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Marília Clemente Gomes Carneiro, Ricardo Ventura Santos, Luiza Garnelo, Maria Augusta Bessa Rebelo,
Carlos Everaldo Alvares Coimbra
Cárie dentária e necessidade de tratamento odontológico entre os índios Baniwa do Alto Rio Negro, Amazonas
Ciência & Saúde Coletiva, vol. 13, núm. 6, novembro-dezembro, 2008, pp. 1985-1992,
Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Brasil
Como citar este artigo Fascículo completo Mais informações do artigo Site da revista
Ciência & Saúde Coletiva,
ISSN (Versão impressa): 1413-8123
cecilia@claves.fiocruz.br
Associação Brasileira de Pós-Graduação em
Saúde Coletiva
Brasil
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Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto
TEMASL.IVRESFREETHEMES
1985
1
Departamento de Endemias
Samuel Pessoa, Escola
Nacional de Saúde Pública,
Fundação Oswaldo Cruz.
Rua Leopoldo Bulhões 1480,
Manguinhos. 21041-210
Rio de Janeiro RJ.
marilia.carneiro@gmail.com
2
MuseuNacional,
Universidade Federal do Rio
deJaneiro.
3
Centro de Pesquisa
Leônidas e Maria Deane,
Fundação Oswaldo Cruz.
4
Faculdade de Ciências da
Saúde, Universidade Federal
doAmazonas.
Cárie dentária e necessidade de tratamento odontológico
entre os índios Baniwa do Alto Rio Negro, Amazonas
Dental caries and need for dental care among the Baniwa Indians,
Rio Negro, Amazonas
Resumo Pesquisas epidemiológicas em comuni-
dades indígenas no Brasil têm evidenciado forte
relação entre a deterioração da saúde bucal e o
consumo de itens industrializados (e do açúcar
refinado em particular), aliados à precariedade da
atenção odontológica. Este estudo abordou a po-
pulação Baniwa do pólo-base de Tunuí-Cachoei-
ra, São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, Brasil.
Foi realizado inquérito transversal sobre as con-
dições de saúde bucal, de acordo com critérios da
OMS. Foram observadas as condições dentárias e
a necessidade de tratamento, examinando-se 590
indivíduos (49,2% da população > 2 anos). A mé-
dia de dentes atacados pela doença cárie foi 6,0, 8,2
e 22,1 nas faixas etárias 12-14, 15-19 e mais de 50
anos, respectivamente. O maior valor de ceo-d (5,3)
foi encontrado na idade de 5 anos. Do total de
pessoas examinadas, 73,6% apresentaram alguma
necessidade de tratamento cirúrgico-restaurador.
Os indivíduos entre 15-19 anos apresentam as mais
elevadas freqüências de restaurações. O CPO-D da
população Baniwa é elevado, o que deve estar rela-
cionado a processos recentes de mudanças socioe-
conômicas, particularmente na dieta. Enfatiza-se
a necessidade de ampliação da atenção à saúde
bucal, considerando-se a complexidade da questão
sociocultural dos povos indígenas.
Palavras-chave Índios sul-americanos, Serviços
de saúde, Saúde bucal, Brasil
Abstract Epidemiologic research conducted with
Indian communities in Brazil has shown strong
correlation between the deterioration of their oral
health and the consumption of industrial prod-
ucts, sugar in particular, added to the lack of struc-
ture of oral health care. This study was carried
out among the Baniwa Indians from the Tunuí-
Cachoeira region, São Gabriel da Cachoeira,
Northwestern Amazon, Brazil. A cross-sectional
survey was conducted according to the criteria
established by the WHO, focusing on dental caries
and need for dental treatment. A total of 590 indi-
viduals were examined (49.2% of the population
older than 2 years). The mean numbers of teeth
with caries were 6.0, 8.2 and 22.1 in the age groups
12-14, 15-19 and more than 50 years respectively.
In children with deciduous dentition the highest
mean value of decayed, missing and filled teeth
(5.3) was observed in children age 5. From the
total of examined people, 73.6% showed some need
for surgery-restoration. The individuals between
15-19 years of age show the highest need for resto-
rations. The DFMT index for the Baniwa can be
considered high. The results show that it is neces-
sary to expand public health control measures re-
lated to oral heath, taking into consideration the
complex socio-cultural reality of the Northwest-
ern Amazon region.
Key words South American Indians, Health
services, Oral health, Brazil
Marília Clemente Gomes Carneiro 1
Ricardo Ventura Santos1,2
Luiza Garnelo 3
Maria Augusta Bessa Rebelo4
Carlos Everaldo Alvares Coimbra Jr. 1
1986
Carneiro,M.C.G.etal.
Introdução
As condições de saúde bucal dos povos indíge-
nas no Brasil são muito pouco conhecidas. Os
estudos disponíveis têm evidenciado uma ten-
dência de agravamento, particularmente nas po-
pulações mais expostas a mudanças nos padrões
de dieta, incluindo a incorporação de itens in-
dustrializados, em particular do açúcar refina-
do1-7
. Arantes et al.4
, a partir de pesquisa realiza-
da entre os Xavante que vivem na Terra Indígena
de Pimentel Barbosa, Mato Grosso, apontaram
para um aumento nos valores do índice CPO-D
de quase treze vezes da década de 1960 até a de
1990. Pesquisas no Alto Xingu, em Mato Grosso,
também demonstraram uma tendência de rápi-
do aumento no índice de cárie em todas as ida-
des, passando de uma condição na qual o CPO-
D se aproximava de zero, em 1968, para 5,1 em
20015
. Em ambos os casos, as populações inves-
tigadas vêm passando por significativas altera-
ções em suas dietas. Vale ressaltar que os servi-
ços de saúde ainda estão longe de responder de
maneira satisfatória às demandas de atenção
odontológica, preventiva e curativa dos povos
indígenas6
.
Este trabalho apresenta os resultados de um
levantamento sobre a cárie dentária e as necessi-
dades de tratamento odontológico dos Baniwa,
povo indígena que vive na região do Alto Rio
Negro, no estado do Amazonas. É o primeiro
estudo sistemático sobre as condições de saúde
bucal indígena nessa região do país.
População e métodos
Os Baniwa são falantes de um idioma classifica-
do na família lingüística Aruak8
e totalizam cerca
de 4.000 indivíduos, distribuídos em aproxima-
damente 78 aldeias, muitas delas de difícil acesso,
na região do Alto Rio Negro9
, na fronteira do
Brasil com a Colômbia e a Venezuela. Estão em
contato permanente com não indígenas há vári-
os séculos, interagindo com missionários, mili-
tares, garimpeiros, seringalistas, comerciantes,
equipes de saúde e outros que navegam pela re-
gião, resultando em significativas transforma-
ções sociais, econômicas e culturais10
.
A pesquisa foi desenvolvida em setembro de
2004 nas treze comunidades Baniwa que fazem
parte da área de abrangência do pólo-base de
Tunuí-Cachoeira (Nazaré, Ambaúba, Castelo
Branco, Belém, Taiaçú-Cachoeira, Warirambá,
Vista Alegre, São José, Jacaré Poço, Santa Rosa,
Tunuí-Cachoeira, Tapira Ponta e Santa Marta),
na Terra Indígena Alto Rio Negro (700 20´- 640
40´ W; 10 45´ S e 20 15´ N)8
, às margens do rio
Içana, no município de São Gabriel da Cachoei-
ra, estado do Amazonas. Esse pólo-base é uma
das unidades do chamado Distrito Sanitário Es-
pecial Indígena (DSEI) Alto Rio Negro, estrutura
ligada à Fundação Nacional de Saúde (FUNA-
SA), responsável pela prestação de serviços de
atenção à saúde aos povos indígenas da região.
Nos poucos estudos sobre a saúde dos Ba-
niwa10-12
, aspectos nutricionais e alimentares não
têm sido enfatizados. A base da alimentação da
população está assentada na agricultura da man-
dioca e na pesca. Produtos industrializados fa-
zem parte da rotina alimentar na região, mas
não há informações detalhadas sobre consumo
alimentar.
A partir do ano 2000, a atenção odontológica
passou a ser feita pelas equipes do DSEI Alto Rio
Negro, com sede em São Gabriel da Cachoeira,
sendo previstas duas visitas da equipe de odon-
tologia por ano em cada comunidade. Nestas
ocasiões, ocorre a distribuição de um tubo de
dentifrício fluoretado e uma escova dental por
morador, bem como são realizados atendimen-
tos clínicos individuais, que incluem prioritaria-
mente restaurações feitas com a técnica propos-
ta pelo Tratamento Restaurador Atraumático
(ART)13,14
e extrações dentárias. Ocorrem tam-
bém atividades de educação em saúde e escova-
ção supervisionada. No caso das comunidades
investigadas, a água utilizada para consumo é
proveniente do rio Içana, não sendo fluoretada
artificialmente.
