SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 100
Evolução do temperamento de bovinos de corte mantidos a
pasto e frequentemente manejados
Karen Camille Rocha Góis
PPG em Zootecnia
Mestrado
Orientador: Prof. Dr. Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa
Co-orientadora: Dra. Aline Cristina Sant’Anna
O que é temperamento?
Agressividade
Ansiedade
Medo
Pode ser avaliada através das reações dos animais a diferentes
situações de manejo, sendo que tais reações invariavelmente estão
associadas a estímulos ocasionados pela presença humana.
(BOIVIN et al., 1992)
Reatividade
Acidentes
 Fraturas ósseas
 Lesões musculares
 Hematomas
Bem-estar Animal
Desempenho produtivo
Interações negativas
Aumento da reatividade
Potencial de afetar positivamente a expressão do
temperamento
Alta frequência de manejo a pasto
Alta frequência de manejo no curral
Bovinos de corte mantidos a pasto e
frequentemente manejados melhoram o
temperamento ao longo do tempo
Artigo
Sistema produção à pasto com
método de lotação rotativa
Variação individual na evolução do temperamento
Fazenda 1 (F1): Santa Maria
Fazenda 2 (F2): São Luiz
Fazenda 3 (F3): Marupiara
3
0
Baseia-se em três
princípios básicos:
 Adequação ambiental
 Manejo de pastagem
 Bem-estar animal
Colaboradores
UNESP e ESALQ
Vigência do Projeto
2012 a 2014
Objetivo
Otimizar e intensificar a
produção pecuária, sem
abertura de novas áreas de
pastagem
3
1
Todos os trabalhadores responsáveis pelo manejo
dos animais haviam sido capacitados através de
cursos e treinamentos em manejo racional de
bovinos
Fazendas Lotes N Caracterização racial
1 Lote 1 565 Nelore
2
Lote 2 220 Nelore
Lote 3 102 Nelore
Lote 4 183 Nelore
Lote 5 253
229 F1 AngusxNelore e 24 F1
CharolêsxNelore
3
Lote 6 180 Nelore
Lote 7 149 F1 AngusxNelore
Lote 8 198 175 Nelore e 23 cruzados
Lote 9 129 82 F1 CharolêsxNelore e 47cruzados
2.035 bovinos
 Machos
 Inteiros
 Terminação
 Sistema de pastejo
Método de lotação rotativa
Densidade de lotação de 3 U.A. por ha
Período de ocupação: 4 dias
Período de descanso: 28 dias
Manejo de pesagem no curral: mensal
Treinamento: 2 meses, 2012
Aperfeiçoamento :
Projeto piloto, de outubro a novembro de 2012
Avaliações de temperamento
Coleta de dados: Janeiro a Junho de 2013
Avaliações : a cada 35 dias
 Início: após 40 dias da entrada no sistema
Fazenda 1 : 2 avaliações
Fazenda 2 : 3 avaliações
Fazenda 3 : 4 avaliações
Avaliações de temperamento
1. Escore composto de reatividade (ECR)
2. Velocidade de saída (VS)
3. Avaliação qualitativa do comportamento (QBA)
Escore composto de reatividade (ECR)
Somatória das variáveis:
(adaptado de Fordyce, 1985)
 Escore de postura corporal (PC): 1, 2 ou 3
 Respiração audível: 1 ou 2
 Ocorrência de coices: presença ou ausência
 Ocorrência de mugidos: presença ou ausência
Escore composto de reatividade (ECR)
Somatória das variáveis:
(adaptado de Fordyce, 1985)
 Escore de movimentação (MOV)
 Escore de tensão(ET)
1 : Nenhum deslocamento
Escore de movimentação no troco de contenção
(adaptado de Fordyce et al, 1985)
2: Pouco deslocamento, parado mais da metade do tempo de observação
Escore de movimentação no troco de contenção
(adaptado de Fordyce et al, 1985)
3: Deslocamentos frequentes mas, pouco vigorosos,
metade do tempo de observação ou mais
Escore de movimentação no troco de contenção
(adaptado de Fordyce et al, 1985)
4: Movimentação constante e vigorosa
mais da metade do tempo de observação
Escore de movimentação no troco de contenção
(adaptado de Fordyce et al, 1985)
5: Animal salta
Escore de movimentação no troco de contenção
(adaptado de Fordyce et al, 1985)
Escore de tensão no tronco de contenção
,
1.Relaxado
2. Alerta
3. Tenso
4. Muito tenso
Velocidade de saída (VS)
Cronômetro
Velocidade de saída (VS) (m/s)
Saída do Animal
Avaliação qualitativa do comportamento (QBA)
Adaptado de Welfare Quality® Assessment Protocol for Cattle, 2009.
 Irritado
 Relaxado
 Ativo
 Calmo
 Atento
 Apático
 Amedrontado
 Positivamente Ocupado
 Indiferente
 Sociável
 Curioso
 Agressivo
 Confortável
 Agitado
Avaliação qualitativa do comportamento (QBA)
SAS P < 0,05
Alteração ao longo do tempo
VS
ECR
(ANOVA)
para medidas
repetidas no tempo
MIXED
Yijklm = variáveis dependentes (VS e ECR);
Fi= efeito da i-ésima fazenda (i=1,SM; 2, SL; 3, MA);
AVj = efeito da j-ésima avaliação (j= 1, AV1; 2, AV2; 3, AV3; 4; AV4);
(AVi * Fj)k= efeito da k-ésima interação da i-ésima avaliação com a j-ésima fazenda;
Ll(j)= efeito do l-ésimo lote aninhado na j-ésima fazenda e
ε ijklm = erro aleatório associado a cada observação.
Yijklmn = μ + Fi + AVj + (AVi * Fj)k + Ll(j) + εijklm
Alteração ao longo do tempo
QBA
‘positivamente ocupado’
‘curioso’
‘irritado’
‘apático’
‘agressivo’
‘sociável’
‘indiferente’
Análise de fatores
Softwer Statistica
Nota: zero
7 termos
‘ativo’
‘relaxado’
‘amedrontado’
‘agitado’
‘calmo’
‘atento’
‘confortável’
O escore obtido por cada animal no primeiro fator
foi utilizado como um índice qualitativo de
temperamento (IQT)
Alteração ao longo do tempo
IQT
Yijklmn = μ + Fi + AVj + (AVi * Fj)k + Ll(j) + ε ijklm
(ANOVA)
para medidas
repetidas no tempo
MIXED
O ranking dos animais persiste ao
longo das avaliações
Correlação de Spearman
VS
ECR
IQT
Procedimento COR do SAS
Mudança no temperamento ao
longo do tempo
Classes
Aumentaram
Mantiveram
Reduziram
1 lote por fazenda - NELORE
Mudança no temperamento ao
longo do tempo
Classes
Aumentaram
Mantiveram
Reduziram
 VS e IQT
≠ Final e inicial – mínimo 20% DP
 ECR
≠ Final e inicial – mínimo 2 pontos
Comparação de Médias
(primeira e última avaliação)
• VS
• ECR
• IQT
 ANOVA de uma via
Desempenho
Médias de GMD foram
comparadas em função
das classes
ANOVA
Efeito fixo: classe de alteração
Co-variável: idade
Alteração do temperamento
Fazendas
Avaliações
1ª 2ª 3ª 4ª
Fazenda 1 1,46 ± 0,02aB 1,40 ± 0,02bA ___ ___
Fazenda 2 1,15 ± 0,02aC 1,00 ± 0,02bB 0,97 ± 0,02bB ___
Fazenda 3 1,76 ± 0,02aA 1,38 ± 0,02bA 1,19 ± 0,02cA 1,14 ± 0,02c
Escore composto de reatividade
Fazendas
Avaliações
1ª 2ª 3ª 4ª
Fazenda 1 3,81 ± 0,06aB 3,36 ± 0,05bB
Fazenda 2 3,04 ± 0,05aC 2,83 ± 0,04bC
2,47 ± 0,04cB
Fazenda 3 4,20 ± 0,06aA 3,59 ± 0,05bA 3,14 ± 0,05cA 2,86 ± 0,05d
11,8%
18,7%
31,9%
Fazendas
Avaliações
1ª 2ª 3ª 4ª
Fazenda 1 1,46 ± 0,02aB 1,40 ± 0,02bA ___ ___
Fazenda 2 1,15 ± 0,02aC 1,00 ± 0,02bB 0,97 ± 0,02bB ___
Fazenda 3 1,76 ± 0,02aA 1,38 ± 0,02bA 1,19 ± 0,02cA 1,14 ± 0,02c
Velocidade de Saída
Fazendas
Avaliações
1ª 2ª 3ª 4ª
Fazenda 1 1,46 ± 0,02aB 1,40 ± 0,02bA
Fazenda 2 1,15 ± 0,02aC 1,00 ± 0,02bB 0,97 ± 0,02bB
Fazenda 3 1,76 ± 0,02aA 1,38 ± 0,02bA 1,19 ± 0,02cA 1,14 ± 0,02c
4,1%
15,6%
32,2%
 Em confinamento: Fina et al., 2006; King et al., 2006;
. Barbosa Silveira et al., 2008;
. Titto et al., 2010.
 A pasto: Barbosa Silveira et al., 2008.
