000 e 6.000 Hz entre os grupos “1” (sem hábito auditivo de usar fone de ouvido para ouvir música) e “2” (com hábito auditivo de usar fone de ouvido para ouvir música) não encontrou-se diferença estatisticamente significante.
  • 19. RESULTADOS E DISCUSSÃO Diante da comprovação de que não houve diferença estatisticamente significante entre as médias de 3.000, 4.000 e 6.000 Hz dos grupos “1” e “2” sugere-se uma nova pesquisa utilizando um questionário mais específico para avaliação quantitativa dos hábitos auditivos. Limitação deste estudo: perguntas subjetivas e qualitativas, sem discriminação quantitativa do tempo de exposição, freqüência ou intensidade desses hábitos.
  • 20. RESULTADOS E DISCUSSÃO Além disso, é necessário divulgar a importância do enquadramento de fonoaudiólogos com objetivo de conscientização, orientação e prevenção da saúde auditiva em vários setores da sociedade como, por exemplo, em escolas técnicas preparatórias para o mercado de trabalho.
  • 21. CONCLUSÃO O hábito auditivo mais prevalente na população estudada foi o uso de fones de ouvido para ouvir música ou walkman. Na comparação da distribuição das médias das freqüências 3.000, 4.000 e 6.000 Hz entre os grupos “1” e “2” não encontrou-se diferença estatisticamente significante. Foi encontrada associação significativa entre o fato de sentir zumbidos nos ouvidos e freqüentar ambientes com som muito alto.
  • 22. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Chung JH. Loss in Young People Using a Web-Based Survey Technique. PEDIATRICS. 2005 Apr;(4):861-7. 2. Pfeiffer M, Rocha RL, Oliveira FR, Frota S. Intercorrência audiológica em músicos após um show de. Rev CEFAC. 2007;9(3):423-9. 3. Morata TC, Zucki F. Promoção da saúde auditiva diante de riscos ambientais: uma reflexão da atuação e da produção científica na área. In: Morata TC, Zucki F. Caminhos para saúde auditiva ambiental-ocupacional. 1ª edição. São Paulo: Plexus; 2005. p.11- 27. 4. Wazen SRG, Russo ICP. Estudo da audição e dos hábitos auditivos de jovens do município de Sorocaba – São Paulo. Pró-Fono R. Atual. Cient. Jan-abr 2004;16(1):83- 94. 5. Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva, Boletim 6 - Diretrizes Básicas de um Programa de Conservação Auditiva. São Paulo: Comitê Nacional de Ruído e Conservação Auditiva. 1999. 3 p.