Foi realizado um inquérito epidemiológico
com foco no exame das condições da coroa den-
tária, na necessidade de tratamento e no uso de
próteses, seguindo-se os procedimentos preco-
nizados pela OMS15
. O exame clínico, feito com
sonda de ponta romba e espelho plano, foi reali-
zado por uma única examinadora (Carneiro).
Os exames foram conduzidos sob luz natural.
Em cada comunidade, os objetivos da pesquisa
foram apresentados e os moradores convidados
a serem examinados. Havia a intenção de incluir
o contingente populacional total das comunida-
des. Foram feitos exercícios de calibração e apli-
cado o teste estatístico kappa (0,91), que indicou
ótima concordância entre os exames16
.
As variáveis derivadas dos dados coletados
durante o inquérito incluem: (a) condições den-
tárias pelo índice CPO-D/ceo-d; (b) necessidade
de tratamento dental (preventivo, controle de
cárie, aplicação de selante, restauração de uma
1987
Ciência&SaúdeColetiva,13(6):1895-1992,2008
face, de duas faces, coroa por qualquer razão,
restauração facetada/laminada, pulpar e restau-
ração, ou exodontia); (c) uso de prótese; e (d)
necessidade de prótese. Os dados foram consoli-
dados no programa Excel e posteriormente ana-
lisados no programa SPSS 9.0.
O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Públi-
ca, Fundação Oswaldo Cruz e pela Comissão
Nacional de Ética em Pesquisa (parecer no
1248/
2004). Antes de sua realização, foi apresentado à
coordenação técnica do DSEI Alto Rio Negro, à
Federação das Organizações Indígenas do Rio
Negro e às lideranças Baniwa. Previamente ao
trabalho de campo, foi acordado com a coorde-
nação do DSEI que os resultados da pesquisa
seriam repassados para o serviço de saúde, fi-
cando a cargo dele a prestação da atenção curati-
va identificada nos indivíduos examinados.
Resultados
Foram examinadas 590 pessoas, o que corres-
ponde a 49,2% da população na faixa etária a
partir de dois anos, de ambos os sexos. Não hou-
ve casos de recusa e a não participação deveu-se
à ausência de parte da população nas aldeias na
ocasião dos exames, em geral por estarem via-
jando, trabalhando nas roças ou em atividades
de pesca. A cobertura variou entre 25,0% na co-
munidade de Vista Alegre e 67,0% em Belém e
São José.
Os indivíduos examinados distribuem-se da
seguinte forma em relação aos valores do CPO-
D: zero (21,9%), 1-2 (9,5%), 3-4 (8,8%), 5-7
(8,1%), 8-10 (9,0%), 11-15 (14,9%), 16-20
(13,9%) e 21-32 (13,9%). Metade da amostra
apresentou CPO-D ≤ 9. Para a faixa etária
de 5 a 12 anos, a freqüência de indivíduos com
CPO-D = 0 foi de 42,4% e 68,6% apresentaram
CPO-D ≤ 2.
Para a amostra como um todo, as freqüênci-
as de dentes segundo condição foram as seguin-
tes: hígidos (53,3%), cariados (9,2%), perdidos
(34,6%) e restaurados (2,9%). Os dentes restau-
rados concentram-se na faixa etária de 6 a 19
anos (75% do total). Para a dentição decídua, as
235 crianças entre 2 e 12 anos examinadas apre-
sentaram 25,8% dos dentes cariados, 6,3% per-
didos antes da idade de esfoliação, 2,2% restau-
rados e 65,3% hígidos. As crianças entre 8 e 10
anos tiveram as maiores taxas de restaurações
em dentes decíduos (50,0% do total).
Os valores médios do índice CPO-D e seus
componentes, bem como de dentes hígidos, es-
tão apresentados na Tabela 1. A média geral foi
de 9,7. A idade de 12 anos, considerada referência
pela OMS para comparações, está incluída na
faixa etária entre 12 e 14 anos, com média igual a
6,0. Nos indivíduos com 20 anos ou mais, as
médias são superiores a 13,0, chegando a 22,1
nas pessoas acima de 50 anos. Há em média me-
nos de um dente restaurado e quase dois dentes
cariados por pessoa nas várias faixas etárias.
Apenas nas idades entre 12 e 19 anos verificou-se
uma média de dentes restaurados superior a 1,0,
alcançando2,2nosadolescentesentre15e19anos.
Em relação à média de dentes permanentes
cariados, observou-se diferença estatisticamente
Tabela 1. Número de indivíduos examinados e médias de dentes permanentes hígidos (H), cariados (C),
perdidos (P), restaurados (O) e índice CPO-D médio, por faixa etária, sexos combinados. Área de
abrangência do pólo-base de Tunuí-Cachoeira, São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, Brasil, setembro de
2004.
Idade (anos)
2 a 5
6 a 11
12 a 14
15 a 19
20 a 29
30 a 39
40 a 49
50 ou mais
Total
n
86
138
35
63
69
99
53
47
590
H
0,7
11,3
19,7
19,8
15,3
11,4
9,7
6,2
11,1
C
—
1,4
2,9
2,1
3,8
2,4
2,0
2,0
1,9
P
—
0,1
1,6
3,9
9,1
14,6
17,2
20,1
7,2
O
0,02
0,6
1,5
2,2
0,8
0,3
0,06
0,06
0,6
CPO-D
0,0
2,1
6,0
8,2
13,7
17,3
19,2
22,1
9,7
1988
Carneiro,M.C.G.etal.
significante entre os sexos na faixa etária de 15 a
19 anos (média de 2,9 em homens e 1,5 em mu-
lheres, p<0,05). Para os dentes permanentes per-
didos, cinco faixas etárias apresentaram diferen-
ças estatisticamente significantes entre os sexos
(6 a 11; 15 a 19; 30 a 39; 40 a 49; e 50 anos ou
mais), sempre com médias mais elevadas nas
mulheres. As médias do índice CPO-D apresen-
taram diferenças estatisticamente significantes
entre os sexos nas faixas etárias de 6 a 11, 20 a 29,
30 a 39, 40 a 49 e 50 anos ou mais, também com
valores mais elevados em mulheres. Acrescente-
se que as médias de idade desses diversos grupos
etários não apresentaram diferenças estatistica-
mente significantes entre os sexos.
As médias de dentes decíduos hígidos, caria-
dos, perdidos, restaurados e o índice ceo-d, por
idade e sexos combinados, estão mostrados na
Tabela 2. Os maiores valores de ceo-d estavam
nas idades de 5, 6 e 7 anos, nas quais foram tam-
bém mais elevadas as médias de dentes cariados.
A única faixa etária na qual se observou diferen-
ça entre os sexos nos valores de ceo-d foi a de 6 a
11 anos (3,6 em homens e 0,5 em mulheres). As
médias de dentes restaurados foram baixas, sem-
pre menores do que 1,0.
Quanto às condições dos dentes permanen-
tes, os molares, tanto da arcada superior quanto
da inferior, apresentaram as menores porcenta-
gens de dentes hígidos e as maiores nas condi-
ções perdido, cariado e restaurado. Os caninos
apresentaram a maior porcentagem de dentes
hígidos na arcada superior (66,5%) e os incisivos
na arcada inferior (90,4%). Em geral, a arcada
inferior teve 27,8% de dentes perdidos, 62,6%
hígidos, 6,6% cariados e 2,7% restaurados; na
arcada superior, as porcentagens foram 40,9%,
45,0%, 10,6% e 3,2%, respectivamente.
Em relação aos dentes decíduos da arcada
superior, os segundos molares mostraram as pi-
ores condições, com a maior porcentagem de den-
tes na condição cariado (41,4%) e a menor de
hígidos (47,0%). As melhores condições foram
observadas no grupo dos caninos (82,7% de pre-
servação). No geral, observaram-se 63,5% dos
dentes hígidos, 30,2% cariados e 1,4% restaura-
dos. Na arcada inferior, os segundos molares fo-
ram também os menos preservados (30,7%) e
com as maiores taxas de restauração. A maior
porcentagem de dentes cariados foi vista nos pri-
meiros molares (40,2%), seguida pelos segundos
molares (38,7%). Os incisivos se apresentaram
93,0% hígidos e 2,5% cariados. Entre os caninos,
93,7% estavam hígidos e 4,6% cariados.