 A pasto e terminados em confinamento: Cafe et al., 2011;
. Petherick et al., 2009.
Resultados semelhantes
Redução na reatividade dos bovinos ao longo do tempo
Resultados semelhantes
Redução na reatividade dos bovinos ao longo do tempo
Processo de habituação
King et al., 2006; Barbosa Silveira et al., 2008;
Petherick et al., 2009 e Cafe etal., 2011
Aumento das interações com humanos durante as
rotinas de manejo nas fazendas
Curley et al., 2006; Fina et al., 2006 e Titto et al., 2010
e Cafe et al., 2011
Termos Fazenda 1 Fazenda 2 Fazenda 3
Variância 53,37% 45,38% 45,52%
Ativo 0,440861 0,487785 0,388288
Relaxado -0,904166 -0,899773 -0,932886
Amedrontado 0,778558 0,719008 0,571729
Agitado 0,791408 0,570348 0,421023
Calmo -0,885715 -0,840910 -0,909818
Atento 0,112976 0,112907 0,136921
Confortável -0,829900 -0,752981 -0,900166
Análise de fatores
1º Fator
Avaliação qualitativa do temperamento
Maiores contribuições positivas
Maiores contribuições negativas
Índice qualitativo do temperamento
Fazendas
Avaliações
1ª 2ª 3ª 4ª
Fazenda 1 0,28 ± 0,04aAB -0,28 ± 0,04bC
*** ***
Fazenda 2 0,23 ± 0,04aB 0,07 ± 0,03bB -0,29 ± 0,03cA ***
Fazenda 3 0,39 ± 0,04aA 0,39 ± 0,03aA -0,26 ± 0,03bA -0,56 ± 0,03c
Valores de cada animal no 1º fator
Índice qualitativo do temperamento
 Fazenda 1
Índice qualitativo do temperamento
 Fazenda 2
Índice qualitativo do temperamento
 Fazenda 3
Petherick et al., 2002; Müller et al., 2006; Curley
et al., 2006; Fina et al., 2006; King et al., 2006;
Barbosa Silveira et al., 2008; Petherick et al.,
2009; Titto et al., 2010
Petherick et al., 2002; Müller et al., 2006; Curley
et al., 2006; Fina et al., 2006; King et al., 2006;
Barbosa Silveira et al., 2008; Petherick et al.,
2009; Titto et al., 2010
Indicador do temperamento
para bovinos
Sant’Anna e Paranhos da Costa (2013)
Não se tem conhecimento de
nenhuma outra pesquisa que tenha
utilizado o QBA para avaliar a evolução
do temperamento de bovinos ao longo
do tempo.
Foi eficiente para
detectar a mudança do
temperamento dos
bovinos ao longo do
tempo, com reduções
evidentes nos valores
de IQT ao longo das
Correlação ao longo do tempo
Indicador Avaliação
VS
1a 2 a 3 a 4 a
1 a --- 0,65** 0,65** 0,62**
2 a 0,71** --- 0,76** 0,76**
3 a 0,49** 0,54** --- 0,82**
ECR
1 a 2 a 3 a 4 a
1 a --- 0,24** 0,24** 0,24**
2 a 0,36** --- 0,30** 0,34**
3 a 0,39** 0,34** --- 0,38**
IQT
1 a 2 a 3 a 4 a
1 a --- 0,33** 0,18** 0,17**
2 a 0,47** --- 0,17** 0,12**
3 a 0,40** 0,46** --- 0,58**
Na Fazenda 1 – duas avaliações
VS: alto, r = 0,70 (P < 0,01)
ECR: baixo, r= 0,36 (P < 0,01)
IQT : baixo, r= 0,56 (P < 0,01)
Fazenda 3
Fazenda 2
Correlação ao longo do tempo
Indicador Avaliação
VS
1a 2 a 3 a 4 a
1 a --- 0,65** 0,65** 0,62**
2 a 0,71** --- 0,76** 0,76**
3 a 0,49** 0,54** --- 0,82**
ECR
1 a 2 a 3 a 4 a
1 a --- 0,24** 0,24** 0,24**
2 a 0,36** --- 0,30** 0,34**
3 a 0,39** 0,34** --- 0,38**
IQT
1 a 2 a 3 a 4 a
1 a --- 0,33** 0,18** 0,17**
2 a 0,47** --- 0,17** 0,12**
3 a 0,40** 0,46** --- 0,58**
Na Fazenda 1 – duas avaliações
VS: alto, r = 0,70 (P < 0,01)
ECR: baixo, r= 0,36 (P < 0,01)
IQT : baixo, r= 0,56 (P < 0,01)
Fazenda 3
Fazenda 2
Correlação ao longo do tempo
Indicador Avaliação
VS
1a 2 a 3 a 4 a
1 a --- 0,65** 0,65** 0,62**
2 a 0,71** --- 0,76** 0,76**
3 a 0,49** 0,54** --- 0,82**
ECR
1 a 2 a 3 a 4 a
1 a --- 0,24** 0,24** 0,24**
2 a 0,36** --- 0,30** 0,34**
3 a 0,39** 0,34** --- 0,38**
IQT
1 a 2 a 3 a 4 a
1 a --- 0,33** 0,18** 0,17**
2 a 0,47** --- 0,17** 0,12**
3 a 0,40** 0,46** --- 0,58**
Na Fazenda 1 – duas avaliações
VS: alto, r = 0,70 (P < 0,01)
ECR: baixo, r= 0,36 (P < 0,01)
IQT : baixo, r= 0,56 (P < 0,01)
Fazenda 3
Fazenda 2
O ranking permaneceu consistente
ao longo do tempo
Fraca consistência do ranking ao
longo do tempo
Fraca consistência do ranking ao
longo do tempo
Escore tronco:
 Correlações moderadas a
baixas (de 0,18 a 0,44)
Velocidade de Saída:
 Valores mais altos de
correlação (de 0,33 a 0,75)
Entre as medidas
repetidas ao longo do
tempo
Café et al. (2011)
Escore de reatividade
no tronco
Velocidade de Saída
(Turner et al., 2011;
Mackay et al., 2013)
Indicando também uma
maior consistência ao
longo do tempo para VS
Mudança no temperamento sobre o GMD
 Velocidade de saída
Fazendas Classes VS N GMD, g.d-1 VS1, m/s Vsf, m/s
1
N=564
Reduziram 263 700,56 ± 137,49 a 1,67 a 1,18 b
Mantiveram 127 689,70 ± 126,36 a 1,21 b 1,20 b
Aumentaram 174 685,65 ± 131,54 a 1,33 b 1,83 a
2
N=211
Reduziram 156 478,46 ± 211,32 a 1,56 a 0,92 b
Mantiveram 28 483,25 ± 202,30 a 1,12 b 1,09 ab
Aumentaram 27 497,50 ± 229,4 a 0,95 b 1,27 a
3
N=174
Reduziram 167 540,66 ± 276,11 a 1,77 a 0,92 b
Mantiveram 7 590,92 ± 227,80 a 1,58 b 1,54 a
Aumentaram 0 ------- ----- -----
Fazendas Classes VS N GMD, g.d-1 VS1, m/s Vsf, m/s
1
N=564
Reduziram 118 691,82 ± 125,31 a 4,80 a 2,29 c
Mantiveram 399 693,82 ± 133,89 a 3,73 b 3,55 b
Aumentaram 47 700,06 ± 147,57 a 2,00 c 4,38 a
2
N=211
Reduziram 56 424,33 ± 216,06 b 4,71 a 2,23 c
Mantiveram 138 463,11 ± 215,53 b 2,93 b 2,83 b
Aumentaram 17 751,35 ± 195,65 a 1,65 c 4,00 a
3
N=174
Reduziram 48 479,85 ± 253,73 a 4,70 a 2,02 c
Mantiveram 104 586,12 ± 268,97 a 3,01 b 2,80 b
Aumentaram 22 496,60 ± 300,86 a 1,86 c 4,50 a
Mudança no temperamento sobre o GMD
 Escore composto de reatividade
Fazendas Classes VS N GMD, g.d-1 VS1, m/s Vsf, m/s
1
N=564
Reduziram 349 684,13 ± 133,13 a 0,77 a -0,34 b
Mantiveram 100 711,36 ± 141,21 a -0,33 b -0,34 b
Aumentaram 115 708,45 ± 123,90 a -0,69 c -0,01 a
2
N=211
Reduziram 112 424,33 ± 209,10b 0,96 a -0,23 b
Mantiveram 32 463,11 ± 218,22b -0,20 b -0,18ab
Aumentaram 67 751,35 ± 224,50 a -0,50 b 0,18 a
3
N=174
Reduziram 139 449,87 ± 279,25 a 0,63 a -0,95 b
Mantiveram 20 602,11 ± 297,47 a -0,91 b -0,95 b
Aumentaram 15 463,98 ± 158,57 a -1,02 b 0,22 a
Mudança no temperamento sobre o GMD
 Índice qualitativo do temperamento
• Embora as médias de VS, ECR, e IQT indiquem que os grupos de animais
avaliados tenham apresentado redução da reatividade ao longo das
sessões de avaliações, para alguns dos indivíduos desses grupos ocorreu o
inverso, com aumento da reatividade ao longo do tempo. Esta resposta
indesejada provavelmente pode ter ocorrido em função de um processo
de sensibilização comportamental, caracterizado pelo aumento de uma
dada resposta depois de exposição dos animais a estímulos repetidos ao
longo do tempo (Broom e Fraser, 2007). Tal resultado pode ser comparável
àqueles obtidos nos estudos realizados por Petherick et al. (2002) e Müller
et al. (2006), que descreveram a ocorrência de aumento na velocidade de
saída dos bovinos ao longo das avaliações. Em ambas as publicações, os
autores sugeriram que os manejos repetidos no curral causaram aumento
na resposta de medo dos animais. No entanto, Müller et al. (2006)