Na arcada inferior, quatro pessoas usavam
prótese total e nenhuma usava prótese parcial.
Na arcada superior, observou-se o uso de 61 pró-
teses, a maioria parcial. As mulheres concentra-
ram 63,0% das próteses encontradas.
Ummontante de 434 indivíduos (73,6%) apre-
sentou alguma necessidade de tratamento, que se
concentrou em 10,4% dos dentes. Ou seja, 89,6%
dos dentes examinados não necessitavam de trata-
mento.Dentreos1.956dentesquenecessitaramde
algum tratamento, 57,3% eram restaurações
(49,0% de uma face e 51% de duas ou mais faces) e
42,7%, extrações. Ao todo, a necessidade de trata-
mento soma 1.121 restaurações e 835 extrações.
Tabela 2. Número de indivíduos examinados e médias de dentes decíduos hígidos (h), cariados (c), perdidos (e),
restaurados (o) e índice ceo-d médio, por idade, sexos combinados. Área de abrangência do pólo-base de
Tunuí-Cachoeira, São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, Brasil, setembro de 2004.
Idade (anos)
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Total
n
8
11
25
29
26
26
25
24
22
19
20
235
h
16,9
17,4
14,7
13,4
12,8
8,5
5,8
3,7
3,0
0,6
0,6
8,3
C
0,9
1,6
4,2
5,6
4,9
4,9
3,6
2,6
2,2
0,6
0,7
3,3
e
—
0,1
—
0,3
0,7
1,1
1,6
1,9
0,7
1,1
0,6
0,8
O
—
—
0,1
0,3
0,5
0,3
0,5
0,5
0,5
0,1
—
0,3
Ceo-d
0,9
1,7
4,3
6,3
6,1
6,2
5,6
5,0
3,4
1,8
1,3
4,4
1989
Ciência&SaúdeColetiva,13(6):1895-1992,2008
Na comparação entre as faixas etárias, obser-
va-se que até os 19 anos as restaurações foram o
tratamento mais necessário, e que a partir dos 20
anos a extração passa a ser a maior necessidade.
A maior porcentagem de dentes com alguma ne-
cessidade de tratamento ficou concentrada nas
idades entre 6 e 11 anos. Na faixa etária entre 15 e
19 anos, as mulheres, em comparação com os
homens, apresentaram mais dentes que não pre-
cisavam ser tratados. Entre os 20 e 29 anos, as
mulheres também apresentaram maior média de
dentes que necessitavam de restauração de duas
faces (1,13 contra 0,35 para os homens).
A maior parte do grupo examinado não ne-
cessitava de prótese parcial ou total. Dos que ne-
cessitavam, a prótese parcial ocupou o primeiro
lugar (84,2% na arcada superior e 90,7% na ar-
cada inferior). Na comparação entre os sexos,
destacou-se a necessidade das mulheres por pró-
tese total (9,8% na arcada superior e 5,7% na
inferior, contra 2,7% e 1,0% entre os homens).
Discussão
Esse estudo se baseia no exame de aproximada-
mente 50% da população Baniwa acima de 2 anos
de idade do pólo-base de Tunuí-Cachoeira, DSEI
Alto Rio Negro. Conforme já referido, esse povo
indígena vive distribuído em dezenas de aldeias
em uma região de difícil acesso na região da fron-
teira do Brasil com Colômbia e Venezuela. Uma
vez que, devido a razões logísticas, não foi possí-
vel realizar o estudo com base em uma amostra
probabilística e representativa da população, os
resultados devem ser interpretados com a caute-
la. Acrescente-se que, devido à elevada mobilida-
de da população, a cobertura entre as aldeias não
foi a mesma. De antemão já se sinaliza que é pri-
oritária a realização de novos estudos, não so-
mente de modo a incluir um maior número de
indivíduos da região investigada, preferencial-
mente a partir de uma amostra estatisticamente
representativa, como também visando caracte-
rizar as condições de saúde bucal dos demais
pólos-base.
Feitas essas ressalvas, a saúde bucal dos Ba-
niwa verificada a partir da amostra investigada
caracteriza-se por elevada presença de cárie e de
perda dentária, resultando em extensa necessi-
dade de tratamento na população. Observou-se
que o tratamento dentário, na forma de dentes
restaurados, se concentra em algumas faixas etá-
rias, em particular nos indivíduos entre 12 e 19
anos. Para a compreensão desse perfil, faz-se
importante contextualizar aspectos socioeconô-
micos e sanitários relativos à atual situação da
população Baniwa.
Não foram encontrados registros sobre o
processo de transformação do consumo alimen-
tar ao longo do tempo entre os Baniwa ou estu-
dos contemporâneos sobre o consumo de itens
industrializados. A base da alimentação continua
a ser a mandioca e seus derivados, frutos silves-
tres, peixes e carnes de caça, mas quem circula
pela região observa que gêneros alimentícios in-
dustrializados fazem parte do dia-a-dia, servindo
inclusive como itens de troca. Troca-se açúcar re-
finado por peixe moqueado, por exemplo. Os que
têm alguma fonte de renda usam uma parte dela
para a compra de alimentos industrializados, ge-
ralmente em São Gabriel da Cachoeira.
Para poucos povos indígenas no Brasil, há
relatos detalhados sobre as inter-relações entre
mudanças na dieta e conseqüências sobre a saú-
de bucal6
. No caso dos Xavante de Mato Grosso,
a partir de estudos realizados em 1976/77 e em
1994 na mesma comunidade (Pimentel Barbo-
sa), observou-se uma queda no consumo de ali-
mentos cultivados e um aumento de 7% no con-
sumo de industrializados, incluindo açúcar, café,
óleo de cozinha, farinha de trigo, sal, pão, biscoi-
tos, refrescos em pó, refrigerantes e balas17
. Essa
mudança associou-se a novas fontes de capitali-
zação e facilidade de acesso aos núcleos urbanos,
pela disponibilidade de veículos motorizados.
Arantes et al.4
mostraram que tem havido um
expressivo agravamento das condições de saúde
bucal desse grupo Xavante, o que atribuem em
larga medida ao consumo de açúcar refinado na
ausência de uma atenção odontológica efetiva.
Estudo realizado entre os índios Kaiowá/Guara-
ni do Mato Grosso também faz menção à asso-
ciação entre o agravamento das condições de saú-
de bucal e incremento do consumo de alimentos
industrializados de alto potencial cariogênico7
.
Para os Baniwa, também se pode dizer que há
cada vez mais fontes de renda e, mesmo diante
das dificuldades de acesso, percebe-se um aumen-
to no número de barcos que navegam os rios,
facilitando a ida ao centro urbano de São Gabriel
e a compra de alimentos.
Já que não há dados publicados sobre a saú-
de bucal dos Baniwa em diferentes épocas, não é
possível afirmar como a cárie se comportou ao
longo do tempo entre eles. No presente estudo, o
valor médio encontrado para o índice CPO-D na
faixa etária que contempla a idade de 12 anos,
considerada referência pela OMS para compara-
ções da prevalência da cárie, foi 6,0. Este valor se
1990
Carneiro,M.C.G.etal.
enquadra na categoria de alta prevalência (CPO
entre 4,5 e 6,5)18. O ceo-d médio aos 5 anos foi
6,3 e 46,8% da população examinada apresenta-
ram CPO-D maior ou igual a 10. Na faixa etária
entre 15 e 19 anos, o CPO-D foi 8,2. No levanta-
mento das condições de saúde bucal da popula-
ção brasileira realizado em 2002 e 2003, o valor
do CPO-D encontrado para a região norte, aos
12 anos, foi 3,1, e para o Brasil como um todo,
2,819. Em um estudo realizado em 2004 em Ma-
naus, capital do estado do Amazonas, para a fai-
xa etária de 12 anos, foi encontrado um CPO-D
de 3,320. Em Paulínia, município do interior de
São Paulo que apresenta indicadores sociais dife-
renciados em relação à maioria dos municípios
brasileiros, e onde a atenção em saúde bucal é
reconhecidamente bem estruturada e a popula-
ção servida por água fluoretada, a média do ín-
dice aos 12 anos foi 1,021.
É ilustrativo comparar os componentes do
CPO-D entre os Baniwa com aqueles de outros
segmentos populacionais. Nas crianças Baniwa
entre 12 e 14 anos, as porcentagens de dentes ca-
riados, perdidos e obturados foram de, respecti-
vamente, 48,6%, 26,2% e 25,2%. Na população
brasileira com 12 anos de idade, as porcentagens
em 2002 e 2003 eram de 58,3%, 6,5% e 32,7%,
respectivamente; naquelas da região Norte, os
valores foram de 72,5%, 11,5% e 14,4%19 e, em
Manaus, 48,0%, 12,0% e 40,0%20. Portanto, os
Baniwa tiveram mais dentes perdidos e menos
restaurados e cariados que as crianças brasilei-
ras de 12 anos, menos cariados e mais perdidos e
restaurados que as que moram na região Norte,
e mais perdidos, menos restaurados e valores
praticamente iguais de cariados que as que resi-
dem em Manaus.
Ao se analisar as condições de saúde dos po-
vos indígenas, é importante levar em considera-
ção a heterogeneidade sócio-histórica e econômi-
ca que caracteriza esses povos, o que se reflete na
saúde bucal6
. Ao se realizar uma compilação dos
dados a partir da literatura (Tabela 3), notam-se
pronunciadas diferenças entre as várias popula-
ções no que diz respeito aos valores do CPO-D na
faixa de 12 a 14 anos. O valor para os Baniwa está
dentre os mais elevados, superado somente por
aquele dos Enawêne-Nawê22
, povo localizado em
Mato Grosso. Vale ressaltar que o caso dos Ena-
wêne-Nawê apresenta particularidade importan-
te, pois dentre os povos listados é aquele com
menor interação com a sociedade nacional, uma
vez que teve seu contato permanente estabelecido
na década de 1970 e continua a viver relativamente
isolado. O elevado CPO-D dessa população rela-
ciona-se a uma dieta tradicional pastosa, adocica-
da e rica em amido, que fez com que a saúde bucal
deste grupo estivesse em condições críticas mes-
mo antes do contato com a sociedade nacional6,22
.
Ainda que entre os Baniwa se apresente um
dos mais elevados valores do CPO-D, observa-
se também que a porcentagem do componente
“obturado”, que corresponde aos dentes restau-
rados, é a mais expressiva dentre os vários gru-
pos para os quais foi possível localizar informa-
ções (25,2%) (Tabela 3). Este dado reflete a atu-
ação da equipe de odontologia do DSEI Alto Rio
Negro, a partir do ano 2000, e a incorporação
dos serviços odontológicos na região. No DSEI
Alto Rio Negro, a atenção odontológica coletiva
tem enfocado, em particular, os adolescentes23
.
Se antigamente a experiência com a cárie pos-
sivelmente estava reduzida a poucos indivíduos e
a poucos dentes, atualmente esta é uma experi-
Tabela 3. Médias do índice CPO-D e porcentagens de seus componentes (cariados, perdidos e obturados) aos
12 anos ou na faixa etária que inclui os 12 anos. Comparação entre os Baniwa e outras populações indígenas.
Grupo
Baniwa1
Enawêne-Nawê (Mato Grosso)2
Xavante (Mato Grosso)3
Guarani (São Paulo)4
Xingu (Mato Grosso)5
Xavante (Mato Grosso) 6
Manaus7
Ano do estudo
2004
1995
1997
2000
2001
2004
2004
Faixa etária
12 a 14
12 a 14
12 a 14
12
11 a 13
12
12
CPO-D
6,0
9,1
2,6
2,2
5,9
3,2
3,3
%C
48,6
83,9
89,2
-
-
77,8
48,0
%P
26,2
16,1
8,1
-
-
7,1
12,0
%O
25,2
0,0
2,7
-
-
14,6
40,0
Fontes: 1- Este estudo; 2 - Detogni22
; 3 - Arantes et al.4
, para os Xavante da terra indígena Pimentel Barbosa; 4 - Fratucci27
;
5 - Rigonatto et al.5
; 6 - Arantes28
, para os Xavante das terras indígenas Pimentel Barbosa, Areões, Sangradouro e Marechal Rondon;
7 - Rebelo et al.20
.
1991
Ciência&SaúdeColetiva,13(6):1895-1992,2008
ência bastante coletiva entre os Baniwa. Aproxi-
madamente 80% das pessoas examinadas têm
pelo menos um dente cariado, perdido ou res-
taurado. As pessoas sabem o que é dor de dente,
o que é passar por uma extração dentária e o que
é estar sem dentes. Além da mastigação, fonação
e postura corporal, a perda dentária pode ter
implicações rituais e econômicas adicionais24
.
Durante o trabalho de campo, observou-se que
no processo de confecção de cestaria de arumã
(palha nativa da região), que se tornou uma im-
portante atividade econômica nas comunidades,
os dentes são rotineiramente utilizados no corte
e arremate das fibras.
Possivelmente associado ao processo de agra-
vamento das condições de saúde bucal, em al-
guns povos indígenas, há indicações quanto à
“naturalização” da perda dentária, como se a
ausência de parcela expressiva dos dentes na boca
fosse algo esperado no cenário de vida das pes-
soas. Detogni3
relata a incorporação da idéia da
perda dentária como um acontecimento “natu-
ral” entre os índios do Parque Indígena do Xin-
gu. A partir de relatórios e de entrevistas com a
equipe de odontologia do DSEI Alto Rio Negro, e
também da convivência com os Baniwa, consta-
tou-se que o edentulismo é algo que chega a ser
esperado pelas pessoas, sobretudo pelas mais
velhas23
. Como mostram os resultados deste es-
tudo, as médias de dentes perdidos nos adultos
Baniwa acima de 30 anos são superiores a 14,
chegando a 20,1 nas pessoas com mais de 50 anos.
O edentulismo é um problema atual, ocasionan-
do uma demanda legítima por prótese dentária,
que precisa ser respondida com urgência. As equi-
pes de saúde vêm conduzindo atividades de edu-
cação em saúde, incluindo a valorização das prá-
ticas individuais restauradoras e preventivas em
vez de extrações em massa, de modo a reforçar
entre os Baniwa as possibilidades de manuten-
ção de condições de saúde bucal23
.
Na rotina da atenção odontológica prestada
pelas equipes do DSEI Alto Rio Negro, há um
aspecto relativo à prevenção que merece ser des-
tacado. Trata-se do intervalo entre as visitas das
equipes de odontologia às comunidades, de seis
meses em média. Nessas visitas, são distribuídas
escovas dentais e dentifrícios fluoretados forneci-
dos pelo DSEI, cujos usos são reconhecidamente
importantes no controle da cárie25,26
. O intervalo
é significativamente maior que o tempo de con-
sumo dos materiais distribuídos, agravado pelo
fato de que não estão previstas formas de reposi-
ção a não ser na nova visita da equipe. Essa des-
continuidade é problemática em um contexto no
qual a população está bastante exposta a elevado
risco de desenvolvimento de doenças bucais.
Em conclusão, esse estudo entre os Baniwa
do Alto Rio Negro demonstra elevados níveis de
cárie, seja em comparação com outras popula-
ções indígenas ou em relação aos não-indígenas.
Além disso, evidencia que os serviços de atenção à
saúde bucal, ainda que presentes na área e com
impactos importantes, particularmente entre os
adolescentes, precisam ser expandidos de modo a
atender de maneira mais ampliada a população.
As condições de saúde bucal dos povos indígenas
permanecem largamente desconhecidas, o que
precisa ser revertido dado que um detalhado co-
nhecimento da situação epidemiológica é funda-
mental para o planejamento e execução das ativi-
dades de atenção.
Colaboradores
MCG Carneiro, além da coleta dos dados, parti-
cipou da concepção do estudo, da análise e da
interpretação dos dados e da redação do traba-
lho. RV Santos participou da concepção do estu-
do, da análise e da interpretação dos dados e da
redação do trabalho. L Garnelo participou da
concepção do estudo, da análise e da interpreta-
ção dos dados e da redação do trabalho. MAB
Rebelo participou da concepção do estudo, da
análise e da interpretação dos dados e da redação
do trabalho. CEA Coimbra Jr. participou da in-
terpretação dos dados e da redação do trabalho.
Agradecimentos
Aos moradores do rio Içana pela parceria neste
trabalho, assim como aos capitães e agentes indí-
genas de saúde das comunidades visitadas. Tam-
bém a André Fernando, a Irineu Rodrigues, a Má-
rio Farias, à Federação das Organizações Indíge-
nas do Rio Negro (FOIRN), à Organização Indí-
gena da Bacia do Içana (OIBI), à Coordenadoria
Baniwa Curipaco (KABC), à Fundação Nacional
do Índio (FUNAI) em São Gabriel da Cachoeira,
em particular a Edson Caldas e Waldir Garcia, e
também ao Distrito Sanitário Especial Indígena
(DSEI) do Alto Rio Negro, por todo o apoio lo-
gístico. O CNPq proveu bolsa de mestrado para a
primeira autora no Programa de Pós-Graduação
em Saúde Pública da ENSP/Fiocruz.