sugeriram também que tal resultado pode ser explicado pelo crescimento
dos animais, promovendo maior habilidade física para se mover mais
rapidamente, o que não é plausível no caso do presente estudo já que os
animais avaliados estavam em idade adulta, não havendo um crescimento
consideravel dentro do período do estudo.
• Quanto ao efeito da evolução do temperamento ao longo do tempo sobre o ganho de peso dos animais, não foi
observada uma resposta consistente entre as diferentes fazendas, já que apenas na fazenda 2 foi observado efeito
significativo das classes de ECR e IQT sobre o GMD, onde os animais que aumentaram a reatividade ao longo do
tempo apresentaram maiores médias de GMD. Nas demais fazendas não houve efeito significativo destas classes
sobre o ganho. Tal resultado contraria a hipótese de que animais que melhoram o temperamento ao longo do
tempo teriam também uma melhor resposta produtiva.
• Embora existam diversas pesquisas avaliando a relação entre temperamento e o GMD (Voisinet et al., 1997; Fell et
al., 1999; del Campo et al., 2010; Cafe et al., 2011; Vetters et al., 2013), não foi encontrado nenhum estudo
publicado sobre o efeito da evolução do temperamento nas características de desempenho. Além disso, não há
um concenso a respeito da relação entre temperamento e ganho de peso, já que em alguns estudos foi
demonstrado que animais de melhor temperamento possuem um melhor GMD (Voisinet et al., 1997; Fell et al.,
1999; del Campo et al., 2010; Cafe et al., 2011; Vetters et al., 2013), enquanto em outros, foi demonstrada
associação muito fraca entre ambas características (Burrow e Corbet, 2000; Burrow, 2001). Por exemplo, no
estudo de Sant’Anna et al. (2012), foi encontrado correlação fenotípica muito baixa (r = -0,12) entre VS e GMD
para bovinos da raça Nelore mantidos a pasto.
• Apesar de não ter havido uma relação positiva e favorável da redução da reatividade no desempenho dos animais,
medido pelo GMD, é importante enfatizar que a melhoria do temperamento dos bovinos de uma propriedade
proporciona benefícios que vão além da performance produtiva. A melhoria do temperamento dos bovinos pode
trazer como principal vantagem a redução de acidentes de trabalho que colocam em risco tanto os manejadores
quanto os próprios animais. Além disso, a redução na reatividade pode estar associada também com a redução no
risco de lesões e ferimentos que podem vir a refletir em hematomas nas carcaças gerando consequentemente
perdas por qualidade do produto final.
• Outro benefício da melhoria do temperamento dos bovinos está relacionado com
a facilidade do manejo, sendo que animais com melhor temperamento colaboram
para que o manejo ocorra de forma tranquila, reduzindo o tempo despendido para
a condução dos lotes nos piquetes e para seu manejo no curral. Tais implicações
não puderam ser mensuradas no presente estudo, no entanto, evidências obtidas
a partir da convivência com os trabalhadores das fazendas e pelos depoimentos de
pessoas que trabalharam diretamente no manejo dos animais, nos levaram a
inferir que este é um ponto tão importante quanto a melhoria da performance
produtiva do gado, embora pouco explorado nas pesquisas científicas sobre esse
tema.
• Apesar dos resultados do presente estudo indicarem que a variação do
temperamento ao longo do tempo não está relacionada ao seu desempenho, é
recomendado a realização de estudos complementares para avaliar a forma como
a evolução do temperamento ao longo do tempo influencia as características
produtivas, para que possam ser obtidas conclusões mais consistentes que a
obtida com o presente estudo.
• Os resultados do presente estudo indicam que o manejo frequente, decorrente da
adoção de um sistema de produção a pasto com método de lotação rotativa,
promoveu a melhoria do temperamento dos bovinos ao longo do tempo. Tal
resultado foi expresso pelos menores valores dos indicadores ECR, VS e IQT nas
últimas avaliações em comparação com as primeiras.
• Esta redução pode ser atribuída ao frequente manejo no curral e também à
condução frequente dos bovinos nas áreas de pastagem para alternância destes
entre os piquetes. Estes manejos podem ter promovido a habituação dos bovinos
aos manejadores, contribuindo para a redução do medo dos animais com relação
aos humanos, promovendo a redução da reatividade dos bovinos refletida na
melhoria do temperamento ao longo do tempo. Além disso, o manejo a pasto
pode ter promovido também um processo de condicionamento dos animais,
fazendo com que estes tenham estabelecido uma associação positiva entre a
presença de humanos e a oferta de forragem com maior disponibilidade. Como
descrito em estudos prévios, a oferta de alimentos está associada à redução do
medo dos animais em relação ao homem (Boivin et al., 1992; Jago et al., 1999).
O método de lotação rotativa utilizado pelas
fazendas avaliadas no presente estudo
promoveu a melhoria do temperamento dos
animais ao longo do tempo, que pode ser
atribuído à aumento na frequência de manejos
decorrente da adoção do método de lotação
rotativa, que implica em maior frequência de
contatos neutros e positivos entre humanos e
bovinos. Para a velocidade de saída, a redução
ao longo do tempo foi acompanhada da
manutenção do ranking dos indivíduos; ou
seja, aqueles considerados mais ou menos
reativos se mantiveram com a mesma
classificação ao longo do tempo, embora a
média do grupo tenha sido reduzida. O mesmo
não ocorreu para os demais indicadores, onde
as avaliações sucessivas promovem redução na
média e também alteração no ranking dos
animais.
A melhoria do temperamento ao longo do
tempo resultante do método de lotação
adotado pelas fazendas avaliadas não foi capaz
de promover melhorias produtivas nos
bovinos, contrariando a hipótese do presente
estudo.
Método de lotação rotativa
Melhoria do temperamento dos bovinos
ao longo do tempo
Constante interação humano-animal positiva
 Manejo de condução para mudança dos piquetes
 Frequente manejo de pesagem no curral
A alta frequência de manejo não possibilitou a
melhoria do desempenho dos animais
“Não podemos aceitar que o
errado se torne normal durante o
manejo dos animais”
“Cuide dos seus animais
simplesmente porque isso é
bom!
Evolução do temperamento de bovinos de corte mantidos a
pasto e frequentemente manejados
Karen Camille Rocha Góis
PPG em Zootecnia
Mestrado
Orientador: Prof. Dr. Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa
Co-orientadora: Dra. Aline Cristina Sant’Anna
Obrigada!!
Convite
Defesa de Mestrado
Karen Camille Rocha Góis
Orientador: Mateus Paranhos
Coorientadora: Aline Sant’Anna
Data: 05/06/2014 (Quinta-feira)
Local: Anfiteatro do prédio da Zootecnia,
UNESP-Jaboticabal
Hora:08:00 h