1992
Carneiro,M.C.G.etal.
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Artigo apresentado em 10/09/2006
Aprovado em 11/12/2006
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Cárie dentária e necessidade de tratamento entre índios Baniwa

  • 1. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=63013631 Red de Revistas Científicas de América Latina, el Caribe, España y Portugal Sistema de Información Científica Marília Clemente Gomes Carneiro, Ricardo Ventura Santos, Luiza Garnelo, Maria Augusta Bessa Rebelo, Carlos Everaldo Alvares Coimbra Cárie dentária e necessidade de tratamento odontológico entre os índios Baniwa do Alto Rio Negro, Amazonas Ciência & Saúde Coletiva, vol. 13, núm. 6, novembro-dezembro, 2008, pp. 1985-1992, Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva Brasil Como citar este artigo Fascículo completo Mais informações do artigo Site da revista Ciência & Saúde Coletiva, ISSN (Versão impressa): 1413-8123 cecilia@claves.fiocruz.br Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Coletiva Brasil www.redalyc.org Projeto acadêmico não lucrativo, desenvolvido pela iniciativa Acesso Aberto
  • 2. TEMASL.IVRESFREETHEMES 1985 1 Departamento de Endemias Samuel Pessoa, Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz. Rua Leopoldo Bulhões 1480, Manguinhos. 21041-210 Rio de Janeiro RJ. marilia.carneiro@gmail.com 2 MuseuNacional, Universidade Federal do Rio deJaneiro. 3 Centro de Pesquisa Leônidas e Maria Deane, Fundação Oswaldo Cruz. 4 Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade Federal doAmazonas. Cárie dentária e necessidade de tratamento odontológico entre os índios Baniwa do Alto Rio Negro, Amazonas Dental caries and need for dental care among the Baniwa Indians, Rio Negro, Amazonas Resumo Pesquisas epidemiológicas em comuni- dades indígenas no Brasil têm evidenciado forte relação entre a deterioração da saúde bucal e o consumo de itens industrializados (e do açúcar refinado em particular), aliados à precariedade da atenção odontológica. Este estudo abordou a po- pulação Baniwa do pólo-base de Tunuí-Cachoei- ra, São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, Brasil. Foi realizado inquérito transversal sobre as con- dições de saúde bucal, de acordo com critérios da OMS. Foram observadas as condições dentárias e a necessidade de tratamento, examinando-se 590 indivíduos (49,2% da população > 2 anos). A mé- dia de dentes atacados pela doença cárie foi 6,0, 8,2 e 22,1 nas faixas etárias 12-14, 15-19 e mais de 50 anos, respectivamente. O maior valor de ceo-d (5,3) foi encontrado na idade de 5 anos. Do total de pessoas examinadas, 73,6% apresentaram alguma necessidade de tratamento cirúrgico-restaurador. Os indivíduos entre 15-19 anos apresentam as mais elevadas freqüências de restaurações. O CPO-D da população Baniwa é elevado, o que deve estar rela- cionado a processos recentes de mudanças socioe- conômicas, particularmente na dieta. Enfatiza-se a necessidade de ampliação da atenção à saúde bucal, considerando-se a complexidade da questão sociocultural dos povos indígenas. Palavras-chave Índios sul-americanos, Serviços de saúde, Saúde bucal, Brasil Abstract Epidemiologic research conducted with Indian communities in Brazil has shown strong correlation between the deterioration of their oral health and the consumption of industrial prod- ucts, sugar in particular, added to the lack of struc- ture of oral health care. This study was carried out among the Baniwa Indians from the Tunuí- Cachoeira region, São Gabriel da Cachoeira, Northwestern Amazon, Brazil. A cross-sectional survey was conducted according to the criteria established by the WHO, focusing on dental caries and need for dental treatment. A total of 590 indi- viduals were examined (49.2% of the population older than 2 years). The mean numbers of teeth with caries were 6.0, 8.2 and 22.1 in the age groups 12-14, 15-19 and more than 50 years respectively. In children with deciduous dentition the highest mean value of decayed, missing and filled teeth (5.3) was observed in children age 5. From the total of examined people, 73.6% showed some need for surgery-restoration. The individuals between 15-19 years of age show the highest need for resto- rations. The DFMT index for the Baniwa can be considered high. The results show that it is neces- sary to expand public health control measures re- lated to oral heath, taking into consideration the complex socio-cultural reality of the Northwest- ern Amazon region. Key words South American Indians, Health services, Oral health, Brazil Marília Clemente Gomes Carneiro 1 Ricardo Ventura Santos1,2 Luiza Garnelo 3 Maria Augusta Bessa Rebelo4 Carlos Everaldo Alvares Coimbra Jr. 1
  • 3. 1986 Carneiro,M.C.G.etal. Introdução As condições de saúde bucal dos povos indíge- nas no Brasil são muito pouco conhecidas. Os estudos disponíveis têm evidenciado uma ten- dência de agravamento, particularmente nas po- pulações mais expostas a mudanças nos padrões de dieta, incluindo a incorporação de itens in- dustrializados, em particular do açúcar refina- do1-7 . Arantes et al.4 , a partir de pesquisa realiza- da entre os Xavante que vivem na Terra Indígena de Pimentel Barbosa, Mato Grosso, apontaram para um aumento nos valores do índice CPO-D de quase treze vezes da década de 1960 até a de 1990. Pesquisas no Alto Xingu, em Mato Grosso, também demonstraram uma tendência de rápi- do aumento no índice de cárie em todas as ida- des, passando de uma condição na qual o CPO- D se aproximava de zero, em 1968, para 5,1 em 20015 . Em ambos os casos, as populações inves- tigadas vêm passando por significativas altera- ções em suas dietas. Vale ressaltar que os servi- ços de saúde ainda estão longe de responder de maneira satisfatória às demandas de atenção odontológica, preventiva e curativa dos povos indígenas6 . Este trabalho apresenta os resultados de um levantamento sobre a cárie dentária e as necessi- dades de tratamento odontológico dos Baniwa, povo indígena que vive na região do Alto Rio Negro, no estado do Amazonas. É o primeiro estudo sistemático sobre as condições de saúde bucal indígena nessa região do país. População e métodos Os Baniwa são falantes de um idioma classifica- do na família lingüística Aruak8 e totalizam cerca de 4.000 indivíduos, distribuídos em aproxima- damente 78 aldeias, muitas delas de difícil acesso, na região do Alto Rio Negro9 , na fronteira do Brasil com a Colômbia e a Venezuela. Estão em contato permanente com não indígenas há vári- os séculos, interagindo com missionários, mili- tares, garimpeiros, seringalistas, comerciantes, equipes de saúde e outros que navegam pela re- gião, resultando em significativas transforma- ções sociais, econômicas e culturais10 . A pesquisa foi desenvolvida em setembro de 2004 nas treze comunidades Baniwa que fazem parte da área de abrangência do pólo-base de Tunuí-Cachoeira (Nazaré, Ambaúba, Castelo Branco, Belém, Taiaçú-Cachoeira, Warirambá, Vista Alegre, São José, Jacaré Poço, Santa Rosa, Tunuí-Cachoeira, Tapira Ponta e Santa Marta), na Terra Indígena Alto Rio Negro (700 20´- 640 40´ W; 10 45´ S e 20 15´ N)8 , às margens do rio Içana, no município de São Gabriel da Cachoei- ra, estado do Amazonas. Esse pólo-base é uma das unidades do chamado Distrito Sanitário Es- pecial Indígena (DSEI) Alto Rio Negro, estrutura ligada à Fundação Nacional de Saúde (FUNA- SA), responsável pela prestação de serviços de atenção à saúde aos povos indígenas da região. Nos poucos estudos sobre a saúde dos Ba- niwa10-12 , aspectos nutricionais e alimentares não têm sido enfatizados. A base da alimentação da população está assentada na agricultura da man- dioca e na pesca. Produtos industrializados fa- zem parte da rotina alimentar na região, mas não há informações detalhadas sobre consumo alimentar. A partir do ano 2000, a atenção odontológica passou a ser feita pelas equipes do DSEI Alto Rio Negro, com sede em São Gabriel da Cachoeira, sendo previstas duas visitas da equipe de odon- tologia por ano em cada comunidade. Nestas ocasiões, ocorre a distribuição de um tubo de dentifrício fluoretado e uma escova dental por morador, bem como são realizados atendimen- tos clínicos individuais, que incluem prioritaria- mente restaurações feitas com a técnica propos- ta pelo Tratamento Restaurador Atraumático (ART)13,14 e extrações dentárias. Ocorrem tam- bém atividades de educação em saúde e escova- ção supervisionada. No caso das comunidades investigadas, a água utilizada para consumo é proveniente do rio Içana, não sendo fluoretada artificialmente. Foi realizado um inquérito epidemiológico com foco no exame das condições da coroa den- tária, na necessidade de tratamento e no uso de próteses, seguindo-se os procedimentos preco- nizados pela OMS15 . O exame clínico, feito com sonda de ponta romba e espelho plano, foi reali- zado por uma única examinadora (Carneiro). Os exames foram conduzidos sob luz natural. Em cada comunidade, os objetivos da pesquisa foram apresentados e os moradores convidados a serem examinados. Havia a intenção de incluir o contingente populacional total das comunida- des. Foram feitos exercícios de calibração e apli- cado o teste estatístico kappa (0,91), que indicou ótima concordância entre os exames16 . As variáveis derivadas dos dados coletados durante o inquérito incluem: (a) condições den- tárias pelo índice CPO-D/ceo-d; (b) necessidade de tratamento dental (preventivo, controle de cárie, aplicação de selante, restauração de uma
  • 4. 1987 Ciência&SaúdeColetiva,13(6):1895-1992,2008 face, de duas faces, coroa por qualquer razão, restauração facetada/laminada, pulpar e restau- ração, ou exodontia); (c) uso de prótese; e (d) necessidade de prótese. Os dados foram consoli- dados no programa Excel e posteriormente ana- lisados no programa SPSS 9.0. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Escola Nacional de Saúde Públi- ca, Fundação Oswaldo Cruz e pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (parecer no 1248/ 2004). Antes de sua realização, foi apresentado à coordenação técnica do DSEI Alto Rio Negro, à Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro e às lideranças Baniwa. Previamente ao trabalho de campo, foi acordado com a coorde- nação do DSEI que os resultados da pesquisa seriam repassados para o serviço de saúde, fi- cando a cargo dele a prestação da atenção curati- va identificada nos indivíduos examinados. Resultados Foram examinadas 590 pessoas, o que corres- ponde a 49,2% da população na faixa etária a partir de dois anos, de ambos os sexos. Não hou- ve casos de recusa e a não participação deveu-se à ausência de parte da população nas aldeias na ocasião dos exames, em geral por estarem via- jando, trabalhando nas roças ou em atividades de pesca. A cobertura variou entre 25,0% na co- munidade de Vista Alegre e 67,0% em Belém e São José. Os indivíduos examinados distribuem-se da seguinte forma em relação aos valores do CPO- D: zero (21,9%), 1-2 (9,5%), 3-4 (8,8%), 5-7 (8,1%), 8-10 (9,0%), 11-15 (14,9%), 16-20 (13,9%) e 21-32 (13,9%). Metade da amostra apresentou CPO-D &#8804; 9. Para a faixa etária de 5 a 12 anos, a freqüência de indivíduos com CPO-D = 0 foi de 42,4% e 68,6% apresentaram CPO-D &#8804; 2. Para a amostra como um todo, as freqüênci- as de dentes segundo condição foram as seguin- tes: hígidos (53,3%), cariados (9,2%), perdidos (34,6%) e restaurados (2,9%). Os dentes restau- rados concentram-se na faixa etária de 6 a 19 anos (75% do total). Para a dentição decídua, as 235 crianças entre 2 e 12 anos examinadas apre- sentaram 25,8% dos dentes cariados, 6,3% per- didos antes da idade de esfoliação, 2,2% restau- rados e 65,3% hígidos. As crianças entre 8 e 10 anos tiveram as maiores taxas de restaurações em dentes decíduos (50,0% do total). Os valores médios do índice CPO-D e seus componentes, bem como de dentes hígidos, es- tão apresentados na Tabela 1. A média geral foi de 9,7. A idade de 12 anos, considerada referência pela OMS para comparações, está incluída na faixa etária entre 12 e 14 anos, com média igual a 6,0. Nos indivíduos com 20 anos ou mais, as médias são superiores a 13,0, chegando a 22,1 nas pessoas acima de 50 anos. Há em média me- nos de um dente restaurado e quase dois dentes cariados por pessoa nas várias faixas etárias. Apenas nas idades entre 12 e 19 anos verificou-se uma média de dentes restaurados superior a 1,0, alcançando2,2nosadolescentesentre15e19anos. Em relação à média de dentes permanentes cariados, observou-se diferença estatisticamente Tabela 1. Número de indivíduos examinados e médias de dentes permanentes hígidos (H), cariados (C), perdidos (P), restaurados (O) e índice CPO-D médio, por faixa etária, sexos combinados. Área de abrangência do pólo-base de Tunuí-Cachoeira, São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, Brasil, setembro de 2004. Idade (anos) 2 a 5 6 a 11 12 a 14 15 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 ou mais Total n 86 138 35 63 69 99 53 47 590 H 0,7 11,3 19,7 19,8 15,3 11,4 9,7 6,2 11,1 C — 1,4 2,9 2,1 3,8 2,4 2,0 2,0 1,9 P — 0,1 1,6 3,9 9,1 14,6 17,2 20,1 7,2 O 0,02 0,6 1,5 2,2 0,8 0,3 0,06 0,06 0,6 CPO-D 0,0 2,1 6,0 8,2 13,7 17,3 19,2 22,1 9,7
  • 5. 1988 Carneiro,M.C.G.etal. significante entre os sexos na faixa etária de 15 a 19 anos (média de 2,9 em homens e 1,5 em mu- lheres, p<0,05). Para os dentes permanentes per- didos, cinco faixas etárias apresentaram diferen- ças estatisticamente significantes entre os sexos (6 a 11; 15 a 19; 30 a 39; 40 a 49; e 50 anos ou mais), sempre com médias mais elevadas nas mulheres. As médias do índice CPO-D apresen- taram diferenças estatisticamente significantes entre os sexos nas faixas etárias de 6 a 11, 20 a 29, 30 a 39, 40 a 49 e 50 anos ou mais, também com valores mais elevados em mulheres. Acrescente- se que as médias de idade desses diversos grupos etários não apresentaram diferenças estatistica- mente significantes entre os sexos. As médias de dentes decíduos hígidos, caria- dos, perdidos, restaurados e o índice ceo-d, por idade e sexos combinados, estão mostrados na Tabela 2. Os maiores valores de ceo-d estavam nas idades de 5, 6 e 7 anos, nas quais foram tam- bém mais elevadas as médias de dentes cariados. A única faixa etária na qual se observou diferen- ça entre os sexos nos valores de ceo-d foi a de 6 a 11 anos (3,6 em homens e 0,5 em mulheres). As médias de dentes restaurados foram baixas, sem- pre menores do que 1,0. Quanto às condições dos dentes permanen- tes, os molares, tanto da arcada superior quanto da inferior, apresentaram as menores porcenta- gens de dentes hígidos e as maiores nas condi- ções perdido, cariado e restaurado. Os caninos apresentaram a maior porcentagem de dentes hígidos na arcada superior (66,5%) e os incisivos na arcada inferior (90,4%). Em geral, a arcada inferior teve 27,8% de dentes perdidos, 62,6% hígidos, 6,6% cariados e 2,7% restaurados; na arcada superior, as porcentagens foram 40,9%, 45,0%, 10,6% e 3,2%, respectivamente. Em relação aos dentes decíduos da arcada superior, os segundos molares mostraram as pi- ores condições, com a maior porcentagem de den- tes na condição cariado (41,4%) e a menor de hígidos (47,0%). As melhores condições foram observadas no grupo dos caninos (82,7% de pre- servação). No geral, observaram-se 63,5% dos dentes hígidos, 30,2% cariados e 1,4% restaura- dos. Na arcada inferior, os segundos molares fo- ram também os menos preservados (30,7%) e com as maiores taxas de restauração. A maior porcentagem de dentes cariados foi vista nos pri- meiros molares (40,2%), seguida pelos segundos molares (38,7%). Os incisivos se apresentaram 93,0% hígidos e 2,5% cariados. Entre os caninos, 93,7% estavam hígidos e 4,6% cariados. Na arcada inferior, quatro pessoas usavam prótese total e nenhuma usava prótese parcial. Na arcada superior, observou-se o uso de 61 pró- teses, a maioria parcial. As mulheres concentra- ram 63,0% das próteses encontradas. Ummontante de 434 indivíduos (73,6%) apre- sentou alguma necessidade de tratamento, que se concentrou em 10,4% dos dentes. Ou seja, 89,6% dos dentes examinados não necessitavam de trata- mento.Dentreos1.956dentesquenecessitaramde algum tratamento, 57,3% eram restaurações (49,0% de uma face e 51% de duas ou mais faces) e 42,7%, extrações. Ao todo, a necessidade de trata- mento soma 1.121 restaurações e 835 extrações. Tabela 2. Número de indivíduos examinados e médias de dentes decíduos hígidos (h), cariados (c), perdidos (e), restaurados (o) e índice ceo-d médio, por idade, sexos combinados. Área de abrangência do pólo-base de Tunuí-Cachoeira, São Gabriel da Cachoeira, Amazonas, Brasil, setembro de 2004. Idade (anos) 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 Total n 8 11 25 29 26 26 25 24 22 19 20 235 h 16,9 17,4 14,7 13,4 12,8 8,5 5,8 3,7 3,0 0,6 0,6 8,3 C 0,9 1,6 4,2 5,6 4,9 4,9 3,6 2,6 2,2 0,6 0,7 3,3 e — 0,1 — 0,3 0,7 1,1 1,6 1,9 0,7 1,1 0,6 0,8 O — — 0,1 0,3 0,5 0,3 0,5 0,5 0,5 0,1 — 0,3 Ceo-d 0,9 1,7 4,3 6,3 6,1 6,2 5,6 5,0 3,4 1,8 1,3 4,4