Mais conteúdo relacionado

Semelhante a Defesa de Mestrado Karen Camille

Estudo somatotropina boostin
Estudo somatotropina boostinEstudo somatotropina boostin
Estudo somatotropina boostinAgriPoint
 
08 091022 Ivo Bianchin Controle Verminose Bezerros
08 091022 Ivo Bianchin Controle Verminose Bezerros08 091022 Ivo Bianchin Controle Verminose Bezerros
08 091022 Ivo Bianchin Controle Verminose BezerrosBeefPoint
 
121023 06-wbeef-engorda-a-pasto-pedro-marques
121023 06-wbeef-engorda-a-pasto-pedro-marques121023 06-wbeef-engorda-a-pasto-pedro-marques
121023 06-wbeef-engorda-a-pasto-pedro-marquesAgroTalento
 
Apresentação workshop araguaína cassiano pelle - gerente técnico delta gen
Apresentação workshop araguaína   cassiano pelle - gerente técnico delta genApresentação workshop araguaína   cassiano pelle - gerente técnico delta gen
Apresentação workshop araguaína cassiano pelle - gerente técnico delta genJorge Ferreira
 
Apresentação Camargo, Jcm 2° Workshop
Apresentação Camargo, Jcm 2° WorkshopApresentação Camargo, Jcm 2° Workshop
Apresentação Camargo, Jcm 2° WorkshopAgricultura Sao Paulo
 
Modifications in sward structure and ingestive behaviour of cattle during the...
Modifications in sward structure and ingestive behaviour of cattle during the...Modifications in sward structure and ingestive behaviour of cattle during the...
Modifications in sward structure and ingestive behaviour of cattle during the...UFRGS
 