  • 6. 1989 Ciência&SaúdeColetiva,13(6):1895-1992,2008 Na comparação entre as faixas etárias, obser- va-se que até os 19 anos as restaurações foram o tratamento mais necessário, e que a partir dos 20 anos a extração passa a ser a maior necessidade. A maior porcentagem de dentes com alguma ne- cessidade de tratamento ficou concentrada nas idades entre 6 e 11 anos. Na faixa etária entre 15 e 19 anos, as mulheres, em comparação com os homens, apresentaram mais dentes que não pre- cisavam ser tratados. Entre os 20 e 29 anos, as mulheres também apresentaram maior média de dentes que necessitavam de restauração de duas faces (1,13 contra 0,35 para os homens). A maior parte do grupo examinado não ne- cessitava de prótese parcial ou total. Dos que ne- cessitavam, a prótese parcial ocupou o primeiro lugar (84,2% na arcada superior e 90,7% na ar- cada inferior). Na comparação entre os sexos, destacou-se a necessidade das mulheres por pró- tese total (9,8% na arcada superior e 5,7% na inferior, contra 2,7% e 1,0% entre os homens). Discussão Esse estudo se baseia no exame de aproximada- mente 50% da população Baniwa acima de 2 anos de idade do pólo-base de Tunuí-Cachoeira, DSEI Alto Rio Negro. Conforme já referido, esse povo indígena vive distribuído em dezenas de aldeias em uma região de difícil acesso na região da fron- teira do Brasil com Colômbia e Venezuela. Uma vez que, devido a razões logísticas, não foi possí- vel realizar o estudo com base em uma amostra probabilística e representativa da população, os resultados devem ser interpretados com a caute- la. Acrescente-se que, devido à elevada mobilida- de da população, a cobertura entre as aldeias não foi a mesma. De antemão já se sinaliza que é pri- oritária a realização de novos estudos, não so- mente de modo a incluir um maior número de indivíduos da região investigada, preferencial- mente a partir de uma amostra estatisticamente representativa, como também visando caracte- rizar as condições de saúde bucal dos demais pólos-base. Feitas essas ressalvas, a saúde bucal dos Ba- niwa verificada a partir da amostra investigada caracteriza-se por elevada presença de cárie e de perda dentária, resultando em extensa necessi- dade de tratamento na população. Observou-se que o tratamento dentário, na forma de dentes restaurados, se concentra em algumas faixas etá- rias, em particular nos indivíduos entre 12 e 19 anos. Para a compreensão desse perfil, faz-se importante contextualizar aspectos socioeconô- micos e sanitários relativos à atual situação da população Baniwa. Não foram encontrados registros sobre o processo de transformação do consumo alimen- tar ao longo do tempo entre os Baniwa ou estu- dos contemporâneos sobre o consumo de itens industrializados. A base da alimentação continua a ser a mandioca e seus derivados, frutos silves- tres, peixes e carnes de caça, mas quem circula pela região observa que gêneros alimentícios in- dustrializados fazem parte do dia-a-dia, servindo inclusive como itens de troca. Troca-se açúcar re- finado por peixe moqueado, por exemplo. Os que têm alguma fonte de renda usam uma parte dela para a compra de alimentos industrializados, ge- ralmente em São Gabriel da Cachoeira. Para poucos povos indígenas no Brasil, há relatos detalhados sobre as inter-relações entre mudanças na dieta e conseqüências sobre a saú- de bucal6 . No caso dos Xavante de Mato Grosso, a partir de estudos realizados em 1976/77 e em 1994 na mesma comunidade (Pimentel Barbo- sa), observou-se uma queda no consumo de ali- mentos cultivados e um aumento de 7% no con- sumo de industrializados, incluindo açúcar, café, óleo de cozinha, farinha de trigo, sal, pão, biscoi- tos, refrescos em pó, refrigerantes e balas17 . Essa mudança associou-se a novas fontes de capitali- zação e facilidade de acesso aos núcleos urbanos, pela disponibilidade de veículos motorizados. Arantes et al.4 mostraram que tem havido um expressivo agravamento das condições de saúde bucal desse grupo Xavante, o que atribuem em larga medida ao consumo de açúcar refinado na ausência de uma atenção odontológica efetiva. Estudo realizado entre os índios Kaiowá/Guara- ni do Mato Grosso também faz menção à asso- ciação entre o agravamento das condições de saú- de bucal e incremento do consumo de alimentos industrializados de alto potencial cariogênico7 . Para os Baniwa, também se pode dizer que há cada vez mais fontes de renda e, mesmo diante das dificuldades de acesso, percebe-se um aumen- to no número de barcos que navegam os rios, facilitando a ida ao centro urbano de São Gabriel e a compra de alimentos. Já que não há dados publicados sobre a saú- de bucal dos Baniwa em diferentes épocas, não é possível afirmar como a cárie se comportou ao longo do tempo entre eles. No presente estudo, o valor médio encontrado para o índice CPO-D na faixa etária que contempla a idade de 12 anos, considerada referência pela OMS para compara- ções da prevalência da cárie, foi 6,0. Este valor se
  • 7. 1990 Carneiro,M.C.G.etal. enquadra na categoria de alta prevalência (CPO entre 4,5 e 6,5)18. O ceo-d médio aos 5 anos foi 6,3 e 46,8% da população examinada apresenta- ram CPO-D maior ou igual a 10. Na faixa etária entre 15 e 19 anos, o CPO-D foi 8,2. No levanta- mento das condições de saúde bucal da popula- ção brasileira realizado em 2002 e 2003, o valor do CPO-D encontrado para a região norte, aos 12 anos, foi 3,1, e para o Brasil como um todo, 2,819. Em um estudo realizado em 2004 em Ma- naus, capital do estado do Amazonas, para a fai- xa etária de 12 anos, foi encontrado um CPO-D de 3,320. Em Paulínia, município do interior de São Paulo que apresenta indicadores sociais dife- renciados em relação à maioria dos municípios brasileiros, e onde a atenção em saúde bucal é reconhecidamente bem estruturada e a popula- ção servida por água fluoretada, a média do ín- dice aos 12 anos foi 1,021. É ilustrativo comparar os componentes do CPO-D entre os Baniwa com aqueles de outros segmentos populacionais. Nas crianças Baniwa entre 12 e 14 anos, as porcentagens de dentes ca- riados, perdidos e obturados foram de, respecti- vamente, 48,6%, 26,2% e 25,2%. Na população brasileira com 12 anos de idade, as porcentagens em 2002 e 2003 eram de 58,3%, 6,5% e 32,7%, respectivamente; naquelas da região Norte, os valores foram de 72,5%, 11,5% e 14,4%19 e, em Manaus, 48,0%, 12,0% e 40,0%20. Portanto, os Baniwa tiveram mais dentes perdidos e menos restaurados e cariados que as crianças brasilei- ras de 12 anos, menos cariados e mais perdidos e restaurados que as que moram na região Norte, e mais perdidos, menos restaurados e valores praticamente iguais de cariados que as que resi- dem em Manaus. Ao se analisar as condições de saúde dos po- vos indígenas, é importante levar em considera- ção a heterogeneidade sócio-histórica e econômi- ca que caracteriza esses povos, o que se reflete na saúde bucal6 . Ao se realizar uma compilação dos dados a partir da literatura (Tabela 3), notam-se pronunciadas diferenças entre as várias popula- ções no que diz respeito aos valores do CPO-D na faixa de 12 a 14 anos. O valor para os Baniwa está dentre os mais elevados, superado somente por aquele dos Enawêne-Nawê22 , povo localizado em Mato Grosso. Vale ressaltar que o caso dos Ena- wêne-Nawê apresenta particularidade importan- te, pois dentre os povos listados é aquele com menor interação com a sociedade nacional, uma vez que teve seu contato permanente estabelecido na década de 1970 e continua a viver relativamente isolado. O elevado CPO-D dessa população rela- ciona-se a uma dieta tradicional pastosa, adocica- da e rica em amido, que fez com que a saúde bucal deste grupo estivesse em condições críticas mes- mo antes do contato com a sociedade nacional6,22 . Ainda que entre os Baniwa se apresente um dos mais elevados valores do CPO-D, observa- se também que a porcentagem do componente “obturado”, que corresponde aos dentes restau- rados, é a mais expressiva dentre os vários gru- pos para os quais foi possível localizar informa- ções (25,2%) (Tabela 3). Este dado reflete a atu- ação da equipe de odontologia do DSEI Alto Rio Negro, a partir do ano 2000, e a incorporação dos serviços odontológicos na região. No DSEI Alto Rio Negro, a atenção odontológica coletiva tem enfocado, em particular, os adolescentes23 . Se antigamente a experiência com a cárie pos- sivelmente estava reduzida a poucos indivíduos e a poucos dentes, atualmente esta é uma experi- Tabela 3. Médias do índice CPO-D e porcentagens de seus componentes (cariados, perdidos e obturados) aos 12 anos ou na faixa etária que inclui os 12 anos. Comparação entre os Baniwa e outras populações indígenas. Grupo Baniwa1 Enawêne-Nawê (Mato Grosso)2 Xavante (Mato Grosso)3 Guarani (São Paulo)4 Xingu (Mato Grosso)5 Xavante (Mato Grosso) 6 Manaus7 Ano do estudo 2004 1995 1997 2000 2001 2004 2004 Faixa etária 12 a 14 12 a 14 12 a 14 12 11 a 13 12 12 CPO-D 6,0 9,1 2,6 2,2 5,9 3,2 3,3 %C 48,6 83,9 89,2 - - 77,8 48,0 %P 26,2 16,1 8,1 - - 7,1 12,0 %O 25,2 0,0 2,7 - - 14,6 40,0 Fontes: 1- Este estudo; 2 - Detogni22 ; 3 - Arantes et al.4 , para os Xavante da terra indígena Pimentel Barbosa; 4 - Fratucci27 ; 5 - Rigonatto et al.5 ; 6 - Arantes28 , para os Xavante das terras indígenas Pimentel Barbosa, Areões, Sangradouro e Marechal Rondon; 7 - Rebelo et al.20 .
  • 8. 1991 Ciência&SaúdeColetiva,13(6):1895-1992,2008 ência bastante coletiva entre os Baniwa. Aproxi- madamente 80% das pessoas examinadas têm pelo menos um dente cariado, perdido ou res- taurado. As pessoas sabem o que é dor de dente, o que é passar por uma extração dentária e o que é estar sem dentes. Além da mastigação, fonação e postura corporal, a perda dentária pode ter implicações rituais e econômicas adicionais24 . Durante o trabalho de campo, observou-se que no processo de confecção de cestaria de arumã (palha nativa da região), que se tornou uma im- portante atividade econômica nas comunidades, os dentes são rotineiramente utilizados no corte e arremate das fibras. Possivelmente associado ao processo de agra- vamento das condições de saúde bucal, em al- guns povos indígenas, há indicações quanto à “naturalização” da perda dentária, como se a ausência de parcela expressiva dos dentes na boca fosse algo esperado no cenário de vida das pes- soas. Detogni3 relata a incorporação da idéia da perda dentária como um acontecimento “natu- ral” entre os índios do Parque Indígena do Xin- gu. A partir de relatórios e de entrevistas com a equipe de odontologia do DSEI Alto Rio Negro, e também da convivência com os Baniwa, consta- tou-se que o edentulismo é algo que chega a ser esperado pelas pessoas, sobretudo pelas mais velhas23 . Como mostram os resultados deste es- tudo, as médias de dentes perdidos nos adultos Baniwa acima de 30 anos são superiores a 14, chegando a 20,1 nas pessoas com mais de 50 anos. O edentulismo é um problema atual, ocasionan- do uma demanda legítima por prótese dentária, que precisa ser respondida com urgência. As equi- pes de saúde vêm conduzindo atividades de edu- cação em saúde, incluindo a valorização das prá- ticas individuais restauradoras e preventivas em vez de extrações em massa, de modo a reforçar entre os Baniwa as possibilidades de manuten- ção de condições de saúde bucal23 . Na rotina da atenção odontológica prestada pelas equipes do DSEI Alto Rio Negro, há um aspecto relativo à prevenção que merece ser des- tacado. Trata-se do intervalo entre as visitas das equipes de odontologia às comunidades, de seis meses em média. Nessas visitas, são distribuídas escovas dentais e dentifrícios fluoretados forneci- dos pelo DSEI, cujos usos são reconhecidamente importantes no controle da cárie25,26 . O intervalo é significativamente maior que o tempo de con- sumo dos materiais distribuídos, agravado pelo fato de que não estão previstas formas de reposi- ção a não ser na nova visita da equipe. Essa des- continuidade é problemática em um contexto no qual a população está bastante exposta a elevado risco de desenvolvimento de doenças bucais. Em conclusão, esse estudo entre os Baniwa do Alto Rio Negro demonstra elevados níveis de cárie, seja em comparação com outras popula- ções indígenas ou em relação aos não-indígenas. Além disso, evidencia que os serviços de atenção à saúde bucal, ainda que presentes na área e com impactos importantes, particularmente entre os adolescentes, precisam ser expandidos de modo a atender de maneira mais ampliada a população. As condições de saúde bucal dos povos indígenas permanecem largamente desconhecidas, o que precisa ser revertido dado que um detalhado co- nhecimento da situação epidemiológica é funda- mental para o planejamento e execução das ativi- dades de atenção. Colaboradores MCG Carneiro, além da coleta dos dados, parti- cipou da concepção do estudo, da análise e da interpretação dos dados e da redação do traba- lho. RV Santos participou da concepção do estu- do, da análise e da interpretação dos dados e da redação do trabalho. L Garnelo participou da concepção do estudo, da análise e da interpreta- ção dos dados e da redação do trabalho. MAB Rebelo participou da concepção do estudo, da análise e da interpretação dos dados e da redação do trabalho. CEA Coimbra Jr. participou da in- terpretação dos dados e da redação do trabalho. Agradecimentos Aos moradores do rio Içana pela parceria neste trabalho, assim como aos capitães e agentes indí- genas de saúde das comunidades visitadas. Tam- bém a André Fernando, a Irineu Rodrigues, a Má- rio Farias, à Federação das Organizações Indíge- nas do Rio Negro (FOIRN), à Organização Indí- gena da Bacia do Içana (OIBI), à Coordenadoria Baniwa Curipaco (KABC), à Fundação Nacional do Índio (FUNAI) em São Gabriel da Cachoeira, em particular a Edson Caldas e Waldir Garcia, e também ao Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) do Alto Rio Negro, por todo o apoio lo- gístico. O CNPq proveu bolsa de mestrado para a primeira autora no Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública da ENSP/Fiocruz.
  • 9. 1992 Carneiro,M.C.G.etal. Referências Donnelly CJ, Thomson LA, Stiles HM, Brewer C, Neel JV, Brunelle JA. Plaque, caries, periodontal diseases, and acculturation among Yanomami In- dians, Venezuela. Community Dentistry and Oral Epidemiology 1977; 5:30-39. Tricerri FJ. Breve passagem odontológica entre ín- dios do Alto Solimões, Amazônia, Brasil. Revista da Fundação SESP 1985; 30:151-160. Detogni A. De volta às origens. Revista da Associa- ção Brasileira de Odontologia 1994; 2:138-42. Arantes R, Santos RV, Coimbra Jr. CEA. Saúde Bu- cal na população indígena Xavante de Pimentel Barbosa, Mato Grosso, Brasil. Cad Saúde Pública 2001; 17:375-384. Rigonatto DL, Antunes JL, Frazão P. Dental caries experience in Indians of the upper Xingu, Brasil. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Pau- lo 2001; 43:93-98. Arantes R. Saúde bucal dos povos indígenas no Brasil: panorama atual e perspectivas. In: Coimbra Jr. CEA, Santos RV, Escobar AL, organizadores. 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