Fórum Exagro 2015 - Oportunidades no sistema de cria
Fórum Exagro 2015 - Oportunidades no sistema de criaFórum Exagro 2015 - Oportunidades no sistema de cria
Fórum Exagro 2015 - Oportunidades no sistema de criaExagro
 
Atc 03 prescricao basica.pdfaerobios
Atc 03   prescricao basica.pdfaerobiosAtc 03   prescricao basica.pdfaerobios
Atc 03 prescricao basica.pdfaerobiostanaber
 
[Palestra] Pedro Felício: Sistemas de tipificação de carcaças e recomendação ...
[Palestra] Pedro Felício: Sistemas de tipificação de carcaças e recomendação ...[Palestra] Pedro Felício: Sistemas de tipificação de carcaças e recomendação ...
[Palestra] Pedro Felício: Sistemas de tipificação de carcaças e recomendação ...AgroTalento
 
Pfizer boletim-cri an6
Pfizer boletim-cri an6Pfizer boletim-cri an6
Pfizer boletim-cri an6BeefPoint
 
121023 07-wbeef-engorda-a-pasto-flávio-resende
121023 07-wbeef-engorda-a-pasto-flávio-resende121023 07-wbeef-engorda-a-pasto-flávio-resende
121023 07-wbeef-engorda-a-pasto-flávio-resendeAgroTalento
 

Semelhante a Defesa de Mestrado Karen Camille (11)

Estudo somatotropina boostin
Estudo somatotropina boostinEstudo somatotropina boostin
Estudo somatotropina boostin
 
08 091022 Ivo Bianchin Controle Verminose Bezerros
08 091022 Ivo Bianchin Controle Verminose Bezerros08 091022 Ivo Bianchin Controle Verminose Bezerros
08 091022 Ivo Bianchin Controle Verminose Bezerros
 
121023 06-wbeef-engorda-a-pasto-pedro-marques
121023 06-wbeef-engorda-a-pasto-pedro-marques121023 06-wbeef-engorda-a-pasto-pedro-marques
121023 06-wbeef-engorda-a-pasto-pedro-marques
 
Apresentação workshop araguaína cassiano pelle - gerente técnico delta gen
Apresentação workshop araguaína   cassiano pelle - gerente técnico delta genApresentação workshop araguaína   cassiano pelle - gerente técnico delta gen
Apresentação workshop araguaína cassiano pelle - gerente técnico delta gen
 
Apresentação Camargo, Jcm 2° Workshop
Apresentação Camargo, Jcm 2° WorkshopApresentação Camargo, Jcm 2° Workshop
Apresentação Camargo, Jcm 2° Workshop
 
Modifications in sward structure and ingestive behaviour of cattle during the...
Modifications in sward structure and ingestive behaviour of cattle during the...Modifications in sward structure and ingestive behaviour of cattle during the...
Modifications in sward structure and ingestive behaviour of cattle during the...
 
Fórum Exagro 2015 - Oportunidades no sistema de cria
Fórum Exagro 2015 - Oportunidades no sistema de criaFórum Exagro 2015 - Oportunidades no sistema de cria
Fórum Exagro 2015 - Oportunidades no sistema de cria
 
Atc 03 prescricao basica.pdfaerobios
Atc 03   prescricao basica.pdfaerobiosAtc 03   prescricao basica.pdfaerobios
Atc 03 prescricao basica.pdfaerobios
 
[Palestra] Pedro Felício: Sistemas de tipificação de carcaças e recomendação ...
[Palestra] Pedro Felício: Sistemas de tipificação de carcaças e recomendação ...[Palestra] Pedro Felício: Sistemas de tipificação de carcaças e recomendação ...
[Palestra] Pedro Felício: Sistemas de tipificação de carcaças e recomendação ...
 
Pfizer boletim-cri an6
Pfizer boletim-cri an6Pfizer boletim-cri an6
Pfizer boletim-cri an6
 
121023 07-wbeef-engorda-a-pasto-flávio-resende
121023 07-wbeef-engorda-a-pasto-flávio-resende121023 07-wbeef-engorda-a-pasto-flávio-resende
121023 07-wbeef-engorda-a-pasto-flávio-resende
 

Último

ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxOsnilReis1
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinhaMary Alvarenga
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduraAdryan Luiz
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSilvana Silva
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -Aline Santana
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumPatrícia de Sá Freire, PhD. Eng.
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptxthaisamaral9365923
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasCassio Meira Jr.
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividadeMary Alvarenga
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaJúlio Sandes
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 

Último (20)

ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptxATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
ATIVIDADE AVALIATIVA VOZES VERBAIS 7º ano.pptx
 
Bullying - Texto e cruzadinha
Bullying        -     Texto e cruzadinhaBullying        -     Texto e cruzadinha
Bullying - Texto e cruzadinha
 
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptxSlides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
Slides Lição 5, CPAD, Os Inimigos do Cristão, 2Tr24, Pr Henrique.pptx
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
trabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditaduratrabalho wanda rocha ditadura
trabalho wanda rocha ditadura
 
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptxSlides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
Slides 1 - O gênero textual entrevista.pptx
 
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
DESAFIO LITERÁRIO - 2024 - EASB/ÁRVORE -
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULACINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
CINEMATICA DE LOS MATERIALES Y PARTICULA
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
 
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
“Sobrou pra mim” - Conto de Ruth Rocha.pptx
 
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades MotorasPrograma de Intervenção com Habilidades Motoras
Programa de Intervenção com Habilidades Motoras
 
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
Música   Meu   Abrigo  -   Texto e atividadeMúsica   Meu   Abrigo  -   Texto e atividade
Música Meu Abrigo - Texto e atividade
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
Em tempo de Quaresma .
Em tempo de Quaresma                            .Em tempo de Quaresma                            .
Em tempo de Quaresma .
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 

Defesa de Mestrado Karen Camille

  • 1. Evolução do temperamento de bovinos de corte mantidos a pasto e frequentemente manejados Karen Camille Rocha Góis PPG em Zootecnia Mestrado Orientador: Prof. Dr. Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa Co-orientadora: Dra. Aline Cristina Sant’Anna
  • 2. O que é temperamento?
  • 3.
  • 4.
  • 6. Pode ser avaliada através das reações dos animais a diferentes situações de manejo, sendo que tais reações invariavelmente estão associadas a estímulos ocasionados pela presença humana. (BOIVIN et al., 1992)
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11.
  • 12.
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18. Acidentes  Fraturas ósseas  Lesões musculares  Hematomas
  • 21. Potencial de afetar positivamente a expressão do temperamento
  • 22. Alta frequência de manejo a pasto Alta frequência de manejo no curral
  • 23. Bovinos de corte mantidos a pasto e frequentemente manejados melhoram o temperamento ao longo do tempo Artigo
  • 24. Sistema produção à pasto com método de lotação rotativa
  • 25. Variação individual na evolução do temperamento
  • 26.
  • 27.
  • 28. Fazenda 1 (F1): Santa Maria Fazenda 2 (F2): São Luiz Fazenda 3 (F3): Marupiara
  • 29.
  • 30. 3 0 Baseia-se em três princípios básicos:  Adequação ambiental  Manejo de pastagem  Bem-estar animal Colaboradores UNESP e ESALQ Vigência do Projeto 2012 a 2014 Objetivo Otimizar e intensificar a produção pecuária, sem abertura de novas áreas de pastagem
  • 31. 3 1 Todos os trabalhadores responsáveis pelo manejo dos animais haviam sido capacitados através de cursos e treinamentos em manejo racional de bovinos
  • 32. Fazendas Lotes N Caracterização racial 1 Lote 1 565 Nelore 2 Lote 2 220 Nelore Lote 3 102 Nelore Lote 4 183 Nelore Lote 5 253 229 F1 AngusxNelore e 24 F1 CharolêsxNelore 3 Lote 6 180 Nelore Lote 7 149 F1 AngusxNelore Lote 8 198 175 Nelore e 23 cruzados Lote 9 129 82 F1 CharolêsxNelore e 47cruzados 2.035 bovinos  Machos  Inteiros  Terminação
  • 33.  Sistema de pastejo Método de lotação rotativa Densidade de lotação de 3 U.A. por ha
  • 34.
  • 35. Período de ocupação: 4 dias Período de descanso: 28 dias
  • 36. Manejo de pesagem no curral: mensal
  • 37. Treinamento: 2 meses, 2012 Aperfeiçoamento : Projeto piloto, de outubro a novembro de 2012 Avaliações de temperamento
  • 38. Coleta de dados: Janeiro a Junho de 2013 Avaliações : a cada 35 dias  Início: após 40 dias da entrada no sistema
  • 39. Fazenda 1 : 2 avaliações Fazenda 2 : 3 avaliações Fazenda 3 : 4 avaliações
  • 40. Avaliações de temperamento 1. Escore composto de reatividade (ECR) 2. Velocidade de saída (VS) 3. Avaliação qualitativa do comportamento (QBA)
  • 41. Escore composto de reatividade (ECR) Somatória das variáveis: (adaptado de Fordyce, 1985)  Escore de postura corporal (PC): 1, 2 ou 3  Respiração audível: 1 ou 2  Ocorrência de coices: presença ou ausência  Ocorrência de mugidos: presença ou ausência
  • 42. Escore composto de reatividade (ECR) Somatória das variáveis: (adaptado de Fordyce, 1985)  Escore de movimentação (MOV)  Escore de tensão(ET)
  • 43. 1 : Nenhum deslocamento Escore de movimentação no troco de contenção (adaptado de Fordyce et al, 1985)
  • 44. 2: Pouco deslocamento, parado mais da metade do tempo de observação Escore de movimentação no troco de contenção (adaptado de Fordyce et al, 1985)
  • 45. 3: Deslocamentos frequentes mas, pouco vigorosos, metade do tempo de observação ou mais Escore de movimentação no troco de contenção (adaptado de Fordyce et al, 1985)
  • 46. 4: Movimentação constante e vigorosa mais da metade do tempo de observação Escore de movimentação no troco de contenção (adaptado de Fordyce et al, 1985)
  • 47. 5: Animal salta Escore de movimentação no troco de contenção (adaptado de Fordyce et al, 1985)
  • 48. Escore de tensão no tronco de contenção , 1.Relaxado 2. Alerta 3. Tenso 4. Muito tenso
  • 49. Velocidade de saída (VS) Cronômetro
  • 50. Velocidade de saída (VS) (m/s) Saída do Animal
  • 51. Avaliação qualitativa do comportamento (QBA) Adaptado de Welfare Quality® Assessment Protocol for Cattle, 2009.  Irritado  Relaxado  Ativo  Calmo  Atento  Apático  Amedrontado  Positivamente Ocupado  Indiferente  Sociável  Curioso  Agressivo  Confortável  Agitado
  • 52. Avaliação qualitativa do comportamento (QBA)
  • 53.
  • 54. SAS P < 0,05 Alteração ao longo do tempo VS ECR (ANOVA) para medidas repetidas no tempo MIXED
  • 55. Yijklm = variáveis dependentes (VS e ECR); Fi= efeito da i-ésima fazenda (i=1,SM; 2, SL; 3, MA); AVj = efeito da j-ésima avaliação (j= 1, AV1; 2, AV2; 3, AV3; 4; AV4); (AVi * Fj)k= efeito da k-ésima interação da i-ésima avaliação com a j-ésima fazenda; Ll(j)= efeito do l-ésimo lote aninhado na j-ésima fazenda e ε ijklm = erro aleatório associado a cada observação. Yijklmn = μ + Fi + AVj + (AVi * Fj)k + Ll(j) + εijklm
  • 56. Alteração ao longo do tempo QBA ‘positivamente ocupado’ ‘curioso’ ‘irritado’ ‘apático’ ‘agressivo’ ‘sociável’ ‘indiferente’ Análise de fatores Softwer Statistica Nota: zero
  • 58. O escore obtido por cada animal no primeiro fator foi utilizado como um índice qualitativo de temperamento (IQT) Alteração ao longo do tempo IQT Yijklmn = μ + Fi + AVj + (AVi * Fj)k + Ll(j) + ε ijklm (ANOVA) para medidas repetidas no tempo MIXED
  • 59. O ranking dos animais persiste ao longo das avaliações Correlação de Spearman VS ECR IQT Procedimento COR do SAS
  • 60. Mudança no temperamento ao longo do tempo Classes Aumentaram Mantiveram Reduziram 1 lote por fazenda - NELORE
  • 61. Mudança no temperamento ao longo do tempo Classes Aumentaram Mantiveram Reduziram  VS e IQT ≠ Final e inicial – mínimo 20% DP  ECR ≠ Final e inicial – mínimo 2 pontos
  • 62. Comparação de Médias (primeira e última avaliação) • VS • ECR • IQT  ANOVA de uma via
  • 63. Desempenho Médias de GMD foram comparadas em função das classes ANOVA Efeito fixo: classe de alteração Co-variável: idade Alteração do temperamento
  • 64.
  • 65. Fazendas Avaliações 1ª 2ª 3ª 4ª Fazenda 1 1,46 ± 0,02aB 1,40 ± 0,02bA ___ ___ Fazenda 2 1,15 ± 0,02aC 1,00 ± 0,02bB 0,97 ± 0,02bB ___ Fazenda 3 1,76 ± 0,02aA 1,38 ± 0,02bA 1,19 ± 0,02cA 1,14 ± 0,02c Escore composto de reatividade Fazendas Avaliações 1ª 2ª 3ª 4ª Fazenda 1 3,81 ± 0,06aB 3,36 ± 0,05bB Fazenda 2 3,04 ± 0,05aC 2,83 ± 0,04bC 2,47 ± 0,04cB Fazenda 3 4,20 ± 0,06aA 3,59 ± 0,05bA 3,14 ± 0,05cA 2,86 ± 0,05d 11,8% 18,7% 31,9%
  • 66. Fazendas Avaliações 1ª 2ª 3ª 4ª Fazenda 1 1,46 ± 0,02aB 1,40 ± 0,02bA ___ ___ Fazenda 2 1,15 ± 0,02aC 1,00 ± 0,02bB 0,97 ± 0,02bB ___ Fazenda 3 1,76 ± 0,02aA 1,38 ± 0,02bA 1,19 ± 0,02cA 1,14 ± 0,02c Velocidade de Saída Fazendas Avaliações 1ª 2ª 3ª 4ª Fazenda 1 1,46 ± 0,02aB 1,40 ± 0,02bA Fazenda 2 1,15 ± 0,02aC 1,00 ± 0,02bB 0,97 ± 0,02bB Fazenda 3 1,76 ± 0,02aA 1,38 ± 0,02bA 1,19 ± 0,02cA 1,14 ± 0,02c 4,1% 15,6% 32,2%
  • 67.  Em confinamento: Fina et al., 2006; King et al., 2006; . Barbosa Silveira et al., 2008; . Titto et al., 2010.  A pasto: Barbosa Silveira et al., 2008.  A pasto e terminados em confinamento: Cafe et al., 2011; . Petherick et al., 2009. Resultados semelhantes Redução na reatividade dos bovinos ao longo do tempo
  • 68. Resultados semelhantes Redução na reatividade dos bovinos ao longo do tempo Processo de habituação King et al., 2006; Barbosa Silveira et al., 2008; Petherick et al., 2009 e Cafe etal., 2011 Aumento das interações com humanos durante as rotinas de manejo nas fazendas Curley et al., 2006; Fina et al., 2006 e Titto et al., 2010 e Cafe et al., 2011
  • 69. Termos Fazenda 1 Fazenda 2 Fazenda 3 Variância 53,37% 45,38% 45,52% Ativo 0,440861 0,487785 0,388288 Relaxado -0,904166 -0,899773 -0,932886 Amedrontado 0,778558 0,719008 0,571729 Agitado 0,791408 0,570348 0,421023 Calmo -0,885715 -0,840910 -0,909818 Atento 0,112976 0,112907 0,136921 Confortável -0,829900 -0,752981 -0,900166 Análise de fatores 1º Fator Avaliação qualitativa do temperamento Maiores contribuições positivas Maiores contribuições negativas
  • 70. Índice qualitativo do temperamento Fazendas Avaliações 1ª 2ª 3ª 4ª Fazenda 1 0,28 ± 0,04aAB -0,28 ± 0,04bC *** *** Fazenda 2 0,23 ± 0,04aB 0,07 ± 0,03bB -0,29 ± 0,03cA *** Fazenda 3 0,39 ± 0,04aA 0,39 ± 0,03aA -0,26 ± 0,03bA -0,56 ± 0,03c Valores de cada animal no 1º fator
  • 71. Índice qualitativo do temperamento  Fazenda 1
  • 72. Índice qualitativo do temperamento  Fazenda 2
  • 73. Índice qualitativo do temperamento  Fazenda 3
  • 74. Petherick et al., 2002; Müller et al., 2006; Curley et al., 2006; Fina et al., 2006; King et al., 2006; Barbosa Silveira et al., 2008; Petherick et al., 2009; Titto et al., 2010
  • 75. Petherick et al., 2002; Müller et al., 2006; Curley et al., 2006; Fina et al., 2006; King et al., 2006; Barbosa Silveira et al., 2008; Petherick et al., 2009; Titto et al., 2010
  • 76. Indicador do temperamento para bovinos Sant’Anna e Paranhos da Costa (2013)
  • 77. Não se tem conhecimento de nenhuma outra pesquisa que tenha utilizado o QBA para avaliar a evolução do temperamento de bovinos ao longo do tempo.
  • 78. Foi eficiente para detectar a mudança do temperamento dos bovinos ao longo do tempo, com reduções evidentes nos valores de IQT ao longo das
  • 79. Correlação ao longo do tempo Indicador Avaliação VS 1a 2 a 3 a 4 a 1 a --- 0,65** 0,65** 0,62** 2 a 0,71** --- 0,76** 0,76** 3 a 0,49** 0,54** --- 0,82** ECR 1 a 2 a 3 a 4 a 1 a --- 0,24** 0,24** 0,24** 2 a 0,36** --- 0,30** 0,34** 3 a 0,39** 0,34** --- 0,38** IQT 1 a 2 a 3 a 4 a 1 a --- 0,33** 0,18** 0,17** 2 a 0,47** --- 0,17** 0,12** 3 a 0,40** 0,46** --- 0,58** Na Fazenda 1 – duas avaliações VS: alto, r = 0,70 (P < 0,01) ECR: baixo, r= 0,36 (P < 0,01) IQT : baixo, r= 0,56 (P < 0,01) Fazenda 3 Fazenda 2
  • 80. Correlação ao longo do tempo Indicador Avaliação VS 1a 2 a 3 a 4 a 1 a --- 0,65** 0,65** 0,62** 2 a 0,71** --- 0,76** 0,76** 3 a 0,49** 0,54** --- 0,82** ECR 1 a 2 a 3 a 4 a 1 a --- 0,24** 0,24** 0,24** 2 a 0,36** --- 0,30** 0,34** 3 a 0,39** 0,34** --- 0,38** IQT 1 a 2 a 3 a 4 a 1 a --- 0,33** 0,18** 0,17** 2 a 0,47** --- 0,17** 0,12** 3 a 0,40** 0,46** --- 0,58** Na Fazenda 1 – duas avaliações VS: alto, r = 0,70 (P < 0,01) ECR: baixo, r= 0,36 (P < 0,01) IQT : baixo, r= 0,56 (P < 0,01) Fazenda 3 Fazenda 2
  • 81. Correlação ao longo do tempo Indicador Avaliação VS 1a 2 a 3 a 4 a 1 a --- 0,65** 0,65** 0,62** 2 a 0,71** --- 0,76** 0,76** 3 a 0,49** 0,54** --- 0,82** ECR 1 a 2 a 3 a 4 a 1 a --- 0,24** 0,24** 0,24** 2 a 0,36** --- 0,30** 0,34** 3 a 0,39** 0,34** --- 0,38** IQT 1 a 2 a 3 a 4 a 1 a --- 0,33** 0,18** 0,17** 2 a 0,47** --- 0,17** 0,12** 3 a 0,40** 0,46** --- 0,58** Na Fazenda 1 – duas avaliações VS: alto, r = 0,70 (P < 0,01) ECR: baixo, r= 0,36 (P < 0,01) IQT : baixo, r= 0,56 (P < 0,01) Fazenda 3 Fazenda 2 O ranking permaneceu consistente ao longo do tempo Fraca consistência do ranking ao longo do tempo Fraca consistência do ranking ao longo do tempo
  • 82. Escore tronco:  Correlações moderadas a baixas (de 0,18 a 0,44) Velocidade de Saída:  Valores mais altos de correlação (de 0,33 a 0,75) Entre as medidas repetidas ao longo do tempo Café et al. (2011)
  • 83. Escore de reatividade no tronco Velocidade de Saída (Turner et al., 2011; Mackay et al., 2013) Indicando também uma maior consistência ao longo do tempo para VS
  • 84. Mudança no temperamento sobre o GMD  Velocidade de saída Fazendas Classes VS N GMD, g.d-1 VS1, m/s Vsf, m/s 1 N=564 Reduziram 263 700,56 ± 137,49 a 1,67 a 1,18 b Mantiveram 127 689,70 ± 126,36 a 1,21 b 1,20 b Aumentaram 174 685,65 ± 131,54 a 1,33 b 1,83 a 2 N=211 Reduziram 156 478,46 ± 211,32 a 1,56 a 0,92 b Mantiveram 28 483,25 ± 202,30 a 1,12 b 1,09 ab Aumentaram 27 497,50 ± 229,4 a 0,95 b 1,27 a 3 N=174 Reduziram 167 540,66 ± 276,11 a 1,77 a 0,92 b Mantiveram 7 590,92 ± 227,80 a 1,58 b 1,54 a Aumentaram 0 ------- ----- -----
  • 85. Fazendas Classes VS N GMD, g.d-1 VS1, m/s Vsf, m/s 1 N=564 Reduziram 118 691,82 ± 125,31 a 4,80 a 2,29 c Mantiveram 399 693,82 ± 133,89 a 3,73 b 3,55 b Aumentaram 47 700,06 ± 147,57 a 2,00 c 4,38 a 2 N=211 Reduziram 56 424,33 ± 216,06 b 4,71 a 2,23 c Mantiveram 138 463,11 ± 215,53 b 2,93 b 2,83 b Aumentaram 17 751,35 ± 195,65 a 1,65 c 4,00 a 3 N=174 Reduziram 48 479,85 ± 253,73 a 4,70 a 2,02 c Mantiveram 104 586,12 ± 268,97 a 3,01 b 2,80 b Aumentaram 22 496,60 ± 300,86 a 1,86 c 4,50 a Mudança no temperamento sobre o GMD  Escore composto de reatividade
  • 86. Fazendas Classes VS N GMD, g.d-1 VS1, m/s Vsf, m/s 1 N=564 Reduziram 349 684,13 ± 133,13 a 0,77 a -0,34 b Mantiveram 100 711,36 ± 141,21 a -0,33 b -0,34 b Aumentaram 115 708,45 ± 123,90 a -0,69 c -0,01 a 2 N=211 Reduziram 112 424,33 ± 209,10b 0,96 a -0,23 b Mantiveram 32 463,11 ± 218,22b -0,20 b -0,18ab Aumentaram 67 751,35 ± 224,50 a -0,50 b 0,18 a 3 N=174 Reduziram 139 449,87 ± 279,25 a 0,63 a -0,95 b Mantiveram 20 602,11 ± 297,47 a -0,91 b -0,95 b Aumentaram 15 463,98 ± 158,57 a -1,02 b 0,22 a Mudança no temperamento sobre o GMD  Índice qualitativo do temperamento
  • 87. • Embora as médias de VS, ECR, e IQT indiquem que os grupos de animais avaliados tenham apresentado redução da reatividade ao longo das sessões de avaliações, para alguns dos indivíduos desses grupos ocorreu o inverso, com aumento da reatividade ao longo do tempo. Esta resposta indesejada provavelmente pode ter ocorrido em função de um processo de sensibilização comportamental, caracterizado pelo aumento de uma dada resposta depois de exposição dos animais a estímulos repetidos ao longo do tempo (Broom e Fraser, 2007). Tal resultado pode ser comparável àqueles obtidos nos estudos realizados por Petherick et al. (2002) e Müller et al. (2006), que descreveram a ocorrência de aumento na velocidade de saída dos bovinos ao longo das avaliações. Em ambas as publicações, os autores sugeriram que os manejos repetidos no curral causaram aumento na resposta de medo dos animais. No entanto, Müller et al. (2006) sugeriram também que tal resultado pode ser explicado pelo crescimento dos animais, promovendo maior habilidade física para se mover mais rapidamente, o que não é plausível no caso do presente estudo já que os animais avaliados estavam em idade adulta, não havendo um crescimento consideravel dentro do período do estudo.
  • 88. • Quanto ao efeito da evolução do temperamento ao longo do tempo sobre o ganho de peso dos animais, não foi observada uma resposta consistente entre as diferentes fazendas, já que apenas na fazenda 2 foi observado efeito significativo das classes de ECR e IQT sobre o GMD, onde os animais que aumentaram a reatividade ao longo do tempo apresentaram maiores médias de GMD. Nas demais fazendas não houve efeito significativo destas classes sobre o ganho. Tal resultado contraria a hipótese de que animais que melhoram o temperamento ao longo do tempo teriam também uma melhor resposta produtiva. • Embora existam diversas pesquisas avaliando a relação entre temperamento e o GMD (Voisinet et al., 1997; Fell et al., 1999; del Campo et al., 2010; Cafe et al., 2011; Vetters et al., 2013), não foi encontrado nenhum estudo publicado sobre o efeito da evolução do temperamento nas características de desempenho. Além disso, não há um concenso a respeito da relação entre temperamento e ganho de peso, já que em alguns estudos foi demonstrado que animais de melhor temperamento possuem um melhor GMD (Voisinet et al., 1997; Fell et al., 1999; del Campo et al., 2010; Cafe et al., 2011; Vetters et al., 2013), enquanto em outros, foi demonstrada associação muito fraca entre ambas características (Burrow e Corbet, 2000; Burrow, 2001). Por exemplo, no estudo de Sant’Anna et al. (2012), foi encontrado correlação fenotípica muito baixa (r = -0,12) entre VS e GMD para bovinos da raça Nelore mantidos a pasto. • Apesar de não ter havido uma relação positiva e favorável da redução da reatividade no desempenho dos animais, medido pelo GMD, é importante enfatizar que a melhoria do temperamento dos bovinos de uma propriedade proporciona benefícios que vão além da performance produtiva. A melhoria do temperamento dos bovinos pode trazer como principal vantagem a redução de acidentes de trabalho que colocam em risco tanto os manejadores quanto os próprios animais. Além disso, a redução na reatividade pode estar associada também com a redução no risco de lesões e ferimentos que podem vir a refletir em hematomas nas carcaças gerando consequentemente perdas por qualidade do produto final.
  • 89. • Outro benefício da melhoria do temperamento dos bovinos está relacionado com a facilidade do manejo, sendo que animais com melhor temperamento colaboram para que o manejo ocorra de forma tranquila, reduzindo o tempo despendido para a condução dos lotes nos piquetes e para seu manejo no curral. Tais implicações não puderam ser mensuradas no presente estudo, no entanto, evidências obtidas a partir da convivência com os trabalhadores das fazendas e pelos depoimentos de pessoas que trabalharam diretamente no manejo dos animais, nos levaram a inferir que este é um ponto tão importante quanto a melhoria da performance produtiva do gado, embora pouco explorado nas pesquisas científicas sobre esse tema. • Apesar dos resultados do presente estudo indicarem que a variação do temperamento ao longo do tempo não está relacionada ao seu desempenho, é recomendado a realização de estudos complementares para avaliar a forma como a evolução do temperamento ao longo do tempo influencia as características produtivas, para que possam ser obtidas conclusões mais consistentes que a obtida com o presente estudo.
  • 90.
  • 91. • Os resultados do presente estudo indicam que o manejo frequente, decorrente da adoção de um sistema de produção a pasto com método de lotação rotativa, promoveu a melhoria do temperamento dos bovinos ao longo do tempo. Tal resultado foi expresso pelos menores valores dos indicadores ECR, VS e IQT nas últimas avaliações em comparação com as primeiras. • Esta redução pode ser atribuída ao frequente manejo no curral e também à condução frequente dos bovinos nas áreas de pastagem para alternância destes entre os piquetes. Estes manejos podem ter promovido a habituação dos bovinos aos manejadores, contribuindo para a redução do medo dos animais com relação aos humanos, promovendo a redução da reatividade dos bovinos refletida na melhoria do temperamento ao longo do tempo. Além disso, o manejo a pasto pode ter promovido também um processo de condicionamento dos animais, fazendo com que estes tenham estabelecido uma associação positiva entre a presença de humanos e a oferta de forragem com maior disponibilidade. Como descrito em estudos prévios, a oferta de alimentos está associada à redução do medo dos animais em relação ao homem (Boivin et al., 1992; Jago et al., 1999).
  • 92. O método de lotação rotativa utilizado pelas fazendas avaliadas no presente estudo promoveu a melhoria do temperamento dos animais ao longo do tempo, que pode ser atribuído à aumento na frequência de manejos decorrente da adoção do método de lotação rotativa, que implica em maior frequência de contatos neutros e positivos entre humanos e bovinos. Para a velocidade de saída, a redução ao longo do tempo foi acompanhada da manutenção do ranking dos indivíduos; ou seja, aqueles considerados mais ou menos reativos se mantiveram com a mesma classificação ao longo do tempo, embora a média do grupo tenha sido reduzida. O mesmo não ocorreu para os demais indicadores, onde as avaliações sucessivas promovem redução na média e também alteração no ranking dos animais. A melhoria do temperamento ao longo do tempo resultante do método de lotação adotado pelas fazendas avaliadas não foi capaz de promover melhorias produtivas nos bovinos, contrariando a hipótese do presente estudo.
  • 93. Método de lotação rotativa Melhoria do temperamento dos bovinos ao longo do tempo
  • 94. Constante interação humano-animal positiva  Manejo de condução para mudança dos piquetes  Frequente manejo de pesagem no curral
  • 95. A alta frequência de manejo não possibilitou a melhoria do desempenho dos animais
  • 96.
  • 97.
  • 98. “Não podemos aceitar que o errado se torne normal durante o manejo dos animais” “Cuide dos seus animais simplesmente porque isso é bom!
  • 99. Evolução do temperamento de bovinos de corte mantidos a pasto e frequentemente manejados Karen Camille Rocha Góis PPG em Zootecnia Mestrado Orientador: Prof. Dr. Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa Co-orientadora: Dra. Aline Cristina Sant’Anna Obrigada!!
  • 100. Convite Defesa de Mestrado Karen Camille Rocha Góis Orientador: Mateus Paranhos Coorientadora: Aline Sant’Anna Data: 05/06/2014 (Quinta-feira) Local: Anfiteatro do prédio da Zootecnia, UNESP-Jaboticabal Hora:08:00 h

Notas do Editor

  1. ...cada qual expressada em um contexto particular
  2. Tais quais....
  3. O temperamento animal abrange inúmeras características fenotípicas individuais
  4. Do indivíduo, ao qual apresenta, diferenças individuais e tem relação com estados emocionais e tendências comportamentais
  5. Sabendo que o Temperamento além de possuir um fator genético, com uma herdabilidade de baixa a moderada...
  6. Positivas , negativas ou neutras
  7. Importância
  8. O que ocorre em sistemas de pastejo, com
  9. Possui também um fator ambiental ao qual pode ser alterado mediante ao contato positivo entre o animal e o humano que os maneja
  10. Avaliar como a variação individual na evolução do temperamento afeta o ganho de peso dos animais.as.
  11. Todas as fazendas do estudo faziam parte do Projeto Pecuária Verde, uma iniciativa do Sindicato dos Produtores rurais de Paragominas, FUNDO VALE e Dow AgroSciences®
  12. Avaliar a influência do sistema de pastejo rotacionado intensivo sobre o temperamento de bovinos, em comparação 2) Avaliar o grau de associação entre temperamento e ganho de peso, para cada um dos dois sistemas de produção.
  13. frequência de manejo no curral mensalmente pesagem ajustar as densidades de lotação animal. procedimentos sanitários de vacinação e everminação cada seis meses, durante o manejo para pesagem.
  14. As avaliações do temperamento foram realizadas por dois observadores, previamente treinados, sendo que o período de treinamento se deu no ano anterior ao da coleta de dados (2012), por dois meses, além de aperfeiçoamento na coleta de dados realizado durante a condução de um projeto piloto, de outubro a novembro de 2012. A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a junho de 2013, com sessões mensais para avaliação do temperamento de todos os animais, iniciando, em média, após 40 dias da entrada dos animais no sistema de pastejo com método de lotação rotativa. O intervalo entre as sessões de avaliações consecutivas foi de35 dias, em média. Na Fazenda 1 foram realizadas duas avaliações, na Fazenda 2 três sessões, e na Fazenda 3, quatro sessões de avaliação.
  15. Coleta de dados, janeiro a junho de 2013, Avaliações a cada 35 dias iniciando, após 40 dias da entrada dos animais no sistema .
  16. Na Fazenda 1 foram realizadas duas avaliações, na Fazenda 2 três sessões, e na Fazenda 3, quatro sessões de
  17.   Todos os dados foram analisados usando o pacote estatístico SAS e os resultados foram considerados estatisticamente significativos quando P < 0,05. Para avaliar se houve alteração no temperamento dos animais ao longo do tempo, as médias de VS e ECR foram comparadas ao longo das sessões de avaliação com uso da análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas no tempo, utilizando o procedimento MIXED do SAS (versão 9.0). O modelo estatístico utilizado incluiu os efeitos fixos de fazenda, de avaliação, da interação fazenda avaliação, e de lote dentro de fazenda. O efeito de cada animal (subject) foi considerado como medida repetida dentro de avaliação. A estrutura de variância e covariância dos resíduos utilizada foi a Unestrutured (UN).
  18.   Todos os dados foram analisados usando o pacote estatístico SAS e os resultados foram considerados estatisticamente significativos quando P < 0,05. Para avaliar se houve alteração no temperamento dos animais ao longo do tempo, as médias de VS e ECR foram comparadas ao longo das sessões de avaliação com uso da análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas no tempo, utilizando o procedimento MIXED do SAS (versão 9.0). O modelo estatístico utilizado incluiu os efeitos fixos de fazenda, de avaliação, da interação fazenda avaliação, e de lote dentro de fazenda. O efeito de cada animal (subject) foi considerado como medida repetida dentro de avaliação. A estrutura de variância e covariância dos resíduos utilizada foi a Unestrutured (UN).
  19.  Aos dados da QBA foi aplicado um método multivariado, denominado Análise de Fatores com uso do software Statistica (Statsoft, versão 7). Alguns dos termos da QBA apresentaram muitos animais com nota = 0, em função da baixa ocorrência destas expressões comportamentais em nosso conjunto de dados. Por isso, estes termos não puderam ser incluídos na análise de fatores
  20.  Assim, ao final foram incluídos nesta análise sete dos termos originalmente avaliados: Esta análise permitiu avaliar as relações entre um conjunto de variáveis (os termos da QBA) a serem explicadas por um número reduzido de novas variáveis (os fatores). Dentre as diversas técnicas disponíveis para a extração de fatores, utilizamos a extração por componentes principais, calculados a partir da matriz de correlação entre variáveis (Jeffers, 1978). O primeiro fator extraído dessa matriz é a combinação linear das variáveis originais, que representa a maior porcentagem da variabilidade existente no conjunto de dados, enquanto o segundo fator responde pela segunda maior porcentagem da variabilidade restante, e assim por diante.
  21.  As cargas de cada variável para os dois primeiros fatores indicam o peso de cada termo na formação destes fatores, bem como seu grau de correlação (positiva ou negativa). O escore obtido por cada animal no primeiro fator foi utilizado como um índice qualitativo de temperamento (IQT). Para avaliar a evolução do IQT ao longo do tempo, também foi utilizada ANOVA para medidas repetidas no tempo, utilizando o procedimento MIXED do SAS, sendo aplicado o mesmo modelo estatístico descrito acima para as demais características de temperamento (VS e ECR).
  22.  Para avaliar a correlação entre os dias de avaliação de cada característica do temperamento (VS, ECR e IQT) foi calculado o coeficiente de correlação de postos de Spearman, testando a hipótese de que o ranking dos animais em cada característica persiste ao longo das avaliações. Para isso foi utilizado o procedimento COR do SAS (versão 9.0).
  23.  A mudança no temperamento dos bovinos ao longo do tempo foi utilizada para categorizá-los em três grupos de acordo com o aumento, manutenção ou redução no seu grau de reatividade desde a primeira até a última avaliação. Assim, foram compostas três classes (animais que aumentaram, mantiveram ou reduziram) para cada um dos três indicadores. Para VS e IQT foi considerado que houve mudança quando a diferença entre a avaliação final e a inicial foi de, no mínimo, 20% do desvio padrão para esta medida; já para ECR foi considerada alteração quando a diferença entre a avaliação final e a inicial foi de, no mínimo, 2 pontos.
  24.  A mudança no temperamento dos bovinos ao longo do tempo foi utilizada para categorizá-los em três grupos de acordo com o aumento, manutenção ou redução no seu grau de reatividade desde a primeira até a última avaliação. Assim, foram compostas três classes (animais que aumentaram, mantiveram ou reduziram) para cada um dos três indicadores. Para VS e IQT foi considerado que houve mudança quando a diferença entre a avaliação final e a inicial foi de, no mínimo, 20% do desvio padrão para esta medida; já para ECR foi considerada alteração quando a diferença entre a avaliação final e a inicial foi de, no mínimo, 2 pontos.
  25. Posteriormente, as médias de VS, ECR e IQT da primeira e da última avaliação de cada classe foram comparadas entre si, por meio de ANOVA de uma via. Para avaliar se houve efeito da alteração no temperamento sobre o desempenho, as médias do ganho de peso médio diário (GMD) foram comparadas em função das três classes (aumentaram, mantiveram ou reduziram a expressão do temperamento), com uso de ANOVA, com aplicação de um modelo que incluiu o efeito fixo da classe de alteração e a idade do animal como covariável.
  26. Para avaliar se houve efeito da alteração no temperamento sobre o desempenho, as médias do ganho de peso médio diário (GMD) foram comparadas em função das três classes (aumentaram, mantiveram ou reduziram a expressão do temperamento), com uso de ANOVA, com aplicação de um modelo que incluiu o efeito fixo da classe de alteração e a idade do animal como covariável.
  27. minúsculas iguais nas linhas indicam que as médias das avaliações dentro de cada fazenda não diferem significativamente entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Letras maiúsculas iguais nas colunas indicam que as médias das fazendas dentro de cada avaliação não diferem significativamente entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
  28. minúsculas iguais nas linhas indicam que as médias das avaliações dentro de cada fazenda não diferem significativamente entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Letras maiúsculas iguais nas colunas indicam que as médias das fazendas dentro de cada avaliação não diferem significativamente entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
  29. Atribuída ao ... em função do
  30. Apresento aqui nesta tabela apenas o resultado da análise do primeiro Fator, este representa a maior porcentagem da variabilidade existente no conjunto de dados. Neste caso, o primeiro fator explicou 53,37%, 45,38% e 45,52% da variabilidade existente no conjunto de dados, nas Fazendas 1, 2 e 3, respectivamente.
  31. Na Fazenda 1 o IQT variou de -1,74 (melhor temperamento) a 4,08 (pior temperamento), com valor médio (± desvio padrão) de 0,00 ± 0,99 (Figura 4). Os resultados indicam que os animais na segunda avaliação (AV 2) foram classificados como mais ‘relaxados / calmos / confortáveis’ e menos ‘amedrontados / agitados’ quando comparados à primeira avaliação (AV 1). As médias em mm dos termos da QBA também estão apresentadas na Figura 4.  
  32. Já na Fazenda 2, o IQT variou de -5,70 (melhor temperamento) a 6,61 (pior temperamento), apresentando também um valor médio (± desvio padrão) de 0,00 ± 0,99 (Figura 5). Nesta fazenda, no primeiro mês de avaliação os bovinos receberam maiores notas para os termos ‘amedrontado’ e ‘agitado’ e menores para ‘relaxado’, ‘calmo’ e ‘confortável’ em comparação com os meses seguintes de avaliação. As médias (mm) obtidas para cada um dos termos da QBA estão representadas na Figura 5.  
  33. Na Fazenda 3 o IQT variou de -1,70 (melhor temperamento) a 7,78 (pior temperamento), com valor médio (± desvio padrão) de 0,00 ± 0,99. Assim, os bovinos na AV 1 receberam maiores notas para os termos ‘amedrontado’ e ‘agitado’ ‘e menores para relaxado’, ‘calmo’ e ‘confortável’ se comparados seguidos por AV 2, AV 3 e AV 4, em concordância com os resultados das demais propriedades (médias, em mm, na Figura 6).
  34. A maioria dos trabalhos que avaliaram a..... Utilizou com ...
  35. A maioria dos trabalhos que avaliaram a..... Utilizou com ...
  36. Proposto recentemente por ..... até o momento.
  37. Proposto recentemente por ..... até o momento.
  38. Da mesma forma, nas Fazendas 2 (avaliações 1 a 3) e 3 (avaliações 1 a 4) os valores de correlação entre as avaliações de VS variaram de moderados a altos (entre 0,49 e, P < 0,01), como apresentados na Tabela 7. Já para ECR os valores de correlação de Spearman entre as sessões de avaliação (de 1 a 3 na Fazenda 2 e de 1 a 4 na Fazenda 3) foram mais baixos que os de VS, em ambas as fazendas, variando entre 0,24 e 0,39. Por fim, para o indicador de IQT os valores de correlação apresentaram uma grande variação, indo de 0,12 a 0,47, sendo menores para a Fazenda 3 que para a Fazenda 2 (Tabela 7).
  39. As correlações de Spearman entre as medidas repetidas de VS sugerem que o ranking dos animais para essa medida, se mantém consistente ao longo do tempo, mesmo que as médias de VS reduzam. Por outro lado, para os indicadores de ECR e de IQT além de haver redução nas médias ao longo do tempo, não há uma consistência no ranking dos indivíduos para estas medidas, ou seja, aqueles inicialmente mais temperamentais podem se tornar os de melhor temperamento nas avaliações subsequentes, e vice e versa.
  40. As correlações de Spearman entre as medidas repetidas de VS sugerem que o ranking dos animais para essa medida, se mantém consistente ao longo do tempo, mesmo que as médias de VS reduzam. Por outro lado, para os indicadores de ECR e de IQT além de haver redução nas médias ao longo do tempo, não há uma consistência no ranking dos indivíduos para estas medidas, ou seja, aqueles inicialmente mais temperamentais podem se tornar os de melhor temperamento nas avaliações subsequentes, e vice e versa.
  41. Resultados comparáveis aos apresentados nos estudos foram encontrados por......
  42. Alguns estudos prévios onde foi avaliado o coeficiente de repetibilidade das medidas de VS e de reatividade no tronco de contenção, foi verificada menor coeficiente de repetibilidade para ERT do que para VS....
  43. Com relação ao indicador de VS, houve maior porcentagem de animais que sofreu redução da primeira para a última avaliação (43,63, 55,23 e 96,10%, para as Fazendas 1 a 3 respectivamente), se comparados às porcentagens daqueles que mantiveram ou que reduziram VS (Tabela 8). Houve efeito significativo destas classes de mudança sobre o GMD apenas para a Fazenda 2 (F = 29,97; gl = 3 e P < 0,01), sendo que os animais que reduziram VS apresentaram menor GMD (582,47 g.dia-1), se comparados aos animais das classes aumentaram e mantiveram, os quais não diferiram entre si (P > 0,05).
  44. Com respeito ao ECR, houve maior porcentagem de animais que permaneceram com a mesma resposta da primeira para a última avaliação (entre 57,16 e 69,17% para as Fazendas 1 e 2, respectivamente), exceto na Fazenda 3, onde as porcentagens de animais que mantiveram e reduziram foram muito semelhantes, 46,56 e 47,90% respectivamente (Tabela 9). Houve efeito das classes de mudança sobre o GMD apenas na Fazenda 3 (F = 59,93; gl = 3; P < 0,05), com o menor GMD também para o conjunto de animais que reduziram ECR (190,46 g.dia-1) que para os demais grupos, os quais não diferiram entre si (P > 0,05).  
  45. Já com relação ao IQT, a maioria dos animais reduziu a resposta da primeira para a última avaliação nas três fazendas. Para esta medida, não houve efeito significativo (P > 0,05) das classes de mudança sobre o GMD em todas as fazendas avaliadas. Porém, os animais que reduziram o IQT ao longo do tempo, apresentaram médias de GMD numericamente inferiores que as médias das demais classes, em todas as fazendas avaliadas (Tabela 10).
  46. Todas as fazendas do estudo faziam parte do Projeto Pecuária Verde, uma iniciativa do Sindicato dos Produtores rurais de Paragominas, FUNDO VALE e Dow AgroSciences®